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Um homem está no metrô voltando para casa depois de um cansativo dia de trabalho, resolve tirar um cochilo e quando acorda não se lembra de nada. Acometido por amnésia, resolve não contar a ninguém sobre sua condição, transformando em uma aventura cheia de surpresas e sobressaltos a descoberta de sua identidade e de sua vida pregressa. Porém, aos poucos vai percebendo que faz parte de uma sociedade em que as pessoas são doutrinadas para apenas fazerem circular créditos e consumir entretenimentos, onde o pensamento subjetivo e a Arte foram abolidos. Uma poderosa instituição controla tudo, e todos vivem imersos em seus trabalhos e consumos, alheios à prisão invisível de suas mentes e corpos. A cada dia que passa o homem vai tomando mais consciência daquele mundo e se transformando em uma ameaça ao estabelecido, uma vez que descobre e começa a fazer uso, maravilhado, de uma capacidade sua que estava totalmente proibida naqueles tempos: pensar.
Um homem está no metrô voltando para casa depois de um cansativo dia de trabalho, resolve tirar um cochilo e quando acorda não se lembra de nada. Acometido por amnésia, resolve não contar a ninguém sobre sua condição, transformando em uma aventura cheia de surpresas e sobressaltos a descoberta de sua identidade e de sua vida pregressa. Porém, aos poucos vai percebendo que faz parte de uma sociedade em que as pessoas são doutrinadas para apenas fazerem circular créditos e consumir entretenimentos, onde o pensamento subjetivo e a Arte foram abolidos. Uma poderosa instituição controla tudo, e todos vivem imersos em seus trabalhos e consumos, alheios à prisão invisível de suas mentes e corpos. A cada dia que passa o homem vai tomando mais consciência daquele mundo e se transformando em uma ameaça ao estabelecido, uma vez que descobre e começa a fazer uso, maravilhado, de uma capacidade sua que estava totalmente proibida naqueles tempos: pensar.
Um homem está no metrô voltando para casa depois de um cansativo dia de trabalho, resolve tirar um cochilo e quando acorda não se lembra de nada. Acometido por amnésia, resolve não contar a ninguém sobre sua condição, transformando em uma aventura cheia de surpresas e sobressaltos a descoberta de sua identidade e de sua vida pregressa. Porém, aos poucos vai percebendo que faz parte de uma sociedade em que as pessoas são doutrinadas para apenas fazerem circular créditos e consumir entretenimentos, onde o pensamento subjetivo e a Arte foram abolidos. Uma poderosa instituição controla tudo, e todos vivem imersos em seus trabalhos e consumos, alheios à prisão invisível de suas mentes e corpos. A cada dia que passa o homem vai tomando mais consciência daquele mundo e se transformando em uma ameaça ao estabelecido, uma vez que descobre e começa a fazer uso, maravilhado, de uma capacidade sua que estava totalmente proibida naqueles tempos: pensar.
preguiosa e cansada jazendo morta no travesseiro, a mente saltava alegre, sim, era da boa a maconha oferecida por Dora. Fumaram um imenso e rolio baseado ao fim do qual, depois de muitas risadas e pequenas e furtivas alegrias, Lo achou melhor ir embora. No metr a alegria continuou e ria sozinho olhando para fora, pela janela, numa tentativa v de disfarar a hilaridade que insistia em fazer ccegas em seus neurnios. J em casa, a suculenta foda com direito a revirar a cama e o quarto inteiro na procura louca por mais teso, ele e sua parceira, que agora dormia a seu lado com um sorriso sacana nos lbios entreabertos. Definitivamente, essa era da boa! A mente danava uma dana colorida onde vus de seda, quase invisveis, se confundiam aos mais diversos matizes sobre sua cabea morta, inanimada, indefesa. O mundo dos sonhos insistia insolente: as coisas no se definiam, encontrava-se agora beira de um abismo e muitas imagens confusas lhe surgiam. Sentia que podia escolher: de um lado o sonho mais ameno protagonizado por Luka, Isolda, Ed, Vasek, Dora, culos escuros, metr, prdios envidraados, priso... de outro, bem, de outro restava pular no abismo, ou melhor, voar sobre ele, uma vez que constatava ser uma mosca, inclusive limpava insistentemente a cabea com suas patinhas dianteiras. Ento parou sua higiene e mirou o escuro abismo. Voou. Mergulhou nas profundezas negras e encontrou frestas entre as paredes escarpadas onde fachos de uma luz amena e avermelhada cruzavam o imenso negrume. Uma pedra cruzou o ar perto de sua cabea, voltou-se irritado. - Quem foi! gritou irado. - Fui eu! respondeu o ano Platonis que surgia reticente de trs de umas rochas da escarpa. Tinha o bodoque em uma das mos e estava acompanhado da gordinha com o dedo no nariz e o sacerdote. - Pensou que at aqui no vnhamos, no ? Seu insolente! Duvidas do meu poder? - Ano do caralho! esbravejou a mosca, parada no ar voc e suas pedras! Por que no enfia no cu esse bodoque?
