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Contexto Histórico
Lucíola era, assim, uma mundana de rara beleza e suave aspecto, que
faziam parecer uma jovem inocente. Pelo menos, essa foi a impressão de
Paulo e que o levou a apaixonar-se, mesmo depois de saber quem era ela.
Tendo Candinho visto Lucíola naquela festa da dona Glória, a ela foi
apresentada pelo seu companheiro, que a conhecia e fora seu amante. Mesmo
assim ele continuou a idealizá-la, até nas visitas que lhe fez a seguir,
francamente inocentes e cordiais. Só algum tempo depois é que se tornaram
amantes. Cada vez mais, no entanto, prendia-se a ela por um amor apaixonado
que ultrapassava a simples satisfação do sexo. Não a queria como uma
mundana lúbrica e sensual, famosa pelos requintes no amor, e sentia que ela
também, na maneira de tratá-lo, nos seus silêncios, nos seus beijos e carícias,
o amava realmente. A prova maior disso foi o seu afastamento de tudo para
dedicar-se a ele. Nem logo brigaram, e ela voltou à vida antiga. Nessas
alternativas de brigas e reconciliações, de ciúmes e de arrependimento,
chegaram à confissão de suas vidas e à aceitação do amor com que se
queriam.
Mas o idílio em que viviam Lucíola e Candinho durou pouco. Ela sofreu
um aborto e, ante a recusa de tomar remédio para expelir o feto sem vida,
faleceu de infecção, confessando a Candinho que o amava perdidamente
desde o primeiro encontro. Pediu-lhe que cuidasse de sua irmãzinha Ana, a
quem deixara em testamento a sua fortuna, cerca de cinqüenta contos de réis,
como se fosse sua própria filha. A princípio queria que ele se casasse com
Ana, mas, ante sua recusa, pediu-lhe que a protegesse, e morreu dizendo-se
sua noiva eterna, sua noiva no céu.
Ao lado da agitada vida política, Alencar, nos próximos anos, publica seus
mais maduros romances.Em 1877, viaja à Europa para tratamento de saúde,
mas nada consegue.Volta, então, ao Rio de Janeiro e acaba morrendo a 12 de
dezembro do mesmo ano.