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Roberto Botelho

POESIAS DE
ANTÓNIO BOTELHO
1ª Edição

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Ficha Técnica

TITULO: Poesias de António Botelho


Autor: Roberto Botelho

2009 Euedito

Editor: Roberto Botelho


Impressão: Euedito
ISBN: 978-1-4452-3705-3
Depósito Legal: 302898/09

Euedito
geral@euedito.com
www.euedito.com

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Desvario poético I

Minha ambição, minha acção


Histórias contadas não tão pouco entoadas
Pelas vozes que são… bem glorificadas.
A mensagem é sombria mas, entrelinhas,
Tanto quanto as vontades minhas…
Preenchendo o caderno unido
De folhas… em que o pensamento é querido
Com segurança, dependendo da andança
Na nova perseverança, crio nova herança.
A chuva que cai atraiçoa o sossego.
Querer prazer... e isso não nego.
Sem me deixar perder neste mundo
Mesmo caindo no sono profundo,
Entre músicas de farra mas, não de desvario,
Estudo novos casos, mentalidade eu propicio
Na estribeira da assembleia local,
Mesmo não tendo noção própria do governamental.
Iludido pelo passado, descontente,
Dirijo todas as forças para o presente.
Tentado não ser alguma vez demente
Nem tão pouco… subsequente perante a minha gente!
Adestrando novas poesias monumentais,
Tanto quanto as minhas expirais.
Onde me contenho com prazer e poder
Para que um dia possa prevalecer!
Destemido da ironia da simpatia,
Logrado e, com tendências à soberania
Na esperança da vinda do novo dia…
Rejuvenescido tal como o Sophia.

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Algo do momento

Congestionado sob a alegria,


Proporciono todo o alarido
Nesta supra cosmogonia
Descabido desse entendido.

“Eh-fe-ri-á” do momento
Que sai sobre a mesa,
Sempre com sentimento
Dessa grande defesa

Que me é proporcionada
Por esses momentos lindos.
E a mente apaixonada,
Nesses tons que são bem-vindos.

6
O sentimento não expresso

Quantas formas tamanhas,


De elevadas categorias,
Dilatei nas minhas entranhas,
Pensamento face às demagogias?

Quantas por ausência de meios


De registo ou a preguiça
Que, por outros anseios
Encaminham-me à injustiça

Da expressão por ausência do mEu Eu,


Da minha necessidade de compreensão
Que retira o seu véu,
Escrevendo, acorda a inspiração.

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(sem título)

É fraco o tom, forte a profecia


Da argumentação personalizada,
Soberania nunca é em demasia,
Somente repugno a estupidez alargada.

Somente a escrita é o gosto do meu paladar


Que se situa na ponta das digitais,
Nelas proporciono o criar
Das sabedorias supra-abismais.

Listo a seiva do conhecimento


Que me abastece nesta guerrilha,
Palavras ausentes de contentamento,
Sou a solução de toda a armadilha.

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Desvario poético II

À memória se acrescenta o presente


Em face do passado diferente…
São tidos em conta vários momentos,
Incolores e coloridos de cores de tormentos
Nos quais, pensamentos são assentes
E tornam o indivíduo em partes diferentes.
Sem a noção mínima do saber
Ao certo o que se está a ver
Ou, do que afinal se está a abster!
Sensação perceptiva de um novo entender.
Tudo difuso ou, demasiadamente claro,
É assim que a vida eu encaro.
Tendo em atenção todo o momento raro,
Tendo em conta o que me pode sair caro.
E mantenho-me assim imortal
Para com a taciturnidade da moral.

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(Sem título 1)

É forte a decadência,
A inércia da sentença
Que, por indulgência
Renasce na presença

Do ser clandestino,
Da minha intenção
Amorosa de feito fino…
Extrema afeição.

Crêem os Deuses do céu


Que sabem de tudo do existente
Mas, as sensações do amoroso meu
São algo mais à frente.

É então um sentimento só
Do qual sou possessivo,
Por mais que seja preso num só nó
Nunca será relativo.

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(Sem título 2)

Curvado perante a situação


Que circunda a agonia,
Mesmo sem convicção,
Não retrógrado em demasia.

Ausenta-se a capacidade
Para que possa findar
Este meio de sanidade…
Escassa a forma de falar.

Somente uma lucidez,


Algo muito pequeno…
Pois dada a flacidez,
Somente tudo é obsceno.

Fintando a vida obscura


Que, assim teima!
Ainda que prematura,
Somente o mal ainda reina.

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O passado

Finda a história risonha,


Completa mas não medonha.
Vejo ao passado longe,
Pensamento de bom monge.

O esquerdo bem funciona,


Controla o verbal moderno,
Com ele se menciona…
Passado que ainda eterno.

E medita tal sombrio,


Cego, sente o calafrio…
Prevê a irmandade lívida.

Situado com desvio


Na regência do bravio,
Sua alma enternecida.

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O inconsciente

Medito de forma inconsciente


Frente a todo o acontecimento,
Funciona assim a mente
Sem consciência desse tormento.

Findadas, ou não, as dimensões


Em tempos passados bons ou maus,
Revelam-se boas conclusões
Ao analisar este caos.

Passado perpétuo maturo


Numa irrelevância consciente,
Por mais que seja prematuro,
Há sempre probabilidade de ser demente.

Fundado no bem ou no mal,


Crescente ou estagnado,
Reflecte para com o ancestral
Sentimento mais enamorado.

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Séc. XIX

As réstias que não despedaçam


A partitura dessas estruturas,
São poucos os que as ultrapassam
A nível das alturas.

A lista é extensa na comunidade…


Documentários futuros
Sobre esta fragilidade
Que prevalece entre os muros.

Holocausto, tudo caótico!


É assim que tal me parece.
Assim vê o nervo óptico
Que até se humedece.

Não há dignidade,
Nem mesmo depois da partida
Para o outro mundo, sem equidade…
Desfecho sem saída.

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$essa noite

A sensação correspondente à expectativa


Tanto quanto ela é decisiva
Mas, o custo não é fácil e reduzido.
É sempre laborioso e aturdido

Da necessidade, com ou sem intenção.


Mas conveniente com o coração
Para que não haja desilusão
Tal como acontece em determinada situação.

Passo então ao relato mais esperado,


Fiquei com o seu contacto assustado!
Admirado por ela que era tão linda,
Disposição perante mim ainda.

Estupefacto frente à sua frente,


Seus lábios, mantinham a chama ardente
Que logo ali surgiu e ainda não regrediu
Na sua actividade que ainda me consumiu.

Finalmente…fisgado somente no prazer,


Demonstrei o meu compadecer.

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$o fresco da manhã

No fresco da manhã,
Intuito purificado.
Renascer para amanhã,
Voltar ao meu estado

Consciente, que é somente


Aquele que me causa agrado.
Recuso, impaciente
Toda a acção do malvado.

Minha cúpula central,


Do meu pensamento
Permanece ancestral
Ao meu funcionamento.

Inspirado pela causa


Genuína do modelo ideal,
Recuso qualquer pausa
Para que seja supra racional.

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Porque escrevo

Sinto, sofro… No mantimento


Desta aurora longe de mim
Que, apesar do consentimento
Não a posso deter assim.

Não escrevo com intuito directo


De imitar ou imaginar
Alguém real ou, discreto
Da sociedade liminar.

Apenas com o intuito de mim,


De me sentir eu próprio,
Porque me sinto bem assim,
Escrevo somente sóbrio.

No apeadeiro no qual me debruço,


Miro toda a imensidão, a sociedade…
Nela me encontro com aguço
Da minha maior sanidade.

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Um pensador na noite

Meu tronco que se refresca


No parapeito da janela,
Céu estrelado sobre a testa,
Pintura mais bela alguma vez em tela.

Com poucos reflexos luminosos,


Abunda a escuridão…
Sem necessidade dos olhares laboriosos
Aumenta a cognição

D´este pensador na noite


Que se rege sob o seu reflectir,
Ausente da possível influência, foi-te
Contrária essa ideia em todo o agir.

As palavras são seleccionadas e aprovadas


Como as condições para o céu.
Todos descansarão nessas tão desejadas
Terras, ainda desconhecidas, com véu.

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Tema sobre o tema

A procura é incessante
Para a primeira palavra,
Por mais que obstante,
Sempre deflagra.

E são as suposições de descrição


Do ébano ao bambu da savana,
Furtivo é o pensamento de então,
Flutuação da imaginação da gana.

Escondem-se assuntos indesejáveis,


Uns mais, outros menos,
Ainda que pouco mensuráveis,
O abstracto não é de tons pequenos.

Recorre-se ao ancestral
E ao actual do que corre...
A vida é o memorável
No fim quando se morre.

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(sem título)

Listam-se pensamentos,
Sentimentos num só.
Mãos de consentimentos
Unidos num só nó.

Somente um “não sei”


Que em cheio para comigo,
Na mecha do que achei
Pelo acaso em conversa de amigo.

Do outro lado da trotineta


Comunicativa por teclado,
Cabos ligados por meta
Ainda que cansado.

Mas somente nada…


A ausência do saber ao certo,
O que, na improvisada
Vida corre decerto.

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O segredo do segredo

Mirabolantes pensamentos
Na estante repousam,
Escritos por acontecimentos…
A ser publicados não ousam.

Pois o segredo é próprio


Do segredo da mente
Sendo sempre sóbrio
E correcto, de forma eminente.

O amontoamento numeroso
Em sinfonia com a meditação
Do corpo trabalhoso,
Mente e corpo – uma potenciação.

Dos actos meus afinal,


Lívidos para com a moral,
Destemidos do maior mal,
Pois o final… esse será sempre mortal.

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Disfunção social

Alegres pela aparência.


Casais pela inconsciência.
Mendigos por conveniência.
Alguns pela toxicodependência.

Padres não pela fé.


Casados só temporariamente.
Viciados em café.
Jovens traficam sem noção da consequente.

Advogados defendem criminosos.


Alguns ditam as leis.
Obesos são muito gulosos.
Apóstolos já só são seis.

Artistas criam o já criado.


Políticos são tenebrosos.
O povo é revoltado.
São libertados os criminosos.

22
A palavra

A palavra divulga-se, não se vende.


Deve ser elevada, valorizada…
Cada alma no mundo acende
Para obtermos a mente purificada.

A palavra é independente
Da demagogia do seu portador.
Apesar do assunto envolvente,
Deve ser clamada com pundonor.

A palavra é o meu poder,


Dada a minha capacidade.
A criação faz-se a sofrer
Com o relato da sociedade.

A palavra realiza-me.
Toma partido da expressão
Dos meus sentimentos… hipnotiza-me
Para alcançar a imensidão.

