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DIÁRIO DE
BORDO
Identificação
FOTO
Nome:
Totem:
Agrupamento:
Grupo Pioneiro:
Equipa:
Cargo:
“ O Senhor que outrora abriu um caminho no mar, uma estrada nas águas im-
petuosas; e que pôs em marcha carros e cavalos, os exércitos com as suas
tropas mais valentes, que os fez cair para nunca mais se levantarem, e extinguir-
se como um pavio que se apaga, é Ele que agora vos declara: «Não recordem
mais acontecimentos do passado, é que Eu vou realizar algo de novo, que já está
a aparecer. Será que não notais?»
Is 43; 16-20
1
Indice
Como funciona? 3
Etapas de Progresso 3
Organização do CNE 5
Baden-Powell 7
Os três Princípios 14
Oração do Escuta 20
Vivência em Equipa 36
Bibliografia
2
Olá, como sabes o CNE está a passar por uma fase de
Renovação da Acção Pedagógica, o RAP. O teu agrupa-
mento aderiu a este grande projecto de forma voluntária.
Desde já, os Parabéns pelo desafio aceite. Este folheto,
que agora recebes, fará parte do teu “Diário de Bordo” e
vai acompanhar-te em cada ano da tua vida na secção. É
ainda uma versão de teste, mas achamos importante que
sejas tu a ver o que estará bem ou mal. Por isso lê-o com
atenção e tira as dúvidas com os teus dirigentes. Obrigado
por ajudares a melhorar o escutismo que todos fazemos.
Diário de Bordo
Como funciona?
O Escutismo é um “jogo”. A vantagem de seres Escuteiro
é que jogas esse jogo em conjunto com pessoas da tua
idade. Todos os jogos que já jogaste têm regras e estas
ajudam-te a perceber o jogo e a poderes jogá-lo de forma
igual e justa, para ti e para quem joga contigo.
Etapas de PRogresso
Adesão — Desprendimento
Nesta fase, estejas tu a entrar para o CNE ou a entrar para
a III Secção, vindo dos Exploradores, vais começar a per-
ceber o que se espera de um Pioneiro. Só assim poderás
jogar o “jogo”ao mesmo nível de todos.
Promessa
Esta é uma fase muito importante no teu percurso. Quando
ultrapassares a fase de adesão — a etapa Desprendimento
—, deves reflectir e ver se te sentes preparado para assumir
o compromisso de seres Pioneiro do CNE. Usar um lenço ao
pescoço ou mudar de cor de lenço é para cada um de nós
Escuteiros uma marca na nossa vida.
Etapas — Conhecimento, Vontade e Construção
Em cada uma destas etapas cada Escuteiro deve crescer
Física, Intelectual, Social, Afectiva e Espiritualmente e ao
3
nível do Carácter. É esta a proposta do CNE para todas as
etapas. É a proposta que te fazemos: seres mais e melhor
e criares tu o teu próprio percurso.
Tens um sistema de progresso com três etapas, és tu que
escolhes o teu percurso, com apoio da equipa de anima-
ção, da tua Equipa e do teu Guia. Confuso? Vais perceber
melhor esta “regra do jogo” após a tua promessa.
Passagem
Acabaste o teu percurso na secção. Estás preparado para
dar um passo em frente na tua caminhada escutista? Sa-
bes que na próxima secção vais iniciar pela adesão – que
se chama Caminho - um repetir de caminho com um nível
de dificuldade bem maior. Mas já cresceste…
O que se espera de ti?
Chegaste aos Pioneiros!
Quando chegas a um novo sítio, deves primeiro conhecê-
lo! Deves conhecer a sua história, quem lá esteve, como
funciona... Então, no fundo, o que esperam de ti depois de
estares integrado algum tempo nesta secção é que saibas
responder a algumas perguntas:
- Quando e como surgiu o Escutismo e o CNE?
- Como se organiza o CNE?
- Quem foi Baden-Powell?
- Conheces os Princípios, a Lei e a Oração do Escuta?
- Conheces o livro “Escutismo para Rapazes”?
- Quem foi o Beato Nuno de Santa Maria?
- Como se organizam os Pioneiros?
- Quais são os Cargos dentro das Equipas de Pioneiros?
- Quais os Símbolos e qual a Mística dos Pioneiros?
- Conheces o Patrono dos Pioneiros e o do teu Grupo Pio-
neiro?
