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25-01-2010 SOL

Saúde
Médicos recusam que enfermeiros possam prescrever
medicamentos
Os enfermeiros espanhóis já podem prescrever medicamentos, uma possibilidade que os
médicos portugueses jamais aceitariam por considerarem que estes profissionais não estão
habilitados e por defenderem a máxima: «cada macaco no seu galho»

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A possibilidade de os enfermeiros espanhóis prescreverem medicamentos, para já os sem receita


médica e, após regulamentação própria, os sujeitos a prescrição clínica, data de 30 de Dezembro do ano
passado.

Em Espanha, os enfermeiros aplaudiram a medida, considerando-a uma concretização do que já


acontece na prática, mas os médicos reiteraram a oposição que manifestam há muito tempo.

Questionado sobre a possibilidade de os enfermeiros portugueses passarem a ter esta prerrogativa, o


bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, alertou para os «enormes riscos» para a população.

«Pôr pessoas que não têm qualificação para prescrever a fazer uma coisa para a qual não têm
qualificação é muitíssimo arriscado. É a mesma coisa que os médicos pilotarem aviões», disse.

Para o bastonário, se um medicamento não é sujeito a receita médica, é porque não precisa de ser
prescrito e se os enfermeiros agora passam a receitar estes fármacos só pode ser para «brincarem aos
médicos».

Por outro lado, «se os medicamentos são de receita médica, isso significa que só podem receitados
por quem tem qualificação: os médicos».

«Não podemos permitir que os enfermeiros prescrevam medicamentos porque não têm habilitação
para isso. Trata-se de gente imprescindível, de grande dignidade e com cursos superiores, mas sem
habilitação para prescrever medicamentos», sublinhou.

O bastonário considera que a situação em Espanha, que se segue a outros países como Inglaterra, é
«uma fraude» e garante que, «se o governo português optar pelo caminho do governo espanhol»,
não terá o apoio da Ordem dos Médicos.

«Isto é claramente uma má medida. É a mesma coisa que os auxiliares de acção médica agora
poderem dar injecções. Cada macaco no seu galho», rematou.

Para Pedro Nunes, esta possibilidade nem sequer é almejada pelos enfermeiros portugueses. «Os que
querem [prescrever medicamentos] são os que, em vez de pensarem na dignidade da sua profissão,
querem brincar aos médicos».

Contactada pela Lusa, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros sublinhou que «os contextos nacionais
não são os mesmos» e que os enfermeiros espanhóis não tinham, como os portugueses têm, um
quadro regulamentador.

É esse quadro (Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros) que define as intervenções dos
enfermeiros e no qual se lê que estes «procedem à administração da terapêutica prescrita,
detectando os seus efeitos e actuando em conformidade, devendo, em situação de emergência, agir
de acordo com a qualificação e os conhecimentos que detêm, tendo como finalidade a manutenção
ou recuperação das funções vitais».

Maria Augusta de Sousa recorda que, segundo este quadro regulamentador, «a prescrição do

http://sol.sapo.pt/Common/print.aspx 1/2
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medicamento é da responsabilidade dos médicos», mas que, «em situação de urgência, os
enfermeiros prescrevem e administram, não esperam que a pessoa morra para depois irem buscar
um médico».

Também ao nível das «intervenções interdependentes», a bastonária afirma que existem protocolos,
«devidamente estabelecidos entre médicos e enfermeiros», que permitem que os enfermeiros
administrem e avaliem, sob o ponto de vista da medicação.

Maria Augusta de Sousa sublinha que «a prescrição terapêutica de medicamentos é da


responsabilidade médica» e que só em situações de emergência, e quando o médico não está, é que o
enfermeiro actua.

Sobre a possibilidade de os enfermeiros virem a prescrever medicamentos em Portugal, a bastonária


considera que este «é um caminho evolutivo que, mais tarde ou mais cedo, se clarificará».

Lusa / SOL

http://sol.sapo.pt/Common/print.aspx 2/2

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