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‘SER, interada d ert com eit 1; JAS, Robert Ham ald ileratara eo itr oo Trad Lan Cna Lim. Ried Janie Pa Tera 17%, ml A INTERACAO DO TEXTO COM 0 LEITOR ‘Wolfgang Iser A. A assimetria entre texto e leitor 1. Condigdes da interacio A discusso precedente concentrou-se principalmente nos pé- Jos do processo de comunicagdo, 0 texto ¢0leitor. Uma observacdo conelusiva deve levar em conta as condigdes que presidem esta co- municacio, Como aividade comandada pelo texto, a leitura une o processamento do texto aoefeito sobre o letor. Esta influtncia reci- roca é descrita como interagio. E dificil descrevé-la seja porque, este ponto, a ciéncia da literatura oferece poueas diretrizes, como pelo fato de ser muito mais facil captar os pélos desta relagio do ue 0 acontecimento por eles realizado, Ha, no entanto, condicdes discerniveis da interago também validas para a relagHo texto ¢ le- tor, muito embora ela seja um caso especial de interagdo. As dif rengas e semelhancas das condigdes de interagio efetivas ne litura podem-se tomar claras se examinarmos os modelos de interaclo ‘desenvolvidos pela psicologia social e pela pesquisa psicanalitica @ ropdsito da comunicagio, Trata-se pois de exbogi-los. 3 ‘A teoria da interaglo, tal como exposta por Edward E. Jones e Harold B. Gerard em Foundations of soctal psychology, comega por tipificar os modos de contingéncia encontrados ou originados das interagdes humanas. Nao precisamos nos ocupar detidamente com (0s quatro tipos descobertos ~ a pseudocontingéncia, a contingéncia assimétrica, a reativa ea reciproca. Apenas nos importa que a im- Previsiblidade, dominante em toda interagdo, € passivel dese con- verter na condigio constitutivae diferencial do processo de inter ‘lo dos respectivos parceiros 1. A pseudocontingéncia domina quando cada parceito conhece t40 bem o plano de conduta (behavioral plan) do outro que tanto as ré- plicas, quanto suas conseqiléncias podem ser perfeitamente previs- tas, de que resulta uma conduta de papéis (Rollenverhalten) seme- Thante a uma peca bem encenads. Esta ritualizagio da interacdo leva ao desaparecimento da contingéncia 2. A contingéncia assimétrica domina quando o parceiro A renun- iad atualizacdo de seu proprio “plano de conduta" esegue sem re- sisténcia 0 parceiro B. Adapta-se e € ocupado pela estratégia de conduta de B 3. A contingtncia reativa domina quando os “planos de conduta” respectivos dos parceiros so continuamente encobertos pela rea- 0 momentinea a0 que acaba de ser dito ou feito. A contingéncia {orna-se dominante neste esquema de reacdo orientada pelo mo- mento e impede as tentativas dos parceiros de expresser seus “pl nos de condute 4. Por fim, na contingéncia reciproca domina o esforgo de orientar 4 sua teagio de acordo tanto com 0 préprio “plano de conduta”, quanto com as reages momentineas do parceiro. Dai decorrem ‘duas conseqiéncias: “A interagdo pode levar 20 triunfo dacriativi dade social, em que cada um € enriquecido pelo outro, ou pode con- dduzir ao debacle de uma hostlidade mitua e crescente, com que ninguém se beneficia. Qualquer que seja 0 contetido do procesto de interacio, ai ele € subjacente uma mistura de resistencia dual ede ‘mudanga mutua que distingue a contingéncia reciproca doutros t- pos de interagio” |. Nio nos preocupa saber se, com os tipos enumerados, esque rmatiza-se suficentemente 0 fendmeno da interago social, O im= 1. Baward Sones ¢ Harold B. Gerard: Foundation of coil prychaogs, New ‘Yor M67, p. 408812 (stage hp. $12). Pr portante é a conseqiiéncia metodolégica derivada dos tipos desci tos. A tipologia das condutas de interagio resulta do modo como a scontingéncia¢ explorada sso significa que a contingéncia a base ‘constitute da interagdo, que Ihe €subjacente e que, portanto, no pode ser compreendida como a causa prévia de um efito subse- {ente. Ao contrario, « contngenela deriva da propria interagdo, o's 05 “panos de conduta” de cada parceiro slo concebidos sepa. Fadamente , assim, € oefeitoimprevsivel sobre o outro que provo- fea tanto as colocacdes tiicase estratépias, quanto os eforgos terpretativos. A interagdo submete os "planos de conduta’ dos par- ‘eis a varios testes de situacdo, que mostram deficitncias, por i meamas coniingentes,& medida que revelam os limites das posibil- daces de controle dos “planos de conduta". Mas, em principio, es tas deficitncias do produtivas, porque podem provocar tanto uma reorganizacio das estratégias de comportamento, quanto uma mo- Aifeacio dos ‘planos de conduta. Quando assim sucede, a contin- sincia se transforma em um dos diferentes tipos de iteragdo, AS- sim a contingéncia mostra sua ambivaléncia produtiva: nasce da in- teragio e, 10 mesmo tempo, 6 sua propulsora. Quanto mais ela se Feduz, tanto mais ritualizada a interacdo se cristliza; quanto mais tis cresoe, tanto mais inconsstente se torna a cadeia de reagées, {que pode ir tdo longe & ponto de culminar na destruigho da estruts- fa de interagao a indagacio psicanalitica sobre a comunicagdo,realizada por R. D. Laing, H. Phillipson ¢ A. R. Lee, podem se liradas conse- aéncis semelhantes,essenciais para a avaliaglo anlltica sobre a interagdo do texto com oletor. Laing formule o problema da per- cepedo interpessoal do modo seguinte: “Meu campo de experiencia, coniudo, nio ¢ preenchido apenas por minka visio direta de mim (ego) pela do outro (alter. mas pelo que chemarei metaperspe tas ~ minha visto da vis... do outro sobre mim. De fato,ndo su ca- paz de me ver como os outros me véem, mas constantemtente supo- tho que eles estdo me vendo de um modo partcularizado ¢ ajo constantemente luz das atiudes, opines, necessidades, tc, reais Su suposts dos outros quanto a mir". Laing infer desta obser~ ‘aco que, na percepeio interpessoal, as reagbesreciprocas nfo sdo 2. R.D. Laing, H. Philieon, A. R, Lee: interperional perception. A theory and Imehod of research, New Voth 1985, 9. 