23
Minha escrita

Tão incessante é minha escrita,


Como o acto da leitura,
Apesar de bastante restrita,
Permanecerá até à sepultura.

Mesmo que nas ruas da amargura


Um dia eu viva,
Criarei com ternura
Minha escrita altiva.

Não só para que não caia


Na lei do esquecimento
Mas sim, para que saia
Do meu maior sofrimento.

Pois este acto é rejuvenescedor


Da mente, da vitalidade.
Por mais que seja a dor,
Permanecerá a imortalidade.

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Angústia

O chão retrai meus pés,


Meu corpo por inteiro.
Procuro de lés-a-lés
Solução para este paradeiro

No qual me encontro, triste.


Talvez à beira do suicídio,
Essa beira nunca a viste,
Só praticas-te genocídio.

As falésias riem-se de mim,


Incentivam-me para me atirar
Para elas, prevejo o fim,
Acabo por desesperar.

Pois a morte tudo soluciona


Para aquele que a toma
E, tudo revoluciona
Aos entes queridos, à soma.

25
Padece a escrita, padece o espírito

Perfilado para com o desvario,


Desconheço o quê ao certo.
Quantas as ideias que associo,
Perplexo num rumo incerto.

A sombra aponta direcções


Que permanecem desconhecidas,
Nem com novas ilusões
Serão algo perceptíveis.

Pois a comparência mental


É algo inerente,
Apesar do racional
Estar sempre presente.

No algo confuso me sinto,


Penso sobre o pensamento.
Não basta só isso, minto
Dizendo que não sinto sofrimento.

26
Esperança

Sinto esperança de ter esperança


Pela andança mais mansa,
Dado o estado da lança
Que atirei… Agora não descansa.

Mesmo que tudo em contrário


À minha vontade designada.
Ambiciono novo inventário,
Uma vida mais tranquilizada.

Prevendo paz de espírito, calma.


Lutando pelo trilho perdido,
Apesar disso mantenho a alma
Num grau elevado, mais altivo.

Sabendo que o sofrer é tamanho,


A desistência não proliferará
Pois… minha arte e engenho
Tudo e todos superará.

27
Solidão

Na solidão abandonado
Me sinto meramente.
Sigiloso neste estado,
Desconheço realmente

Essa forma de pensar… assim,


Tão desvairada da realidade,
Inconsciência sem fim
Que vejo nessa personalidade.

Mais uma vez ao abandono


Me deixou e deixará,
Tal como cão sem dono
Que nunca se encontrará.

Apenas resta o corpo e a solidão,


Da mente já pouco resta,
Pois vê em tudo escuridão
No abismo profundo se encesta.

28
Esta escrita

Sem alusões a qualquer autor


Da antiguidade, dos mais relembrados,
Não dá à minha escrita mais valor,
Encontro-me sempre em estados inspirados.

Não necessito de ideias copiadas


Para que minha escrita tenha
Mais intuito nas gazetas publicadas
Pois, na naturalidade se desempenha.

Declaro guerrilha a quem se oponha,


A quem ouse servir-se da referência
De outras intelectualidades e, ainda suponha
Que tenham caído, sem sapiência

Pois o merecimento é pelo esforço


Individual, do intelecto humano.
Não da consulta acima do pescoço
Nas prateleiras da biblioteca ano a ano.

29
Inspiração

Sobe o grau frenético


Da sensação inspiradora.
O batedor epiléptico
Dilata a peça pensadora.

Imagens são recriadas


Apesar de, ainda ilusórias,
Permanecem desamparadas,
Não acessíveis às memórias.

De outras formas vão surgindo,


Algo que não se sabe ao certo
O que desdenha, incluindo
Se se está longe ou perto.

Somente meras alusões


Permanecem no enredo
Do pensador de grandes dimensões
Sempre destemido, sem medo.

30
O livro que escrevo

Neste livro que escrevo


Somente um objectivo principal:
O de dar forma e relevo
Ao meu aspecto sentimental.

Pois tudo é verdadeiro


De acordo com o já passado,
Acato isso por inteiro
Nunca me sentindo ultrapassado.

Retomo registos, manuscritos…


Com intenções de compreensão
Dos meus sentires restritos
Quando alcanço a imensidão.

Sob a aglomeração intencional


Desses riscos que registam
Todo o meu ego vital
E, que assim sempre existam.

31
O compositor

Componho músicas, sinfonias.


Como quem dá carinho
A uma criança, com alegrias,
Registo-as em pergaminho.

Pelo seu grande e altivo


Poder de supra-acção,
Causa impacto ao auditivo
Pela sua forma de composição.

Os sons são os que me rodeiam


Aqueles que demorei anos
Para os poder ter, pois anseiam
Que tome parte deles, propanos.

Pois neste meio tudo é criado.


Listagem de ritmos gravados
Para que a sinfonia seja o elevado
Tom dos mais dedicados.

32
(Sem título)

Morde-me a vontade
De querer ir mais além…
De olhar para a saudade
E a deixar sem qualquer aquém.

Sonho com o prazer


Da vida, do bem-querer,
Sem querer padecer
Ou que o mal possa vencer.

Erudito no meu mundo,


No meu mundo fechado.
Recaio num sono profundo
No qual sou retratado.

Encontro a minha deia,


A verdadeira incomensurável
Que, invade meu coração, como sereia,
Existente na praia mais amável.

33
Somente o Meu Eu

Meu nome não existe,


Nunca existirá.
Só para meus pais ele consiste,
Somente me identificará.

Para viver em sociedade,


Nada mais que isso.
Resistirei à minha idoneidade
Não tendo horror disso.

Perante o instrumento que toco,


Por ele vou gesticulando
Em delicadezas pelas quais sufoco
E nas quais me vou consagrando.

Iluminado pela paz


Do desejo do meu Eu.
Quanto mais por mim faz,
Mais me cerro sem véu.

a paz de espírito, na serenidade…


Que proclamarei até ao fim da minha sagacidade.

34
À Remízio

Minha lembrança é só uma:


A de afeição amorosa
Perante a tua pluma
De tempos, da tua imagem gloriosa.

Com alguma intenção pecaminosa,


Outros tempos, outras vontades
Longínquas da presença airosa,
Permanecem as saudades

Dos momentos memoráveis


Ainda que… à distância.
Tenho-os como clamáveis
À minha maior ânsia.

De todos os poemas,
Todas as escritas por ti
Em forma de outros fonemas,
Assim sobrevivi.

35
Este pensador…

Emagrece o corpo
Mas nunca a mente!
Palavras do topo
À frente de minha mente!

Com exclamações,
Repentinas figurações
Definhando composições
Para completar corações.

A procura é incessante
Pelo termo mais correcto.
Sou pensador ambulante
E sempre concreto.

Destemido de decadência
Permaneço com acoite.
Poeta da essência,
Sou Um Pensador na oite.

36
Capítulo passado e actual

Seleccionado pela decadência


No espírito do meu ser,
Revejo com sapiência
E tendo chegado mesmo a entender

Esse capítulo credível à memória


Que outrora foi constante.
Agora resta o relato dessa história
De onde adquiro saber galante.

Falta o assunto mas nunca o verso,


Assim como nunca falta a rima
Mesmo que, com o mundo inverso,
Sinfonia no meu clima.

Trituro momentos pouco agradáveis


Para depois serem despojados,
Para que não sejam desagradáveis
Dos sentires bem intencionados.

37
O iluminado

Meu passo iluminado,


Luz incandescente.
Sempre bem direccionado
Pelo lustro omnipresente.

Uma só sombra, a minha.


Tudo em volta apagado.
Abdiquei de tudo o que tinha
Para melhorar o meu estado,

Caído na independência total,


Desviado de outras intenções.
A todo o instante racional
De acordo com as situações.

Livre como a naturalidade


Pela qual me rejo infinitamente,
Independente da modalidade
Sempre espero ser diferente.

38
Deparado com a vida

Lustroso para com a vida deparada


Com convicções… puras justaposições.
A ela peço outra alvorada
Dadas as minhas condições.

No auge da minha criação infinita


Me sinto a todo escasso instante,
Equilíbrio na acção mais restrita
Tendo o bem como constante.

Para que seja praticado por mim


E ensinado ao próximo personagem,
Para que cumpra até ao fim
A minha distância da margem.

Pois de tudo faço para a dignidade


De ser vivo, racional ou não,
Pois ambos sofrem com intensidade
A dor e a repressão.

39
Este dedicado

Este dedicado no qual tudo deposito...


Lembranças que interagem com os presentes.
Dedico estes manuscritos num só grito
Pois tenho estima por esses omnipresentes

Que são meus parentes, espírito dos avós


Apesar, de ter ficado no desconhecimento
Da convivência, pensar neles a sós
E por vezes com tanto padecimento.

Pela injustiça da ausência de convivência,


Com esses tão merecedores de vida
Que talvez por indulgência,
Ficaram na linha perdida.

Mas meu respeito é tamanho


A pai do meu pai e mãe da minha mãe,
Pois herdei deles arte e engenho
Para poder ir mais além.

40
O senhor verdade

“A verdade é só uma”!
Derruba a mentira.
Mas, instável como pluma
Sob a leve brisa da ira!

Longe do alcance do senhor


Que reclama a verdade
Como virtude do seu batedor,
Esquecendo o que pensa a sociedade.

O senhor verdade bebe demais


Para que possa pronunciar-se
Sob a verdade, os seus ideais,
Para procurar-se e achar-se.

É portanto a verdade só uma,


Independentemente da ira
Que, se apresenta contra e, em suma,
A verdade actual é mentira.

41
Auto-realização

Nasci para voar


Mas, esse poder não tenho.
Tendo em tudo o apesar
Do meu valor e empenho.

Trago ao rosto do meu amigo


A expressão de um sorriso…
É característico do que consigo
E assim me realizo.

Pois somente voa a imaginação,


Os pés ficam assentes na terra
Mas, por outra opção,
Aviões inventados para a guerra.

E é nesta compreensão
Que me vou regendo,
Alcançando a personificação
Do meu ser, vou-me conhecendo.

42
Meus versos herdados

Minha mente laminada


Pelos acontecimentos anteriores.
Sinto-a algo desesperada
Por falta de louvores.

O traje que visto é especulativo


Da minha maneira de ser,
Deste saber único consecutivo
Do qual retiro prazer.

Meus versos não choram


Mas, fazem chorar.
Pois raramente alvoram
A herança mais secular

Guardada e procriada pelos avós


Esses, a quem sou devoto,
Desse tempo das mós…
Bondade nos relatos noto.

43
Tecnologia ausente

Outrora, talvez alguém reparara


Que não faço alusões à tecnologia,
Pois renego essa destruição clara
À escrita da minha demagogia.

