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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU


INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A PESSOA CERTA NO LUGAR CERTO

Por: Sandra de Castro do Valle

Orientadora
Profª Mary Sue Pereira

Niterói
2009
2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES


PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A PESSOA CERTA NO LUGAR CERTO

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do


Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para conclusão do curso de pós-
graduação “Lato Senso” em Gestão de Recursos
Humanos.
Por: Sandra de Castro do Valle
3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter-me dado


saúde e forças para concluir o curso, e
aos meus amigos que tanto me
ajudaram nas horas difíceis para que
eu pudesse chegar até aqui.
4

DEDICATÓRIA

....Dedico este trabalho a minha amiga


Leni Eli Medeiros que, por muitas vezes,
sabendo de minhas dificuldades física e
financeira, sempre me incentivou com seu
bom humor e exemplo de vida.
5

RESUMO

O trabalho a seguir tem como objetivo, mostrar que sempre


existe uma vaga certa para o candidato certo. Se alguns Processos Seletivos
não estão acertando ao que se propõe, algumas decisões precisam ser
tomadas com relação aos profissionais encarregados do processo.

Hoje em dia as empresas necessitam de um RH atuante, com


profissionais capacitados e ferramentas sempre atualizadas. Vai longe o tempo
em que o “Setor de Recursos Humanos” exercia apenas a função de organizar
a folha de pagamento, atualizar promoções de acordo com o ”quadro de
cargos e salários” da empresa, contratar e demitir funcionários.

O Departamento de Recursos Humanos tem como principal


atividade, o Processo de Recrutamento e Seleção de pessoas, seja interno,
externo ou misto. O Processo seletivo tem a responsabilidade de filtrar
profissionais capacitados, para atender a vaga da área solicitante, utilizando
com transparência todas as ferramentas que fazem parte desse processo.

Existem muitos profissionais disponíveis no mercado, mas


poucos são os qualificados, e as organizações a cada dia que passa, exigem
mais e mais do mercado de recursos humanos. Vivemos a realidade
trabalhista em que a “procura é maior que a oferta”. Qualquer falha no
processo de seleção, por conta da grande demanda de profissionais no
mercado, pode vir a acarretar sérios danos tanto para a organização quanto
para o candidato.

“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência


em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e
vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis”.

José de Alencar

METODOLOGIA
6

Falar sobre os erros e acertos de um Processo Seletivo


sempre foi meu objetivo desde o início do curso. As conversas que sempre
ouvia na sala de lanches do local onde trabalhei, despertaram-me a
curiosidade de saber como pessoas com objetivos e perfis tão contraditórios
ao cargo que ocupavam, poderiam estar ali trabalhando, atendendo pessoas e
“odiando” o que estavam fazendo? Como conseguiram passar por todo o
Processo de Recrutamento e Seleção? Porque candidataram-se a vaga se não
era o que queriam?

Foi então que comecei a buscar maiores informações em


livros, artigos postados na internet, revistas especializadas, etc. Procurei
informações em todos os lugares onde poderiam estar para poder descobrir a
resposta.

Sempre que circulava pelo comércio, quando entrava em


alguma loja para comprar algo, aproveitava o momento e entrevistava o
vendedor, ou as atendentes dos consultórios por onde passava, amigos que
trabalham na Empresa CONTAX (empresa de Call Center), e assim fui
enriquecendo meu material para elaborar o trabalho a seguir.

SUMÁRIO
7

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A História do Processo Seletivo 11

CAPÍTULO II - O Recrutamento 15

CAPÍTULO III – A Seleção 27

CAPÍTULO IV – Técnicas de Seleção 34

CAPÍTULO V - Ética no Processo 42

CONCLUSÃO 46

BIBLIOGRAFIA 54

ANEXOS 49

ÍNDICE 48
8

INTRODUÇÃO

Um profissional insatisfeito com o cargo que ocupa trabalha


desmotivado; é comum encontrarmos no mercado em geral, pessoas certas
em lugares errados impactando assim os resultados da empresa. Um
Processo Seletivo bem estruturado não deixa passar este tipo de falha,
facilmente detectado durante o processo. Por esse motivo as empresas estão
investindo cada vez mais na capacitação dos profissionais de RH, contratando
psicólogos especializados em seleção de pessoas e, em alguns casos,
terceirizando todo o processo.

Por que selecionar pessoas? O diferencial competitivo das


organizações é a qualidade de seu pessoal. Pessoas podem e devem ser
aproveitadas de acordo com suas habilidades e competências.

Chiavenato propôs em 1983 que a seleção de Recursos Humanos


poderia ser definida singelamente como a escolha do homem certo para o
cargo certo, ou, mais amplamente entre os candidatos recrutados para um
processo seletivo, aqueles mais adequados aos cargos existentes da
organização visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho no
quadro de pessoal Esta afirmação sugere que o papel primordial do
selecionador de pessoal fosse então, garantir enquanto estratégia de gestão
de Recursos Humanos, a eficiência das atividades mediadas por organismos
dentro das organizações, mantendo ou elevando a produtividade via seleção
de perfil psicológico.

O autor sugere ainda, um caminho para que os objetivos acima


fossem atingidos, este visa caracterizar a seleção de pessoal fundamentando-
se em dados e informações a respeito de um determinado cargo a ser
preenchido, ou seja, onde as exigências de seleção deveriam basear-se nas
especificações do cargo cuja finalidade é dar maior objetividade e precisão ao
processo de seleção de pessoal, cruzando posteriormente, informações do
ambiente (que compõe o cargo a exercer) x informações psicológicas de
candidatos (na época chamado de personalidade, comportamentos,
cognições, características pessoais, a depender da escola / abordagem
9

teórica) para coleta de dados e finalmente, a escolha do candidato certo para o


cargo certo.

É imprescindível que se tenha a ciência da importância de não


cometer erros durante a contratação. É preciso desenvolver um trabalho
focado na necessidade de também realizar um Processo de Seleção especial
e personalizado para cada cargo. Isso porque é durante esta fase que se
consegue identificar, através de testes psicológicos de personalidade e de
entrevistas, não só informações que vão dizer se o candidato preenche os
requisitos da vaga, mas, principalmente, se ele se enquadra à cultura da
organização. Dessa forma é possível erradicar uma série de falhas que
venham a comprometer o processo de contratação, como também detectar os
valores do profissional que no futuro poderão ser essenciais para a empresa.

Um exemplo de benefício da fase de seleção é a verificação do nível


de resiliência do candidato, ou seja, a sua aptidão para não só se adaptar a
novas situações como também de prosperar durante as mudanças, reagindo
prontamente a elas. Quando enfrenta dificuldades e mudanças, uma pessoa
resiliente recupera seu equilíbrio mais rapidamente, mantendo seu alto nível
de qualidade e de produtividade no trabalho, preservando sua saúde física e
emocional.

Detectar características de personalidade como esta, e outras


também, no candidato é de fundamental importância, partindo do princípio de
que os profissionais estão ficando muito parecidos do ponto de vista técnico:
formação superior, falar inglês, possuir uma pós-graduação etc., o que vai
diferenciá-lo de outro candidato é quem ele é como pessoa, suas atitudes,
uma vez que poucas empresas estão dispostas a manter alguém super
qualificado se o seu comportamento é reativo, por exemplo.

O Gestor de RH que tiver a consciência de que não dá para acertar


sempre, pois o ser humano é muito complexo e encontrar talentos não é fácil,
poderá confiar que, fazendo um trabalho sério, que possua como foco a
qualidade no recrutamento e seleção, poderá atingir o objetivo máximo de
tornar a empresa competitiva e lucrativa.
10

Mais do que nunca, contratar e reter talentos são processos que


exigem muito profissionalismo. Para serem bem sucedidas, as organizações
necessitam das pessoas certas, na quantidade certa, na hora certa. Assim,
atrair essas pessoas é o resultado de um sistema de recrutamento

CAPÍTULO I

A HISTÓRIA
11

Segundo Marcus Vinícius Rodrigues (Head-Hunter e Consultor de


RH no que tange a Processo Seletivo e Prospecção de Profissionais) – Onde
se inicia uma organização? É uma questão que em nada se assemelha à
pergunta: “Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?”. Isso porque, para a
primeira pergunta, possuímos uma resposta imediata e incontestável, ao passo
que, para a segunda, ainda não se conhece a resposta.

Toda e qualquer organização seja ela grande ou pequena, nacional


ou multinacional, nasce com o desejo de uma pessoa ou grupo de pessoas a
fim de realizar algo. Realizar algo com a finalidade de se obter o lucro
(entidade com fins lucrativos), ou se obter algum benefício para a sociedade
ou parte da mesma (entidade sem fins lucrativos).

Mas, o que importa mesmo é o desejo de uma pessoa ou grupo de


pessoas de realizar algo. E deste ponto, a organização cresce com a
contratação ou admissão de novas pessoas. Logo, tudo se inicia e continua
através do elemento humano.

É esse o foco! Contratar! Admitir! Ser contratado! Ser admitido!

