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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

CAMPUS AVANÇADO Profª. MARIA ELIZA DE A. MAIA


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

LEANDRO GAMELEIRA DO RÊGO

‘CONSIDERAÇÕES SOBRE A UTILIZAÇÃO DA INTERNET NAS ATIVIDADES


EMPRESARIAIS NO MUNICÍPIO DE PAU DOS FERROS – RN

Pau dos Ferros, RN


2007
LEANDRO GAMELEIRA DO RÊGO

‘CONSIDERAÇÕES SOBRE A UTILIZAÇÃO DA INTERNET NAS ATIVIDADES


EMPRESARIAIS NO MUNICÍPIO DE PAU DOS FERROS – RN

Monografia apresentada ao Departamento


de Economia de FACEN/UERN, como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Econômicas da
Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte - UERN.
Orientador Prof. Demetrius de Oliveira
Marques.

Pau dos Ferros, RN


2007
LEANDRO GAMELEIRA DO RÊGO

‘CONSIDERAÇÕES SOBRE A UTILIZAÇÃO DA INTERNET NAS ATIVIDADES


EMPRESARIAIS NO MUNICÍPIO DE PAU DOS FERROS – RN

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em


Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN,
pela comissão formada pelos professores.

Monografia apresentada em: ___/___/2007

__________________________________
Prof. Ms. Demetrius Marques de Medeiros
UERN – CAMEAM – Presidente da Banca

__________________________________
Prof. Ms. Enéas Dantas da Silva Neto
UERN – CAMEAM – Membro da Banca

__________________________________
Prof. Bl. Pedro Leonardo Ferreira dos Santos
UERN – CAMEAM – Membro da Banca

__________________________________
Leandro Gameleira do Rêgo

Pau dos Ferros – RN


2007
O maior empecilho à realização do
trabalho de uma pessoa é a dependência
de outra.
DEDICATÓRIA

A meu pai, Roldão Gameleira do Rêgo, e minha mãe, Maria das Graças
do Rêgo, que durante toda a minha vida lutaram para que eu tivesse a chance de
chegar até aqui, eles merecem essa homenagem.

A minha filha, Ayssa Aires do Rêgo, foi pensando nela que tive forças para
enfrentar as dificuldades nessa caminhada, é por ela que eu luto e dou sentido aos
objetivos de minha vida.
AGRADECIMENTOS

A minha esposa, Ivoneide Aires Alves do Rêgo, pela compreensão e


paciência nos momentos de minha ausência em casa.

Aos colegas e professores pelas palavras de incentivo que motivaram à


conclusão deste trabalho.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para que eu concluísse


essa jornada, pois eles removeram muitos espinhos no caminho.
Resumo

Este trabalho tem por objetivo apontar algumas considerações sobre a influência
que a internet tem sobre os negócios empresariais no caso específico do município
de Pau dos Ferros, trazendo uma explanação com relação ao uso que as empresas
fazem deste recurso tecnológico e à qual a perspectiva que os empresários do
município estudado têm sobre a potencialidade desta ferramenta em seus
empreendimentos. A discussão apresentada tem como base de fundamentação
referenciais teóricos de livros e artigos de autores como Fuoco e Medeiros,
conceituados no assunto, publicados em jornais, revistas e sites da internet e em
uma pesquisa de campo sobre a utilização da internet pelas empresas do município,
realizada especificamente para este estudo. Para isto, é feito um breve histórico
sobre o surgimento e evolução das máquinas e da rede mundial de computadores e
das atividades comerciais desenvolvidas utilizando-se da internet, também é
abordado como a internet pode contribuir positivamente nas ralações empresariais.
Sendo ainda feita uma análise do uso que as empresas do município de Pau dos
Ferros fazem da internet e da percepção que os empresários têm dos benefícios de
se estar conectados a rede. As considerações aqui expostas, bem como os dados
obtidos na pesquisa de campo realizada para este trabalho e a análise apresentada
sobre esses dados servirão como base informativa a trabalhos e estudos
posteriores.

Palavras-chave: Competitividade, Computador, Empresas Virtuais, Internet.


Abstract

This work has for objective to point some comments about the influence that the
Internet has on the enterprise businesses in the specific case of the Pau dos Ferros
city, bringing a communication with regard to the use that the companies make of this
technological resource and which the perspective that the entrepreneurs of the
examined city have about the potentiality of this tool in its enterprises. The presented
quarrel will have as base of theoretical reference recital, books and articles of
authors appraised in the subject, published in periodicals, magazines and websites,
and in a research about the use of the Internet by the companies in this city, carried
through specifically for this study. For this, a historical briefing will search on the
sprouting and evolution of the machines and the world-wide net of computers and the
commercial activities developed using itself of the Internet, also will be boarded as
the Internet can contribute positively in the enterprise relationship. Still an analysis
based on the research will be made, of the use that the companies of the Pau dos
Ferros city make of the Internet and of which the perception that the entrepreneurs
have the benefits to be connected the net. The comments displayed here, as well as
the data gotten in the research and the analysis presented on these data will serve
as informative base the posterior works and studies.