- Já sabes trabalhar e viver em Equipa?
- Já conheces as Áreas e os Trilhos que terás de Escolher
na tua Etapa do Conhecimento?
- Já pensaste nas acções concretas que pretendes levar a
cabo na Etapa do Conhecimento?
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Organização do CNE
O Corpo Nacional de Escutas está organizado em vários
níveis:
• Nacional
• Regional
• Núcleo
• Local
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As 4 secções dividem-se da seguinte forma:
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Quando a guerra estalou estava ele em Mafeking com
parte das suas forças. Quase ao mesmo tempo, um exér-
cito Boer de 9000 homens pôs cerco à pequena cidade.
Não se pode contar aqui em tão pouco espaço, a história
do famoso cerco; contudo é justo salientar que foi nele que
o nome de B.P. galgou as fronteiras de todos os países,
tornando-se conhecido em todo o mundo, pois defendeu a
cidade durante 217 dias das poderosas forças inimigas e foi
graças à sua alegria e à sua desenvoltura (ao seu «desen-
rascamento») que a cidade não foi tomada. Para os Escu-
teiros “Mafeking” tem uma grande importância. Os rapazes
da cidade foram organizados num corpo, de mensageiros
e B.P. impressionou-se pela maneira como eles levavam
a cabo as suas missões. Viu que, se lhes fosse confiada
qualquer responsabilidade, eles sairiam bem em qualquer
ocasião.
Como reconhecimento do seu empreendimento em Ma-
feking, B.P. foi promovido a Major-General sendo o mais
novo do Exército, e herói do Reino Unido.
Foi-lhe então confiada a importante tarefa de organizar a
Polícia Montada Sul Africana. Era um corpo de homens va-
lentes, fundado para ajudar na reconstrução do sul-africano
depois da guerra; e prestaram excelentes serviços, graças
ao treino que B.P. lhes deu em disciplina e responsabilida-
de.
Bem organizada a P.M.S.A., voltou à Inglaterra para outra
importante tarefa: tinha sido nomeado Inspector Geral de Ca-
valaria. De novo encetou mais esta carreira com a dedicação e
perspicácia habitual para elevar o nível da Arma de Cavalaria
do seu país.
Outro facto, entretanto, chamou-lhe à atenção: vira que
o seu pequeno livro «Aids to Scouting» tinha sido adoptado
como compêndio na educação da juventude. O fundador da
Brigada dos Rapazes, «Sir» William Smith, pediu-lhe que
adaptasse os métodos de exploração à formação da juven-
tude. B.P. estudou um plano e em 1907 fez um acampa-
mento experimental na ilha de Brownsea, com duas deze-
nas de rapazes de todas as classes. Este acampamento foi
tão bem sucedido que resolveu escrever tudo o que tinha
ensinado à volta do «Fogo de Conselho». Assim nasceu o
«Escutismo para Rapazes». Foi primeiro publicado em fas-
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cículos quinzenais, nos primeiros meses de 1908. Os rapa-
zes buscavam-no por toda a parte e rapidamente formaram
Patrulhas com os seus amigos. O número cresceu depressa
– pelos fins de 1908 havia 60 000 Escuteiros – e B.P. teve
de se esforçar muito para conseguir insígnias, uniformes,
cartões de alistamento, etc.
É impossível, por falta de espaço, fazer aqui uma descri-
ção pormenorizada da expansão do Escutismo pelo mundo,
assim como do admirável trabalho de B.P. pela juventude,
nas suas viagens pelo globo.
Todavia será útil dizer uma palavra acerca de B.P.. Afinal que
tipo de homem era ele?
Já não é possível vê-lo, nem ouvir a sua possante voz
quando falava nos Jamborees. Algumas das suas declara-
ções foram gravadas e é possível arranjar algumas delas.
B.P. era uma figura magra, franzina, mas se o visses cer-
tamente te admirarias da sua bela cabeça e dos seus olhos
bastante expressivos. Era um homem sociável e muitos Es-
cutas se lembram ainda com saudades das conversas tidas
com ele nos Jamborees. Em Gilwell Park, por exemplo, pas-
seava com os seus cães pelo acampamento. E os Escutas
depressa viam com profunda amizade a sua presença.
Era um homem simples no seu modo de viver. Dormia
numa varanda durante quase todo o ano, levantava-se mui-
to cedo, praticava exercício de ginástica depois dava um
passeio com os seus cães antes de almoço.
