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COMPARTILHAMENTO ENTRE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:

INSTRUMENTO EFICAZ NO INTERCÂMBIO DE RECURSOS INFORMACIONAIS∗

Cláudia Aragon∗
Volmer A. Geronimo∗∗

RESUMO

Trabalho desenvolvido em duas unidades de informação em ensino superior, a


Biblioteca da ESPM e a Biblioteca da Faculdade de Medicina de Petrópolis e FASE,
integrantes do Compartilhamento entre Bibliotecas de Instituições de Ensino
Superior do Rio de Janeiro, objetivou identificar os benefícios experimentados pelas
duas instituições com a participação no consórcio. Dentre os resultados alcançados
destacam-se: o intercâmbio do conhecimento científico, tecnológico e acadêmico; a
aquisição compartilhada de softwares e bases de dados; o catálogo coletivo on-line
de periódicos; a facilidade na busca e acesso à informação. Este estudo demonstra
que consórcios de bibliotecas são ferramentas eficazes no intercâmbio de recursos
informacionais e contribuem para melhoria na qualidade da educação superior e
para o desenvolvimento sócio-econômico do país.

PALAVRAS-CHAVES: Consórcios. Bibliotecas Universitárias. Compartilhamento de


acervos.

1 INTRODUÇÃO

As tecnologias de informação ampliaram, de maneira significativa, a produção


de informação. Face a esta realidade, unidades de informação estão sendo levadas
a refletir sobre os velhos conceitos de: aquisição, armazenamento, organização e
disseminação de tamanha gama de informação e conhecimento.

A formação de consórcios, redes ou compartilhamento de acervos, apresenta-


se como uma das alternativas de solução para as questões mencionadas e outras.

Segundo Silva (2000, p. 2)


Trabalho apresentado no XIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, 2004.
diante de problemas como o custo da aquisição de material
bibliográfico, despesas com processamento técnico e guarda dos
documentos e o crescimento vertiginoso da informação produzida no
mundo, o compartilhamento de acervos é uma iniciativa que, além de
solucionar problemas do cotidiano bibliotecário, otimiza a biblioteca
como prestadora de serviços aos usuários.

Marcondes e Sayão (2002, p. 42) afirmam que, com a explosão informacional,


a imensa quantidade de informações produzidas e disponibilizadas por diferentes
meios traz dificuldades para sua identificação e acesso. E a cooperação foi a saída
encontrada pelas bibliotecas.

O primeiro movimento para criação de redes de informação surgiu nos Estados


Unidos, em meados do século XIX, com a fundação da American Library Association
(ALA), iniciando o programa de catalogação cooperativa.

A distribuição de fichas catalográficas pela Library of Congress (LC), em


1901, foi mais um passo no sentido de viabilizar a formação de redes e consórcios.

No fim da década de 60, a LC desenvolveu o formato MARC (Machine-


Readable Cataloging), sistema que utilizava números, letras e símbolos para
identificar diferentes tipos de informação, visando comunicar o dado bibliográfico e
de autoridade entre usuários e, segundo Vosgrau et al (2002, p. 2), surge um novo
conceito de padrões e compartilhamentos.

As primeiras iniciativas brasileiras para a formação de consórcios são


percebidas com o Bibliodada, que procurou reunir registros de produção nacional em
uma única central, a Catalogação Cooperativa (CALCO), o intercâmbio de bibliotecas
universitárias (PNBU), o Grupo de Bibliotecários de Informação e Documentação
Biomédica do Rio de Janeiro (GBIDB-RJ), atualmente denominado Associação dos
Profissionais de Informação e Documentação em Ciências da Saúde do Estado do
Rio de Janeiro (APCIS-RJ), que, no início de sua formação, já desenvolvia e
publicava vários trabalhos cooperativos.

O consórcio Compartilhamento entre Bibliotecas de Instituição de Ensino


Superior do Estado do Rio de Janeiro (CBIES/RJ) surge em 2000 para atender as
demandas provenientes de unidades de informação em ensino superior.
Este estudo reflete a experiência de duas bibliotecas na participação no
CBIES/RJ. Analisa recursos existentes em seus acervos e os compara aos do
consórcio. Visa demonstrar que a opção pelo compartilhamento de acervos redunda
em benefícios para os que aderem a ele.