Key-words: Competitiveness, Computer, Virtual Companies, Internet.


Lista de Figuras

Figura 1: Mapa do Município de Pau dos Ferros - RN 40


Lista de Gráficos

Gráfico 1: Quantidade de Transações (Mercado Geral) 25


Gráfico 2: Número de empresas pontocom que fecharam suas portas, no mundo
inteiro, entre janeiro de 2000 e janeiro de 2001 29
Gráfico 3: Faturamento do Comércio Eletrônico No Brasil em Milhões de Reais
(excluindo vendas de passagens aéreas, automóveis e sites de leilões) 30
Gráfico 4: Meios de pagamento na compra de bens de consumo na internet em 2006
– Volume Financeiro. 31
Gráfico 5: Tempo de existência das empresas. 46
Gráfico 6: Quantidade de funcionários nas empresas. 47
Gráfico 7: Quantidade de computadores nas empresas. 47
Gráfico 8: Computadores conectados a Internet nas empresas. 48
Gráfico 9: Tempo de uso da internet pelas empresas. 49
Gráfico 10: Tipos de conexão à internet utilizadas pelas empresas. 49
Gráfico 11: Utilização da internet nas empresas. 50
Gráfico 12: Importância da internet para as atividades das empresas. 51
Gráfico 13: Satisfação dos empresários com o uso da internet. 52
Gráfico 14: Participação do site na receita da empresa. 53
Gráfico 15: Pretende expandir suas venda utilizando a internet. 53
Lista de Tabelas

Tabela 1: Características do ENIAC: 17


Tabela 2: Crescimento Percentual do Faturamento do Comércio Eletrônico No Brasil
(excluindo vendas de passagens aéreas, automóveis e sites de leilões) 30
Tabela 3: Dados Demográficos de Pau dos Ferros - 2000 41
Tabela 4: Veículos Registrados por Tipo de Veículo em Pau dos Ferros – 2003 41
Tabela 5: Estrutura Administrativa de Pau dos Ferros - 2003 42
Tabela 6: Estrutura Empresarial de Pau dos Ferros 42
Tabela 7: Instituições Financeiras de Pau dos Ferros 43
Lista de Siglas

ARPA Advanced Research Project Agency


ARPANET Rede de comunicações da ARPA
B2B Business to Business
B2C Business to Consumer
BACEN Banco Central do Brasil
C2C Consumer to Consumer
EUA Estado Unidos da América
ISP Internet Service Provider
MCT Ministério da Ciência e Tecnologia
NCP Network Control Protocol
RNP Rede Nacional de Pesquisa
TCP/IP Transmission Control Protocol / Internet Protocol
TI Tecnologia da Informação
Sumário

Resumo 6
Abstract 7
Lista de Figuras 8
Lista de Gráficos 9
Lista de Tabelas 10
Lista de Siglas 11
1 Introdução ..................................................................................................... 14
1.1 Contexto e Justificativa do Trabalho ............................................................. 14
1.2 Problema Abordado ...................................................................................... 15
1.3 Objetivo do Trabalho ..................................................................................... 15
1.4 Método da Pesquisa ..................................................................................... 15
1.5 Estrutura do Trabalho ................................................................................... 16
2 Fundamentação Teórica 17
2.1 Breve histórico da evolução dos computadores ............................................ 17
2.2 Internet: das origens a atualidade ................................................................. 19
2.3 Comércio: do escambo ao dinheiro eletrônico .............................................. 22
2.3.1. Conceito de Moeda Segundo Lopes e Rosseti ....................................... 22
2.3.2. Evolução Histórica da Moeda .................................................................. 22
2.4 Tecnologia da Informação e as Organizações .............................................. 26
2.5 Novos negócios do mundo virtual ................................................................. 28
2.6 A Internet como a mais nova parceira do mundo dos negócios.................... 32
2.6.1. Por que “internetionalizar” ....................................................................... 32
2.6.2. Vantagens oferecidas pela internet ......................................................... 34
2.6.3. Modalidades de relações comerciais por meio eletrônico ....................... 35
2.6.3.1. B2B (business to business) ................................................................. 35
2.6.3.2. B2C (business to consumer) ................................................................ 37
2.6.3.3. C2C (consumer to consumer) .............................................................. 38
3 Principais Aspectos Sócio-econômicos de Pau dos Ferros - RN 40
3.1 Perfil Geográfico ........................................................................................... 40
3.2 Infra-estrutura ............................................................................................... 41
3.3 Perfil Econômico ........................................................................................... 42
3.4 Importância da Pesquisa para o Município ................................................... 43
4 Procedimentos Metodológicos 44
4.1 Ambiente da Pesquisa .................................................................................. 44
4.2 Amostra da Pesquisa .................................................................................... 44
4.3 Instrumentos da Pesquisa............................................................................. 44
4.4 Restrição da Amostra.................................................................................... 45
4.5 Variáveis ....................................................................................................... 45
4.6 Análise e Interpretação dos dados ................................................................ 45
5 Análise e Discussão dos Resultados 46
6 Considerações finais 54
Referências Bibliográficas 56
Anexo 1 - Questionário de Pesquisa (Internet nas Empresas) 58
14

1 Introdução

Este capítulo apresenta o contexto no qual se insere o trabalho, as


justificativas que motivaram o seu desenvolvimento, assim como o objetivo
estabelecido. Também estão expostas as etapas do trabalho e a forma como estão
organizados os capítulos deste texto.