Poucos homens terão trabalhado tanto como ele. Manti-
nha uma assídua correspondência, mas nunca se esquecia
dos velhos amigos quando procurava adquirir outros. A pes-
ca era o seu desporto favorito.
Ocupou-lhe muito tempo e deu-lhe oportunidade de ad-
mirar a natureza – um dos maiores prazeres da vida. Pos-
suía um grande conhecimento da vida da natureza, sobretu-
do da vida dos animais, e nos últimos anos, quando já tinha
poucas forças e por isso não podia ir visitar os seus Escutas,
dedicava-se ao estudo de animais selvagens e pintava qua-
dros que focavam aspectos da vida desses animais.
Os últimos anos passou-os no Quénia onde veio a falecer
no dia 8 de Janeiro de 1941, após uma vida inteira de dedi-
cação aos jovens.
11
História do C.N.E.
Registamos aqui alguns factos no decorrer dos 85 anos
de vida do C.N.E
12
• 21 de Junho de 1963 – Inauguração oficial do Campo Esco-
la Nacional Calouste Gulbenkian, em Fraião – Braga;
• 15 de Agosto de 1966 – 1º Encontro Nacional de Dirigentes,
em Fátima;
• 9 de Março de 1975 – Aprovação de novos Estatutos do
C.N.E., no Conselho Nacional, em Fátima;
• 16 de Dezembro de 1982 – O C.N.E é condecorado pelo Mi-
nistro de Qualidade de Vida com a «Medalha de Bons Ser-
viços Desportivos»;
• 3 de Agosto de 1983 – O C.N.E. é declarado de Utilidade Pú-
blica, conforme despacho do Primeiro-Ministro, publicado
no Diário da República, II série, nº117 (Despacho de 20 de
Julho de 1983);
• 1 de Março de 1984 – Entra em vigor o novo regulamento
Geral do C.N.E.;
• 31 de Janeiro de 1985 – Lavrada a Escritura dos Estatutos
do C.N.E, no 11º Cartório Notorial de Lisboa;
• 12 a 18 de Abril de 1986 – Conferência Europeia do Escutismo
e do Guidismo, em Ofir.
• 29 de Novembro a 1 de Dezembro de 1986 – 1º Congresso
do Escutismo Católico Português «Que Escutismo para o
ano 2000?»;
• 7 de Maio de 1988 – Inauguração do Centro de Formação
de São Jacinto – Aveiro;
• 28 de Maio de 1989 – Inauguração da Sede Nacional do
C.N.E., na Rua D. Luís I, 34 – Lisboa;
• Concessão ao C.N.E. da “Medalha de Honra da Cidade de Lisboa”;
• 26 de Maio de 1990 – Inauguração do novo espaço do D.M.F.;
• 4 a 11 de Agosto de 1992 – XVIII ACANAC no Palheirão, com
cerca de 10 000 participantes, sob tema geral: “A Fronteira
do Homem”;
• 17 de Julho de 1992 – Publicação do Alvará da condecora-
ção da “Ordem do Mérito”; é publicado no Diário da Repú-
blica nº257 – II série de 6-11-92;
• 28, 29 e 30 de Maio de 1993 – 70 anos do C.N.E., na feira das
regiões em Vila Nova de Famalicão;
13
Lei, Principios e Promessa
Na Sociedade em que vivemos tudo o que fazemos se
rege através de leis, que nos guiam moralmente e nos in-
cutem um conjunto de valores pelos quais devemos traçar
o nosso caminho.
Também o Escutismo possui um quadro de valores que
te procura incutir para que os utilizes na tua vida de forma
a que caminhes no sentido do Bem.
Esses valores estão resumidos nos Princípios, na Lei do
Escuta e na Promessa e através deles és chamado a com-
prometer-te livremente com ideais que te permitem ajudar
a construir um mundo mais justo e mais solidário.
Os três Princípios
Os Princípios do Escuta definem as três dimensões da
vida com que te deves comprometer: Deus, a Pátria e a
Família. Cada um deles estabelece um ideal a alcançar,
criando metas específicas que visam desenvolver a tua res-
ponsabilidade a nível espiritual, social e pessoal.
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veres cívicos, contribuir para o desenvolvimento da socieda-
de e fomentar a solidariedade.