A gordinha saiu de perto do profeta, assustada.
- Pensas que sou fraco, seu idiota! Pensas que nasci ontem? disse o ano alisando suas barbas brancas com alguma soberba. - Topo essa parada, quero ver me seguir. Ser que voc no percebe que eu posso voar? - Isso, voa disse o sacerdote voa para longe, bem longe, e o fazes depois de profanar a piedosa santidade da Vagina de Isolda! O que pensas que ests fazendo? O que era para ser uma venervel catedral agora carne desejante! Incha-se demoniacamente ardida no tempero do sangue! O que era pacata e cordata entrada agora do fogo a sada, que sai acompanhado de arranho e mordida! Atiraste-a no desespero da carne enfurecida! Profanastes nossa irm querida! - No profanei porra nenhuma, velho arauto da morte! Que finalmente essa mulher achou seu Norte! Vejo que voc quer enlamear da moa a alegria, ressente-se o senhor da ausncia da carne fria? pacincia, que meu beijo vem com o mel da vida, a curar da sofredora a ferida! - E te ufanas de voar! disse Platonis de com seu zunido ofender o ar! Vangloria-te de em locais infectos poder pousar! Ah, mas no h de ser nada, que a todos hei de alertar. - Faa o que quiser, que de voc no tenho medo. Que parte voc no entendeu que nosso encontro aqui segredo? Ademais, nasce e morre em minha mente este enredo. Esta subjetividade minha, para vocs, daqui em diante, o fim da linha! Sou o que sou por dentro e vocs so apenas influncias, com suas diatribes e demncias. So fantasmas, so aparncias. - Acho que ele matou a charada... disse a gordinha. - Cala a boca! gritou o sacerdote que no tens prestado para nada, mantm-te a, com o dedo no nariz e calada! - Mas voltars, pois ters com demnios, ters com Satans! Voltars correndo sem ter coragem de olhar para trs! sentenciou o ano.
- Agora reconheo no profeta o piadista divertiu-se a mosca
- pois sabe que Satans h muito j morreu; me testa, profeta, vai, me testa, pois voc sabe muito bem que se tem um diabo aqui sou eu! - Est difcil com esse a, - disse o sacerdote - de que fonte ser que bebeu? Ressuscitou o subjetivismo, esse desgraado, ateu! Agora o que far? Ressuscitar a Arte no comprometida, a Arte desalinhada com o que doutrinamos ser a vida? Era s o que faltava, essa mosca e sua maldita baba! Desestabilizar o que est direito, correto, sem defeito. Inseto escroto, portador das maldies, se no o eliminarmos botar ovos aos borbotes, nos far de idiotas, de bobes! - Hi hi... riu a gordinha. - Mas s vezes acho, companheiros, que esse a no tudo isso que diz, pois j esqueceu por certo o infeliz, que a ideia dessa mosca fui eu que fiz? disse o ano. - Decerto tem razo, o escroto e demente ano. Mas gostei tanto da alegoria, que vesti a fantasia! Assim me apodero de sua aluso, que boa, como no? Ser considerado um inseto por esse sujeito enganador, eu considero um ato do mais puro e dedicado amor, pois tudo de que contra eu sou a favor! - No tenham dvidas, ele o inimigo! disse a gordinha tirando o dedo do nariz e o apontando para a mosca. - Oh, no me diga minha querida! que outras novidades trars minha vida? debochou o sacerdote. - Desgraado, voador purulento! esbravejou o profeta por que no morres e nos poupas do tormento? No percebes? A vida l fora perene e tua existncia um momento! Por que macular tudo com teus ps de excremento? - Por que essa s sua opinio, insuportvel e medonho ano! E eu reivindico ter a minha, porque isso estar vivo! Pensar por minha conta, fora de seu crivo! Caralho, muita insolncia! Vir aqui na minha mente vomitar sua excrescncia! Pois lhe alerto, chegar o dia, que me livrarei de sua presena fria!