1.1 Contexto e Justificativa do Trabalho

Mediante o crescimento da população mundial, a expansão dos mercados


e o aumento da concorrência, torna-se cada vez mais perceptível a necessidade de
inovação, a qual se dá pela criação de novas atividades, modalidades de comércio e
prestação de serviço. Nesse aspecto, uma modalidade que se desenvolveu na
última década foi a realização dos negócios on-line, que originaram uma gama de
atividades e deram um novo sentido a palavra globalização, possibilitando a
expansão e aproximação dos mercados, produtores e consumidores, fazendo com
que a velocidade das informações e das negociações crescesse em níveis
consideráveis.
A indústria publicitária e o comércio, tanto atacadista quanto varejista,
ganharam com a internet um novo campo de atuação, um espaço para explorar e
crescer, visto que esse ainda pode ser considerado um mercado relativamente novo,
o qual atinge uma parcela relativamente ínfima da população, principalmente das
áreas afastadas dos grandes centros urbanos, onde o acesso a rede mundial de
computadores ainda é restrita a população de média e alta renda.
O ponto de partida desta pesquisa foi a percepção, através de inúmeras
experiências práticas do pesquisador em atividades paralelas, de que muitas
empresas não estão bem orientadas quanto a utilização da internet nas suas
estratégias de negócios. Esta experiência prática motivou a busca de modelos de
negócios virtuais utilizados pelas empresas e, sobretudo, da compreensão de como
estes podem contribuir para o êxito da relação entre empresas e consumidores, no
que se refere à possibilidade de negócios via rede, tais como contatos com clientes
e fornecedores, análise de ambiente concorrencial, aquisição e distribuição de
produtos e serviços, físicos ou virtuais, dentre outros.
A inserção de uma empresa neste novo ambiente de negócios deve ser
15

estrategicamente definida, possibilitando a esta utilizar-se da internet como


ferramenta importante na condução de processos para obter, manter e aprimorar
sua posição competitiva. Além disso, outra motivação para a realização deste
trabalho é a oportunidade histórica com relação ao tema Negócios na internet, por
ser um assunto de grande potencial a ser utilizado por parte das empresas, com
grandes possibilidades de investigação.
Somado a isso, verificou-se também, por meio da revisão bibliográfica,
que várias pesquisas têm tentado entender os impactos e influências das diversas
tecnologias nas organizações, normalmente através da ótica dos clientes em relação
à internet, ao comércio eletrônico, ao perfil do consumidor internauta, etc. Mas
pouco se tem pesquisado sobre a perspectiva empresarial, ou seja, a maneira como
as empresas encaram a introdução dessas tecnologias em seus negócios, identifica-
se uma lacuna aberta quanto a estudos nesta linha, especificamente no que se
refere à influência da internet sob a ótica empresarial.

1.2 Problema Abordado

O problema a ser abordado neste trabalho é: a utilização que as empresas


do município de Pau dos Ferros fazem da internet, e a consciência que seus
dirigentes têm sobre ela, condizem com uma percepção estratégica do potencial
oferecido pela grande rede?

1.3 Objetivo do Trabalho

Esse trabalho tem por objetivo fazer algumas considerações sobre a


influência da internet em negócios empresariais do município de Pau dos Ferros,
sobre o uso que as empresas fazem deste recurso e qual a perspectiva que os
empresários têm sobre a potencialidade desta ferramenta em seus
empreendimentos. Considerações estas que servirão como base informativa a
trabalhos e estudos posteriores.

1.4 Método da Pesquisa

Para a realização desse trabalho, serão utilizados recursos como pesquisa


16

a textos, artigos e dados estatísticos publicados em sites conceituados da internet,


bem como pesquisa de campo através da aplicação de questionários, que servirão
de instrumento para análise e verificação das idéias propostas neste trabalho. A
interpretação do referencial teórico, confrontada com uma análise crítica dos dados
estatísticos e dos questionários aplicados, servirá como fundamentação para a
averiguação do problema proposto e para a elaboração do texto que d o trabalho
A interpretação dos dados estatísticos da pesquisa de campo levará em
consideração a expansão do uso da internet e do e-commerce tanto em níveis
globais quanto locais, o uso que as empresas fazem dos meios eletrônicos em suas
relações com cliente e fornecedores, as tendências e perspectivas que os
administradores têm sobre a internet, entre outras considerações.

