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ET VITA
FACULDADE CHRISTUS
CURSO DE DIREITO
Fortaleza
2009
ANTONIO FIUZA NETO
Fortaleza
2009
Dedico esta monografia à minha esposa,
Ceres, de quem sempre recebi carinho,
apoio e incentivo. Aos meus filhos
Marcelo, Carlos e Marilia, dádivas
preciosas de Deus, carinhosos e cidadãos
honrados. Aos meus amorosos netinhos
Sabrina, Cecília, Rafaela, Lucas e Tiago,
a esperança de um Brasil mais justo e
solidário.
AGRADECIMENTOS
A Deus, acima de tudo e acima de todos, agradeço pelo dom da vida e por
permitir esta nova graduação depois de decorridos exatos quarenta anos da
primeira.
The present monographic work has as scope the analyzes of environmental licensing
in Ceará’s coastal under the light of environmental protection and conservation, and
social development. Environmental licensing constitutes as one of constitutional’s
principles effectiveness. Given its characteristics of multidisciplinary study, seizes of
sustainability’s principle to mitigate impacts (negatives) that affects environment and
socio-economical development. The improve of citizen’s quality of life, where the
environment is included, will only exist if there is a promotion of sustainable
economical growth, and, the environmental licensing of employment generating
activities is this vestibular phase of this process. It is a subject that awakes a lot of
interest and debate in Brazilian’s society, specially the State of Ceará, once that it
highlights the need to make compatible the environmental defense with the need of
economical growth that must be implemented under the focus of the sustainable
development principle, a principle that was already given by Brazil’s juridical-
constitutional order. This principle may help to reverse the status of poverty and
underdevelopment of some regions where prevails by long years, the regional
inequality and the lack of opportunity in a way the citizen, mainly to the poor, in order
to fully exercises, the fundamental rights prescribed by the Constitution in his favor.
The utility of this present researches justifies, once it intend to analyze the diversity of
main standards’ interpretation and eventual legislative omission, associated to the
undefined of legislative and administrative competence that could lead to juridical
insecurity, pointing eventual barriers. The methodology used was limited to inductive
approach method, using bibliographic research in books, periodicals, magazines,
internet articles, seeking to find the biggest amplitude in the monographic work. The
work develops in five chapters where it approaches the following subjects:
propaedeutic aspects about the environment; constitutional fundaments of
environmental protection and sustainable development; environmental legislation;
Environmental National Politics and finally it talks about tourism as a socio-
economical development element. In the first chapter it analyzes environment, life
quality and socio-economical development. In the second chapter it is studied
constitutional’s principles, emphasizing to the formatters of environmental protection
and sustainable development. As the third chapter, it talks about theoretical
basement about the autonomy and competence of the federative beings analyzing
competence conflicts in environmental licensing. The fourth chapter deals with
Environmental National Politics. Chapter Fifth analyzes tourism and the repercussion
of this activity in international scale and its importance in search of eliminating
regional inequalities.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................9
3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL................................................................................32
REFERÊNCIAS ........................................................................................................91
INTRODUÇÂO
Alguns desses Municípios não vislumbram qualquer outra opção para ter o seu
desenvolvimento econômico, senão através do turismo. A pesca artesanal, uma das
poucas fontes de renda, na maioria dos casos, não é suficiente para promover o seu
crescimento sustentável, deixando à margem milhares de cidadãos que não
dispõem dos requisitos mínimos de qualidade de vida.
1
FARIAS, José Leite. Competência Federativa e Proteção Ambiental. Porto Alegre: Sergio Antonio
Fabris Editor, 1999, p. 203.
2
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Princípios do Processo Ambiental. 5. ed. São Paulo: Saraiva,
2004, p. 34.
Esse bem-estar a que a Constituição alude não se restringe, portanto, somente
à dimensão ecológica do meio ambiente, mas está associado também aos direitos
sociais do cidadão, tais como o direito à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia,
ao lazer, à segurança, à proteção, à maternidade e à infância, à assistência aos
desamparados (art. 6 º, CF), que necessariamente compõem a qualidade de vida.
3
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 7. ed. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 24.
4
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 8. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005, p. 226.
interações. Não é espaço geométrico ou físico, é uma realidade complexa e
marcada por inúmeras variáveis.
5
CONSTITUCION ESPAÑOLA DE 1978. Boletín Oficial del Estado. Disponível
em:<http://www.boe.es/aeboe/consultas/enlaces/documentos/ConstitucionCASTELLANO.pdf>. Aces-
so em: 12 de mar. 2009.
conceito atual, poderiam deixar de sê-lo, pela eventual criação de um
6
espaço negativo inerente a qualquer definição.
6
FIORILLO; RODRIGUES, 1999 apud RODRIGUEIRO, Daniela A. Dano Moral: sua defesa em juízo,
em busca de vida digna e saudável. São Paulo: Juarez Oliveira, 2004, p. 17.
7
SOUZA, Nali de Jesus de. Curso de Economia. São Paulo: Atlas, 2000, p. 329.
o número de pessoas que recebem salário-mínimo e dispêndio que o Poder Público
efetua para garantia da proteção e qualidade do meio ambiente saudável. Esses
indicadores informam se a renda auferida pelos habitantes locais está sendo
distribuída de forma equilibrada e se há qualidade de vida no aspecto
socioeconômico e ambiental daquela comunidade.
