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Joi 2 e Jornal N°6 pazembro de zou P InZ 10 JORNAL DA FX Sela Volvo) DOS AMIGOS DE PiNZIO Esta tradigdo ja esté em desuso na nossa aldeia, jd ndo hé quem compre porcos para 0s “sevar" posteriormente fazer a A TRADICAO PERDIDA ~ MATANGA DO PORCO matanga, J6 ld vaio tempo em que, quase todas as familias criavam ou compravam porcos enquanto pequenos, para serem sevados, com desperdicios de comida ou hortaliga cultivada pelo pr6prio dono. pig.3 DAV e ea sita Mea saa aN Deol xoMaaucere ULM cAce) “Como eram belos echeios de alegria os Nataisvvidos No pasado dia 23 de ‘na minha infancia..” “mesmo com muito pouco, novembro, a freguesia de ceramos felizes.." s80 palavras de trés pessoas naturais Pinziorecebeu, numiclimade de Pinzio, que testemunharam 0 Natal da sua infancia, festa, onovo parocoSr, Padre Trés Natais vividos, jé hd algumas décadas. Frei José Anténio Fonseca Todos eles da mesma época e vividos, todos diferentes dos Santos. mas todos com a mesma alegria, mesmo que fossem —_Atomada de posse teve lugar Natais pobrezinhos! ra igrela matriz da Pinzio, pig.4e5 pelas1ihoras. pég.t9 Jornal da Associacao dos Amigos de Pinzio Agradecemos desde jd todos os colaboradores permanentes es pessoas que Jéquiseram daro seucontibu € certo, que o Jornal DIAZ0, $6 seré uma realidade, se houver pessoas que quiserem partilhar connosco as suas vivéncias cerdnicas, fotos ou mesmo pequenashistérias reals ou no. Por isso ficamos agradecidos @ todos que quiserem participar. Basta, para isso, enviarem 08 vossos textos para o seguintee-mail:madalenajcabral@sapo.pt ASSEMBLEIAGERAL Madalena CabralSécian131, Presidente Joaquim GongalvesSécio nt Vice-Presidente Jorge Monteiro Sécion®10-Secretério Joaquim SantosSécion®24-Suplente 1036 Almeida Sécion®23-Suplente VietorPina Scion®41 -Suplente CCONSELHO FISCAL Luis Goncalves Sécion®35, - Presidente Lurdes Monteiro Sécian®35 Relator Luis CabralSécion®33-Secretério ‘Anabela Fortunato Sécian#22-Suplente Manus! Pires Sécion#10-Suplente Abel Lopes Sécion#69 -Suplente DIREGAO Jorge Pires Séciont4- Presidente Lisete Cardoso Séca n?36 Vice-President Celestina WiarSécion?11-Tesoureiro Marcia Parada Sécian0S6-Secretéria. Luis Marques Sécion?67-Vogal Ricardo Martins Sécion®?168-Suplente Dina Lopes Sécian157-Suplente Elisabete Teixeira Sécian?57-Suplente Carlos Monteiro Sécio n°2-Suplente Ernesto GongalvesSécion®62-Suplente CONTACTOS UTEIS June Freguesia de Pini, Posto Public de Pino, CGN Pinzio. Farmeia Modena Pinto, Toss de Pino, PorocodePinaa. CoreoedePinsio. Cento Sadde na, Cresta agricola Mia (ar) rode Sais de Pinhel (Camara Municipal deine! RopartigéodeFirangas Pink Bombelrosde Piel EDP Guarda ULS—Hosptal Sousa Martins CR. Sep, Socal fx Prisonal, Centro AleosicosRecuperados. Pr Talecom 271947383 271947 382 27298731 271947850 271413413 271412281 271.008 400 2272200200 272232600 2n22a78 271223176 271208300 Pagina 2 De cle dts) € chegada a altura mais aguardada do ano...0 Natal! Apesar da forte concorréncia do veréo e, principalmente, quando ele se torna balnear, 0 Natal P Continua, apesar do frio, com um significado muito especial para cada um de nés. Mais do que ficarmos felizes com prendas ou lembrancas,ficamos felizes, sobretudo, em observar a felicidade dos outros. Portanto, este ano, apelo novamente 30 vosso espirito de solidariedade. Dé sem esperarnadaem ocal (© Natal é também uma altura de fazer o balango do ano que agora termina e perspetivar o que serdo préximo. Primelto, dizer-vos que apesar das dificuldades e das forgas de bloqueio, © nosso Jornal DIAZ0 continua a ser uma realidade. €jé vamos na 6 edicéo. Postoisto, desengane-se quem julga que este projeto ésol de pouca dura. Esté paaraficar, garantidamente! Depois, conseguimos que o Palo de Pinzio da Universidade Sénior de Pinhel voltasse a funcionar este ano letivo. Tenho o prazer de poder observar de perto, a vontade e satisfago das pessoas que participam neste projeto, e de como ele mudouss suas vidas, rotinase expetativas do dia-2-dia, E de facto muito gratificante poder ser um observador privlegiado destas emosbes, De seguids, agradecer aos alunos, porque sem eles, ndo haveria universidade. {Aos professores voluntérios que, para além de mim, da Claudia, e da Marta, este ano também se juntaram a nés a Dina, aArlete ea Lurdes. € claro, sem 0 polo financelro e loglstico do Municipio de Pinhel e em especial da determinagao do seu Presidente Rui Ventura, no tera sido possvel Por isso, a todos eles o nosso muito obrigado. Mas também fizemos porisso.e, merecemo-io! Paracano,além das habituals atividades,iremos teraolongo de todo o ano, agdes de formagdo pés labora. Garantidas esto jd as de informatica, mas também temos esperanga de poder vir a ter formagées em ingles e em poda/ensertia, iquem atentos e reservem as vossas sextas-eiras& noite para estas formasbes. Gostaria também de destacar © apoio que os nossos colegas e amigos da Assoclagdo Cultural de Pinzio nos tém dado, cedendo-nos um vefculo, para podermos desenvolver as nossas atividades, nomeadamente as da Universidade Sénior e as aulas de hidrogindstica. 