1.5 Estrutura do Trabalho

Este trabalho se apresenta conforme a sistematização a seguir:


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica: nesse capítulo buscar-se-á traçar
um breve histórico e a caracterização dos fatores que constituem o ambiente no qual
se dera a discussão: o surgimento e evolução dos computadores e da internet, a
conceituação da moeda e sua evolução histórica, o uso da tecnologia da informação
nas atividades empresarias, as atividades comerciais desenvolvidas no mundo
virtual, como a internet pode contribuir nas ralações empresariais, e como pode
favorecer seus negócios e quais os tipos de negócios realizados na grande rede.
Capítulo 3 – Principais Aspectos da Economia do município de Pau
dos Ferros – RN: esse Capítulo trará um breve relato de como está constituída a
economia do município sobre o qual se dará a discussão tema deste trabalho.
Capítulo 4 – Procedimentos Metodológicos: neste capítulo abordará os
principais elementos da pesquisa proposta tais como ambiente, amostra,
instrumentos e variáveis, buscando esclarecer como se deu o processo preparação,
coleta e análise das informações.
Capítulo 5 – Análise e Discussão dos resultados: este capítulo
apresenta os resultados obtidos na pesquisa, bem como comentários pertinentes
que ajudarão a entender melhor as informações descritas e suas relações como o
tema proposto..
Capítulo 6 – Considerações Finais.
17

2 Fundamentação Teórica

Para tentar entender melhor o ambiente em que se dará essa discussão,


far-se-á neste capítulo uma breve caracterização histórica dos fatores que são
abrangidos no estudo como o computador, a moeda, a internet e as relações de
negócios no mundo virtual; para tentar esclarecer a importância deles na discussão
apresentada neste trabalho.

2.1 Breve histórico da evolução dos computadores

O primeiro computador eletromecânico foi construído por Konrad Zuse em


1936, esse engenheiro alemão construiu, a partir de relês que executavam os
cálculos e dados lidos em fitas perfuradas, o Z-1. Mas foi na II Guerra Mundial que
realmente nasceram os computadores. A Marinha Americana, em conjunto com a
Universidade de Harvard, desenvolveu o computador Mark I, que ocupava cerca de
120m3 e conseguia multiplicar dois números de 10 dígitos em 3 segundos.
Simultaneamente, o Exército Americano desenvolvia um projeto cujo resultado foi o
primeiro computador a válvulas: o Eletronic Numeric Integrator And Calculator:
ENIAC, que era capaz de fazer 500 multiplicações por segundo. Tendo sido
mantido em segredo pelo governo americano, sendo anunciado para o mundo após
o fim da guerra. (CADINFORMATICA, 2007)

- Totalmente eletrônico
- 17.468 válvulas
- 500.000 conexões de solda
- 30 toneladas de peso
- 180 m² de área construída
- 5,5 m de altura
- 25 m de comprimento
- 2 vezes maior que MARK I
Tabela 1: Características do ENIAC:
Fonte: CADINFORMATICA, 2007

Em 1947 o transistor1 (transfer + resistor) foi criado na Universidade de


Standford nos EUA, por John Bardeen, William Shockley e Walter Brattain, mas

1 Por ser um componente baseado na tecnologia dos semicondutores - elementos com propriedades
físicas especiais, o transistor é considerado um "componente do estado sólido" e possui a grande
vantagem de não se aquecer como as válvulas nem muito menos quebrar por choque físico, além
de ser fisicamente muito menor.
18

passou a ter uso comercial somente a partir do final da década de 50.


Gradativamente as válvulas passaram a ser substituídas por transistors, fazendo
com que a maioria dos equipamentos eletrônicos passassem a ocupar um menor
espaço físico, esquentando menos e consumindo menos corrente elétrica.
(CADINFORMATICA, 2007)
Ainda em 1949, surge o EDSAC (Eletronic Delay Storage Automatic
Calculator) ou "Calculadora Automática com Armazenamento por Retardo
Eletrônico", o qual marcou o último grande passo na série de avanços decisivos
inspirados pela guerra. Seu inventor foi o cientista inglês Maurice Wilkes. O EDSAC
foi o primeiro computador operacional em grande escala capaz de armazenar seus
próprios programas. (CADINFORMATICA, 2007)
Com o lançamento do IBM 701 em 1953, A empresa IBM entrou e já
passou a dominar o mercado e construir computadores em escala comercial.
Utilizava cartões perfurados para o armazenamento de programas e dados.
A partir da criação da técnica de circuito impresso, em 1957, os
computadores puderam diminuir um pouco mais de tamanho. As placas de circuito
impresso são utilizadas na ligação elétrica entre os diversos componentes existentes
em um circuito eletrônico. (CADINFORMATICA, 2007)
Em 1962 foram usados pela primeira vez os discos magnéticos para o
armazenamento de informações, no computador Atlas, também da IBM. Os
primeiros computadores a se utilizarem totalmente de transistores foram o IBM 1401
e IBM 7094 que juntos, venderam mais de 10.000 unidades, reafirmando mais uma
vez a demanda por uma indústria mundial de computadores. Em 1963 foi lançado
pela empresa americana DEC (Digital Equipament Corporation), o primeiro
minicomputador, o PDP-5. (CADINFORMATICA, 2007)
Na década de 60 o governo americano investiu bilhões de dólares em
pesquisa com a Corrida Espacial e criou a ARPA (Advanced Research Projects
Agency), Agência de Projetos de Pesquisa Avançados, que favoreceu a criação dos
circuitos integrados2, que colocaram um circuito relativamente grande dentro de uma
só pastilha de silício, permitindo a miniaturização de componentes eletrônicos,