Há bem pouco tempo atrás, o trabalho de recrutamento e seleção era


feito pelo DP (Departamento de Pessoal) da Empresa. Não havia o Setor de
Recursos Humanos. O método era simples: a empresa tinha um “banco” de
cadastro de candidatos e, à medida que as vagas iam surgindo, o DP
convocava o candidato para uma entrevista simples, sem muita complexidade,
apenas provas básicas de português, matemática e conhecimentos gerais.
Passando no processo, então o candidato entrava no “período de experiência”,
sem nenhuma garantia trabalhista e, em algumas empresas, sem nenhuma
remuneração. Era um período de aprendizado para o cargo. Mas as Leis
Trabalhistas mudaram esta situação.

Em uma economia cada vez mais globalizada, as técnicas tornam-se,


cada vez mais parecidas, os produtos, cada vez mais similares, e então, o
Fator Humano torna-se um item, cada vez mais decisivo no sucesso de uma
corporação.
12

As necessidades do mercado fizeram surgir o Profissional de


Recrutamento e Seleção, exercendo ele um papel fundamental na formação
do quadro de profissionais de uma empresa, utilizando métodos para avaliação
do comportamento humano na identificação das características ideais às
vagas em aberto.

Durante muito tempo, todo o foco dos Processos Seletivos


centravam-se em avaliar aspectos técnicos, descuidando de outros critérios
que presentemente são reconhecidos como indispensáveis ao sucesso dos
profissionais nas empresas e das próprias empresas no mercado. Entre eles,
vale destacar postura, capacidade de comunicação, personalidade,
adaptabilidade, resiliência, criatividade e o comprometimento com a atividade e
com a organização.

Sendo assim, podemos concordar que o Recrutamento e Seleção é


um momento que propõe desafios para ambas as partes e requer dos dois
lados preparo, conhecimento, vontade, atenção e maturidade. Mas é o RH que
assume a dura tarefa de atender as exigências da empresa e de ser
socialmente responsável no trato com o candidato.

Tempos atrás apenas o conhecimento técnico era necessário para


ser contratado. Hoje este paradigma vem mudando, pois a organização
precisa mais do que um profissional qualificado tecnicamente, precisa de
pessoas com comportamentos e atitudes adequados a cultura, a missão, a
visão e aos objetivos da empresa.

Selecionar pessoas não é uma tarefa fácil. Selecionar pessoas é


comparar seres completamente desiguais. Para tal, o profissional de recursos
humanos deve cercar-se de cuidados, para diminuir a subjetividade na hora da
comparação.

Diferente do passado, as áreas de recursos humanos nos dias de


hoje, além de exigirem competência técnica dos candidatos, procura pessoas
com habilidades e atitudes muito específicas às necessidades que demanda a
vaga.
13

Recrutar e Selecionar pessoas, não pode ser caracterizado como um


simples processo de rotina dentro de uma organização. É muito mais que isso.
Recrutar e Selecionar pessoas certas para o lugar certo garante o crescimento
da empresa no mercado, diminui a rotatividade, cria vínculos de
responsabilidades em ambas às partes com o mesmo objetivo: a
produtividade.

O processo de recrutar e selecionar pessoas evoluiu por força das


necessidades das organizações que, impulsionada pela demanda do mercado,
exige cada vez mais qualificação e especialização dos candidatos.

O interesse do candidato pela aquisição de conhecimento, seu


acesso a treinamentos, o desenvolvimento de habilidades ou atitudes não
podem ser observados simplesmente nas linhas de um currículo, durante o
recrutamento. Prever as entrelinhas deste currículo e detectar quais são as
características e a postura deste candidato no seu dia-a-dia, somente é
possível através do trabalho amplo da seleção.

Atualmente algumas empresas optam pela terceirização por não


terem em seu staff uma equipe disponível e capacitada para desenvolver tal
trabalho, pois sabe-se o quanto são enxutas na área de RH. Ou seja, o
mercado de RH cresceu tanto que fez surgir um novo ramo de negócios: a
Terceirização de Processos Seletivos.

“Mas delegar a contratação exige tanta responsabilidade quanto à de


contratar diretamente - afinal, terceirizar também inclui escolher entre muitas.
Em virtude dessa necessidade do mercado, a empresa deve buscar um
parceiro que esteja sempre atualizando seus serviços, empregando em seus
processos as mais recentes técnicas e metodologias, além de oferecer laudos
que contenham os principais aspectos da personalidade do candidato, o que
assegura a transparência do trabalho. Lembrando-se que é imprescindível a
participação ativa da organização no processo seletivo também entrevistando
e passando o candidato pela aprovação de outras pessoas da empresa e do
setor solicitante.”(Alessandra Nanias – FGV)
14

A tecnologia da informação – TI veio de encontro às necessidades do


RH, no sentido de captação de talentos e a pesquisa do cargo no mercado
(coleta de informações sobre os requisitos e características essenciais ao
cargo a ser preenchido, por se tratar de algum cargo novo ou cujo conteúdo
esteja fortemente atrelado ao desenvolvimento tecnológico). Modernamente as
empresas estão fazendo benchmarking, isto é, comparando os seus cargos
com a estrutura dos cargos das empresas bem sucedidas no mercado no
sentido de desenhá-los às novas demandas do mercado.
15

CAPÍTULO II

O RECRUTAMENTO

Segundo Chiavenato-2009 “Recrutamento é um conjunto de técnicas


e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e
capazes de ocupar cargos e oferecer competências para a organização”.
Recrutamento também pode ser definido como “o conjunto de atividades
desenhadas para atrair um conjunto de candidatos qualificados para uma
organização” (Schermerhorm).

Existem muitas definições para Recrutamento, mas em todas


podemos perceber a importância desse processo para os planos de
crescimento e desenvolvimento da organização.

O Recrutamento envolve um processo que varia conforme a


organização. O inicio do processo de recrutamento depende de decisão da
linha. Em outras palavras, o órgão de recrutamento não tem autoridade de
efetuar qualquer atividade de recrutamento sem a devida tomada de decisão
por parte do órgão que possui a vaga a ser preenchida.

É uma atividade que tem por objetivo imediato atrair candidatos, entre
os quais serão selecionados os futuros participantes da organização. Dentro
desse conceito, recrutamento é uma atividade de relações públicas e de
envolvimento da organização com a comunidade que a rodeia.
(Chiavenato,2009).

O Recrutamento tem como princípio básico, divulgar o perfil da vaga a


ser preenchida. Ele é elaborado a partir das necessidades presentes e futuras
dos Recursos Humanos da organização. Cabe ao recrutamento suprir a
seleção de candidatos em quantidade e qualidade para um bom
funcionamento do processo de seleção.

Hoje o profissional de recursos humanos é obrigado a interagir com o


solicitante da vaga para entender a complexidade da mesma, do contrário
16

esse profissional não terá condições de assessorar corretamente o solicitante


da vaga.

O profissional de recursos humanos deve dispor de um conjunto de


elementos a fim de tornar todo o processo menos subjetivo e mais pragmático.

Estes cuidados passam por:

• Ter a descrição do cargo da vaga em aberto;

• Conhecer os pré-requisitos da vaga em aberto;

• Conhecer os principais desafios esperados pela área solicitante;

• Ter a percepção correta do perfil comportamental esperado/desejado;

• Conhecer a cultura, os valores e os princípios, não só da empresa, mas


da área, bem como da equipe da vaga em aberto;

• Conhecer (e entender) a missão, a visão, os objetivos estratégicos, os


princípios da empresa para não contratar “um estranho no ninho”; e

• Buscar sempre a participação do solicitante da vaga. Sem esta


participação o processo seletivo ficará comprometido.

Devemos entender que a tarefa de Recrutar e Selecionar profissionais


é estratégica. Esta atividade deve ser entregue a área de Recursos Humanos
e essa tem que estar preparada para assumir esse desafio. Recrutar e
Selecionar pessoas no mercado, é uma atividade com metodologia própria e
não pode ser encarada como um evento pontual, subjetivo e sem importância.

2.1 – FONTES DE RECRUTAMENTO


17

O problema básico do recrutamento é diagnosticar e localizar as


fontes supridoras de recursos humanos no mercado, que venha atender
especificamente as necessidades da empresa. Existem muitas empresas que
possuem um banco de cadastro de profissionais em todas as áreas e
disponibilizam essas informações às empresas interessadas. Mas a
organização, além dessas empresas, precisa ir em busca de outras fontes
supridoras de recursos humanos, que são inúmeras.

• Banco de dados de candidatos e indicação de funcionários

• Periódicos internos

• Contatos e divulgação em escolas, universidades e agremiações

• Comunicado em reuniões de gerência

• Agências de recrutamento (headhunters)

• Memorando do RH diretamente às chefias (papel ou eletrônico)

• Anúncios em jornais e revistas especializadas

• Painéis de comunicação institucional (inclusive meios eletrônicos)

• Internet ou recrutamento virtual através do site da empresa

O recrutamento requer um cuidadoso planejamento. O RH precisa


saber o que a organização precisa em termos de pessoas, o que o mercado
de RH pode oferecer, onde localizar as fontes e quais as técnicas de
recrutamento deverão ser aplicadas. O planejamento do recrutamento tem,
pois, a finalidade de estruturar o sistema de trabalho a ser desenvolvido.

