Вы находитесь на странице: 1из 46

A Astrologia nos 12 poemas de «Mar Portuguez» (Mensagem), de Fernando Pessoa

Vitorino de Sousa
1
Que as forças cegas se domem Pela visão que a alma tem! Fernando Pessoa
2
INTRODUÇÃO
Robert Bréchon, em Estranho Estrangeiro - Uma biografia de Fernando Pessoa (Lisboa: Quetzal
3
Acrescente-se que não é possível compreender e abarcar toda a significação e profundidade d
4
ALGUMAS SINCRONICIDADES
Fernando Pessoa, autor destes poemas e Vitorino de Sousa, que os interpretou astrologicamen
5
Poema I correspondente ao 1º signo, Carneiro
I - O Infante
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar uni
Como facilmente reconhecerás, o título deste primeiro poema refere-se, evidentemente, ao in
6
Igualmente, quando ouves referir Deus, também três ideias, pelo menos, devem ocorrer imedia
possam pronunciar, nem nenhuma parte da mente é suficientemente diferente do resto para sen
É curioso notar que a última palavra da primeira quadra Deus quer, o homem sonha, a obra na
Ao escrever O Infante, Fernando Pessoa, que era um conhecedor profundo da linguagem astroló
9
Além disto, o azul é cor associada ao 5º Raio, aquele que: • Promove a aproximação das form
10
Poema II correspondente ao 2º signo, Touro
II - Horizonte
Ó mar anterior a nós, teus medos Tinham coral e praias e arvoredos. Desvendadas a noite e a
O que ressalta imediatamente deste poema é a utilização de termos que referem os elementos
O sonho é ver as formas invisíveis Da distância imprecisa, e, com sensíveis Movimentos da e
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério 'Splendia sobre as naus da iniciação. Linha severa d
13
Se caíres na ingenuidade de pensar que vais sentir esses beijos na pele da tua fronte, suad
Esquece-se, porém, (ou recusa lembrar-se!) que: • Conhece perfeitamente o «local» de origem


Tal como este ser, tu acreditas que foste expulso da «Casa do Pai». Acreditas nisto porque
acreditas que foste expulso de lá. Então, olhas para baixo, reparas na parra que te tapa os
*** Repetindo o jogo de relacionar as primeiras e as últimas palavras do poema, podes ver e
15
Poema III correspondente ao 3º signo, Gémeos
III – Padrão
(13 de Setembro de 1918)
O esforço é grande e o homem é pequeno. Eu, Diogo Cão, navegador, deixei Este padrão ao pé
O aspecto mais interesse deste poema é facto de ser o único em que o autor - apesar de se i
16
De facto, notável! Tu, que adoras definições, poderás investigar os inúmeros compêndios de
A alma é divina e a obra é imperfeita. Este padrão sinala ao vento e aos céus Que, da obra
*** Ainda nesta segunda estrofe, Pessoa, considerando a sua obra com a consciência tranquil
18
Este último verso da segunda estrofe, refere a Fonte de todas a humanidades e de tudo o res
19
Trata-se de preferir, conscientemente, uma espécie de fingimento útil e deixar para trás to
20
Poema IV correspondente ao 4º signo, Caranguejo
IV - O Mostrengo
(9 de Setembro de 1918)
O mostrengo que está no fim do mar Na noite de breu ergueu-se a voar; À roda da nau voou tr
Neste poema, Fernando Pessoa aborda a missão da alma, simbolizada pelo homem do leme, em fa
21