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2.º O Escuta é leal.
Ser leal é ser honesto. É ser fiel às suas convicções, à
sua família, a Deus, aos seus amigos, à sociedade, sabendo
agir de acordo com a sua consciência. Um Escuteiro leal
respeita as regras do jogo da vida, actuando com coerência
e respeito por si mesmo e pelos outros. Não faz batota, não
engana, não atraiçoa, não desampara ninguém. “Joga com
lealdade e exige jogo leal aos outros.” (B.P)
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nos torna capazes de nos sentirmos irmãos de outros escu-
teiros. A começar pela tua própria equipa, por vezes o sítio
onde é mais difícil viver a fraternidade, por ela ter de ser
permanente. A partir deste valor podemos ter a certeza que
podemos encontrar um verdadeiro irmão em cada escuteiro
que se cruzar no nosso caminho.
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7.º O Escuta é obediente.
Todos os grupos possuem regras que assumimos como
necessárias para o bem-comum e que evitam a anarquia
e o caos. É assim que surgem as leis, os regulamentos, as
normas, os valores. A obediência enquadra-se no respeito
por estas regras: de facto, surge quando um indivíduo se
sente completamente livre, no seu íntimo, para acatar as
ordens de outro que possui uma autoridade legítima e glo-
balmente aceite pelo grupo em que se insere.
É nisto que a obediência se distingue da submissão: so-
mos obedientes quando, em plena consciência, reconhe-
cemos como legítima e necessária uma determinada auto-
ridade, aceite por todos; somos submissos quando, numa
relação de poder em que a lei é a do mais forte, acatamos
ordens por medo ou vergonha.
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económico: não gasta o seu dinheiro em inutilidades, não
esbanja tudo o que tem, não arranja dívidas atrás de dívidas,
é capaz de amealhar para se sustentar quando for neces-
sário.
Por fim, o equilíbrio envolve também o respeito pelos bens
dos outros: quem é sóbrio e económico valoriza o que faz e o
que tem e, consequentemente, procede de igual forma para
com os outros. Assim, protege o que lhe emprestam como
se fosse seu e restitui-o quando já não precisa; devolve o
que encontra ao seu legítimo dono; não rouba; não vandali-
za propriedade alheia
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Oração do Escuta
“Ser leal para com Deus significa nunca te esqueceres
Dele e recordá-Lo em tudo o que fazes. Se nunca O esque-
ceres, nunca farás nada de mal. E se te lembrares Dele
quando estiveres a fazer qualquer coisa errada, deixarás
logo de a fazer. Deus tem sido bom para contigo, por isso
cabe-te fazer alguma coisa em troca que Lhe agrade; é
esse o teu dever para com Deus.”
Baden-Powell
Senhor Jesus,
Ensinai-me a ser Generoso (GENEROSIDADE),
A servir-vos como vós o mereceis (SERVIÇO A DEUS)
A dar-me sem medida (SERVIÇO AOS OUTROS)
A combater sem cuidar das feridas (PERSEVERANÇA)
A gastar-me sem esperar outra recompensa (CAPACIDADE DE ENTREGA)
Se não souber que faço a Vossa vontade Santa (FÉ)
Amén
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Escutismo para rapazes
O Escutismo para Rapazes é um livro escrito por Baden
Powell, fundador do escutismo, no princípio do século XX.
Numa primeira fase de edição foi publicado em fascículos
quinzenais, denominados Palestra de Bivaque.
Baden Powell, logo na edição original chamou-lhe: Ma-
nual para Instrução do Bom Civismo, no qual através de
narrações, histórias, relatos da sua experiência, B.P dá con-
selhos e instruções aos escuteiros da altura auxiliando-os
assim na vivência das suas actividades.
21
Beato Nuno de Santa Maria
Nuno nasceu nos arredores do Crato, em 24 de Junho
de 1360, dia de S. João Baptista. Filho de Álvaro Gonçalves
Pereira, Prior da Ordem Militar dos Hospitaleiros ou do Crato.
Em casa do pai recebeu a mais aprimorada educação.
Durante três anos, residiu na corte a pedido do pai, para
que junto do rei fosse completada a sua educação. Aos 16
anos casou com D. Leonor de Alvim no dia 15 de Agosto de
1376. Deste casamento, cedo interrompido pela morte da es-
posa, ficou-lhe uma filha D. Beatriz, mais tarde casada com
o 1º Duque de Bragança.