Nesse sentido, é preciso entender que essa visão sistêmica do homem inserto
em um meio ambiente ecologicamente saudável não é suficiente para lhe assegurar
a qualidade de vida tampouco a garantia do exercício dos seus direitos
fundamentais. É necessário que haja utilização dos recursos naturais para sua
sobrevivência de forma sustentável, para alcançar a garantia de todos os preceitos
previstos na CF/88. Somente assim será possível propiciar a dignidade da pessoa
humana com a plena garantia de seus direitos fundamentais.
8
Ibid., p. 330.
degradando a natureza, por inexistir em tais ocupações a infraestrutura urbanística
necessária para uma vida digna. Esse processo de favelização acaba por promover
a degradação e o desrespeito à legislação de proteção ambiental preconizada pela
Constituição.
9
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10. ed. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 69.
de assistência financeira e tecnológica que complementem os esforços internos dos
países em desenvolvimento e a ajuda oportuna que possam requerer. 10
A Constituição Federal mostra que o caminho a ser seguido pelo Poder Público
e a sociedade é garantir a coexistência dos princípios constitucionais tendo como
perspectiva sistêmica a proteção ambiental, o desenvolvimento socioeconômico, a
eliminação das diferenças regionais, a pobreza e ter assegurada a garantia dos
direitos fundamentais do indivíduo.
10
MINISTÉRIO do Meio Ambiente. Conferência das Nações Unidas. Ministério do Meio Ambiente.
Disponível em: <{ HYPERLINK
"http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/estocolmo.doc" }>. Acesso em: 12 mar. 2009.
11
D’ISEP, Clarissa Ferreira Macedo. Direito Ambiental e a Iso 14000. 2. ed. São Paulo: RT, 2009,
p. 56.
2 FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DA PROTEÇÃO AMBIENTAL
E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
12
PORTELLA, Celso Adão. Alguns questionamentos diante da falta de eficácia do direito
constitucional ambiental. Revista Justiça do Direito, Passo Fundo, 2003, v. 17, n. 1, p.168.
significa comprometer de forma sistemática a estrutura dos direitos fundamentais
consagrados na CF/88.
2.1 Princípios
13
BONAVIDES, op.cit., p. 237.
14
CANOTILHO. J. J. Gomes. Direito Constitucional. 6. ed. rev. Coimbra: Livraria Almedina, 1993. p.
166-167.
diferentemente, por serem dotados de alto grau de generalidade, possuem uma
aplicação indefinida, o que permite conciliação quando um ou mais princípios
precisam ser aplicados num mesmo caso concreto, permitindo harmonização ou
aplicação proporcional dos mesmos.
15
MARQUES, Clarissa. Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente: uma perspectiva
relacional. João Pessoa: Idéia, 2007, p. 89.
a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, requisito essencial para uma sadia
qualidade de vida. O equilíbrio poderá ser alcançado entre a liberdade constitucional
de empreender e a necessidade da proteção do meio ambiente mediante uma
análise técnica à luz do estudo de impacto ambiental previsto no mesmo dispositivo
constitucional, o que levará, necessariamente, a uma ponderação entre princípios
normativos.
Paulo Afonso Leme Machado ensina que a precaução não tem o objetivo de
impedir ou ver catástrofes ou males em tudo o que se empreende. Na verdade, o
princípio da precaução visa basicamente a garantir a permanência e a sustentação
da qualidade de vida das gerações humanas, mantendo-se a continuidade dos
recursos naturais existentes. 16
16
MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 13. ed. São Paulo: Malheiros,
2005, p. 63.
17
ANTUNES, op. cit., p. 45.
desenvolvimento com base no uso desregrado e intenso do meio ambiente. Para
que a vida se desenvolva de forma sustentável, significa buscar o convívio
harmonioso com outros seres humanos e com a natureza, no contexto do Direito
Natural e do Direito Constitucional.
Diante desses conceitos que o mundo moderno adota como forma de garantir a
sobrevivência da terra e, consequentemente, a da própria espécie humana, é
preciso criar uma relação de interdependência entre o conhecimento tecnológico, a
economia e o desenvolvimento social para consecução dessa sobrevivência.
18
MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente: doutrina, jurisprudência, glossário. 4. ed. ver. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2005, p. 64.
pessoas realizem o seu potencial e vivam com dignidade, com acesso à
educação, com liberdade política, com garantia dos direitos humanos e
ausência de violência. O desenvolvimento só é real se o padrão de vida
melhorar em todos os aspectos. Simples crescimento econômico e aumento
de riquezas não sinonimizam desenvolvimento organizado.19
19
Ibid., p. 65.
20
BONAVIDES, Paulo. Federalismo regional num país periférico. VIII Congresso Iberoamericano de
Derecho Constitucional: Sevilla 2003. Congreso.us. Disponível em: <{ HYPERLINK
"http://congreso.us.es/cidc/Ponencias/federalismo/pauloBONAVIDES.pdf" } > Acesso em: 13 abr.
2009.
2.1.3 Princípio da concordância prática
21
LIMA, George Marmelstein. A hierarquia entre princípios e a colisão de normas constitucionais. Jus
Navigandi, Teresina, ano 6, n. 54, fev. 2002. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2625>. Acesso em: 14 abr. 2009.
22
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2005, p.102.
3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Citando Georges Schelle, Bonavides aponta dois princípios capitais que são a
chave de todo o sistema federativo: a lei da participação e a lei da autonomia. Esta
manifesta o caráter estatal das unidades federadas que podem instituir uma
Constituição própria, estabelecendo a competência dos três poderes (Executivo,
Legislativo e Judiciário) e exercer livremente “ todos aqueles poderes que decorrem
da natureza mesma do sistema federativo, desde que tudo se faça na estrita
observância dos princípios básicos da Constituição Federal”.24
23
BONAVIDES, op.cit., p. 181.