2 COMPARTILHAMENTO ENTRE BIBLIOTECAS DE INSTITUIÇÕES DO ENSINO


SUPERIOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (CBIES/RJ)

A reflexão sobre acesso e disponibilidade de informações necessárias à


completitude de estudos e pesquisas levou unidades de informação em ensino
superior à percepção de que suas coleções não poderiam reunir todo conhecimento
produzido pela sociedade em função da falta de recursos financeiros, capital
humano e espaço físico para armazenamento da informação.

Como resultado, observamos processo de desterritorialização das unidades


de informação em ensino superior, que passam a formar redes e consórcios visando
intercâmbio de informações.

O Compartilhamento entre Bibliotecas de Instituições de Ensino Superior do


Estado do Rio de Janeiro foi criado em 1999 e contempla modelos de consórcios
internacionais. Seu objetivo vai além do intercâmbio de informações, passando por
captação de recursos e desenvolvimento de coleções.

Os princípios básicos que nortearam a criação do consórcio segundo Souza


(2000, p. 5), foi a crença de que “nenhuma universidade ou centro de pesquisa
pode ser tudo para todos; [de que] juntas poderão experimentar e progredir mais do
que sozinhas, ultrapassando as barreiras locais [e que] cooperação voluntária
promove ação efetiva, ao mesmo tempo que mantém autonomia e diversidade
institucional.”

A rede reúne 34 instituições de ensino superior, públicas e privadas –


universidades, faculdades e institutos e centros de pesquisas - totalizando 164
unidades de informação. Atende alunos da graduação, pós-graduação lato sensu e
stricto senso e extensão, em todas as áreas de conhecimento.
Oferece à comunidade acadêmica de seus afiliados produtos e serviços:
empréstimo entre unidades, consulta aos catálogos das bibliotecas na internet
através de homepage institucional, catálogo coletivo de periódicos, intercâmbio de
informações através da digitalização ou fotocópias de artigos, teses e bases de
dados de textos completos, sem finalidade comercial, para fins de pesquisas e
estudos.

Promove palestras que visam à atualização profissional dos representantes


das instituições de ensino superior na figura do bibliotecário e facilita encontros com
editores, livreiros, representantes de empresas de bases de dados, de
equipamentos para bibliotecas, de softwares para gerenciamento da informação e
soluções para bibliotecas, objetivando aquisição planificada; visita guiada às
unidades afiliadas e espaço para discussão.

Acessibilidade, disponibilidade e disseminação da informação são os


principais objetivos de unidades de informação em ensino superior. Para melhor
atingi-los se integram em redes, como o Compartilhamento de Bibliotecas, que
reúnem competências e habilidades na busca por soluções coletivas para problemas
comuns.

Forma uma grande rede de relacionamentos interpessoais que proporciona


troca de experiências e informações e gera oportunidades.

3 BIBLIOTECA DA ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING DO


RIO DE JANEIRO (ESPM)

A Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro foi fundada


em 1974 com cursos profissionalizantes. A partir de 1980, passa a oferecer também
cursos de pós-graduação. Em 1995, autorizadas as Faculdades de Comunicação
Social e Administração de Empresas, oferece cursos de graduação com habilitação
em publicidade e marketing. Em 2003, é criada a Faculdade de Design.

A partir de 1995, a sala de leitura, mantida para atender as demandas


provenientes dos cursos profissionalizantes e de pós-graduação, passa a ter status
de biblioteca. Sua organização e serviços foram definidos visando a promover o
acesso e disseminar informação nas áreas de atuação da ESPM.

A Biblioteca ESPM do Rio de Janeiro tem como missão estimular o estudo, a


pesquisa e extensão e prover de informação, de maneira eficiente e eficaz, nas áreas
de administração, comunicação, design e marketing, a comunidade universitária da
ESPM.

É integrante do Sistema de Bibliotecas da ESPM (SBE), formado pelas


unidades de São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Campinas, com as quais
mantém intercâmbio de informações e empréstimo entre bibliotecas.

Seu acervo conta atualmente com mais de 18.000 volumes de monografias,


4.255 títulos de periódicos, nacionais e estrangeiros; acesso a 10 bases de dados nas
áreas de Educação, Marketing, Negócio e Comunicação; 702 títulos de vídeos, CD-
Rom e DVD’s.

Totalmente informatizada, disponibiliza seu catálogo em estações locais de


consulta e em estações on-line, possibilitando ao usuário maior conforto e eficiência
em suas pesquisas, facilitando acesso à informação.

Afiliou-se ao CBIES/RJ em 2001, objetivando tornar acessível aos seus


usuários um maior número de informações necessárias ao seu desenvolvimento
intelectual e para facilitar acesso à informação, de maneira a contribuir para melhor
fundamentar estudos e pesquisas e elevar o desempenho dos cursos de graduação,
pós-graduação e extensão.

