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LEPAN /FURG.
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Guarani, cujos adensamentos são por eles mapeados e
reconhecidos como marcas culturais indeléveis de antigos tekoá.
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Em função disto, podemos dizer que os “lugares” atuais e
antigos dos Guarani se marcam pela presença de determinados
elementos materiais como o Pindó, por exemplo, que para eles
marca os lugares de antigas aldeias que hoje não são mais
ocupadas pelo grupo pois estão em mãos de outros donos, bem
como outras plantas como a erva mate no meio da mata marcando
a presença dos Guarani naquele “espaço” (Fig. 02) e também
assim os vestígios de cerâmica e pedras que eles relacionam às
aldeias dos “avós”, daqueles Guarani muito antigos que viveram
por aquelas paragens, e de outros povos não Guarani, que
“criaram família” por ali, e que talvez hoje possam viver em outro
lugar ou terem desaparecido.
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A sociedade não é nem coisa, nem sujeito, nem idéia – e
tampouco coleção ou sistema de sujeitos, de coisas e
idéias. Esta constatação facilmente parece banal para
aqueles que facilmente se esquecem de perguntar como
e porque pode-se então falar de uma sociedade e desta
sociedade. Porque na linguagem estabelecida e na
lógica que ela traz ‘um’ e ‘isto’ só se aplicam ao que
sabemos designar, e nós só sabemos designar coisas,
sujeitos, conceitos e suas coleções ou reuniões,
relações, atributos, estados, etc. Mas a unidade de uma
sociedade, como sua ecceidade – o fato de ser esta
sociedade e não outra qualquer – só podem ser
analisados em relações entre sujeitos mediatizados por
coisas, já que toda relação entre sujeitos é relação social
entre sujeitos sociais, toda relação com coisa é relação
social com objetos sociais, e os sujeitos, coisas e
relações só são aqui o que são e tais como são, porque
são assim instituídos pela sociedade considerada (ou
por uma sociedade em geral).
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bororo representam. E isso, ele só pode fazê-lo na
linguagem, no sentido mais profundo do termo, no
sistema categorial dos parisienses, londrinos, etc.
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A ciência e o progresso técnico aparecem como a razão
e a causa do “êxito” de nossa cultura. Uma
conseqüência disto é que o reconhecimento social deste
saber é publicamente admitido e, nesse sentido, goza de
estatuto privilegiado. No entanto, o mesmo não acontece
com outros tipos de conhecimento, como, por exemplo, o
dos pescadores. A imagem social destes aparece
condicionada, em grande parte pela posição que
ocupam na sociedade, à atividade produtiva de que
deriva este saber. Portanto, a credibilidade social do que
o pescador diz esta afetada pelo que o pescador é em
relação a seus interlocutores. Uma posição que muitas
vezes está construída sobre o que fazem, mais do que
como fazem as coisas.
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alertados para as ameaças que os vestígios do passado indígena
do lugar sofriam e os índios pediram a presença de um arqueólogo
no local para que interviesse em seu favor na defesa de sua
história. Esse tipo de demanda faz com que pensemos que essas
comunidades estão cada vez mais alertas para a construção de
uma “outra história” a seu respeito e estão buscando nos vestígios
do passado a construção dessa memória e a preservação de sua
história. Nas palavras de Ana Flavia Moreira dos Santos (2003:
17), que trabalhou junto aos Caxixó, ela diz:
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noção de espaço se dá de forma muito clara, era dentro do
“espaço” Guarani que essa obra se instaurava e com ela todas as
mudanças na paisagem dos lugares que habituavam freqüentar.
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feitos para a explicação científica, autenticada pelo especialista,
que a sociedade e suas estruturas esperam de nós.
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Fig 03 – Panorama da Serra da Cambirela, com cobertura vegetal
significativa em relação as planícies desmatadas, cultivadas e
urbanizadas. Esta serra abriga importantes refúgios à fauna e flora
bem como espaços de manejo tradicional Guarani.
Bibliografia:
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CUNHA, Manoela Carneiro da. Etnicidade: da cultura
residual mas irredutível. In: Antropologia do Brasil: mito,
história, etnicidade. São Paulo: Brasiliense, 1987.
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SANTOS, Silvio Coelho dos. O homem índio
sobrevivente do sul: antropologia visual. Florianópolis, UFSC /
Caxias do Sul, UCS / Porto Alegre, ANAÍ, Escola Superior de
Teologia São Lourenço de Brindes, Garatuja, 1978.
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