24
Ibid., p. 181.
No que tange à lei de participação, os Estados-membros decidem por meio do
processo de elaboração da vontade política de toda a organização federal e da
construção da soberania estatal.
25
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Ambiental Constitucional. 32. ed. São Paulo: Malheiros,
2009, p. 511.
26
COSTA, Nelson Nery. Direito Municipal Brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2006,
p. 116.
A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos da Constituição (art.18, caput, CF/88).27
27
Art. 18, caput CF/88 : “A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos
desta Constituição”.
28
BASTOS, 1985 apud FARIAS, Paulo José Leite. Competência Federativa e Proteção Ambiental.
Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1999, p. 110.
29
Art. 23 CF/88: É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I
- zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio
público; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência;III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,
os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a
destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
cultural; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;VI - proteger o meio
ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a
flora; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; IX - promover
programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração
social dos setores desfavorecidos; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XII - estabelecer e
implantar política de educação para a segurança do trânsito. Parágrafo único. Leis complementares
fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
30
Art. 24, CF/88: Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;II - orçamento; II - juntas
estrutural implica a admissão de autonomia para as entidades integrantes da
federação. Portanto, não se pode falar em hierarquia entre tais organismos
estruturais do modelo federativo nacional.” 33
comerciais; IV - custas dos serviços forenses; V - produção e consumo; VI - florestas, caça, pesca,
fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente
e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico; IX - educação, cultura, ensino e desporto;X - criação,
funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI - procedimentos em matéria
processual; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; XIII - assistência jurídica e
Defensoria pública; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; XV -
proteção à infância e à juventude; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais. § 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados. § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º - A superveniência de lei
federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
31
Art. 25, CF/88: Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
bservados os princípios desta Constituição. § 1º - São reservadas aos Estados as competências que
não lhes sejam vedadas por esta Constituição.§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou
mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de
medida provisória para a sua regulamentação. § 3º - Os Estados poderão, mediante lei omplementar,
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por grupamentos
de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum.
32
Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a
legislação federal e a estadual no que couber; III - instituir e arrecadar os tributos de sua
competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e
publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação
infantil e de ensino fundamental; VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII - promover, no que couber, adequado
ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do
solo urbano;IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a
ação fiscalizadora federal e estadual.
33
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003, p.
808.
Federal e Municípios, dotado de personalidade jurídica de Direito Público
34
internacional.
No que tange aos Estados, da mesma forma que a União, todos são detentores
de autonomia, podendo se organizar, administrar e governar por si próprio, sem ser
necessário recorrer a esta ou lhe pedir permissão (auto-organização, autolegislação
e autoadministração).
34
SILVA, op. cit., p. 493.
35
TAVARES, op. cit., p. 819.
36
Art. 29, caput, CF/88: O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo
Estado e os seguintes preceitos.
territorial restrito, precede ao próprio Estado. E modernamente, não se pode deixar
de conceder ao Município boa parcela da responsabilidade pela democracia”.37
37
Ibid., p. 826.
38
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 2005, p. 75.
39
Ibid., p. 76.
Com isso, entendemos que é efetivamente no Município que os brasileiros e
estrangeiros residentes no país exercem, em sua plenitude, os fundamentos
outorgados pelo Estado democrático de Direito: a dignidade da pessoa
humana combinada com a soberania popular e com o pluralismo político; é
no município que a pessoa, normalmente, nasce, cresce, alcança a
maturidade e envelhece; é no Município que a pessoa humana se educa,
cuida da saúde, trabalha, se diverte, convive, com fatores de
segurança/insegurança;[...] e é principalmente no Município e a partir da
localidade em que possui sua casa que a pessoa humana, como que em
síntese necessária e fundamental de exercício pleno de seus direitos
constitucionais, poderá exercer o direito de se informar e mesmo de
informar outras pessoas dentro de uma necessária convivência social com o
mundo todo a partir da utilização dos meios de comunicação social.Assim,
temos que a Carta Constitucional trouxe importante relevo para o Município,
particularmente em face do direito ambiental brasileiro, na medida em que é
a partir dele que a pessoa humana poderá usar os denominados bens
ambientais, visando plena integração social, com base na moderna
concepção de cidadania.
40
SILVA, op.cit., p. 496.
Dessa forma, o sistema de competências instituído pela Carta Magna define as
áreas de atuação dos entes federativos por meio de três ordens jurídicas
correlacionadas ao Estado Federal resultando a descentralização administrativa e a
capacidade legislativa de cada uma delas, seja para observar as normas federais,
seja para editar normas próprias que estejam em consonância com os poderes
instituídos.
Paulo José Leite Farias afirma que a técnica que o constituinte brasileiro de
1998 se utilizou para a repartição de competências envolve o sentido de delegação
de poderes (enumerados, reservados e concorrentes), todos de construção
41
HORTA, Raul Machado. Estudos de Direito Constitucional. Belo Horizonte: Del Rey, 1995, p.
407.
complexa, suscitando inevitáveis conflitos. Para o operador do direito, que opera em
áreas sujeitas à coincidência de diferentes ordenamentos federativos, o tema se
mostra profundamente relevante no aspecto ambiental. 42
42
FARIAS, op.cit., p. 286.
43
FERREIRA, Heline Sivini. Competências ambientais. In: CANOTILHO, José Joaquim Gomes;
LEITE; José Rubens Morato. (Coords.). Direito Constitucional Ambiental Brasileiro. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2008, p. 206.
44
Ibid., p. 207.
CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS
COMPETÊNCIA EXECUTIVA
EXCLUSIVA
DA UNIÃO DOS ESTADOS DOS MUNICÍPIOS
(CF/88, art. 21, incisos (CF/88, art. 25, §§ 1º,2º e (CF/88, art. 30, incisos VII
IX,XVIII,XIX,XX e XXIII)45 3º)46 e IX )47
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA
COMUM
DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS.
(CF/88, art. 23, incisos III, IV, VI, VII e XI)48
45
Art. 21, CF/88: Compete à União: [...] IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de
ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; [...] XVIII - planejar e promover a
defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; XIX -
instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de
direitos de seu uso; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos; [...] XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos
os seguintes princípios e condições.
46
Art. 25, CF/88: Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição. § 1º - São reservadas aos Estados as competências que
não lhes sejam vedadas por esta Constituição. § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou
mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de
medida provisória para a sua regulamentação. § 3º - Os Estados poderão, mediante lei
complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas
por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução
de funções públicas de interesse comum.
47
Art. 30, CF/88: Compete aos Municípios: [...] VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;[...] IX - promover a proteção do
patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
48
Art. 23, CF/88: É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
[...]III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a
destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
cultural; [...] VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII -
preservar as florestas, a fauna e a flora; [...]XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
PRIVATIVA
DA UNIÃO
(CF/88, art. 22 incisos IV, XII e XXVI)49
EXCLUSIVA
DOS ESTADOS DOS MUNICÍPIOS
(CF/88, art. 25, §§ 1º e 3º)50 (CF/88, art. 30, inciso I)51
CONCORRENTE
ENTRE A UNIÃO, OS ESTADOS E O DISTRITO FEDERAL
(CF/88, art. 24 incisos VI, VII e VIII)52
SUPLEMENTAR
(CF/88, art. 30, inciso II)53
FERREIRA, op. cit., p. 207–208.
49
Art. 22, CF/88: Compete privativamente à União legislar sobre: [...] IV - águas, energia, informática,
telecomunicações e radiodifusão; [...] XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
[...]XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza.
50
Art. 25, CF/88: Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição; § 1º - São reservadas aos Estados as competências que
não lhes sejam vedadas por esta Constituição. [...] § 3º - Os Estados poderão, mediante lei
complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas
por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução
de funções públicas de interesse comum.
51
Art. 30, CF/88: Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local.
52
Art. 24, CF/88: Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:[...] VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico,
cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
53
Art. 30, CF/88: Compete aos Municípios: [...] II suplementar a legislação federal e a estadual no que
couber.
Antonio Figueiredo Guerra Beltrão, ao se referir ao critério da extensão, aponta
as seguintes competências ambientais: a competência exclusiva ou enumerada,
como a própria palavra indica, exclui os demais entes federativos; a competência
privativa é aquela que apesar do caráter de exclusividade, pode delegar poder a
determinado ente federativo; a competência comum, também denominada
cumulativa ou paralela que, de forma igualitária, é exercida por todos os entes que
compõem a Federação; a competência concorrente, por seu turno, prevê a
possibilidade de disposição sobre determinada matéria por mais de um ente, porém,
havendo por parte da União a primazia para fixação de normas gerais; e, por fim, a
competência suplementar que determina a possibilidade de edição de normas que
detalhem as normas gerais existentes ou supram a sua ausência ou omissão. 54
56
Por meio do art. 22 da CF , a União recebeu competência legislativa privativa
para legislar sobre águas, minas e outros recursos naturais, bem como sobre
atividades nucleares de qualquer natureza. O parágrafo único, do dispositivo em
comento, estabelece que os Estados poderão legislar sobre determinadas questões
54
BELTRÃO, Antônio Figueiredo Guerra. A competência dos Estados federados em meio ambiente a
partir da ordem constitucional de 1988. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 105, 16 out. 2003.
Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4253>. Acesso em: 25 mai. 2009.
55
Art. 21, CF/88: Compete à União: I – [...] IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de
ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; [...] XVIII - planejar e promover a
defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; XIX -
instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de
direitos de seu uso; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos; [...] XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos
os seguintes princípios e condições. [...] Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os
Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
56
Art. 22, CF/88: Compete privativamente à União legislar sobre: [...] IV - águas, energia, informática,
telecomunicações e radiodifusão; [...] XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; [...]
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; [...] Parágrafo único. Lei complementar poderá
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
específicas das matérias relacionadas, desde que haja lei complementar federal
para tal previsão. Essa amplitude, de grande parte dos temas ambientais, segundo
Paulo de Bessa Antunes, acaba, na prática, por desmentir aqueles que acreditam
que a Constituição de 1988 é descentralizadora. Tal quantidade de competências
privativas, quando mescladas com as concorrentes, gera uma teia que muito pouco,
ou quase nada, sobra para os demais entes federativos. 57
57
ANTUNES, op. cit., p. 80.
58
Art. 23, CF/88: É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I [...] II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência;III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,
os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a
destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
cultural; [...] VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII -
preservar as florestas, a fauna e a flora; [...]XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; [...] Parágrafo
único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
nacional.
59
Art. 24, CF/88: Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre: [...] VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico,
cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico
Nessa direção comenta Heline Silvine Ferreira:
60
FERREIRA, op.cit., p. 212.
globalmente. Na verdade, entender que os Municípios não têm competência
ambiental especifica é fazer uma interpretação puramente literal da CF.61
[...] não podemos falar em federalismo cooperativo, pelo simples fato de que
não existe uma lei federal sobre normas gerais. O que se tem verificado é
uma forte tendência da União a criar “políticas nacionais”, nem sempre com
amparo constitucional e que, não raras vezes, têm sido recebidas pelo
67
ordenamento jurídico como se “normas gerais” fossem.
