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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

2 a Quinzena de Fevereiro de 2010


Ano XXX - No. 1080 Modesto, California
$1.50 / $40.00 Anual

Steve Junqueiro
Presidente do Grupo Save Mart

Steve Junqueiro - Presidente e COO de uma empresa com 20,000 empregados e 244 supermercados. Pág.15, 28

POLÍTICA / CULTURA Página 6 POLÍTICA

Celebrações dos 100 anos da República Reis Soares nomeada para


CA Farm Service Committee
A Administração Obama anunciou os indivíduos que fa-
rão parte da Comissão Estadual para a Agencia de Servi-
ços de Agricultura da California (California Farm Service
Agency, FSA). Esta comissão supervisiona as actividades
desta agência incluindo os programas de conservação agrí-
cola, resolve apelos da comunidade agrícola e informa os
agricultores sobre os programas da FSA. “Estes indivíduos
trabalham com o Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA) para assistirem os agricultores e rancheiros
a desenvolverem as suas operações na produção e forneci-
mento de alimentos saudáveis que a America precisa para
desenvolver a economia das comunidades rurais” disse o
Secretário da Agricultura Tom Vilsack. “Eles trazem expe-
riência e paixão necessárias para continuarem o progresso
da Administração Obama na reconstrução e revitalização
dos espaços rurais americanos”.

Reis Soares, do Condado de Madera, emigrou dos Aço-


res para a California em 1962. Em 1984, juntamente com o
marido formou uma vacaria em Chowchilla, na California.
Tem exercido o cargo de Conselheira das Minorias na Co-
Entre os dias 11 e 14 de Março do ano corrente, morações do Centenário da República Portuguesa missão da FSA do Condado de Madera desde 1999.
realizar-se-á a Conferência da Luso-American na Universidade da California, Berkeley e em San
Education Foundation, em conjunto com as come- José.

www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com portuguesetribune@sbcglobal.net


2 SEGUNDA PÁGINA 15 de Fevereiro de 2010

Dançar Fado, Crónicas do Perrexil

EDITORIAL porque não? J. B. Castro Avila

Dizer BASTA...
H N
á 33 anos vi pela primeira tocamos nos nossos bailes. o dia 22 de Agosto de
vez dançarem Fado numa O dom de saber e poder aprender 2009, estava eu em Lis-
festa no IES de San José,

J
musica deveria dar responsabilida- boa, quando comprei o
e agora vi o mesmo no des às pessoas. Deveriam fazer um Jornal Público. O jornal
á é tempo de Obama dizer BASTA a tanta tentativa aniversário do Portuguese Athetic contrato mental consigo próprios e trazia a sua revista de fim de semana
de compromisso com um partido que só sabe dizer Club. Isto quer dizer o quê? Eu nem
jurar que nunca entrariam nas facili- chamada FUGAS.
NÃO a tudo. Obama ganhou por maioria, tem maio- sei bem o que quer dizer, só simples-
ria na House e no Senado e o que precisa de fazer é dades que hoje vemos a muitos. Comecei a folheá-la e qual não é o
mente penso que, com tanta musica
implementar o seu program, que lhe deu os votos necessá- bonita neste mundo para dançar, A musica é das coisas mais bonitas meu espanto quando na página 14,
rios para chegar à Casa Branca. recorrer em 2010 ao fado é falta de deste mundo. Enche a alma, provo- vejo uma entrevista com um escritor
Não compreendemos como é possível, em tempos de crise, imaginação. ca calafrios de ansiedade, é mesmo que eu não conhecia - Valter Hugo
um partido não respeitar as necessidades dos seus consti- “fogo que arde e não se sente” como Mãe, nascido em Angola, vencedor
tuintes e fazer guerra a uma administração só para passar Já agora que estamos em maré de diria Camões. em 2007 do Prémio Literário José
tempo, a ver se neste ano de eleições ganham alguns luga- baile, deixem-me dizer-vos que me Por favor, não a desperdicem, não a Saramago.
res no Congresso. Perderam um ano com estas manobras entristece ver as oportunidades per- maltratem. Diz o escritor que “No Continente já
políticas, que deveriam pôr os seus constituintes com pele didas de muitos dos nossos conjun- As nossas bandas são um grande conhece quase todas as cidades e é
de galinha. tos musicais que abrilhantam bailes. exemplo para os nossos conjuntos fascinado pelo Litoral do Alentejo.
É tempo de Obama juntar as suas tropas caseiras, aqueles Não deslumbro um fio condutor de musicais. Nas bandas só se toca o Por contraste de paisagem, Trás-os-
que votaram nele, e implementar aquilo que é necessário, musica, no começo, no meio e no bom e o bonito, não há facilidades. Montes, Alto Douro e Régua são ou-
para que este País volte a ser o melhor do mundo. fim. É tudo uma mistura de nada e Viva a Musica e viva quem a sabe tros destinos que aprecia”.
de pouco. Incomoda-me porque te- tocar e cantar bem. Em 2007 conheceu umas das suas
Quem ouviu alguns discursos (ou parte deles) durante a mos muitos bons músicos nos nossos grandes paixões: “a Ilha Graciosa”.

N
Convenção do chamado Tea Party Movement, deve ter conjuntos. Então porquê escolher o Na sua opinião aquele é “o lugar
ficado a pensar que estava a ver um filme de terror, tais fácil, o pimbalhado, a letra horroro- ão sei se já repararam que mais bonito do mundo, o paraíso
sa, sem sentido poético nem estético, nos encontros de futebol na terra, onde a natureza se er-
foram os termos e a ideologia expostas, que davam para
palavras e mais palavras, ocas, sem do Sporting e possível- gueu ao mar. A Graciosa suplanta
assustar qualquer viva alma que andasse neste mundo à
sentido, e as pessoas a darem à per- mente de outros, entram a beleza de São Miguel e das Flo-
procura de paz e amor. em campo com os árbitros, duas
na, podendo dar à perna com outro res, como um lugar sobrenatural e
sentido, com outro ritmo, com outra raparigas que transportam as bolas, um evento cromático”.
Como é que é possível que 5 Juízes do mais importante cujo trabalho era e deveria ser da
Tribunal da America possam partidarizar um processo po- música, com outro poema. Para o escritor de 37 anos, “a ilha
responsabilidade dos árbitros auxi-
lítico que vai dar que falar nos próximos anos. Quem não Antigamente não era fácil gravar um é um autêntico prenúncio da natu-
liares.
se lembra do filme “The Manchurian Candidate” ? disco. Tinha que se ter alguma cate- reza, onde, à passagem do tempo, a
Pena que esta Câmara Judicial, de vez em quando saia fora goria, algum dinheiro e algum em- Porque é que estas raparigas aceitam cor das coisas vai mudando. Os lu-
de órbita e provoque pasmo a quem deveria acreditar nela. presário a fazer contas à vida. Hoje esta miserabilidade de transportar gares que obrigam o homem a não
Esta mesma Câmara Judicial também fechou os olhos em não, qualquer jovem/velho grava um bolas? Para ganharem 20 euros? desfazer e onde a obrigação moral
1943, quando se criaram (vergonhosamente) neste nosso CD em casa, com letra de escudo e Uma coisa é ser “cheerleader”, outra é nao destruir.”
País, campos de concentração para os americanos descen- meio e música feita a martelo. E o é levar as bolas dos outros. Lindo, não é? A Graciosa é mesmo
dentes de japoneses. Onde estavam os Juízes nesse dia? pior é que muitas vezes transmiti- Ridículo! um paraíso, ponto final parágrafo,
Onde estavam eles agora? josé avila mos estas músicas na nossa rádio e digo eu, que lá vivi.

Year XXX, Number 1080, Feb 15, 2010


COLABORAÇÃO 3

Tribuna da Saudade
Na Companhia do Azevinho (II)
Ferreira Moreno

O
azevinho, conhecido fortuna p’ra todo o ano. No en- originário da Ca- respectivamente nos condados de
por HOLLY em inglês, tanto, no País de Gales perdura a lifórnia, Weber fa- Calaveras e de Shasta chamadas
é comumente descrito crendice que levar azevinho p’ra vorece a opinião, Toyon.
como uma árvore ou
casa de um amigo, ou apanhar inteiramente espe- Aubrey Drury (California, An
arbusto de folhas verdes espinho-
azevinho em botão ou flor, é pre- culativa, de tratar-se Intimate Guide) escreveu que “a
sas, flores brancas e bagos ver-
núncio fatal. dum nome de trans- inspiração p’ró nome Hollywood
melhos. Em conformidade com
Funk & Wagnalls (Dictionary of Vincenzina Krymow (St. An- ferência com base no provavelmente adveio da presen-
Folklore, Mythology & Legend), thony Messenger, Dezembro facto de Horace Wi- ça de toyon nas ladeiras das ma-
“o uso do azevinho em cerimó- 2009) anotou que, desde o sé- lcox ter importado tas ali à volta”.
nias religiosas é duma considerá- culo 15, “o azevinho tem sido árvores de azevinho No testemunho de George Stewart
vel antiguidade. Provavelmente o parte integrante dos ornamentos p’rá sua propriedade. (Names on the Land), “muito
seu uso como ornamento de Na- de Natal nas igrejas inglesas. O Em 1903, quando os possivelmente a esposa de Hora-
tal foi adoptado pelos primitivos azevinho foi igualmente conhe- setecentos residen- ce Wilcox, em conversa com uma
cristãos romanos em imitação cido por Árvore Santa, e em Cor- tes de Hollywood passageira a bordo dum comboio,
dos ritos pagãos romanos. Con- nwall recebeu o nome de Árvore elevaram a sua co- tomou cohecimento duma lo-
soante uma lenda cristã, a Cruz de Santa Maria em honra da Mãe munidade à catego- calidade chamada Hollywood.
teria sido feita com madeira de de Deus. Aparentemente, numa ria de cidade, o ter- Atendendo à existência de toyon,
azevinho. Em castigo, o azevinho noite de inverno, o azevinho plicação, quiçá menos edificante, mo Hollywood foi oficialmente de folhas verdes e bagos verme-
foi transformado num arbusto en- cresceu milagrosamente folhas de como Hollywood tomou este adoptado p’ra designar a área. No lhos, nas imediações do povoado
fezado com folhas espinhosas e enormes encobrindo a Sagrada nome, de forma alguma cons- entanto, quando a indústria cine- recentemente fundado pelo casal
bagos representando o sangue de Família do encalço dos soldados titui menosprezo à romântica matográfica trouxe proeminência Wilcox na Califórnia, o nome
Cristo. Outra lenda assegura que herodianos. Uma lenda germâni- Cidade das Estrelas. Historica- à região, Hollywood perdeu a sua Hollywood surgiu como o mais
o azevinho foi empregado na Co- ca apoia a história descrevendo mente, o termo Hollywood está identidade e ficou meramente in- apropriado”.
roa de Espinhos, e os bagos que que, originalmente, os bagos de associado com o rancho adqui- cluída no conjunto de subúrbios Pessoalmente, inclino-me prefe-
antes eram amarelos tornaram-se azevinho eram brancos, mas o rido nessa área por Horace Wil- da rapidamente expansiva Los rencialmente p’rà expressão de
escarlates com o sangue de Cris- sangue de Cristo tingiu-os com cox, em 1886. Mais tarde, após a Angeles”. Mons. Weber:

N
to”. permanentes e acentuadas man- construção de novas residências,
Na Inglaterra, é costume colocar chas rubras”. o nome Hollywood começou a realidade, o aze- “Hoje em dia a origem do nome
raminhos de azevinho nas col- Em contraste com uma lendária a identificar-se, gradualmente, vinho da Califórnia Hollywood reduz-se simples-
meias em comemoração duma história sugerindo que a cidade com a localidade previamente chama-se Toyon, pre- mente a um ponto académico
crença atestando que, na primeira de Hollywood, ao sul da Califór- chamada Cahuenga Valley. Afi- sumivelmente um de- p’rós seus residentes. Afinal de
Noite de Natal, as abelhas zum- nia, derivou o respectivo nome de nal, nos anos 1880, já existiam rivativo dos Nativos Americanos contas, eles podem muito bem
biram melodiosamente em honra Holy Wood (Santo Madeiro) refe- Hollywoods em Arkansas, Geor- Costanoans. Também conhecido dizer que Hollywood não é nem
do Deus-Menino. Em Louisiana rente à Cruz de Cristo, apresento gia, Maryland e North Carolina”. pelo nome de Azevinho do Na- cidade nem vila, mas tão somente
(Estados Unidos), no tempo do o testemunho categorizado do (Encylopedia of California’s Ca- tal, o topónimo toyon encontra- um estado mental”.
se afixado a várias localidades,
Natal, os bagos do azevinho são monsenhor Francis Weber: tholic Heritage).
abrangendo duas comunidades
guardados como amuletos de boa “Uma mais lógica e factual ex- Embora o azevinho não seja
4 COLABORAÇÃO 15 de Fevereiro de 2010

Da Música e dos Sons Entre o Pacifíco e o Atlântico

Nelson Ponta-Garça Rufino Vargas


npgproductions@gmail.com

OPERATION HAITI
No passado dia 6 de Fevereiro realizou-se um concerto de angria-
ção de fundos para as vítimas do Haiti em Fall River.
PORTUGAL País dos ±3 Fs
Este evento contou com a presença de 8 grupos/artistas entre eles

F
Chico Avila da California:
ADO - Para além de ser a canção nacio- FACADA - A fatídica notícia do despedimento de
Chico Avila nal, agora também é uma marca de vinho. uma quantidade, assaz relevante de empregadas (os)
D’Alma A grande Amália - a diva incontestável do ± 200 dos seus empregos e a desactivização ou seja
Eratoxica fado- nalgumas das suas canções prestava o encerramento da fábrica sita no Pasteleiro na ilha
Hotline homenagem ao senhor vinho. «Uma casa Portugue- do Faial, pela Cofaco e Corretora - duas importantes
Jorge Ferreira sa, pão e vinho sobre a mesa» é o reflexo do modus indústrias conserveiras,- foi um balde de água fria
Marc Dennis vivendi da sociedade Portuguesa. Sendo apreciador para mim e uma facada nas costas para estas em-
Mauricio Morais do néctar dos Deuses, reconheço que o vinho pode pregadas (os), em que a maioria vai ser empurrada
Nelia
ser um elixir, mas também pode ser um veneno para o desemprego, o que constituirá uma carga fis-
quando consumido em excesso. A palavra chave é cal que tem que ser paga por nós todos. Foram dois
Para mais fotos e informação sobre este evento visite a página
http://fundraiserforhaiti.com/ moderação. infelizes presentes de Natal. Estes acontecimentos,
Parabéns pela iniciativa! FUTEBOL-Neste mundo da globalização desen- sempre desagradáveis, são frequentes e considera-
Lanço aqui um desafio a comunidade na California para que um freada, o futebol perdeu parcialmente o seu espírito dos normais, no sistema capitalista na vasta e pujan-
dia se realize algo desta dimensão, o verão está a chegar... salutar desportivo. A situação actual equivale à re- te economia Americana, mas não no nosso arqui-
cruta de condottieri da idade média, hoje denomi- pélago dos Açores. A fábrica da Cofaco na Areia
nados mercenários, que eram soldados contratados Larga-Madalena-Pico, minha vizinha, consoante as
a peso de oiro, para combater debaixo de qualquer condições meteorológicas e quadrantes eólicos, sou
bandeira. O jogador constitui uma mera mercado- compelido a fechar todas as janelas e portas, para
ria. Já não existe o amor à camisola. Contudo há não absorver o cheiro nauseabundo dos fuminhos
uma faceta extremamente positiva. Dois dos mais negros emanados pela referida unidade industrial.
talentosos desportistas contemporâneos, decidiram Há anos, um dos meus vizinhos, sugerio-me que eu
que com os seus milhões, “que nem só dos pés vive nos meus rabiscos mencionasse o problema da po-
o homem”. Luís Figo, fundou uma instituição com luição ambiental e sonora da nossa vizinha Cofaco.
o seu nome, com o expresso propósito de organizar Recusei terminantemente tal ideia, porque eventu-
uma rede solidária de doadores de medula óssea, almente poderia pôr em causa, os postos de trabalho
para dar novas vidas e vencer a terrível doença cha- de dezenas de pessoas e agregados familiares, que
mada Leucemia. Pedro Pauleta , popularmente co- ali laboravam. Neste caso, não posso olhar para o
nhecido como o «ciclone dos Açores», embaixador lado e ignorar a gravidade destes procedimentos. A
do clube futebolístico St. Germain de França, a que fábrica da Areia Larga foi construída em 1963, está
pertencia e recentemente nomeado embaixador de desactualizada em muitos aspectos. Não há muito
turismo dos Açores, organizou uma escola de trei- tempo que a gerência desta empresa, declarou ser
no e formação de jovens desportistas, em S. Miguel sua intenção, de construir uma nova fábrica noutra
sua terra natal. Segundo Sir Winston Churchill, pri- localidade. A melhor solução seria construir uma
meiro Ministro Britânico, o tal que em conluio com nova unidade fabril, possívelmente junto à lota do
Roosevelt, Presidente Americano, pretendia invadir peixe, onde existe imenso espaço e capacidade lo-
e ocupar os Açores durante a II guerra mundial e gística. Aqui na América - bastião capitalista - o
que classificava Salazar de impossible (impossível) governo está a apostar fortemente, na prevenção
“we make a living by what we get, we make a life de insolvências ou encerramentos de empresas, in-
by what we give” (vivemos com o que possuímos, jectando capital e consequentemmente assumindo
construímos vidas pelo o que nós compartilha- controlo e assegurando a sobrevivência e viabi-
mos). lidade das mesmas. Isto é a política universal, in-
FÁTIMA - O actual ocupante da cátreda de S. dependentemente de partidarismos, praticada pela
Pedro na terra, Sua Santidade Bento XVI, decidiu maioria dos países, para combater a crise económi-
visitar Fátima no próximo mês de Maio. Duran- ca mundial. Pescas e agricultura, são os dois pilares
te o apostolado de João Paulo II, seu predecessor, vitais para a frágil economia açoriana e não podem
exerceu as importantes funções de Prefeito da con- ser menosprezados. O Governo Regional salvou a
gregação da doutrina da fé, que no século XVI era fábrica de conservas de Santa Catarina em S.Jorge.
conhecida com temor, como Santo Ofício ou Santa Tem o inalianável dever de evitar o encerramento
Inquisição, ou seja uma organização equivalente a da fábrica no Faial e em parceria com a empresa-
uma polícia religiosa. João Paulo II, foi alvo de um Cofaco- construir uma nova fábrica de raíz na
atentado de assassinato em 13 de Maio de 1981, ani- progressiva Vila e futura Cidade da Madalena. A
versário das aparições de Fátima e atribuíu a Nossa Cofaco (Comercial e Fabril de Conservas, S.A),
Senhora de Fátima, o milagre de não ter perecido originária de Vila Real de Santo António no Algar-
e de ter sido salvo de morte certa. Por esta razão ve, estabeleceu a sua sede nos Açores, pelo simples
João Paulo II visitou Portugal cinco vezes. Com facto de que o atum predomina nestas águas. Tanto
esta visita Bento XVI, vem formalmente assegurar para a Cofaco como para nós Açorianos, o mar é a
a continuidade da fé em Maria, nossa mãe e Mãe de nossa terra.
Deus. Seja benvindo.
COLABORAÇÃO 5