4 BIBLIOTECAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS E


FACULDADE ARTHUR SÁ EARP NETO (FMP/FASE)

As Bibliotecas da FMP/FASE têm seu acervo formado nas áreas das ciências
biológicas, saúde, exatas e da terra, humanas, sociais aplicadas e lingüística, visando
a respaldar os cursos de Medicina, Administração Hospitalar, Administração em
Sistemas de Informação, Enfermagem e Nutrição.
Sua coleção reúne livros, teses, vídeos, CD’s, DVD’s e publicações em outros
formatos. O acervo geral é composto de mais de 13.000 volumes. Possui bases de
dados referencias e em texto completo de acesso on-line, 730 títulos de periódicos
técnicos-científicos nacionais e estrangeiros.

A Biblioteca Central Prof. Charles A. Esbérard e a Setorial de Administração


possuem seus dados registrados eletronicamente em base de dados de natureza
bibliográfica, desenvolvidos para administração e gerenciamento de coleções e
serviços de bibliotecas.

Filiou-se ao CBIES/RJ, em setembro de 2000, objetivando acessibilidade e


disponibilidade de informações aos seus usuários.

As Bibliotecas FMP/FASE e a Biblioteca ESPM do Rio de Janeiro são


integrantes do CBIES/RJ e têm em comum o curso de graduação em Administração,
o que as torna parceiras na discussão de problemas inerentes à área, na troca de
idéias e no intercâmbio de informações.

5 ANÁLISE DOS DADOS

Para desenvolver este estudo foram estabelecidas algumas etapas descritas


a seguir: levantamento de dados estatísticos das coleções e número de usuários das
unidades de informação no ano de 2004; levantamento de dados estatísticos do
CBIES/RJ no mesmo período; comparação dos dados.

Os dados do CBIES/RJ utilizados para exame das questões apresentadas se


originaram de trabalhos apresentados em congressos pela coordenação do
Compartilhamento e de relatórios anuais das Bibliotecas ESPM e FMP/FASE.

A análise dos dados e descrição geral sintetizam as informações básicas


sobre o estudo e estão expostas a seguir:
Gráfico 1 – Títulos de Monografias

3 .4 9 8 .7 0 6

6 .2 0 5 6 .0 1 6

ESPM F MP /F AS E C B IE S /R J

_________________________________________

O gráfico 1 demonstra que o consórcio de unidades de ensino superior tornou


disponível e acessível a usuários das Bibliotecas da ESPM e FMP/FASE 3.486.485
títulos de monografias em todas as áreas do conhecimento. O gráfico 2 indica que
estes mesmos usuários passaram a possuir um número maior de itens disponíveis
para empréstimo domiciliar.

Gráfico 2: Volumes de Monografias

4.942.616

18.100 12.387

ESPM FMP/FASE C BIES/R J

_________________________________________
Os demais gráficos que se seguem descrevem variáveis quantitativas de
títulos de periódicos, base de dados, títulos de vídeos e títulos de CD’s. As
informações em periódicos e bases de dados de textos completos estão acessíveis
através de serviços de comutação.

Gráfico 3: Títulos de Periódicos

97.503

4.255 730

ESPM FMP/FASE CBIES/RJ


_____________________________________

Gráfico 4: Bases de Dados

10 4

ESPM
FMP/FASE
CBIES/RJ
287

__________________________________________
Gráfico 5: Títulos de Vídeos

702 220

ESPM
FMP/FASE
CBIES/RJ

38.324

_____________________________________________

Gráfico 6: Títulos de CD’s

213 56
ESPM
FMP /FAS E
C B IE S /R J

6.349

_____________________________________________

O próximos gráficos indicam número de usuários – docentes e discentes –


das Bibliotecas ESPM e FMP/FASE, que se beneficiam dos recursos informacionais
disponibilizados pelo CBIES/RJ, que contribuem para a qualidade de pesquisas e
estudos.
Demonstra, também, número total de usuários do consórcio que possuem à
disposição as coleções das Bibliotecas da ESPM e FMP/FASE. Podem utilizar os
serviços de empréstimo entre bibliotecas e intercâmbio de informações para acesso
aos itens das coleções.

