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Salmo 64(65)[a]

[a] 
 – Biblia Hebraica, Rudolf Kittel. Pars II, Lipsiae.
J.C.Hinrichs, 1906. p. 956.
Salmo 64(65)
Solene ação de graças
Sião significa a cidade celeste (Orígenes).
–2 Ó Senhor, convém cantar vosso louvor *
com um hino em Sião!
3
– † E cumprir os nossos votos e promessas, *
pois ouvis a oração.
– Toda carne há de voltar para o Senhor, *
por causa dos pecados.
4
– E por mais que nossas culpas nos oprimam, *
perdoais as nossas faltas.
–5 É feliz quem escolheis e convidais *
para morar em vossos átrios!
– Saciamo-nos dos bens de vossa casa *
e do vosso templo santo.
–6 Vossa bondade nos responde com prodígios, *
nosso Deus e Salvador!
– Sois a esperança dos confins de toda a terra *
e dos mares mais distantes.
–7 As montanhas sustentais com vossa força: *
estais vestido de poder.
–8 Acalmais o mar bravio e as ondas fortes *
e o tumulto das nações.
–9 Os habitantes mais longínquos se admiram *
com as vossas maravilhas.
– Os extremos do nascente e do poente *
inundais de alegria.
–10 Visitais a nossa terra com as chuvas, *
e transborda de fartura.
– Rios de Deus que vêm do céu derramam águas, *
e preparais o nosso trigo.
–11 É assim que preparais a nossa terra: *
vós a regais e aplainais,
– os seus sulcos com a chuva amoleceis *
e abençoais as sementeiras.
–12 O ano todo coroais com vossos dons, *
os vossos passos são fecundos;
– transborda a fartura onde passais, *
13 brotam pastos no deserto.

– As colinas se enfeitam de alegria, *


14 e os campos, de rebanhos;
– nossos vales se revestem de trigais: *
tudo canta de alegria!
Catequese do Papa João Paulo II
Audiência Geral,
(Salmo 64(65) – Quarta-feira, 6 de março de 2002)[b]
A alegria das criaturas de Deus pela Sua providência
Queridos irmãos e irmãs,