E talvez me apelidem de “desactual”


Ou outra coisa ainda,
Pois de acordo com a minha moral,
Essa coisa é-me linda.

Logro então a esta sociedade


Para que corrija os seus costumes,
Dado que em face da maldade
Disfarçam tudo com perfumes.

Pois a escrita é a ciência mãe


De todas as outras, na eternidade.
Convém que a tratem bem,
Com respeito, mantendo a sanidade.

44
Des(conhecimento) do futuro

Tenho esgotados em mim os assuntos


Que ao certo tento perceber.
Atordoado pelos conjuntos
De males para me acontecer.

Pois desconhece-se o futuro


Mas, não o receio.
Ainda que prematuro,
O cálculo da previsão anseio.

Permaneço então na ignorância


Do saber que não sei,
Dada circunstância a circunstância,
À vida sempre me dedicarei.

Recente para com esta conclusão,


Somente tenho em conta o conhecimento
Pois, não me servirá de opção
A outro tipo de prosseguimento.

45
A possibilidade

Se tal for concretizável


E, tendo noção que essa possibilidade
É grande mas, pouco controlável
Dada a ajuda, a falta de solidariedade.

Mas haverei de ter coragem


Suficiente para a publicação,
Por mais que me julguem à margem
Da literatura por eleição.

Pois se o poeta é um fingidor


Disso discordo totalmente,
Dado o lado sofredor
Do meu ego eminente.

Mas a interpretação é variada,


Tantas, quantas leituras
Dos leitores desta intitulada
Arte ainda às escuras.

46
A verdade da expressão

Para quê saber de cor


O que escrevo nos manuscritos,
Pois sou praticante mor
Do bem para com os aflitos.

Será que isso implica o oposto?


De que não sei ao certo o que escrevo?
E que tenho vergonha no rosto
Porque saber de cor eu devo!?

Tais dúvidas eu as esclareço


No papel da minha partitura,
Pois a todos eu peço
Para que deixem essa postura.

A verdade da expressão é o importante,


Tal como a de acção,
Sinto-me assim confiante
Quando deparado com essa questão.

47
A memória

Independente da memória,
Da saudade e do saudosismo,
Faço só disso história,
Desfaço possível abismo.

Mas por vezes ela falha,


Requer alguma invenção…
Para que o retrocesso que talha
Contorne a imensidão.

Pois cada lembrança ajuda


Cada associação que é feita.
A memória muda
Consoante o impacto que aceita.

Chega a desfigurar a mente


Causando perturbações,
Tudo devido ao inconsciente
Que recorre à mente, sem restrições.

48
Tudo ou nada

O tudo ou nada, reflicto…


Com essa questão imensa.
Sei que procuro o veredicto
Para obter a recompensa.

Mas as suposições são nada,


Por vezes, são até tudo.
Sinto que estou à entrada
Mas, estou à saída, mudo.

Deslizo do essencial ao desnecessário


Obtendo mórbida sonolência,
Feliz ou infeliz, ao contrário,
Sinto-me perto da demência.

Suponho à escrita demorada


Que se apresse ou então desprezo
Essa ideia tão esperada
Para derrubar o inimigo, rezo.

49
Releio lembranças

Faço consultas indeterminadas


Aos registos, aos meus manuscritos,
Sinto neles as badaladas
Tal como no momento a serem escritos.

E, deles me sirvo para o actual


Para poder rejuvenescer minha moral,
Sabendo que não serei igual
Pois já aprendi a evitar o mal.

Transcrevo alguns versos,


Outros faço pequenas alterações
Mas, esses registos nunca submersos
Expressam as minhas aptidões.

Pois agora que quero dar a conhecer


O que palpita no meu batedor,
Tenho de bem entender
Que nunca vou deixar de ser pensador.

50
Há falsa pobreza

Quando a pobreza é o dia-a-dia


Requer-se que o seu praticante
Não se adapte em demasia
Pois tal, levá-lo-á a ser ignorante.

Não os podemos ignorar,


Isso é certo
Mas, sabemos que podem melhorar
O seu rumo em aberto.

Perante as várias ajudas


Que lhes são disponibilizadas,
Alguns de bermudas
Integram-se em sociedade desamparadas.

Só é pobre o pobre que anseia


E procura por algo melhor,
Mas por falta de capacidades na teia
Não é acudido melhor.

51
Demagogia

Versão irradiada da disfunção


Da personalidade avulta…
Da insatisfação na população,
Opinião pública oculta.

São as acções que ditam o rumo


Do qual não há certezas.
Não sei se será demasiado fumo
Ou do abuso das riquezas.

Mas essa “dominação tirânica”


Que é das “fracções populares”,
É como a revolução hispânica
De outros tempos seculares.

Pois guerra é em vão,


Não passa de agressão verbal
E, por essa mesma razão
Nunca será tão pouco racional.

52
Silêncio sozinho

Tudo…
Nas largas mãos de veludo
Encontro-me mudo
Para com o orelhudo.

Mas o incessante esforço


É em vão, não há sinal
De estímulo, por isso me torço
Para encontrar algo vital.

Irrita-me essa procura


Tão incessante que me destrói,
Traz até mim a loucura,
Este silêncio que me corrói.

Surgem questões na imensidão do nada,


Pois nada posso dizer que exista,
No sítio onde forma humanizada
É somente imaginação do artista.

53
O culto

Sopra o pensamento clandestino


Afasta a abóbada iluminada
Recreando o puro paladino
Perto da vista entusiasmada.

Solicito essa recreação


Para o alcance desse nirvana
Aumentando minha pulsação,
Descubro quem mal me quer e engana,

Para que Eu possa ser somente Eu


E, por tal, executo esse Orfeu.
Destilo então essas companhias.

Fertilizo meus bons pensamentos


Sabendo que merecem talentos,
Só regrido para com Sofias.

54
Licitude

Recreando a licitude mais tamanha


Para que me possa confrontar
Para com os de maior manha,
Não desisto de os derrubar.

Pois sob esta virtude


À qual sou devoto,
Nunca serei rude,
O bem agradeço e noto.

Acolho então esta característica


Sabendo que bem entenderei.
Proponho nova concepção artística
Pela sensação que sempre adorei.

E com isto faço a terminação


Da incandescência mutilada
De qualquer tipo de escuridão
Mas… de forma sempre glorificada.

55
Dados concretos

Pela apreciação individual ou global


Encaro-me com o aperceber
Que o meu protótipo é principal
Para tudo o que querem fazer.

A poesia não são só “desfarias”,


São também algo concreto.
Essas inconscientes sabedorias
Nem sempre admiráveis no decreto

Da boa poesia, a mais fulminante


Que, por outra sinfonia,
Sobe de posto a aspirante
Para que nem sempre seja ironia.

Não nos podemos apresentar


Sob palavras escritas ao acaso
Pois temos de percepcionar
Que o que queremos dizer é raso.

56
Aparências

São vistosas essas gentes


Aclamadas com orgulho
Mas, se fosse com outras lentes
Nem comparadas com entulho.

Somente aparências formadas


Pelas vestes que usam.
Nada das suas personificadas
Mentes que usam e abusam

Dessa sociedade que os aclama…


Acredita nas suas licitudes.
Só eu sei o mal que os acama
E que faz dessas gentes rudes.

Não nos deixemos então


Iludir por essa falsidade
Que é sustentada por essa multidão,
Sociedade após sociedade.

57
“O poeta” e não o “melhor poeta”

O poeta admira o que é belo,


Sabe apreciar a natureza.
Não ignora o cavalo brunelo,
O poeta é fraco mas, também fortaleza.

Digo “o poeta” e não “o melhor poeta”,


Pois ou se é poeta ou não é!
Cada um tem em conta diferente meta
Nunca menosprezando quem está ao seu pé.

O poeta exige o bem ao seu lado


Não só critica como soluciona.
Procura o monte mais isolado
Para respirar fundo e mais à tona.

O poeta chora pela tristeza


Não só sua mas também do amigo,
Procura a máxima pureza
Desejando aplicá-la a quem corre perigo.

58
Procuro portadores de bondade

Suponho à palavra
A isenção de procrastinação,
Pela intenção que lavra
Rejuvenescendo a racionalização.

Procuro incessantemente
Uma ideia, uma vantagem…
Para apresentar à congruente
E friccionável contagem

Das personagens bondosas


Que, pouco encontro mas educo!
São mais as invejosas
E vistosas do que em Pernambuco.

Com esta velhice crio a boa fé,


Uma idealização deste teorema
Mas que, nesta cadeira de canapé,
Não passa de um bom lema.

59
$em sempre correcto

Insisto na contrária.
No padecimento desta concentração.
Que é mandatária
Da minha estupidificação.

Uma vez que não deverá


Sequer estar presente,
Meu dever, esse seria
Entreter-me com outra gente.

Sem que fique a ouvir


Estas gentes fora de si,
Raciocino a sentir
O que pretendo com o que vi.

Finalizo este enfadonho


Início de preguiça
Que se torna medonho
Com a falta de justiça.

60
Ideias erróneas

Segue o entendimento,
Protótipo do recorrer
Ao mau funcionamento
Por esse mal parecer.

Provém a palavra errada


Procrastinada e mal entoada,
Pois tudo nessa abafada
Ideia errónea é mal trabalhada.

Subentendem-se ironias
Do dia-a-dia, agonias,
Sem que essas demagogias
Se tornem para alegorias.

Somente meu pensamento


Concentrado no meu eu,
Permaneço sem tormento
Supra à distância do céu.

61
$ova escrita amorosa

A certeza é incerta,
O esquecimento é escasso.
O largo aperta
No afazer do que faço.

Perdura já a saudade
Clandestina do sentimento,
Sem que saiba a veracidade
Do incerto batimento.

Caem olhares directos,


Predilectos fixamente
E, por outros afectos,
Elogio-os convictamente.

Procuro então seu canal,


Sua configuração…
Para que nessa tal
Eu seja máxima paixão.

62
Revolução

Começo então por enumerar


A necessidade de mudança
Em certos pontos que devem mudar,
Dada a falha da temperança.

Guerras por um só objectivo:


O lucro monetário e religião
Que, apesar de total nocivo
Leva a revoltar a multidão.

Movimenta a solidariedade
Que seria bastante desnecessária.
Caso não houvesse essa trindade
Desde os tempos da solitária.

Milhares que procuram um pão,


Milhões que procuram riqueza.
A falta de valorização
É a maior e triste pobreza.

63
$aturalidade acima da questão

Sinto a corda que desafina


No momento da tua ausência,
Necessito de parafina,
Coisas de sentimento com sapiência…

Apelo a essa sabedoria,


A que faz parte de mim,
A que detenho em sintonia
Tal como autodidacta a aprendi.