2
Um circuito integrado, também conhecido por chip, é um dispositivo microeletrônico que consiste de
muitos transístors e outros componentes interligados capazes de desempenhar muitas funções. Suas
dimensões são extremamente reduzidas, os componentes são formados em pastilhas de material
semicondutor.
Fonte: WIKIPEDIA.ORG
19

tornando possível reduzir o tamanho e o preço dos computadores. Um dos primeiros


computadores a utilizar circuitos integrados foi o IBM/360, lançado em 1964.
Avançadíssimo para a época, fez com que todos os outros computadores fossem
considerados totalmente obsoletos, fazendo com que a IBM vendesse mais de
30.000 unidades do modelo. (CADINFORMATICA, 2007)
Em 1981 a IBM lançou o PC-5150, o antecessor de todos os micros
existentes atualmente. Tinha 64 Kbytes de memória e velocidade de 4,77 megahertz
da marca Intel. Utilizava o sistema operacional MS-DOS desenvolvido pela
Microsoft, o que proporcionou uma aliança entre as duas empresas. Em 1982, o
jornalista especializado em microcomputadores Adam Osborne fundou sua empresa
e lançou o Osborne I, primeiro computador portátil do mundo, entretanto sua
empresa “quebrou” por não acompanhar a evolução tencológica. (MORIMOTO,
2006)
Dois anos depois do PC-5150, foi lançado o PC XT, que se tornou um
computador bastante popular e chegou a ser fabricado no Brasil. Depois do XT, o
próximo passo foi o PC AT (lançado em 1984), já baseado no processador Intel 286.
Em outubro de 1985 a Intel lançou o 386, o primeiro processador de 32 bits, que foi
utilizado nas primeiras urnas eletrônicas fabricadas no Brasil utilizadas nas eleições
de 1996. (MORIMOTO, 2006)
Após a criação dos Processadores 286, 386 e 486 que possibilitaram a
utilização de sistemas com interface gráfica como o Windows da Microsoft, a Intel
lançou o processador Pentium, que ganhou um concorrente forte, o K6, da AMD,
surgindo posteriormente os equivalentes das duas marcas: Pentium II X K6 II,
Pentium III X Athlon e processadores de menor custo como Celeron X Sempron.
A essa evolução acompanharam o aumento da memória RAM, tamanhos
dos disco rígidos (HD’s), sistemas e programas diversos.
Hoje em dia, o computador é praticamente indispensável na vida das
pessoas e organizações, pois, além de reunir gerações, ele pode aproximar amigos,
parentes, além de ser muito útil à vida.

2.2 Internet: das origens a atualidade

A internet surgiu de um projeto da ARPA, que foi criado para melhorar e


garantir a comunicação entre as bases militares e os centros de pesquisa nos
20

Estados Unidos em 1969 durante a Guerra-Fria, a ARPANET. Esse projeto tinha


como objetivo principal servir a investigação e o desenvolvimento, sobretudo para o
Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América. Qualquer conteúdo ou
comunicação de índole comercial era estritamente proibido na época.
Em 1970 a entrada de universidades e outras instituições expandiu muito
a rede e em 1975 existiam cerca de 100 sites on-line; mas foi no final da década,
com a mudança do Protocolo de comunicação3 NCP4 (Network Control Protocol)
para TCP/IP5 (Transmission Control Protocol / Internet Protocol) que a internet que
conhecemos nasceu.

A Internet nasceu como um projeto do Departamento de Defesa


norte-americano desenvolvido pela Advanced Research Projects
Agency (ARPA) e, por isso, recebeu o nome de ARPANET. (...) Na
década de 70, as universidades e outras instituições que faziam
trabalhos relativos à defesa tiveram permissão para se conectar à
ARPANET. Em 1975 existiam aproximadamente 100 sites
(ARANTES, 2000, on-line)

Os primeiros ISP (Internet Service Providers) ou provedores de internet


como conhecemos, começaram a aparecer na década de 1980 e começaram a dar
acesso a empresas e particulares, sobretudo através de acesso dial-up6.
Na década de 1990, o aparecimento da World Wide Web (tabém
conhecida como web), o desenvolvimento dos browsers (programas utilizados para
visualizar as páginas), a diminuição de custos de acesso, o aumento de conteúdos,
entre outros fatores, fizeram com que a Internet tivesse um crescimento exponencial.
No Brasil, a internet só chegou em 1991, com a RNP (Rede Nacional de
Pesquisa), projeto acadêmico subordinado ao MCT (Ministério de Ciência e
Tecnologia). Em 1994 e Embratel lançou um serviço experimental para expandir a
rede e somente em 1995 a internet foi aberta ao setor privado, possibilitando a
exploração do uso comercial. (ARANTES, 2000)
Nesses mais de 10 anos, a internet provocou grandes modificações nas