2.2 – RECRUTAMENTO INTERNO


18

“O recrutamento é interno, quando a empresa procura preencher


determinada vaga ou oportunidade por meio de remanejamento de seus
próprios funcionários que são promovidos (movimentação vertical), ou
transferidos (movimentação horizontal) ou ainda, transferidos com promoção
(movimentação diagonal).” (Chiavenato,2009).

É aquele que privilegia os próprios recursos humanos da empresa.


Isto é, a divulgação das necessidades (vagas em aberto) é informada por meio
de comunicação – memorandos ou cartazes -, em todos os quadros de avisos
da empresa, ou ainda através de sistema informatizado – Intranet.

O que diferencia este processo é o fato de que o candidato interno já


conhece a empresa e está mais focado nas competências necessárias para
ocupar outro cargo dentro da organização. No entanto, esta não é a única
premissa, deve-se também levar em consideração as condições de igualdade
entre o candidato interno e o candidato externo.

O recrutamento interno exige o conhecimento prévio de uma série de


dados importantes, tais como:

• Resultados das avaliações do desempenho do candidato interno;

• Resultados dos programas de treinamento que o candidato participou;

• A análise e descrição do cargo atual do candidato e do cargo que se


está considerando; etc.

Quando as empresas optam por um processo de recrutamento interno


com critérios bem definidos e justos, vão estimular os seus colaboradores na
busca da excelência, reconhecendo a melhoria dos seus conhecimentos, e o
aumento de suas competências.

Este método possui algumas vantagens face ao recrutamento


externo, nomeadamente é mais econômico, mais rápido, e principalmente é
uma fonte
19

de motivação. Nem sempre a contratação do melhor candidato externo garante


a excelência do seu desempenho, pois existem variáveis ligadas à sua
adaptação à empresa e que podem influenciá-lo. O candidato interno já está
alinhado aos valores, missão e visão da empresa, com isso o período de
adaptação ao novo cargo é mais reduzido.

1 - VANTAGENS

As principais vantagens que o recrutamento interno pode trazer são:

• É mais econômico para a empresa - a empresa evita despesas com


anúncios, honorários de consultoria externa, custo da seleção, custo da
admissão etc.

• É mais rápido - neste caso, o empregado podendo ser transferido ou


promovido de imediato, evita as demoras do recrutamento externo
como: expectativa na resposta de um anúncio, a demora natural de um
processo de admissão, exame médico admissional, etc.

• É motivacional para os profissionais da empresa - talvez seja a


vantagem mais importante neste processo, pois eleva a moral interna.
Na existência de uma consistente política de recrutamento interno,
promove-se um espírito de auto desenvolvimento, estimulando aos
demais, aqueles não escolhidos, a busca da excelência.

• Aproveita os investimentos da empresa em treinamentos - os custos


com o treinamento são compensados com a diminuição dos custos com
o recrutamento, seleção e integração dos profissionais provenientes do
mercado.

• Desenvolve um sadio espírito de competição entre o pessoal – os


funcionários são estimulados e valorizam a empresa.

• É uma maneira de reter talentos na empresa.

2 – DESVANTAGENS
20

O recrutamento interno também traz algumas desvantagens, por isso


todas as possibilidades devem ser analisadas criteriosamente pelo RH.

• Podemos apontar como uma das principais desvantagens o conflito de


interesses ou Egoísmo da Chefia: Esta pode "esconder" um (s)
funcionário (s) de confiança para não "perdê-lo".

• Depois da capacitação/treinamento do empregado, corre-se o risco de


perdê-lo para outras empresas. Além disso, em alguns casos, os chefes
preferem não transferir um profissional já treinado para uma posição
onde será novamente treinado e substituído por outro que ainda deverá
ser treinado.

• Pode conduzir ao “princípio de Peter” quando administrado


incorretamente. Segundo Laurence Peter quando as empresas
promovem incessantemente seus funcionários, elas podem elevá-los à
posição em que chegam ao máximo de sua incompetência. Na medida
em que um funcionário demonstra certa competência em algum cargo, a
organização premia seu desempenho e aproveita sua capacidade e o
promove sucessivamente até o cargo em que o funcionário, por se
mostrar incompetente, estaciona e a organização não tem meios de
retorná-lo a posição anterior. (Chiavenato,2009)

• Renovação de Idéias: O recrutamento interno é questionado pela falta


de oxigenação, ou seja, pela falta de contratação de profissionais
oriundos do mercado, que com suas experiências possam agregar
novos valores e/ou idéias à empresa.

• Se a Organização não oferecer oportunidades de crescimento no


momento adequado, corre-se o risco de frustrar os empregados.

• Tende a criar uma atitude negativa nos empregados que não


demonstrarem condições (ex.: chefes que não conseguiram “subir” mas
preferem funcionários com potencial limitado para evitar futura
concorrência).
21

Chiavenato conclui que, “a idéia de que a organização pode admitir um


aprendiz de escritório e promover todos quando o presidente se afasta, já foi
enterrada há muito tempo. Isso provoca uma grande descapitalização do
patrimônio humano da organização, ou seja, ela perde um presidente e ganha
um aprendiz de escritório novato e inexperiente. Para não prejudicar o
patrimônio humano, o recrutamento interno só pode ser efetuado na medida
em que o candidato interno a uma substituição tenha efetivamente condições
de no mínimo, igualar-se em curto prazo ao antigo ocupante do cargo.”

No Recrutamento interno ou externo, outros fatores importantes


precisam ser observados para que a seleção transcorra sem problemas, ou
seja, só irá para o processo de seleção o candidato que realmente atender as
necessidades do cargo. Caso contrário, muitos transtornos poderão ocorrer.

Há três fatores com impacto nas capacidades potenciais individuais: a)


atitude; b) competência técnica; c) capacidades cognitivas, estrutura de
personalidade ou comportamental e interesses.

• a) Atitude ou match organizacional - É o grau em que as atitudes,


valores e ética do candidato vão de encontro aos requeridos pela
função.

• b) Competência técnica ou skills match – é o grau em que a experiência


acadêmica, técnica e profissional vai de encontro aos requeridos pela
função. Existem muitas funções que exigem competências técnicas e
conhecimentos específicos. Muitas vezes considerar a experiência na
função como o mais importante, é um erro em se tratando de
conhecimento.

• c) Capacidades cognitivas, estrutura de personalidade ou


comportamental e interesses ou job match. - o job macht mede o grau
em que as capacidades cognitivas, interesses e traços de personalidade
vão de encontro aos requeridos para o sucesso numa determinada
função.
22

Numa escala maior, um dos mitos comuns do recrutamento é que as


pessoas inteligentes conseguem fazer qualquer coisa. A investigação em job
match provou que as pessoas têm um maior desempenho quando estão
completamente envolvidas nos desafios de uma determinada função. A não
ser que sejam continuamente fornecidas de desafios intelectuais, as pessoas
muito inteligentes podem ter um baixo desempenho.

As pessoas falham ou têm baixo desempenho numa determinada


função, não porque não a conseguem realizar, mas porque têm uma fraca
adequação à função (job match).

2.3 – RECRUTAMENTO EXTERNO

O recrutamento é externo quando a organização procura


preencher suas vagas com pessoas vindas de fora, ou seja, com candidatos
externos atraídos pelas técnicas de recrutamento (Chiavenato,2009).

É o processo de captação de recursos humanos no mercado de


recursos humanos, com o objetivo de suprir uma necessidade da empresa no
seu quadro de efetivos.

O recrutamento externo tem como objetivo buscar por profissionais


com novos e atualizados ideais, almejando uma inovação para a empresa. O
gestor e o recrutador devem fazer um acompanhamento muito minucioso dos
processos de recrutamento, pois de nada adianta não ter custos com
recrutamentos externos e recolocar um candidato interno erroneamente.

A busca por novos profissionais no mercado de trabalho pode agregar


em novos conhecimentos para a empresa, também se corre o risco de o
candidato externo ter omitido alguma informação de bastante relevância para a
empresa e vice-versa. Mas, com a grande rotatividade dos dias de hoje, o
profissional que busca por uma colocação tende a expor um maior número de
informações possíveis, e busca também informações das empresas.

As principais técnicas de recrutamento externo são as seguintes:


23

• a) Consulta aos arquivos ou bancos de talentos: os candidatos que se


apresentam espontaneamente ou que foram considerados em
recrutamentos anteriores devem ter um curriculum vitae (CV) ou uma
proposta de emprego arquivada.

• b) Agências de recrutamento: consulta a empresas especializadas


em recrutamento de pessoas.

• c) Anúncios em Jornais e Revistas especializadas.

• d) Viagens de recrutamento em outras localidades

• e) Contatos com sindicatos e associações de classe: embora não


apresente o rendimento dos sistemas já apresentados, tem a
vantagem de envolver outras organizações no processo de
recrutamento, sem elevação de custos.