Muito Bons Somos Nós Adeus, Lusitânia


... em vez de limitar-me a perguntar onde estávamos todos enquanto isto acontecia, lamento a
Joel Neto vergonha. A vergonha dos lusitanistas, dos terceirenses e dos açorianos. A minha própria vergo-
nha, no papel de cidadão de cada uma dessas três identidades. A vergonha de um povo que se
neto.joel@gmail.com acomodou aos subsídios e perdeu o brio nas suas instituições. A vergonha de um poder político
para o qual, se nem tudo são votos, nada interessa mais do que eles. A vergonha de uma modali-
dade que se centrou nas ligas de campeões, nas selecções nacionais feitas de estrangeiros e nas
sociedades desportivas, esquecendo quase tudo o que lhe era essencial

O
primeiro jogo de fute- ves, Carlos Alberto, Aristides ou enquanto andou a nhamos ou as aspirações que cul-
bol a que eu assisti ao João Medeiros, os esteios daquela brincar ao basque- tivávamos, vai acabar. Não vai
vivo foi um Lusitânia- simultaneamente humilde e glo- tebol. Esse clube acabar com o futebol, note-se:
Angrense, decorria riosa equipa que me introduziu quase centenário, vai acabar.
talvez o ano de 1981 e sentiam-se ao verde e branco, à atmosfera do contemporâneo do E eu, em vez de limitar-me a per-
ainda, um pouco por toda a ilha, peão e à poeira que se erguia da Belenenses e do guntar onde estávamos todos en-
os ecos do terramoto que nos di- terra batida quando a Providên- Sp. Braga, mais quanto isto acontecia, lamento a
zimara no ano anterior. Não tenho cia, distraída, nos brindava com antigo do que o vergonha. A vergonha dos lusita-
na memória todos os pormenores um dia de sol. Fiz deles um hábi- Rio Ave ou a U. nistas, dos terceirenses e dos aço-
desse acontecimento épico, mas to, claro. Filho do chefe do poli- Leiria; esse clu- rianos. A minha própria vergo-
sei que comi amendoins, que me ciamento, sob a asa do qual podia be onde jogaram nha, no papel de cidadão de cada
passeei entre a bancada, o peão assistir de graça à bola, tomei Mário Lino, Moi- uma dessas três identidades. A
e a cabeceira Poente do Campo duas decisões: ver tantas jogos sés (que podia ter vergonha de um povo que se aco-
de Jogos de Angra do Heroísmo, do Sport Clube Lusitânia quanto vestido de verde e branco, o Lu- sido Rui Barros) modou aos subsídios e perdeu o
onde os automóveis eram estacio- pudesse e, quando enfim tivesse sitânia empatar 0-0 com o Boa- e o malogrado Marroco; esse brio nas suas instituições. A ver-
nados mesmo atrás da baliza para idade, envergar eu próprio a sua vista, com João Alves de luvas clube que foi 21 vezes campeão gonha de um poder político para o
as senhoras poderem espreitar a camisola linda. pretas no meio-campo adversá- dos Açores, 38 vezes campeão da qual, se nem tudo são votos, nada
festa enquanto faziam renda – e À segunda experiência , redunda- rio, num jogo após o qual Álva- Terceira e o primeiro do arquipé- interessa mais do que eles. A ver-
que o Lusitânia venceu, depois da nuns quantos jogos, em outros ro e João Medeiros rumariam ao lago a chegar aos nacionais; esse gonha de uma modalidade que se
um guedelhudo do meio campo tantos frangos monumentais e Bessa. E vi, com o emblema que clube que encantou a minha gera- centrou nas ligas de campeões,
do Angrense ter tentado expul- numa certa dificuldade em lidar comprara na Casa Stuart ao pei- ção, que encantou outras quatro nas selecções nacionais feitas
sar o árbitro (não me peçam para com a intestineira durante os to, o Lusitânia esmagar várias ve- ou cinco gerações antes da minha de estrangeiros e nas sociedades
explicar), acabando ele próprio pontapés de canto, já a sublimei zes o Angrense, naquilo que era e que ainda hoje tinha mais de desportivas, esquecendo quase
expulso, com dramáticas conse- por aí, em crónicas de jornal e então o meu Benfica-Sporting – e 500 atletas em acção; esse clube tudo o que lhe era essencial – e
quências para a resistência da sua em contos, em rodas de amigos que eu próprio viria a disputar que era o maior clube dos Açores que agora, um pouco por todo o
equipa. e em conversas de alcova. À pri- mais tarde, embora sempre com até o poder socialista perceber país, um pouco por todo o mundo
De maneira que os meus pri- meira também – mas quero voltar frangos e intestineira. que o futebol podia render votos vai perdendo aqueles que foram
meiros heróis futebolísticos (que a fazê-lo. Porque, durante anos, Pois esse clube, símbolo de um e que, sendo na ilha de São Mi- os seus primeiros, mais abnega-
digo eu, os meus primeiros he- eu vi. Vi, comendo amendoins, povo, vai acabar, depois do fra- guel que os votos mais contavam, dos e mais agregadores agentes.
róis, ponto) não foram Meszaros, o Lusitânia vencer o E. Amadora casso da enésima assembleia ge- mais valia investir no Santa Clara A vergonha, sim. Que ao menos
Manuel Fernandes ou Jordão, os por 3-0, no ano (se bem me lem- ral destinada a engendrar uma – esse clube a que chamávamos nos pese a vergonha.
ídolos do Sporting nesses idos de bro) em que mais perto estivemos solução para o passivo de três “Lusitana”, ou mesmo “Sténia”,
80: foram Álvaro, Dionísio, Te- de chegar à primeira divisão. Vi, milhões de euros que acumulou consoante a freguesia de que ví- in NS’, 6 de Fevereiro de 2010

Memórias do Chá
Crónicas Terceirenses

Barrosa
Victor Rui Dores
victor.dores@sapo.pt

B
em sei que, nestas crónicas, Quando se apagavam as luzes da bancada quando no dia seguinte os encontrávamos
vou cedendo à nostalgia. Mas e se acendiam as da pista, o meu coração às compras no mercado, já não eram os
os anos que vivi em Angra do batia acelerado pela expectativa… reis da pista – eram pessoas absolutamente
Heroísmo foram muito marcan- Começava o espectáculo e eu ficava ver- normais. Uma semana depois seguiam o
tes na minha vida. E hoje, mexendo em dadeiramente deslumbrado com as vénias seu destino nómada e ficávamos todos um
papéis velhos, topei com a foto (que ilustra do apresentador e com os acrobatas, os sal- pouco mais tristes. Aquela gente era livre
esta crónica) por mim tirada nos inícios timbancos, as bailarinas, os trapezistas, as – nós, não.
dos anos 70 do século passado e que me caras burlescas dos arlequins, as caranto- Para montar e desmontar a tenda e as ban-
fez recordar o tempo em que, de calção e nhas dos palhaços, os cães amestrados (ah, cadas do Circo, recorria-se a alguma mão-
trincando chupa-chupa, ia ao circo com a cadelinha vestida de bailarina…). de-obra local não qualificada. E, nesta
meus pais e irmãos para assistir a encantos Impressionavam-me os leões e os tigres, matéria, há duas personagens que cabem
e magias. os cavalos, os números de equilibrismo, os nesta crónica: o “Jaquim das Horas” e o
Na altura desconhecia que o Circo era o saltos mortais, o ilusionista, o homem que “Mata Ratos”.
maior espectáculo do mundo. Hoje sei que comia espadas e fogo e o artista que tocava O Joaquim era baixinho, néscio, sorriso al-
foi no Circo que aprendi o fascínio dos so- música num serrote… var, dentes ralos e amarelecidos, um velho
nhos e o sortilégio dos segredos. Não me fartava de ver tudo aquilo. Roía boné enterrado até ás orelhas. Era dotado
Sim, guardo saborosas e inefáveis lembran- as unhas. Batia palmas para extravasar a de um poder extraordinário para calcular
ças desse tempo em que o Circo tomava minha alegria. as horas em qualquer momento. Para além
conta de Angra, por cujas ruas os artistas Recordo o pano de lona esburacado… desse dom, dizia-se que ele se regulava e
desfilavam para anunciar o espectáculo. Aprendi, com a canalha dos “Quatro Can- orientava pelas badaladas do relógio da Sé.
“O Circo chegou” e era a alegria da pe- tos”, a arriscar entradas clandestinas – O Circo ensinou-me a compreender a be- -Ó Jaquim, que horas são?
quenada. Os artistas desfilavam pelas ruas verdadeiras intentonas que, quase todas leza, a fraternidade, a partilha, a organi- Ele olhava o pulso, sem relógio, e respon-
da cidade. À frente vinha o apresentador, as noites, a gente ensaiava por debaixo da zação e o trabalho em equipa. Momentos dia, com exactidão, as horas e os minutos.
em cima de andas e com um megafone lona… antes de actuar, a linda equilibrista estava Já o “Mata Ratos” era um brutamontes:
na mão, anunciando o espectáculo. Logo -Não facilite, Mário. Não facilite. Olhe que vestido de fato de macaco a exercer fun- alto e forte, qual vilão dos filmes de Cha-
a seguir vinham os palhaços fazendo pi- seu pai morreu a fazer esse número! – ad- ções de arrumadora. Depois de ter brilha- plin. Não batia bem da bola e estava sem-
ruetas… Seguiam-se os elementos todos vertia o apresentador antes de Mário fazer do lá no alto, a trapezista vestia jardineiras pre a dizer esta frase algo enigmática:
da companhia, acenando para os transeun- o salto mortal na corda bamba. O perigo e vendia pipocas durante o intervalo; e, a -“Mesmo que assim não fosse, três na pei-
tes e automobilistas. Crianças dos quatro era a sua profissão. seu lado, o domador das feras fazia algodão da e acabou-se”…
cantos da cidade corriam pelas bermas, Havia um outro número que me arrepiava: doce... As mãos hábeis do mágico carrega- ………………………………………………
acompanhando o impressionante desfile. era quando o ilusionista serrava a meio a vam cadeiras no fim do espectáculo e as do ………………………………………………
Porque nesse tempo o Circo rimava com sua “partenaire” metida dentro de um cai- apresentador consertavam motores… O Circo deliciava miúdos e graúdos nes-
novidade. xote colorido… Os artistas circenses pairavam acima da ses tempos. Eu era um miúdo: sentia mui-
Chegava a noite e o Relvão (onde o circo Em tempo de severos costumes, era um realidade quando estavam na pista. Eram to e pensava pouco. O Circo ensinou-me
fora montado) enchia-se de gente que en- regalo para a gente ver os umbigos relu- luzidios e etéreos. Elas, vaporosas e trans- a ser mais humano e a não perder o dom
grossava a fila em frente à bilheteira. Olhá- zentes das trapezistas, as pernas ao léu das parentes nas suas blusinhas de chifon com do riso.
vamos em redor e lá estavam os camiões, equilibristas, os decotes das bailarinas, os folhos. Eles, todos prezados e janotas nos Hoje sei perfeitamente que o mundo é um
as roulotes, as barracas de lona… Aprovei- bikinis (de reduzida dimensão) das funâm- seus coletes, brilhantina nos cabelos, ares Circo e nós ocupamos a arena…
távamos para espreitar os leões e os tigres, bulas… a dar para o gingão… Também sei que “pontalhões” como o “Ja-
desassossegados nas suas jaulas… (Parece estranho, não é? Mas esse era o Depois de as luzes se apagarem, eles e quim das Horas” e o “Mata-Ratos” estão
Música e aplausos. Abria-se a cortina. tempo em que alguns padres proibiam às elas regressavam às suas roulotes e tendas. extintos. O que, neste país, está a crescer
“Senhoras e senhores, meninas e meninos, raparigas o uso de mini-saias dentro das Despiam os casacos vistosos e os vestidos assustadoramente é o número de palha-
respeitável público”… igrejas…). de lantejolas – acabavam-se os luxos. E, ços…
6 COLABORAÇÃO 15 de Fevereiro de 2010

LÍDER DO FUTEBOL Traços do Quotidiano

AGORA PODE VER A LIGA


Margarida da Silva
ESPANHOLA NO ESPN santamarense67@yahoo.com
LIGA PORTUGUESA
NA RTP E SPT NO PACOTE
LUSO $24.99
RTP $4.00+100 CANAIS TURBO BRONZE $19.99 AO MÊS
POLÍTICA
Recentemente alguém me perguntou por- estava tão enraizado que jamais eles vota-
Especial válido por 12 meses que razão eu já não escrevia sobre política, riam pelos direitos civis dos cidadãos da
o que, aliás, é um dos meus favoritos tópi- raça negra. Desde então, nenhum candi-
Instalamos de 1 a 4 Tv’s com contrato de 2 anos cos de conversa. Ultimamente tenho anda- dato democrático conseguiu ganhar a pre-
ANTENA ESPECIAL SÓ PARA A RTP E RADIO E do tão decepcionada com a situação políti- sidência com a maioria dos votos daqueles
ca deste país, que tenho perdido interesse estados.
CANÇÃO NOVA em demonstrá-la sob os meus “Traços”. Causa-me grande pesar que, no século
COMPRE A ANTENA E NÃO PAGA NADA POR MÊS No dia que Barak Obama foi eleito “Com- XXI continue a existir tanta divisão par-
LIGUE AGORA MESMO PARA LUCIANO COSTA mander & Chief” desta nação, senti orgu- tidária na América. Ainda há tanta gente
lho e satisfação por, finalmente, a terra da que não se conforma com o facto de que
1-559-435-1276 CELL 1-559-347-8257 “igualdade”, ter escolhido um presidente um homem negro foi eleito presidente
qualificado pela sua integridade e intelec- desta nação. Valha-nos Deus! E, ainda
Falamos Português to e não pela cor da sua pele. por cima dizem, que ele nem sequer é ci-
Infelizmente, passado um ano de governa- dadão americano...
COSTA ELECTRONICS ção, Barak Obama continua a ser alvo das Durante um convívio natalício tive o ense-
DEALER AUTORIZADO DO DISH NETWORK maiores disparidades políticas e acusado jo de conhecer uma senhora americana, de
de não fazer mais para o progresso deste ascendência italiana, de quem logo gostei.
país. Falámos de autores favoritos, culinária
Será que muita gente já se esqueceu do portuguesa e italiana e um número de ou-
que ele encontrou quando assumiu o co- tros tópicos de interesse mútuo não faltan-
mando deste país? E, agora, Obama devia do, claro está, a política.
ter resolvido todos os problemas durante A certa altura, ela confessou que jamais
um ano. podia residir nos chamados “Red States”
E não me digam que essas acusações não e então ir ao Texas só para casamentos e
têm nada a haver com o racismo! funerais. Confesso que fiquei um pouco
Bem, voltando algumas décadas atrás, intrigada com a declaração dela que, julgo,
quando o Presidente Lyndon Johnson as- ter sido motivada por alguma experiência
sinou o tratado dos Direitos Civis, grande desagradável. Mas, o mais irónico, foi que
parte dos congressistas dos estados do sul esta conversa teve lugar em casa de alguém
mudaram de partido. É que, o racismo que é partidário dos “Red States”.

CASAL OFERECE-SE PARA TRABALHAR Centenário da


Republica Portuguesa
em limpesas, quer em casas particulares
ou em escritórios.

Congresso da LAEF
Contactar 209-664-0352

Entre os dias 11 e 14 de Março do ano cor- República, de 1926 a 1974, periodo da Di-
rente, realizar-se-á a conferencia da Luso- tadura, e Terceira República iniciada com
American Education Foundation, em con- o 25 de Abril de 1974 até aos nossos dias.
junto com as comemorações do Centenário Cada apresentador falará sobre a sua épo-
da República Portuguesa na Universidade ca, focando os acontecimentos políticos,
da California, Berkeley e em San José. económicos e culturais.
No dia 11 de Março, cerca de 200 jovens Ainda no dia 13 de Março, pelas 18H00,
que estudam Português nas escolas secun- haverá um jantar de gala na Rotunda do
dárias de Tulare, Turlock, Hilmar e San “San Jose City Hall”, para comemorar o
José, participarão em várias sessões de Centenário da Repúblic Portuguesa. O
trabalho, sobre a língua e cultura Portu- orador principal será o Dr. Mário Soares,
guesas, na UC, Berkeley. o qual foi duas vezes Primeiro Ministro ,
Nos dias 12 e 13 de Março na mesma uni- e também eleito duas vezes Presidente da
versidade, haverá um ciclo de conferências República Portuguesa.
coordenadas pelo Programa de Estudos No dia 14 de Março, pelas 16H00, no Por-
Portugueses, sobre o Centenário da Re- tuguese Athletic Club, San José, terá lugar
pública e a Língua Portuguesa. Participa- o lançamento do livro, “Açores: Nove Ilhas

As Quadras
rão mais de uma duzia de apresentadores, uma História”. Estará presente a autora do
sendo a maioria professores universitá- livro, Susana Goulart Costa, professora na
rios, vindos de Portugal e de várias partes Universidade dos Açores.

da Quinzena dos Estados Unidos. Estes investigadores


apresentarão trabalhos sobre a Primeira
República desde 1910 a 1926, Segunda
Para mais informações, podem contac-
tar: LAEF, Dublin (925) 828-3883, ou
PSP, Berkeley (510) 643-0980.