0 nosso muito obrigado a todaadiregso eassociados. Nao podia deixar de dar as boas vindas 20 novo péroco da nossa freguesia, Padre Fonseca e ao Frei José Luis. Contamos convosco para dinamizar ainda ‘mais esta freguesia, bem como reconciliar os seus habitantes coma lgreja Por outra lado, enaltecer a amabilidade do Sr. Amadeu Fortunato e sua familia, fem terem acolhido ambos em sua casa, enquanto a comissdo fabriqueira, ‘numalluta semanal desenfreada,tentam requalificaracasa paroquial Por im, desejar-vos um feliz Natale Bom AnoNovo. FICHA TECNICA Boletim Informago-JORNALDIAZ0 Diretor: Jorge Pires Coordenadora: Madalena Cabral Editores: Jorge Pires, Lisete Pina, Madalena Cabral Daniela Tomé Sede: Associagdo de Amigos de Pinzio, Rua da Pontinha, n®26, 6400-069 Pinzio E-mail:adap.pinzio@gmallcom Facebook: www.facebook.com/pages/Associagso-dos-Amigos-de-Pinzio Periodicidade: Quadrimestra Design e PaginagSo: Gabinete de ComunicagS0.e Design CMP. Impresso: Muricipiode Piahel ‘iragem: 300 Exemplares f Distribuigdo: Gratuita PINHEL Jornal N® 6 - Dezembro 2014 SOO OC aE eu oe ar) Esta tradi¢go j8 esté em desuso na nossa aldela, jé no hd quem compre porcos para os “sevar” posteriormente fazer a matanga, 44 1d val o tempo em que, quase todas as familias criavam ou compravam porcos lenquanto pequenos para serem sevados, com desperdicios de comida ou hortalica cultivada pelo préprio dono, Um ou dois porcos, que se matavam na altura prépria era o.conduto detodo o ano. Adona da casa teria de o regular muito bem, porque o ano ainda era grande. Carne de acougue (fresca) nem sempre havia ¢ a maior parte das familias ndo a podia comprar. Por isso, naaldela, em caso de preciso recortia-se sempre a salgadeira; enos dias de festa, ia-se a capoeira oua coelheira, Para a matanga, esperava-se sempre pelos filhos, que andavam no estudo ou na tropa, convidava-se toda a familia edois ou trés amigos mais intimos. Tudo ficava pronto de véspera. No préprio dia todos se levantavam ced. Era grande 0 movimento na casa. Logo cedo todos comiam uma bbucha, bebiam uma pinga e, maos & obra! As mulheres tratavam do almoco, os homens tiravam a vida 20 porco © as crlangas prestavam os servigos que podiam. No principio havia grande algazarra, © porco era marto com uma enorme faca, pela pessoa mais experiente, O sangue também era aproveltado, Uma mulher levava um alguidar eia a “poliro sangue’. Eram chamuscados os pelos do porco, com palha arder e depois bem lavado. Ao virar do porco era servido o panco (uma pinga). Se demoravam um pouco mais, os homens comecavam a gritar, “venha o panco”, e enquanto nao viesse ‘oporcondo.era virado para ser impo. lavadodo outro lado. Logo demanha, antes da matanea: © Alhos assados com azeite como aperitivos, batatas e bacalhau cozido, pao com queljo e chourigoe castanhas assadas, Aovirar do parco: @ Haviaopanco (uma rodada de vinho), antes de virar o porco para ser limpo do outrolado, Depois do porco limpo, pendurado e desentranhado: De seguida os homens penduravam-nono chambaril. Abriam- no e desentranhavam-no. As mulheres tiravam as gorduras & separavam as ripas enofinaliam lavé-las ao ribeiro. Estas serviam para encher 0 enchido (morcelas, chourigas, buchos e farinhelras). Quando as mulheres regressavam jé estava tudo pronto na cozinha. Vinha entéo um almogo, abundante, variado e diferente dos outros dias...sempre bem regado com a boa pinga. Durante o dia, conversava-se, jogavam-se as cartas € espreitava-se 0 Sol aos abrigos. A ceia, voltavaajuntar-se toda a familia, ‘As morcelas faziam-se no préprio dia, quase sempre & noite, e 0 resto do enchido (chourigas e buchos) fazia-se nos dias mais préximos. Esquartejava- se 0 porco e separavam-se os diferentes tipos de carne. Os presuntos e as espaduas eram salgados e a costela guardada no azeite, depois de corida. Também havia 0 habito de oferecer aos familiares e a0s amigos. As febras eram partidas {405 pedacos pequenos que ficavam em vinha de alhos, para depoisse fazer o enchido. ‘As gorduras eram partidas a0s bocadinhos e metidas numa grande panela de ferro, em lume forte para se derreterem completamente. Assim se preparava a untura, que depois era guardada numa panela vidrada, maior ou menor, conforme as possibilidades de cada familia. Eram também saborosos os