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No entanto, há muito que foram sendo notadas as limitações do PIB, quer como medida da produção e do
crescimento económico, quer, sobretudo, como indicador de qualidade de vida ou de bem-estar. A discussão
sobre as insuficiências do PIB e a necessidade de o substituir ou complementar com outros indicadores tem
ganho crescente relevância, tendo merecido a atenção de organizações como a ONU, a União Europeia ou a
OCDE – particular destaque merece, neste contexto, a iniciativa do Governo Francês que conduziu à
elaboração de um relatório sobre o tema, recentemente publicado, coordenado pelos conhecidos economistas
Joseph Stiglitz e Amartya Sen. Neste âmbito, as propostas têm convergido na necessidade de incluir as
dimensões da sustentabilidade social e ambiental dos processos económicos, reflectindo a crescente
saliência destas questões no debate público.
A discussão sobre o PIB constitui uma oportunidade para reflectir sobre os objectivos que as nossas
sociedades, mais ou menos ‘desenvolvidas’, podem e devem prosseguir, bem como sobre os valores que
estão subjacentes às escolhas com que nos deparamos. Este é um debate que não pode ficar confinado à
dimensão técnica dos ‘especialistas’. A participação alargada da sociedade na definição dos padrões de
orientação e avaliação dos caminhos por onde passará o nosso futuro colectivo é, desde logo, uma elementar
exigência democrática.
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