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O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento ou

atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente e possui como uma de suas
mais expressivas características a participação social na tomada de decisão, por meio da realização de
Audiências Públicas como parte do processo.

Essa obrigação é compartilhada pelos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente e pelo Ibama, como partes
integrantes do SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente). O Ibama atua, principalmente, no
licenciamento de grandes projetos de infra-estrutura que envolvam impactos em mais de um estado e
nas atividades do setor de petróleo e gás na plataforma continental.

As principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental estão expressas na Lei 6.938/81 e
nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97. Além dessas, o Ministério do Meio Ambiente emitiu
recentemente o Parecer nº 312, que discorre sobre a competência estadual e federal para o
licenciamento, tendo como fundamento a abrangência do impacto.

A Diretoria de Licenciamento Ambiental é o órgão do Ibama responsável pela execução do


licenciamento em nível federal. A Diretoria vem realizando esforços na qualificação e na reorganização
do setor de licenciamento, e disponibiliza aos empreendedores módulos de: abertura de processo,
atualização de dados técnicos do empreendimento, solicitação de licença, envio de documentos e
boletos de pagamento de taxas do licenciamento em formato on line.

Pretende-se que o sistema informatizado agilize os trabalhos e as comunicações inerentes ao processo


de licenciamento e permita maior visibilidade e transparência para os processos de licenciamento em
tramitação no Ibama.

Processo de Licenciamento

O processo de licenciamento ambiental possui três etapas distintas: Licenciamento Prévio,


Licenciamento de Instalação e Licenciamento de Operação.

• Licença Prévia (LP) - Deve ser solicitada ao IBAMA na fase de planejamento da implantação,
alteração ou ampliação do empreendimento. Essa licença não autoriza a instalação do projeto,
e sim aprova a viabilidade ambiental do projeto e autoriza sua localização e concepção
tecnológica. Além disso, estabelece as condições a serem consideradas no desenvolvimento
do projeto executivo.
• Licença de Instalação (LI) - Autoriza o início da obra ou instalação do empreendimento. O
prazo de validade dessa licença é estabelecido pelo cronograma de instalação do projeto ou
atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos. Empreendimentos que impliquem
desmatamento depende, também, de "Autorização de Supressão de Vegetação".
• Licença de Operação (LO) - Deve ser solicitada antes de o empreendimento entrar em
operação, pois é essa licença que autoriza o início do funcionamento da
obra/empreendimento. Sua concessão está condicionada à vistoria a fim de verificar se todas
as exigências e detalhes técnicos descritos no projeto aprovado foram desenvolvidos e
atendidos ao longo de sua instalação e se estão de acordo com o previsto nas LP e LI. O prazo
de validade é estabelecido, não podendo ser inferior a 4 (quatro) anos e superior a 10 (dez)
anos.

O Ibama durante o processo de licenciamento ouve os Órgãos Ambientais (OEMAs) envolvidos no


licenciamento e os Órgãos Federais de gestão do Patrimônio Histórico (IPHAN), das Comunidades
Indígenas (FUNAI), de Comunidades Quilombolas (Fundação Palmares), de controle de endemias
(FUNASA), entre outros.

No processo de licenciamento os estudos ambientais são elaborados pelo empreendedor e entregues


ao Ibama para análise e deferimento. Para cada etapa do licenciamento há estudos específicos a
serem elaborados.

Para subsidiar a etapa de LP, sendo o empreendimento de significativo impacto ambiental, o


empreendedor encaminha ao Ibama o EIA/RIMA. Para os demais empreendimentos estudos mais
simplificados são requeridos. O EIA é um documento técnico-científico compostos por: Diagnóstico
ambiental dos meios físico, biótico e socioeconômico; Análise dos impactos ambientais do projeto e de
suas alternativas; Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos e elaboração de medidas
mitigadoras dos impactos negativos; e Programas de Acompanhamento e Monitoramento. O RIMA é o
documento público que reflete as informações e conclusões do EIA e é apresentado de forma objetiva
e adequada a compreensão de toda a população. Nessa etapa são realizadas Audiências Públicas para
que a comunidade interessada e/ou afetada pelo empreendimento seja consultada.