chichorros ou torresmos da molejae da banha, Como na nossa terra ndo havia oliveiras, e nem sempre havia dinheiro para comprar azeite, a untura fazia do azeite. Porisso, todas as donas de casa tinham © cuidado de preparar uma panelinha de untura, e guardada com todo o cuidado num lugar seguro, para ser utilizada durante todo oan. Era um regalo ver o fumeiro, pendurado por cima da lareira! Hoje ainda se faz, mas coma carne, compradano talho. © Oshomens faziamas febras guisadas, a chamada Pelada, que era carne da barriga do porco na panela de ferro. Almoso: © Sopadegrao (© Burzigada (um prato preparado com o sangue cozido, pio fatiado muito fininho e gordura da moleja (gordura das tripas) derretida Coloca-se o pao numa travessa, uma camada de sangue cozido e esfarelado, nova camada de po e no final uma camada de sangue, regada coma gorduraderretida. © Guisado de febras, carne da barrigae espinhela (Estero do porco) © Arrozdecoelho © Cozido com carne nova, carnevelha echouriga © Guisado de iscas de figado © Frutadaépoca Jornal Ne 6 - Dezembro 2014 laranja, uvas (ainda da vindima anterior) enozes POO eRe ul oc aur) CURL Are MAS COMA MESMA ALEGRIA “Como eram belos e cheios de alegria os Natais vividos na ‘minha inféncia..” “mesmo com muito pouco, eramos felizes..” Bo palavras de trés pessoas naturals de Pinzio, que testemu- rnharam o Natal da sua infancia, Trés Natais vividos, jd hi algumas décadas. Todos eles da mesma época e vividos, todos diferentes ..mas todos com a mesma alegria, mesmo que fossem Natals pobrezinhos! As questdes colocadas foram as seguintes, depois de cada apresentacao: 1. Como viviao Natal na sua infancia? 2.Eacelananoite de consoada, na sua infancia, como era? 3. Costumavam ir Missa do Galo, ea0fogo? 4, € presentes no sapatinho,.. se avia, quando eram abertos? 5. Como se passava costumava passaro dia de Natal? Chamo-me Maria Alice Alves Pina Saraiva e nasci em Pinzioem rmargo de 1949, © Natal para mim era esperodo com muita alegria e expectativa. Aguardavamos sempre com muita ansiedade este da eas prendas. ra uma alegria, pos eramos muitos irmoseera uma verdadeirafestal Apesar de sermos muitos, ainda passava também o Natal cannosco 2 minha tia Alice eo meu primo! (ex-padre). AAP - Na noite de Consoada, ns jantéva- mos sempre bacalhau. © bacalhau era < feito numa espécie de sorda (esta receita, NL foitraxida pelo meu pa, de Freches,asua ‘eranatal). Depois do bacalhau tinhamos 0 cabrto ou borrego, «que o meu pai compra inter. A minha mée cozinhava-o no forno. Na mesa jé tinhamos, bolos, filhoses, as fritas e por fim tambémjs hava pucim, Uma verdad festa! AP - Havia a missa do galo e nés participavamos sempre. Depois do jantar e, enquanto esperivamos pela meianoite para irmos para a igreja, passévamos o serdo a jogar as cartas com a minha ta e 0 meu primo. O meu primo jé andava no seminérioe ensinava-nosjogos diferentes e bem dertdos. No final da missa, amos ao fogo que era no largo da Igreja e ai passivamos um bocado AAP, ~ Na nossa casa, recebiamos sempre presentes e eram Sempre abertos no ia de Natal, logo pela manh3. Nem dorriamos... ogo de manhaznha coriamos’&chaming. Todos nés punhamos o sapatinho junto a lareira... e eramos nove! Aquilo parecia uma sapataria!... Todos tinhamos alguma coisa no sapatinho. Eu costumava ter sempre alguma roupa: uma camisole, um cachecol ou outra coisa. Também tinha uns chocolates es vezesuns brinquedinhos. AP. - No dia de Natal e depois da excitacdo dos presentes, todos iamos @ missa, Ai mostrivamos os presentes uns a0 outros. Era nesse dia eno largo da igre, que se fenlam as arremata- Bes das oferendas, ofeecidas igeja ou a08 santos, no dia anterior. E lembro-me que 0 meu pai, 8s veres, arrematava algumas dssas coisas. No nosso almoco de Natal, hava o arrez dos middos do cabrio, 0 resto da came no forno com ums batatinhastambém no forno e um esparregado saudade, due ainda hoje recordo com Pagina 4 E claro, o resto das sobremesas da consoada. De seguida famos rnovamente ao fogo, e o resto da tarde era passada em casa a jogar 8s cartas. Também gostava de dizer que nds, ern casa, j8 faziamos presépio com musgos e algumas figurinhas. Arvore de "Natal é que nao, pois ainda nao existia. Como eram belos ecom ‘muita alegria, os Natais vivides na minha infincial No entanto, devo dizer que o dia mais triste da minha vida, ppassou a ser 0 Natal, pois foi o dia que eu perdi o meu pai. Ele ‘morreu no dia 23 para 24 dezembro e como tal, no houve ‘Natal em casal Lembro-me muito bem ...que tristeza, para ‘além de ter perdido o meu pai, também nao houve Natal para niinguém! CChamo-me Maria Ascenso Jorge, nasci em fevereiro de 1946, em Pinzio e aqui fui criada, MJ - Eu vivia o Natal com