63
Ibid., p. 61.
64
Art. 18, caput: A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.
65
Ibid., p. 63.
66
FERREIRA, op., cit. p. 225.
67
ANTUNES, op., cit. p. 82.
centralização excessiva da União e para que os outros entes federativos possam
exercer sua autonomia, principalmente os Municípios, quando se tratar de interesse
local.
68
KRELL, Andréas Joachim. Autonomia municipal e proteção ambiental: critérios para definição das
competências legislativas e das políticas locais. In: MAIA, Alexandre da (Coord.). Coleção Direito e
Racionalidade no Mundo Contemporâneo: a aplicação do direito ambiental no Estado federativo.
Rio de Janeiro: Lumens Júri, 2005, p. 196.
princípios constitucionais, pode perfeitamente compatibilizá-los com o dispositivo do
interesse local apregoado pelo art. 30, inc. I, da Constituição Federal.
Com base nos autores últimos referidos, entende-se que a ideia da disputa por
uma proteção máxima pela União, Estados e Municípios poderia constituir-se uma
exceção quando o interesse é local; salvo, evidentemente, quando o estudo de
impacto ambiental reconhecer que há degradação além das fronteiras geográficas
do Município, passando a ser interesse do Estado.
69
GUIMARÃES, Verônica Bezerra. As competências federativas para o controle da poluição do ar
causada por veículos automotivos. In: MAIA, Alexandre da (Coord.). Coleção Direito e
Racionalidade no Mundo Contemporâneo: a aplicação do direito ambiental no Estado federativo.
Rio de Janeiro: Lumens Júri, 2005, p. 216.
4 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE.
Édis Milaré, ao interpretar a referida lei, no que tange aos princípios e objetivos
dessa política, esclarece não ser possível planejar o uso de qualquer recurso natural
apenas à luz do desenvolvimento social ou somente sob a ótica da proteção
ambiental. 70
70
MILARÉ, op. cit., p. 433.
71
Art 2º caput - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade
da vida humana, atendidos os seguintes princípios.
ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
Nesse contexto, Antonio Inagê de Assis Oliveira, citando Édis Milaré pontua:
72
OLIVEIRA, Antonio Inagê de Assis. O direito ambiental e os empreendimentos. Revista de
Direitos Difusos, São Paulo, v. 44, n. 1, p. 32, 2007.
73
Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I - o estabelecimento de padrões
de qualidade ambiental; II - o zoneamento ambiental; III - a avaliação de impactos ambientais; IV - o
licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. V[...].
4.1 Gerenciamento costeiro
74
Art. 225, § 4º, CF/88: A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei,
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos
recursos naturais.
natural passa a ser o atrativo primordial. Dir-se-ia que é a razão de ser dos
equipamentos turísticos de lazer e hospedagem nesses sítios do litoral cearense,
tendo como fundamento a manutenção dos locais onde se mantêm a proteção, o
monitoramento ambiental permanente e a integridade desses sistemas ecológicos.
75
SILVA, 2009, P. 155.
O art. 4º, do Decreto 4.297, de 10 de julho de 200276, e o art. 9º, inciso II77, da
lei 6.938/81, dispõem sobre o processo de elaboração e implementação do ZEE,
que buscarão a sustentabilidade ecológica, econômica e social, com vistas a
compatibilizar o crescimento econômico com a proteção dos recursos naturais.
Contará com ampla participação democrática, compartilhando suas ações e
responsabilidades entre os diferentes níveis da Administração Pública e da
sociedade civil. Em tal processo, valorizar-se-á o conhecimento científico
multidisciplinar.
76
Art. 4º. Decreto 4.297/02: Compete ao Poder Público Federal elaborar e executar o ZEE nacional e
regionais, quando tiver por objeto biomas brasileiros ou territórios abrangidos por planos e projetos
prioritários estabelecidos pelo Governo Federal. § 1º O Poder Público Federal poderá, mediante
celebração de termo apropriado, elaborar e executar o ZEE em articulação e cooperação com os
Estados, cumpridos os requisitos previstos neste Decreto. § 2º O Poder Público Federal deverá reunir
e sistematizar as informações geradas, inclusive pelos Estados e Municípios, bem como disponibilizá-
las publicamente. § 3o O Poder Público Federal deverá reunir e compatibilizar em um único banco de
dados as informações geradas em todas as escalas, mesmo as produzidas pelos Estados, nos
termos do § 1o deste artigo.
77
Ar. 9º, inc II, Lei 6.938/81: São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I [...]; II – o
zoneamento ambiental.
78
MILARÉ, op. cit., p. 469.
79
Art.11, caput, Decreto 4297/02: O ZEE dividirá o território em zonas, de acordo com as
necessidades de proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento
sustentável. Art.12, inc. I da mesma Lei: A definição de cada zona observará no mínimo: diagnóstico
dos recursos naturais, da sócio-economia e do marco jurídico-institucional.
Cabe inicialmente citar um pressuposto básico do ZEE, segundo o qual o
seu marco de referencia precisa ter um certo grau de flexibilidade, de modo
a não excluir as diferentes formas e concepções de se apropriar e utilizar do
solo e dos recursos naturais, pois se trata de um processo em que todos
estamos aprendendo e ainda temos muito por aprender. Assim, o ZEE deve
ser a tradução espacial das políticas econômica, social, cultural e ecológica
80
da sociedade.