Para subsidiar a etapa de LI o empreendedor elabora o Plano Básico Ambiental e se a obra implicar
em desmatamento é também elaborado o Inventário Florestal, para apoiar a decisão sobre o
deferimento da Autorização de Supressão de Vegetação.

Para subsidiar a etapa de LO o empreendedor elabora um conjunto de relatórios descrevendo a


implantação dos programas ambientais e medidas mitigadoras previstas nas etapas de LP e LI.

Procedimento on line

A abertura de um processo de licenciamento ambiental junto ao Ibama é realizada, exclusivamente,


através do endereço eletrônico dos Serviços On-line (Serviços - Licenciamento Ambiental Federal) do
Ibama. Nesta área, o interessado em licenciar uma atividade tem acesso a diversos recursos, tais
como: alteração de dados cadastrais, emissão de certificados, preenchimento de relatórios, verificação
de pendências financeiras, pagamento de taxas e solicitação de serviços diversos.

Para acessar os Serviços On-line o interessado deve estar inscrito no Cadastro Técnico Federal - CTF.
Dessa forma, antes de solicitar a abertura de processo, é necessário que o interessado encontre-se
devidamente registrado e regularizado perante o CTF. Caso não possua registro existente, o
interessado deverá cadastrar-se no CTF - Pessoa Jurídica. Concluído o cadastramento, o sistema
fornecerá a senha a ser utilizada para acessar os recursos disponibilizados na área interna dos
Serviços On-line, tais como: abertura de processos e solicitação de licenças ambientais entre outros.

É imprescindível ler atentamente o Manual do Sistema do CTF, no site do IBAMA - "Serviços on line" -
"Manual do Sistema".

Para dar início ao processo de licenciamento ambiental é necessário preencher o Formulário de


Abertura de Processo - FAP, cujas informações deverão ser preenchidas de forma a caracterizar
adequadamente a atividade a ser licenciada.

FAP é o formulário on-line utilizado para solicitar à Diretoria de Licenciamento Ambiental abertura de
um processo administrativo junto ao Ibama. Este formulário contém a caracterização prévia da
atividade a ser licenciada e seu preenchimento é obrigatório a todos interessados em realizar
atividades que necessitem de licença ambiental.

Após a abertura, as informações do processo, bem como, requerimentos de serviços e licenças


ambientais poderão ser acessadas e editadas pelo responsável na área interna dos Serviços On-line
utilizando a senha já mencionada.

Durante a fase inicial do licenciamento, o interessado deverá cadastrar-se como Gerenciador de


Projetos (ver Tabela de Atividades), indicando a tipologia da sua atividade ? por exemplo: gerenciador
de projetos - usinas hidrelétrica. Após receber a Licença de Operação o responsável deverá alterar sua
categoria de atividade para a atividade fim ?exemplo anterior: Serviços de Utilidade - geração de
energia elétrica. No caso de atividades em operação e, também, em fase inicial de licenciamento é
necessário o cadastro de atividade de gerenciador de projetos e atividade fim simultaneamente.

http://www.ibama.gov.br/licenciamento/
1.Introdução

O Direito Ambiental Brasileiro é ramo ainda incipiente do nosso Ordenamento Jurídico, desta
feita, aparece-nos ainda turva a visão da forma em que deve proceder a Empresa Privada
para encontrar guarida para todos os seus pleitos respeitantes à Legislação Ambiental.

Dentre as diversas normas a serem respeitadas, aparece-nos como base, até para a
instalação da própria empresa, a necessidade de licenciamento ambiental, e neste momento,
normalmente, aparecem as dúvidas: quem é competente para expedir a licença ambiental?
Quais os cadastros que se terá de fazer parte? Quais licenças deverão ser retiradas?

O artigo em comento tem por bojo minorar estas dúvidas, demonstrando de forma sucinta e
direta a resolução dos questionamentos levantados, servindo de esteio para um
aproveitamento mais racional da legislação vigente.

2.Diferenciação entre Licenciamento e Autorização e a natureza jurídica da Licença


Ambiental.

O primeiro ponto que deveremos desmistificar é exatamente a diferença entre o licenciamento


e a autorização e sua aplicação pouco normal no que diz respeito ao Direito Ambiental.