Em geral, as técnicas de recrutamento são utilizadas


conjugadamente. Os fatores custo e tempo são extremamente
importantes na escolha da técnica ou do meio mais indicado para o
recrutamento externo. Quando o recrutamento externo é desenvolvido
de maneira contínua e sistemática, a organização pode dispor de
candidatos a um baixo custo de processamento.

Há uma estreita relação entre a rapidez das técnicas de


recrutamento e seu custo (Anexo I). (Chiavenato,2009)

Em outros termos, o custo do recrutamento aumenta na medida


em que se exige maior rapidez no encaminhamento dos candidatos.

1 – VANTAGENS

O recrutamento externo possui inúmeras vantagens, tais como:

• a) Funcionário novo, estimula os antigos funcionários.


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• b) Traz novas competências para a organização;

• c) Renova e enriquece os recursos humanos da organização,


principalmente quando a política é a de admitir a pessoa; com gabarito
igual, ou melhor, do que já existente na empresa;

• d) Uma das vantagens do recrutamento externo é a renovação de


idéias. É positiva a entrada de novos profissionais para trazerem idéias
renovadoras para a organização.

• e) "Aproveita os investimentos em preparação e desenvolvimento de


pessoal efetuado por outras empresas ou pelos próprios candidatos.
Isto não significa que a empresa deixa de fazer esses investimentos dali
para frente, mas que ela usufrua de imediato do retorno dos
investimentos já efetuados pelos outros. Tanto que muitas empresas
preferem recrutar externamente, pagando salários mais elevados
exatamente para evitar despesas adicionais de treinamento e
desenvolvimento e obter resultados de desempenho em curto prazo"

2 – DESVANTAGENS

O recrutamento externo também apresenta algumas desvantagens,


que precisam ser observadas cuidadosamente pela organização.

• Pode monopolizar as vagas e as oportunidades dentro da empresa,


frustrando o pessoal interno quanto ao encarreiramento das pessoas;

• Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a


estranhos.

• Requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos


externos: isto significa custos operacionais.

• Exige esquemas de socialização organizacional para os novos


funcionários.

• É mais oneroso, demorado e inseguro do que o recrutamento interno.


25

Geralmente afetam a política salarial da empresa, influenciando as


faixas salariais internas, principalmente quando a oferta e a procura de
recursos humanos estão em situação de desequilíbrio.

2.4 – RECRUTAMENTO MISTO

Segundo Chiavenato, na realidade, uma empresa nunca faz


apenas um recrutamento interno ou externo, ambos se complementam
surgindo o Recrutamento Misto, pois ao se fazer um recrutamento interno, o
funcionário deslocado para a posição (vaga), precisa ser substituído em sua
posição atual. Se for substituído por outro funcionário, o deslocamento produz
uma vaga que precisa ser preenchida.

O recrutamento misto pode ser adotado em três alternativas de


sistema:

• Inicialmente, recrutamento externo, seguido de recrutamento interno,


caso aquele não apresente resultados desejáveis.

• Inicialmente, recrutamento interno seguido de recrutamento externo, a


empresa dá prioridade a seus empregados na disputa das
oportunidades existentes.

• Recrutamento externo e recrutamento interno, concomitantemente: é o


caso em que a empresa está mais preocupada com o preenchimento da
vaga existente, porém existe preferência aos internos em caso de
igualdade de condições entre os candidatos.

O Gestor e o Recrutador devem fazer um acompanhamento muito


minucioso dos processos de recrutamento, pois de nada adianta não ter custos
com recrutamentos externos e recolocar um candidato interno erroneamente.

Não tendo urgência no fechamento de uma oportunidade, o mais


recomendável seria, principalmente em caso de incerteza ao fechar com um
candidato interno, realizar a abertura de um processo de recrutamento paralelo
mas com um público externo (recrutamento misto), para poder fazer uma
26

comparação quanto ao perfil dos candidatos, e verificar se não vale a pena


investir em treinamento e integração de um novo funcionário externo, portador
de novos conhecimentos e com um outro ritmo, trazendo novas informações
para empresa, que podem auxiliá-la na busca pela constante inovação. A
busca por novos profissionais no mercado de trabalho pode agregar em novos
conhecimentos para a empresa, também se corre o risco de o candidato
externo ter omitido alguma informação de bastante relevância para a empresa
e vice-versa.

Com a grande rotatividade dos dias de hoje, o profissional que busca


por uma colocação tende a expor um maior número de informações possíveis
em seu currículo e, da mesma forma, buscar informações da empresa que
está oferecendo a vaga.

CAPÍTULO III

A SELEÇÃO

"Todos os homens são iguais, mas não existem dois homens


semelhantes."

Seleção de Pessoal é o processo pelo qual uma organização


escolhe, de uma lista de candidatos, a pessoa que melhor alcança os critérios
27

de seleção para a posição disponível, considerando as atuais condições de


trabalho. Também se pode definir como uma atividade de responsabilidade do
RH da organização, que tem por finalidade escolher, sob metodologia
específica, candidatos a emprego recebidos pelo setor de recrutamento, para o
atendimento das necessidades internas da empresa. Existem outras tantas
definições como veremos a seguir.

A maioria dos autores descreve que seleção é o processo de escolha


de candidatos entre aqueles recrutados.

“O processo de Seleção é uma série de passos específicos, para


decidir que candidatos recrutados, ou seja, é nesse processo que ocorre a
filtragem do candidato que realmente fará parte do quadro de funcionários de
uma organização”. (Wether e Davis,1983,p.171)

"Considera como a escolha do homem certo para o cargo certo, ou


mais amplamente, entre os candidatos àqueles mais adequados aos cargos
existentes na empresa, visando manter ou aumentar a eficiência e o
desempenho do pessoal".

"É o processo pelo qual são escolhidas as pessoas adaptadas a uma


determinada tarefa ou esquema operacional".

A tarefa da seleção na organização é a de escolher, entre os


candidatos recrutados aqueles que tenham maiores probabilidades de ajustar-
se ao cargo vago. Assim, o objetivo básico do recrutamento é abastecer o
processo seletivo de sua matéria prima básica: os colaboradores. Já no caso
da seleção de colaboradores é o de escolher e classificar os candidatos
adequados às necessidades da organização.

O processo seletivo é fundamentado na exploração de três elementos


essenciais a avaliação de potencial. São eles:

• Cognitivo: é a exploração de conhecimentos específicos ou não;

• Psicológico: procura explorar o caráter e a personalidade do candidato e


sua capacidade de raciocínio, além dos elementos relacionados à
28

sociabilidade, à ética, à adaptação, ao ajustamento e a interação do


candidato;

• Motor: é caracterizado pela exploração de habilidades especificas, ou


ainda, experiência acumulada. Nesse caso, são desenvolvidos testes
visando avaliar o desempenho do candidato ou a performance no que
diz respeito a certas tarefas específicas.

A seleção dentro de uma organização tem como função básica,


resolver problemas como a adequação do homem ao cargo e a eficiência do
homem no cargo.

3.1 - O PROCESSO DE SELEÇÃO

Todo processo de seleção de pessoal baseia-se fundamentalmente


na análise comparativa de dois campos:

a) Exigências do Cargo > São as características que o cargo exige do

profissional em termos de conhecimentos,

habilidades e atitudes para o bom desempenho

das funções.

b) Características do candidato > É o conjunto de conhecimentos, habilidades

e atitudes que cada candidato possui para

desempenhar as suas tarefas.

Compõem-se de trabalhos de prospecção ou coleta de informações e


dados de cada indivíduo, em particular, na tentativa de conhecê-lo extrínseca e
intrinsecamente. Para possibilitar essa análise dos indivíduos, o selecionador
dispõe de dois instrumentos que são:

a) Entrevista de seleção > Objetiva detectar dados e informações dos

candidatos a vaga , subsidiando a avaliação do


29

do processo seletivo. Atualmente a entrevista de

seleção é considerada o instrumento mais

importante do processo.

b) Testes diversos de aferição > Existe uma grande variedade de testes

utilizados pelos selecionadores, como

instrumentos acessórios à entrevistas de

seleção. Quanto à finalidade, as

organizações adotam, entre outros, os

seguintes tipos de testes:

• Teste prático: geralmente é utilizado para avaliar um determinado


conhecimento ou prática de trabalho.

• Teste situacional: tem a propriedade de avaliar candidatos em


determinadas situações práticas do dia-a-dia no trabalho.

• Teste psicológico: é o instrumento que permite ao psicólogo prospectar,


mensurar e avaliar características específicas dos indivíduos.

• Teste grafológico: análise da escrita (grafia) individual, através da qual


pode-se concluir sobre dezenas de traços de personalidade

• “Dinâmica de grupo: atualmente tem sido muito utilizado nos processos


seletivos. Na técnica de dinâmica de grupo os candidatos são reunidos
numa sala onde, sob a coordenação de um profissional especializado e
alguns assistentes (observadores), serão submetidos a um exercício ou
teste situacional que permita avaliar as ações e reações de cada um
com relação a um perfil esperado” (Marras, 2000).