Pra quem vive longe, distante, Ó meu bem se tu te fores


Tem Saudades do Carnaval; E pra cá não voltares mais
O nosso povo emigrante Escreve essas tuas dores
Do Entrudo faz Festival. Enfeita teus carnavais
A Terceira dos Açores
Tem saudades dos foguetes, Abraça os seus jograis.
Que brilham como estrelas;
Das Danças e dos lembretes E se dela tens Saudades
Que era correr para vê-las. Numa dor fria e picante
Antes que dobrem Trindades
Pelos palcos engalanados Vem daí ó Emigrante
Com sorrisos e fantasias Recorda as amizades
Os Bailinhos alinhados Com um verso radiante.
Rimando as cantorias.
Rosa Silva (“Azoriana”)
Na frente, a Saudação,
O assunto faz-nos rir,
Despedida encerra então
O que voltará a vir.
COLABORAÇÃO 7

Palhaçadas
Rasgos d’Alma
Luciano Cardoso
lucianoac@comcast.net

O
Entrudo sempre me caíu muito árbitro de palhaço – culpando-o sucessi- riar, as vitimas permanecem ilhôas. ram em ridicularizar Bush durante anos
bem. Nasci na festeira Ilha Ter- vamente pelos êxitos encarnados: “Uma Admito, por conseguinte, que os nossos como palhaço mór de sorriso traquinas,
ceira, onde a tradicão carnava- roubalheira! Uma palhaçada!”, cramam de bonitos Açores, vitimados desde há mui- receiam agora que a declinante Obamania
lesca, em cima dos palcos e no orgulho ferido. to pelos imponderáveis da insularidade, de um ano e tal de desgaste presidencial
coração do povo, não conhece rival. De Entendo tambem, em similar paralelo po- pela insuficiência do financiamento e pelo não seja indício de reencenada palhaçada
facto, como todos bem sabemos, o Carna- litico, que os rosas lá na terra, furibundos penalizante jogo do empurra, não tenham a temer-se qualquer dia ao redor da Casa
val terceirense, é mesmo um caso à parte com o insucesso eleitoral de trinta e tal mesmo outro remédio senão continuar Branca.
de divertido teatro popular. Nestes dias anos sem votos de vitória no alaranjado a empurrar os seus filhos para longe, em
de animada folia, por lá, a ilha rodopia de jardim madeirense, queiram rotular o re- busca duma vida melhor. A coisa está preta. Não é só o Sporting que
alegria. Por cá, a comunidade movimenta- chonchudo jardineiro local do que ele há Não está fácil. anda à rasca com os fundilhos rotos e a
se com vivo entusiasmo, curtindo rimas muito os vem implicitamente rotulando, moral por baixo.
e rábulas de boa disposição. Quando os sem pejo no papo nem papas na língua: A magnânima California, que outrora nos Eu se tivesse agora que enredar um Bai-
Bailhinhos tem graça, a alma saudosa acolheu com patente regozijo, já não é lhinho…
da gente imigrada, que enche à cunha os exactamente a mesma benemérita anfitriã Bem, agora é tarde. Já estamos na Qua-
engalenados salões comunitários, não os doutras eras. resma e sempre fui respeitador dos nossos
substitui por nada. Os que carimbam Schwartzneger de pa- preciosos valores tradicionais. E o que
Nada como umas boas gargalhadas quan- lhaço, e que à patética política orçamen- mais me irrita é ver e ouvir quem se recusa
do as piadas são bem redigidas e o enredo tal proveniente de Sacramento qualificam a respeitá-los.
melhor interpretado. de vergonhosa palhaçada, lá tem as suas Já em plena época de recôndita reflexão,
Carnaval é divertimento. Quando não o razões. Nunca o futuro se anteviu tão tre- quererem chamar-me palhaço por eu ape-
fôr, perde a piada. mido neste afluente estado que nos aco- nas opinar que, tostão por tostão, golo a
Há quem perca o juízo nestes dias em cata lhe e alberga com filhos adoptivos. Mas, golo, o Levezinho não tem peso para o cal-
de assunto para rir. tememo-lo sobretudo pelos nossos filhos e meirão do Cardozo… C’mon!
pelos filhos dos nossos filhos, a quem cus- (Cardoso é nome que manda respeito.) Já
Há quem goste de ver em tudo uma pa- tam cada vez mais os olhos da cara os li- meu avô o dizia. Vão lá chamar palhaço
lhaçada. Comparam a vida a um circo e vros, os estudos, os cursos. E os empregos a outro!
entretem-se com as reações animais ence- a escassearem…
nadas na fraqueza humana. Todos sabemos
Nada nem ninguem escapa ao mordaz es- bem que esta
pírito de humor popular que zela por aí à crítica escas-
espreita da tacada certa no momento exac- sez de fundos e
to. Sobretudo a politica e os politicos, a enervante crise
par dos desaires nos futebóis, alvos fáceis económica não
do escárnio e descontentamento popular, é apenas local.
tornam-se em bombos de festa e apanham “Palhaços!” À escala nacio-
pela medida grossa ou por alma da caixa “Palhaçada”, de facto, continua a revelar- nal e mundial, o
velha. se a actual cena política lusitana, diaria- pressentimento
O povo (tal como o Sporting) anda frus- mente televiosionada de lá para cá em ri- permanece pre-
trado e não o esconde. (O Benfica que o dículos episódios informativos de figuras ocupante. Os
diga.) tão tristes que até metem dó. Refiro-me que não hesita-
Eu compreendo que os leões, desiludidos sobretudo ao recente debate parlamentar
e furiosos quando as águias os nicam e sobre a controversa lei das finanças regio-
bicam a doer, não resistam em apelidar o nais, onde, lamentavelmente, para não va-
8 COLABORAÇÃO 15 de Fevereiro de 2010

Do Tempo e dos Homens


Coisas Manuel Calado
mbcalado@aol.com

T
e associações, nomeadamente
eóricamente, tas, onde a nobreza exercitasse e os interesses nacionalistas e
o Senhor Secretário de Estado
a Democracia, ”o go- a sua coragem, queixava-se de imperialistas, trocaram os cam-
das Comunidades, a Directora
verno do povo, pelo tédio. Não ía ao psiquiatra, que pos de batalha, pelas quadras
Regional das Comunidades, os
povo e para o povo”, não havia, mas confessava-se ao e hemiciclos das assembleias
deputados eleitos pelo círculo da
é imperfeito, e ruidoso, mas até Frei João do Convento e queixa- e parlamentos. Foi uma tenta-
No âmbito das suas atribuições, Emigração de Fora da Europa,
hoje, na história de biliões de se de “paz pôdre”. tiva para substituir a violência,
os Conselheiros das Comuni- todos os Cônsules de Portugal
anos, desde que o Homem se o garrote, a tortura e a queima,
dades Portuguesas eleitos pelos nos Estados Unidos, os Coorde-
separou do seu irmão das caver- E ainda hoje, nesta era demo- por uma forma mais suave, em
Estados Unidos têm a honra de nadores do Ensino do Português,
nas, é , provavelmente, o melhor crática, religiosa, fanática e que o dinheiro, o clássico “vil
convidar os directores dessa a Associação de Professores de
que conseguiu engendrar. Como terrorista, encontramos uns metal”, passou a ter um papel
prestigiosa organização para uma Português dos Estados Unidos,
pequenos redutos de saudosis- de denominador comum. E esse
reunião de trabalho a realizar na as associações portuguesas, en- ser imperfeito que é, a criatura
mo monárquico, esperando o manganão, um dia expulso do
sede da Casa do Ribatejo, 156 tre outras. humana, não podia conceber
regresso do seu querido D. Se- Templo a chicote pelo Prégador
Rome ST, Newark, NJ, 07105- ou pôr em prática, um sistema
bastiã na manhã encoberta da da Galileia, cá está de novo ten-
3414, no próximo sábado, dia 20 No final da reunião de trabalho para se governar, absolutamente sua poética imaginação. Nos tando corromper a Democracia.
de Fevereiro, entre as 9:30 horas terá lugar um encontro com a co- perfeito. Em coisas de governo, tempos áureos da monarquia, E depois de lancar o mundo na
e as 17:00 horas. munidade portuguesa e uma con- o progresso, tem sido na razão o Rei não era apenas o símbolo crise, acaba de ser intronizado
ferência de imprensa. inversa da corrida tecnológica. vivo da nação e da ordem, mas pelo Supremo Tribunal deste
Nesta reunião serão debatidos as- Aí, o que ontem era a última pa- da crença, da fé compulsiva do país, elevando-o à categoria de
suntos pertinentes para as comu- Os Conselheiros ficariam muito lavra, hoje é roupa velha. povo, e a senha era, “Ou crês, cidadão.
nidades portuguesas dos Estados honrados com a presença de um
ou morres”. E quem não cresse Sem voto, mas com poder de
Unidos, nomeadamente: director dessa organização empe- Experimentou primeiro com o segundo a lei do Rei, que era afogar, numa avalanche de mi-
nhados que estão na construção governo natural do mais forte, simultâneamente, a lei de Deus, lhões, os representantes do povo
1 – O futuro do ensino do Por- de uma plataforma de discussão e o mais musculoso, o mais cora- ia mesmo à fogueira, na praça do partido contrário.
tuguês nas nossas comunidades entendimento entre as várias for- joso, o mais libidinoso, o mais pública. A queima, com cheiro
no âmbito da nova lei do EPE e ças vivas das nossas comunida- apto a conquistar as fêmeas e a de churrasco e tudo, era um dos Pela maioria de um voto, o Tri-
da transição da sua tutela para o des e as instituições portuguesas lutar pela preservação do ser- mais concorridos espectáculos bunal, presidido por um juiz
Instituto Camões; de modo a desempenharem cada ralho. E veio por aí abaixo, sal- da época. Eram os tempos da conservador, nomeado pelo ex-
2 – Associativismo: os novos de- vez melhor o seu papel de conse- tando de milénio em milénio, “fé que move montanhas.” Igual Presidente Bush, considerou in-
safios; lheiros democraticamente eleitos até chegar ao Rei, ao líder, ao à fé que ainda hoje é utilizada constitucional uma lei em efeito
3 – Participação cívica e política e os interesses das comunidades imperador, forte de corpo e de pelos milagreiros da TV que, à há dezenas de anos, que proibia
da nossa comunidade em Portu- que os escolheram. ambição, pronto a jogar a vida vista de milhões, curam cancro as corporações de financiar as
gal e nas comunidades de acolhi- na conquista das terras e das espúrio, espinhela caída e bicos campanhas políticas. E como o
mento; Na expectativa das V. notícias, femeas. E chegou até os nos- de papagaio. dinheiro é poder, e como o po-
4 – O recenseamento eleitoral: aproveitamos para enviar os nos- sos dias, de cabeça coroada e der tudo pode, é provável que
estratégias de sensibilização e sos mais respeitos cumprimen- de “sangue azul”, armadura de A democracia apareceu como esta nossa democracia america-
actuação; tos. ferro e espadalhão ao alto. Te- uma espécie de antídoto para os na, tenha pela frente um periodo
5 – A nova lei da nacionalidade; nho em mente a foto do nosso males da injustiça, do racismo, difícil, especialmente para as
6 – O acesso dos emigrantes aos Atentamente Afonso Henriques, que mandou do absolutismo, do fanatismo, classes mais débeis da sociedade.
serviços de assistência médica e à bosta os conselhos da mamã, do obscurantismo, e da luta con-
social em Portugal, a tarifa úni- Os Conselheiros das Comunida- dizendo-lhe que ia lutar pelo seu tra a ciência e a cultura do povo. Como se vê, a liberdade tem o
ca, o funcionamento consular e a des eleitos pelos Estados Unidos próprio país. Ele não queria nem Os idealistas que a conceberam, seu preço, e espera-se que os
RTP Internacional. cães de caça nem cavalos, Ele desejavam que fosse um sistema excessos que se temem no fun-
José Morais queria um país, ou um império. onde todos os ideais, crenças cionamento da democracia, aca-
Para esta reunião foram convi- O grande divertimento de então, e raças tivessem guarida. E as bem por resolver o problema.
dados várias individualidades não era ir ao casino ou jogar na crenças restritas e racistas de-
Bolsa, mas uma batalha contra ram lugar a um sistema mais
os sarracenos ou nuestros her- humano, mas tambem mais rui-
manos. E quando não havia lu- doso. Os grupos, as religiões

CONSULADO Falecimento
GERAL DE PORTUGAL cido pelos Vigários. Frank Rosa (Angie), Luis Rosa e
Foi para o Brasil em 1959 e veio enteadas Anna Freitas (Mark) e
citar as fichas de candidatu-
COMUNICADOS ra escrevendo para o
para Santa Clara, California em
1964.
Bernardette Christi (John).
Era avô de 38 netos e 27 bisne-
Consulado-Geral - 3298 Em 1982 casou com Mercês tos.
1. O Consulado-Geral de Washington Street, Rosa e juntos gozaram muitas Deixa também de luto sua irmã
Portugal em San Francisco San Francisco, CA 94115, viagens de férias. Belmira Sabino, de Toronto,
apresenta os seus melhores ou atraves do telefone Viveu nos últimos anos em San Canadá.
cumprimentos e tem a hon- (415) 346-3400, ext. 200 ou José e ia muitas vezes à POSSO Foi a sepultar no Santa Clara
ra de comunicar que à seme- do Fax: (415) 346-1440. jogar cartas. Além disso adora- Mission Cemetery.
lhança dos anos anteriores, San Francisco, 29 de Janeiro va viajar com os seus filhos.
a Secretaria de Estado das de 2010. Era pai de 12 filhos: Margaret Paz à sua alma.
Faleceu no dia 31 de Dezembro Trovão (Francisco), do falecido
Comunidades Portuguesas de 2009, Frank Rosa (Vigário).
vai organizar no corren- 2. A pedido da Direcção Manuel Rosa (Neusa), Francisco
Nasceu no Pico, Açores, a 30 de Rosa (falecido), Maura Fiosi (Ri-
te ano mais um Programa Geral dos Assuntos Con- Dezembro de 1912. Foi casado cardo, falecido), Natercia Varley
“Portugal no Coração”, com sulares e das Comunidades com Maria Rosa por 45 anos e (Don), Joseph Rosa (DeDe), fa-
o objectivo de levar a Por- Portuguesas, tem a honra de juntos criaram 12 filhos. lecida Eva Nascimento (Duane),
tugal 40 idosos portugue- comunicar que quem estiver Foi baleeiro, andou na pesca do Maria Nascimento (Stan), Tony
ses com mais de 65 anos de interessado pode candida- atum e a sua família era conhe- Rosa (Rosa), Ana Janto (Mike),
idade e que, por razões de tar-se à terceira edição do
ordem económica, não te- “Prémio Empreendedoris-
nham visitado Portugal nos mo Inovador na Diáspora
ultimos 10 anos. Portuguesa”, cuja data limi-
O Programa das visitas está te é 26 de Março de 2010.
organizado em duas edi- Os processos de candidatu-
ções: Maio e Outubro do ra deverão ser submetidos a
corrente ano.
As candidaturas para a épo- COTEC PORTUGAL,
ca de Maio terão que dar através do enderego electro-
entrada no Consulado-Ge- nico diaspora@cotec.pt ou
ral até ao próximo dia 19 de através do site www.cotec.
Março. pt/diaspora.
Os interessados podem soli-
COLABORAÇÃO 9

Rio 50º
Sabor Tropical
Elen de Moraes
elendemoraes_rj@globo.com
uma cidade na estufa
O
verão do Rio de Janei- das caixas situadas em cima dos bono, tanto através de veículos lhões de pessoas que vivem a me- alguns Estados brasileiros, com
ro está ligado às ima- telhados tão quente que se torna e fábricas que, para funcionar nos de um metro acima do nível centenas de mortos! Lamento que
gens das suas belíssi- impossível usá-la, a não ser tarde queimam gasolina, álcool, diesel, do mar estão correndo o risco de os governantes das grandes po-
mas praias, aos corpos da noite ou de madrugada; hos- etc., como pelas queimadas das perder suas casas. As populações tências não encontrem logo uma
bronzeados estirados na areia e pitais cheios com pessoas hiper- florestas que não consegue deter da Índia e da China podem pas- saída, um denominador comum,
ao sol, aos passeios de bicicleta tensas, desidratadas, infartadas, e pelo reflorestamento de grandes sar fome por causa do declínio para que a vida no nosso planeta
pela orla marítima, aos quiosques com insolação, infecção intesti- áreas que não consegue fazer. na produção de alimentos como seja preservada e passe a ter a im-

A
coloridos e à famosa água de côco nal e outros; incêndios pela com- conseqüência do aquecimento portância que merece.
bem geladinha que o carioca ado- bustão espontânea, etc. primeira parte de um global. Os mananciais de água
ra e o turista elege como bebida É o inferno na terra! documento divulgado doce, que abastecem milhões de Pesquisa:
preferida da estação. Para nos conscientizarmos que a em Fevereiro de 2007, pessoas no mundo estão em ris- http://amanatureza.com/
Neste ano, no entanto, uma nova vida no planeta é responsabilida- pelo IPCC (Intergo- co. Na região Amazônica, por
imagem se insere ao álbum da ci- de nossa e que deter o aumento vernmental Panel on Climate exemplo, as pessoas podem ser
dade: as praias que permanecem do aquecimento global é o cami- Change), que ganhou destaque na afetadas por temperaturas ainda
cheias, com pessoas a praticar nho para que a vida seja preser- mídia, diz que os seres humanos mais altas no verão. No nordeste
esportes, pescar e mergulhar em vada, seria bom recordarmos, de são os responsáveis pelo aqueci- brasileiro, as temperaturas vão
águas que se conservam mornas um modo bem simples, como se mento da terra e na sua segunda subir ainda mais, passando de
mesmo depois que a noite desce. dá o processo. parte afirma: uma região semi-árida para árida
Um paraíso? Seria se não fosse o “Com o aumento do aquecimento e comprometendo a recarga dos
calor medonho que nos adoece O gás carbónico não é venenoso global ampliará a ocorrência de lençóis freáticos. No sudeste, a
e que cozinha o bom humor do como muitos pensam e é útil à estiagens e de enchentes, elevará precipitação vai aumentar com
carioca, sem matá-lo, porque já vida. Sem ele as plantas não pro- o nível do mar, levará à extinção impacto direto na agricultura e
tem quem ande fazendo piadas duziriam o oxigênio tão necessá- milhares de espécies animais e nas inundações e deslizamentos
do tipo: “Rio, não, Hell de Janei- rio à existência. Elas consomem vegetais, e aumentará a subnu- de terra”
ro”; “Rio de Janeiro só tem duas o gás carbônico do ar. A respi- trição e as doenças entre os seres Inundações e deslizamentos de
estações: verão e inferno”; “Até o ração e a queima colocam-no de humanos. Estima-se que 100 mi-
fogo do sol vem passar férias no volta, mantendo, assim, o equilí- terra já estão acontecendo em
Rio de Janeiro”, e por aí vai. brio desse gás, de modo que a sua
Não me lembro de dias tão insu- quantidade no ar não muda.
portavelmente quentes como os
de agora. Quando se falava em O gás carbónico tem, ainda, o im-
“Rio40graus”, era o máximo que portante papel de manter a tem-
podíamos imaginar para um ca- peratura da terra. O sol emite luz
lor intolerável. Entretanto, o ano que é composta de raios de várias
de 2010 nos chega com tempera- cores (O arco-íris é a luz do sol
turas de até 40.4ºC, mas com a que foi decomposta), mas existem
sensação de 50ºC, por causa da dois que são invisíveis aos olhos
umidade do ar, informa o Insti- humanos: o infravermelho e o ul-
tuto Nacional de Meteorologia travioleta. Quando os raios do sol
(Inmet). chegam à terra e entram em con-
Conseqüências desagradáveis tato com a matéria, ela esquenta e
acompanham o calor exagera- solta raios infravermelhos. O gás
do: quedas no abastecimento de carbônico que está no ar (e fun-
energia, causando apagões loca- ciona como um telhado de vidro),
lizados - embora ninguém admi- absorve esses raios infraverme-
ta os motivos pelos quais acon- lhos e se aquece, esquentando a
tecem – e com eles os prejuízos terra, conseqüentemente. O va-
materiais para os consumidores, por da água, da mesma forma,
tais como aparelhos eletrônicos absorve os raios infravermelhos,
queimados, comidas estragadas se aquece e ajuda manter a tem-
e o pior, a impossibilidade de peratura do planeta.
ligar os aparelhos que ajudam
minimizar o efeito das altas tem- Entretanto, é pela mão do ho-
peraturas; restaurantes fechados; mem que acontece o aumento
metrô com lotação máxima a tra- insustentável do “efeito estufa”,
fegar na hora do “rush”, tendo o por jogar na atmosfera grandes
ar condicionado avariado; água quantidades de dióxido de car-

CORRECÇÃO

O Presidente do Artesia D.E.S.


não é Paulo Borges, como erra-
damente se mencionou na nossa
anterior edição, mas sim Paulo
Barcelos.

