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Como citar este artigo:

ARAÚJO, E. A. ; ALEXANDRE, A. S. ; PAIVA, M. S. Estudo preliminar de ocorrência de plantas espontâneas em


dois sistemas agroflorestais no estado do Acre. In: III Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, 2000,
Manaus. III Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais III. Sistemas Agroflorestais: manejando a
biodiversidade e compondo a paisagem rural. Manaus: Embrapa, 2000. p. 186-188.

  Estudo preliminar de ocorrência de plantas espontâneas em dois Sistemas 
Agroflorestais no Estado do Acre 
 
Edson Alves de ARAÚJO (1), Andrea Silva ALECHANDRE (2), Maria do Socorro PAIVA(3) 
 
(1) Universidade Federal de Viçosa (UFV); Secretaria de Produção do Estado do Acre 
(SEPRO/AC). (2) Universidade Federal do Acre. (3) Governo do Acre 
 
 
Os sistemas de manejo e uso atual da terra no Acre por pequenos produtores se baseiam, em grande 
parte, no processo de derruba e queima da floresta primária e/ou secundária (capoeira), seguida do plantio 
de  culturas anuais  como  arroz,  milho,  feijão  e  mandioca por  um período  médio de  um  a  dois  anos.  Após 
esse período de uso, a depender das condições ambientais e edáficas, o produtor deixa a terra em descanso 
(pousio)  para  a  recuperação  da  sua  fertilidade  e/ou  incorpora  às  pastagens  extensivas,  enquanto  novas 
áreas são desmatadas para utilização com culturas. 
Um  dos  principais  entraves  para  a  manutenção  desses  agroecossistemas  é  o  controle  das  plantas 
espontâneas  (anteriormente  designada  como  erva  daninha  ou  invasora),  que  com  a  derruba  da  mata 
primária e/ou secundária, diversificam‐se e multiplicam‐se de forma muito intensiva. Um dos métodos mais 
utilizados  para  o  controle  de  plantas  espontâneas  é  a  capina  manual,  que  onera  os  custos  dos  produtos 
agrícolas, quando o uso dessa energia utilizada na forma de mão‐de obra deveria ser canalizado para outras 
atividades produtivas. 
Embora  as  plantas  espontâneas,  em  determinadas  ocasiões,  causem  danos  econômicos  à  lavoura, 
por  outro  lado  elas  podem  assumir  em  alguns  casos  importância  econômica,  bem  como  na  melhoria  das 
características físico‐químicas do solo e na sua conservação. 
O  presente  trabalho  objetivou  identificar  as  plantas  espontâneas  em  termos  de  família,  espécie  e 
nome  comum  presentes  em  dois  SAFs  em  área  de  pesquisa  do  Departamento  de  Ciências  Agrárias  da 
Universidade  Federal  do  Acre  (UFAC),  e  analisar  as  espécies  presentes  através  da  interação  solo‐planta, 
bem  como  outras  variáveis  responsáveis  pelo  aparecimento  e  dispersão  de  plantas  espontâneas  e alguns 
aspectos relacionados ao seu manejo e controle. 
O objeto de estudo foram dois SAFs, tendo o SAF 1 sido implantado em janeiro de 1993, com uma 
área de 42 x 84 m (0,35 ha) e com as seguintes culturas: açaí‐de‐touceira (Euterpe oleracea), castanha‐do‐
brasil  (Bertholletia  excelsa),  cedro  (Cedrela  odorata),  graviola  (Anonna  muricata)  e  pupunha  (Bactris 
gassipae).  O  SAF  2,  implantado  em  fevereiro  de  1993,  com  uma  área  de  60  x  78  m  (0,47  ha)  e  com  as 
seguintes  culturas:  castanha‐do‐brasil  (Bertholletia  excelsa),  grumixama  (Eugenia  brasiliensis),  cupuaçu 
(Theobroma gradiflorum), ingá (Inga edulis), manga (Mangifera indica) e mogno (Swetenia macrophilia). 
O  solo  nos  SAFs  1  e  2  foi  classificado  como  sendo  um  ARGISSOLO  VERMELHO  AMARELO  plíntico 
(anteriormente  designado  como  Podzólico  Vermelho  Amarelo  Plíntico  –  COELHO,  1982).  As  análises 
químicas de solo foram realizadas de acordo com metodologia preconizada pela EMBRAPA (1979). 

1
Engenheiro Agrônomo., Mestrando em Solos e Nutrição de Plantas (UFV), SEPRO/AC. Rua do Aviário s/n, Rio Branco-AC. E-mail:
earaujo@solos.ufv.br
Para  identificação  das  plantas  espontâneas,  foram  realizadas  coletas  de  material  fértil  (com 
inflorescência),  nos  meses  de  novembro  a  dezembro  de  1993.  As  plantas  coletadas  foram  identificadas 
segundo a sistemática adotada por LEITÃO et al. (1972) e ALBUQUERQUE (1978). 
Foram identificadas, nos SAFs 1 e 2, 19 espécies de plantas espontâneas pertencentes a 15 gêneros, 
englobados em 8 famílias (Figura 1). Vale salientar que 4 espécies foram identificadas somente a nível de 
família (sp1 a sp4) e outras 4 espécies, somente a nível de gênero. Constatou‐se a presença de 2 famílias de 
monocotiledôneas  (Gramineae  e  Cyperaceae)  e  6  famílias  de  dicotiledôneas.  As  famílias  mais 
representativas  foram  Gramineae  (8  espécies),  Cyperaceae  (2  espécies),  Verbenaceae  (2  espécies), 
Malvaceae (2 espécies), Compositae ou Asteraceae ( 2 espécies), Euphorbiaceae (1 espécie), Leguminosae 
(1 espécie). 
Foram  coletadas  outras  espécies,  mas  não  foi  possível  sua  identificação,  dado  à  ausência  de 
inflorescência nas mesmas. Constatou‐se no SAF 1 a presença de calopogônio (Calopogonium mucunoides) 
e mucuna preta (Stilozobium aterrinum) que não foram listados na figura 1, porque já se encontravam na 
área  antes  da  implantação  do  referido  sistema  e  atualmente  funcionam  como  melhoradoras  das 
características físico‐químicas do solo. 
 