Os procedimentos de um processo seletivo permitem identificar as


características de cada pessoa e avaliar não apenas suas competências
técnicas, mas, sobretudo, sua capacidade de trabalho, suas motivações
30

profundas, suas reações em face das regras preconizadas pela empresa e sua
capacidade de integração.

As pessoas envolvidas no processo seletivo devem possuir uma auto-


percepção e uma autocrítica muito desenvolvidas, a fim de que não se deixem
influenciar pelos seus valores pessoais, preconceitos e estereótipos
(impressões), levando-as a uma avaliação superficial, atrelada aos seus
critérios pessoais, desconsiderando as estratégias e os objetivos
organizacionais.

3.2 – MODALIDADES DO PROCESO SELETIVO

A) Seleção como um processo de comparação

“A fim de resguardar a objetividade e a precisão, a seleção, do ponto


de vista de seu processamento, deve ser tomada como um processo de
comparação entre duas variáveis: os requisitos do cargo(requisitos que o
cargo exige de seu ocupante) e o perfil das características dos candidatos que
se apresentam” (Chiavenato – 2009).

B) Seleção como um processo de decisão

Em relação ao órgão de seleção Chiavenato, relata que o órgão de


seleção interfere no processo de decisão sempre que houver grande volume
de candidatos, por meio de estudos e de validade, no sentido de aumentar a
probabilidade de acertos, na estimação de eventos futuros.

“Feita a comparação entre as características exigidas pelo cargo e as


oferecidas pelos candidatos, pode acontecer que vários destes tenham
condições aproximadamente equivalentes para serem indicados ao órgão
requisitante para ocupar o cargo vago. O órgão de seleção (staff) não pode
impor ao órgão requisitante a aceitação dos candidatos aprovados no
processo de comparação” (Carelli).

Como um processo de decisão, a seleção de pessoal comporta três


modelos de comportamento:
31

• 1) Modelo de colocação: quando não inclui a categoria de rejeição.


Nesse modelo há um só candidato e há uma só vaga, que deve ser
preenchida por aquele candidato. Em outros termos, o candidato
apresentado deve ser admitido sem sofrer rejeição alguma.

• 2) Modelo de seleção: quando existem vários candidatos e apenas uma


vaga a preencher. Cada candidato é comparado com os requisitos
exigidos pelo cargo que se pretenda preencher, ocorrendo duas
alternativas: aprovação ou rejeição. Se rejeitado, é dispensado do
processo, porque, para o cargo vago, há vários candidatos, e apenas
um poderá ocupá-lo.

• 3) Modelo de classificação: é a abordagem mais ampla e situacional, em


que existem vários candidatos para cada vaga e várias vagas para cada
candidato. Cada candidato é comparado com os requisitos exigidos pelo
cargo que se pretende preencher. Ocorrem duas alternativas para o
candidato: ser aprovado ou rejeitado para aquele cargo. Se rejeitado
passa a ser comparado com os requisitos por outros cargos que se
pretende preencher, até se esgotarem os cargos vagos, advindo daí a
denominação classificação. Para cada cargo a ser preenchido ocorrem
vários candidatos que o disputam, sendo que apenas um deles poderá
ocupá-lo, se vier a ser aprovado.

3.3 - SELEÇÃO POR COMPETÊNCIA

Hoje em dia a seleção por competências vem ganhando espaço


nas organizações. Isso porque através dela, as chances de erro no processo
de seleção diminui, sendo capaz de medir cada habilidade que os indivíduos
possuem para um bom desempenho no cargo.

Entre as vantagens da seleção por competências destacam-se:

• Mais objetiva, processo sistemático;

• Maior facilidade na avaliação do desempenho futuro;


32

• Maior garantia de uma contratação de sucesso;

• Maior adequação do profissional à empresa;

• Turnover mais baixo, maior produtividade.

Hoje nas seleções para contratações se valorizam mais as


características pessoais do indivíduo do que as técnicas. As pessoas mais
procuradas são as competentes com habilidades técnicas, políticas e
comportamentais que atinjam resultados, compartilhem valores, planejem,
liderem, organizem, controlem e satisfaçam os requisitos na execução de seu
papel na empresa.

Com a competitividade predominando nas organizações as empresas


passaram a exigir mais de seus funcionários, sendo fundamental que se
adéquem ao cargo, produzam e se relacionem bem. Por isso, a importância de
pessoas qualificadas com aptidões e dons para desempenhar suas funções.
As aptidões podem permanecer ocultas quando outros fatores não favorecem
sua manifestação. Podem ser substituídas quando as condições psicológicas
permitam ao indivíduo diversas condições de ajustamento. São divididas em
sensoriais, motoras e mentais.

Nos dias de hoje, a pessoa que não tem competência está fora do
mercado de trabalho e não é vista de boa maneira. A palavra "competência"
tornou-se requisito fundamental para se conseguir um emprego. Identificando
as competências se tem a pessoa certa, para o lugar certo, no momento certo.

A seleção por competências é fundamentada em fatos reais e


mensuráveis como as capacidades, os atributos e as qualidades
comportamentais. É preciso analisar suas limitações nos aspectos que
envolvem número de candidatos, tempo para preenchimento da vaga, perfil do
cargo, estrutura da empresa selecionadora e capacidade técnica do avaliador.

A competência é instalada quando há conhecimento, habilidades e


atitudes interagindo, de forma dinâmica, nas diversas ocasiões vivenciadas
pelo indivíduo. Depois de reunir as informações sobre o cargo a ser
preenchido é necessário escolher as técnicas de seleção para conhecer e
33

escolher os candidatos adequados. As técnicas de seleção utilizadas são:


entrevista, provas de conhecimento ou capacidade, testes psicrométricos,
testes de personalidade e técnicas de simulação.

Cabe a cada organização determinar os processos e os


procedimentos de seleção mais adequados e que sejam capazes de
proporcionar os melhores resultados. Todo o processo seletivo precisa ser
eficiente e eficaz. A eficiência quer dizer fazer corretamente as coisas e a
eficácia em alcançar resultados e atingir objetivos.
34

CAPÍTULO IV

TÉCNICAS DE SELEÇÃO

Ultrapassar o recrutamento e seleção é demonstrar habilidades


necessárias para lidar com o ambiente competitivo e exigente das empresas,
formado por um mercado dinâmico e disputado, onde profissionais
despreparados não possuem lugar ao sol. Por isso, os envolvidos no processo
de agregar pessoa em uma empresa devem estar atentos ao desejo dos
participantes, mas também ao fato de tornar este processo um momento de
escolha adequada para a empresa e encaixe do perfil do profissional no lugar
certo e da forma correta.

Uma das técnicas de seleção mais utilizadas pelas organizações é a


entrevista. A ampla utilização dessa técnica se deve a alguns fatores como: o
baixo custo, a facilidade de sua aplicação, a adaptação desta técnica a
diversas fases do processo seletivo e a riqueza de informações, sensações e
impressões sobre o candidato que a entrevista possibilita ao selecionador.

Chiavenato aponta algumas vantagens e desvantagens da utilização


da entrevista na seleção. Para o autor, a entrevista permite o contato face a
face do entrevistador com o candidato. Essa interação direta possibilita ao
selecionador enxergar o candidato em sua totalidade e avaliar suas reações
com relação a algumas questões. Por outro lado, o autor também acredita que
a entrevista é uma técnica altamente subjetiva, com grande margem de erro e
variação. Dependendo do momento o candidato pode não se sair bem na
entrevista, por isso a técnica não permite comparar vários candidatos entre si.
Apesar de parecer simples, exige bastante experiência e treinamento do
entrevistador, além de grande conhecimento a respeito do cargo disponível e
suas características básicas. (Anexo 2)

As decisões do entrevistador serão influenciadas pelas impressões


que ele tem dos entrevistados, baseados nas atitudes, comportamentos,
respostas e até mesmo na forma de se vestir de cada candidato.
35

O entrevistador deve tomar consciência dessas impressões e evitar


que elas influenciem suas decisões, deve evitar pré-julgamentos. Seguindo o
planejamento realizado antes da entrevista e fazendo as perguntas
adequadas, ele pode evitar ser influenciado e garantir o sucesso do processo
de seleção.

Provas ou testes de conhecimento ou capacidade, também são


técnicas de seleção. Segundo Chiavenato (2009) “as provas de conhecimentos
ou de capacidades são instrumentos para avaliar tanto quanto objetivamente
os conhecimentos e habilidades adquiridos por meio de estudo, da prática ou
exercício”.

1 - Classificação quanto à maneira como as provas são aplicadas:

• Orais: são as provas aplicadas verbalmente por meio de


perguntas e respostas orais. São perguntas específicas
objetivando respostas também específicas;

• Escritas: são as provas aplicadas por escrito por meio de


perguntas e respostas escritas. São provas comumente
realizadas para aferir conhecimentos adquiridos;

• De realização: são as provas aplicadas por meio da execução


de um trabalho ou tarefa, de maneira uniforme e com tempo
determinado, como prova de digitação, desenho, de manobra
de um veículo, usinagem de uma peça, etc.;

2 - Classificação quanto à área de conhecimentos abrangidos:

• Provas gerais: são as provas de noções de cultura geral;

• Provas específicas: são as provas que pesquisam os


conhecimentos técnicos e específicos diretamente
relacionados ao cargo em referência.