80
Ibid., p. 475.
ecológica a preservação dos recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica, o fluxo gênico da fauna e flora, além de proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas (art. 1º, § 2º, II ).
81
Art. 2º, caput, Resolução CONAMA 341/03: Poderão ser declarados de interesse social, mediante
procedimento administrativo específico aprovado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente,
atividades ou empreendimentos turísticos sustentáveis em dunas originalmente desprovidas de
vegetação, atendidas as diretrizes, condições e procedimentos estabelecidos nesta Resolução.
condições e o procedimento administrativo estabelecidos nessa Resolução. Há
limites na ocupação das dunas móveis, quanto a sua extensão, conforme dispõe o
parágrafo segundo do mesmo artigo. Somente podem ser ocupadas por projetos
turísticos sustentáveis declarados de interesse social, em até vinte por cento (20%)
de extensão, limitada à ocupação de dez por cento (10%) do campo de dunas,
recobertas ou desprovidas de vegetação.
82
Art. 4º, § único, Resolução CONAMA 341/03: O EIA/RIMA deverá considerar, em cada unidade de
paisagem, entre outros aspectos, o impacto cumulativo do conjunto de empreendimentos ou
atividades implantados em uma mesma área de influencia, ainda que indireta.
permanece em vigor a Resolução 341/03 do CONAMA visto que as duas resoluções
tratam de assuntos diversos.
83
Ordem dos Advogados do Brasil. Processo. n. 2009.31.00586-01. Consulta revogação Resolução
CONAMA 341/03. SILVA, José Afonso da. Brasília, 9 mar. 2009.
O ideal seria que os empreendimentos turísticos sustentáveis não ocupassem
os campos de dunas, mas tal hipótese nem sempre é possível, dada a
predominância das grandes extensões dessas formações no litoral do Ceará as
quais impedem a ocupação alternativa fora delas pelos tão necessários
equipamentos turísticos especiais.
84
ANTUNES, op., cit. p. 285.
85
Art. 6º, § 2º , Lei 7.661/88: Para o licenciamento, o órgão competente solicitará ao responsável pela
atividade a elaboração do estudo de impacto ambiental e a apresentação do respectivo Relatório de
Impacto Ambiental – RIMA, devidamente aprovado na forma da lei.
Melissa Guimarães Castello, ao dissertar sobre os instrumentos da Política
Nacional do Meio Ambiente explica que os treze (13) instrumentos da PNMA
contidos no artigo 9º, da Lei 6938/81, poderiam ter sido divididos em dois artigos:
instrumentos macro e instrumentos micro. Os primeiros, por cuidarem primariamente
de normas cujo interesse maior é o dos Estados, pois lhes impõem a obrigação de
proteger o meio ambiente utilizando-se de zonas. Como exemplo desses, explicita-
se o Zoneamento Ambiental, ou seja, os instrumentos macro têm em comum o
propósito de municiar a Administração Pública de informações e da capacidade de
controlar a atividade dos administrados. 86
86
CASTELLO, Melissa Guimarães. Instrumentos da política nacional do meio ambiente. In: ARAÚJO,
Gisele Ferreira de. (Org). Direito Ambiental. São Paulo: Atlas, 2008, p. 67.
determinado território, de acordo com o seu porte e características,
utilizando, para tanto, parâmetros definidos pelas várias ciências que dão
suporte técnico ao direito ambiental. Ao mesmo tempo, constitui um tipo de
procedimento administrativo, submetido ao regime jurídico. A atividade
econômica e a proteção do meio ambiente não são conceitos antagônicos,
muito pelo contrario, é a atividade econômica exercida de modo
ambientalmente adequado que assegura a sustentabilidade do
desenvolvimento, alcançando as futuras gerações.Esse tema já se encontra
devidamente cristalizado, tendo como paradigma o Relatório Brundland,
estudo que aprimorou esse conceito, na preparação da Conferência do Rio
de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992. [...] daí a
necessidade de melhor compreender a função do licenciamento ambiental,
principalmente no que se refere ao desenvolvimento econômico[...] Vale
ressaltar que o licenciamento ambiental não serve para descartar a
possibilidade de se implantar um empreendimento. A sua função precípua é
a de buscar todos os meios possíveis para sua implantação, a menos que
riscos de dano evidenciem falta de segurança quanto aos efeitos desse
87
empreendimento no futuro.
87
GRANZIERA, op. cit., p. 291-292.
O Licenciamento Ambiental desperta bastante interesse e debate na sociedade
brasileira, em especial no Estado do Ceará, pois, traz a lume, a necessidade de
compatibilizar a defesa do meio ambiente com a do crescimento econômico que
deve ser implementado sob a ótica do princípio do desenvolvimento sustentável. O
referido princípio pode ajudar a reverter o quadro de pobreza e de
subdesenvolvimento dos Municípios do litoral onde prevalecem por longos anos a
desigualdade regional e a falta de oportunidade para que o cidadão, principalmente
para o de baixa renda, possa exercer na sua plenitude os direitos fundamentais
prescritos pela Constituição em seu favor.
88
Ibid., p. 285.
5 TURISMO SUSTENTÁVEL COMO ELEMENTO DE
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
89
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira,1999, p. 2019.
90
CUNHA, Sieglinde Kindl da; CUNHA, João Carlos da. Competividade e sustentatibilidade de um
Cluster de turismo: uma proposta de modelo sistêmico de medida do impacto do desenvolvimento
local. Revista de Administração Contemporânea, Paraná, v. 1, p. 101-123, jan/abr. 1997, p. 105.