Para que seja recompensado


Com a mínima previsão,
Não totalmente calculado,
Naturalidade acima da questão!

Por mais que a notoriedade seja


Tamanha pela sua virtude,
Ambiciono a cereja
Mais perfeita desta amplitude.

64
Cansaço

Pela tentativa incessante


Caído no cansaço,
Mais do que aberrante,
Menor que um fracasso.

As pálpebras inchadas
Semi-cerram as pupilas
Pelas noites ultrapassadas
Sem pausas por entre vilas.

Pela falta de tendenciosidade


Comportada de forma incoerente,
Nessa grande complexidade
Permaneceu a fraca mente.

Talvez não tanto sapiente


Como a expectativa,
Estafado meramente
Mas não falta a forma altiva.

65
$o meu mundo sozinho

Regrido na paciência
Face ao estado mental,
Subjugado pela latência
De certo comportamental.

Denegrido e atordoado
Por esses elementos
Do meu grau graduado
Nos meus sentimentos.

Não só de sangue…
Pelas pessoas que são,
Evito que me zangue
Mas é impossível essa razão.

Mantenho-me então sigiloso


No meu mundo sozinho
Com este sentir desgostoso
Tenciono partir de mansinho.

66
Enervante

Mirabolante...
Semblante edificante
Consoante o amante
Que… permanece distante,

Perante a constante
Preponderante e brilhante,
Bastante exuberante,
Cativante e culminante.

Para que decante


Alucinante,
Aspirante e atenuante
Circundante à dominante

Derivante e “azucrinante”,
Até bastante… apavorante,
Sem o corante.
Isto é enervante!

67
O malogrado

Salte a mudança à coragem


Da qual quero ser proprietário,
Adestrado sem chantagem
Por essas editoras de Hilário.

Cessem todos os interesses


Por parte dos pseudo escritores
Que, por materialismos desses
Se julgam mentores

Da naturalidade, impossível,
Não têm interesse por tal.
O abismo infalível
É o lucro monumental.

Sem que faça nomeação


Desse tipo de adorado,
Sinto com mais exaltação
Mas continuo malogrado.

68
O inteligível

Por intenções definhadas,


Por maus olhares esses,
Anuncio-me às entradas
Contra esses interesses…

Pois minha alma que escreve,


A mão apenas se move,
O corpo à mente deve
E a alma comove.

Mas tal não é inteligível


Frente à multidão
Que pensa de forma imprevisível,
Contra minha solução

Face à arte, a sabedoria…


Dadas as capacidades
Desta minha demagogia
Que se convenciona com verdades.

69
Renovo a naturalidade

Cosmopolita e pedagogo,
Capacidade auto decifrável
Sob o livro que prorrogo
Face à naturalidade infindável.

Primordial escriba
Sob a condição natural
Do que o sacia e iliba
De fingidor celestial.

Sem conhecimento universal,


Ausente dessas “corriqueirices”,
Somente a fundamental
Distância das charlatanices.

Pois o que me roga o invejoso


Somente me inspira
Para que seja dispendioso
Seu tempo e sua ira.

70
Sinfonia do padecimento

Pondera essa sinfonia


Adequada ao violino…
Delicadeza de cosmogonia,
Sufoco paladino.

Recito teu nome


A essas notas do eco…
Irradio o cognome,
Ausente de ti, seco.

Pela distância inseparável


Que me rasga a esperança
Mas, a prece indeterminável
Faz-me pequeno sem andança.

Torna a lua cheia vazia,


Somente um ponto luminoso
Que, sem qualquer primazia
Padeço por ti vigoroso.

71
O nosso grão de areia

Visionada de outro ponto de vista


Essa esfera azulada,
Dependente da conquista
Que um dia será apagada.

No meio da imensidão
Denomina-se o prodígio
Residente na solidão,
Do universo como rodízio

Que, mirabolante exercita


A continuada sobrevivência…
Um grão que levita…
Se é grande, só de aparência.

Pois permanece infinito,


Que é finito à nossa capacidade
Desde sempre e até sempre mito…
Permaneço na imparcialidade.

72
Sofistas latentes

Nas nuvens que condensam


O cume da montanha
Onde os sofistas pensam,
Remetam à sua entranha.

Sob raios que relampejam


Noite após dia,
Sob o alcance do que almejam…
A multidão vazia.

No ponto mais visível


Tornam-se a sombra indigente,
Pois ninguém os vê nesse nível
Ainda que, não total latente.

Sem abrigo algum, nessa sina,


Recaídos sobre pureza da natureza
Onde água cristalina
Nasce com a máxima delicadeza.

73
Desperto da treva

Destruído e caído
Nesse abismo violento,
Totalmente perdido,
Pouco acordado, lento.

Estico os braços fundo.


Expulso essa preguiça,
Preparo-me pró mundo
A impaciência atiça

Para a convalescença
Dada a minha virtude…
Comigo a sapiência
Que me afasta do rude.

Profetizo por tal


As minhas reflexões
Para, no mundial,
Alcançar assunções.

74
Auto-estima falecida

Esqueço o que pensava


Somente há um minuto,
Pela decência que me enganava,
Sinto-me errado no viaduto.

Penso duas vezes, nada mais,


Pois nem isso deveria!
Somente mais perto do cais
É a realidade que me associa.

Descredibilizo toda a gente


Posicionando-me na recessão.
Lutei de forma diferente
Mas… decaí sem atenção!

Procuro a realização
Das promessas feitas,
Apenas o vazio como opção…
Já as paciências são estreitas.

75
Somente desvario

Pondo a camurça
Se escrevo, não embriagado.
Pelo que esmiúça,
Sinto-me congratulado.

Mas, isto que somente é


Um desvario, nada mais,
De um morto vivo em pé
Que remonta aos seus ancestrais.

Sob a criatividade infinita


Perplexa ao que não finda,
Sob essa conjugação aflita
Perante isso minha mente blinda.

Refuto o aparentado
Desse comunismo social
Depois de proliferado,
Dado o meu intelectual.

76
Insónias

Caem vozes no desaforo


Perplexas no odor normal.
Semblante ao meu choro
Nesse sentimental abismal.

Perplexo para com a treva


Que teima em reinar
Nesse nirvana que me eleva
E, não acaba por findar.

Somente minha cadência,


Somente a alta soberania…
Desta maior sapiência
Ausente da minha ironia.

Preparo o descanso
Somente para o intelectual
Que é o meu rio manso
Onde corro, divinal.

77
Esse inconsciente

Sozinho no meio de tudo,


Fundo do mundo.
Ausente do ser mudo,
Preparo sono profundo.

Risco ironias. Algumas


Perplexas para com a realidade,
Mais leves que plumas,
Supra e maior eternidade.

Substancio o convexo
Provindo do interior,
Mesmo que complexo,
Tenho em conta o batedor

Malogrado ao amor
Que é somente ausente
Do verdadeiro interior
Que livre, é fluente…

78
Antinomia científica

Apreciemos e conjuguemos
A constituição corporal,
Nela inserida, o que aprendemos
Segundo a parte fundamental.

Instiguemo-nos ao investigar,
Especificar o humano
Com diferente formas de olhar,
Científicos do propano.

Pois não devemos deixar


Ao acaso o fundamental
Que é o nosso funcionar,
Não demos importância ao industrial.

Pois a saúde é mais importante


Na coloração da vida
Que… considerada majorante,
Assim alcançaremos a saída.

79
Agora dispersado

Hoje inspirado,
Amanhã deportado
Pelo acolhimento ocultado
Nesse seio agora dispersado…

Pré fundamentado
Pela análise actual,
Se for silenciado
Pelo uso do meu existencial.

Mas há um ser que reconhece


A esperança do meu sofrimento
Que, por mim padece
Ao ver-me no julgamento.

Mas as badaladas da Cabra, iguais,


Retribuem-me o ânimo bom
Que, mesmo sob convencionais
Ponho em prática meu dom.

80
Pensamento articulado

Fricciona a mão sobre o queixo,


Olhar directo não pestanejante.
Lágrimas que não deixo.
Meu gesto é atenuante

E cativante ao respeito
Que é imposto pelo jeito
Do aparentado perfeito
Mesmo não sendo eleito.

Recebendo o convite
Para a ordenação,
Para que a senhora lei dite
A justiça pela confissão.

Pensando sobre o reflectido


Mesmo, com certeza e inteligência,
Ainda tudo é devido
À necessidade de sapiência.

81
Desconfias de mim?

Tentando interpretar aquilo


Que ambicionas no teu entender,
Um outro tipo, que perfilo,
Nesse congratulado saber.

Mas é escasso o significado


Por postagens elementares,
Sem estado aparentado
Da sabedoria de tempos seculares.

Para que tudo seja correspondente


A esse pensamento global,
Ambiciono ser fluente
Para com o supra racional.

Desejando que todo o Homem


Deixe de ser racista,
Pois pobres dos que comem
Com essa ideia fascista.

82
Sono ausente

Encravado pela incapacidade


Dominadora do meu estado,
Suplico à ausência de luminosidade
Que me deixe ensonado.

Mas a prece é desalojada,


Não é atendida pela vontade
Que, talvez atordoada,
Se rege em conformidade.

Olhos raiados de encarnado


Que me faz pestanejar
De mais para com o normalizado,
Insiste em não parar.

Esfrego nervosamente
Bocejo mas, de nada vale.
Esperneio fluentemente
E não há nada que me cale.

83
Miro-te com o pensamento

Miro-te com o pensamento


Longinquamente mas… miro!
O que interessa é o sentimento
Da certeza, não desdenho nem confiro.

Pois a confiança que me direcciona


A esse ser esbelto e lindo,
Que me inspira e acciona
Para a inspiração do provindo

Amadurecer… perante tais


Sentimentos elaborados
A partir dos demais,
Esqueço os malogrados.

Serias tu, somente tu,


A quem eu descriminaria,
Ausente de vu-du
Somente a minha primazia.

84
Algo complexo

Forjado pelo parecer,


Findável pelo destino
Sublime no meu entender,
Sob a sinceridade assino.

Celestial não conflituoso,


Convexo pelo sentimento,
Por tudo o que seja volumoso
Distraído e impaciente.

“Forjado pelo parecer”,


Destituído e honesto.
Silenciado ao poder,
Demonstro meu gesto

Simples para com tudo


Abordo a cosmogonia,
Absurdo e mudo
Sinto telepatia...

85
Algo complexo ainda

Falta esse intuito


Para que tudo seja melhor
Nesse mero circuito
Provindo do louvor.