3
Linguagem utilizada pelos computadores para transferência de informações através da rede.
4
NCP – Network Control Protocol ou Protocolo de Controle de rede
5
TCP/IP – Transmission Control Protocol / Internet Protocol ou Protocolo de controle de transferência
sobre Protocolo de Internet.
Fonte: WIKIPEDIA.ORG
6
Conexão por linha discada ou dial-up, é um tipo de acesso à Internet no qual uma pessoa usa um
modem e uma linha telefônica para se ligar a rede de computadores do ISP. A partir desse momento,
o ISP encarrega-se de fazer o encaminhamento dos dados de e para a Internet.
Fonte: WIKIPEDIA.ORG
21

formas de comunicação e de inter-relação pessoais e empresariais. O


desenvolvimento tecnológico e o crescimento da rede possibilitaram a aproximação
de indivíduos e organizações, uma melhor comunicação e interação com recursos
que possibilitam atualmente realizar comunicação falada, escrita e visual em tempo
real, com qualquer pessoal em qualquer lugar do mundo, tudo através do
computador. Salas de bate-papo, fóruns de discussão e comunidades virtuais são
apenas algumas das possibilidades disponibilizadas pela internet. A informação e a
velocidade de propagação do conhecimento atingiram níveis nunca antes vistos.
Neste Sentido Fuoco (2003, p.14) afirma em seu livro Guia Valor
Econômico de Comércio Eletrônico:
A chegada da internet e a criação do correio-eletrônico e das salas
de bate-papo certamente alteraram a forma como as pessoas se
relacionam, buscam informações e como fazem negócios.

E Maya e Otero (2002, p.72) em seu artigo A Influência do Consumidor na


Era da Internet, argumentam:

A popularização da internet permitiu reunir pessoas com interesses


comuns, independentemente da sua localização geográfica, e
agrupa-las em comunidades virtuais, transferindo a seus membros
um grande poder de negociação. A partir desse estágio, as pessoas
passaram a desempenhar um papel inimaginável algum tempo
atrás, definindo não apenas o que desejam comprar, mas também
onde comprar, como comprar, quando receber e, ainda, quanto
estão dispostas a pagar.

Nesse mesmo período, o uso do computador doméstico se consolidou e a


capacidade de processamento de informações nesses equipamentos cresceu
estupendamente, algo em torno de 100.000% (cem mil porcento). A comercialização
de serviços relacionados à grande rede acompanhou esse ritmo de crescimento,
surgiram centenas de novos provedores de acesso na última década, estourou a
criação de empresas virtuais, as chamadas. “pontocom” passaram a exercer
considerável influência nos mercados mundiais. O desenvolvimento dessas
atividades possibilitou a comercialização de produtos e serviços a um custo bem
mais baixo, uma vez que não se fazia necessária uma estrutura física para a
estabilização do comércio, e que muitas vezes os produtos e serviços sequer
existiam fisicamente, mas sim virtualmente.
22

2.3 Comércio: do escambo ao dinheiro eletrônico

A atividade da troca de bens sofreu, desde os primórdios, grandes


alterações em sua forma, partindo inicialmente da comercialização através de
simples troca direta entre bens, ou escambo; passando pelas teorias de Smith e
Marx em que a mercadoria era avaliada na quantidade de tempo ou força de
trabalho gasta para produzi-la; até a criação da moeda, quando o valor da
mercadoria se tornou independente da força de trabalho, passando a ser mensurada
com base em uma única mercadoria, o dinheiro; cuja sua utilidade única e específica
era intermediar a troca dos bens.

2.3.1. Conceito de Moeda Segundo Lopes e Rosseti

Lopes e Rosseti (1998, p.18), sobre o conceito da moeda, afirmam que:

Vista assim, mesmo em seu estado mais primitivo e utilizada para


intermediar processos rudimentares de troca, a moeda pode ser
conceituada como um bem econômico qualquer que desempenha
as funções básicas de intermediário de trocas, que serve como
medida de valor e que tem aceitação geral.

Para Lopes e Rosseti (p.19), a adoção de um instrumento de troca único


utilizado nos processos de troca em geral, traz uma série de benefícios e serve
como intermediador de trocas, medida de valor, reserva de valor, poder liberatório,
padrão de pagamentos diretos e instrumento de poder. Dentre as características,
podemos destacar a indestrutibilidade, inalterabilidade, homogeneidade,
divisibilidade, transferibilidade e facilidade de manuseio e transporte.