Gráfico 7: Corpo Discente

257.946

ESPM
FMP/FASE
CBIES/RJ
1.650 1.196

_________________________________________

Gráfico 8: Corpo Docente

20.854

ESPM
FMP/FASE
CBIES/RJ
220
120

______________________________________________
O estudo apontou, também, pontos fortes e fracos do CBIES/RJ descritos a
seguir:

Pontos Fortes:
Empréstimo entre Bibliotecas;
Aquisição compartilhada;
Intercâmbio do conhecimento científico, tecnológico e acadêmico;
Catálogo coletivo on-line de periódicos;
Facilidade na busca e acesso à informação através do endereço eletrônico;
Parceria entre as bibliotecas integrantes do consórcio;
Visita guiada às unidades afiliadas;
Desterritorialização da informação;
Capacitação de recursos humanos;
Espaço para discussões (lista de discussão);
Importante argumento na negociação de atualização de coleções;
Troca de experiências, idéias e informações através de relacionamentos
interpessoais.
Pontos fracos:
Não possuir característica jurídica;
Falta de apoio das agências de fomento;
Falta de recursos financeiros e, consequentemente, capital intelectual para apoio
aos projetos em desenvolvimento.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os benefícios experimentados pelas duas unidades de informação, ao se


integrarem no CBIES/RJ, refletem no aprimoramento intelectual de seus usuários,
que passam a ter a sua disposição, um número maior de informações, atualizadas e
relevantes, em vários suportes, além de novos serviços e produtos. O que confirma
o compartilhamento de bibliotecas como instrumento eficaz no intercâmbio de
recursos informacionais.
Esta iniciativa contribui para melhoria na qualidade da educação superior e
para o desenvolvimento sócio-econômico do país.

O consórcio possibilita ainda, que as unidades de informação em ensino


superior, ESPM e FMP/FASE, com características e objetivos equivalentes, venham,
estreitando suas relações no futuro, celebrar novas formas de cooperações.

REFERÊNCIA

AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION. Disponível em: <http://www.ala.org/> Acesso


em: 16 Maio. 2004.

CUNHA, L.G.C. Sistemas e redes de informação. Ci. Inf., Brasília, v. 6, n. 1, p. 35-


43, 1977.

ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING. Biblioteca. Relatório


anual: exercício 2003. Rio de Janeiro, 2004.

FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS E FASE. Biblioteca. Relatório


anual: exercício 2003. Petrópolis, 2004.

LIBRARY OF CONGRESS. Disponível em: <http://www.loc.gov/> Acesso em: 16


Maio. 2004.

MARCONDES, Carlos Henrique e SAYAO, Luis Fernando. Documentos digitais e


novas formas de cooperação entre sistemas de informação em C&T. Ci. Inf. [online].
set./dez. 2002, vol. 31, no. 3, p. 42-54. Disponível em: <http://www.scielo.br/>.
Acesso em: 16 Jun. 2004.

SILVA, Tereza da. Compartilhar é a solução. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE


BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 12., 2002, Recife. Anais... Recife: UFPe, 2002.
1CD-ROM.

SOUZA, Clarice Mullethaler. et al. Compartilhamento entre Bibliotecas de


Instituições de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro. Janeiro. In:
SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11., 2000,
Florianópolis. Disponível em: <
http://geocities.yahoo.com.br/csouza952/producaointelectual2.htm>. Acesso em: 10
Maio 2004.
VIANNA, M. J. G. M.; SAMPAIO, M. da P. F. Compartilhamento entre Bibliotecas das
Instituições de Ensino Superior do Rio de Janeiro: CBIES/RJ: experiência pioneira. In:
Congresso Internacional em Biblioteconomia, 2., 2004, Rio de Janeiro. Anais... Rio
de Janeiro, 2004. Documento recebido na lista de discussão do CBIES/RJ em 14
Jun. 2004.

VOSGRAU, Sonia C. R. et al. Formato MARC 21 holdings para publicações


seriadas. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 12.,
2002, Recife. Anais... Recife: UFPe, 2002. 1CD-ROM.


Especializanda em Organização do Conhecimento para a Recuperação da Informação – UNIRIO.
Bibliotecária e Documentalista – UFF. Biblioteca ESPM do Rio de Janeiro. Rua do Rosário, 90,
Centro, 20041 002, Rio de Janeiro, RJ., Brasil
Conselheira Regional – CRB-7 claudiaaragon@espm.br
∗∗
Bibliotecário Documentalista – USU. Biblioteca da Faculdade de Medicina de Petrópolis e FASE. Rua
Machado Fagundes, 326 , Cascatinha, 25716 970, Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil. Biblioteca@fog.br

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