O conceito de autorização tem por base um ato administrativo discricionário, donde, avaliando
os benefícios e malefícios do ato intentado, poderá ou não o administrador estatal conceder o
efeito perseguido, podendo também a autoridade, após a concessão, suspender ou extinguir a
dita autorização assim que pareça conveniente, nas palavras do Brilhante Mestre José
Cretella Júnior, esse conceito assim seria exposto: "Autorização é ato administrativo
discricionárioe precário mediante o qual a autoridade competente faculta ao administrado, em
casos concretos, o exercício ou a aquisição de um direito, em outras circunstâncias, sem tal
pronunciamento, proibido"(1).

No que toca ao conceito do licenciamento, ter-se-ia ato administrativo vinculado aos termos
específicos da Lei, donde, se existentes todos os pré-requisitos exigidos, torna-se obrigatória
a concessão da mesma pela autoridade, perfaz direito da parte se encontrados os requisitos
autorizadores. A suspensão ou extinção da dita licença depende de descumprimento de
requisito autorizador da mesma e não só do bel-prazer do administrador.

Em relação ao assunto (licença), assim se pronuncia o Ilustre José Afonso da Silva: "se o
titular do direito a ser exercido comprova o cumprimento dos requisitos para seu efetivo
exercício, não pode ser recusada, porque do preenchimento dos requisitos nasce o direito à
licença"(2).

Pois bem, partindo disso, notamos de plano que o uso do termo "licenciamento", tanto na
legislação quanto na doutrina ambiental pátria, não é usado em sua acepção técnica, temos o
uso indiscriminado de uma e outra, diríamos mais, a intervenção pública em matéria ambiental
sempre teve por base a prevenção, e tal intuito é diretamente aplicado à autorização, como
demonstra o brilhante Mestrado de R. Villata: "o escopo de prevenção sempre foi entendido
da categoria de autorização"(3).

O TJSP já analisou a questão quando da avaliação da Lei 6938/81, pronunciando-se assim:


"O exame dessa lei revela que a licença em tela tem natureza jurídica de autorização, tanto
que o §1.º de seu art. 10 fala em pedido de renovação de licença, indicando, assim, que se
trata de autorização, pois, se fosse juridicamente licença, seria ato definitivo, sem
necessidade de renovação"(4).

Em suma, estamos diante de mais um erro técnico- legislativo, donde denominaram,


erroneamente, autorização de licença.

Alguns autores, contudo, atribuem realmente a natureza jurídica de licença ao que chamamos
de autorização ambiental, dizem estes autores tratar-se de um tipo especial de licença.

Em seu brilhante Mestrado, o Insigne Jurista Édis Milaré esposa a tese da correção no termo
"licença" no caso ambiental, e responde a questão da discricionariedade dessa forma:

"A resposta a tão intrigante questionamento só pode ser satisfatoriamente


encaminhada se nos convencermos de que, na realidade, não há atos
inteiramente vinculados ou inteiramente discricionários, mas uma situação
de preponderância, de maior ou menor liberdade deliberativa do seu
agente.

No caso do licenciamento ambiental, sem negar à Administração a faculdade


de juízos de valor sobre a compatibilidade do empreendimento ou atividade
a planos e programas de governo, sobre suas vantagens e desvantagens para
o meio considerado etc., importa enfatizar que o matiz que sobressai,
aquele que lhe dá colorido especial, é o da subordinação da manifestação
administrativa ao requerimento do interessado, uma vez atendidos, é
claro, os pressupostos legais relacionados à defesa do meio ambiente e ao
cumprimento da função social da propriedade. Vale dizer, fundamentalmente
a capacidade decisória da Administração resume-se ao reconhecimento
formal de que os requisitos ambientais para o exercício da propriedade
estão preenchidos.