2.3.2. Evolução Histórica da Moeda

Entre o escambo e o dinheiro que conhecemos hoje, houve diversas


tentativas de medir o valor dos bens para estabelecer um parâmetro de troca entre
eles, diversos bens foram utilizados como instrumento de troca, tais como o gado, o
sal entre outros. Entretanto, essas mercadorias se apresentaram inconvenientes por
serem perecíveis e de difícil portabilidade. Com a descoberta dos metais, surgi uma
nova era para o comércio, em que o homem passou a utilizar o ouro, a prata e
23

outros metais preciosos para intermediar a troca, pois eles permitiam o transporte e
a guarda por longos períodos sem estragar. O ouro, a prata e outros minerais
preciosos passaram a ser utilizados como moeda padrão no mundo e, entre os
séculos XIII e XIV, países como Espanha, Inglaterra e França passaram a cunhar
moedas em ouro. (WIKIPEDIA, 2006).
A adoção do ouro e da prata na padronização dos instrumentos de
intermediação de troca bens se deu, segundo Lopes e Rosseti (1998, -p. 31), por
que:
Em todos os países em todas as épocas os metais preciosos
sempre foram muito procurados e desejados (...) O ouro e a prta,
enquanto instrumentos monetários, eram suficientemente escassos
e as novas quantidades descobertas eram insignificantes em
relação ao estoque existente, de tal forma que seu valor se
mantinha relativamente estável ao longo do tempo, confirmando a
confiança do público e favorecendo sua aceitação irrestrita.

Com a valorização do ouro, ainda na Idade Média, surgiu o costume de


guardarem-se os valores em instituições financeiras, especializadas, também
conhecidas como casas de custódia. Como garantia, a casa de custódia entregava
recibos que, com o tempo, passaram a ser utilizados para efetuar pagamentos; a
circulação de mão em mão dos recibos deu origem à moeda de papel. (Lopes e
Rosseti, p.32)
Surgiram os bancos e instituições financeiras responsáveis pela emissão
de moeda em forma de papel, que tinha como lastro as reservas de ouro que
possuíam. Entretanto:

Os “guardiões dos metais preciosos” começaram a emitir


certificados não lastrados. A confiança dos comerciantes e, de forma
geral, da comunidade, nos fiéis e honrosos depositários de ouro e
de prata ensejou a criação da moeda fiduciária, ou papel-moeda.
Lopes e Rosseti, 1998, p.33)

Mas em 1971, os EUA desvincularam o dólar do ouro e o dólar passou a


ter a confiança como parâmetro de medida do valor das moedas dos demais países
do mundo. (WIKIPEDIA, 2006)
Com a supressão da conversibilidade das cédulas e moedas em metal
precioso, a moeda cada vez mais se desmaterializa, assumindo formas abstratas,
sendo denominada moeda bancária ou moeda invisível (LOPES e ROSSETI, 1998,
p.36). Surgiu o chequem, documento pelo qual se ordena o pagamento de certa
24

quantia ao seu portador ou à pessoa nele citada, visava, primordialmente, à


movimentação dos depósitos bancários. O importante papel que esse meio de
pagamento ocupa, hoje, na economia, deve-se às inúmeras vantagens que
proporciona, agilizando a movimentação de grandes somas, impedindo o
entesouramento do dinheiro em espécie e diminuindo a necessidade de troco, por
ser um papel preenchido à mão, com a quantia de que se quer dispor. (BACEN,
2007).
Com a expansão dos bancos e instituições financeiras, as formas de
pagamento passaram a ser exercida por intermediários, daí surgiu uma nova
atividade financeira em que o próprio dinheiro passou a ser uma mercadoria. As
transferências e títulos bancários, assim como os débitos automáticos, cheques e
cartões de crédito constituíram um poderoso instrumento, pois possibilitaram efetuar
quaisquer pagamentos às próprias financeiras ou terceiros com maior flexibilidade e
sem o manuseio direto de dinheiro. O “dinheiro de plástico” como ficou conhecido o
cartão de crédito se popularizou muito e permitiu a seus usuários realizar compras
sem a necessidade de conduzir cédulas ou moedas e ainda mais, possibilitou a
realização das primeiras negociações de compra utilizando os meios eletrônicos, em
que o consumidor recebia o anúncio de um determinado produto por meio de jornais,
revistas ou televisão e solicitava a compra pelo telefone, informando o número de
seu cartão. As compras com cartão de crédito se popularizaram tanto que
representou mais de um quinto das transações entre os meios eletrônicos de
pagamento (aqueles que não utilizam o manuseio direto de papel-moeda).
O Cartão de crédito surgiu nos Estados Unidos na década de 20. Postos
de gasolina, hotéis e firmas começaram a oferecê-los para seus clientes mais fiéis.
Eles podiam abastecer o carro ou hospedarem-se num hotel sem usar dinheiro ou
cheque. Em 1950, a Diners Club criou o primeiro cartão de crédito moderno. Era
aceito inicialmente em 27 bons restaurantes daquele país e usado por importantes
homens de negócios, como uma maneira prática de pagar suas despesas de
viagens a trabalho e de lazer. Confeccionado em papel cartão, trazia o nome do
associado de um lado e dos estabelecimentos filiados em outro. Somente em 1955 a
Diners passou a usar o plástico em sua fabricação. (WIKIPEDIA, 2006)
Em 1958, foi a vez da American Express lançar o seu cartão. Na época, os
bancos perceberam que estavam perdendo o controle do mercado para essas
instituições, e no mesmo ano o Bank of America introduziu o seu BankAmericard,
25