muita alegria e espectativa Esperdvamos sempre qualquer coisinha. Recebiamos coisa ppouca, mas para nés era tantol...ecom tanta alegrial (M4. - Na nossa casa, na cela da consoa- da, havia sempre bacalhau. Era o bbacalhau e as couves cozidas, e havia ‘anos em que também comiamos bucho, ‘mas s6 excecionalmente. Era muito bom porque em muitas casas nem bacalhau ‘hava... Tinhamos também as sobreme- 25, rabanadas,filhoses e as flores. Era tudo saboreado com grande slegiae satsfagio! AR, quero referir também que nds tinhamos sempre Bolo-reil Um tio ‘meu, que estava em Lisboa, mandava-nos sempre um Bolo-rei nesta altura, Era uma delicia! M4, - Toda a gente da aldeia ia 8 missa do Galo. Era uma alegrial A alegria ainda era maior porque levivamos as ‘ferendas. As oferendas eram ofertas que a populago dava & igreja. Cada um oferecia 0 que podia, cestas com fruta, ovos, po .. Lembbro-me que uma vez levei um galo,e vivo! Lé famos 1nés todos felizes com as nossas oferendas, No fim da missa todos famos “em procisso” até ao fogo. Os garotos corriam em volta da fogueira e0s adultos conversavam. M4. Havia sempre presentes, mas s6 eram abertos no dia de Natal. Assim, logo de manhazinha era uma azéfama. Nem dormiamosi... Corriamos logo & chaminé, ver 0 que estava no sapatinho. Pols, porque o sapato ficava sempre junto & lareira para 0 Menino Jesus deixar os presentes. Claro que para isso precisévamos de nos portarmos bem! Sé depois da candela se ‘pagar é que o Menino Jesus entrava ‘pela chaminé e deixava 6s presentes! Na nossa casa recebia-se sempre... ra pouco, ‘mas muito para nds! Um par de meias, um lengo das mos, alguns rebucados ou algumas laranjas. De vez em quando um parente enviava-me uma boneca ou uns lépis para pintar..iss0 6 que era umafestal M4. - No dia de Natal, a0 almogo comiamos 0 bucho ou uma galinha caseira. Na nossa casa era dia de se comer carne. Visitavam-se os parentes, 0s compadres, 0s vizinhos, E assim se passavaatarde, Jornal N° 6 - Dezembro 2014 SOO OC aE eu oe ar) ease a gece Chamo-me Dulcinia Cardoso, nasci em Janeiro de 1944, na aldela de Pinzio, ‘onde passei a minha infancia. O meu Natal foi sempre pobrezinho, embora houvesse sempre alguma alegria.. nem ‘que fosse s6 para irao fogo! D.C. - Na ceia da consoada comiase sempre bacalhau. Tinha uma tia em Lisboa e, todos os anos, ela mandava uma encemenda de bacalhau e com outras coisas que podia manda. O Sr. Dr Adio nesta alture Natalicia, também dava, uma cesta a quem mais necessitava, com um peixinho de bacalhau e uma jarinha de azeite. £ nds bem que agradeciamos! DC. - Ir 3 missa do Galo era obrigatério. Ere sempre & mela noite e estivamos sempre ansiosas, que acabasse, para ppodermos ir a correr, para 0 fogo. Era uma alegrial Estarmos todas juntas e brincarmos até tarde. Cantava-se @ volta da fogueirae pelas ruas do povo. Euvivia tudo com muita alegria. DGD aenbaae D.C. - Os presentes eram sempre abertos no dia de Natal. Sé. durante a noite é que o Menino Jesus vinha, pela chaming, & de’xava os presentes no sapatinho que estavam junto a larera Eu recebia sempre o mesmo...uns rebucados de 5 tostées. Eram 10 rebugados, que vinham embrulhados num pedago de papel. Era sempre a mesma coisa, nunca recebia mais nada. E eu, pensava muitas vezes: “devo ser uma menina muito mé, pois a mim, 0 Menino Jesus, nunca me traz nada. Aquela, trouxe umas meias, & outra uma saia.. ea mim nunca me traz nnadal” Pura Inoc8ncial D.C. - 18 nfo me lembro 0 que almogava no dia de Natal... No sel, mas possivelmente 0 resto do bacalhau da consoada. E quem sabe, alguma farinheira que alguém nos tivesse dado! € (© pouco que havia era comido bem depressa, para Itmos rnovamente para a fogueira e ai passdvamos o resto da tarde. Uma alegria nessa altura, porque com pouco, eramos felizs! © jornal DIA20 agradece, a colaboracdo de trés pessoas nnaturais de Pinzio, que quiseram testemunhar o Natal da sua infancia, De Strasbourg ..com saudade! Sou Margarida Marques, filha de Alfredo Lourengo e Prazeres dos Santos, Sancha. Nascina Beira em Mocambique © quando tinha 12 anos fui viver para Pinzio. Aos 16 anos casei-me com Constantino Marques e com 18 anos ‘ive o meu primero fio Albertine Marques. A vida comecoua ficar complicada porque no havia trabalho, em Pinzio ou arredores, Como © Constantino tinha uma rm em Strasbourg na Franga, decidimos pedir ajuda nesse sentido. Entéo.0 meu marido eeu deciimos emigrar...Em primeiro lugar, emigrou o meu marido © eu fiquel com os meus pais porque 0 meu flho apenas tinha 1r@s dias! Um ano depois, eu com 19 anos eo meu filho de um ano de idade, viemos ter com meu marido, onde hoje ainda vivernos. Quando chegue a Strasbourg, encontrei uma grande cidade e foi dificil a