Em Outubro de 1383, com a morte de D. Fernando, Nuno
decidiu comprometer-se em cheio na salvação da sua Pátria.
No final de 1383, precipitam-se os acontecimentos, o
Mestre de Aviz é proclamado pelo povo simples e livre, Rege-
dor e Defensor do Reino. Este logo chamou o Condestável. O
Alentejo era invadido pelos castelhanos e o povo pedia ajuda.
D. João, conhecendo perfeitamente as qualidades de Nuno,
nomeia-o “Fronteiro Mor do Alentejo”.
A 6 de Abril de 1384 dá-se a Batalha de Atoleiros. Nuno en-
frentou os castelhanos que avançavam. Ele era de uma alegria
irradiante, manifestando-o no sentimento seguro e tranquilo de
confiança que as suas palavras despertavam no espírito de todos.
E triunfaram do poderoso e bem adestrado exército invasor.
A 6 de Abril de 1385, o Mestre de Aviz é aclamado Rei
de Portugal e D. Nuno recebe do soberano as funções de
Condestável, comandante supremo do exército português.
Nuno esteve presente na Batalha de Aljubarrota e na
Batalha de Valverde, em qualquer uma delas Nuno contribuiu
imenso para a vitória, nesta última desapareceu e todos o
procuravam, encontraram-no “entre dois penedos a rezar,
com os joelhos postos na terra e as mãos e olhos alçados
ao céu”. Nuno despediu-se da sua vida militar em 1415 na
expedição militar de Ceuta.
Esta é a traços largos a sua carreira de soldado, vista por
fora. Vista por dentro, como nos aparece?
Nun’Álvares Pereira era uma personalidade fortíssima e
com uma força criadora impressionante. Mas tudo lhe vinha
da alma treinada silenciosamente no culto dos grandes va-
lores da vida. Foi um Homem do seu tempo, profundamente
marcado pelo ideal da Cavalaria, então considerado uma das
expressões mais belas da existência. As palavras da sua in-
vestidura de cavaleiro gravam-se-lhe para sempre no espírito
22
e marcaram-lhe os rumos da vida, jogado por completo entre
o serviço de Deus e dos portugueses. Exigia dos soldados a
afirmação de virtudes morais, que mais que ser soldados os
tornassem dignos de ser homens e cristãos.
Vencidas as grandes batalhas da independência e assinado
o tratado de paz e aliança perpétua com o reino de Castela
em 31 de Outubro de 1411, Nun’Álvares começou a orientar
a sua vida para o convento. Em Nun’Álvares, o combatente
e o monge, o cavaleiro e o professo são apenas duas faces
de uma só existência, superiormente inspirada por um único
ideal de serviço.
Quando lhe morreu a filha D. Beatriz, único afecto humano
que lhe restava no mundo, tomou a resolução de ir para o
convento do Carmo que ele próprio mandara construir e que
fora dedicado a Nª Sª do Vencimento, em memória da Batalha
de Valverde, e entregue aos frades carmelitas.
Em 1423 entrou nos Carmelitas, onde por humildade não
consentiu que lhe chamassem outro nome a não ser simples-
mente Nuno. Mais tarde acrescentou de Santa Maria: Nuno
de Santa Maria. No convento levou uma vida extremamente
simples e modesta. Tendo antes distribuído tudo o que tinha,
dava agora a sopa aos pobres à porta do convento e com eles
partilhava também a única tença que recebia de D. Duarte.
Foi assim que terminou os seus dias o homem mais rico de
Portugal, de mãos vazias como chegara ao mundo, em silên-
cio, em simplicidade, em oração decorreram mansamente,
vagarosamente os últimos oito anos da sua vida.
No dia 1 de Abril de 1431 domingo de Páscoa, com a idade
de 71 anos incompletos ocorreu a sua morte. Os seus restos
mortais encontram-se hoje na igreja do Santo Condestável
desde 1951.
Em 23 de Janeiro de 1918, o Papa Bento XV proclamou-o Beato.
