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O MACACO NU

INTRODUÇÃO

Apesar de ter se tornado tão erudito, o ser humano não deixou de ser um

animal, um macaco pelado. Adquiriu novas motivações e criou diversas culturas, mas

não abandonou alguns de seus comportamentos primitivos.

Existem cento e noventa e três espécies de macaco e apenas o homem não

tem o corpo coberto de pêlos. Esta espécie pelada, que se orgulha de ter o maior cérebro

dentre os primatas, se agarra a este aspecto esquecendo que também é um animal e

possui comportamentos genéticos e instintivos. Basta lembrar que, além de ter o maior

cérebro, tem também o maior pênis. E não existe esperança de que venha se

desvencilhar desta herança genética que o acompanhou durante toda sua evolução, aliás,

poderia viver muito menos preocupado se aceitasse esta sua natureza animal.

Um dos fatos mais estranhos dos estudos anteriores sobre o macaco pelado é

a forma sistemática como evitam focalizar o que é evidente. Tanto antropologistas

quanto os psicanalistas fizeram estudos relevantes sobre este animal. Os antropologistas

se detiveram em estudar os diferentes tipos de cultura, trazendo conceitos abrasadores

sobre os costumes tribais e seus hábitos de acasalamento. Os psicanalistas, no início, se

ocuparam em estudar exemplares atípicos da espécie humana, complementando as

descobertas da psiquiatria. Portanto, psiquiatras e psicanalistas se concentraram em

estudos clínicos de exemplares mais representativos, porém eram exemplares falhados

ou aberrantes.

Ainda que relevantes, os estudos destes profissionais nada podem esclarecer

sobre o comportamento habitual do macacos pelados mais ou menos característicos.


Para que isso ocorra é necessário estudar indivíduos e culturas que correspondam à

maioria, ou seja, para poder-se generalizar os conceitos aos outros indivíduos da mesma

espécie, é necessário o estudo dos indivíduos normais, típicos, que possam de fato

representar um maior grupo de sujeitos.

Portanto, um estudo mais adequado pode basear-se em materiais recolhidos

de algumas fontes:

a) informações sobre o passado da espécie recolhidas por paleontólogos

através dos fósseis.

b) Informações sobre o comportamento de animais parecidos com a espécie

humana, tais como macacos e símios estudados pela etologia

comparada.

c) Dados obtidos através da observação direta das formas básicas de

comportamento de exemplares bem-sucedidos do próprio ser humano

que correspondem aos principais tipos de cultura contemporânea.

A análise destes materiais, dada a vastidão sobre o assunto, deve ser

simplificada, focando-se o estudo nos aspectos do ser humano que encontram fáceis

correspondências em outras espécies: alimentação, acasalamento, sono, limpeza etc.

É claro que muitas pessoas não gostam de pensar que são animais. Elas querem manter
seu status de grandeza e superioridade não assumindo que muitas vezes agem tão
instintivamente quanto os, por elas denominados, animais. Mas o propósito de um
estudo do ser humano partindo do pressuposto de que é um primata, não é insultar a
nossa espécie, mas proporcionar um a nova e valorosa perspectiva, esclarecendo sobre a
natureza complexa dos seres humanos.

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