Não há se falar, portanto em equívoco do legislador na utilização do


vocábulo licença, já que disse exatamente o que queria (lex tantum dixit
quam voluit). O equívoco está em se pretender identificar na licença
ambiental, regida pelos princípios informadores do Direito do Ambiente,
os mesmo traços que caracterizam a licença tradicional, modelada segundo
cânon do Direito Administrativo, nem sempre compatíveis. O parentesco
próximo não induz, portanto, considerá-las irmãs gêmeas"(5).
Não podemos negar, a plausíbilidade tal comentário, contudo esposamos da tese oposta, não
podemos negar que todo ato administrativo, mesmo que vinculado, apresenta parte
discricionária, todavia, no específico caso do Direito do Ambiente, a discricionariedade é
tamanha que inviável sua natureza jurídica de licença e patente a de autorização.

3.Licença Ambiental: sua definição

Após o embate travado quanto à natureza jurídica da Licença Ambiental, afigura-se novo
desafio, ou seja, a definição desse instituto.

Sabemos que as definições são normalmente falhas, nunca conseguem abranger toda a
universalidade do objeto, é o que o Mestre Max Weber outrora definiu como "tipo ideal",
principalmente ocorrendo esse fenômeno no campo do Direito, onde quanto mais trabalhados
os conceitos mais fluídos se tornam.

Pois bem. Para definirmos a Licença Ambiental, partiremos da própria norma, ou melhor
dizendo, da Resolução CONAMA 237/97 em seu art. 1.º, I, logo, temos tal licença como o
"procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização,
instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, consideradas efetiva e potencialmente poluidoras ou daqueles que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e
regulamentares e as norma aplicáveis ao caso".

4.A instituição da Licença Ambiental

Consoante nosso texto constitucional, o exercício das atividades econômicas em nosso país é
livre, logo a intervenção do Poder Público tem que ser embasada por lei que determine sua
atuação, não podendo, pois, simplesmente cercear a atividade privada sem demonstrar norma
que dê guarida a sua intenção.

Assim, bem demonstra o Ilustre autor Paulo Affonso Leme Machado: "A intervenção do
Poder Público não se rege pelo sistema da presunção. A autorização, a
licença, a permissão e a aprovação prévia só podem existir se previstas
em lei. A constituição, ao dizer "salvo nos casos previstos em lei",
obriga à utilização da lei no seu sentido estrito. "Previsão em Lei" e
"na forma da lei" têm acepções diferentes. A primeira deve ser entendida
conforme sua dimensão estrita e a segunda merece ser interpretada
consoante seu sentido lato.
Razoável, portanto, concluir-se que as licenças, autorizações, aprovações
prévias e permissões só possam ser criadas por lei ou a lei deverá prever
a sua instituição por outro meio infralegal"(6).

5. O Licenciamento Ambiental e o IBAMA: Cadastro obrigatório?

O IBAMA mantém cadastros obrigatórios na área ambiental, são eles: a licença para uso da
configuração de veículos ou de motor (Lei 8723/93); a autorização de entrada no país de
qualquer produto que contenha OMG- Organismos Geneticamente modificados, ou dele seja
derivado (Lei 8974/95); a autorização para funcionamento de empresas que desenvolvam
atividades ligadas a OGM (Lei 89745/95); registro de produtos contendo OGM (Lei 8974/95);
registro de agrotóxicos e seus componentes (Lei 7802/89).

Essas licenças e autorizações, contudo, não são privativas desta entidade ou de qualquer
entidade federal, por seu turno, também podem os Estados instituir esse tipo de cadastro.

No que toca, strictu sensu, a nossa Licença Ambiental, temos uma atividade supletiva do
órgão federal em relação ao estadual (art. 10, caputda Lei 6938/81), essa atuação, todavia,
não tem seus contornos bem definidos, podendo, o dito órgão federal, agir quando o órgão
estadual for inepto ou se permanecer inerte ou omisso.

Entretanto, com a alteração ocorrida com a Lei 7804/89, que acrescentou um § 4.º ao art. 10
da Lei 6938/81, tornou-se competência do órgão federal o Licenciamento Ambiental no caso
de obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional e regional.