Há homens que se tornam notáveis ou porque deram das
suas virtudes um grande exemplo ou pela transcendência da
obra que deixaram. Beato Nuno foi-o por uma e outra causa e
pelo alto exemplo da sua vida. É fácil descobrir nesta biografia
as razões pelas quais o Beato Nuno de Santa Maria é o Pa-
trono do C.N.E.. Nele se vê o modelo do escuteiro que quer
cumprir a sua promessa: «Cumprir os meus deveres para
com Deus, a Igreja e a Pátria, auxiliar os meus semelhantes
em todas as circunstâncias e obedecer à lei do Escuta».
23
Organização da IIIª Secção
Denomina-se Grupo Pioneiro à Unidade formada pelas
Equipas de Pioneiros e Equipa de Animação.
• Os Pioneiros organizam-se em equipas de 4 a 8 el-
ementos;
• Cada Grupo de Pioneiros tem de duas a cinco Equipas;
• Aconselha-se que as Equipas sejam mistas;
• Cada Equipa é efectivamente dirigida por um Guia de
Equipa, escolhido pelos seus membros, com a aprova-
ção do Chefe de Grupo, que deve promover a sua no-
meação em Ordem de Serviço de Agrupamento;
• Para o coadjuvar e substituir no seu impedimento, o
Guia de Equipa nomeia um Sub-Guia de Equipa;
• Quando conveniente pode o Grupo escolher um Guia
de Grupo, este deve ser eleito por voto secreto indi-
vidual no Conselho de Grupo;
• Cada Equipa identifica-se por nome de um animal ou
Santo da Igreja, ou um benemérito da Humanidade ou
herói nacional, cuja silhueta figura na insígnia respec-
tiva e cujas cores distinguem os seus membros;
• Cada Equipa adopta um grito e um Lema;
• O Grito de Equipa só pode ser usado pelos seus ele-
mentos e serve como sinal de aclamação ou reunião;
• O Conselho de Guias é composto por: Chefe de Uni-
dade, Chefe de Unidade Adjunto, Assistente de Agru-
pamento e pelos Guias e Sub-guias das Equipas;
• Os Guias têm voto deliberativo; os Sub-Guias voto con-
sultivo, salvo quando substituam os respectivos guias;
• O Chefe de Grupo tem direito de veto, mas só o deve
utilizar em caso de estrita necessidade motivada por
graves razões de ordem moral ou pedagógica;
• O Conselho de Guias delibera sobre todos os interesses
de carácter geral para o Grupo, como: gestão, disci-
plina, formação, projectos, programação, etc…
• As deliberações do Conselho de Guias são registadas
em livro próprio e mantidas secretas;
• O Patrono da Secção é São Pedro;
• A sede dos Pioneiros é chamada de Abrigo;
• As actividades de secção são designam-se por: Em-
preendimento.
24
Cargos das Equipas
Dentro da Equipa, é conveniente que todos possuam um
cargo, na medida em que este constitui uma forma de mo-
tivar a participação do Escuteiro e de desenvolver o seu
sentido de responsabilidade individual e de utilidade para
o bem-estar dos outros.
Recomenda-se que existam pelo menos os seguintes
cargos básicos:
> Guia,
> Sub-guia,
> Secretário/Cronista,
> Tesoureiro,
> Guarda do material.
Poderão ainda ser desempenhados os cargos complemen-
tares de:
> Animador,
> Socorrista/Botica,
> Intendente
> Informático.
Cargos Básicos
> Guia
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consequências negativas que uma má escolha acarreta, há
que ter especial atenção à sua eleição. De facto, um mau
Guia, incapaz de liderar, de assumir a Lei ou de assumir
responsabilidades, dá origem a Equipas fracas, desorgani-
zadas ou que não conhecem o espírito de corpo.
> Sub-guia
> Secretário/Cronista
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> Tesoureiro
Cargos Complementares
> Animador
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• Planificar e coordenar o protocolo da equipa;
• Ser o responsável pela animação dos fogos de conse-
lho, convívios, vigílias, celebrações e outras festas;
• Seleccionar e preparar os diferentes tipos de anima-
ção, bem como os textos, as músicas e os equipamen-
tos audiovisuais;
• Manter actualizado o repertório cénico da equipa, bem
como o guarda-roupa necessário à sua execução.
> Intendente
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• Distribuir tarefas na preparação e confecção das refei-
ções;
• Orientar a equipa de cozinha na confecção das refei-
ções.