As nossas desculpas.
10 COLABORAÇÃO 15 de Fevereiro de 2010

Reflexos do Dia–a–Dia
Diniz Borges
d.borges@comcast.net
Uma má decisão!
N
o dia 21 de Janeiro o do mundo empresarial, tivessem
Supremo Tribunal de o direito de comprar a nossa de-
Justiça dos Estados mocracia. O inimaginável, com
Unidos, no caso Citi- o apoio de 5 juízes conservadores
zens United v. FEC, com 5 juízes aconteceu.
votando a favor (os cinco conser- O resultado desta terrível de-
vadores) e 4 contra (os 4 mais libe- cisão do Supremo Tribunal de
rais) decidiu outorgar às grandes Justiça dos Estados Unidos será
companhias, às multinacionais dar às grandes companhias a do-
e pluricontinentais, os mesmos minação total do nosso processo
democrático. É que as mesmas
direitos que a primeira emenda
companhias ficam sem qualquer
da constituição americana aufe-
rédeas para gastarem tudo o que
re aos cidadãos deste país pos-
quiserem para derrotar qualquer
suem. Assim, as multinacionais candidato que não lhes interesse.
e pluricontinentais podem gastar, É que com esta decisão, os polí-
sem qualquer limite, no processo ticos ficarão muito menos cora-
eleitoral americano. Em suma, as josos e dispostos a enfrentarem
grandes companhias americanas, causas que questionem as práti-
e até mesmo as internacionais, cas das grandes companhias e os US SUPREME COURT:
podem desembolsar o que quise- seus contínuos abusos no meio Em pé - Samuel A. Alito, Jr., Ruth Bader Ginsburg, Stephen G. Breyer, Sonia Sotomayor
rem nas campanhas políticas dos ambiente, na saúde pública, na Sentados - Anthony M. Kennedy, John Paul Stevens, John G. Roberts, Jr., Antonin Scalia, Clarence Thomas.
Estados Unidos. A democracia construção de armamento bélico,
americana, e o cidadão comum, etc. E porque a decisão cai sobre
são, obviamente, os grandes per- a primeira emenda à constituição se as companhias não podem vo- ca terão que impedir e poderão nhoras no Tribunal, Ginsburg
dedores. O Supremos Tribunal americana, que garante o direito tar porque lhes é dado, nesta de- fazê-lo através de legislação que e Sottomayor votaram contra),
acabou por vender o processo de- de expressão dos cidadãos, esta cisão, o direito a abafarem aque- fiscalize o montante das ofer- mas a democracia americana não
mocrático. medida do Supremo Tribunal de tas que são feitas às campanhas pode ser uma mera marionete das
les que podem votar? É que com
Como se sabe, dinheiro de compa- Justiça terá impacto a todos os ní- políticas, por exemplo. O presi- grandes multinacionais e pluri-
esta nova decisão as companhias
nhias como a Exxon, a Goldman veis, incluindo a eleição de juízes dente Obama, corajosamente, fez continentais.
americanas, que agora gastam
Sax, a Pfitzer e outras colossais a nível regional e estatal. referência a esta terrível decisão

N
cerca de 1% dos seus lucros (or-
pluricontinentais têm corrompi- no seu discurso à nação, enfren-
çados em cerca de 605 biliões de
do o processo legislativo, quer a opinião dissiden- tando os juízes cara a cara, e nos
dólares no ano transacto) ficam
em Washington, quer nas capitais te, o Juiz John Paul corredores do Congresso começa
de vários estados norte-america- livres para compararem os políti-
Stevens relembrou os a aparecer legislação para com-
nos, chegando em alguns casos cos e o processo democrático nos
seus colegas que as bater esta influência sem prece-
às próprias Câmaras Municipais. Estados Unidos.
companhias “não são membros dentes que certamente mudará o
Só precisávamos que o Supremo Esta é uma decisão que o po-
duma sociedade. Elas não podem rosto americano.
Tribunal decide-se que os gigan- der legislativo, o Congresso, e
votar nem concorrer a um cargo Desculpem Senhores Juízes (e
tes do mundo da alta finança, e o poder executivo, a Casa Bran-
publico.” Como sugeriu Stevens, escrevo Srs. porque as duas Se-

Memorandum
João-Luís de Medeiros
Avé, Mulher
jlmedeiros@aol.com Cheia de (G)raça
são para honrar o pragmatismo consue- há mulheres que ainda vivem oprimidas, castigos – são desafios!
1 – breviário do calvário feminino tudinário, relativamente à poligamia (ex. humilhadas, não obstante os sinais que dão Entretanto, há fundados receios de que o

N
com quantas esposas conviveu o patriarca notícias auspiciosas duma gradual eman- plano inclinado do acesso à hierarquia do
ão preciso negar que também Abraão?) cipação. Sem ares de novidade, relembro prazer esteja a dificultar a percepcão de
faço parte da comunidade hu- A ligeireja desta conversa não dispensa o entusiasmo das gerações que aderiram situações dramáticas do nosso quotidiano.
mana engaiolada na manga de esclarecer um pormenor importante: a à luta em prol da liberdade cívico-política Estou a considerar o caso das raparigas
vidro fusco da crise que pas- elasticidade poligâmica consentida pelo da Mulher, e que avolumaram o plenário vítimas da prática hedionda de “clitori-
sa. Embora consciente do facto, esta se- Alcorão nada tem a ver com a concepção do Te-Deum da reconciliação: Copenague dectomy” (circuncisão feminina) – crimes
mana resolvi fazer um breve intervalo na tridentina do “adultério”. Quando um is- (1980); Viena (1982); Nairobi (1985)... abafados pela barbárie do fanatismo reli-
abordagem das retorcidas complexidades lâmico coabita com várias mulheres (não gioso. Por outro lado, não precisamos de
políticas do quotidiano, designadamente, mais de quatro) todas elas gozam do esta- 2 – “Igualdade, Desenvolvimento e Paz” longas viagens para constatar a violência
o fastidioso delírio esgrimista dos contes- tuto de “esposa”, sem secretismos defensi- (lema das Nações Unidas). endémica adentro das muralhas domésti-
tantes da emenda à lei das financas regio- vos ou pecaminosos; de resto, segundo o cas da nossa terra: a praga do alcoolismo
nais. Outrossim, decidi resistir à tentação preceito islâmico, o casamento não é sa- Em 1945, dos 51 países co-fundadores tem cara-de-gente; o abuso de crianças é o
de esmiuçar a “batalha-de-pétalas” dos cramento – é um contrato. das Nações Unidas, apenas 30 Estados- resultado visível da promiscuidade escar-
legionários do hermafrodismo lusitano, Se optarmos por não reparar no tempera- membros garantiam a igualdade cívica das nicadora do delírio consumista; o “laisser-
cuja “virilidade” homossexual não teve mento “misogynistic” do apóstolo Paulo mulheres. Para ultrapassar tamanha dis- aller” do facilitismo existencial continua a
pejo de vir ao terreiro convidar a opinião (deixemos o concílio de Trento para uma paridade, foi constituída uma Comissão desvirtuar a autonomia tradicional, outro-
pública a lançar cerejas ao cortejo das suas próxima conversa), o Cristianismo consi- incumbida da doutrina geral concernente ra tão ciosamente vigiada pela catequese
“bodas-nupciais”... dera a Mulher como parte integrante do aos direitos cívico-políticos da Mulher dos bons-costumes insulanos...
Assim seja. Acabem lá com isso de di- “povo escolhido”. Temos notícias de que (1952). Em frente! Fazemos parte da eternida-
zer que “a mulher é o mais belo defeito o doce Rabi da Galileia prezava muito a Entretanto em 1972, as Nações Unidas de, tal como o pingato faz parte da boa
da natureza”. Nem deusa nem serpente, a proximidade das companheiras. Jesus sa- aprovaram uma “resolução” no sentido de colheita. Hoje, não temos paciência para
mulher faz parte do maravilhoso barro hu- bia apreciar, em altíssimo grau, a beleza proclamar “1975 - ano Internacional da pesquisar se, afinal, Adão nasceu com ou
mano que, na inevitável opinião do signa- horizontal da convivialidade humana, com Mulher”: a conferência foi realizada na ca- sem umbigo! Contudo, temos o direito de
tário, tem sido a matéria-prima do Escul- idosos, criancas, e enfermos, e gentes de pital do México, com a presença de 1.000 imaginar que Adão nasceu devidamente
tor supremo: mercê do talento excelso do outras etnias (jamais esquecei o episódio representantes de 133 países; veio daí a apetrechado para o cumprimento integral
Criador, o barro inicial foi depressa trans- poético da conversa de Jesus com a jovem surgir a iniciativa de considerar 1976-1986 da paternidade.
figurado na mais fina porcelana genética... Samaritana, junto ao poço de Jacob...). - a década dedicada à Mulher. Vamos continuar a louvar o talento do
Imagino que a Mulher aprendeu a sorrir Durante o forçado “cruzeiro” colonial da Numa apressada pincelada poética, diria supremo Escultor que nos brindou com
(com justificado desdém) desde quando minha geração, houve certamente episó- que a ponta final do século XX foi um pe- a deusa fraternal chamada Eva. Sim,
ouviu dizer que era apenas o sal da cozi- dios infelizes que o tempo e a geografia ríodo auspicioso no idealismo fraternal dos caríssimas(os), o meu espanto já vem de
nha masculina. Sabemos que as religiões tentam arquivar nas catacumbas do silên- “descendentes” de Adão & Eva (os espe- longe, desde que comecei a soletrar notí-
monoteístas (judaísmo, cristianismo, is- cio... Não serve de atenuante admitir que cialistas em hebraico sustentam que Adão cias da “abençoada diferença”:
lamismo) tratam a Mulher com calculada “in the long run we are all dead.” Creio que significa “ser humano”, e Eva “vivência”). - Avé, Mulher - cheia de (g)raça: “...quem
parcimónia, embora a tradição rabínica na altura tomei nota dum provérbio africa- Vamos conjugar verbos no presente: temos te fez todo o pão da minha fome?”
glorifique as (suas) mulheres-profetas (Re- no que nos lembra: “a calmaria aparente o dever de interromper o “dolce-far-nien-
becca, Susana). Curiosamente, o tradicio- das águas não garante a ausência de cro- te” dos que ainda vivem distraídos pela
nalismo judaico ostenta algo em comum codilos”. Isto para acentuar que nos lares, crise global que continua imparável no seu
com o islamismo: a indisfarçável propen- nas escolas, nas fábricas (d’aqui e d’além) desfile tragi-carnavalesco. Crises não são
COLABORAÇÃO 11

Temas de Agropecuária
Egídio Almeida
Usar o poder político
egidioisilda@charter.net
e forçar legislação
Esta é parte de um editorial duzem em média entre 140.000 para tomar este sistema a pul- venha dar aos produtores um pre- servem, e em muitas áreas nacio-
de um perito na agropecu- e 150.000 libras de leite por mês, so. Mudanças substanciais tem ço razoável e justo, que acabará- nais a comunidade em geral.
ária, que nos indica clara- o que totaliza aproximadamente que ser imediatamente feitas no por beneficiar toda a Agricultura
1.700,000 libras de leite por ano. método de determinar os preços e aquelas outras industrias que a
mente os problemas que tei-
Subtraindo $13.00 (preço pago) pagos à produção, antes que seja

Sabores da Vida
mam em não desaparecer da dos 22.00 por cwt (custo) quer demasiado tarde.
indústria dos lacticínios dizer que o produtor médio na A indústria está precisando uma

N
#1 Ordem perdeu $9.00 por cada nova lei da agropecuária como
ão é nossa intenção 100 libras da sua produção anual, a “The Federal Milk Marketing
ser negativo nos nos- o que é igual a $150.000 dólares. Improvement Act of 2009” refe- Quinzenalmente convidaremos
sos trabalhos, mas Não admira portanto que muitos rida como (S-1645), e se quere- uma pessoa a dar-nos a receita
a realidade é que a produtores de leite por toda a Na- mos maior transparência na des- do seu prato favorito, com uma
agropecuária parece ter envere- ção estejam a lutar com dificul- coberta e formação dos preços do condição - que saibam cozinhá-lo.
dado por um beco sem saída, e dades financeiras, e perguntando leite, teremos que usar o custo da
o descontentamento geral mani- porque razão bancos e institui- produção nacional para chegar ao A nossa convidada nesta quinzena é
festa-se em muitos sectores desta ções financeiras, com melhores mesmos. Liliana Ribeiro, nascida na Terceira e
industria e outras que prestam possibilidades de recuperação re- Muitos são da opinião de que residente em San José, California.
serviços à mesma. O preço mé- ceberam as grandes ajudas finan- “The Chicago Mercantile Ex-
dio pago aos produtores de leite ceiras, enquanto a produção de change (CME)” não é mais de BOLO DE AMÊNDOAS
que vendem este às industrias leite recebeu em dois programas que uma fachada para servir os
transformadoras, e são reguladas Federais o valor de .60 cêntimos mais poderosos. Durante o passa- Ingredientes: 1 copo de amêndoas com casca, 1 1/2 copo de
pelas Ordens Federais #1 (Bos- por cada 100 libras. Assim, em do mês de Dezembro, o preço do açucar, 1 copo de farinha, 10 colheres de sopa de manteiga sem
ton, New York, e Washington, vez de perderem $9.00 por cada bloco de queijo baixou 27 cênti- sal, 2 colheres de sopa de Rum escuro, 2 colheres de chá de
DC, Ordem Geral) foi de $13.01 11.6 galões produzidos, o preju- mos nesta instituição financeira, essência de baunilha, 8 clara de ovos, sal.
por cwt. O custo total de produ- ízo foi apenas $8.40, enquanto enquanto as grandes companhias 1. Aquece-se o forno a 350º
ção nestas áreas, de acordo com que, executivos das maiores ins- comercializaram para trás e para 2. Coloque as amêndoas e 3/4 de copo de açucar no “food pro-
”Economic Research Service” tituições vão enxendo os bolsos a frente a enorme quantia de cesser” ate ficar finamente partidas. Transfira para uma tigela e
(uma divisão de USDA) foi entre das calças e jaquetas. Infeliz- 1.716 vagões de comboio cheios junte a farinha.
3. Derreta a manteiga num tacho em lume brando, junte o Rum e
$22.00 e $22.50 por cada cwt. mente, e ao contrário de credíveis do mesmo queijo. Agora compro
a baunilha. Ponha de lado e deixe esfriar.
Estes números reflectem (o total previsões, os preços do leite con- eu, e amanhã, compras tu.
4. Bata as claras em castelo com uma pitada de sal. Aos poucos,
económico custo de produção) tinuam a arrastar-se na casa dos Como mencionamos no início, junte o resto do açucar, continuando a bater até as claras estarem
tais como custos da vida familiar $13.00, muito aquém dos custos este artigo foi baseado num edi- firmes.
envolvida, valor do investimento, da produção nacional. torial de uma prestigiosa revista 5. Alternando, incorpore a mistura das amêndoas e a mistura da
etc. Ainda segundo estes analistas, as de agropecuária, com algumas manteiga nas claras até estar tudo bem misturado.
Em Janeiro de 2009 este edito- leis e regulamentos que presen- modificações, não deixando de 6. Unte uma forma de 10 polegadas, ponha a mistura na forma
rialista previa que os prejuízos temente regem os mercados do ser a opinião de muitos produto- e com uma espatula alise suavemente. Espalhe por cima 1/3
para um produtor de leite médio leite, nomeadamente os preços, res com quem temos contacto. de copo de amêndoas com casca às lascas. Vai ao forno por 40
na Ordem Federal #1 seria apro- estão urgentemente necessitando O que a industria deve fazer ime- minutos.
ximadamente entre $140.00 e de uma reforma, e o Congresso diatamente é usar o seu poder Tira-se do forno e arrefece. Espalha-se açucar fino por cima.
$150.000. Estes produtores pro- dos Estados Unidos tem falhado político e forçar legislação que

SJGI tem o prazer


de apresentar

Eduardo da
Silveira, M.D.
Diplomado em
Gastroenterologia.
Especialista em Doenças
do Fígado e do Aparelho
Digestivo.

O Dr. Eduardo da Silveira


fala múltiplas línguas
incluindo o Português,
Inglês, Espanhol e Francês.

Bem-vindos a San Jose Gastroenterology (SJGI)


Agradecemos a oportunidade de
oferecer os melhores cuidados médicos em
Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva.

Dois escritórios para o servir em San Jose


MONTPELIER OFFICE: 2340 Montpelier Dr., Suite A
O'CONNOR OFFICE: 231 O'Connor Dr.

Telefone: (408) 347-9001


12 COMUNIDADE 15 de Fevereiro de 2010

Hélio Tavares

Sonhava ter
um avião
Esta é a história simples de um homem, açoriano de
nascença, que um dia veio para a América, comprou
um avião aos pedaços e com ajuda de amigos, montou-
o e depois de ir à escola, pegou nele e voou pelos céus
da California durante vários anos. O mais longe que
voou foi até Louisiana, numa viagem de dezassete ho-
ras.