É um dos setores econômicos mundiais que mais crescem e com maior rapidez.
Essa dinâmica tem transformado o turismo acessível para o progresso
socioeconômico dos países industrializados e, principalmente, para aqueles que se
encontram em processo de desenvolvimento econômico. In verbis assegura:
91
ORGANIZATION Mundial del Turismo. ¿Por qué el Turismo?. World Tourism Organization
(UNWTO) Disponível em: <http://www.unwto.org/aboutwto/why/sp/why.php?op=1> Acesso em: 30
set. 2009.
grandes somas de recursos numa atividade que pode torna-se uma força
motriz no desenvolvimento econômico social.92
Ainda sobre o mesmo dispositivo, essa política visa difundir novos pontos
turísticos, com vistas a diversificar os fluxos entre as Unidades de Federação e
beneficiar especialmente as regiões de menor nível de desenvolvimento; ampliar e
diversificar os equipamentos e serviços turísticos, adequando-os às características
socioeconômicas regionais e municipais; estimular o aproveitamento turístico dos
recursos naturais e culturais que integram o patrimônio turístico, com vistas à sua
valorização e conservação; estimular a criação e a implantação de equipamentos
destinados a atividades de expressão cultural, serviços de animação turística e
outras atrações com capacidade de retenção e prolongamento da permanência dos
turistas.
95
BRASIL, Ministério do Turismo. Noticias. Turismo registra crescimento de 76%. Ministério de
Turismo. Disponível em:
<http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/200907052.htlm>. Acesso em: 5 out.
2009.
5.1 Turismo na costa cearense
96
As Planícies de Deflação são superfícies planas horizontais, ou levemente inclinadas, que se
estendem desde a maré alta até à base do campo de dunas. Labomar/Semace.
97
Conforme definição da Resolução CONAMA 303/02, art. 2º inc. X: “unidade geomorfológica de
constituição predominantemente arenosa, com aparência de cômoro ou colina, produzida pela ação
dos ventos, situada no litoral ou interior do continente, podendo estar recoberta, ou não, por
vegetação”
sustentáveis, porém condicionados à aprovação de Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental RIMA).
98
PIRES, Dalviane. O litoral questionado. O Povo, Fortaleza, CE, 25 jul. 2009, p. 30.
Sobre a utilização dos recursos naturais, Antonio Inagê de Assis Oliveira se
expressa:
99
OLIVEIRA, op.cit., p. 29.
Resolução CONAMA nº 237/97, em sintonia com o processo de
regulamentação da legislação ambiental mencionada no item anterior,
objetivando estabelecer uma clara definição dos procedimentos que
regulam a instalação de empreendimentos turísticos em áreas de proteção
ambiental;fortalecimento da parceria com o Ministério Público, em busca de
melhor eficiência no trato das questões ligadas ao interesse público, à
defesa ambiental e aos princípios da moralidade e legalidade assegurados
pela Constituição; eformulação de orientações específicas a
empreendedores de projetos turísticos sobre a importância do adequado
planejamento dos impactos ambientais, como um instrumento de
viabilização dos investimentos no turismo sustentável.Das negociações
conduzidas junto ao MMA resultaram a formação de Grupo de Trabalho de
Fomento ao Turismo com Sustentabilidade Ambiental, instituído pela
Portaria Interministerial MMA/Mtur nº 281, de 15 de setembro de 2008, com
as seguintes atribuições:avaliar e propor alternativas para a avaliação de
impacto ambiental dos projetos e empreendimentos do setor
turístico;avaliar e propor mecanismos normativos e institucionais para o
aperfeiçoamento dos procedimentos para o licenciamento ambiental de
projetos do setor turístico;propor diretrizes de formação e capacitação de
pessoal dos órgãos setoriais envolvidos com o processo de licenciamento
ambiental; eestudar e propor mecanismos de articulação entre as ações
das políticas ambientais e de desenvolvimento do turismo nacional relativas
à avaliação de impacto e licenciamento ambientados projetos de
investimentos no setor turístico, bem como, e de forma subsidiária, aos
demais instrumentos de planejamento e gestão dos setores ambiental e
turístico.100
100
BRASIL. Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo. Relatório de gestão
(exercício de 2008). Ministério do Turismo Disponível em:
<http//www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/convenios_contratos/downloads_convenios/RE
LATxRIO_DE_GESTxO_Ano_Base_2008_SNPDTUR.pdf>. Acesso em: 6 out. 2009.
O diagnóstico socioeconômico da Zona Costeira do Estado do Ceará,
desenvolvido pelo Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) e a Superintendência
Estadual do Meio Ambiente do Ceará (SEMACE), em 2005, apontou uma série de
indicadores sociais e econômicos dos Municípios costeiros, da Região Metropolitana
de Fortaleza e do Estado do Ceará. 101
101
IBGE, 2000 apud SEMACE, Superintendência Estadual do Meio Ambiente. . Diagnóstico
Socioeconômico da Zona Costeira do Estado do Ceará. SEMACE. Disponível em:
<http://www.Semace.ce.gov.br/programas/zee/Produtos/DiagnosticoSocioEconomico.pdf>. Acesso
em: 16 out. 2009.
Médicos por mil
1,70 1,93 0,67 1,03 1,51
habitantes
Mortalidade até
41,43 39,12 57,79 44,38 47,18
um ano
% Analfabetos
de 15 anos ou 26,54 14,02 39,86 31,67 31,97
mais
% de domicílios
c/ rede geral de 60,80 78,53 39,15 34,74 33,60
água
% domicílios
sem banheiro ou 24,53 6,01 45,67 36,50 26,70
sanitário.