> Informático
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Mistica e Simbologia da IIIªSecção
A Igreja em construção
Sinal da chegada à Terra Prometida, o estabelecimento da
Nova e Eterna Aliança marca o início de um tempo novo. Cris-
to, com palavras e obras, inaugura na terra o Reino de Deus e
institui a Sua Igreja para ser portadora desta novidade.
Pedra viva do Templo do Senhor, o Pioneiro é chamado a as-
sumir o seu lugar na construção da Igreja, colocando os seus
talentos ao serviço da Comunidade e assumindo a tarefa de
ser construtor de comunhão.
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O PECADO DE S. PEDRO
Quando Jesus Cristo elegeu S. Pedro para ser Papa, sabia
que ele cometeria um grande pecado; e mesmo assim,
não escolheu outro apóstolo mais santo. Escolheu-o a ele!
Por isso, lhe disse: - “Simão! Simão! Olha que Satanás
anda trás de vós para vos joeirar como se faz ao trigo;
mas Eu roguei por ti, para que não pereças; e tu, quando
convertido, confirma os teus irmão na fé!”
- “Senhor – respondeu Pedro – eu estou disposto a ir con-
tigo para a prisão ou para a morte.” Mas Jesus assegurou-
lhe: - “Ó Pedro! Nesta mesma noite, antes que o galo can-
te, tu me negarás três vezes!” Mas Pedro apesar dos seus
protestos, esqueceu-se e, à voz de uma simples mulher
que o acusava de ser discípulo do Nazareno, jurou que
não O conhecia… Negou-O três vezes, e à terceira o galo
cantou. Então é que se recordou das palavras do Mestre.
Dando-se conta do seu pecado, chorou amargamente e
Jesus perdoou-lhe. Por causa da sua tripla negação, Je-
sus obrigou-o a fazer um triplo acto de amor: - “Simão,
filho de João, amas-me mais do que estes?”
- “Senhor, Tu sabes bem que Te amo” – repetiu Pedro com
grande humildade.
O PENTECOSTES
Quando Jesus subiu ao céu, deixou na terra pouco mais
de quinhentos discípulos. Estes, ao ver o que se tinha su-
cedido ao Mestre, estavam naturalmente assustados. Mas
aconteceu que, no dia do Pentecostes, estando os onze
reunidos em oração conjuntamente com a Santíssima Vir-
gem, sobreveio de repente um grande ruído, semelhante
a tremor de terra, e ao mesmo tempo apareceram umas
línguas de fogo que se repartiram sobre todos eles, e fica-
ram cheios do Espírito Santo. Então Pedro, como chefe e
superior da assembleia, apareceu na varanda e começou
a pregar com grande coragem.
33
procuravam Pedro para que este os curasse. Alarmados
com tudo isto, os príncipes dos sacerdotes prenderam
Pedro e João. Mas de noite, o Anjo do Senhor abrindo as
portas, pô-los em liberdade e mandou-os voltar a pregar
no Templo. Então o sumo sacerdote disse-lhes: - “Então
não vos tínhamos formalmente proibido de voltar a ensi-
nar nesse nome?” Pedro respondeu: - “É verdade, mas é
preciso obedecer antes a Deus do que aos homens…”
BISPO DE ROMA
Depois de confirmar na fé os irmãos de Jerusalém, Pedro
partiu para Roma, que era tida como a capital do mundo.
Foi Bispo de Roma pelo espaço de cerca de 25 anos, até
que morreu vítima do imperador Nero. Diz a tradição que,
ao recear a perseguição e sabendo os cristão do interesse
que o imperador tinha de encontrar o seu chefe, conven-
cidos da importância da sua vida para a Igreja, já conse-
guiram que saísse durante algum tempo para um lugar
menos perigoso. Mas quando Pedro se dispunha a sair da
cidade, eis que encontra inesperadamente o seu Senhor
e Mestre Jesus, que vem em direcção a Roma com uma
pesada cruz às costas. Pedro, ao vê-lO, humilde e confu-
so, apenas soube dizer: - “Para onde vais Senhor? Quo
vadis, Domine? O Salvador respondeu: - “Vou para Roma
para ser crucificado outra vez”. A visão desapareceu, mas
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Pedro compreendeu a lição: Aquela cruz que o Mestre tra-
zia era a sua própria cruz, que ele devia aceitar com toda
a coragem. Regressou rapidamente, decidido a continuar
em Roma e a aceitar o tormento ou a cruz que o Mestre
quisesse enviar-lhe.