Interessado nesse dia


Que ambiciono e quero…
Dada a minha sabedoria,
A bondade venero.

Independente do registo
Do passado da personagem,
Apesar de ser com visto
Que, muitos dão a sua abordagem.

Somente o querer,
Somente a boa intenção
Que teima em saber
Tudo sobre a multidão.

86
$ovo fim, novo início

Sinto o fresco da nova treva,


A humanidade sinfónica
Pelo ambiente que me eleva
A outra ambição platónica.

Mas tal, somente possível


Nestes espaços cultivados
Pelo sentimento indivisível,
Por tempos relembrados.

Pétalas caem mortas,


Ficam árvores despidas…
Com clamas absortas
Preparam-se as despedidas

Dos tempos da época passada


Que teima na memória
Que… pela lembrança adorada
Somente causa glória.

87
Encontro parecenças

Folga o estatuado estado,


A mente entreaberta
Face ao resultado
Desse alerta.

Reconheço feições
De outros rostos,
Tanto quanto as ilusões
Em outros gostos…

Prefaciado pela primeira


Apreciação, dessa maneira…
Na suposição pioneira
Longe da algibeira.

Cultivo então o pensamento


Somente sobre ela,
Seus caracóis somente
Frente à minha aguarela.

88
Renovação da geração

Geração a geração,
Propaga a harmonia.
Coimbra de afeição
Perante a simpatia

Supra ao consciente,
Regente da minoria.
Sempre diferente
Dessa demagogia.

Asfixiado pelo saber


Dessa confidência…
Reunião do conviver
Que detém assistência

Para que tudo seja


Somente a continuidade
Dessa rebelião sem inveja,
Somente a confraternidade.

89
Quero-te minha

Falta esse sentido


Face ao facto evidente,
Dado esse alarido
E eu permanecer indiferente.

Mas nada me alerta


Para que me apresse
Nessa intenção incerta.
Morreria se acontecesse

O que eu não espero ver,


O que eu não espero sofrer,
Sem que me deixe padecer
Face ao seu bem parecer.

Somente quero a coragem


Para que seja minha,
Nessa força de contagem
Para o acto dessa linha.

90
Chuva

Caem essas gotículas,


Embatem sobre tudo!
Aleatórias partículas
Sob o silêncio veludo.

Ou por vezes estrondosamente


Avassalam, é o outonal!
Acordam o inconsciente.
É decomposição natural.

Não é ela que causa doenças


Mas sim o descuidado
Que, por essas falsas avenças
Pagam o dobro do esperado.

E, mesmo que a designem destruidora,


Ácida para com os vegetais,
Somente é culpa da mão manipuladora
Humana, actual e dos ancestrais.

91
Filtro natural

Detenho um filtro natural


Para que tudo seja diferente
No meu interior sentimental
Sem que me sinta ausente

Das intenções de bondade


Face às necessidades
Da minha sociedade,
Das minhas amizades…

Por isso questiono-os sobre o seu estado


Ao vê-los em baixo,
Ainda que aparentado
A preocupação encaixo

Nesses momentos de aflição


Que quer ser escondida
Mas, sem opção
É desabafada, comigo, resolvida.

92
Tu que levas-te minha capa

Meu olhar que trespassa


Teus olhos brilhantes…
Tu na luz, eu sem brasa
Por querer momentos incessantes

Face à tua comparência,


Somente ambiciono
Amparar toda a tua aparência
E realidade sem dono.

Independentemente da tua voz,


Somente querida para mim…
É no entanto minha foz
Para gostar de ti assim.

Teus ondulados escuros,


Negridão perfeita!
Tanto quanto muros
Romanos para proteger a eleita.

93
Os revoltados

O ponto de vista dos revoltados


Também deve ser tido em conta,
Dada a notoriedade desses dados
Aos quais o revoltado remonta.

Não nos deixemos cair no condicionado


Pensamento que cria estereótipos
Face a esse grupo padronizado,
Faltam bons pensamentos ópticos.

Analisando a verdadeira costura


Do tecido utilizado para a formulação
Das duas revoltas com postura,
Face à verdadeira condição

Que deve ser tida em atenção!


Esqueçam os membros do poder,
Pois esses apenas atenderão
À vontade da sociedade sem se aperceber.

94
Um simples jogo

Folgo a tristeza…
Isto é demasiado pouco!
Esse argumento de defesa,
Ouço a crítica em estado mouco.

Não aparente em nada,


Somente sincero.
Frente à amada,
Frente ao que espero.

Caído na independência
Do controlo, da possibilidade
Dessa falsa demência
Que me julgam, dada a idade.

Felicito-me então, orgulhoso,


Encontro-me dentro da alegria,
Pois face aos outros, nem gozo
Com quem deveria.

95
$ão indiferente

Essa função agreste


Que proporciona a desilusão
Face ao agir que investe
Na sua participação.

Tento folgar a demonstração


Da minha revolta
Mas, frente a esta constactação
Só abrando a minha escolta.

Tendo em conta o interdito,


Todo o ausente e presente,
Nesse aparentar restrito
No qual não sou indiferente.

Reclamo então solidão!


Para que possa alcançar
A serenidade e rectificação
Para este enredo findar.

96
$ão escondo nada

Minha sombra escura


Mais negra que a negridão,
Talvez uma cor pura
Olhada pela solidão.

Pois somente minha identidade


Não revelável em papel,
Pois não há capacidade
Espessa como mel.

Da mesma forma que não há


Tão espesso suporte,
Minha identidade pesará
Derrubando-o até à morte.

Nem minha voz, nem minha aparência!


Nada meu constituinte
Mas, não escondo minha sapiência
E, não deixo de ser ouvinte.

97
$oite de serenata

Ala à frente da serenata


Falam estudantes...
Dessa grande democrata,
Cantam os amantes

Cingidos ao problema
Da sociedade actual,
Sempre no estratagema
Desse querer divinal

E revolucionário!...
Sempre para lá do além.
Mesmo que o questionário
Seja sempre para o bem.

Elejo-me eu o defensor
Da tradição mais humorada.
Não dispenso o batedor
Dessa sentimental badalada.

98
Festas, Amizades e Falsidades

Sim… Confraternizo… Socializo.


Pretendo o alcance
Do sentimento que preciso:
Harmonia e amizade num lance.

Aprecio então ao longe


A convicção dos que ficam
Na diversão e, eu monge,
Que expõe o que explicam.

Presumo as cores espirituais


Para os acontecimentos.
Lembro as incapacidades fatais
Dos ilustres, padecimentos.

E no meio de tudo,
Desilusão...
Que me deixa sem veludo,
Somente ambiciono solidão.

99
Falsa política

Falta a luta mais severa


Ao ponto do que se necessita
Para esta nova era
Que, agora consciente, medita.

Fervem ideias, discursos!


Cores associadas!
Outros percursos
Com novas entradas.

A democracia linda
Que deve ser tida em conta,
Pois nem sempre ainda
Se faz assim e monta.

Chovem críticas multidimensionais


Com vista ao derrubamento
Desses membros laterais
Que, se unem, só para julgamento.

100
Enraivecido o pensamento

Escrevo tremendo… Nervoso…


Rasgo o papel escrevendo!
A força sem gozo
Vai-me comovendo…

Enraivecido para com tudo,


Vontade de destruição!!!
Tudo neste silêncio mudo
É insignificante na minha mão!

Sob a pressão que me atira


Para o poço do ódio total,
Sob o ponto da mira
Da minha consciência moral.

Que, talvez por ser demais


Me torno nesta personagem
Destruidora da calma sem tais
Calmas mas… Nunca perco a coragem!

101
Doença…

Somente sem forças...


Cambaleante, incompreensível,
Mesmo que torças,
A doença é imprevisível.

Ainda não concentrado


Na verdadeira realidade,
Duas existem no presenteado
Estado desta ambiguidade.

Ainda que seja somente possível


Uma para com a realidade,
Mesmo que imprevisível
Sagaz e sem mobilidade.

Medicamente ineficazes.
Desconheço o bom remédio,
Tratamento por fazes
E grande quantidade de tédio.

102
Sofre quem fica

As luzes não se vão apagando,


Apenas de apagam!
Somente o ego levitando
Para os lados que indagam.

A sinfonia verdadeira,
A real cosmogonia
Dessa vida inteira
Face à morte: alergia!

Não pensando no meu eu,


Somente no dos que ficam,
Pois quem morreu, morreu,
Sofrem os que ainda recitam.

A realidade é esta,
Nada mais a dizer que isto.
Se a realidade presta,
Eu presto e persisto!

103
Tremida a caligrafia

Minha tipografia,
Meu estado mental.
Tremida a caligrafia
Dependendo do estatal.

Somente algo imprevisível


Desde sempre, outro nível,
Desde sempre, o incompreensível
Do ponto de vista sensível.

Agradeço então este dom


Que assim é considerado,
Esses seres do campo bom
Estão no campo rotulado

Somente pelo meu ver,


Pois face a poucos outros olhares
Não passarão de mais um ser
Que ocupará lugares.

104
Primazia pelos complexos

Neste primeiro dia


De outros dias convexos,
Detenho primazia
Pelos momentos complexos.

Desde o mal-estar
Ao supra entender,
Da forma de pensar
Ambiciono bem-querer.

E nada mais que isto


Quero ou exijo,
Pois mesmo não sendo Cristo
Penso mundialmente e me aflijo.

Protocolado individualmente
O padecer que combato,
Ainda insuficiente,
Permaneço no anonimato.

105
Fases da vida

Cantam vozes do desencadeado fogo.


Díspares para com o mais avulto
Tormento, cria-se o bom pedagogo
Não aceitando um dia o seu tumulto.

Por longas linhas serpenteando


A caneta que eu queria que fosse,
Mas é somente o que vou sonhado,
Fica esse bem na ausência da minha posse.

E ainda que não perpetuado


Para com o desvario eterno
Desse bem humorado,
Descai o ponto moderno

E, ocorre imaginação
De tudo o que é antigo,
Tudo o que seja apreciação,
O caminho prossigo.

106
Já agora... escrevo um poema

Por acaso levita me encontrei


Na cozinha de minha casa,
Confortável no sofá me sentei
Olhando o brilhar de cada brasa.

E o gorducho de pêlo macio


Vem deitar-se a meu lado…
Sei que não tem frio
Mas quer sentir-se confortado.

Começo a sentir preguiça


Quando lembro os afazeres,
Mas a vontade é movediça
Quando temos bons prazeres.

De repente sou interrompido,


O sossego é agora finito,
Fica a lembrança antes do alarido.
Mas agora, o poema já está escrito.

107
Algumas questões e uma certeza

Conto os dias da vida


Ou as páginas que escrevo?
Numa linha comprida
Encontrarei um trevo?