Hélio Tavares trabalhava na Base das char a sua sucursal na


Lajes, Ilha Terceira, para a RCA, ainda California e mudar
no tempo em que todos os equipamentos todo o pessoal para o
electrónicos eram a válvulas. Texas.
Depois veio a Motorola, que ganhou o O Hélio soube na altu-
contrato das Forças Armadas, já quan- ra, através de pessoas
do apareceram os transistores. Um dia, o amigas, que havia
seu supervisor americano, Mike Matona, uma vaga de técnico
disse-lhe que se ele quisesse poderia ir tra- para a Sonoma State
balhar para a Motorola na America. University.
O Hélio pensou que não seria fácil pois os Eram trinta e cinco
tempos eram outros. Tempos de Salazar. concorrentes e ele foi
Duas vezes por ano, o Hélio e Don Cook, o último a ser entre-
sargento americano, deslocavam-se ao vistado.
Consulado Americano em Ponta Delgada, Quando estava à es-
para ensaiar os equipamentos lá instala- pera de ser entrevis-
dos. Don contou ao Cônsul a conversa que tado, teve a sorte de
o Mike Matona tinha tido com o Hélio. saber que no labora-
O Cônsul Americano, Mister William, tório onde iria traba-
como o Helio o chamava, interessou-se lhar, havia um proble- brincar um pouco e logo ali ficou combi- se para ir com ele como observador, mas
pelo assunto. A America nesse tempo es- ma eléctrico existente já há muito tempo. nado que iria começar a receber lições. quando o Hélio entrou no avião, Jim virou-
tava a precisar de muitos técnicos devido à Começou a pensar no assunto e durante a Lembra-se bem que a primeira e segunda se para ele e disse-lhe: “Confio em ti, de-
guerra do Vietnam. entrevista ofereceu-se para consertá-lo. O lições foram terríveis. Queria olhar para ves ir sózinho”.
Passado uma semana, o Hélio recebeu do Hélio até propôs ao entrevistador que a re- os instrumentos e ao mesmo tempo olhar Ligou o motor, olhou para todos e com or-
Consulado toda a papelada necessária, paração da avaria fosse considerada como para fora e não conseguia concentrar-se. gulho chamou o seu amigo Ted na torre de
solicitando-lhe que tirasse o passaporte um teste aos seus conhecimentos. Conse- Começou a pagar $10.00 à hora e só à ter- controle e disse-lhe que estava pronto para
português quanto antes. guiu resolver a avaria e em vez de esperar ceira vez à que se sentiu bem. descolar. Ted disse-lhe; “Este é o momento
Teve que ir para a univer- que faz a diferença entre ser um miudo e
sidade para tirar aulas de um homem”.
navegação. Teve problemas O suor caía-lhe pela cara abaixo quando o
em passar o teste escrito. avião levantou suavemente. Deu algumas
Os problemas maiores eram voltas por cima do aeroporto e pediu licen-
em metereologia. Tudo era ca para aterrar e levantar de novo, várias
novo para ele. vezes.
Na sua cabeça já se via Quando por fim aterrou e se dirigiu para
dono de um avião. Um dia, o lugar donde tinha saído, estava lá muita
um amigo seu disse-lhe que malta amiga para festejar o acontecimento
havia um avião à venda com champanhe.
muito barato. Era um avião O Hélio fez oitocentas horas pilotando o
de três pessoas, um Piper seu avião e a viagem mais longa que efec-
Colt. tuou com um amigo foi a Louisiana.
Foi ao local indicado pelo Pararam em Las Vegas, depois no Grand
amigo e andou à procura Canyon, Arizona, San Antonio, Texas e
do avião e nada viu, até que depois foram a Louisiana buscar o filho do
um senhor lhe mostrou um amigo.
avião pequeno aos bocados O avião tinha capacidade de gasolina para
- asas para um lado, motor voar durante sete horas. No total foram de-
para outro, carlinga para zassete horas de voo a uma altitude de 6
outro. mil pés. Apanharam sempre vento norte,
Por aqueles bocados todos quer para lá, quer no regresso.
pediram-lhe quatro mil dó- O Hélio voou muitas vezes para Lake
Passado pouco tempo já o nosso amigo ti- duas semanas pela resposta da entrevista, lares. Tahoe, Reno, Los Angeles. Até para fazer
nha também recebido o contrato de traba- foi mandado chamar no dia seguinte e co- O Hélio sabia que o seu amigo engenheiro horas foi várias vezes beber café a Lake
lho da Motorola. meçou imediatamente a trabalhar. aeronáutico, professor na universidade, e Tahoe.
Quando foi ao Governo Civil para saber que tinha um avião de quatro pessoas, lhe De 1975 a 1976 pilotou, quando necessá-
do andamento do passaporte foi mal rece- Gostar de aviões ajudaria a montá-lo e resolveu comprar. rio, um antigo bombardeiro da Marinha
bido por uma funcionária que lhe disse na Foi uma grande surpresa para toda a fa- Americana (da II Guerra Mundial) - FE2,
cara, que nesse dia não havia passaportes Talvez porque trabalhou nas Lajes e todos mília. modificado para combater fogos em flores-
para ninguém. os dias via aviões a aterrarem e a levanta- Alugou um hangar em Santa Rosa e um tas. Tinha um tanque com a capacidade de
Por sorte conhecia o Governador do Dis- rem, ficou apaixonado por eles. dia trouxe numa camioneta, o avião aos 500 litros de retardante.
trito, Machado Pires, que frequentava Hélio foi viver para Cotati e lá havia um bocados. Também com o seu avião fez várias vezes
muito o Café Eskimó, onde ele ia de vez pequeno aeroporto, onde ia ver aqueles Primeiro começaram a trabalhar no motor reconhecimento de fogos.
em quando tomar a bica. pequenos aviões a voarem como pássaros. que estava bom, pois tinha passado recen- A Celeste, mulher do Hélio conseguia en-
Encheu-se de força e falou com ele, con- Até ia para Santa Rosa ver aviões. Come- temente o exame da FAA. trar no avião, mas mal ele fechava a porta,
tou-lhe a sua história e ele assinou o pas- çou então a pensar comprar um, mas pe- Depois do avião montado, pagou seiscen- ela saía e por isso nunca experimentou as
saporte nesse dia. Ao despedir-se o Gover- diam-lhe muito dinheiro. tos dólares para mandar vir o Inspector. delícias de ser conduzida na sua avioneta
nador desejou-lhe boa sorte dizendo que Conheceu um dia um reformado da For- Este ficou muito contente com o que viu e pelo seu marido. Os filhos andaram várias
ele ia para um bom país. ça Aérea que era instrutor de pilotos. Um aprovou a montagem. Nessa altura o Hélio vezes mas não gostavam muito.
Primeiro era para ter ido trabalhar para o dia ele disse-lhe que ia testar uma avioneta já tinha a sua carta de piloto que lhe per- Voou durante oito anos e a avioneta já ti-
Texas, mas a Motorola tinha uma sucursal que tinha andado a reparar, e perguntou- mitia voar sózinho. nha no total 1200 horas e o motor tinha
em San Francisco e foi assim que o Hélio lhe se ele queria ir com ele. O Hélio ficou Chegara o grande dia da vida do nosso que ser rectificado. Um dia fizeram-lhe
começou a trabalhar na California. Nesse excitado pelo convite e lá voou com aquele amigo. uma boa oferta e o Hélio vendeu a “meni-
tempo trabalhava a consertar televisões que seria um grande amigo seu, o já fale- Avião pronto e o inspector perguntou na dos seus olhos”.
que estavam em garantia. Era no tempo da cido Jim Alfa. quem iria testar o mesmo. O Hélio olhou A família apreciava mais os passeios no
transição dos televisores a válvulas para os Uma vez no ar, Jim disse-lhe para ele expe- para o seu instructor Jim Alfa e respon- barco que tinham, nos fins de semana,
transistorizados. rimentar. Ele nem sabia como fazê-lo, mas deu orgulhosamente que seria ele próprio quer no rio ou no mar.
Passado um ano, a Motorola resolveu fe- mesmo com as mãos a suar, lá conseguiu a testar o seu avião. O instructor ofereceu-
COLABORAÇÃO 13

Agua Viva
Filomena Rocha Portuguese
Athletic Club
filomenarocha@sbcglobal.net

Só se vive uma vez...


48 anos de actividade social e futebolística

J
aneiro fora cresce uma hora; e se bem contares, hora
e meia acharás.
Mas entrou já o Fevereiro, triste, melancólico, ávido
de Sol que não chega, um Sol de Inverno, pálido,
amargo, desapontado, e não é para menos pois do modo
que o mundo está, é quase impossível que até o Sol quei-
ra dar a cara à Terra onde os homens pouca estima lhe
têm, assim como uns pelos outros, que nem o Carnaval
conseguiu fazer vibrar de alegria. E alguns grupos carna-
valescos, os que consegui ver, fizeram-me rir, voltar aos
velhos tempos da ilha, mesmo que já nada seja o mesmo.
Ou serei eu que já estou a perder o sabor das coisas…
Deve ser, depois de tanto tempo ausente…
A verdade é que, em qualquer palco onde o apito toque, já
pensamos que é a percursão de outros apitos e que em vez
de danças e bailhinhos iremos ter futebol com ataques e
escutas sem vergonha e sem escrúpulo. Nada há de pior
que o atentado à honra de uma pessoa no seu trabalho,
seja ele qual for, em que a chantagem condicione o lu-
gar do ganha-pão de qualquer cidadão. É um verdadeiro
atentado à pessoa humana, não interessa a sua condição

C
social. Este PAC fundado em 1962 tem sido um grande orgu- elogiados todos os anos, quer pelo seu comportamento,
ondição social é a que não tem sequer o Povo lho da nossa comunidade portuguesa na Área da Baía, quer por tudo o que têm ganho. A convidada da noite
do Haiti, considerado um dos países mais po- quer no campo social, quer na sua vertente desportiva. foi Goretti Silveira, directora do PAC, que falou sobre a
bres do mundo. Os casinos do jogo e da perdi- Por este salão passaram grandes escritores, pintores, Língua Portuguesa numa sociedade como a nossa, que
ção eram apenas uma fachada para encobrir a políticos portugueses e foi dos primeiros a eleger causou alguma controvérsia.
uma mulher para Presidente. Os seus atletas têm sido Embaixo: sócios homenageados pelo Clube
maior miséria de todos os tempos em que viviam os seus
habitantes. Foi preciso a Terra tremer para pôr a nú essa
triste realidade, e que agora se tenha compaixão pelas vi-
das perdidas, pelos feridos, os mutilados, os sem pão e
sem um tecto que os abrigue do desespero e da desgraça
de antes e depois do terramoto. Ao ver tanta infelicidade
através da Televisão, fico a pensar quão felizes nos deve-
mos considerar e sermos agradecidos a Deus pela sorte de
ainda termos um espaço quente e aprazível neste Inverno
que tem fustigado muito lugar bonito desta e outras ter-
ras.
Mas, não há porque cair no desânimo. Devemos celebrar
com júbilo o que ainda temos e recordar os que no passa-
do fizeram alguma coisa para que o mundo fosse melhor
no presente. Não devemos esquecer entre outros Martin
Luther King e os 700 manifestantes a favor dos direitos
civis nos Estados Unidos da América, presos em Selma,
Alabama, e o que ele disse: “Acredito que a verdade sem
armas e o amor sem condições terão a última palavra.
É por isso que o bem, temporàriamente vencido, é mais
forte que o mal triunfante”. Tão pouco devemos esque-
cer Abraham Lincolm, presidente dos Estados Unidos da
América entre 1861 e 1865, quando disse: “Nenhum ho-
mem é suficientemente bom para governar outro sem que
esse outro consinta”. Esquecê-los, é tirar a razão aos que
durante anos lutaram pelos direitos humanos. Cada um
deve ter a coragem de lutar para manter os direitos que lhe
foram atribuídos como herança.
E como disse a actriz norte-americana Mae West: “Só se
vive uma vez, mas se for de maneira certa, uma vez che-
ga”.*

O pintor luso-americano João de Brito,


vai expor o seu mais recente trabalho na
galeria de arte Hidden Garden, na Costa
Rica.
Intitulada “Colors From The Heart”, a Exposição tem
como objectivo dar a conhecer a obra que o artista
criou durante o tempo que permaneceu na Costa Rica.
O pintor é reconhecido pelo uso expressivo de cores
brilhantes, no trabalho de paisagens e vistas marítimas.
João de Brito recorre ainda à utilização de imagens
açorianas de forma “a chegar à alma do observador e,
nesse sentido, considera que a sua arte cria um ambien-
te próprio de alegria e reflecte a celebração da vida -
uma visão permanente de um mundo brilhante “ .
Também escultor, Brito afirma “celebrar a coração da
minha terra natal, referindo-se à ilha de São Miguel e
revela “recorrer muito às suas memórias de criança e
ao que vai aprendendo nas visitas aos Açores”.
Nas obras do luso-americano, residente na Califórnia,
desde 1978, denota-se a influência de pintores como
Domingos Rebelo e Vieira da Silva. 1600 Colorado Avenue
Turlock, CA 95382
Carlos Tavares em “Atlântico Expresso” Telefone 209-634-9069
14 PATROCINADORES 15 de Fevereiro de 2010
ENTREVISTA 15

Steve Junqueiro
de clerk a Presidente
Seus avós vieram da Freguesia de res de Tracy.
Ligares, do Distrito de Braganca e Pelo lado paterno, Steve é sobri-
Concelho de Freixo Espada à Cin- nho/trineto do grande poeta portu-
ta, perto de Espanha, terra de muita guês Guerra Junqueiro. Nasceu em
neve e frio. Manuel Junqueiro com a Tracy, é casado com a Theresa e tem
familia veio por Nova York e sua avó dois filhos, Steven e Natalie. Embora
Maria Rosário Borges foi directa- tenha uma vida muito ocupada, Ste-
mente para o Hawaii em 1912 e três ve gosta de viajar, de estar com toda
anos depois veio para a California. a família e de brincar com a neta.
Casaram em Stockton e tiveram dois Joga golfe quando pode e participa
filhos, Art (pai do Steve) e David. em muitas actividades relacionadas
Art casou com Charlotte Parker, des- com a sua paróquia.
cendente dos primeiros colonizado-

Como foi que Steve Junqueiro chegou servimos. Tem sido sempre parte da nossa
a Presidente do Grupo Save Mart? cultura empresarial. O nosso proprietário,
Bob Piccinini, tem construido uma firma
Comecei a trabalhar no Save Mart como integrada verticalmente com distribuição
caixeiro na parte da fruta e legumes en- e fabrico próprios que nos permite ser
quanto estudava na universidade e nunca muito competitivos no mercado, indepen-
parei! Depressa fui promovido a compra- dentemente dos nossos concorrentes.
dor de fruta e legumes e tornei-me geren-
te do departamento em 1977. Mais tarde Quantas lojas Save Mart, Lucky e
fiquei como supervisor de frutas e legu- FoodMaxx é que o vosso grupo tem?
mes para a divisão da firma e em 1993 fui Quantos empregados?
promovido a director de frutas, legumes
e flores. Em 2004 fui promovido a Vice- Temos 199 supermercados Save Mart e
Presidente de operações da firma. Depois Lucky e 45 supermercados Food Maxx. A
da compra do Albertsons do Norte da Ca- firma tem 20.000 empregados.
lifornia em 2007, tornei-me Vice Presi-
dente Executivo e Chief Operating Officer Qual e a politica do Save Mart para
(COO) e em Janeiro de 2009 foi nomeado o futuro?
Presidente e COO.

Steve Junqueiro no seu escritório em Modesto

desto tem sido uma grande ex- rentes trajetos. O meu avô veio com a fa-
periência de colaboração entre o mília directamente de Portugal e a minha
Save Mart e os nossos clientes. avó veio através das ilhas do Hawaii onde
Tentamos responder aos pedi- permaneceu durante alguns anos como
dos dos nossos clientes na maior criança. Conheceram-se na Área da Baía
escolha de comida preparada e e mudaram-se para Tracy onde de dedica-
padaria, uma vasta secção de ram à agricultura. O meu pai nasceu em
frutas e legumes, uma grande Tracy, assim como eu.
‘loja dentro da loja’ para bebidas,
productos saudaveis, embalagens Qual é o seu relacionamento com a
Maxx Pack, produtos para ani- comunidade portuguesa?
mais de estimação e tudo isto no
supermercado mais bem decora- Crescendo em Tracy, estive sempre rela-
do e ‘eco-friendly’ construído até cionado com a comunidade portuguesa
hoje. através dos meus pais e avós. A nossa fa-
mília continua a estar envolvida na comu-
Fale-nos agora da sua veia nidade, incluindo a minha sobrinha que foi
portuguesa. Raínha de uma festa do Espírito Santo.

Os meus avós vieram para este


país da freguesia de Ligares,
Portugal [concelho de Freixo de
Espada à Cinta] tomando dife-

Num mundo de muita competição, A nossa política para o future é


como é que se sobrevive nestes tem- de agressivamente crescer em
‘market share’ em todas as áreas
pos de crise?
do Mercado. Estamos a princi-
piar a ver a poeira baixar depois
O Save Mart tem uma cultura muito forte
da aquisição dos supermercados
de ter o cliente como centro e temos orgu-
Albertson que duplicou o nosso
lho do nosso serviço ao cliente, qualidade
tamanho de um dia para o ou-
e dar aos nossos clientes o que querem e
tro. Continuamos a crescer em
precisam. Em tempos de crise, as esco-
volume de negócio, mesmo nes-
lhas, necessidades e exigências dos nossos
tes tempos dificeis, e temos mais
clientes mudaram e continuamos a mudar
oportunidades no alinhamento
com eles para os continuar a servir de for-
em curso dos armazéns, distri-
ma inigualável. Sem os nossos clientes,
buição, logística, operações do
não existiríamos. É a minha convicção que
supermercado e contratos empre-
em tempos dificeis faz-nos mais fortes e
sariais que nos farão ainda mais
tenho visto que tem sido verdade na nossa
fortes.
firma nestes tempos económicos dificeis.

Como e que o Save Mart se diferen- A nova loja de Modesto,


cia dos outros competidores? inaugurada esta semana,
tem um novo “look”. Qual foi
Somos uma firma que cresce e opera lo- a intenção?
calmente com fortíssimos laços com a co- Na nova Loja do Save Mart em Modesto pode-se ver esta variedade de couve flor, rica em cores
munidade em todas as comunidades que O novo supermercado em Mo-
16 COMUNIDADE 15 de Fevereiro de 2010

Carnaval na California
O MELHOR Teatro do Mundo

Se a Zé Enes e as suas amigas tivessem ido no barco do Vasco da Gama, ele nunca teria descoberto o Caminho
Marítimo para a Índia. Seriam demasiadas gambozinas para a cabeça dele.

Kevin Coelho muito bem na dança do pandeiro

As Heroínas estavam muito endiabradas este ano, com muito ritmo e muita cor. Sexy... Hélio Costa, da Terceira, foi o autor da Tourada em São Miguel e das Heroínas, parte II

Manuel Ivo - sempre presente no Carnaval


COMUNIDADE 17

O Gupo Carnaval de Artesia trouxe este ano uma Dança de Espada, cuja história de violência infantil, reflecte
bem a nossa sociedade de hoje. João Martins e todos os outros, estiveram bem nos seus papéis. Deu para pensar.
A dança chamava-se “Lar sem Amor”, de João Mendonça, da Terceira. Mestre: Patrick Sales.