DE CABEÇA PARA BAIXO
A polícia romana não tardou a prendê-lo. O imperador Nero
condenou-o ao suplício da cruz. Mas Pedro considerou que
era uma honra demasiada morrer como o seu Mestre. Por
isso, pediu para morrer de cabeça para baixo, o que lhe foi
concedido.
35
Vivência em Equipa
Já deves ter notado que a vivência da Equipa em que es-
tás integrado, tem muito a ver com o totem escolhido da
mesma. Nela todos os elementos têm um cargo espe-
cífico, pois só assim é possível que todas as tarefas se-
jam realizadas, sem que haja atropelos. Propõe assim a
definição de um cargo para ti, de modo a que sejas útil
ao conjunto, e desempenha-o o melhor que souberes. Se
tiveres dificuldade não tenhas vergonha de solicitar ajuda,
pois só assim poderás “crescer”. Procura pois impregnar-
te do espírito reinante na Equipa, para que não sejas mais
um elemento mas sim um deles. Deseja-se que possas
participar com a tua Equipa, num Empreendimento do
Grupo. Assim estarás presente em todas as suas fases,
começando por criarem um projecto, proceder à escolha
do melhor num Conselho de Grupo e depois toda a sua
preparação, onde de certo terás um papel importante a
desempenhar. Depois do empreendimento terás também
uma palavra na sua avaliação: o que gostaste mais, o que
não gostaste, o que foi interessante,… Por fim, com todo
o teu Grupo, estarás na festa, primeiro com Jesus para
agradecer aqueles momentos e depois em comunhão
com os outros Pioneiros que partilharam com alegria nas
aventuras que ocorreram.
36
Áreas e Trilhos educativos
No caso dos Pioneiros, os nomes propostos para as etapas
de progresso são:
1.ª Conhecimento (aprofundado do Mundo)
2.ª Vontade (de mudar o Mundo)
3.ª Construção (de uma “nova Cidade”)
O Sistema de Progresso assenta em conhecimentos, com-
petências e atitudes, com base das 3 vertentes do saber: o
saber saber, o saber fazer e o saber ser.
No caso do CNE, pretende-se que a dinâmica de progresso
vá de encontro aos objectivos definidos para os trilhos e
estes para as áreas de desenvolvimento.
Progredir significará assim atingir objectivos, ao invés de
aumentar o nível de proficiência em conhecimentos, com-
petências e atitudes que o jovem já dominava.
Cada uma das 3 etapas será variável e compõem-se da
seguinte forma:
- Existem 6 áreas de desenvolvimento: afectivo, carácter,
espiritual, físico, intelectual e social.
- Cada área de desenvolvimento contém 3 trilhos educa-
tivos.
- Cada trilho educativo contém 2 ou mais objectivos edu-
cativos.
Cada Pioneiro constrói a sua etapa de progresso, selec-
cionando 1 trilho de cada uma das diferentes áreas de de-
senvolvimento.
37
Acções Concretas para alcançar os Objectivos
Pois bem, chegou a altura de traçares o teu próprio
Sistema de Progresso, no final do teu Diário de Bordo irás
encontrar umas tabelas que têm os objectivos propostos
separados por trilhos e áreas de desenvolvimento. Nas
páginas seguintes (em branco) irás colocar as tabelas que
correspondem ao trilho de cada área que escolheste para
a tua primeira etapa: Conhecimento.
Após teres escolhido quais os objectivos que te propões
alcançar, define as acções concretas que te levarão a
cumprir estes objectivos. Pensa nelas e escreve-as nas
tabelas no espaço próprio.
Deves ter sempre em conta que o sistema de Progresso
assenta sempre em Conhecimentos, Competências e Ati-
tudes (CCA).
38
O Meu Sistema de Progresso
Desprendimento
Reconhecimento pelo
Conselho de Guias
39
48
42
43
44
45
46
47
48
49
50
Caderno
Tabelas do Sistema de Progresso
«E, quando acabou de falar, disse a Simão:
Faz-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar.
E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de
peixes, e rompia-se-lhes a rede.
E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante
serás pescador de homens.
E, levando os barcos para terra, deixaram tudo, e o
seguiram»
Lucas 5 - 4,6,10-11
Bibliografia
Manual do Pioneiro – Fase de Adesão / Etapa de Bronze
Corpo Nacional de Escutas
Outubro de 2007