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CONCRETA 50 ANOS
1956 - 2006
Seleção de Poemas de: Augusto de
Campos, Décio Pignatari, Haroldo de
Campos, Apollinaire, Blaise Cedrars,
Marcel Duchamp, Mallarmé, Maiakovski,
Hans, Arp, Ezra Poud, Eugen Gomringer,
Erthos Albino de Souza, Edgard Braga,
José Lino Grünevald, Arthur Rimbaud,
Seiichi Nikuni, Li Po (Rihaku), Matsuó
Bashô em ensaio verbi – voco – visual FACULDADES JORGE AMADO
realizado com a colaboração do poeta CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Paulo Pedro Pepeu Mônica Rodrigues da Costa
apresentação em aulas, 2007 , 2008
nas disciplinas: Semiótica Geral
e Semiótica Aplicada
Poesia concreta, um
manifesto
- o poeta concreto não volta a face às palavras, não lhes lança olhares
oblíquos: vai direto ao seu centro, para viver e vivificar a sua facticidade.
GUILLAUME
APOLLINAIRE
1880 -1918
num segundo plano, apollinaire
(calligrammes) e as tentativas
experimentais futuristasdadaistas...
MARCEL DUCHAMP
1887 – 1968
MODIGLIANI
No entanto, eu era
um poeta muito ruim.
Não sabia ir até o final
Eu tinha fome.
Augusto de Campos
1973
ENIGMAGENS
1953
POETAMENOS
1953
1960
1970
EQUIVOCÁBULOS
POETAMENOS 1953
ouça o
poeta
POPCRETOS 1966
1954 - 1960
aducapacaustiduplielastifeliferofugahistoriloqualubrimendimultipliorganiperiodiplastipublirapareciprorustisagasimplitenaveloveraivivaunivoracid
ci
ci
atrocaducapacaustiduplielasti
feliferofugahistoriloqualubrimendimultipli
organiperiodiplastipublirapareciprorustisagasimplite
navelo atrocaducapacaustiduplielasti
feliferofugahistoriloqualubrimendimultipli
organiperiodiplastipublirapareciprorustisagasimplitenavelo
veraivivaunivoracidade
veraivivaunivoracidade city
city cité
cité
1961
1965
1975
Caetano Veloso
1975
ouça o
2002
Décio Pignatari
1958
NOIGANDRES 4
r a t e r r a t e r
r a t e r r a t e r
r a t e r r a t e r
r a t e r r a t e r
r a t e r r a t e r
r a t e r r a t e r r
a r a t e r r a t e r
r a r a t e r r a t e
r r a r a t e r r a t
e r r a r a t e r r a
t e r r a r a t e r r a
Noa Noa Noa Noa Noa Noa
1992
onde (se vive
nossas um (corpo
(vozes (inteiro
de (corpo (gozando
(se entediam) de (gritar
e (devorado?
e (o tempo
(dentadura e esse
(vagarosa (corte na
(das máguas sombra
carniceiras) (sorriso na
vai cariando) e
curando)
a caicol)
o sentimento)
como os novos)
ares) longe na pele
a um) a (minha (sua face de um
mão (pêssego
na (nuca (inclinado
ovo furado sentem o nu (do tato:
polpa (viram
(tremente verna da mente desert seus olhos
e (surpresa o sangue das patas
esse (gomo
(onde só (vermelho
sua (boca ( que eu fui na
Haroldo de Campos
o azul é puro?
o azul é pus
de barriga vazia
o verde é vivo?
o verde é vírus
de barriga vazia
o amarelo é belo?
o amarelo é bile
de barriga vazia
o vermelho é fúcsia?
o vermelho é fúria
de barriga vazia
a poesia é pura?