integracdo. Para mim foi dif principalmente porque eu no sabiafalar francés. Mas com 0 passar dos dias, tive que me desenvencilhar & aprendiaflaro francés coma familia ecom os amigos. © Constantino comegou a trabalhar nas obras. Com 22 anos, tivea mina fiha Sofia. Depois sso é que comecei a trabalhar algumas horas, a fazer limpezas. Os dois filhos tiveram ama portuguesa e quando fizeram 3 anos, frequentaram uma creche. Quando a Sofia fo para a creche, eufquel de portirae ‘rabalhava até ds nove horas da noite. No era fécil mas © meu marido ajudeva.e 2 amaia buscar aSofia, Algum tempo passado, comecaram as saudades da familia edo meu Pinzio. Cada vex que pensava em vir 8 minha querida Jornal N° 6 - Dezembro 2014 aldea, ver os meus pais e restante familia, ver os amigos, assstr as festas, cava feliz endo via o dia chegar! (0s meus fihos adoravam vir também... quando eram peque- nos muito gostavam de andar no carro dos burro do avé & correr nas ruas de Pinzio Pos, porque na minha queria aldeia nohaviao movimento que os privasse de andarem a vontade! Ful algumas vezes de propésito para fazer as vindimas. Ainda hoje gosto muito de ira Pinzo...e sinto saudades! Gosto de Viver em Strasbourg porque estou perto dos meus fihos, pois cles jétém a vida aqui. Também penso que, quando estver reformada, & para Pinzio que gostava dei vier Sei que no vai ser facil para mim, porque neste momento ja si0 32 anos de Franca e os meus filhos ficardo neste pals, onde tém as suas Vides. Eles gostam de vir a Pinzio e sei que continuargo, tal como eu, a vir sempre, para ver os pas, passarem férias nesta ‘minha aldela, onde vivia minha adolescéncia A vida leva muitas voltas e é triste termos de deixar a nossa terra, para podermostrabalhar! vida de emigrante no. fac eas saudades da nossa terra s80 ‘muitas! Estamos sempre ansiosos que as fériascheguem para regressarmos @ nossa terra, vetmos a familia € 0s amigos. ficamos tristes quando a deixamos para regressarmos de novo paraterras istantes! E-certo que mais complicado era hd 32 anos quando as noticias da nossa tera, no chegavam... agora tudo se torna mais facil para quem &emigrante, Em tempos que vo, as noticias da nossa tera, s6 chegavam através de uma carta eatualmente eentram-nos em casa através da internet, do Facebook onde Podemas falar coma fama € amigos e principalmente através do Jornal D1A20, que gosto de ler cada vez que sai uma edi, para saber noticias da minha querida terra “Margarida Marques, Strasbourg, Franca Pagina 5 POO eRe ul oc aur) Repor quinze anos! No dia quinze de novembro, decorreram, nas Cheiras, as comemo- | racdes dos quinze anos da fundagao da Associacao de Apoio Social, Melhoramentos, Cultura e Desporto das Terras de Santa Barbara, Do Programa constavam uma exposico de fotografias alusivas 3 diferentes atividades da Associagao, uma Assembleia Geral Extraordingria, assinatura de um protocolo com a Junta de Freguesia de Pinzio, a atribuigo do titulo de Sécio Honorério & Camara Municipal de Pinhel e um lanche As solenidades tiveram inicio com a assinatura do protocolo tendo o Presidente da Associagao e o Presidente da Junta de Freguesia de Pinzio sublinhado.o bom relaciona- ‘mentoeoambiente de interajuda existente entre as duas instituigbes, 0 Presidente da Assembleia deu inicio & sesso e passou, de seguida, a palavra a0 Presidente da Direcdo que agradeceu a presenca e as colaboracées das entidades convidadas referindo que a Camara Municipal de Pinhel tem disponibilizado um apoio determinante © continuado razio pela qual era agora distinguida como Sécia Honoréria. Referiu ainda que a Associacdo se empenhousobremaneiranos apoios que se props prestar durante os tiltimos quinze anos e garantiu que o mesmo empenho iria continuar no futuro. O Padre Manuel de Matos, orador convidado, referiu o papel humanizador das Associacées na sociedade atual e pediu a colaboracio de todos no desempenho da Associagdo Terras de Santa Barbara, O Diretor da Seguranga Social da Guarda tomou a palavra de seguida sublinhando a importéncia da ago das IPSS um interior que se vem desertificando e recanhece o papel das mesmas no futuro. Valorizou ainda o trabalho da Associag3o das Terras de Santa Barbara e prometeu ajudar, na medida do possivel. Coube ao Presidente da C3mara de Pinhel encerrar a segio referenciando o dinamismo e a vontade com que esta Associagio se entrega as suas causase sublinhouas vantagens na partilha de vivencias entre jovens e idosos. De referir ainda a presenca das Vereadoras Lucilis Coelho e Irene Fonseca e dos representantes das Associagbes da Freguesia de Pinzio: Associagdo Cultural, Associagao dos Amigos e Associacio dos Cagadores, Fernando Pereira Capelo~ Presidente da