O Convento das Emoções, de Hélio Costa, deu para rir toda a noite

Embaixo: Desabafos de Três Amigos, de João Mendonça. A interpretação dos músicos anões valeu a noite
18 COMUNIDADE 15 de Fevereiro de 2010

Casa do Benfica de San José sempre em festa

Dança de Espada “ROSAS BRANCAS PARA MINHA IRMÃ NEGRA”


Mestre: António Dutra

Crystal Mendes, Mestra da Dança de Senhoras “Os Chineses na Terceira”

Bailinho de Senhoras “OS CHINESES NA TERCEIRA”. Mestre: Crystal Mendes

Da esquerda para a direita: José Filomeno Dutra, Steve Maciel, Crystal Mendes, Orlanda
Mendes, Tony Dutra (mestre), Elsa Bettencourt, Vanda Toste, Lisa Sousa, Nello Betten-
court, Tiago Brasil e AJ Simões (autor dos assuntos)

O Carnaval de 2010 está sendo “forte” a Dança de Espada “Rosas Brancas para
como se diz na gíria e ainda nem chegámos Minha Irmã Negra” tendo como Mestre
ao dia de Carnaval própriamente dito. António Dutra.
Mesmo assim, já houve muitas danças que O Bailinho de Senhoras “Os Chineses na
animaram muitos salões da nossa comuni- Terceira” teve como Mestre Crystal Men-
dade, como se pode ver pelas fotografias des.
destas três páginas centrais. O Autor das 3 danças foi AJ Simões (São Bailinho de Crianças “A BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES”
O José Enes e Amigos, além de terem per- José, California).
corrido o Norte, o Centro e o Sul, segui- O ensaiador foi José Filomeno Dutra e as
ram no dia 11 para a Costa Leste onde vão músicas de AJ Simões e José Rocha.
actuar 18 vezes. Este grupo actuou nos seguintes lugares:
Hélio Costa, da Terceira, escreveu os dois PAC – San Jose
assuntos que eles apresentaram. Newark Pavilion - Newark
Por sua vez o Grupo de Carnaval de Arte- Watsonville WDES - Watsonville
sia, com o João Martins e Amigos, também T.D.E.S. Hall – Tulare
actuou na Área da Baía e Vale Central. Hall of São João – Hanford
A sua Dança de Espada tinha a autoria Azores Band – Escalon
de João Mendonça, bem como a comédia Nossa Senhora da Assunção – Turlock
“Desabafo de Três Amigos”. Por sua vez,
Helio Costa foi o autor do bailinho “O Na nossa próxima edição iremos mostrar o
Convento das Emoções.” resto do Carnaval.

A Casa do Benfica teve Bailinho de Crian-


ças “A Branca de Neve e os Sete Anões”,
COLABORAÇÃO 19

Lufada de Ar Fresco Comunidade Portuguesa


Paul Mello
pjmello87@yahoo.com ajuda Criança Autista

N
a edição de 1 de Maio de 2009 Agradecimento da família Zorra:
escrevi um artigo informativo
acerca do Autismo. Na altura O David e Kathy Zorra gostariam de apro-
fiz uma descrição detalhada do veitar esta oportunidade para agradecer a
Autismo e por isso não vou voltar a fazê-lo todos aqueles que de algum modo parti-
até porque no artigo “A Tragédia do Autis- ciparam no almoço de angariação fundos
mo” da última edição do Tribuna, o senhor para o seu filho Adam Zorra, que aos dois
Fernando Silva fez uma excelente descri- anos de idade foi diagnosticado com Au-
ção do Autismo. Em poucas palavras, o tismo. O almoço teve lugar no ISTW de
Autismo é uma desordem no desenvolvi- Watsonville no passado dia 6 de Dezembro
mento global das funções neurológicas e foi patrocinado pelo grupo de caridade e
que afecta a habilidade que uma pessoa bolsas de estudo do ISTW. Este evento foi
tem de organizar e compreender infor- um sucesso e tive mais de 500 pessoas pre-
mações transmitidas pelos seus sentidos. sentes. Foi servido tri-tip e galinha e houve
Uma pessoa autista geralmente apresenta arrematações, rifas, assim como uma con-
dificuldades na interacção social, padrões vidada especial de nome Velma Rodrigues
de comportamento restritos e repetitivos, (mãe de Brandon), que falou um pouco da
défices de comunicação (verbal e não ver- experiência de ser mãe de um filho autista.
bal) assim como falta de imaginação e in- A animação ficou a cargo do artista Alci-
teresses. des Machado, cujos serviços e 5 dólares de
Pessoalmente, tenho desenvolvido um cada CD vendido foram doados.
grande interesse pelo Autismo não só por O Adam vinha-se desenvolvendo tipica-
ocorrências familiares mas também pelo mente até aos 21 meses, quando foi vacina-
facto da sua prevalência estar a crescer a do com a vacina “MMR” que é uma vacina
um ritmo alarmante. Na década de noven- contra doenças como o Sarampo, Caxum-
ta, uma em cada 10,000 crianças era afec- ba, e Rubéola. Aos 24 meses de idade, o
tada pelo Autismo. Hoje, de acordo com a Adam perdeu o seu vocabulário e habilida-
Organização Generation Rescue, uma em de para brincar. Isto tem sido e continua a
cada 91 crianças são afectadas pelo Autis- ser uma longa e dura caminhada para nós;
mo. As estatísticas também mostram que, uma caminhada para recuperar o nosso
este ano, o número de novos casos de Au- filho que tem sido afectada por factores
tismo será mais elevado que o somatório financeiros pois os seguros não pagam os
do número de novos casos de cancro, dia- tratamentos ou terapia.. O Adam tem duas
betes, e SIDA em crianças. irmãs, a Davece e a Lesley que têm sido
Na artigo da edição de 1 de Maio de 2009, pilares de força. Elas têm sido forçadas a
descrevi a historia de um criança autista, o crescer rapidamente e são como mães para
meu primo Brandon Rodrigues. Dias após o Adam. Presentemente, o Adam está a fa- Zorra Family Thank You: ver our son which has created great finan-
a publicação do tal artigo, recebi várias zer tratamentos bio-médicos e está a recu- cial burden since therapies and treatments
mensagens de pessoas com jovens familia- perar aos poucos. Este evento mostrou-nos David and Kathy Zorra would like to take are not covered by insurance.
res a viverem uma situação idêntica à do a força da comunidade Portuguesa. Apesar the opportunity to thank all those who Adam has two sisters Davece and Les-
Brandon. Este foi o caso da família Zorra de estarmos todos a viver num período de participated in anyway at their son Adam ley who have been two pillars of streng-
que após ler o artigo rapidamente contac- dificuldades económicas, é de louvar o nú- Zorra’s Fundraiser. The Fundraiser was a th. They have had to grow up fast and are
tou os pais de Brandon, Velma e José Ro- mero de pessoas fizeram um esforço para luncheon at the ISTW hall in Watsonvil- Adam’s other Mommies. Currently Adam
drigues. E assim se formou uma amizade ajudar um jovem com autismo. Muitas pes- le on Dec. 6. put on by the ISTW charity is undergoing bio-medical treatments and
entre duas famílias que navegam águas soas nos ajudaram e a todas essas pessoas and scholarship group. This event was a is slowly improving.
muito semelhantes. Vários meses depois, queremos agradecer pelo vosso tempo, huge success with over 500 people atten- This event showed us the strength of the
a comunidade Portuguesa juntou-se para empenho e pelas vossas doações. Temos ding. There was an auction, raffles, guest Portuguese community. We are all going
apoiar a família Zorra e o seu filho Adam sido abençoados e queremos por este meio speakers Velma Rodrigues, a parent with through hard economic times and yet peo-
numa iniciativa que teve lugar no dia 6 de expressar a nossa gratidão para com a co- an autistic child, and myself, music by Al- ple found a way to come out and support a
Dezembro no ISTW em Watsonville. A se- munidade Portuguesa pelo impacto que cides Machado, whose services and $5 of little boy with Autism. There are so many
nhora Kathy Zorra, muito grata pelo apoio têm tido nas nossas vidas. Que Deus vos every CD sold at the event were donated, people to thank for all the time, donations
demonstrado, enviou-me uma mensagem abençoe e que Ele vos possa recompensar and a wonderful tri-tip and chicken lunch. and effort put into this event. We have
de agradecimento e expressou o desejo de de maneiras que nós não podemos. Mais Adam was developing typically until he been so blessed and want to express our
agradecer à comunidade Portuguesa. O se- uma vez, muito obrigado a todos que fize- was 21 months old. After he received his gratitude toward the Portuguese commu-
guinte texto corresponde a uma tradução ram deste evento um grande sucesso. MMR vaccine a change began to happen. nity on the impact that they have made in
do agradecimento original da autoria de By the time Adam was 24 months old he our lives. God Bless you and yours and
Kathy Zorra. had lost his vocabulary and ability to play. may he repay you in ways that we cannot.
This has been and continues to be a very Thanks again to everyone involved with
long and hard journey; a journey to reco- making this event a Great Success!
20 COLABORAÇÃO 15 de Fevereiro de 2010

Ao Sabor do Vento
José Raposo
Graças aos meus cães...
raposo5@comcast.net

A
cadela ladrou e eu acordei. Como não tinha mais nada que fazer a que afinal a cadela gostava de polícias deu
Olhei para o relógio, eram três não ser andar com os cães, perguntei-lhe uma grande gargalhada que deve ter acor-
da madrugada. O bicho conti- se pensava que essa lei fazia sentido. Ele dado o vizinho que se havia metido dentro
nuava a ladrar, mas, um ladrar disse que não fazia, mas que era pago para do carro ligando o motor e abalou.
diferente. Parecia que queria rebentar com cumprir a lei e não para pensar. Então o Ele, o polícia, volta-se para mim e diz:
tudo. Senhor quer me dizer que não pensa? - Aquele livrou-se da multa, graças aos
Coloquei a coleira nela e no maroto, abri a Como é que pode ser um bom polícia se teus cães...
porta e pareciam dois torpedos. Quase que não pensar? Faz as coisas por instinto? Ou
os não aguentei. a polícia anda assim, tão faminta, que tem
Eles queriam ir para um lado, porém eu lá que estar a dar multas aos carros às três da
os puxei para o outro. Depois de andar uns madrugada, quando deveria, talvez, estar
50 metros, um carro por trás de nós acen- a fazer uma coisa mais produtiva?
de as luzes muito altas e a rua ficou toda O homem não estava a gostar da minha
iluminada. conversa e avança mais para perto de mim.
Pensei que seria um carro de polícia, en- A Tirana dá uns berros, ele assusta-se e

Q
tretanto, como não podia distinguir, con- pergunta:
tinuei a minha caminhada e dei a volta ao ue diabo de cão é esse que eu
quarteirão ficando o carro à minha frente. nunca vi um assim? Eu na brin-
Vejo então um polícia de casaco de borra- cadeira disse:
cha amarelo por causa da chuva e estava a - É um cão polícia que não gos-
colocar uma multa num carro que estava ta de polícias e não se chegue muito para tor do carro a trabalhar mesmo em frente
estacionado. mim porque ela vai morder. à janela onde eles estavam a dormir. Você
Eu comecei a coçar na cabeça porque já Ora vocês imaginem às três da madrugada interrompeu o sono dos meus cães e eu de-
havia estacionado o meu carro lá tanta vez eu a discutir com o polícia. veria dar-lhe um “ticket” por ter disturba-
e perguntei a razão por que ele estava a Ele pergunta se eu me levantava sempre do a paz dos animais. Isso é uma cruelda-
multar o carro. Respondeu-me que em San àquela hora para andar com os cães ao que de e eu vou chamar a sociedade protectora
Anselmo é expressamente proibido esta- eu disse que não. dos animais e você até pode ser castigado.
cionar um carro durante a noite toda, em - Eles estavam a dormir e você acordou-os Os cães ficaram mais sossegados ao ponto
qualquer rua. com essas luzes muito fortes e com o mo- que ele até acarinhou a Tirana e dizendo foto de Rafael Medeiros
COLABORAÇÃO 21

Minho: Vinho Verde, Caldo Verde, Cana Verde


D
e todas as regiões portuguesas, Santuários de Nossa Senhora da Penada, tecção das gentes e seus haveres. Embora sagem, a beleza natural, a frescura e a ar-
não há nenhuma que se com- S. Bento da Porta Aberta, Nossa Senho- seja um grande admirador do rei D. Afon- quitectura são atributos exclusivos destes
pare em beleza, fé e tradições, ra da Abadia, S. Torcato e Nossa Senhora so Henriques e da cidade que lhe foi berço- dois locais aprazíveis.
a província do Minho. Dota- do Sameiro, são alguns dos mais visitados Guimarães, não deixo de o criticar por não Na culinária, os bolos de bacalhau, o caldo
da das mais maravilhosas serras do País, por peregrinos, em busca de conforto espi- ter ido primeiro para norte e só depois para verde, as papas de sarrabulho, o cozido à
tais como Peneda - 1.373 metros, Soajo ritual, embora haja um grande número de sul, pois, ter separado a Galiza do Minho, portuguesa, o arroz de lampreia e a posta
- 1.415, Amarela - 1.361, Gerez - 1.507 e outros santuários importantes denomida- é como separar dois gémeos, que embora barrosa, são alguns dos pratos tipicamente
Cabreira - 1.256 e de quatro rios principais dos abadias, mosteiros, igrejas e capelas. lhes permitam visitas, não os deixam viver minhotos, bem regados com o traditional
e seus afluentes, Minho - Coura, Lima- Não há povo que saiba assimilar duma ma- juntos, pois é o mesmo povo, os mesmos vinho verde.
Vez, Cavado - Homem, Rabagão e Ave. neira tão genuina a fé e o profano e a prova costumes e quase a mesma língua. Nos usos e costumes há muita mistura ga-
Concedem-lhe estes atributos físicos uma desta afirmação está nos grandes festejos O poeta raiano José Verde, natural de lega, pois a extensa raia, inevitávelmente
diferenciação profunda, no sentido positi- mistos que se realizam por todo o Minho: Monção, cuja casa onde nasceu se encon- põe os dois povos em permanente contac-
vo, em relação ao resto do País. O ema- S. João em Braga, Gualterianas em Gui- tra dentro das muralhas da vila e sobran- to, dando origem a permutas e influências
ranhado aspecto orográfico (montanhas) e maraes, Cruzes em Barcelos, Feiras No- ceira ao rio Minho, escreveu: “Vendo-os de culturas, muito parecidas, embora dife-
hidrográfico (rios) contribui sobremaneira vas em Ponte de Lima, S. Bartolomeu em assim tão juntinhos / A Galiza e mais rentes, incluindo a língua.
para o enriquecimento panorâmico do Mi- Esposende e Ponte da Barca e a rainha de o Minho / São como dois namorados /
nho, advindo daí a divisão em três partes todas as festas portuguesas, a romaria de Que o rio traz separados / quase desde Mas é no povo que o Minho tem a sua
distintas da vida rural nesta província: Nossa Senhora da Agonia em Viana do o nascimento. Deixá-los pois namorar / maior riqueza; gente de fé, honesta cordial
1) Parte montanhosa, onde por centenas Castelo. Todos os concelhos tem as suas Já que os pais para casar / Lhes não dão e trabalhadora, o seu coração abre-se ao
ou mesmo milhares de anos, se alojaram festas, ora misturadas com os santos ora- consentimento”. mesmo tempo que as portas da casa, num
povos que aproveitando a abundância de gos, ora simplesmente profanas, mas há Foi tambem em Monção que nasceu a he- gesto hospitaleiro, para receber quem deles
água que brota do seio da montanha, fo- festas onde a parte religiosa, com majes- roína portuguesa Deuladeu Martins, que se abeira. A sua sala de visitas e a adega,
ram cultivando pequenos pedaços de terra tosas procissões se sobressaem com muito com o seu espírito de iniciativa, fez com onde os amigos são tratados requintada-
(leiras) em planaltos e desfiladeiros, com nível e fervor religioso. Outro aspecto po- que os castelhanos deixassem de sitiar a mente, com um naco de broa, umas lascas
a ajuda de socalcos, ao mesmo tempo que pular das festas minhotas, que atrai muitos praça. de presunto, umas rachas de lombo de ba-
criaram o pastoreio em grande escala e forasteiro, são os cortejos etnográficos, os O folclore minhoto, os seus trajes, ora de calhau, bem regados com o vinho carras-
que é a principal fonte de receita para mui- festivais de folclore, grupos de Zés-Perei- tom escuro, guarnecido com vidrilhos e cão, tirado do casco reservado a amigos e
ta gente. ras, gigantones e cabeçudos, as rusgas e as missanga, ora de tom garrido, tecidos no servido numa malga vidrada, para formar
2) Depois vem as chamadas zonas ribeiri- sessões de fogo de artifício, cujos mestres tear caseiro e bordado por mãos hábeis e as no fundo a rosa, que prova a qualidade do
nhas, onde os escarpados graníticos cedem pirotécnicos estão espalhados por todas músicas regionais onde prevalecem o vira, vinho. As lavradas, segadas, malhadas,
o lugar a uma mais benévola paisagem. a região nortenha. O cavaquinho, a viola a cana verde e a chula, não tem rivais. vindimas e desfolhadas, são actividades
Os campos começam a ter mais superfície, braguesa e a concertina, são instrumen- A música regional portuguesa é a maior agrícolas que requerem esforço físico, mas
os acessos mais facilitados e o clima tor- tos tipicamente minhotos. Não conheço fonte de inspiração para a nossa música não teriam qualquer significado social, se
na-se mais propício à cultivação de vinho outra região portuguesa que tenha tantos popular e os cantares do Minho são res- no fim de cada dia de trabalho, não hou-
verde, frutas e cereais. palácios e casas apalaçadas, cujos portães ponsáveis por muita dessa inspiração. vesse na eira do lavrador, o vira, a cana
3) Finalmente, chegamos à orla costeira; frontais ostentam o brasão ou armas reais Nasceram, viveram, ou morreram no Mi- verde ou a chula, onde o som estridente da
aqui os campos são vastos e fecundos de- representativo de cada família nobre. Ou- nho, homens importantes das letras em concertina faz vibrar o coração e o brandir
vido à sedimentação e maresias, o que con- tro pormenor não menos importante, são Portugal, tais como: António Correia de das castanholas marca o ritmo das chine-
tribui muito para a produção de vegetais. os inúmeros castelos e fortificações, espa- Oliveira, Diogo Bernardes, Frei Agosti- las.
Depois desta resenha, muito superficial lhados por sítios estratégicos; muitos des- nho da Cruz, Aquilino Ribeiro, Camilo
do aspecto físico do Minho, permitam- tes símbolos militares ainda se encontram Castelo Branco, Antonio Feijo, Tomáz de
me que divague um pouco sobre o aspecto em bom estado, quer por conservação quer Figueiredo e Pedro Homem de Melo, ape- Manuel C. Rodrigues
social, cultural e espiritual do minhoto. A por restauração. Não nos devemos esque- nas para mencionar alguns.
antiquíssima cidade de Braga, e o centro cer que Portugal nasceu no Minho e tam- Fernão de Magalhaes, o navegador, teve as Richmond, CA
de formação e propagação da fé mais ac- bém aí nasceu o nosso primeiro rei e dadas suas origens em Ponte da Barca.
tivo e completo do País e não só, mencio- as constantes escaramuças entre Portugal Há duas estâncias de turismo no Minho,
nada muitas vezes como Roma Portuguesa e Leão e mais tarde Castela, tornou-se ne- que não têm rivais no resto do mundo por-
e cidade dos arcebispos. A sua Sé e museu cessário proteger as fronteiras e centros tuguês: Bom Jesus do Monte, em Braga e
de arte sacra, são dignos de uma visita. Os urbanos com tais fortificações, para pro- Santa Luzia, em Viana do Castelo. A pai-
22 DESPORTO 15 de Fevereiro de 2010

Taça da Liga
F.C.Porto-Benfica na final a 20 de Março no Algarve

O Benfica goleou Sporting (4-1) em Alvalade e carimbou o pas-


saporte para a final da Taça da Liga.
Com esta vitória, a equipa encarnada vai poder defender o título
conquistado na época passada. Já para os leões, a derrota assume
contornos dramáticos. Além de ser a quarta seguida para a equi-
pa de Carlos Carvalhal (Sp. Braga, FC Porto, Académica e agora
Benfica), significa que o único título ao alcance da equipa é, ago-
ra, a Liga Europa, na qual vai medir forças com o Everton.