Isso não significa dizer que Estados perderam autonomia na área ambiental, nas palavras do
Mestre Paulo Affonso Leme Machado:"A modificação feita pela Lei 7804/89
respeitou a autonomia dos entes federados, mantida essa autonomia pela
Lei 6938/81 ao criar o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA. Este
sistema não foi previsto constitucionalmente, diferentemente do Sistema
Nacional de Recursos Hídricos, que foi instituído pela Constituição
Federal (art. 21, XIX), podendo, assim, alcançar uma outra dimensão
jurídica em matéria de organização dos entes que a integram. No SISNAMA
os Estados não estão obrigados a abdicar de suas competências ambientais
frente aos órgãos ambientas da União, podendo, contudo, voluntariamente
aderir a um sistema de cooperação administrativa.

Existirão atividades e obras que terão importância ao mesmo tempo para a


Nação e para os Estados, e, nesse caso, poderá haver duplicidade de
licenciamento. O deferimento ou indeferimento do licenciamento deverão
ser respeitados, aplicando-se inclusive, as sanções de cada legislação –
federal, estadual ou municipal – em caso de desobediência"(7).
Em suma, a atuação do IBAMA é de origem suplementar em relação às Licenças Ambientais,
contudo, com a modificação da Lei, esta atuação tornou-se mais direta, diríamos que
concorrente em relação ao controle estadual e municipal, tendo seu cadastro como obrigatório
para o desenvolvimento de atividades regionais e nacionais, e suplementar no que toca à
atividade estadual ou municipal.

6.O Licenciamento Estadual e o respeito à Legislação Federal

Ao abordar o tema proposto, vem a mente a discussão quanto à autonomia dos Estados em
relação à União prevista na Carta Magna, contudo, por mais que se apresente de tal forma, é
mera aparência.

A União tem poder de editar Leis que regulem de forma geral os critérios para a retirada da
dita licença, e estas normas devem ser obedecidas pelos Estados Membros que têm
autonomia na regulamentação dos órgãos estaduais de controle, regulamentação essa que
significa: controle do órgão, administração, atuação do mesmo, e regulamentos
suplementares à norma federal quanto aos requisitos da licença.

Salienta-se que a norma federal não invade a competência dos Estados quanto ao
procedimento da autorização e a liberação, contudo a desobediência a mesma, na parte por
ela regulada, pode resultar em anulação das licenças via Poder Judiciário.

7.AIA, EIA e RIMA

Antes de abordarmos diretamente o modo de consecução do Licenciamento Ambiental,


imperioso se dar uma breve definição dos institutos do AIA, EIA e RIMA, pressupostos do dito
licenciamento.

AIA (Avaliação de Impacto Ambiental) – "é um instrumento de política


ambiental, formado por um conjunto de procedimentos capaz de assegurar,
desde o início do programa, que se faça um exame sistemático dos impactos
ambientais de uma ação proposta (projeto, programa, plano ou política) e
de suas alternativas, e que os resultados sejam apresentados ao público e
aos responsáveis pela tomada de decisão, e por eles considerados"(8).

EIA (Estudo de Impacto Ambiental) – é "um dos elementos do processo de


avaliação de impacto ambiental. Trata-se de execução, por equipe
multidisciplinar, das tarefas técnicas e científicas destinadas a
analisar, sistematicamente, as conseqüências da implantação de um projeto
no meio ambiente, por meio de métodos de AIA e técnicas de previsão dos
impactos ambientais"(9).
RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) – "é o documento que apresenta os resultados dos
estudo técnicos e científicos de avaliação de impacto ambiental"(10), constituindo-se como
documento do processo de avaliação de impacto ambiental, devendo esclarecer todos os
elementos da proposta, de forma que possa ser divulgado e apreciado.

8.O Licenciamento Ambiental e as fases para sua consecução

O ato de Licenciamento Ambiental é "ato uno, de caráter complexo, em cujas etapas intervêm
vários agentes, e que deverá ser precedido de EIA/RIMA sempre que constatada a
significância do impacto ambiental"(11). Onde EIA, significa Estudo de Impacto Ambiental e
RIMA, Relatório de Impacto Ambiental.

A obtenção do Licenciamento Ambiental é obrigatória para a localização, instalação ou


ampliação e operação de qualquer atividade objeto dos regimes e licenciamento.

