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Análise da problemática relacionada à destinação final dos resíduos sólidos urbanos e dos resultados alcançados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei 12.305/2010
Análise da problemática relacionada à destinação final dos resíduos sólidos urbanos e dos resultados alcançados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei 12.305/2010
Análise da problemática relacionada à destinação final dos resíduos sólidos urbanos e dos resultados alcançados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei 12.305/2010
O Brasil luta para organizar a problemtica relacionada aos
resduos slidos urbanos (lixo urbano) h, pelo menos, trs dcadas. A questo do lixo muita complexa e o seu adequado equacionamento exige atitudes corretas de todos os geradores e dos responsveis pela gesto: cidados, empresrios, governos municipais, estaduais e federal. Lamentavelmente, na maioria dos municpios a disposio se d pela simples descarga de lixo a cu aberto, sem nenhum tipo de medida de proteo do solo, das guas e do ar, nem tampouco da sade e do bem-estar da populao. A decomposio da matria orgnica do lixo produz um lquido ftido e cido - o chorume. Nos lixes, esse lquido infiltra-se no solo, colocando em risco as guas, tanto as superficiais, quanto as subterrneas. Essa decomposio provoca tambm a formao de gases, principalmente o gs metano (CH4), que pode causar diversos problemas ambientais, como a contaminao do solo e a poluio do ar. Alm de tudo isto, h ainda a questo social, originada pela presena de pessoas humanas nas regies dos lixes, atradas pela possibilidade de conseguirem, mesmo em condies indignas para um ser humano, alguma renda, por meio da catao de materiais ainda com algum valor econmico. Apenas por frequentarem tais locais, essas pessoas ficam expostas a contaminaes e a riscos para sua sade. O aterro sanitrio, ainda que no seja uma soluo definitiva, mitiga substancialmente os problemas ambientais, uma vez que so adotados cuidados tcnicos para evita-los, tais como: forro de manta impermevel para evitar a contaminao do solo e das guas pelo chorume e permitir o seu tratamento; captao e queima do gs metano ou at mesmo o seu aproveitamento para gerao de energia, nos aterros de maior porte. Diante da premente necessidade de solucionar-se os problemas do lixo urbano, foi instituda, em 2010, a Poltica Nacional de Resduos Slidos, por meio da Lei n 12.305/2010, que estabelece os seus princpios, objetivos e instrumentos. As regras, os princpios e os instrumentos que a Lei definiu para a concretizao dos objetivos nela delineados foram, poca, largamente divulgados.
A Lei previa um marco para o fim dos lixes no Brasil 2 de
agosto de 2014 -, alm de definir diversas outras aes, como a implantao da reciclagem, reuso, compostagem, tratamento do lixo e coleta seletiva nos municpios. Vencido este prazo, verifica-se que pouco avanos foram conseguidos. Infelizmente, a realidade ainda assustadora e preocupante: em mais da metade dos municpios brasileiros, a destinao final do lixo urbano ainda est sendo feita nos chamados lixes, sem qualquer cuidado com os prejuzos ambientais que esta prtica origina. A Lei n 12.305/2010, em seu art. 51, estabelece que: Art. 51. Sem prejuzo da obrigao de, independentemente da existncia de culpa, reparar os danos causados, a ao ou omisso das pessoas fsicas ou jurdicas que importe inobservncia aos preceitos desta Lei ou de seu regulamento sujeita os infratores s sanes previstas em lei, em especial s fixadas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e d outras providncias, e em seu regulamento. Por isto, a partir de 3 de agosto de 2014, os municpios que ainda no implantaram aterros sanitrios podem responder por crime ambiental, e sofrer multas de at R$ 50 milhes, alm do risco de no receberem mais verbas do governo federal. Os prefeitos, por sua vez, correm o risco de perder o mandato. Inicia-se agora uma nova temporada de debates sobre as causas que inviabilizaram os avanos legalmente preconizados e as medidas a serem adotadas. Parece evidente que a simples prorrogao do prazo ou a aplicao de multas e outras sanes aos governos municipais no resolver o problema. Transparece a necessidade de uma profunda reanlise da questo, com o diagnstico dos principais entraves que impediram a concretizao dos objetivos almejados pela Lei, uma vez que inadmissvel a convivncia com os problemas originados pela gesto inadequada de toda a problemtica relacionada com a produo, coleta, transporte, tratamento e destinao final dos resduos slidos urbanos. Prefeitos alegam falta de recursos e de capacidade tcnica para a implantao de aterros sanitrios e demais aes preconizadas pela Lei, o que pode ser real, em muitos casos. No entanto, h muito de falta de conscincia e vontade dos governantes para melhorar, pelo menos
parcialmente, essa questo. Solues simples, que requerem pouco
investimento, poderiam ter sido adotadas, por meio da integrao de esforos com a populao, comerciantes, empresrios, faculdades, escolas tcnica e colgios locais, tais como: 1. Instituio de um grupo de trabalho local, constitudo por representantes do municpio, do comrcio, dos empresrios, das faculdades, das escolas tcnicas e dos colgios, com o objetivo de analisar a situao local e propor medidas viveis de serem implementadas; 2. Implantao de coleta seletiva, viabilizao de local e implantao de unidade, mesmo que manual, para a separao dos materiais reutilizveis, o que permitiria a retirada dos catadores dos lixes, gerando meios de renda para essas pessoas em condies mais dignas: 3. Implantao de experimentos e projetos de compostagem, visando a reciclagem da parte orgnica do lixo e a produo de adubo orgnico de grande utilidade na recuperao dos solos; 4. Definio e implantao de um programa de limpeza pblica, com a participao de todos os setores da sociedade local; 5. Integrao de esforos de municpios vizinhos, visando a utilizao conjunta de aterros sanitrios, projetos de compostagem, unidades de separao de materiais reutilizveis etc. Por ltimo, enfatize-se que a questo dos resduos slidos urbanos deve ser encarada com seriedade e disposio, principalmente pelo governantes municipais, que devem exigir o apoio tcnico e financeiro das esferas estaduais e federal, mas tambm devem se esforar para avanar na soluo dos problemas, com criatividade e integrao dos recursos, humanos e materiais, existentes em seus prprios municpios. Para aqueles municpios que no atenderam s determinaes da Poltica Nacional de Resduos Slidos, talvez seja interessante que os prefeitos tomem a iniciativa de propor e firmar termos de ajustamento de conduta com o Ministrio Pblico, para evitar eventuais aplicaes das penalidades legalmente previstas.
BAENINGER, Rosana. Rotatividade Migratória Um Novo Olhar para As Migrações Internas No Brasil. REMHU, Rev. Interdisciplinar Da Mobilidade Humana, Brasília