Figura 1 – Relação das plantas espontâneas encontradas nos SAFs 1 e 2  
Família  Nome científico  Nome popular  Ocorrência 
(SAF) 
Compositae  Emilia sonchifolia   Falsa serralha, serralha  1 
  sp1  ‐  1 
Cyperaceae  Scleria pterota   Capa cachorro, tiririca  1 
  Cyperus sp  Tiririca  1 
Euphorbiaceae  Phyllanthus niruri.  Quebra‐pedra  1 
Gramineae  Imperara  Sapé  1 e 2 
brasiliensis  
  Hyparrhenia rufa  Capim‐jaraguá  1 e 2 
  Sorghum  Capim‐arroz  1 
arundinaceum 
  Panicum sp  Capim colonião  1 
  Brachiaria sp  Braquiária  1 
  sp2  ‐  2 
  sp3  ‐  2 
  sp4  ‐  2 
Leguminosae  Mimosa pudica  Sensitiva  1 
Malvaceae  Urena lobata  Malva  1 e 2  
  Sida sp  Guanchuma  1 
Solonaceae  Physalis angulata  Bucho de rã  1 
Verbenaceae  Stachytarphetta  Rinchão  2 
cayenensis 
  Lantana camara  Cambará  2 
 
As análise de solo para o SAF 1 revelam características químicas mais favoráveis ao uso agrícola em 
relação ao SAF 2 (Figura 2). Observa‐se que o solo do SAF 1 possui um teor médio de matéria orgânica (2,2 
dag.kg‐1), é eutrófico (V=57%) e teor baixo de alumínio trocável (0,25 cmolc.dm‐3), de onde se pode inferir 
que  o  solo  do  referido  SAF  possui  menor  densidade,  maior  porosidade  e  maior  CTC,  condições  físicas 
propícias para o desenvolvimento do sistema radicular das plantas e por conseguinte melhor absorção de 
água e nutrientes, aliado a sua textura argilo‐siltosa. Em detrimento do solo do SAF2, que possui baixo teor 
de matéria orgânica (1,2 dag.kg‐1), é distrófico (V=38%) e possui um teor de alumínio trocável médio, mas 
que pode tornar‐se tóxico para as plantas, além de sua textura argilo‐arenosa, que condicionou uma menor 
CTC (5,92 cmolc.dm‐3). 
 
 
Figura 2 – Resultados da análise química do solo nos dois SAFs 

SAF Prof. pH Ca Mg K Na Al Al+H SB CTC V M.O P


-3 -1 -3
cm H2O ---------------------------------cmolc.dm -------------------- % dag.kg mg.dm
1 0-20 5,3 1,25 2,25 0,18 0,01 0,25 2,76 3,69 6,45 57 2,2 5
2 0-20 4,9 1,10 1,05 0,07 0,01 0,6 3,35 2,24 5,92 38 1,2 2

 
Deve‐se atentar para o fato de que ambos os SAFs foram utilizados anteriormente com pastagens, 
porém o SAF 1, passou por um período de pousio maior, ao passo que o SAF 2 foi submetido a sucessivas 
gradeações  para  o  cultivo  de  culturas  anuais.  Por  conseguinte,  tem‐se  um  solo  quimicamente  exaurido, 
conforme pode‐se constatar no Figura 1. 
Verifica‐se que das 19 espécies encontradas nos SAFs 1 e 2, 11 espécies predominaram no SAF 1, 5 
espécies  no  SAF  2  e  somente  3  espécies  estavam  presentes  em  ambos  os  SAFs.  Presume‐se  que  a  maior 
diversidade e quantidade de espécies presentes no SAF 1 indique uma relação direta com as características 
físico‐químicas do solo mais favoráveis à ocorrência de plantas espontâneas. Assim, a partir de estudos mais 
aprofundados, pode‐se usar as plantas espontâneas como indicadoras de características edáficas. Espera‐
se, portanto, que este trabalho contribua de alguma forma para estudos mais aprofundados no tocante ao 
ciclo de vida das plantas espontâneas, bem como seu manejo eficaz. 
 
Bibliografia 
 
ALBUQUERQUE,  J.M.  Identificação  de  plantas  invasoras  de  culturas  na  região  de  Manaus.  Manaus. 
Manaus:INPA. 1978. 124p. (Tese de mestrado em Agronomia) 
 
COELHO,  M.A.  Levantamento  detalhado  dos  solos  do  campus  da  Universidade  Federal  do  Acre.  Rio 
Branco:UFAC /CNPq., 1982. 40 p. 
 
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solo. 
Rio de janeiro,1979. 271p.  
 
LEITÃO, et al. Plantas invasoras de culturas. São Paulo: HUCITEC, 1972. 3v. 

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