Associacao Terras de Santa Barbara fess \ Breve histéria da caga ‘Acaca é uma das mais antigas atividades do ser humano e é folasua principal fonte de alimento, Porém, a expansio populacional eo desenvolvimento fizeram-na insuficiente para 0 abastecimento das populacées. A obtencio dos alimentos é, hoje, provida primordialmente pela agricultura, pela pecusria e pela pesca embora a caca para sustento ainda resista e ainda ocorra em pequenas comunidades isoladas e emalgumas tribos indigenas. No entanto hi, até, quem diga que @ espécie humana ter atingido 0 atual estdgio de desenvolvimento com a ajuda da caga que terd sido determinante no desenvolvimento de ff colaboragdes entre humanos e, bem assim, terd contribuldo para o aperfeicoa- mento de ferramentas que vieram a ter um uso bem mais genérico. A caga eo mundo ruralestio, defacto, interligados, A caga desportiva no visa a obtencdo de alimentos para a subsisténcia Caracteriza-se, antes, pela perpetuacdo de “tradi¢des", e pela emocdo da perseguigo de animais selvagens. Os adeptos da caca e seus simpatizantes acreditam que a gestéo cinegética significa colocar meios @ disposigao das populagdes e dos ecossistemas para que esta atividade desportiva se torne, também, sociocultural ede dcio. Considerando a atividade da caca como "recurso natural renovavel” pode entender-se que ela constitua um componente regional ndo desprezivel eque 0 seu correto aproveitamento poderd ser fonte de riqueza e de bem-estar paraas populagées. grande maioria ou a quase totalidade dos praticantes da Caca para fins desportivos, tendem a apoiar atitudes preservacio- nistas e de diminuiggo de dano a natureza. Nesse sentido possibilitam a criagdo de reservas que so areas destinadas a esta atividade que se destinam também a preservagao da vida e & reprodugio de espécies de animais. As reservas e sua manuten fo, conservacio e protecao so sustentadas pelas Associacdes de Cacadores que podem ser apoiados por outras entidades. esses locais, a caga é regulada de acordo com diretivas das respetivas. Diregdes que atuam sob normas mais gerais emana- das por organismos estatais. ‘Manuet Silva, Presidente da Associagao dos Cagadores de Pinzio Pagina 6 Jornal N® 6 - Dezembro 2014 SOO OC aE eu oe ar) Sele Ne Cok Tele Ate aLU ave ez UN sie a Ca enced Tersorte dé muitotrabalho! (ano de 2014 caminhs rapidamente para ofinal. Formulamos votos, perspetivamosjé o ano seguin- te que ergueremos sobre o que construimos até aqui. E por isso, é importante olhar para trés. Sem complexos, com 0 propésito de fazer mais e melhor. Sé assim poderemos progredir, crescer e no sermos apenas espetadores deixando que a sorte nos tenha incluido na sua lista. Cabe-nos, pois, tomarodestinonasnossasmaos,conscientes de que ter sorte dé muito trabalho, ‘cada um de nds esté destinada uma missao para ser cumprida no dia-a-di, na sua comunidade, no seU local de trabalho. Portanto, neste final de ano é tempo de nos questionarmos se contribuimos paraquenos possamos orgulhar daquilo que izemos para cumprirmosa nossa misséo. Enquanto presidente da Associa¢3o Cultural de Pinzio estou consciente de que muito est por fazer na miss3o que abracémosde contribuirparaengrandecer anossaassocia¢s0. Decorreramjé.centoevinte e seis anos de vida da nossa querida Banda Filarménica. Nuncanada fo fécil ao longo de mais de um século, Mas chegimos aqui. Todos ouvimos jé relatos das caminhadas que os misicos faziam a pé a caminho das romaria, algumas bem distantes, carregando instrumentos mas também 0 peso do trabalho muito duro que faziam diariamente; tudo pelo brio, pelo gosto pela musica, porque eram homens de fibra que ndo desistiam nunca, mas também pelo amor a Pinzio. Adureza da vida ez deles homens de grande caréter, surpreendentemente, com sensibl dade paraamisica. Hoje, outros desatios bem diferentes se nos colocam. disso exemplo a saida constante de musicos sem que o investi- mento econémico eitona ua formagao seja correspondido. €anoaapésano énecessériorecomecar. ‘Banda Filarménica de Pinzio continua aser,apesar de tudo, motivo de orgulho de todos os que verdadeiramenteamam Pinzio. Nesse sentido apelo 2 todos para que contribuam no sentido de nos ajudarem a honrar a meméria dos seus fundadores. A Escola de Musica da nossa associagio esté disposta a receber todos os que queiram aprender misica. Pela formaco pessoal mas também paracontribuir para perpetuarabandafilarménica A freguesia de Pinzio tinha, em 2011, 453 habitantes. Em 1950, tinha 1137. Quantos teré daqui a dez anos?... Este 60 resultado da diminuigdo dréstica de natalidade mas também de opcdes politicas que nos condenam a sermos um pais para turistas. Mas sem gente e, portanto, sem alma. € porisso que