Sem alcance a quem amo,


A quem me apegar?
Se toda a realidade é engano
E, o engano? é forma de amar?

O que diz afinal o vento


Se falar ele não consegue?
E com doença de ritmo lento
Poderei amar sem que a pegue?

E se num triste dia


Me encontrar com o padecer?
Cairei na agonia
Se deixar de escrever!

108
$a minha boa casa

Cristalizo o soneto da alma


Ao qual sou submetido
Com a mais pura e bela calma,
Sinto-me desmedido.

Não sendo o soneto o soneto.


Não sendo o que aparenta.
Somente o silêncio obsoleto
E a delicadeza que contenta.

Sinto em redor cada presença,


Cada objecto é tudo.
Lembro palavras de sapiência
Que são o meu actual escudo.

Predisposto para com as lembranças


Que são parte de mim,
Dividido pelas andanças,
Junto a meus entes, nirvana assim.

109
Só o batedor? E o resto?

Ao que ressalta o batedor


Qual a sua função?
Será somente espremedor
Do sangue vermelhão?

Não convém atordoá-lo,


Pois é bicho leve demais…
Se for a necessidade a obrigá-lo
A que se afaste do cais.

E diz-se então que é fundamental,


Que pena que nada mais seja!
O resto é somente parental,
Deve ser só inveja...

Pois as situações são a exigência,


As funções, de igual forma.
Ninguém pode ser pai de uma ciência,
Cessem quem pensa assim e se conforma!

110
$ovo humor

Bulido numa perspectiva


Altamente diferente,
Ainda que instintiva
A vontade de que seja eminente.

Mas, nada que seja propositado,


A atitude somente natural!
Nada mais que este alegado
Na condição correlacional.

Esquecendo outras averiguações,


Outros complexos, rotulados.
Somente as espontâneas acções
Dos convexos interiorizados.

E encontro então o caminho


Pensando na possibilidade
De que, se converta em pergaminho
A minha capacidade.

111
Manhã sedosa

Esta manhã que canta


Sob os mantos humedecidos.
O orvalho de cada planta
É derrubado pelos alaridos

Das aves que acordam.


Os vidros embaciados.
Brilhante ausente... nevoeiro.
Alguns mendigos embriagados.

O Mondego começa a agitar-se,


Brisas são erguidas.
A manhã sedosa a completar-se
Com as nuvens expandidas.

E a calma condensada
Somente neste momento
É interiorização mais compensada
Para o nosso pensamento.

112
Duvido da vossa razão

Nunca me faltou vontade


Ou forma de começar
Na produção de uma preciosidade,
Tal como me inspirar.

Não como necessidades básicas


Desprovidas de sabedoria,
Tal como argumentações “fásicas”,
Sem qualquer reflexologia!

Pois a convicção do geral olhar


É somente o apreciar
Do modo de avaliar,
De forma crítica sem pensar.

Mas meu ego é estável


Quanto a essas apreciações
Que, não têm nada de contestável
Por falta de razões.

113
Desaforo

Caem vozes no desaforo


Distinguidas da cobiça,
Desconhecidas do choro
E também da justiça!

E a tristeza que é maior


Do que aquilo que aparenta
Mas, ainda que haja solução menor
Somente o pensamento à tormenta!

Esquecem-se os momentos felizes


Independentemente da intensidade
Pois, mesmo que precises...
Irás esquecer a possibilidade

De fuga de forma correcta


Do problema que atordoa
A mente concreta
Mas isso, sempre mal soa!

114
Aurora

Cantam vozes do meu sentimento


Espreguiçam-se com novo rejuvenescimento
Protocoladas para com a moral
De humanidade mais supra-racional.

Na aurora escrevo com este orvalho,


Novos rumos no crepúsculo talho
Com reflexões e ambições
Para o dia de amanhã, com novas intuições.

Nas criptas soltas em que escrevo


Amanhece e rejuvenesce-se o meu ego
E, não renego a promessa que carrego:
A de ser honesto nesta vida da qual me encarrego.

Sete badaladas audíveis, são soadas,


Quando baterem nove já pouco serão apreciadas.
Não adormece, nunca tem descanso,
A Cabra… o Monge imortal mais manso.

115
Desvario poético III

Quebrando a quebra que nunca havia cometido,


Proponho nova intenção deste desmentido tipo de escrita
em face do dom do qual sou proprietário mas, sabendo
que desejo ser mandatário, apenas prevendo com ensejo
esse destinatário que, por ascensão ou outro tipo de
fusão, repartirá pela interpretação dessa mesma
idealização por parte do impacto da estupefacção. Mas, a
sugestão não é ainda tardia, pois caso fosse, seria em
demasia, perplexa de alegoria dessas ideias tão
complexas que teimam em enveredar pela inversão que
associaria. E, feitas bem as contas, não contando nem
somando mas, pensando, chega-se a conclusões tontas e
pouco prontas para a defesa dessa ideias que ainda
montas. Devo ficar calado ou indignado? As duas juntas
expressam o meu estado.

116
Velhice

Fundido para com a ternura,


Lívido para com a serenidade,
Transtornado com a futura
Descabida e disfuncional sociedade.

Já se me esquecem as idades
Nas quais era revoltado…
Publicava meus ideais, saudades
Desses tempos de outro estado.

Regências eram diferentes,


Um regime absoluto,
Longe destas actuais correntes
Nas quais já pouco luto.

Pois a velhice é livro sem sucesso


Que fica degradado nas prateleiras,
Acaba assim o progresso…
Somente sentados em cadeiras.

Solidão é já tanta
Que me aquece a vontade,
Desta alma que canta
Em direcção à eternidade.

117
Tradição

Não há maquinaria
Como a mão do Homem!
Por mais soberania,
Antiguidades somem!

Motivos tradicionais
Mas, são bens materiais,
A economia desses ancestrais
Destruidores profissionais!

Aos quais atiro minha ira


Enraivecida por essa gente!
Todos na minha mira
À modernidade faço frente!

Luto contra esse teorema


Que abala e destrói.
Construí o meu lema,
Assim será, é e foi!

Respeitando a liberdade
De expressão pela voz,
Sem qualquer desigualdade
Apoio a tradição dos avós.

118
Algo (in)concebível

Volto à sensação agradável


Do mundo afável que rodeia
O meu intuito consagrável,
Meu corpo já não esperneia.

Objecto por objecto


Que vou tomando ao meu redor,
Quebrando o predilecto
Do mais antigo credor.

Fito a alegria
Na qual me deixo embalar
Pelo regresso com euforia
Calma no bom sonhar.

Escutando ao vivo a melodia


Que é originada na guitarra
Que toco, com simpatia
E, com toda a garra.

Improvisando cada momento,


Cada acção momentânea…
Abastado de tormento
Mas… somente instantânea.

119
Académico

Flagelo ao qual sucumbi,


Preponderante e, advindo
Assim da terra em que nasci
E à qual ainda vou sorrindo.

Mas agora sepultado ao lado da Cabra


Que bate a cada quarto de hora,
É novidade que faz com que abra
O olho e na capa chora.

Negridões conjuntas
Devastam a sabedoria
Que, com novas juntas
Convertem em harmonia.

Nascidos para esta vida,


A de estudantes desta cidade
Que é Coimbra querida
Para sempre, com saudade!

Nas ruelas de calçada


Desgastadas pelos sapatos
Dos provadores desta amada
Academia de bons actos.

120
Falta de escrita

Desconheço há alguns dias


O sabor da minha escrita…
Tanto quanto as agonias
Que correm na mina cripta.

Saudades que sangram de mim


Pela falta assim corroída,
Interpolada sem fim.
De tudo faço para não a ver destruída.

O piano que toca é severo


Nas últimas andanças
Mesmo, sabendo que não quero
Decepções, ilusões, desconfianças.

Sorrisos não existem para mim,


Tudo é único, nada verdadeiro…
Sei que nunca irá ter fim
E eu nunca serei guerreiro.

Mesmo que saiba a melodia certa


De acordo com a situação,
Medeio o momento que acerta
Com toda esta imensidão.

121
Pensamentos trocados

Volto ao pensamento enfurecido,


Presente, sinistro, atormentado!
Sem que me tenha apercebido,
Torno inteligível o significado.

Faço do abstracto um extracto


Do mais claro e perceptível,
Torno o semblante num acto
Presente para todo o temível.

Logro à primeira palavra perfeita


Não sendo ela universal,
Detenho na ideia mais que uma eleita…
Tenho versão comportamental.

Inspirado na minha acção


Que é autodidacta,
Revertendo para a evolução
Numa mente mais compacta.

Figurando a certeza imaginável,


Trazendo o feito dessa forma
Para que seja supra memorável
Uma lei, será essa norma.

122
Confusões

Na procura incessante disso:


Dinheiro fácil em quantidade.
Passam por cima de tudo, é omisso
O grau dessa gravidade.

Confusões numa sociedade


Que é mundial, ultra tamanha,
Desconheço solução dessa propriedade
Que corrói a minha entranha…

Apesar da vontade de criticar


Esse tipo de acontecimentos:
Confusões no atordoar
Desses civis mais lentos.

Violência física e verbal,


É este tipo que se encontra mais
Pois, é o mais usual
Praticado pelos estados sociais.

Na maior parte das situações


Estão sob a ausência de consciência
Que, apesar das suas acções
Não lhes dão independência.

123
Pôr-do-sol

Canta o verbo silencioso,


O locutor permanece mudo
Em torno do fabuloso,
Em horas de aflição, é-me tudo.

Neste alto tão agradável


A sensação é algo memorável
Pela neblina que é sustentável
Para o meu ego, quando instável.

As borboletas sofrem, desequilibradas


Quando a neblina é mais forte.
Estão no meu espírito guardadas
Essas desilusões de má sorte.

E depois de momentos esperando,


Sentindo a natureza intensamente…
Meus olhos começam alcançando
Ao longe o pôr-do-sol, finalmente!

Mas essa cara linda não me esquece,


Relembro-a com fulgor e ternura
Pela linha da vida que me abastece
Do dia de hoje até à sepultura.

124
Desvario poético IV

É consoante a necessidade de escrita


Que relato o sentimento da minha cripta.
Melhorias incertas alimentadas
Por esses pensamentos de intifadas
Nas quais o pensamento já e raro…
Lembranças do passado caro
Que relembro com algum carinho
Sem que tenha de apertar o colarinho
De mansinho… destemido enfrento
O caminho que me dá consentimento
Para a possibilidade de poder amar
Discursos amorosos nos quais irei latejar.
Com orgulho e medo do final
Que essa perdição me deixe débil mental.
Detendo ambições somente normais,
Deixando outras de lado, as paranormais.