3 - Classificação quanto à forma como as provas são elaboradas:


36

• Provas tradicionais: são as do tipo dissertativo e


expositivo. Medem a profundidade de conhecimentos,
mas também examinam uma pequena extensão do campo
de conhecimentos.

• Provas objetivas: são provas estruturadas na forma de


testes objetivos, cuja aplicação e correção são rápidas
fáceis;

“Os processos seletivos estão ficando também mais completos,


inclusive em relação ao conhecimento técnico. Só uma entrevista técnica não é
mais o suficiente. Testes práticos ou testes teóricos, sejam objetivos ou
descritivos, estão sendo aplicados para confrontar o que está descrito no
currículo com o que realmente integra o arsenal de competências do
candidato. Costumo aconselhar assim: é melhor não ser escolhido do que não
ser transparente e acabar sendo selecionado para uma oportunidade que nada
tem a ver com o seu perfil. As duas conseqüências possíveis não compensam
o aparente sucesso: ser demitido por inadequação ou ter que pedir demissão
pelo cada vez mais freqüente – “não me adaptei”. (Giovana Strano)

Os exames psicotécnicos são ferramentas precisas, técnicas e


embasadas em muitos anos de pesquisas e estudos. Chiavenato (2009)
explica que “o termo teste, designa um conjunto de provas que se aplica a
pessoas para apreciar seu desenvolvimento mental, suas aptidões,
habilidades, conhecimento,etc. Os testes psicológicos focalizam principalmente
as aptidões, procurando a determinação de quanto elas existem em cada
pessoa, com o intuito de generalizar e prever aquele comportamento em
determinadas formas de trabalho”.

No que diz respeito aos testes psicológicos, vale enfatizar que as


considerações de Skinner (1985) acerca desses instrumentos, não deixam
dúvidas quanto à sua objeção ao uso dos mesmos. Para ele, “estes testes são
medidores de traços, e descrições em termos de traços obscurecem “o que o
indivíduo fez e sob que condições ambientais”, pois pretendem indicar o que o
indivíduo é”.
37

Para Skinner (1995) o teste fornece a simples oportunidade de


observação do comportamento. Note-se também que, para ele, um teste “pode
permitir previsão do sucesso ou do fracasso em função na qual esses traços
sejam importantes”.

Durante muito tempo, todo o foco dos processos de seleção se


centrava em avaliar aspectos técnicos, descuidando de outros critérios que
presentemente são reconhecidos como indispensáveis ao sucesso dos
profissionais nas empresas e das próprias empresas no mercado. Entre eles,
vale destacar postura, capacidade de comunicação, personalidade,
adaptabilidade, criatividade e o comprometimento com a atividade e com a
organização. E é aqui que entram os temidos instrumentos da dinâmica de
grupo e do exame psicotécnico.

A utilização de testes enquanto meio de orientação de processos de


tomada de decisão, e suas medidas resultantes, limitam sobremaneira a
possibilidade de previsão e controle de comportamento. Em sua maioria, os
testes psicológicos possuem como característica principal a ênfase na
topografia do comportamento e orientam-se por métodos estatísticos na
composição de um sistema classificatório para caracterizar indivíduos. Skinner
(1995) considera que “a previsão do que um indivíduo médio fará é,
frequentemente, de pouco ou nenhum valor ao se tratar de um indivíduo
particular”.

A falha em considerar as tradicionais testagens psicológicas para a


seleção de pessoa está na negativa, ou ausência, de coleta de dados
referentes ao ambiente em que o indivíduo atua / vive, ou seja, os testes
tradicionais coletam dados da personalidade de sujeitos enquanto submetidos
ao ambiente de testagem (aplicação de testes de inteligência, por exemplo),
mas não coleta dados de suas relações com a família, amigos, empregos
anteriores, lazer, etc. Ambientes pelos quais, determinados “traços da
personalidade” somem. Esta informação pode ser compreendida pela análise
do comportamento como mais um comportamento adaptativo que só ocorre
dada determinada contingência.
38

A Dinâmica de Grupo é mais uma ferramenta de seleção que,


recentemente, vem sendo muito utilizada nos processos seletivos das
organizações. A Dinâmica surgiu em 1914, tendo como seu criador o cientista
comportamental, Kurt Levy, fundamentando-se de que o homem vive em
grupos.

Durante muito tempo a técnica de Dinâmica de Grupo vinha sendo


utilizada somente na área de treinamento, mais precisamente para integração
de pessoal, psicoterapia em grupo, cooperação, liderança, iniciativa,
criatividade, aquecimento, etc.

A aplicação da referida técnica, não se pretende dar soluções aos


problemas que surgem. A finalidade é despertar nas pessoas a consciência de
que os mesmos existem, e caberá a responsabilidade individual enfrentá-los e
a procura da solução que os mesmos requerem.

Ao animador do grupo cabe esclarecer as situações, levar as pessoas


a interiorizar seus problemas, provocar uma sincera reflexão, despertar a
solidariedade grupal e ainda criar um ambiente de compreensão e de
aceitação mútua, de autêntica fraternidade e de acolhida, para que cada qual,
sustentando psicologicamente, encontre resposta positiva às suas inclinações
naturais de segurança, de reconhecimento, de aceitação e de valorização
pessoal.

Durante a dinâmica pontos importantes são avaliados como, por


exemplo:

 Liderança;

 Comunicação;

 Espírito empreendedor;

 Conhecimento profissional;

 Cooperativismo;

 Aptidões;
39

 Personalidade;

 Inteligência;

 E outros fatores variáveis.

Alguns artigos postados na Internet denunciam que algumas


empresas, por não terem profissionais qualificados para o Processo de
Seleção, transformam as dinâmicas e os testes psicológicos em experiências
traumatizantes para os candidatos, não respeitando a figura humana e o
profissionalismo dos mesmos.

REGRAS BÁSICAS PARA DINÂMICA DE GRUPO

São princípios práticos de Dinâmica de Grupo, Comunicação,


Criatividade e Tomada de Decisão em Grupo, que visam ajudar os
participantes a atuar de maneira eficiente e eficaz e a obter maior
aproveitamento.

As regras abaixo devem ser entendidas de maneira flexível. Elas


interpenetram e se completam. Mas não são exaustivas. O grupo pode
reformulá-las ou acrescentar novas regras de acordo com suas necessidades
e objetivos.

01. Durante a Dinâmica todos são iguais. Títulos, posição hierárquica, social,
cultural, etc., não são considerados.

02. Todos participam ativamente com oportunidade e responsabilidade iguais.


Por isso, para o maior proveito pessoal e grupal, ninguém deverá recusar
tarefas.

03. A pontualidade e assiduidade são compromissos assumidos para com o


grupo. Qualquer participante faz falta.

04. Na Dinâmica não existem erros. Tudo é aprendizagem.

05. Guerra ao medo do ridículo e ao medo de errar.


40

06. Ao avaliar, os aspectos positivos deverão ser ressaltados. Eles sempre


existem.

07. Respeitar e aproveitar opiniões diferentes como fatores enriquecedores do


grupo.

08. O tempo é precioso. Evitar dispersões desnecessárias e procurar chegar


aos objetivos propostos.

09. Não fazer discurso. Simplicidade e objetividade é o foco.

10. Todos merecem ser ouvidos. Conversas paralelas devem ser evitadas.

11. Ao grupo, falar suficientemente claro e alto para que todos possam ouvi-lo
e entendê-lo.

12. Antes de pensar em responder, saiba ouvir.

13. Antes de decidir, procure ver todas as soluções possíveis. Da quantidade


surge a qualidade.

14. Aceitar questionamentos sobre suas posições. Quem não inovar, não
sobreviverá.

15. Ao discutir em grupo, defenda sua opinião com clareza, sem "fazer média",
mas também sem fazer imposições.

16. Evitar formas sutis de influenciar opiniões alheias ou de "manipular" o


silêncio dos inibidos.

Segundo Chiavenato (2009), muitas organizações utilizam as


técnicas de simulação como complemento do diagnóstico: além dos resultados
das entrevistas, dos testes de conhecimentos e testes psicológicos, o
candidato é submetido a uma situação de dramatização de algum
acontecimento, geralmente relacionado ao cargo a ser ocupado na empresa.
Essas técnicas são utilizadas nos cargos que exijam forte componente de
relacionamento interpessoal, como direção, gerência, supervisão, venda,
compras, contatos, etc.
41

Com a utilização dessa técnica, o erro na seleção poderá ser


sensivelmente reduzido e, inclusive, o próprio candidato poderá verificar se
está adequado ou não ao cargo pretendido. “A simulação promove retroação e
favorece autoconhecimento e auto-avaliação”.