Um grande golo de Mariano (81m) valeu ao FC Porto a vitória


sobre a Académica e consequente apuramento para a final da
Taça da Liga, onde irá defrontar o Benfica
Encontro disputado a ritmo elevado, com oportunidades de parte
a parte e com o FC Porto a bater-se com muitas dificuldades, tan- ofensivas da Académica, que se apresentou com um «espírito
to para passar o sector defensivo como para parar as investidas guerreiro» no Dragão.

Portugal vai prepa-


rar Mundial 2010
na Covilhã

A selecção vai mesmo realizar na Covi-


lhã o estágio de preparação para o Mun-
dial-2010, confirmou esta sexta-feira o
presidente daquela autarquia, Carlos Pinto.
«Terminámos o acordo de alguns detalhes
que faltavam e, portanto, está assente que
a Covilhã será o local em que a selecção
vai estagiar de meados de Maio até ao
princípio de Junho», disse o edil, em de-
clarações difundidas pela Antena1.
O responsável pela autarquia serrana as-
segurou que turma das “quinas” fará um
«trabalho sério e reservado, sem intro-
missões», mas Carlos Pinto assumiu, tam-
bém, desejar ver uma «parte de carinho
e vivência entre a selecção e a população
que gosta de futebol e desporto».
Posto isto, o edil confia que o estágio «vai
correr bem e a selecção vai sair da Covi-
lhã para a África do Sul com a moral em
alta para ter o melhor resultado possível».

In Abola

Sporting: época fraca traz quebra nas assistências


As menos conseguidas exibições do Spor- com FC Porto (5-2) e Benfica (4-1), res- a lotação do estádio ultrapassou os 50 por
ting têm vindo a afastar o público do Es- pectivamente. De acordo com os dados cento, algo que em 2007/08 aconteceu 11
tádio José Alvalade, que, em jogos orga- oficiais da LPFP, em 12 encontros (10 para vezes e em 2008/09 em sete ocasiões.
nizados pela Liga Portuguesa de Futebol a Liga e dois para a Taça da Liga), esti- Contudo, apesar de o Sporting ainda ter
Profissional (LPFP), apenas por três vezes veram em Alvalade 296 572 espectadores, mais cinco encontros em casa, apenas
teve mais de 50 por cento de ocupação. uma média de 24 714. a recepção ao FC Porto, da 21.ª jornada,
Com 18 jornadas disputadas na Liga por- Nas duas últimas temporadas, em 18 en- poderá levar mais adeptos a Alvalade, ao
tuguesa, o Sporting está já a 19 pontos do contros, Alvalade recebeu em média 25 contrário dos encontros com Vitória de
Benfica, além de já ter sido eliminado da 601 espectadores em 2007/08 e 26 396 na Guimarães, Rio Ave, Vitória de Setúbal e
Taça de Portugal e da Taça da Liga, com- temporada seguinte. Naval 1.º Maio.
petições nas quais sofreu pesadas derrotas Até este momento, apenas por três vezes Por Sapo Desporto c/ Lusa
PATROCINADORES 23

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do que se passa na nossa Comunidade
24 TAUROMAQUIA 15 de Fevereiro de 2010

Mais boas notícias Quarto Tércio


José Ávila
Forcados Amadores de Turlock em josebavila@gmail.com
São Jorge a 3 de Julho Por favor sentem-se

Forcados do Aposento de Turlock


num bom sofá, antes
de começarem a ler
esta coluna, porque

na Terceira a 23 de Abril a comoção pode ser


forte e poderão ter
algum fanico, até
porque estamos em
período de Carnaval
e tudo é possivel.

Calculem lá meu amigos, que a cabeça brilhante do líder


comunista nos Açores, Aníbal Pires, acaba de propor uma
lei, a proibir que os jovens até aos 16 anos possam assistir
às Corridas de Toiros de Praça.
Eu sempre soube, desde o 25 de Abril, que os líderes
comunistas viviam na Lua, mas este, além de viver na
Lua, ainda tem um apartamento em Marte.
Ao fim e ao cabo não me admira muito, porque os seus
avós históricos, como Staline, Lenine, Nikita Khrushchev,
também gostavam de proibir tudo na Rússia - imprensa
livre, rádio, televisão, livros, etc.. Já vem nos genes.
Aníbal deveria ter consultado um psiquiatra antes de
oferecer tal estapafúrdica ideia, que ficará nos anais da
história como a maior anedota do Carnaval de 2010.
E nós a pensarmos que havia pouca gente a escrever para
este tão célebre evento teatral.
Para si, meu caro Aníbal Pires, atiro-lhe todos os
chapéus que temos na California e que lhe façam bom
proveito. E tenha cuidado, não vá um toiro descarregar
toda a sua amabilidade em si.

As boas notícias correm depressa. vidados a participar na Corrida de de espírito. Quanto mais perto estamos de Abril ou Maio, mais
Os Forcados Amadores de Turlock Beneficiência a favor das Vítimas da Estamos numa fase de transição, em as expectativas aumentam em relação às Corridas de
depois de participarem nas Sanjoa- Agualva, a decorrer na Monumental que os Açores começam (tardiamen- Toiros nesta difícil temporada de 2010. A economia
ninas, pegarão 4 toiros na segunda de Angra a 23 de Abril. te) a compreender que as relações mostra sinais de recuperação, mas a maioria das nossas
Corrida da Feira Taurina da Sema- Aqui está a prova provada que pode- Açores / Comunidades, beneficiarão gentes que trabalham na agropecuária, ainda não viram
na Cultural das Velas a ter lugar a 3 mos ser parceiros com os açorianos sempre as nossas Ilhas, as nossas nenhum benefício disso. Leiam a excelente crónica do
de Julho. Por sua vez, os Forcados em manifestações culturais como es- gentes e as nossas culturas. nosso amigo Egídio Almeida na página 11, para melhor
do Aposento de Turlock foram con- tas. Haja sempre vontade e abertura Estamos todos de parabéns. compreenderem a situação.

Recordando o passado
Já disse uma vez e repito - esperemos que o bom senso
impere em todas as decisões das nossas organizações
festivas. Arrumem as grandezas para outros tempos de
vacas gordas. Tenho a certeza que melhores dias virão.

Na última corrida realizada em Las Vegas, os três


matadores saíram aos ombros. Se a corrida foi pobre
de matéria prima, embora com um cartel interessante,
faz-me pensar que os nossos amigos mexicanos estão a
proceder mal quando obrigam os matadores a deixarem-
se levar ao ombros, quando não houve merecimento para
tal. Chama-se a isto desacreditar a festa e tenho pena que
os matadores se deixem levar por estas fantasias em Las
Vegas.
Até penso que Las Vegas poderia ser uma coisa muito
interessante, se tudo fosse bem respeitado, como se faz
nas grandes terras de toiros. Seriedade é mais importante
do que “show off”. Seriedade implica conhecimento.
Seriedade implica tantas e muitas coisas que eu ainda
não vi em Las Vegas. Por favor, não transplantemos as
corridas realizadas em aldeias do Mexico para Las Vegas.
A Tauromaquia é muito mais importante do que isso.
Transplantemos sim, o que de bom se faz na Praça Mexico,
em Guadalajara, em Ajos, Aguascalientes e tantas outras
praças sérias desse grande País.
As corridas de Las Vegas deveriam ser a maior
oportunidade que temos para mostrar o que de bonito
tem a verdadeira Festa Brava, a um público que não está
habituado a ver tal tipo de espectáculo. Não percamos
isso de vista. É uma grande responsabilidade.
Hoje não conseguimos encher a praça em Las Vegas,
mas quero crer, se as organizações tomarem em conta a
seriedade do espectáculo e o dever que os artistas tem
de mostarem toda a sua arte, como fazem nas melhores
praças do mundo, um dia poderemos ver praças cheias de
entusiastas de uma nova cultura.

Aqui mesmo ao lado podem apreciar duas preciosas


fotografias distanciadas no tempo em cerca de 70 anos.
A primeira, na Praça de São João no princípio do século
XX. Podem observar como as pessoas de todas as
categorias sociais se vestiam para assistir a uma Corrida
de Toiros, tal como se fossem ao teatro ou à ópera.
Na segunda foto, no princípio dos anos 70, recordamos as
sempre pândegas, bem coloridas e copofónicas Touradas
dos Estudantes do Liceu de Angra do Heroísmo, que
ainda hoje perduram. Reconhecem-se Bertinho Pacheco
e o Carlos João Ávila.
PATROCINADORES 25
26 ARTES & LETRAS 15 de Fevereiro de 2010

Livra! Apenas

Tanto Livro!
Duas
Palavras
eu avancei para o interior em cata de al-
guém quando, ainda entre portas, ouvi o
léxico erudito (“isso é relativo”, “um acon-
tecimento inolvidável”, “chegar exausto ao Diniz Borges
dono cochichando para a mulher: Devem fim do dia”, “reagiu rispidamente”). Meti
ser estrangeiros. Trazem livros debaixo do conversa e perguntei-lhe de onde provinha d.borges@comcast.net
braço. o seu vocabulário. Tenho um Larousse na
Antes, porém, de o leitor se apressar a mesa de cabeceira, já segundo o novo acor-
queixar-se dos meus estereótipos, aviso do ortográfico, apesar de eu não concordar A crónica é um género literário extre-
Onésimo Almeida mamente interessante. Como se sabe

A
que venho já estragá-los. Num Inverno, no com ele - explicou. Contei aos colegas
elegante Hotel S. Pedro de Ponta Delgada, (estávamos ali por via de um colóquio na a crónica tem as mais variadas formas,
inda e sempre os livros, o papel desde a descritiva à poética, da histórica
nosso (meu?) de cada dia. notei que o porteiro preenchia a inactivi- Universidade dos Açores) e, no dia seguin-
dade das horas lendo concentradamen- te, de novo no bar, os quatro abancávamos. à jornalística, da dissertativa à humo-
E-mail de aluno solicita-me rística. É um género literário cultivado
o empréstimo de um a fim de te. Não resisti a meter conversa e, claro, Fui ao balcão encomendar bebidas e puxei
moveu-me logo o impulso de mexericar o conversa com ele, o Pedro. “Então ontem e apreciado em Portugal e nos países de
preparar a aula. Sem problema, mas vou língua portuguesa. recordo de ouvir al-
precisar depois de amanhã. Chega? Acho livro. Era de Albert Camus, já não recordo abriu o seu Larousse?”. “Não. Ontem foi
o qual. Não escondi o espanto e avancei a dia de Houaiss”. Fiquei menente, como se gures que o cronista era o poeta do quo-
que sim. No meu ritmo normal, tento ler tidiano.
um livro por dia e então será tempo sufi- indagar como o descobrira. A explicação diz lá na terra. Este homem também co-
veio em tom de Homessa! coisa mais sim- nhece o dicionário do Houaiss? A língua portuguesa tem tido magní-
ciente. ficos cronistas. Dos contemporâneos,
Com um ritmo desses, bate-me de longe. Voltei para junto dos amigos - o Francis-
co Fagundes, a Irene Blayer e um pintor um dos cronistas que mais gosto de ler
A casa chegam-me quase diariamente, é Onésimo Almeida. O seu estilo é cati-
mas lê-los, ainda que nule die sine linea, ilhéu, saído muito jovem para os States,
cuja fala portuguesa acusa alguma ferru- vante e o seu humor é refinadíssimo. As
nem com um curso de speed reading. E cá crónicas de Onésimo Almeida têm sem-
vêm as inevitáveis estórias a propósito. O gem e, quanto a escrita, a que mais lhe in-
teressa é a do pincel. Reproduzi-lhes o que pre algo profundo. Quando as lemos,
espaço não dá para muito, mas veremos. independentemente do tema, acabamos
Contarei contando os caracteres até atingir acabara de ouvir do nosso barman. Dali a
pouco, chegou ele à nossa mesa, resposta bem dispostos. É que o Onésimo é mes-
o limite imposto pela redacção. tre em encaixar no seio de cada crónica
Livro acompanha-me como peça de vestu- pronta em copos na bandeja. O pintor luso-
americano, sempre loquaz e intrometido, uma história, um relato anedótico, um
ário (e o carro leva suplentes, para além do acontecimento único, que se entrelaça
pneu). Serve para abafar tempos mortos, entabulou conversa de imediato. Ignoran-
do de que livro se tratava, repetiu o que com o tema geral de cada texto.
esperas, minutos imensos, prolongados Daí que não só vos convido a lerem a
na cabeça de quem subitamente fica no ouvira: Então anda a ler o Oaisse? E o Pe-
dro, na maior das calmas, porém sempre magnífica crónica de Onésimo Almei-
vazio de nada que fazer, porque não nas- da nesta Maré Cheia, como aconselho
ci contemplativo. De uma vez, a Leonor e cortês: Desculpe, mas o Houaiss não se lê;
consulta-se. os nosso leitores a comprarem os seus
eu íamos de barco da ilha Graciosa para livros.
a Terceira. A fome sentou-nos na sala de

Historiador
A Maré Cheia também presta uma pe-
jantar. Enquanto esperávamos pelo repas- quena homenagem a dois grandes nomes
to, fomos lendo, hábito não rotineiro mas americanos que recentemente falece-

Controverso
frequente, conforme os sítios e as circuns- ram.
tâncias. Por sinal, eram dois livros em in-
glês, o que deve ter posto à vontade o moço ples! Pois encontrara-o mencionado num
livro de Sartre. E fui conversando por ali Abraços
de uma mesa de folgazões terceirenses ao diniz
nosso lado, que comentou para a sua mal- fora todo aristotélico em cata da causa pri- Historiador e activista político norte-ame-
ta: Olhem-me estes dois aqui à esquerda. meira, mas cada livro encaixava sempre ricano tinha 87 anos de uma vida cheia de
Não têm nada que dizer um ao outro. noutro - o moço era autodidata e, por um, lutas. A sua “História do Povo americano”
ia chegando ao seguinte. vendeu mais de um milhão de exemplares entrevista. “A minha ideia era que o ponto
De outra vez, descíamos os dois rumo à de vista ortodoxo já tinha sido apresentado
Fajã das Almas, na bela ilha de S. Jorge. Caso raro? Talvez não, como o demonstra nos EUA.
esta outra estória fresquíssima que ainda A “História do Povo americano”, de milhares de vezes.”
Ao fundo da íngreme encosta, uma espla- A “História do Povo americano” tem mui-
nada repleta de silêncio (o marulhar não nem pus no frigorífico da minha colecção: Howard Zinn, foi publicada em 1980 com
De novo Ponta Delgada. O barman do Ho- pouca promoção e uma tiragem de apenas tos admiradores, entre eles os actores Matt
é barulho) convidava a um bom naco de Damon e Ben Affleck, que o introduziram
leitura regada com o o refrescante que à tel Camões é de uma freguesia rural. Im- 5 mil exemplares e transformou-se num
pecavelmente educado no trato, notei-lhe o best-seller, cujas vendas atingiram o mi- no guião do seu filme “Good Will Hun-
venda houvesse. A Leonor sentou-se e ting.” O CD “Nebraska” de Bruce Sprin-
lhão de exemplares em 2003. Com mais de
700 páginas, a obra, que lamentavelmente gsteen é parcialmente inspirado na obra,