1. A nossa viagem pelos Salmos da Liturgia das Laudes leva-nos


agora a um hino, que nos seduz sobretudo pelo maravilhoso quadro
primaveril da última parte (cf. Sl 64, 10-14), um cenário cheio de vigor,
esmaltado de cores, percorrido por vozes de alegria.
Na realidade, o Salmo 64 tem uma estrutura mais ampla, fruto do
entrelaçamento de duas tonalidades diferentes: em primeiro lugar,
sobressai o tema histórico do perdão dos pecados e do acolhimento
junto de Deus (cf. vv. 2-5); depois, é feita menção do tema cósmico da
ação de Deus em relação aos mares e aos montes (cf. vv. 6-9a); por fim,
é desenvolvida a descrição da primavera (cf. vv. 9b-14): no panorama
cheio de sol e árido do Próximo Oriente, a chuva fecundante é a
expressão da fidelidade do Senhor à criação (cf. Sl 103, 13-16). Para a
Bíblia, a criação é a sede da humanidade e o pecado é um atentado à
ordem e à perfeição do mundo. Portanto, a conversão e o perdão dão
de novo integridade e harmonia ao cosmos.
2. A primeira parte do Salmo leva-nos ao interior do templo de
Sião. Ali acorre o povo com o seu montão de misérias morais, para
invocar a libertação do mal (cf. Sl 64,2-4a). Uma vez obtida a
absolvição das culpas, os fiéis sentem-se hóspedes de Deus,
próximos d'Ele, prontos para serem admitidos à sua mesa e para
participarem na festa da intimidade divina (cf. vv. 4b-5).
Depois, o Senhor que se eleva no templo é representado com um
perfil glorioso e cósmico. De fato, diz-se que Ele é a “esperança dos
confins da terra e dos mares longínquos... firma as montanhas com a
Sua força... aplaca o bramido dos mares, o estrondo das vagas... os
que habitam os confins da terra tremem perante os Seus prodígios”,
do Oriente até ao Ocidente (cf. vv. 6-9).
3. No interior desta celebração de Deus Criador, encontramos um
[b] © Copyright 2006 - Libreria Editrice Vaticana; site:
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/2002/documents/hf_jp-
ii_aud_20020306_po.html>>
acontecimento que desejo realçar: o Senhor consegue dominar e
silenciar até o estrondo das águas do mar, que na Bíblia simbolizam a
desordem, em oposição à ordem da criação (cf. Jb 38, 8-11). Eis a
forma de exaltar a vitória divina não só sobre o nada, mas também
sobre o mal: por este motivo ao “bramido do mar” e ao “estrondo
das suas ondas” associa-se também “o tumulto dos povos” (cf. Sl 64,
8
), isto é, a rebelião dos soberbos.
Santo Agostinho comenta de maneira eficaz: “O mar representa o
mundo atual: amargo de salsugem, agitado pela tempestade, onde os
homens com a sua cupidez pervertida e desordenada, se tornam como
os peixes que se devoram uns aos outros. Olhai para este mar
agitado, para este mar amargo, cruel com as suas ondas!... Irmãos,
não nos comportemos assim, porque o Senhor é a esperança de todos
os confins da terra” (Exposição sobre os Salmos II, Roma 1990, pág.
475).
A conclusão que o Salmo nos sugere é fácil: aquele Deus, que
elimina a confusão e o mal do mundo e da história, pode vencer e
perdoar a maldade e o pecado que o orante leva consigo e apresenta
no templo, com a certeza da purificação divina.
4. A este ponto, entram no cenário as outras águas: as da vida e da
fecundidade, que na Primavera regam a terra e, em pensamento,
representam a vida nova do fiel perdoado. Os versículos finais do
Salmo (cf. Sl 64, 10-14), como se dizia, encerram uma grande beleza e
significado. Deus mata a sede da terra fendida pela aridez e pelo gelo
do inverno, dessedentando-a com a chuva. O Senhor é semelhante a
um agricultor (cf. Jo 15, 1), que faz crescer o grão e nascer a erva com
o seu trabalho. Prepara o terreno, irriga os sulcos, revira os torrões,
rega todas as partes do seu campo.
O Salmista usa dez verbos para descrever esta amorosa ação do
Criador em relação à terra, que é transfigurada numa espécie de
criatura viva. De fato, “tudo canta a brada de alegria” (Sl 64, 14). A
este propósito, são sugestivos os três verbos relacionados com o
símbolo da veste: “as colinas revestem-se de alegria, os campos
cobrem-se de rebanhos, e os vales enchem-se de trigais” (vv. 13-14). A
imagem é a de uma pradaria salpicada pela candura das ovelhas; as
colinas revestem-se talvez com os vinhedos, sinal de alegria pelo seu
produto, o vinho, que “torna alegre o coração do homem” (Sl 103,
15
); os vales revestem-se com o manto dourado das searas. O
versículo 12 recorda a coroa, que poderia fazer pensar nas grinaldas
dos banquetes, colocadas na cabeça dos convidados (cf. 28, 1.5).
5. Todas juntas, as criaturas, como que numa procissão, dirigem-se
ao Criador e Soberano, dançando e cantando, louvando e rezando.
Mais uma vez a natureza torna-se um sinal eloquente da ação divina;
é uma página aberta para todos, pronta para manifestar a mensagem
nela delineada pelo Criador, porque “pela beleza e grandeza das
criaturas pode chegar-se, por analogia, ao conhecimento do seu
Autor” (Sb 13, 5; cf. Rm 1, 20). Contemplação teológica e abandono
poético fundem- se juntos neste poema e tornam-se adoração e
louvor.
Mas o encontro mais intenso, o que o Salmista tem em vista com
todo o seu cântico, é aquele que une criação e redenção. Como a terra
na Primavera ressurge pela ação do Criador, assim o homem ressurge
do seu pecado pela ação do Redentor. Criação e história estão de tal
forma sob o olhar providencial e salvífico do Senhor, que vence as
águas agitadas e destruidoras e dá a água que purifica, fecunda e
mata a sede. De facto, o Senhor “cura os atribulados de coração e
pensa-lhe as chagas”, mas também “cobre os céus com as nuvens e...
prepara a chuva para a terra;... faz crescer as ervas nas montanhas”
(Sl 146, 3.8).
Desta forma, o Salmo torna-se um cântico à graça divina. É ainda
Santo Agostinho quem, ao comentar o nosso Salmo, recorda este
dom transcendente e único: “O Senhor nosso Deus diz ao teu
coração: eu sou a tua riqueza. Não te preocupes com aquilo que o
mundo te promete, mas com o que te promete o Criador do mundo!
Está atento ao que Deus te promete, se observares a justiça; e
despreza aquilo que o homem te promete para te afastar da justiça.
Não te preocupes, portanto, com aquilo que o mundo promete! Tem
antes em consideração o que o Criador do mundo promete” (l.c., pág.
481).

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