CONSIDERAÇÕES

O objetivo dessas “ferramentas de RH” é alcançar o melhor


conhecimento possível do profissional que está sendo avaliado. Quando a
empresa admite uma pessoa está admitindo toda a sua história e sua carga
emocional, e não apenas o ocupante de um cargo vago, com as qualidades
exigidas por ele.

A finalidade do processo seletivo é identificar os indivíduos cujas


características indicam que eles têm ótimas possibilidades de se tornarem
colaboradores satisfatórios. A preparação, a competência, a atitude
profissional e a ética das pessoas envolvidas num processo seletivo são
essenciais.

CAPÍTULO V

ÉTICA NO PROCESSO SELETIVO

A ética profissional está voltada para profissões, profissionais,


associações e entidades de classe, atingindo empresas e organizações. Essa
ética deve estar de tal forma entranhada que se torne parte da cultura.
42

Códigos de ética nessas estruturas deixam a transparência necessária para


que empregados e patrões se entendam. Assim, empregados sabem quais
são seus deveres, mas também têm ciência sobre seus direitos. E isso torna a
relação chefe/subordinado mais clara e fácil.

Mas a atitude ética profissional deve começar antes mesmo que o


indivíduo ingresse na empresa. É preciso que ela já seja colocada em prática
no início da realização do processo seletivo. A empresa que valoriza a ética - e
demonstra isso logo no processo de seleção -, já passa para o candidato uma
imagem de confiabilidade e seriedade. Na mesma moeda, o candidato que é
honesto, desde o princípio, também ganha mais pontos positivos e maiores
chances de conquistar a vaga.

Nos processos seletivos, essa ética precisa estar presente desde o


momento em que o candidato aceita uma posição. A função deve ser
analisada cuidadosamente e discutida, ponderando as possibilidades de
execução ou não. Isso vale para as áreas de Recursos Humanos de forma
geral, internas ou externas, que devem utilizar um velho ditado: "O que não se
pode cumprir não se deve prometer".

A partir dessa premissa, o RH deve sempre mostrar para o candidato


o que realmente a empresa necessita dele como funcionário, e o que é a vaga.
Dificuldades da função, desafios futuros, oportunidades de promoções, política
de carreira e muitos outros pontos precisam ser colocados para que o
candidato também tenha a capacidade de avaliar a vaga, e não ser o único
avaliado. A promessa de um emprego inexistente e a criação de falsas ilusões
já é uma demonstração de falta de ética da empresa. O mesmo pode ocorrer
com o candidato que mente para conseguir a vaga e que futuramente pode se
prejudicar por causa disso.

É importante também que o RH não impinja a um candidato que ele


não dará certo na função, ou mesmo que ele seja realmente a pessoa perfeita
para a vaga, só para se livrar da pressão, efetuada pela diretoria da empresa -
no caso de um processo de seleção interno - ou do cliente - no caso de uma
empresa de Recursos Humanos externa. Para o cliente, o melhor é sempre ter
43

o conhecimento da verdade. Em processos seletivos transparentes, tanto a


companhia como o candidato possuem muito mais chances de sair ganhando
quando os dois estão a par da realidade.

Ao final do processo seletivo, quando o candidato foi escolhido e a


vaga preenchida, é fundamental que o RH dê um retorno aos que participaram
do processo de seleção e não foram selecionados. Não só o agradecimento
pelo tempo que o candidato dispensou no processo, como um feedback do
motivo pelo qual não foi selecionado, são essenciais e demonstram o respeito
que a empresa teve pela pessoa. E respeito também é ética.

Na verdade, ética em processos seletivos é muito simples: é só seguir


métodos e não enganar ninguém. Pelo pressuposto de Sócrates, "basta saber
o que é bondade para que seja bom".

5.1 - A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NO PROCESSO DE SELEÇÃO

A ética, uma preocupação crescente no universo corporativo, deve


estar presente em todas as ações da empresa, seja com seus clientes,
fornecedores, acionistas e comunidade, seja com seus colaboradores. Em
muitas empresas, o comportamento ético em relação a seu público interno é o
seu "Calcanhar de Aquiles". Por que isso acontece? Algumas direcionam seus
esforços e foco no comprometimento ético para os públicos externos, e não
priorizam seus colaboradores. Se a ética corporativa deve refletir os valores e
a cultura da empresa, é preciso que ela seja percebida e sentida internamente.
Nesse contexto, a adoção de um Código de Ética, amplamente discutido e
divulgado, tem sido um dos caminhos a seguir.

A área de Recursos Humanos tem ocupado um papel estratégico na


coordenação da implementação de Códigos de Ética, por ter as pessoas como
foco principal e por se relacionar com todas as demais áreas da empresa. Por
isso, ela deve redobrar os cuidados para que os princípios éticos sejam
aplicados também em todas as suas ações, a começar pelo processo seletivo.

Mas como definir um processo seletivo ético? A resposta está


basicamente em duas palavras: transparência e respeito. Ter claramente o
44

status atual e a missão a ser cumprida, são variáveis imprescindíveis para um


bom início da atividade de recrutamento e seleção. Isto é ético; ocultar a
realidade é o oposto.

A ética no processo seletivo já começa na divulgação das vagas, que


precisa ser ampla, de forma a atingir todos os candidatos em potencial. O
anúncio deve conter informações precisas, claras e corretas sobre a
oportunidade de trabalho. Devem ser oferecidas oportunidades iguais às
pessoas, independentemente de idade, sexo, religião, raça, origem, condição
física ou de saúde, orientação sexual etc. Além disso, os candidatos precisam
ser atendidos no horário marcado e informados sobre o objetivo e duração de
cada etapa. Os atrasos devem ser comunicados, para que o candidato tenha
condição de administrar sua agenda.

Ao aplicar uma dinâmica de grupo, é imprescindível ao selecionador


criar uma atmosfera propícia e agradável, bem como oferecer instalações
adequadas para a sua realização. Na entrevista pessoal, uma das etapas mais
importantes, o entrevistador deve ficar atento a perguntas estritamente
pessoais, como "qual a sua religião?" ou "por que você optou por não ter
filhos? Caso o candidato não queira responder à questão relatando um dado
de sua vida pessoal, essa é uma opção dele.

É preciso ter cuidado para não "invadir" a vida pessoal do candidato,


isso porque, em casos de assédio moral, cada vez mais comuns hoje em dia, a
responsabilidade recai também sobre a empresa.

Cabe ao entrevistador tratar de forma discreta e criteriosa as


informações obtidas durante a entrevista, principalmente ao elaborar o parecer
do candidato (relatório de conclusão da entrevista). Isso para evitar futuras
distorções, já que esse relatório fica nos registros da empresa e pode ser mal
interpretado por pessoas que não participaram do processo de seleção.

A falta de retorno aos candidatos não aprovados, mesmo não


caracterizando uma falha ética, deve ser evitada. Afinal, o processo seletivo
gera expectativas e mobiliza as pessoas. Quando há condições de tempo, o
45

ideal é que todo candidato receba feedback sobre o seu processo e saiba
quais aspectos devem ser melhorados.

Uma empresa ética e socialmente responsável dá atenção especial às


pessoas que pertencem aos grupos que sofrem discriminação na sociedade.
Os processos seletivos envolvendo portadores de necessidades especiais
(PNE) devem explorar o perfil de competências desses profissionais. Ainda há
muito que se conquistar nesse campo, pois, na prática, vemos que alguns
insucessos nessas contratações estão no equívoco de contratar somente para
cumprir a lei que estabelece quotas para esses profissionais sem uma
atividade definida.

A ética em recrutamento e seleção nasce, portanto, de um pleno e


total entendimento do negócio, de suas fraquezas e fortalezas e da definição
clara do perfil necessário e desejado. Não basta saber quais competências e
conhecimentos específicos dos profissionais são requeridos; não basta saber
das realizações e contribuições efetivas a empregadores anteriores; não basta
ter acesso às referencias pessoais e profissionais; da mesma forma que não
bastam as avaliações de atitudes e de valores. Acima de tudo, cabe a ética na
prática de recrutar e selecionar – caso contrário coloca-se tudo a perder.

CONCLUSÃO

Todo o processo de Recrutamento e Seleção tem como objetivo


identificar adequadamente, através dos métodos para recrutar e a ferramentas
para selecionar, mão-de-obra que atenda as expectativas da empresa. Se
desenvolve por meio de entrevistas estruturadas, testes psicológicos e/ou
testes situacionais e dinâmicas de grupo. Elas devem oferecer uma
complementação de informações entre elas e essas técnicas são alinhadas de
acordo com o mosaico de competências a serem observadas nos candidatos.
Com isso, podem-se recolher informações que permitam a avaliação do
potencial e das habilidades desenvolvidas pelos indivíduos.
46

Usualmente é conduzida uma pesquisa de referências profissionais


para complementar e/ou corroborar os dados obtidos nas outras técnicas. Em
seguida, é feita a comparação desses com as competências requeridas e a
cultura organizacional da empresa para concluir sobre a possibilidade do
desempenho desejável nas funções.