% de domicílios
com coleta de 61,5 88,9 29,3 36,1 51,8
lixo
Fonte dos dados: IBGE censo de 2000. 102
Região
Litoral
Estado do Metro- Litoral Litoral
Brasil Extremo
Ceará politana Oeste Ce Leste Ce
Oeste-Ce
de.
Fortaleza
105
BRASIL ocupa 75º lugar no desenvolvimento humano. O Povo, Fortaleza-CE, Caderno Brasil, 6
out. 2009, p.23.
106
A linha sombreada corresponde ao percentual comparativo em relação ao IDH do Brasil referido
nesta tabela com sendo 100,0%.
Brasil, mas dentro do referido Estado. As tabelas apresentadas justificam
plenamente a necessidade da ocupação do litoral cearense por projetos turísticos
sustentáveis, talvez como única forma de efetivar o desenvolvimento
socioeconômico. Algumas condições para tal ocupação:
107
DERANI, Cristiane. Direito Ambiental Econômico. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 57-59.
108
Ibid., p. 21-22.
presentes assim como futuras: nesse sentido o desenvolvimento
sustentável veio a ser tido não só como conceito, mas como um princípio do
109
direito internacional contemporâneo.
109
TRINDADE, Antonio Augusto Cançado. Direitos Humanos e Meio Ambiente: paralelo dos
sistemas de proteção internacional. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1993, p. 165.
110
Art.170, caput, CF/88: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios.
111
MARQUES, op. cit., p. 47.
A Resolução CONAMA 341/03 traz no seu bojo normativo a exceção da
ocupação em Área de Preservação Permanente para projetos sustentáveis de
interesse social, tendo como alvo a redução dos desequilíbrios sociais.
112
GUIMARÃES, op. cit., p. 217.
que se aplique a norma mais restritiva. A ordem jurídica, como se sabe,
organiza-se uma escala hierárquica, encimada pela CF, que, dentre outras
coisas, dispõe sobre a competência dos diversos organismos políticos e
administrativos que forma o Estado. Pouco importa que uma lei seja mais
restritiva e, apenas para argumentar, seja mais benéfica para o meio
ambiente, se o ente político que a produziu não é dotado de competência
para produzi-la. 113
Em outras palavras, seria editar a mesma norma ambiental para ser aplicada
em regiões totalmente diversas, qualquer que seja o critério geo-econômico e social
113
ANTUNES, op. cit., p. 90.
114
KRELL, op. cit., p. 153.
a ser escolhido. Dão-se os seguintes exemplos para que se possa estabelecer
comparativo entre regiões de países diversos. O litoral da Inglaterra se situa a 3.000
quilômetros de distância ao norte do litoral africano do Saara Ocidental cujas,
regiões são radicalmente diferentes sob qualquer critério que se possa escolher
como comparativo, especialmente o econômico-ecológico ou climático.
115
MONOSOWSKI, 1989. apud KRELL, Andréas Joachim. Autonomia municipal e proteção
ambiental: critérios para definição das competências legislativas e das políticas locais. In: MAIA,
Alexandre da (Coord.). Coleção Direito e Racionalidade no Mundo Contemporâneo: a aplicação
do direito ambiental no Estado federativo. Rio de Janeiro: Lumens Júri, 2005, p. 153.
caso de os municípios costeiros do litoral cearense, desenvolver o turismo
sustentável deve ser a tarefa primeira de seus habitantes, configurando-se assim, “o
interesse local” por excelência, a adoção de tal atividade. Nesse contexto, entende-
se que a União e o Estado não poderiam editar normas gerais que extrapolem a
autonomia dos Municípios sob pena de incorrer em inconstitucionalidade, impedindo
o desenvolvimento socioeconômico necessário para a realização dos direitos
fundamentais da população local.
CONCLUSÃO
Princípios são normas que expressam valores e por serem normas de eficácia
vinculante garantem e protegem os direitos fundamentais, emprestando ao
ordenamento jurídico unidade e coerência. Adota-se, portanto, a harmonização e
não o afastamento dos princípios que informam os direitos fundamentais, justificado
pelo princípio hermenêutico da unidade da Constituição. O sopesamento dos direitos
fundamentais mostra-se mais adequado à aplicação nesse caso concreto.
Não há separação substantiva entre a ecologia e a economia, pois ambas se
assentam na mesma base, qual seja, a natureza. Ambas têm o mesmo objetivo
finalístico de proporcionar qualidade de vida ao homem. Atribuir a todos o direito a
um meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225, caput, CF/88) tem ínsito o
conceito de saúde, de bem-estar, de segurança, etc. e, induz a noção de um direito
que se apresenta ao mesmo tempo como social e individual.
É preciso que esse conceito seja definido por lei para evitar
inconstitucionalidade em razão da interferência na autonomia dos entes federativos
entre si, base do princípio federativo, especialmente, na do Município.
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 8. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris,
2005.
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10. ed. São Paulo: Malheiros, 2003.
COSTA, Nelson Nery. Direito Municipal Brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora
Forense, 2006.
DERANI, Cristiane. Direito Ambiental Econômico. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
D’ISEP, Clarissa Ferreira Macedo. Direito Ambiental e a Iso 14000. 2. ed. São
Paulo: RT, 2009.
MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 13. ed. São Paulo:
Malheiros, 2005.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Ambiental Constitucional. 32. ed. São
Paulo: Malheiros, 2009.
SOUZA, Nali de Jesus de. Curso de Economia. São Paulo: Atlas, 2000.