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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
AFS
Nº 70027711183
2008/CÍVEL
DENEGADA A SEGURANÇA.
M.I.V.L. IMPETRANTE
..
J.D.1.V.I.J.C.P. COATOR
..
M.P. INTERESSADO
..
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
Acordam os Desembargadores integrantes da Oitava Câmara
Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em denegar a
segurança.
Custas na forma da lei.
Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes
Senhores DES. CLAUDIR FIDÉLIS FACCENDA (PRESIDENTE) E DES.
JOSÉ ATAÍDES SIQUEIRA TRINDADE.
Porto Alegre, 26 de março de 2009.
AFS
Nº 70027711183
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RELATÓRIO
DES. ALZIR FELIPPE SCHMITZ (RELATOR)
Trata-se de Mandado de Segurança interposto por Motel I.V.
contra o ato do Juiz de Direito da Infância e Juventude do Foro Central da
Comarca de Porto Alegre, alegando que está sofrendo coação ilegal.
O impetrante, em suas razões, aduziu que adquiriu a empresa
Motel I.V sem conhecimento da Ação Civil Pública ajuizada em face do
referido estabelecimento, em virtude da exploração sexual infantil. Assim,
alegou que o trânsito em julgado da demanda com a condenação do
estabelecimento ao pagamento de multa, bem como a sua interdição pelo
prazo de 30 (trinta) dias, configura coação ilegal, porquanto não há
possibilidade de a nova administração ser penalizada pelos atos da
administração anterior. Nesse sentido, sustentou que a execução do julgado
fere os princípios constitucionais da individualização da pena, da finalidade,
da motivação, da ampla defesa, do contraditório, da publicidade e da livre
iniciativa privada. Isso porque, a demanda foi ajuizada contra a
administração do Motel I.V. sob a égide da atividade empresarial de Andréa
Lúcia D. S. ME, e não em face da sua atual personalidade jurídica.
Desse modo, requereu a suspensão liminar do ato coator, ou
seja, sem interdição ou cobrança da multa, e o regular processamento do
feito com a concessão da segurança pretendida.
O mandamus foi recebido e a liminar indeferida.
O impetrante interpôs embargos de declaração que restaram
desacolhidos.
O impetrante interpôs agravo regimental, o qual não foi
conhecido.
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VOTOS
DES. ALZIR FELIPPE SCHMITZ (RELATOR)
A parte interpôs o presente remédio constitucional com o
escopo de inviabilizar a interdição do estabelecimento comercial Motel I.V.,
bem como a sua condenação ao pagamento de multa, atos decorrentes do
trânsito em julgado da Ação Civil Pública manejada contra o referido
estabelecimento.
Em suas razões, sustentou a ilegalidade da coação porque a
Ação Civil Pública foi ajuizada contra a antiga administração. Nessa linha,
afirma que a execução das sanções não pode prosperar, uma vez que o ato
coator se destina a outra personalidade jurídica.
Conforme já expendido nas razões de indeferimento do pleito
liminar, não assiste razão ao impetrante.
Isto porque, o que ocorreu foi o trespasse do estabelecimento
comercial, que transfere ao adquirente o ponto comercial, aviamento, bens
de capital, clientela e outros, mas, sobretudo, sub-roga os contratos e
transforma o adquirente em responsável pelas dívidas, mesmo que
anteriores à transferência, seguindo o alienante como devedor solidário.
Outrossim, saliento a data do acórdão que manteve a
condenação do estabelecimento na Ação Civil Pública, 02 de outubro de
2008 – fls. 1369-1373 – porque segundo a informação transmitida pela
Receita Federal, em 20 de novembro de 2008 a suposta alienante
continuava figurando como nome empresarial do estabelecimento e em
situação cadastral ativa – fl. 14.
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