devemos lutar para que Pinzio mantenha bem vivos 05 seus simbolos, aquilo que nos pode unit. Muitos servigos j Pinzio perdeu. Seria criminoso se contribulssemos ~ mesmo que por omissi0~para perdermos aindamais, Ahistéria ndonosperdoaria. Tersorteds, defacto, muito trabalho. Quero desejaratodos, BoasTestas Por fim, uma saudagao especial a0 novo paroco de Pinzio a quem desejo as maiores felicidades, Em meu nome pessoale emnomeda Associagao Cultural dePinzio. José J. A. Dinis, Presidente da Associag0 Cultural de Pinzio Dre eed onl cass ‘AAssociagio dos Amigos de Pinzio (ADAP) tem ao seu disporo Facebook que é uma rede social langada para, conhecer 0 seu piiblico, e neste caso, conhecer a sua terra natal PINZIO com as suas gentes, atividades/eventos, ou simplesmente aliviar 0 stress. Muitos dos nossos amigos jé conhecem esta forma tecnolégi- ca de comunicar. Nés tentamos 0 mais possivel atualizar a informacao da pagina, para que, todos, mesmo longe, tenham acesso as atividades e eventos organizados, a fotos, permitin- domostrar, oque de melhor existenanossaaldel ‘Vamos aumentar os gostos, comentarios e as partilhas... do facebook, desta coletividade, Assim, s6 pedimos, que se junte a nés... coloque gosto, comente, partithe cusimplesmente observe ele! Jornal N° 6 - Dezembro 2014 Pagina 7 POO eRe ul oc aur) Sea au Reo ale) Se valer a pena, chamem os chineses! C4 estou, novamente, a procurar preencher 0 espaco sem nome especifico: Entretenimento? Lazer? Leitura? Néo se sabel Para quem o escreve é uma forma de colaborar com a brilhante iniciativa que um dia tiveram. Para quem o Ié 4, simplesmente, o ter de aguentar-se 2 “pronca", ou entdo, passar adiante. O que no deixa de ser curioso é saber serem muitos a ler, ainda que, jé todos ‘tenham descoberto, nada de novo para aprenderem. Para no falar sempre do mesmo, mudemos de assunto € falemos defutebol. Ah! Ah! Ah! Estava a brincar. O futebol e a politica sio como o ar que respiramos, Esto sempre a0 n0ss0 lado. So 0 tema de ‘todas as conversas. Quando a prosa se torna enfadonha, li recorremos a estes dois temas, onde todos somos sébios, ‘mas poucos percebem alguma coisa. Quanto melhor no seria falar de factos da vida real. Dos factos mesmo e no sé daqueles que eram tema, nos chamados “tribunals de solheiro", pese, embora funcio- nnassem mais & noite. Quem se no recorda dos banqui inhos de pedra estrategicamente colocados ao cimo, a0 meio e fundo do povo, onde a vizinhanca “tricotava” aquele que cafssenarede? Mesmo assim, tinha 0 seu qué de positive. Quem ndo se lembra por exemplo dos que aproveitavam esse “descan- sar disfargado” para namoriscar a galata, que morava perto, sem darmuito nas vistas! Pinzio é, e sempre foi, uma terra pacata, Nunca houve grandes fenémenos que ficassem para meméria futura, Do antigamente ficou a extrac3o do volfrémio © pouco mals. ‘Ainda que o “bicharoco” do vizinho saltasse ao quintal da Viinha e the comesse 0 “grelo" da alface, nao era caso de policia. Perdoava-se cabra, sem ter de a mandar para chanfana, Mas em 20 anos, transformou-se tudo! Para ‘bem e para mal, diga-se. A primeira fase de transformagao ocorreu, provavelmente, com a abertura da ex-IP5. ‘Tornémo-nos mais pacatos, desapareceram os camiées, 05 turistas, ficimos menos movimentados. Estagniémos. Serd conveniente dizé-lo, Nao hé mais comércio, nem industria, nem instituigGes novas. Acabaram as celfas @ as ‘malhas. Acabaram os passeios na estrada e os pic-nic’s na ribeira. A escola quase fechou...@ populaco vai reduzin- do! Quem se nao lembrade, por exemplo, nos funerais, ter de caminhar em siléncio para ouvir as oragdes. E hoje? 0 acompanhamento estende-se por centenas de metros sem receioqueavoz dor. Abade, seja escutadal Confesso que, da primeira ver, tive de rodar a cabega para perceber onde andava o Sr. Padre. Ele que deveria ir junto ao defunto, inna atras de mim. Modernices! Vidas vividas que nem todos tiveram o prazer de partilhar. Claro que temos médica dentista, uma Junta de Freguesia Pagina 8 super equipada, moderna e eficiente. Mas & pouco! Bailes, nem vé-los. Festas e romarias, sobra 0 Santo André. Nos nossos dias, Pinzio, quase apenas, & conhecido pelo pao dda padaria do Té e pelo mercado mensal que até 0 carismatico dia20perdeu. E ainda se chateiam se falarmos de futebol, ou que passemos 1a tardes a jogar as cartas na tasca do 26 Dinis e da Joaquina, claro! A vida € mesmo ingrata. Queimam-se as pestanas a aprender e ninguém dé o devido valor as arduas horas que ali ssepassam. Sinceramente! Pois é, meus amigos, caminha-se a passos largos para um grande lar daterceiraidade, Entio e 0s incentivos a imigrago onde esto. Porque nao desenvolver campanhas para recebermos novas gentes? Os