85 apenas condicionadas pelo que cada parceiro deseja do outro, mas, ainda pela imagem que se fez do parcsiro a qual, em conseqQéncia, contribui decisivamente para as proprias reagdes. Estas imagens, contudo, ndo s4o mais gualificdveis como “puras” percepgdes, 10 ‘© resultado de uma interpretaglo, Esta necessidade de interpreta- ‘ho deriva da estrutura da experitncia iterpessoal. Temos expe- fiéncia do outro a medida que conhesemos a conduta do outro, Mas nao temos experincia de como os outros nos experimentam, Dai Laing conctai noutro livo, The pottcs of experience". tua experiéncia de mim & misivel ami e minha experiénta det € inva vela ti, Nio posso experimentar tua experiéncia, Nao podes expe- mentar 2 minha experiénci. Nés dois somos invisiveis, Cada ho- ‘mem éinvsivel para o outro. A experiacia¢ x invsiblidede do ho- ‘mem para o homem" "0 que reciprocamente nlo nos & dado, for- ma contudo a base const fo thing” *. “Aquilo que realmente ‘entre’ no pode ser nomeado por coisa alguma que ai aparece. O entre & em si mesmo nonada (no-thing)"” ‘Nossas relagdes interpessoais se fundam nesta no-thing, pois feagimos como se soubéssemos como os parceiros nos véem; for- _mamo-nos representagies de suas representagBes c agimos como se la cresce, tanto mais inconsistente se torna a cadeia de reagoes, que tealiza pelo preenchimento constante deste vazio central a experién- cia (Erfahrungshicke). Desta observacio, Laing, Phillipson e Lee desenvolveram um método de trabalho, que procura distinguit qual © coeciente de pura percepsio, o coeficiente de fentasias pulsio- ‘nals projetadas e de interpretagdo presentes naqueles preenchimen- tos’. Embora 0 fato material desta pesquisa aqui ndo nos importe, interessa-nos a observacdo, experimentalmente confirmada, de que as relacSes interpessoais comecam a assumir tragos pataldgicos & medida que os parceiros preenchem o vazio com maior ou menor 3. RD Laing: The plies of experince (Penguin Books), Harmontoworth po sti contento, Umberto Ex far monica pose naa be sbaigo ‘quer ciao". Enytrang in de Semioth 1972. p. 410, (0 A. clas trad. alemd de 6. CF Laing. Pipaon, Le, 86 ‘quantidade de projecdes da fantasia pulsional. Deve-se contudo ter fem conta que a multiplicidade das relagies humans seria impossi- vel c a sua base de possibilidade fosse fxs, A interaglo didica se impbe a cada um porque a inapreensibilidade da experiéncia alheia nos propulsiona para a agdo. Disso resulta a necessidade do julga- mento interpretative, que comanda e regula a interagdo, Como no podemos perceber sem pressupostos, nfo tem sentido falar-se da re- cepcio recebida como uma pura percepcdo. Portanto a interacdo diddica ndo € um dom da natureza, mas sempre o produto de uma atividade interpretativa, de que se origina uma imagem do outro, que &, simultaneamente, uma imager de mim mesmo. © fato de no podermos experimentar 0 modo como os outros ‘nos véem ni tem, de modo algum, 0 eardter de um limite ontol6gi <0. Pois esta inapreensibilidade se origina na propria interagdo di dica © deve-se compreendé-la como um valor-limite, no sentido, ccontudo, de que a fronteira produzida pela interagio serve impulso para as constantes tentativas de ultrapassé-ta, Assim a in+ teracio diddica produz a negatividade da experiéncia a inapreen- sibilidade de como reciprocamente nos experimentamos - ¢ esta, fem troca, nos estimula a fechar pela interpretacio o vazio resu te, pondo-nos, ao mesmo tempo, na situagdo de desmentir as figu- ras concretizadas pela interpretacdo (Interpretationsgestalien), com ‘© que nos hebilitamos para outras experiéncias. A relacio texto-leitor difere consideravelmente dos modelos iris exbogados, Faltavlhe « situagdo face a face, em que se origi- nnam todas as formas de interago social’. Pois 0 texto no pode sintonizar, 20 contririo do pareciro na relagdo diddica, com o leitor ‘conereto que o apanha. Na relacdo diddica, os parceiros podem Imutuamente se perguntar, de forma a saber se controlam a contin- éncia ou se suas imagens da situagdo transpéem a inapreensi lade da experidncia alheia.O leitor contudo nunca retiraré do texto f certeza explicita de que a sua compreensio € a justa. Além do ‘mais, na interacdo diddica, as éplicas de cada participante tém um fim determinado; em conseqiéncia, elas se integram em um contex- to de agdes, que funciona como o horizonte da interacdo ¢ muitas veres serve como umm tertium comparationis. Ao invés disso, fal 7. Ctotumbém € Gottman; feacon tua. Egy on fcesofae behavior, New York (Anchor Books) 1961 a7

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