Morreu JD Salinger nunca foi traduzida para português, relata


a história dos Estados Unidos, desde 1492,
assumidamente do ponto de vista das
que até apareceu nos Sopranos, nas mãos
de AJ, filho de Tony.
Nascido em Nova York em 1922, Howard
deste país. A Catcher in the Rye, original- “mulheres americanas, dos trabalhadores Zinn era filho de imigrantes judeus e so-
mente publicado no ano de 1951, vendeu fabris, dos afro-americanos, dos america- freu desde cedo a influência dos romances
mais de 65 milhões de exemplares em todo nos nativos, dos trabalhadores pobres, dos de Dickens. Aos 17 anos participou de uma
o mundo. O livro, escrito na primeira pes- imigrantes”. manifestação política convocada pelos co-
Sem meias palavras, Zinn acusa Cristóvão munistas que foi violentamente reprimida.
soa tornou-se um símbolo da adolescência
Colombo de genocídio e destaca heróis es- Participou na II Guerra Mundial na força
e da inocência perdida. A personagem de
quecidos pela história oficial: trabalhado- aérea para combater os nazis, ganhou uma
A Catcher in the Rye tem marcado várias
res, feministas e resistentes à guerra. “O medalha, mas, quando voltou, embrulhou-
gerações de jovens desde os anos 50 e é a e escreveu no papel: “Nunca mais”.
professor Zinn escreve com um entusias-
sem dúvida uma das obras de referência Doutorou-se em história pela Universida-
mo raramente encontrado na prosa da his-
da literatura norte-americana do último de de Colúmbia, mas a sua vida académi-
tória académica, e o seu texto está repleto
século. Salinger ficou ainda famoso por ca, como professor,sempre esteve ligada às
de citações de líderes operários, resistentes
ser na realidade um escritor recluso. Foi à guerra e de escravos fugitivos”, escreveu diversas lutas - pelos direitos civis, contra
citado algumas vezes como tendo dito que Eric Foner, do New York Times Book Re- a guerra do Vietname, entre outras.
havia uma grande paz quando não se era view sobre esta obra vibrante. Aposentou-se em 1988, e passou os últi-
Com 91 anos morreu a 28 de Janeiro o publicado. Disse ainda que adorava escre- Numa entrevista dada em 1998, Zinn afir- mos dias de trabalho num piquete de gre-
escritor JD Salinger, autor de entre ou- ver, mas para si próprio. Daí que são enor- mou que não queria escrever uma história ve, junto com os seus alunos, em apoio à
tras obras o livro A Catcher in the Rye mes as suspeitas sobre o que terá deixado objectiva ou uma história completa. Ele greve das enfermeiras do campus.
(À Espera do Centeio em português). Um nos baús. Recusou, sistematicamente, a considerou o seu livro uma resposta aos Além de obras de história, Zinn também
daqueles livros que ao longo dos anos tem adaptação do livro ao cinema. Também trabalhos tradicionais, o primeiro capítulo, foi dramaturgo, sendo autor de três peças
sido banido de bibliotecas e escolas. Um recusou escrever qualquer continuação à não o último, de um novo tipo de história. de teatro. A sua mulher de toda a vida,
livro marcante que felizmente ainda conti- narrativa de A Catcher in the Rye, dizendo “Não existe isso de história completa: toda Roslyn, dramaturga, morrera em 2008. O
nua a ser lido e discutido por muitos jovens “leiam o livro outra vez, está tudo lá.” a história é incompleta”, disse Zinn nessa casal teve dois filhos.
nas escolas secundárias e universidades in esquerda.com
COLABORAÇÃO 27
28 ENGLISH SECTION 15 de Fevereiro de 2010
s er v i n g the portugue s e – amer i c a n c ommu n i t i e s s i n c e 1 9 7 9 • E N G L IS H S E C T I O N

Ideiafix
portuguese
Miguel Valle Ávila
miguelvalleavila@tribunaportuguesa.com

Steve Junqueiro,
Save Mart President
His grandparents came from the Portuguese village of Ligares, district of
Bragança and municipality of Freixo de Espada à Cinta, near the border
with Spain, land of snow and cold weather. His grandfather Manuel Junquei-
ro arrived in New York with his family and his grandmother Maria Rosário
Borges went directly to Hawaii in 1912 and after three years came to Cali-
fornia. They married in Stockton and had two sons, Art (Steve’s father) and
David. Art married Charlotte Parker, a descendant of the first Tracy pione-
ers. On his paternal side, Steve is the great-great-grand-nephew of the great
Portuguese poet Guerra Junqueiro. Steve was born in Tracy, is married to
Theresa and has two children, Steven and Natalie. Even though he has a very
busy life, he finds time to travel, be with his entire family and plays with his
granddaughter. He plays golf when he can and is active in his parish.

How did Steve Junqueiro become peerless manner. Without our customers,
President of the Save Mart Group? we don’t exist. It is my contention that tou-
gh times make us stronger and I have seen
I started working for Save Mart as a pro- this to be true for our company in these
duce clerk in 1974 while I was attending very tough economic times.
college and I never left! I soon became a
produce department merchandiser, then How does Save Mart distinguish it-
a produce department manager in 1977. self from the other competitors?
Later I became a Produce Operations Su-
pervisor for a division of the company and We are a locally grown and operated com-
then in 1993 was named the Director of pany that has extremely strong community
Produce and Floral. In 2004 I became the ties in all of the communities in which we
Vice President of Operations for the Com- serve. This has always been part of our
pany. After the company acquired Nor- culture. Our owner, Bob Piccinini, has
thern California Albertsons in 2007 I was built the company to be vertically integra-
named Executive Vice President and Chief ted with self distribution and manufactu-
Operating Officer for the company and in ring that allows us to be very competitive
January of 2009 was named President and in the marketplace, no matter who we are
COO. competing against.

In a highly competitive industry like How many SaveMart, Lucky, and


yours, how do you survive in a time FoodMax supermarkets does your Our outlook is to aggressively grow our Your newly opened supermaket in
of economic crisis? group have? How many people do market share in all of our market areas. Modesto has a new look. What is the
you employ? We are just seeing the “dust settle” in the intent?
Save Mart has a very strong, customer aftermath of the Albertson acquisition
centric culture which prides itself on cus- We have 199 Save Mart and Lucky Stores which double our size overnight. We con- Our new store in Modesto has been a great
tomer service, quality and providing our and 45 Food Maxx Stores. The company tinue to grow our business, even in these experience of collaboration between Save
customers with what they want and need. has 20,000 employees. very tough times, and we have more op- Mart and our customers. We have attemp-
In tough economic times, our customer’s portunities in the ongoing alignment of ted to answer all of the requests that our
wants, needs and demands have shifted our warehousing, distribution, logistics, customers have shared with its’ larger
and we continue to shift with them and What is the Save Mart future ou- store operations and enterprise procure- offering of prepared foods and Bakery,
make sure we continue to serve them in a tlook? ment that will strengthen us even more. expanded Fresh Produce, large “stores wi-
thin the store” featuring Beverages, Heath
and Wellness, Maxx Packs and Pet Care,
and all in our most Eco-friendly, beauti-
fully appointed store built to date.

Tell us about your Portuguese back-


ground.

My Grandparents came to this country


from the village of Ligares, Portugal taking
different routes. My grandfather Manuel
Junqueiro came over with his family direct
from Portugal and my grandmother Maria
Rosário Borges came in 1912 through the
Hawaiian Islands where she spent a few
years as a young girl. They met in the Bay
Area of California and moved to Tracy
where they began farming. My father was
born in Tracy as I was.

What is your relationship with the


Portuguese American community?

Growing up in Tracy, I was very well con-


nected with the Portuguese community
through my Grand Parent’s and Parent’s
involvement. Our family has continued to
be involved in the community up to and
including my niece’s as a queen in the
Holy Ghost festivity.

Junqueiro - Step by step to the top


ENGLISH SECTION 29

Testimony of Allan Katz,


Ambassador Designate to
the Portuguese Republic
Senate Foreign Relations Committee renewed hostilities between Israel and
Lebanon. Historical, linguistic, and
Chairman and Members of the Com- family connections have also made
mittee, Portugal one of Timor-Leste’s (East
Timor’s) strongest supporters and big-
I am gre- gest aid donors since independence in
atly ho- 2002. The Portuguese are also directly
nored to contributing to the police component
be here of the UN mission in Timor-Leste with
today as 164 Republican National Guard tro-
President ops.
Obama’s Portugal remains one of our most ste-
nom i nee adfast NATO allies, and this excel-
to be the lent military-to-military cooperation
next Uni- is most evident in the long-standing
ted States presence of the U.S. Air Force’s 65th
Ambas- Air Base Wing at Lajes Air Base in the
sador to Azores. In addition to being an emer-
Portugal. I am humbled by the confi- gency landing strip for the Space Shut-
dence and trust that the President and tle, Lajes is home to one of the USAF’s
Secretary Clinton have placed in me, longest air strips and largest fuel de-
and I pledge that if confirmed, I will pots outside the United States. While
work closely with the President, the Lajes’s mid-Atlantic location is of stra-
Secretary, and Congress to advance tegic value to the U.S. military, the in-
our nation’s interests in Portugal and creasing range of our military aircraft
to promote cooperation on issues of is reducing the need to maintain a gar-
mutual concern. I am further honored rison of over 700 airmen on the island.
by the kind words of introduction from We seek new long-term missions that
Senators Nelson and LeMieux, my will help the USAF and Portugal keep
home state Senators. Lajes both ready and relevant long into
I am sorry my wife of 33 years and the the future.
love of my life, Nancy Cohn, who ser- Another area where both Portugal and
ved the United States as a Peace Corps the United States are working together
volunteer in Brazil, cannot be here, is in Lusophone Africa, where many
but she is in St. Louis celebrating her opportunities exist for trilateral coope-
mother’s 88th birthday. I am proud to ration, particularly in Guinea-Bissau,
introduce my two sons: Ethan Katz, which is struggling to develop its de-
who is a professor of History at the mocracy and fighting hard to combat
University of Cincinnati; and Matthew the scourge of the drug trade.
Katz, who is a graduate student in Pu- While U.S.-Portuguese trade is relati-
blic Policy at the University of Chicago. vely small, the United States still ex-
My father was forced to leave school at ported $2.6 billion worth of goods in
age 14 in Nazi Germany, so my family 2008 and imported an estimated $2.4
takes enormous pride in our educatio- billion. While total Portuguese tra-
nal successes and in our commitment de has increased dramatically over
to public service. They are truly what the last 10 years, the U.S. percentage
make America great. of Portugal’s exports and imports has
I have had the privilege of serving peo- been growing at a slower rate. U.S. fir-
ple, both in the private and public sec- ms play significant roles in the pharma-
tors. I have been a practicing attorney ceutical, computer, and retail sectors in
for 25 years and had a seven-year te- Portugal. Lately, Portuguese firms have
nure as an elected City Commissioner been particularly active in the U.S. re-
for the City of Tallahassee. In that ca- newable energy sector, with Portugue-
pacity, as well as in my legal practice, I se wind energy developer EDP alone
have dealt with a broad range of issues, planning to invest $4 billion in the sec-
including growing energy needs in our tor over the next two years.
community and around the world, as If confirmed, one of my key aims will
well as complex business negotiations. be to employ public diplomacy efforts
I hope to be able to put these skills to to strengthen the Portuguese public’s
good use if confirmed. positive attitudes towards the United
For the Portuguese Republic, NATO States and provide the Portuguese pu-
and the transatlantic relationship with blic a deeper understanding of our poli-
the United States represent the cor- cies, culture, and history. A key compo-
nerstones of its foreign policy. Signifi- nent of our public diplomacy program,
cantly, Portugal will host NATO’s next the Fulbright program, celebrates fifty
Summit meeting in late 2010. Befitting years in Portugal in March. Over two
of a founding member of NATO, Por- thousand American and Portuguese
tuguese troops stand side by side with students and scholars have participated
our U.S. men and women in uniform in in this program. Without a doubt, the
Afghanistan with the goal of bringing Fulbright program has played a critical
stability and security to Afghanistan. role in establishing and nourishing the
Portugal will have nearly tripled its strong ties in all sectors between the
commitment to the International Secu- United States and Portugal.
rity Assistance Force since the summer Over one million Americans, including
of 2009 with the scheduled deployment three of our U.S. Congressmen, are of
of a caveat-free, company-size infantry Portuguese descent. Our country, from
unit this month, heeding the President’s Hawaii to California to Rhode Island,
December call for our NATO allies to is bound to Portugal by common va-
meet the increased U.S. contributions lues, by history, and by blood. We are
to ISAF with their own. family. If confirmed, I will work hard
Portugal is also a contributor to UN, to maintain the bonds that the Luso-
NATO, and EU missions around the American community, our men and
globe, and recently concluded its one- women in uniform, and my diplomatic
year mission as the flagship in NATO’s predecessors have built.
counter-piracy Operation Ocean Shield Chairman, Members of the Committee,
off the coast of Somalia; in Kosovo, thank you for granting me the honor of
where Portugal has over 250 troops appearing before you today. I am plea-
serving with NATO-led Kosovo Force sed to answer any questions you may
(KFOR); and in Lebanon where a com- have.
pany of army engineers serves along-
side other UN peacekeepers to prevent
30 ENGLISH SECTION 15 de Fevereiro de 2010

Our Lady of Good Voyage


California Chronicles
Ferreira Moreno

S
ometime ago I wrote a Good Voyage is venerated in
couple of chronicles, in two small churches, respectively,
Portuguese, about the in two localities: in Barca since
presence (figuratively 1935, and in Areia Larga since
speaking) of Nossa Senhora da 1981. On Faial Island, Our Lady
Boa Viagem (Our Lady of Good of Good Voyage is honored at an
Voyage) in the Azores Islands. old chapel at Horta and at a mo-
Recently, through the friendship dern chapel at Castelo Branco.
of José Nunes Simões, I learned And now, from the Azores Islan-
of Our Lady’s similar presence in ds, we will journey on to the Ca-
a small community belonging to nadian territory.
the Canadian Province of Toron- José Simões, born on Terceira
to. However, before t present that Island in 1934, went to Canada
story, I will detour briefly for an in 1964. Four months later, his
excursion to the Azores. wife and children joined him.
Starting on Santa Maria Island, They settled in the little town of
we find Our Lady of Good Voya- Streetsville, where more than one
ge in a small church erected in the hundred Azorean families had
18th century in the hamlet called already established residence.
Santana. On São Miguel Island, With the pastor’s approval, the
the parish church of Calhetas Azorean community secured the
(1ittle coves) holds Our Lady of servi’es of a visiting priest to pro-
Good Voyage as its patroness. vide religious assistance in Portu-
A beautiful statue represents her guese. Even though he was a Du-
standing on a boat, tossed by tch native, the priest could speak
stormy waves, with a fisherman fluent Portuguese after spending
at her feet, apparently seaking di- many years as a missionary in Our Lady of Good Voyage’s Procession at Corpo Santo, Angra do Heroísmo. Terceira
vine intercession. At Calhetas, Brazil. And so, as of December
the 18th century church is actu- 1970, the celebration of Mass in
more than 600 people in atten- cated about 30 miles northeast of Portuguese fisherman who res-
ally a replacement of a 17th cen- Portuguese began to take place at
dance. Boston, Massachusetts, one of cues a rich boy who fell off an
tury chapel originally built by the the St. Joseph’s parish church in

I
After the statue’s arrival in May the parish churches is dedicated ocean liner, was set aboard the
Grand Captain Francisco do Rego Streetsville.
of 1972, a great festival took place to Our Lady of Good Voyage. Gloucester fleet.
de Sá on his vast properties. n March of 1971 the Portu- in the month of August, followed The town was founded in 1623, The novel was made into a major
Moving to Terceira Island, in the guese Canadian Integration by a succession of similar festi- and the church, was erected in movie with the same title in 1937,
area of Corpo Santo at Angra, the Movement was organized vals held annually until 1976. 1889. Over the years, Gloucester and starred Spencer Tracy, (who
primitive chapel built by the fi- with Simões’ election as They included church evening lost so many of its sons to the won an Oscar for the role of the
shermen and originally dedicated its president. A suggestion was services, outdoor processions, ravages of the sea that the town Portuguese fisherman), Freddie
to St. Pedro Gonçalves, eventu- made to select a patron saint, and open air Mass at the Park, with thought it fttting to set up a me- Bartholomew, (the rescued spoi-
ally became known as Our Lady the final choice favored Our Lady bazaar, music concerts, dancing, morial to them. The Gloucester led rich-boy), Lionel Barrymore,
of Good Voyage church, because of Good Voyage. At the same food and refreshments. Fisherman (also known as The (the crusty’owner of a fishing
it displays a very ancient statue time, it was opted to acquire a re- Meanwhile, in 1974, Streets- Man at the Wheel) is one of New vessel), Mickey Rooney, Melvyn
with that invocation. On São plica of a statue representing Our ville was incorporated into the England1s most famous statues, Douglas and John Carradine.
Jorge Island, there is a charming Lady. In order to obtain the ne- City of Mississauga, but Our with a plaque that reads, “They Captains Courageous was rema-
chapel, built by the people at Por- cessary funds for the real- ization Lady of Good Voyage still keeps That Go Down to the Sea in de as a TV movie in 1977 with
tal and dedicated to Our Lady of of the project, the P.C.I.M. held a company with her faithful at St. Ships, 1623-1923. Karl Malden and Ricardo Mon-
Good Voyage. picnic in September of 1971, with Joseph’s church. Rudyard Kipling’s 1897 novel talban.
On Pico Island, Our Lady of an open air Mass at the Park and In Gloucester, a fishing town lo- “Captains Courageous”, about a

Feb 21 Official Visit IDES Co# 154 Tracy Elks Dolores Nunes
SES Co # 5 Lodge #2031 209-833-3230
Social: noon District 31 6400 W 11th St
Lunch: 1:00 p UPEC Co #137 Tracy, CA RSVP by 2/15
UPPEC # 66

Feb 27 Official Visit SES Co # 68, 74 Maxwell Inn Mary Arozo


81 Oak ST 530-438-2856
Social: 12:00 District 23 & UPEC Co # 64 Maxwell, CA
Lunch: 1:00 24 RSVP by
UPPEC Co 2/22 Required
# 7,78,119
March 6 Official Visit IDES Co # 173 Carrows Fami- Albertina
ly Restaurant Goulart
9:00 AM District # 56 SES Co # 49 12325 Moun- 909-731-9876
tain Ave Lucia Batista
UPEC Co # 43 Chino, CA 909-797-0879

March 14 Official Visit IDES Co # 33 Stockton Ball- Gerry Trigueiro


room 209-952-9012
Social:12:00 PFSA Co # 18 UPEC Co # 24 9650 Thornton
Lunch: 1:00 Rd Addico Cattuzzo
UPPEC Co 138 Stockton, CA 209-369-4318

March 28 Official Visit PFSA Co # 45 Hometown Cleda


Buffet Rodrigues
Cost per FRESNO 458 W. Shaw
person: $10.00 Clovis, CA 559-875-6187
prepaid by 3/10 (Peach/Shaw)
$12.50 at the RSVP by
door 3/10
COMUNIDADE 31

Fraternalistas do Ano

Fraternalistas do Ano: Henry D. Silveira (S.E.S.), Philip Heinemann (O.W.O.W.), Isolete Grácio (U.P.E.C.), Ailene T. Cardoza (U.P.P.E.C.), Fred Maranzino, Agnes Terra
(S.P.R.S.I.), Sharon Ogg (I.O.F.), Chris Lewis (K.of C.), John O. Ávila (I.D.E.S.)

Aspecto geral do Salão onde se realizou o almoço de confraternização


Chris Lewis (filho de Jerry Lewis), foi o convidado de honra do almoço
de reconhecimento aos Fraternalistas do Ano de 2009. Falou sobre
a American Wheelchair Mission. Cem milhões de pessoas em todo o
mundo precisam de cadeiras de rodas. Knights of Columbus desde 2003
já entregaram 20,000 cadeiras em muitos países à volta do mundo.
Chris Lewis foi reconhecido como Fraternalista do Ano em representa-
ção do Knights of Columbus.

Tomada de posse dos novos Oficiais do California Fraternal Congress, Branch # 1

No fim da cerimónia, cantou-se “God Bless America”

Frank Maranzino, Presidente da K.of C. entregando uma placa a Olga


Boue, em reconhecimento pela sua dedicação e assistência ao Presidente
e Oficiais do California Fraternal Congress, Branch #1
32 ÚLTIMA PÁGINA 15 de Fevereiro de 2010

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