Esse licenciamento está regulado pelo Decreto no 99.274/90, com já mencionado, que dá
competência aos órgãos estaduais de meio ambiente para expedição e controle das seguintes
licenças:

- Licença Prévia (LP)- é pertinente à fase preliminar do planejamento do empreendimento e


contém os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e
operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso de solo.

Esses requisitos devem observar as normas, os critérios e os padrões fixados nas diretrizes
gerais para licenciamento ambiental emitidas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA). Além destes, devem também ser observados os critérios e padrões estabelecidos
pelo órgão estadual de meio ambiente, na esfera de sua competência e na área de sua
jurisdição, desde que não conflitem com os do nível federal.

O Plano de Aproveitamento Econômico (PAE), o Plano de Recuperação de Área Degradada


(PRAD) e o EIA/RIMA são documentos técnicos exigidos para a obtenção da Licença Prévia,
cuja tramitação é concomitante ao do pedido de concessão de lavra.

- Licença de Instalação (LI) - autoriza o início de implantação do empreendimento, de acordo


com as especificações constantes do Plano de Controle Ambiental aprovado.

- Licença de Operação (LO)- autoriza, após as verificações necessárias, o início da atividade


licenciada e o funcionamento de seus equipamentos e instalações de controle de poluição, de
acordo com o previsto nas Licenças Prévia e de Instalação.

Para demonstrarmos uma visão mais prática do caso, descrevamos todo o percurso a ser
transcorrido.
A primeira fase corresponde ao requerimento da licença e seu anuncio público; a segunda se
identifica por ocasião do anuncio público do recebimento do EIA e RIMA, ou estudo similar, e
a conclamação pública para a solicitação de audiência; a terceira fase é a realização ou a
dispensa da audiência pública, que permite ao órgão ambiental, numa quarta fase, elaborar
seu parecer conclusivo sobre o estudo que lhe foi submetido à deliberação; aprovado tal
estudo, vem a ocorrer o licenciamento ambiental propriamente dito, como quinta fase(12).

Salienta-se mais uma vez que, em casos de empreendimentos com significativo impacto
ambiental de âmbito nacional ou regional, a competência para efetuar o licenciamento
ambiental é do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), órgão
federal vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

9.Prazos de análise e validade das licenças

O Licenciamento Ambiental é por prazo determinado, o que apresenta dupla função: por um
lado dá segurança a empresa que o consegue, pois sabe que durante aquele prazo, salvo por
fato extraordinário, terá direito a sua atividade sem maiores percalços. Por outro lado, é
benéfico para o ente estatal, pois não fica adstrito eternamente às condições impostas
inicialmente, podendo, desta forma, quando da renovação, fazer novas exigências
necessárias a proteção do meio ambiente.

Os prazos apresentam um parâmetro de ordem federal definido via Resolução CONAMA


(Resolução 237/97), donde temos que: a licença prévia não pode ter prazo superior a 5 anos;
a licença de instalação não pode ter prazo maior que 6 anos; e a licença de operação não
poderá apresentar período maior que 10 anos. Partindo disso, os órgãos estaduais definirão
seus respectivos prazos, respeitando estes definidos.

10.Modificação, suspensão e cancelamento das licenças

A Licença Ambiental opera ao seu possuidor direito temporal à atividade, nada ad eternum,
nesta podendo operar fatores novos que podem resultar desde a modificação, até a anulação.

O art. 19 da Resolução 237/97, trata da possibilidade de modificação, suspensão e


cancelamento da licença, onde modificar significa dar nova configuração ao estado anterior;
suspender significa sobrestar, sustar até adequação aos requerimentos ambientais
necessários; e cancelar, simplesmente, desfazer, anular, tornar o ato ineficaz por algum
motivo.

Diz o dito art. 19, verbis:


"Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada,
poderá modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação,
suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:

I – violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais;

II – omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram


a expedição de licença;

III – superveniência de graves riscos ambientais e de saúde."

As hipóteses para tal modificação, como se vê, passam por fatores extremados, tentando
manter, assim, o máximo da segurança para aquele que consegue a dita licença, por outro
lado, abrem a possibilidade, no caso dos riscos graves ao ambiente, de mexer neste direito, o
que, avaliado no plano fático, levar-nos-á a poderosa arma contra a "devastação ambiental
legal."

