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Após quatro dias na Argentina, Carlos Sousa teve finalmente um primeiro cheirinho a rali, cumprindo ao
final da tarde de hoje, no complexo de La Rural, bem no coração da capital Buenos Aires, as obrigatórias
verificações administrativas e técnicas que antecedem a partida oficial do Argentina-Chile Dakar 2010.
Dentro de aproximadamente duas semanas, o mesmo local será também palco da chegada dos
sobreviventes desta longa e dura maratona, num total de 9.030 quilómetros de percurso, dos quais
4.810 cronometrados e divididos por 14 etapas…
Apesar de perfeitamente familiarizado com o ritual, ou não fosse já esta a sua 12ª participação na prova
– embora a primeira no actual figurino sul-americano – o piloto português precisou de mais de três
horas para ultrapassar todos os trâmites administrativos e técnicos impostos pela Organização, numa
longa e pausada caminhada que apenas terminou já ao início da noite, com a colocação do seu
Mitsubishi Racing Lancer em Parque Fechado.
“Está feito”, desabafou Carlos Sousa, já no caminho de regresso ao hotel, a pouco mais de cinco
minutos a pé do local onde está montado o palanque de partida. “Foi um dia longo e um pouco
stressante, mas tudo correu sem problemas, de acordo com o previsto. Enfim, é um processo algo
moroso, mas essencial no início de cada do rali. A diferença é que num Dakar tudo é visto
pormenorizadamente, sendo precisos três dias para admitir cada uma das equipas inscritas. Este ano,
e apesar de uma ligeira queda no número de inscritos, vão apresentar-se à partida quase 400
concorrentes, entre carros, motos, quads e camiões”, sublinha Carlos Sousa.
“Nestes últimos dias, passamos o tempo a não saber o que fazer. Apesar das sessões de ginásio e dos
briefings com a equipa, sobra muito tempo livre e o que temos é vontade de iniciar já a prova”,
confessa Carlos Sousa, num dia em que se desdobrou em entrevistas com a imprensa local e
internacional, distribuiu os primeiros autógrafos e reencontrou alguns dos seus adversários, como por
exemplo, o norte-americano Robby Gordon, terceiro classificado na última edição.
“É um dos muitos adversários a ter em conta neste Dakar, se bem que os principais candidatos à
vitória estejam seguramente nas duas equipas oficiais do pelotão, casos do Carlos Sainz, Nasser Al-
Attiyah e Stéphane Peterhansel. Mas veremos como correm as coisas até ao dia de descanso, pois
acho que só nessa altura será possível perceber o potencial de cada uma das equipas e a forma como
elas evoluíram no defeso”, antevê Carlos Sousa, este ano a correr com o número 314 nas portas do seu
Mitsubishi.
Além de Carlos Sousa e do seu co-piloto, o francês Matthieu Baumel, cumpriram também hoje as
verificações administrativas e técnicas as restantes quatro duplas que completam a estreante JMB
Stradale Off Road.
Propriedade do francês Nicolas Misslin e tendo como “team-manager” o experiente Dominique Serieys,
um dos grandes responsáveis pelo impressionante recorde de 12 vitórias da ex-equipa oficial da
Mitsubishi, a JMB Stradale Off Road terá neste Dakar o apoio técnico e logístico de um camião 6x6 de
assistência rápida (inscrito na categoriaT4), quatro camiões 4x4 para transporte de peças e mecânicos e
ainda quatro jipes de apoio e um quinto para Imprensa, num total de 49 elementos.
CURIOSIDADE DO DIA
A equipa JMB Stradale Off Road, onde está incluído o piloto Carlos Sousa, tem previsto utilizar
neste Dakar cerca de 24 mil litros de gasolina e 340 pneus para os cinco carros que disputarão a
prova.