125
Adolescência afundada

Uma ansiedade,
Uma incerteza comprovada
Destacada da especificidade
De uma adolescência afundada.

Sem qualquer apoio,


Sem meios a recorrer!
Perde-se o comboio
É preciso correr!

Para o alcançar...
Para o poder tomar
No seio do pensar…
Ser alguém sem sonhar.

Enfrentando e amparando
O misticismo contemporâneo,
Mesmo destacando
A maturidade do crânio.

No momento incessante,
Não ultrajante,
Reduzido do amante,
Do futuro andante…

Numa profecia moderna,


Epistémica então...
Por mais que seja eterna
Traz sempre alguma desilusão.

126
Dia do julgamento

Minha emoção
Por completo ou descabido...
Atleta da revolução
Sem ser percebido!

Minha mácula má,


Minha suspiração,
Sem que tenha alá
Do lado do meu coração.

Invejando outros estatutos


Talvez não tão bons
Quanto aparentam… Resolutos,
Escutando os sons

Da pura poesia,
Filosofia do dia-a-dia...
Discordo com a ironia
Da forte abadia!

Lisonjeado pela crença


Do resoluto abismal,
Palavras sem recompensa
Sobre ser animal racional.

E… Ainda restando versos


Companheiros da consciência
Sem, deter adversos,
De uma nova ciência.

127
É sobre a escrita meus caros

Fúrias e distâncias,
Percepções e amuletos.
Sem relevância das instâncias
Em outros sonetos.

É sobre a escrita,
Meus caros, que escrevo!
Por mais que seja restrita
Tal como encontrar trevo.

Escrita sinfónica
Silenciosa ou destrutora.
É portanto platónica
Da força redentora,

Face a faces divinas,


A deias amadas
Por vontades cristalinas
Mas nem sempre bem aclamadas.

Padecimentos felizes,
Tristes alegrias...
Num mundo de actrizes
Sem quaisquer fobias.

E, são as manhãs novas


Nas quais penso então…
Esquecendo as covas
Onde caí na desilusão!

128
Minha condição

Porque sinto, porque existo?


Porque minto, porque persisto?
Num infinito desmantelado
Pelo meu pavoroso estado…

Contido na ciência ilusória,


De controlo prefaciado…
Pela maior história,
Escola do meu estado

Com alguma dificuldade


Num entrave merecido,
Longínquo da saudade,
Sinto-me constrangido…

A cada erro manuscrito


Na vida que levo!
Sei que me recito
Mas, sempre me elevo

Ao ponto existente,
Ou então, intermitente,
Não existente, sim demente
De frente à minha gente!

No qual recaio tranquilo,


Na floresta me mantenho…
Tal como aquilo
Que é majestoso ao meu ganho.

129
Esperança

A esperança resta ainda


Pela vontade individual.
A comunidade linda
Que se mostra como tal.

O apelo de cada um
É sigilo valoroso,
Intimidade comum
Até do leproso.

Por entre a doença,


Por entre todo o mal…
O sentimento é crença
A cada tempo anual.

Sem outra opção


Apesar, de haver solução,
Não há qualquer acção
Somente, pseudo estipulação!

A simpatia morre,
É algo desnecessário…
O sentimento não corre,
A dor do tempo centenário.

E por mais que sejam


As tentativas intencionadas
Que, eles sempre estejam
Nas intenções valorizadas.

130
Um consciente

Infiltra-se na pulsação
A ira revolucionária,
Perante a multidão
Diferentemente partidária.

Sentado num pico alto,


Do qual vejo tudo e todos…
Alcanço-os num só salto
De diferentes modos.

Pelas acções individuais


De cada um, boas ou más.
Ajudo os anormais,
Amparo o que a minha acção traz.

Permaneço então aturdido


Por tantos apelos variados!
Sou o único a não ser ouvido
Sou inerente a esses estados!

Pois meu poder é de socorro


Que presto a cada instante…
Se sofro ou morro,
Isso é irrelevante.

Para todo e qualquer um


Que eu ajude ou, tenha ajudado.
Permaneço no senso comum
Mas… ninguém tem isso valorizado.

131
Mendigos

O engenho que detém o mendigo,


Que se rebaixa à presença
De cada cidadão inimigo
Ao vê-lo, ditando-lhe a sentença.

Surgem vozes de julgamento


De personagens desconhecidas…
Não têm nome crente,
Pelas pessoas passam desinibidas.

Por entre os becos nos quais vagueiam,


Gemem de frio e esturram ao sol.
Uma refeição apenas anseiam
Poucas forças… passo de caracol.

Uns já foram grandes,


Adorados como gente.
Nem cêntimo para sandes
Têm agora decente.

Querem tudo o que não têm,


Desprezam tudo o que possuem.
Somente esperanças detêm
Mas… nada conseguem, não fluem.

Meditam para com o vazio


Nas noites que temem a escuridão.
Somente sentem frio
Desmorona-se o coração.

132
Queima das fitas

Da recitação da palavra enternecida…


Descrição do valor da capa preta.
Correm as ruelas da cidade polida
Pelo saber juvenil restrito no planeta!

Relembram-se os bons momentos,


Aqueles que ficaram perpetuados
Desde o início, tormentos e contentamentos,
Todos foram ultrapassados.

Cantam os presentes no desfecho


Que é final para eles, inicial para nós.
Olho para a porta e a fecho,
Entrada do saber como o dos avós

Que… em outros tempos aqui presentes,


Raros foram mas algum foi!
A medida das idades desses entes
Já há muito que me dói.

Desenterram-se lembranças,
Sorriem mais uma vez
Para que todas as andanças
Se condensem na maior lucidez.

Monumentos enigmáticos edificados


Pela acção de cada estudante
Nesta cidade, Coimbra dos esforçados
Em que… somente a recompensa é semblante.

133
A expressão do sentimento

Difusão individual do saber


Anuncio com a palavra minha…
Recito todo o enaltecer
Somente para a alma sozinha.

Minas de disparos sentimentais


Dos quais retiro conclusões,
Lições de moral racionais
Para além das minhas convicções.

Na estrofe em que componho poesia


Revelo o gosto do meu ser,
Abdicando de todo do Sofia.
Somente quero mais crescer.

Por entre a revolta, da ousadia


De obrigações… Longe da rebeldia,
A humildade longe do dia
Em que se tornará sabedoria.

Argumentação da estupefacção
Presente no interior meu…
Tendo sempre improvisação
Da terra até ao céu.

Sendo a distância relativa


Por entre a escrita altiva.
Renego a inocência do mal
Para me tornar imortal.

134
Imploro compreensão!

Julgo-me superior a tudo!


Ao meu redor ninguém tenho…
Daí meu saber mais que mudo,
Ninguém acaba por reconhecer o engenho.

Preocupa-me a imagem oculta,


Permaneço despercebido entre a multidão.
A ideia que me atribui a consulta
Renega-me também compreensão.

E são as elucidações mais que a imensidão


Para lá de todo o possível...
Realizo com exactidão
A poesia inconcebível.

Postulado pelo verbo demagogo,


O hábito do monge despedaçado.
O prazer é ausente perante o fogo
Junto ao corpo do desassossegado.

Na condição da vida aceite,


Luta o inanimado contra nada…
Preto sobre o branco, café com leite,
Destila-se a irmandade emanada.

O bloco é o segredo, no qual deposito


O desabafo e a auto-realização
Através do qual recito,
Adquiro, respiro e detenho compreensão.

135
Missão do poeta

Em tempos de cosmogonia
Reflicto para com a vida
Da minha personagem, sob a sinfonia,
Sabendo que em conta ela é tida.

Notificando para mim próprio


A consciência do meu redor
Altivo e, a todos sempre sóbrio,
Faço do mal a causa menor.

Instigado à missão estabelecida,


Na sentença da minha nascença.
Tiro partido da prometida
Grandíloqua e jubilosa recompensa.

Sendo minha vida uma cascata


Pela qual corre água cristalina
Que a minha sede mata
E, palavras que ditam minha sina.

Tantas metades sob o mundo,


Tantas partes subtraídas,
A unificação do ideal profundo
Trará um dia melhores medidas!

Suportado pela mão dos pensadores,


Sozinhos, reflectindo na noite…
Restritos como bons professores,
Serão heróis antes e depois do afoite.

136
$o silêncio perpétuo

No silêncio perpétuo escrevo.


Manuseio o objecto que deixa rasto…
Da tinta à qual devo
Minha escrita na qual me arrasto.

Cravado pela mente


Que, insaciável de reflexão,
Do átomo ao incomensurável,
Se alimenta da sua inscrição.

Do alto de uma ravina


Onde vejo a morte e a vida,
Ao longe… a população cretina,
No fundo o fim, a partida.

Reflexões únicas em conta tidas


Somente pelo meu poeta
Que se expressa. Nunca serão lidas
Porque ninguém alcança a meta

Do bem... regendo-se sem olhar aquém...


Padeço único, rodeado de milhões…
De outras mentes aqui e além,
Jamais obterão tais reflexões.

Porque o silêncio perpétuo é oculto,


É raro e não se pode encontrar
Num monte qualquer de culto
Ter-se-á de, com esforço, profetizar

137
Para ti, somente para ti

Passado amoroso à tona vem,


Sente-se ainda o sentimento forte
Que… depois de anos ainda contém
Desejo infindável até à morte.

Meu desespero está tranquilo.


Minha paixão enternecida
Pela concordância que perfilo
Com a minha querida.

Durante estes anos, solitário…


Mantive-me no hábito da escrita.
Escrever e reler como um proletário
Para me poder compreender na conquista.

Zelo pelo merecimento verdadeiro.


Acciono a acção mais afável
Para que como cancioneiro
Possa ser mais solucionável.

O bater do meu batedor inconstante.


Ora lento, ora com forte solavanco…
Imagino as nossas feições num instante
Frente a frente num banco

De jardim. Onde fontes cantam luminosamente,


Pássaros reforçam a melodia,
Olho-te nos olhos, toco-te docilmente…
És de todo a minha filoSofia.

138
Desvario VII
VII

É escasso o verbo do pensador clandestino,


mais sensacional que o peregrino, mais intencional ao seu
destino, ao qual não tendo provas de conhecimento,
provoca causa nesse contentamento na surpresa
rudimentar de que o facto é meticuloso e pouco provável
de abrandamento, pois a intencionalidade na sua
mudança rara vezes tem algum fundamento, no
aperfeiçoamento, quer dizer, somente nessa tentativa, a
de querer a melhoria de uma vida, por vezes, perdida.
Quantas conjunções de possibilidades são realizadas, pré-
pensadas, para que tão pouco sucesso elas consigam
alcançar nesse tipo de calçadas. Tal como as ruelas mais
antigas do terreno onde permaneço, quanta mais
sabedoria, mais custoso é o seu andar nelas, espesso, mas
sem preço. Pois a causa do saber é somente um alcance
restrito, dado o facto de nem todos terem a capacidade
desse dom bendito.