a poesia é para
de barriga vazia
NASCEMORRE
se
nasce
morre nasce
morre nasce morre
renasce remorre renasce
remorre renasce
remorre
re
re
desnasce
desmorre desnasce
desmorre desnasce desmorre
nascemorrenasce
morrenasce
morre
se
palafitas
suspendem POEMANDALA
o
jejum
estes
mínimos
uma mins
unha
o de estória
olho central o quartzo
crescente teto
rosácea passáro
rosaberta fogos
sol
roxo
o
rouxinol
uguísu
um nítido
risco
sangraberta
a rosácea
o olho
ao sul sus
o centro
o azul penas
cônsul apenas
ruiu penso
VIA CHUANG-TSÉ
1
na
gaiola do lá
entrar
sem que os
passáros-nomes
arrulhem
POEMA QOHELÉTICO 2 : ELOGIO DA
TÉRMITA
tudo é vão
1.
se a mente é clara
o quarto escuro
tem um céu azul :
se a mente é escura
o quarto claro
escurece de sol
2.
o olho vê a mão
e não se vê
o tacto é o olho
da mão
o olho táctil
a mão vidente
o tactolhar
da mão-olho
tactilvê-
se Crisantempo, 1988
circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
porque eu não posso guiá eviva quem já me deu circuladô de
fulô e ainda quem falta me dá
circuladô de
verá que está feito que pelo torto fiz direito que quem faz
cesto faz cento se não guio não lamento pois o mestre que
me ensinou já não dá ensinamento
ras gar
gar ras
ras gar
gar ras
ras gar
gar ras
JOSÉ LINO GRUNEVALD
vai e vem nº 3
CÓDIGO 1976
femme
velha MATSUÓ BASHÔ
lagoa 1686
(Décio Pignatári)
velha lagoa
o sapo salta
o som da água
(Paulo Leminski)
velho tanque
rã salt’
tomba
rumor de água
sapo
(ideograma chinês)
(Haroldo de Campos)
Ode 274
DA “ANTOLOGIA CLÁSSICA
Mão de Rei Wu DEFINIDA POR CONFÚCIO
não cai, só sua.
Não faz qual sol
luz só de dia.
EZRA POUND
Augusto de Campos
Shang- Ti (no céu)
fez reis Ch’eng e K’ang;
mol dou os réis;
ta lhou -lhes luz.
The garden right above there, casts its pearls to our weeds.
O jardim lá de cima, lança suas pérolas sobre as ervas daninhas.
montanha verdeazul além da torre norte
Li Po / Haroldo de Campos
o texto chinês esta disposto à maneira
ocidental – esquerda -> direita
17. E do meu coração eu me dei § a saber o saber
e saber da loucura § e da sandice §§
soube §§ também isto § é o vento-que-some
II
1. Eu disse § para o meu coração §§
vem § vou provar-te no prazer §
e prover-te do melhor §§§
E isto também isto § névoa-nada
III
1. Para tudo § seu momento §§§
E tempo para todo evento § sob o céu
BORIS SCHNAIDERMAN
AUGUSTO E HAROLDO
DE CAMPOS, 1982
MAIAKÓVSKI
Augusto de Campos
Eu
à poesia
só permito uma forma:
concisão,
precisão das fórmulas
matemáticas.
Às parlengas poéticas estou acostumado,
eu ainda falo versos e não fatos.
Porém
se
eu falo “A”
este “a”
é uma trombeta - alarma para
Humanidade.
Se eu falo
“B”
É uma nova bomba na batalha do homem.
MAIAKÓVSKI
Augusto de Campos
Sei o pulso das palavras a sirene das
palavras
Não as que se aplaudem do alto dos
teatros
Mas as que arrancam os caixões da treva
e os põem a caminhar quadrúpedes de
cedro
Às vezes as regalam inauditas inéditas
Mas a palavra galopa com a cilha tensa
ressoa os séculos e os trens rastejam
para lamber as mãos calosas da poesia
Sei o pulso das palavras Parecem fumaça
Pétalas caídas sob o calcanhar da dança
Mas o homem com lábios alma MAIAKÓVSKI
carcaça
Augusto de Campos
A chuva lúgubre olha de través
Através.
da gra-
de magra
os fios elétricos da idéia férrea –
colchão de penas.
Apenas
as pernas
das estrelas ascendentes
apoiam nele fácilmente os pés.
Mas o destroçar dos faróis,
reis
na coroa do gás
se faz mais doloroso aos
buquêshostisdasprostitutasdotrotoar.