cchineses onde é que param? Aqui & que fazem falta e no em Sintra, Com um “contentor” resolviamos 0 problema, ‘Agora andarem a vender-Ihe gato por lebre, dar-Ihe abrigo em ‘casa de altos figurdes e torné-los cidadios de primeira sem mais nada ndo esté certo. Que venham para cé e seréo bem recebidos. Se assim nao for, nao tarda muito, desaparecere- ‘mos por completo, sem honra nem gléria pois ninguém ficaré para contar os nossos feito. Mas 0s tempos continuam de mudanca, com mais ou menos velocidade. € Pinzio também é bafejado por essa mudanca, Senio vejamos! Pinzio que sempre foi pardquia com Padre, sacrificando, se necessério, outras localidades em prol do nome e importancia da nossa terra, via-se a bracos com a aposentadoria do sr abade José Julio, que rapidamente se concretizou, Nada mais, ‘merecido aps 30 e muitos anos, ter guiadoas almas pelo bom ‘caminho. € algumas, com o dobro do trabalho de tio pecado- ras serem! Bern merecida reforma, repito, pois se um cidadao ‘que trabalha 7 horas por dia a0 fim de 36 ou menos, jj se pode aposentar, com muita mais legitimidade 0 pode fazer um sacerdote, que trabalha sem horério incluindo sabados, domingos eferiados! Nao fica a dever favoraninguém.Emboa hora o faga e goze por muitos anos 0 merecido descanso. Diz 0 Primaria’. Eu jé tinha passado a ultima semana de setembro a pensar nessa data. Als, nunca poderia esquecé-la visto que, o dia sete de outubro.era, também, odia do mevaniversario. Avéspera, dia ses, ja foi um dia euférico. A noite custou-me aadormecer. Acordeino dia sete muito mais cede do que era preciso. Levantel-me e recebi a prenda, uma pasta de cabedal castanho, afivelado de amarelo que, segundo me confessaram, meu pai tinha trazido da sua iltima viagem a0, Porto. Fle deslocava-se, pelo menos, uma vez por més, 30 Porto. la vender rolos de madeira que, dizia-me ele, serviam para fazer pipas, O Porto desenhava-se-me, ento, no meu imaginar, como uma cidade distante, grande eredonda onde se faziam compras e onde se podiam trocar troncos de rvores por pipas de vinho. Hoje, sou ainda capaz de descrever omeu vestuérionaquele longinquo dia da minha infancia em que, pela primeira vez, ful Escola. Vestia uns calgdes cor de creme. A camisa era de ‘manga curta e quase branca, O tempo, era mais de vertioque de outono, e por isso as sandalias castanhas dispensavam, 0 desconforto das melas. O uso da boina tornava-se conveni ente, até porque ela tinha uma longa pala, que aparava 0 calor esol. Por outro lado encimava, de azul, a fragiidade da minha silhueta acriangada. Na parte frontal, sobre a pala, cruzavam-se duas raquetes bordadas acor de ouro. Assim trajado, carreguel, na m&o direita, a minha prenda de anos, a tal pasta de cabedal. Levava dentro dela um livro de capa amarela, uma lousa encaixilhada, um ponteiro preto, um lépis de carvo, uma caneta de aparo, um caderno.e uma sebenta. Minha mae tinha encomendado uma bata branca a uma costureira da aldeia mas, nesse primeiro dia eu ainda ndoiria Usé-la, Aliés, eu nunca viria a gostar de usar bata. Fla impedia-me, no sei bem de qué! Inibia-me nos movimen- tos. Via-me estranho dentro dela! Acabaria por vir a adorar, (05 domingos pelo simples facto de, ao domingo, ndo ser obrigadoa vestira bata Levei, também, paraa Escola, uma sacola de lea, felta de um ‘tecido grosseiro muito préximo da sarapilheira. Deitei-a a tiracolo. Dentro ia o lanche: pao, presunto, queljo © uma garrafa de refrigerante que sabia a laranja. Level, ainda, mas bolachinhas embrulhadas num guardanapo de pano azul, com umafior vermelha bordada naquina Num mindsculo porta-moedas verde, guardei algumas ‘moedas negras, que meu pai me deu. Somadas, perfaziam a quantia de cinco tostdes. Jornal Ne 6 - Dezembro 2014 Cheguel & Escola, por volta das nove, pela mao da minha me. Teria companhia, naquele dia, porque era o primeiro dia. Daliem diante, teria de fazer o percurso sozinho. Quando cheguei a escola, alguns dos meus colegas jé Ié cestavam. A senhora professora também jd havia chegado e,, {as nove em ponto, deu ordem de entrada. Empurrimo-nos Uns aos outros junto & porta, Depois corremos, para dentro {da sala, em busca de um lugar como se essa procura fosse a coisa mais util daquele dia. Mas a senhora professora haveria de nos marcar lugar a todos e todos seguimos as orientagdes dela. Ouvimos tudo quanto ela nos disse acreditémos religiosamente em tudo. Dentro da sala ainda chelrava a manh8 ea madeira humida, fruto da profunda lavagem do dia anterior. Tudo, para mim, feram novidades, novidades que me transcendiam e Inebriava-me a clareza das largas janelas. © intervalo do meio-dia chegou bruscamente. De mos

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