10º Signo - Capricórnio (que, em relação a Caranguejo está no ponto oposto, no fim do mundo
Ambos, cada qual à sua maneira, gerem as memórias das tuas experiências passadas, as quais,
Novamente, aqui, está bem clara a viagem espiritual da Humanidade da Terra e o desafio de e
23
Na expressão três vezes, que tão insistentemente surge ao longo do poema, podemos ver, tamb
Vamos agora juntar o primeiro verso: O mostrengo que está no fim do mar com o último De El-
24
Como vês isto é uma coisa muitíssimo concreta que decorre de coisas tidas por abstractas! P
25
Poema V correspondente ao 5º signo, Leão
V - Epitáfio de Bartolomeu Dias
Jaz aqui, na pequena praia extrema, O Capitão do Fim. Dobrado o Assombro, O mar é o mesmo:
À primeira vista, este poema é difícil de interpretar. Analisemos as duas ordens de razões
26
Acima, falámos da superação do medo. Ora, neste poema, é disso mesmo que se trata: depois d
27
Poema VI correspondente ao 6º signo, Virgem
VI - Os Colombos
(2 de Abril de 1934)
Os outros haverão de ter O que houvermos de perder. Outros poderão achar O que, no nosso en
Este é um texto bem complicado de analisar. Não sei se Fernando Pessoa fez de propósito mas
de outras nacionalidades se predispusessem a contribuir para essa aventura, Fernando Pessoa
29
ego é da sua inteira responsabilidade, tal como o meu é da minha! O que piora as coisas é q
30
Poema VII correspondente ao 7º signo, Balança
VII - Ocidente
Com duas mãos - o Acto e o Destino Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu Uma ergue o facho tr
Comecemos por analisar o título escolhido para este sétimo poema – Ocidente. Como se sabe,
Numa outra perspectiva, Fernando Pessoa, mais uma vez, afirma que a missão de Portugal tinh
transformar num culto intelectual ou num arguto cientista; talvez seja, até, uma sumidade,
33
Poema VIII correspondente ao 8º signo, Escorpião
VIII - Fernão de Magalhães
No vale clareia uma fogueira. Uma dança sacode a terra inteira. E sombras disformes e desco
É óbvia a associação deste poema com Escorpião quando se repara que o texto aborda a morte
34
maiores convulsões do que aquelas provocadas pelas «erupções» emocionais que ascendem das p
35
Poema IX correspondente ao 9º signo, Sagitário
IX - Ascensão de Vasco da Gama
(10 de Janeiro de 1922)
Os Deuses da tormenta e os gigantes da terra Suspendem de repente o ódio da sua guerra E pa
Este 9º poema é, nitidamente, a continuação do anterior (8º, Escorpião), dado que estamos n
36
A presença do signo oposto a Sagitário, Gémeos, não é muito clara, excepto se repararmos qu
castigo, o pecado e a redenção, com o objectivo de condicionar o nosso comportamento em rel
38
Poema X correspondente ao 10º signo, Capricórnio
X - Mar Portuguez
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães c
As duas estrofes deste magnífico texto encerram a essência de todo o capítulo central do li
Tudo vale a pena/Se a alma não é pequena. Esta segunda estrofe contem a chave do processo d
40
Poema XI correspondente ao 11º signo, Aquário
XI - A Última Nau
Levando a bordo El-Rei D. Sebastião, E erguendo, como um nome, alto o pendão Do Império, Fo
Neste poema, a figura central é um rei. Em nenhum outro texto deste conjunto isso se verifi
a do Sol, porque, ao reger Leão, está, portanto, exilada em Aquário! É por isso que Leão, d
42
Poema XII correspondente ao 12º signo, Peixes
XII - Prece
(31 de Dezembro de 1921 – 1 de Janeiro de 1922)
Senhor, a noite veio e a alma é vil. Tanta foi a tormenta e a vontade! Restam-nos hoje, no
O paralelismo deste último poema com o último signo zodiacal, começa logo no título. Prece
43
Releia-se a primeira estrofe (Passado) deste poema correspondente a um signo de Água (Peixe
Resta acrescentar uma curiosidade final (diria sincronicidade!) que tem a ver com esta ques
44
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cremos ter ficado claro o facto de este conjunto de poemas referir-se a outro tipo de viage
Por isso, escolhemos para epígrafe deste pequeno (mas gostoso!) trabalho, dois versos de Pe
Vitorino de Sousa Cascais, de Maio a Julho de 1998 Cascais, Outubro/Novembro de 2001
45

Вам также может понравиться