Oferecer aos candidatos uma visão geral do cargo e suas respectivas


responsabilidades, apresentando o passo a passo do processo seletivo,
demonstra a seriedade e compromisso da organização com a ética e com a
valorização humana. Tal procedimento conduz a um processo eficaz,
reduzindo assim, a rotatividade e aumentando a produtividade no trabalho,
bem otimizando o "trazer as pessoas certas" para a empresa.

Portanto o RH da empresa deve buscar todas as informações


necessárias para que ao contratar o funcionário, ele esteja adequado a função
que irá exercer. E para que tenha um bom sucesso, deve criar um
planejamento e ser bem seguido pelos profissionais encarregados do
processo. Tal procedimento evitará que candidatos não compatíveis com o
perfil, acabem por participarem do processo e, até mesmo por uma questão de
“sorte”, passem na seleção e sejam admitidos na organização. Nesses casos a
probabilidade de insatisfação por inadequação é absoluta para ambas as
partes. (Anexos 3,4)

Estamos vivendo uma era em que a necessidade de uma ocupação


no mercado, tem uma prioridade maior que o próprio valor pessoal. Isso faz
com que encontremos pessoas super qualificadas exercendo funções muito
aquém de sua capacidade profissional. O contrário também existe. Tal
situação em médio prazo traz para o profissional: insatisfação, baixo-estima,
desmotivação, depreciação da empresa, doenças e, por consequência,
absenteísmo. E para a empresa: queda na produtividade, custos operacionais,
não cumprimento de metas, insatisfação do cliente final.

Podemos então concluir que, por menor que seja a empresa,


independente do ramo de atividade que opera, o processo de Recrutamento e
Seleção precisa ser cuidadosamente elaborado, passando por todas as etapas
47

e realizado por profissionais capacitados. Assim, como já foi citado


anteriormente, a empresa evita transtornos para ambas a partes.

ÍNDICE DOS ANEXOS

Anexo 1 >> Gráfico: Relação entre rapidez e custo das técnicas de


recrutamento

Anexo 2 >> Artigo postado na Internet: 12 perguntas essenciais numa


entrevista de seleção

Anexo 3 >> Questionário de campo

Anexo 4 >> Gráfico do resultado do questionário


48
49

ANEXO 1
Relação entre rapidez e custo das técnicas de recrutamento

Chiavenato.Idalberto,7ªedição,pág.90,fig 4.12
50

ANEXO 2

ARTIGO POSTADO NA INTERNET

12 perguntas essenciais numa entrevista de seleção


Willians Coelho

A maior parte das perguntas realizadas durante uma entrevista de seleção deve ser
específica para o cargo que será ocupado, além de ser adequada às características da
empresa.
No entanto, há algumas perguntas básicas que podem ser reveladoras do candidato para
qualquer cargo ou empresa. Nelas, não há respostas certas ou erradas, pois o objetivo
será compreender as características pessoais, as realizações do candidato, bem como os
seus planos para o futuro. Caberá ao entrevistador avaliar se as respostas são
interessantes para as necessidades e as características da empresa. São elas:
1. Por que você escolheu essa profissão?
2. Como você avalia o seu desenvolvimento profissional até o presente momento?
3. Quais são as suas principais limitações profissionais?
4. Qual é a sua meta profissional de longo prazo?
5. O que mais lhe irrita no ambiente de trabalho?
6. Qual foi a situação profissional mais difícil que você resolveu? Como?
7. Em seu último emprego, quais foram as suas realizações mais importantes?
8. Qual objetivo que você não conseguiu atingir em seu último emprego?
9. Dentre os gerentes com quem você já trabalhou, qual foi o melhor e o pior? Por quê?
10. Por que você saiu (ou deseja sair) do seu emprego atual?
11. O que você sabe sobre nossa empresa?
12. O que lhe faz querer trabalhar conosco?

http://www.rh.com.br/Portal/Recrutamento_Selecao/Dicas/5292/12-
perguntas-essenciais-numa-entrevista-de-selecao.html
51

ANEXO 3

QUESTIONÁRIO

As perguntas a seguir, foram feitas a funcionários do comércio em


geral e de algumas empresas de ramos diversificados. O que todos têm em
comum é o atendimento ao público. As respostas vieram comprovar que, por
necessidade financeira, as pessoas aceitam qualquer tipo de emprego. Mas a
insatisfação, com o decorrer do tempo, é latente e reflete no cliente final.
Em um Processo Seletivo bem estruturado, esse tipo de erro
dificilmente ocorreria.
1) Qual a sua idade?
2) É seu primeiro emprego?
3) Está satisfeito com seu trabalho?
4) Qual sua escolaridade?

Total de pessoas entrevistadas: 75 pessoas


25 Vendedores do comércio varejista
10 Camelos (ambulantes)
20 Atendentes de Call Center
08 Recepcionistas de consultórios/laboratórios
12 Caixas de supermercados/farmácias
Em um total de 75 (setenta e cinco) pessoas entrevistadas, cobrindo
uma faixa etária de 20 a 55 anos, os resultados não foram tão surpreendentes,
de acordo com a realidade econômica do país.
52

ANEXO 4

GRÁFICO DO RESULTADO DO QUESTIONÁRIO

Faixa etária pesquisada

20
18
16
14 Call Center
12 Consultório
10 Vendedor
8 Caixa
6 Camelo
4
2
0
20 a 29 30 a 49 40 a 55

Empregabilidade

Empregabilidade

30
25
20
15
10
5
0
Call Center Consultório Vendedor Caixa Camelo

Positivo Negativo

Nível de satisfação com o atual emprego


53

18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Call Center Consultório Vendedor Caixa Camelô

Satisfação Insatisfação

Escolaridade dos entrevistados

Escolaridade

20
15
10
5
0
Incompleto

Incompleto
Completo
Completo
E.Fundamental

Fundamental

E. Medio

Superior
Incompleto

E. Medio

Superior
Completo

E.

Call Center Consultório Vendedor Caixa Camelô


54

BIBLIOGRAFIA

BERTONE, B. C. R. Manual de Recrutamento e Seleção de Pessoal. São


Paulo, STS. Publ. e Serv. Ltda., 1989.
BISPO,PATRICIA. Processos seletivos cobram cada vez mais
competências múltiplas. Disponível em
www.rh.com.br/Portal/Recrutamento_Selecao Acesso em 27.jan.2009

CHIAVENATO, Idalberto: Planejamento, Recrutamento e Seleção de


Pessoal. 7ed.São Paulo, Manole, 2009. cap. 4 – 5.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. São


Paulo, Makron Books, 1993.

COELHO, WILIANS. 12 perguntas essenciais numa entrevista de seleção.


Disponível em http://www.rh.com.br/Portal/Recrutamento_Selecao/Dicas
Acesso em 05.mai.2009

DRUCKER, P. O Melhor de Petter Drucker sobre Administração. São


Paulo, Pioneira, 1998.

Ética & Processo Seletivo, artigo da Revista Vencer – Ano VII, nº 83.
Disponível em www.skywalker.com.br Acesso em: 29.jan.2009

LODI, J. B. Recrutamento de Pessoal. São Paulo, Pioneira, 1986. .

MARRAS, Jean Pierre: Administração de Recursos Humanos do


Operacional ao Estratégico. 3ªed. Ampliada.São Paulo, Futura, 2000

RODRIGUES, Marcus Vinícius. O Papel Decisivo do Processo de


Recrutamento e Seleção. Disponível em www.ogerente.com.br Acesso em
29.jan.2009

SANTOS, O. B. Psicologia Aplicada à Orientação e Seleção de Pessoal.


São Paulo, Pioneira, 1985.

SKINNER, B. F. (1995). Questões recentes na análise comportamental.


(A.L.Neri,Trads.) (9ªed.). Campinas:Papirus. (Original publicado em 1989).
55

Strano, Giovana. Processo Seletivo: e agora? - Disponível em


www.baguete.com.br Acesso em 27.jun.2009

Vantagens e Desvantagens do Recrutamento Externo – Disponível em


www.umtoquedemotivação.com Acesso em 13.jun.2009

VIEIRA, É. Recursos Humanos, Uma Abordagem Interativa. São Paulo,


CEDAS, 1994.

WERTHER, W. Administração de Pessoal de Recursos Humanos. São


Paulo, Mc.Graw-Hill do Brasil, 1983.
56

ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I 11
A HISTÓRIA
CAPÍTULO II 15
O RECRUTAMENTO
2.1 – Fontes de Recrutamento 16
2.2 – Recrutamento Interno 16
2.3 - Recrutamento Externo 22
2.4 - Recrutamento Misto 25
CAPÍTULO III 27
A SELEÇÃO
3.1 – O Processo Seletivo 28
3.2 - Modalidades do Processo Seletivo 30
3.3 - Seleção por competência 32
CAPÍTULO IV 34
TÉCNICAS DE SELEÇÃO
CAPÍTULO V 42
ÉTICA NO PROCESSO SELETIVO
5.1 – A importância da Ética no Processo de Seleção 43
CONCLUSÃO 46
ANEXOS 49
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 54
ÍNDICE DE ANEXOS 48
57

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por:

Conceito:

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