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É uma ironia sair da RTP quando há PSD, Orçamento e

presidenciais

Patrícia Silva Alves

i, 12 de Janeiro de 2010

http://www.ionline.pt/conteudo/41445-e-uma-ironia-sair-da-rtp-quando-ha-psd-orcamento-e-presidenciais

Comentador queria continuar, mas o futuro à RTP pertence. Entretanto a


TVI já o namora

Marcelo Rebelo de Sousa termina a contragosto o espaço de comentário semanal


na RTP "As Escolhas de Marcelo". "Não saí pelo meu pé. Tenho pena de sair", diz
ao i o professor universitário.

Mas apesar de se mostrar disponível para continuar na estação pública - "se tivesse
de optar continuaria na RTP" - o professor não vai fechar portas: "Vou esperar
pelos convites e escolher entre as hipóteses a que for mais adequada". Até porque,
continua, não vai "demorar muito tempo a voltar ao comentário político". E do lado
da TVI, é sabido, há uma porta aberta.

"Toda a gente sabe que gostaria de o ter cá", afirma ao i Júlio Magalhães, director
de informação da TVI, justificando a preferência com o perfil do professor: "É um
personagem apelativo para as televisões". Desejos à parte, o responsável do canal
de Queluz ainda não pensou desafiar Marcelo Rebelo de Sousa a regressar à TVI,
de onde saiu em 2004 por alegadas pressões da administração do canal e do
governo de Santana Lopes: "Não ponderei convidá-lo até porque não sei como vai
correr a vida dele", diz Magalhães.

O contrato de Marcelo com a RTP termina a 1 de Março e a estação decidiu não


prosseguir com o programa. Segundo o canal público, o fim do programa não é
sinónimo da saída do comentador, como confirmou ao i o gabinete de comunicação
da RTP - ao contrário do que ontem foi noticiado.
Para já, os planos de Marcelo passam por cumprir os programas que faltam e só
depois pensar no futuro. "Agora tenho sete programas até 28 de Fevereiro e depois
verei. Até lá não aceito nenhuma conversa", avança.

Quanto à estação, as ideias são de mudança. A RTP só avança que está a "pensar
num modelo novo" de comentário que seja "plural ao nível do pensamento político".

António Vitorino de saída

Cinco anos e um dia depois de se ter estreado na televisão pública, Marcelo Rebelo
de Sousa despede-se da jornalista Maria Flor Pedroso e filma o último programa de
domingo à noite. É uma despedida forçada pela vontade de António Vitorino de
deixar o programa de comentário semanal "Notas Soltas". "Saio porque o dr.
Vitorino há um ano que quer terminar a colaboração com a RTP", justifica. Marcelo
sublinha, no entanto, que o fim do seu espaço podia ser evitado se a RTP
convidasse outro comentador para preencher o espaço semanal deixado vago pelo
socialista. Mas isso não aconteceu. "A RTP decidiu não o substituir porque achou
que isso não era possível dado o prestígio e o mérito de dr. Vitorino", afirma
Marcelo.

Ao i, o antigo comissário europeu confirma a intenção de abandonar a RTP: "Estava


cada vez mais difícil conciliar a minha vida pessoal e profissional com o programa".

Os dois programas, de Marcelo e Vitorino, chegam assim ao fim. Em causa está a


questão da pluralidade política a que a estação, por ser pública, terá de respeitar.
Para cumprir este princípio, e sem substituo à esquerda, a RTP parece ter sido
forçada a terminar com o programa de Marcelo para equilibrar a balança dos pesos
políticos - Marcelo é militante do PSD; António Vitorino do PS - e assim evitar nova
reprimenda da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) por não ter
"uma representação plural do campo político-partidário", tal como a ERC deliberou
em 2008.

Para já, a entidade reguladora não faz declarações. "A ERC pronuncia-se sobre
factos concretos e não sobre hipóteses", responde ao i Estrela Serrano, do conselho
regulador da ERC, que se distancia da questão: "A ERC é alheia às decisões
editoriais da RTP".

A ironia do Timing

O fim do programa - 28 de Fevereiro - coincide com um momento em que a


discussão do sucessor de Ferreira Leite promete aquecer: o PSD só vai decidir a
liderança depois do debate do Orçamento do Estado (OE), que será entregue na
Assembleia da República na terceira semana de Janeiro.

A despeito da vontade de uma parte do PSD, que lhe pede para que volte à
liderança do partido, Marcelo Rebelo de Sousa descarta a possibilidade de que o fim
do programa seja lido como um sinal verde da candidatura. Aliás, nota que,
exactamente por isso, faz mais sentido manter o seu espaço de comentário: "Não
deixa de ser uma ironia sair quando vai haver mais matéria para comentar, como a
votação do OE, as eleições presidenciais e a discussão da liderança do PSD "diz o
professor.

As audiências confirmam-no. No final do ano marcado pelo caso das escutas em


Belém, por três eleições e por um "pondero ponderar", o share de "As Escolhas de
Marcelo" disparou nos últimos meses de 2009.

Com Adriano Nobre

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