139
Subterfúgios

Aguentam-se mas, isso não basta!


Corrompem suas boas licitudes,
Que a cada vício ainda contrasta,
Erros fatais com altas altitudes.

Pois essa falta de orientação


Que mais teima em não rejuvenescer...
Que poderia ser a salvação
Mas, mais fácil é o acto de morrer!

Arranjam-se meros pseudo problemas,


Induzem outros ao mesmo caminho...
Pela grande falta de estratagemas

Recaio então sobre estes meus fonemas.


Jamais alcançaram o pergaminho...
É somente isto. Minha dor sem lemas.

140
Minha razão

Essa proibição que mais me afasta


Da verdadeira valorização.
A multidão ignorante que contrasta
Contra minha individual razão

Que ainda que sozinha..., verdadeira!


Pois esse só é mais correcto que tudo.
Críticas feitas de qualquer maneira
Mas que ainda assim, não me deixam mudo.

E mesmo que seja preciso o grito,


Ou outra forma mais, para a expressão...
Na minha poesia eu acredito!

Assim permanecendo, mas não aflito,


Meu ego alto em superiorização,
Nunca inconsciente quando medito.

141
Últimos registos

Sobre esta mesa onde vou então escrevendo


Enaltecendo os pontos positivos...
Sob esta profecia vou entendendo
As afeições e pontos emotivos.

Fazendo a contagem dessas relíquias,


Rabisca a esfera sob o papel
Que ainda longe de outras más malícias
Somente pretendo dar-lhe o anel.

Para que tudo possa ser ainda


Mais do que a milagrosamente linda
Presença bela mais ainda amável.

Esqueço o esquecimento sabotado


Pelas asas de um pássaro aleijado
Mas, tendo em conta que será curável.

142
Ironia

Essa forma de função matemática


Que pela sua aparência fria...
Talvez sim ou não seja democrática
Tendo aliada então a alegoria.

Pretextos somente insignificantes,


Momentâneos, extrema intenção!
Superstições contadas em instantes
Regidas pela falta de atenção!

Questionam-se os que passam na rua,


Ficam parados mordidos na sua
Incongruência elevada aos que agem!

Tentam destilar o certo do errado


Mas, por serem ser ignorante amado
Permanecem sem intelecto à margem...

143
Li um poema

Li um poema que me deixou feliz...


Fez-me alcançar a viagem mental!
Que tão lindo, pérola essa matriz…
Leveza interior, gesto central...

Requeridos todos os sentimentos,


A emoção linda, bela, flamejando...
Destruídos ainda outros tormentos
Que em mim se foram sempre libertando.

Tudo em meu redor passou a ser mais belo


Ou, mais que isso ainda e, incandescente!
Com este poema a tristeza eu selo...

Neste poema mágico/real,


Ilustrada ainda a música ausente,
Eu a sentia amante fenomenal!

144
Somente incógnito

Somente incógnito, ala do ceder.


Destituído de pensamento instável
Convicto dessa fé... sem padecer,
Procuro o que ainda é mais infindável.

E dessas convicções mal-humoradas,


Dos meus passados que me vão informando...
Nada mais eu pedi, ajudas ou espadas,
Pensam que mais triste me vou tornando!

E pensais que padeço ou vou morrendo


Mas, assim estais, por lapso, enganados...
Minha alma é flor! Vai rejuvenescendo!

Mesmo que me culpeis por esse feito


Sou dos lados mais bem organizados...
Somente terei em conta o mais perfeito!

145
Falsidade

Essa falsidade que mais me abala,


E tendo em conta a relação em questão...
Sofrimento fortemente me cala
Pr`á resposta, mesmo tendo razão!

E cada frase que é dita... Traição!


É como facadas mais torturantes!
Nem já a revolta tenho como opção
Pela lembrança de momentos antes...

Pois meu batedor é demais sensível


Mas, ainda que bastante imbatível,
Mas, a situação é de grande dor...

Apenas me resido então sozinho


Confessando ao meu triste pergaminho
A dor que atormenta este pensador.

146
O desejo secreto

É secreto o desejo curioso.


Intercepta a condição então humorada,
Sendo com base nesse piedoso
Que essa a desinibição é mais amada.

Requer-se que a finalidade seja


Contudo, algo que valha a pena então…
Pois se é raro o à vontade que almeja,
Que seja algo que volte em gratidão!

Mas se os esforços não forem ainda


Algo que supere essa coisa linda,
Somente creio que pois não compensa!

E mesmo assim, pois meu ego que não baixa


Sua auto-valorização que encaixa
No mantimento da dita sentença.

147
148
Índice
Desvario poético I .................................................................... 5
Algo do momento ................................................................ 6
O sentimento não expresso .................................................. 7
(sem título) ........................................................................... 8
Desvario poético II .................................................................. 9
(Sem título 1) ..................................................................... 10
(Sem título 2) ..................................................................... 11
O passado ........................................................................... 12
O inconsciente ................................................................... 13
Séc. XIX ............................................................................ 14
Nessa noite ......................................................................... 15
No fresco da manhã ........................................................... 16
Porque escrevo ................................................................... 17
Um pensador na noite ........................................................ 18
Tema sobre o tema ............................................................. 19
(sem título) ......................................................................... 20
O segredo do segredo......................................................... 21
Disfunção social ................................................................ 22
A palavra............................................................................ 23
Minha escrita ..................................................................... 24
Angústia ............................................................................. 25
Padece a escrita, padece o espírito ..................................... 26
Esperança ........................................................................... 27

149
Solidão ............................................................................... 28
Esta escrita ......................................................................... 29
Inspiração........................................................................... 30
O livro que escrevo ............................................................ 31
O compositor ..................................................................... 32
(Sem título) ........................................................................ 33
Somente o Meu Eu............................................................. 34
À Remízio .......................................................................... 35
Este pensador… ................................................................. 36
Capítulo passado e actual................................................... 37
O iluminado ....................................................................... 38
Deparado com a vida ......................................................... 39
Este dedicado ..................................................................... 40
O senhor verdade ............................................................... 41
Auto-realização .................................................................. 42
Meus versos herdados ........................................................ 43
Tecnologia ausente ............................................................ 44
Des(conhecimento) do futuro ............................................ 45
A possibilidade .................................................................. 46
A verdade da expressão ..................................................... 47
A memória ......................................................................... 48
Tudo ou nada ..................................................................... 49
Releio lembranças.............................................................. 50
Há falsa pobreza ................................................................ 51

150
Demagogia ......................................................................... 52
Silêncio sozinho ................................................................. 53
O culto ............................................................................... 54
Licitude .............................................................................. 55
Dados concretos ................................................................. 56
Aparências ......................................................................... 57
“O poeta” e não o “melhor poeta” ..................................... 58
Procuro portadores de bondade ......................................... 59
Nem sempre correcto ......................................................... 60
Ideias erróneas ................................................................... 61
Nova escrita amorosa......................................................... 62
Revolução .......................................................................... 63
Naturalidade acima da questão .......................................... 64
Cansaço.............................................................................. 65
No meu mundo sozinho ..................................................... 66
Enervante ........................................................................... 67
O malogrado ...................................................................... 68
O inteligível ....................................................................... 69
Renovo a naturalidade ....................................................... 70
Sinfonia do padecimento ................................................... 71
O nosso grão de areia......................................................... 72
Sofistas latentes ................................................................. 73
Desperto da treva ............................................................... 74
Auto-estima falecida .......................................................... 75

151
Somente desvario ............................................................... 76
Insónias .............................................................................. 77
Esse inconsciente ............................................................... 78
Antinomia científica .......................................................... 79
Agora dispersado ............................................................... 80
Pensamento articulado ....................................................... 81
Desconfias de mim? ........................................................... 82
Sono ausente ...................................................................... 83
Miro-te com o pensamento ................................................ 84
Algo complexo .................................................................. 85
Algo complexo ainda ......................................................... 86
Novo fim, novo início ........................................................ 87
Encontro parecenças .......................................................... 88
Renovação da geração ....................................................... 89
Quero-te minha .................................................................. 90
Chuva ................................................................................. 91
Filtro natural ...................................................................... 92
Tu que levas-te minha capa ............................................... 93
Os revoltados ..................................................................... 94
Um simples jogo ................................................................ 95
Não indiferente .................................................................. 96
Não escondo nada .............................................................. 97
Noite de serenata................................................................ 98
Festas, Amizades e Falsidades ........................................... 99

152
Falsa política .................................................................... 100
Enraivecido o pensamento ............................................... 101
Doença… ......................................................................... 102
Sofre quem fica ................................................................ 103
Tremida a caligrafia ......................................................... 104
Primazia pelos complexos ............................................... 105
Fases da vida .................................................................... 106
Já agora... escrevo um poema .......................................... 107
Algumas questões e uma certeza ..................................... 108
Na minha boa casa ........................................................... 109
Só o batedor? E o resto? .................................................. 110
Novo humor ..................................................................... 111
Manhã sedosa .................................................................. 112
Duvido da vossa razão ..................................................... 113
Desaforo........................................................................... 114
Aurora .............................................................................. 115
Desvario poético III ............................................................. 116
Velhice ............................................................................. 117
Tradição ........................................................................... 118
Algo (in)concebível ......................................................... 119
Académico ....................................................................... 120
Falta de escrita ................................................................. 121
Pensamentos trocados ...................................................... 122
Confusões ........................................................................ 123

153
Pôr-do-sol ........................................................................ 124
Desvario poético IV ............................................................. 125
Adolescência afundada .................................................... 126
Dia do julgamento............................................................ 127
É sobre a escrita meus caros ............................................ 128
Minha condição ............................................................... 129
Esperança ......................................................................... 130
Um consciente ................................................................. 131
Mendigos ......................................................................... 132
Queima das fitas .............................................................. 133
A expressão do sentimento .............................................. 134
Imploro compreensão! ..................................................... 135
Missão do poeta ............................................................... 136
No silêncio perpétuo ........................................................ 137
Para ti, somente para ti..................................................... 138
Desvario VII ........................................................................ 139
Subterfúgios ..................................................................... 140
Minha razão ..................................................................... 141
Últimos registos ............................................................... 142
Ironia ................................................................................ 143
Li um poema .................................................................... 144
Somente incógnito ........................................................... 145
Falsidade .......................................................................... 146
O desejo secreto ............................................................... 147

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