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Anexos
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A Tuberculose
A tuberculose - também conhecida como tísica pulmonar ou "doença do peito" - é uma das
doenças infecciosas documentadas desde mais longa data e que continua a afligir a
Humanidade. Estima-se que a bactéria causadora tenha evoluído há cerca de 15.000 anos, a
partir de outras bactérias do tipo Mycobacterium. O microorganismo causador da doença é o
bacilo de Koch, cientificamente denominado Mycobacterium tuberculosis.
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Processo de disseminação da tuberculose
“Como acontece?”
1ªfase
Apesar de atingir vários órgãos do corpo, a doença só é transmitida por quem estiver infectado
com o bacilo nos pulmões.
2ªfase
3ªfase
culose pulmonar
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Processo inflamatório
Tuberculose primária
Caverna tuberculosa
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Porquê nos pulmões?
Como o bacilo de Koch se reproduz e desenvolve rapidamente em áreas do corpo com muito
oxigénio, o pulmão é o principal órgão atingido pela tuberculose.
Sintomas :
• Tosse crónica (o grande sintoma da doença é a tosse que
persiste por mais de 21 dias);
• Febre;
• Suor nocturno abundante
• Dor no tórax;
• Perda de peso lenta e progressiva;
• Perda de Apetite e adinamia (o doente fica sem disposição para
as actividades normais do seu dia-a-dia).
Tratamento
A prevenção usual é a vacina BCG que aplicada nos primeiros 30 dias de vida é capaz de
proteger contra as formas mais graves da doença. Se houver contaminação, o tratamento
consiste basicamente na combinação de três medicamentos: rifampicina, isoniazida e
pirazinamida. O tratamento dura cerca de seis meses. Se o doente com tuberculose tomar a
medicação correctamente, as hipóteses de cura chegam a 95%. É fundamental não
interromper o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam.
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Principais grupos de risco
Estima-se que uma pessoa infectada por Mycobacterium tuberculosis tenha 10% de
probabilidade de desenvolver tuberculose activa durante toda a sua vida, e que um doente com
infecção por VIH tenha 10% de probabilidade de a desenvolver em cada ano de vida.
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Tuberculose Multiresistente (MDR-TB)
Os doentes com infecção por VIH geram, por problemas de ordem social e de dificuldade de
adesão aos tratamentos, um número significativo de casos de Tuberculose Multiresistente, pelo
que se espera um aumento progressivo da sua incidência
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Tuberculose Multiresistente no Mundo
Há 400.000 novos casos estimados de Tuberculose Multiresistente em todo o mundo por cada
ano; alguns dos países mais atingidos são a China, a Índia, a Rússia e a África do Sul.
A maioria dos especialistas em Saúde Pública defende que estes números se devem
sobretudo a uma vigilância e controlo inadequados que permitem a evolução e facilitam a
propagação da doença.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em média, cada pessoa infectada com
MDR-TB infecte até 20 pessoas durante a sua vida. Esta é claramente uma questão que exige
coordenação de esforços a uma escala global.
Na Índia, onde 7,1 milhões de pessoas estão co-infectados por Tuberculose e por VIH, a taxa
de resistência primária (resistência em doentes com Tuberculose nunca previamente tratados)
é de 2 a 5%. Da co-infecção por VIH e estirpes resistentes de Mycobacterium tuberculosis
advêm problemas acrescidos nomeadamente pela necessidade de tratamentos prolongados,
com pelo menos três fármacos a que o microorganismo seja sensível, pela maior morbilidade e
mortalidade destes casos.
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Tuberculose e Tuberculose Multiresistente em Portugal
O relatório preliminar de 2006 do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias revela que
Portugal continua a ser o país da União Europeia com mais casos de tuberculose, com uma
taxa de incidência em 2005 de cerca de 31 casos por cada 100 mil habitantes (3.282 novos
casos), contudo, a incidência, ainda muito alta, tem descido à cerca de 5 por cento por ano
(31,9 por cento desde 1993) e o risco de um residente em Portugal contrair tuberculose reduziu
para metade em 17 anos.
80
70
60
50
40
30
20
10
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86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 2000 2001 2002 2003 2004 2005
taxa 64,8 69,1 60,9 64,3 59,8 55,8 53,8 49,6 51,1 49,8 46,9 45,3 47,1 46,4 41,1 38,8 41 36,4 34,3 31
Fig.1 Novos Casos de Tuberculose: evolução da taxa por 100 mil habitantes – 1986-2005
A ainda elevada incidência de novos casos e o facto de muitos deles surgirem em grupos de
adultos jovens poderá levar a que essa tendência decrescente se inverta se não se conseguir
suster o abrandamento das acções de intervenção na Comunidade e se a dotação de recursos
continuar a diminuir (como tendo vindo a suceder). Esse risco será ainda maior se conjugarmos
esses factores com factores emergentes como a SIDA, as multiresistências, a
toxicodependência e a imigração.
Continua a verificar-se grande heterogeneidade regional, impondo uma adaptação regional das
medidas de resposta, as quais nem sempre se têm revelado adequadas e suficientes. Nos
distritos de Porto, Lisboa e Setúbal encontram-se 60% dos doentes e aí as respostas têm de
ser adequadas, até por serem as zonas com maior incidência de toxicodependência de SIDA e
de imigrantes.
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Fig.2 Novos Casos de Tuberculose por distritos e regiões autónomas: taxa por 100 mil habitantes em
2005
A Tuberculose continua pois a ser um problema de saúde ainda não resolvido em Portugal e,
por isso, o ONDR, ao tomar conhecimento da nomeação duma comissão mandatada para
rever o Programa Nacional de Luta contra a Tuberculose entendeu tomar a posição que a
seguir se transcreve:
“O ONDR entende que a nomeação duma comissão destinada a propor a revisão do Programa
Nacional de Luta contra a Tuberculose indica que as entidades oficiais estão atentas e
preocupadas com o problema da tuberculose em Portugal, mostrando vontade de adoptar
medidas adequadas à realidade do país.
O ONDR considera ser da maior importância que o futuro Programa reforce a importância da
prevenção e rastreio de grupos de risco, promova a articulação entre as várias instituições de
saúde e sociais com responsabilidade nesta área e que possibilite a rentabilização de
potenciais sinergias em articulação com outros Programas de Saúde de áreas afins.
Parece-nos que o Programa deverá ter uma coordenação e enquadramento próprios e que
para a sua execução se continua a justificar a existência e estruturas próprias, no ambulatório,
devidamente articuladas com os Cuidados Primários, os Hospitais e a Coordenação e
Avaliação do Programa” .
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Fontes:
• Domingez, Leopoldo – Serviço de Pneumologia do Hospital de Egas Moniz e Baptista,
Teresa – Serviço de Infecciologia e Medicina Tropical do Hospital de Egas Moniz,
Tuberculose e Infecção por VIH, www.sppneumologia.pt, 2005.
• Araújo, A. Teles – Observatório Nacional de Doenças Respiratórias, Relatório 2006.
• www.acs.min-saude.pt
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