11.Conclusão

Muito se fala sobre o Direito Ambiental, sobre suas normas, até sobre sua rigidez para com as
empresas que apresentam atividades potencialmente poluidoras, contudo, se observar-mos a
legislação de forma mais direta, sem medo de encontrar as soluções procuradas,
observaremos ser este um Ramo bastante simples do Direito em nosso país.

A Licença Ambiental, fulcro maior da nossa discussão, nada mais é que um ato da
Administração Pública com requisitos especiais, complicado, em parte, por sua legislação
pouco concentrada, dividida entre União, Estados, Municípios e Distrito Federal, entretanto,
com a União editando normas gerais que, de certa forma, uniformizam a legislação nacional.

Em suma, deve-se desmistificar a afirmativa de ser o Direito Ambiental um Ramo complicado


em nosso país, pois estamos diante de legislação simples, contudo fragmentada entre os
entes governamentais, o que pode tornar pouco prática a sua aplicação, contudo, nada que o
debruçar sobre os livros e a legislação não possam resolver.

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2523

Introdução

O licenciamento ambiental é um importante instrumento de gestão da Política Nacional de Meio


Ambiente . Por meio dele, a administração pública busca exercer o necessário controle sobre as
atividades humanas que interferem nas condições ambientais. Desta forma tem, por princípio, a
conciliação do desenvolvimento econômico com o uso dos recursos naturais, de modo a assegurar
a sustentabilidade dos ecossistemas em suas variabilidades físicas, bióticas, sócio-culturais e
econômicas. Deve, ainda, estar apoiado por outros instrumentos de planejamento de políticas
ambientais como a avaliação ambiental estratégica; avaliação ambiental integrada; bem como por
outros instrumentos de gestão - zoneamento ecológico econômico, planos de manejo de unidades
de conservação, planos de bacia, etc.

O licenciamento é um poderoso mecanismo para incentivar o diálogo setorial, rompendo com a


tendência de ações corretivas e individualizadas ao adotar uma postura preventiva, mas pró-ativa,
com os diferentes usuários dos recursos naturais. É um momento de aplicação da transversalidade
nas políticas setoriais públicas e privadas que interfaceam a questão ambiental. A política de
transversalidade para o licenciamento é, por definição, uma política de compartilhamento da
responsabilidade para a conservação ambiental por meio do desenvolvimento sustentável do país.
Para sua efetividade, os preceitos de proteção ambiental devem ser definitivamente incorporados
ao planejamento daqueles setores que fazem uso dos recursos naturais.

A publicidade é outra característica inerente ao processo de licenciamento: lugar onde se


evidenciam e se confrontam os interesses dispersos pelo tecido social; mas também, local
privilegiado para exercício da ponderação, comunicação e busca da conciliação de modo a
prevalecer o consenso e o interesse público maior, ou seja, a manutenção do meio ambiente
ecologicamente equilibrado garantido às presente e futuras gerações.

O licenciamento é, sim, palco de conflitos; pois é espaço de democracia. E como tal tem sido
objeto de opiniões, críticas, desacordos e estratégicas que visam desarticular e macular a
credibilidade do instrumento. Mas, ao contrário, concentram-se os esforços no re-arranjo
institucional, na correção das deficiências, na capacitação técnica, no melhoramento contínuo e na
persistente busca do desenvolvimento sócio-ambiental equiparado ao desenvolvimento econômico.

Nesse escopo, está inserido o Portal Nacional de Licenciamento Ambiental/PNLA. Mais


particularmente no esforço primordial de comunicação com a sociedade, disponibilizando e
submetendo ao crivo social informações estratégicas sobre o licenciamento ambiental no país. Não
se trata apenas de informar, mas de interagir com os segmentos sociais diversos, cuja participação
no processo contribui para a legitimidade da gestão pública para meio ambiente no Brasil.
Por meio do PNLA, o Ministério do Meio Ambiente presta mais uma contribuição ao desafio
permanente da gestão pública, incorporando efetivamente os princípios constitucionais da
publicidade, legalidade e eficiência para melhor servir ao interesse público e fazer concretizar o
bem comum da sociedade.
http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=46&idMenu=5904

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