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Mas como resolver tal irrealizao amorosa? de ter o objeto amado em si mesmo e, por
isso, no poder possui-lo?
A morte a nica soluo.
uma contradio desejar o impossvel enquanto mesmo que impossvel, pois o objeto
amado no existe fora da subjetividade do amante.
O amor , ento, sentimento essencial para a constituio do sujeito em face do mundo e
a causa de uma profunda e constante dor, fonte da prpria frustrao.
O eu uma falta irremedivel, uma carncia essencial.
Mas se perguntado se existe a possibilidade do alcance concreto do objeto amado a
resposta , de acordo com a autora, sim.
No , ento, a impossibilidade do outro que frustra o desejo, mas a impossibilidade de si
mesmo, no entanto, a expresso potica impede que o eu potico se isole.
A impossibilidade amorosa (grifo meu) se expressa no paradoxo, que obriga o poeta
(idem) a perceber criticamente sua existncia. O amor colabora para o desconcerto do poeta
em face de si mesmo.
Assim, o que torna a lrica camoniana platnica no a idealizao de um mundo ou do
ser amado mas a desesperana da vida.
A professora ainda defende que smbolos platnicos foram adaptados doutrina crist:
Ao ver da autora, Cames platonista devido sua experincia do amor como carncia e
na sua descrena no mundo terrestre.
Segundo Plato, o processo de aniquilamento do sujeito uma libertao, uma
aprendizagem, pois a decepo do mundo temporal se acompanha da certeza do mundo ideal.
ou seja, como Montaigne diz: Filosofar aprender a morrer. Assim o filsofo caminha para
seu fim na convico que caminha para a felicidade.
Para Cames a idealizao fonte de dor e desespero, porque no conduz o sujeito para
a superao de si mesmo, sendo, como dito antes, a morte como a nica capaz de findar tal
mal.
Em seguida, a autora compara a idia do Eros (desejo) em Plato e Cames.
Eros em Plato a carncia, enquanto em Cames a eterna busca do bem. Suportando
esta idia, o Conhece-te a ti mesmo de Scrates convida o homem, no a descobrir a si, mas
a essncia universal do homem da qual participamos todos.
H, portanto, a perda do carter metafsico do amor, do objetivo pelo qual um amante se
entrega a outro, tornando o amor uma forma de estar s.
Recaptulando, a autora reafirma que o passado um lugar inofensivo onde a idealizao
do objeto do desejo no sofre o impacto de obstculos modernos, e que a morte no pode
triunfar sobre a fonte dos desenganos: o amor.