- O dia que isso acontecer o MUNDO- ORTODDOX estar em
perigo! - No vai acontecer, conte comigo! esbravejou o religioso. - Tens deixado muito a desejar... disse o ano com ar enfadonho ao sacerdote. - Pois , mas na mente dele eu ainda sou um sacerdote, e tu s um ano com um bodoque. - No digas? Mas se ele uma mosca foi por uma ideia minha. - Certo. E de que adiantou isso? Dsseis-vos asas e olhos que enxergam tudo! Para ele vos transformar em um mero ano barrigudo! E nossa irm aqui, coitada, uma autmata desmiolada! Melhor discurso terias feito se mantivsseis tua boca fechada. - Bem se v que no reconheces o bom trabalho, que na volta do inimigo fiz valioso atalho. Transformei-o em mosca para apanh-lo na rede, na teia! Se fizsseis bem tuas tarefas a coisa no estaria to feia! - Ha ha ha... divertia-se a mosca est divertido esse teatro, mas no ficarei para o derradeiro ato. Meu caminho longo por muitas escurides, abismos, cantes... No tenho tempo para suas discusses. A mosca ento saiu zunindo rumo ao escuro. Os trs ficaram ali a observar o voo rpido do inseto, enquanto neste crescia a vontade de inspecionar o infinito. Porm, ainda ao longe escutou a voz tonitruante do ano: - Vai, infeliz, que no conheces nada! Vai e que tu te percas, pois no existe viagem sem estrada! Neste momento a mosca parou e indignada voltou, mas no mais como mosca. Os trs da escarpa visualizaram uma imensa sombra muito negra, com enormes chifres e olhos de fogo e que quando sorria emitia labaredas pela boca. - Seu tolo ano de merda! disse a criatura com uma voz terrosa que ecoava por tudo por que no engole suas estradas pavimentadas com a morbidez das coisas usadas? Sim, sou o
Inimigo, pois a partir de agora cuidado comigo! Voc e seus
antemas, seus conselhos estreis e preconceitos ancestrais, voc prega a covardia de no cruzar fabulosos umbrais! s de voc poderia vir conselhos tais. Pois que dentro de mim repousa o Infinito, e este, com certeza, no se abala ao seu grito, que sua brancura o negrume mais bonito. Pois olhe para mim que sou o que eu quiser ser, sem sua mo invisvel que manipula fantoches e ensina que s se vive ao morrer. Pois para mim tudo agora! teso, vida que aflora! Que a carne o que arrepia, ao contrrio de voc e sua alma fria! No me dou ao que voc se presta, e muito menos duvidosa santidade a qual sua voz empresta. E isso ningum me tira, e voc nunca se deu conta de que o mundo gira; seu gelo, sua frieza, s poderiam funcionar em um Mundo servido mesa! Que o ser humano complexo, cncavo, convexo! santo e sexo! Natureza, sim, aquela mesma que sob sua doentia tica, se uma frondosa rvore lhe oferecer grossos galhos, os cortaria por fazer analogia com tesos caralhos! Sim, na sua moral deturpada, onde a nudez deve ser tapada e a carne odiada! mas veja: com a carne voc no pode nada! Que mesmo nesse seu MUNDO-ORTODDOX, dos becos no abre mo, nem do gueto, do poro. Por que ser ento? que voc habita nas iluses e nunca nas pulses. Habita na organizao, mas nunca no caos, como se o Humano fosse tbua rasa, protegido de diabos maus. Pois lhe digo: quem se ilude voc, por querer matar no ser humano a Natureza, tirar-lhe do caos a beleza, caos onde nasce a Arte e a poesia, a criao da msica, a orgia! Dionisacos encantamentos, que voc cerca a espargir tormentos! Tudo isso porque lhe fere a alegria que no entendida, que foge sua vigilncia, ao seu peso, sua medida! Alimenta sua boca glida com a vida que no vida, com a existncia fria e oprimida, espreita a multido congelada para engoli-la feito um gato, mas se fodeu profeta... eu sou a mosca que pousou no prato!