No ar
o troar
do riso-espinho dos motejos –
das venenosas rosas
amarelas se propaga
em zig-zag.
Ag-
rada olhar de
trás do alarde
(1842 – 1898)
UM LANCE DE DADOS
DO FUNDO DE UM NAUFRÁGIO
SEJA
que
o Abismo
branco
estanco
iroso
sob uma inclinação
plane desesperadamente
de asa
a sua
até adaptar
à envergadura
naufrágio esse
direto do homem
sem nau
não importa
onde vã
ancestralmente em não abrir a mão
crispada
para além da inútil testa
legado na desaparição
a alguém
ambíguo
o ulterior demônio imemorial
tendo
de regiões nenhumas
induzido
o velho versus esta conjunção suprema com a probabilidade
aquele
sua sobra pueril
afagada e polida e devolta e lavada
suavizada pela vaga e subtraída
aos duros ossos perdidos entre as pranchas
nato
de um embate
as águas pelo ancião tentando ou o ancião contra as águas
Núpcias
cujo
véu de ilusão ressurto ânsia instante
como o fantasma de um gesto
vacilará
JAMAIS ABOLIRÁ
se abaterá
insânia
COMO SE
Uma insinuação simples
ao silêncio enrolada ironia
ou
o mistério
precipitado
uivado
esvoaça
em torno ao vórtice
sem o juncar
nem fugir
COMO SE
pluma solitária perdida
salvo
de vertigem
o lúcido e senhorial penacho
à fronte invisível
cintila ereta
então sombreia
uma estatura frágil tenebrosa
em sua torsão de sereia o tempo
de esbofetear
com impacientes escamas últimas bifurcadas
uma rocha
solar falso
de súbito
evaporado em brumas
que chantava
um marco no infinito
FOSSE O NÚMERO
êxito estelar
EXISTIRIA
diverso da alucinação esparsa da agonia
COMEÇARIA E CESSARIA
surdindo assim negado e ocluso quando aparente
enfim
por alguma profusão expandida em raridade
SERIA
pior CIFRAR-SE-IA
não mais nem menos
evidência da soma por pouco una
indiferentemente mas tanto quanto ILUMINARIA
Cai
O ACASO
a pluma
rítmico suspense do sinistro
sepultar-se
nas espumas primordiais
de onde há pouco sobressaltara seu delírio a um cimo
fenescido
pela neutralidade idêntica do abismo
NADA
da memorável crise
ou se houvesse
cumprido em vista de todo resultado nulo
humano
o evento
TERÁ TIDO LUGAR
uma elevação ordinária verte a ausência
SENÃO O LUGAR
inferior marulho qualquer como para dispersar o ato vazio
abruptamente que senão
por sua mentira
teria fundado
a perdição
nessas paragens
do vago
onde toda realidade se dissolve
EXCETO se funde com o além
à atitude
TALVEZ
afora o interesse
tão longe que um local
quando a ele assinalado
em geral
segundo tal obliqüidade por tal declive
de fogos
versus
deve ser
o Setentrião também Norte
UMA CONSTELAÇÃO
VOWELS
www.sciam.com
RIMBAUD
VOGAIS
AUGUSTO DE CAMPOS
RIMBAUD
VOYELLES
EDGAR BRAGA
canto das vogais
Referências / agradecimentos
www.ubu.com
www.poesiaconcreta.com.br
The Project Gutenberg, EBook – E Pound Cathay
Revistas: Código; Qorpo Estanho; Poesia em Greve
Musa Paradisíaca, Josely Vianna Baptista
Caetano Veloso, (Você; Circulador; Gal Costa)
Edgar Braga, Desbragada
Haroldo de Campos, (Xadrez de Estrelas, Eclesiastes
Ideograma, lógica, poesia e linguagem)
Décio Pignatári (Toda Poesia; Panteros)
Augusto de Campos (Poesia 1949-1979, Poesia em risco)
www2.uol.com.br/augustodecampos/poesiaconc.htm
Mallarmé
Marjorie Perlof O Movimento Futurista