que em 1977, passou a denominar-se Visa. Na década de 90, o Visa torna-se o


maior cartão com circulação mundial, sendo aceito em 12 milhões de
estabelecimentos. (WIKIPEDIA, 2006)
Muitos cartões de plástico não têm poder de compra. Simplesmente
ajudam a usar e a obter formas conhecidas de dinheiro. São os cartões de banco
que garantem cheques, retiram dinheiro e fazem pagamentos em caixas
automáticos. Outros cartões aliam as funções de compra, movimentação de conta-
corrente e garantia de cheques especiais.
O comércio vem criando os seus próprios cartões. Destinados a atender a
uma clientela mais fiel, eles facilitam a compra e eliminam a burocracia na abertura
de crédito. Os cartões telefônicos são uma maneira prática de realizar ligações de
telefones públicos sem o incômodo de fichas e moedas. A cada chamada a tarifa é
descontada do valor facial do cartão.
O mais recente avanço tecnológico em termos de cartão foi o
desenvolvimento do smart card, o cartão inteligente. Perfeito para a realização de
pequenas compras, ele vem com um chip que pode ser carregado com uma
determinada soma em dinheiro. À medida que o portador vai gastando, seu saldo vai
sendo eletronicamente descontado. Quando o saldo acaba, o cartão pode ser
carregado com uma nova quantia. (WIKIPEDIA, 2006)
Os cartões se multiplicaram. Hoje eles estão cada vez mais direcionados
para os diversos nichos de mercado. São cartões de afinidade, que apóiam
campanhas sociais, ecológicas; cartões para atender jovens e universitários; ou
cartões de negócios destinados a altos funcionários de empresas.

Gráfico 1: Quantidade de Transações (Mercado Geral)


Fonte: e-bit / Março 2006
26

O dinheiro, seja em que forma se apresente, não vale por si, mas pelas
mercadorias e serviços que pode comprar. É uma espécie de título que dá a seu
portador a faculdade de se considerar credor da sociedade e de usufruir, através do
poder de compra, de todas as conquistas do homem moderno. A moeda não foi,
pois, genialmente inventada, mas surgiu de uma necessidade e sua evolução reflete,
a cada momento, a vontade do homem de adequar seu instrumento monetário à
realidade de sua economia.

2.4 Tecnologia da Informação e as Organizações

A Tecnologia da Informação (TI) pode ser definida como a combinação de


recursos de processamento (hardware, software, bancos de dados, etc),
comunicações, pessoas e procedimentos, organizados de maneira a obter uma
informação que atenda aos objetivos de um indivíduo, organização ou entidade, seja
ela pública ou privada.

A Tecnologia da Informação (TI) pode ser definida como um


conjunto de todas as atividades e soluções providas por recursos de
computação. Na verdade, as aplicações para TI são tantas - estão
ligadas às mais diversas áreas - que existem várias definições e
nenhuma consegue determiná-la por completo. (Alecrim, 2004)

O conceito de Tecnologia da Informação é mais abrangente do que


os de processamento de dados, sistemas de informação,
engenharia de software, informática ou o conjunto de hardware e
software, pois também envolve aspectos humanos, administrativos e
organizacionais (KEEN, 1993, apud Laurindo, 2001, p.160).

As redes de telecomunicações permitem transmissões eletrônicas de


sinais contendo informações, proporcionando uma conexão entre as organizações
de modo a unir de maneira eficaz as tecnologias e a informação, em Sistemas de
Informação capazes de aperfeiçoar recursos e processos. Tanto tecnologias da
informação quanto telecomunicações passam a ter cada vez mais valor e utilidade,
pois reduzem o custo de conectividade entre as redes em âmbito mundial,
permitindo a redução dos custos operacionais e o aumento das receitas nos negócio
das organizações.
Essas tecnologias estão presentes na vida cotidiana de forma cada vez
27

mais crescente, em diversos graus de interação. E para aproveitar ao máximo seus


recursos é preciso oferecer aos profissionais envolvidos uma formação básica para
que estejam preparados para uma nova gestão social do conhecimento, apoiada em
um modelo digital e interativa.
O desenvolvimento das tecnologias da informação e das
telecomunicações e o crescimento gradual do número de usuários que têm acesso a
esse tipo de ferramenta tendem a ampliar sua aplicação na vida coletiva. Prova
disso são os segmentos de geração e transferência de tecnologia, que avançam
rapidamente para a utilização de modelos de negócios baseados no mundo virtual.
Profissionais de todos os níveis estão usando cada vez mais as
tecnologias de informação e os recursos das telecomunicações para melhorar a
eficiência do seu trabalho. Por esse motivo, esses profissionais envolvidos
diretamente com os sistemas de informação e de telecomunicações devem se
preocupar em adotar procedimentos que visam atender as necessidades das
organizações como um todo. Esses procedimentos devem abranger estratégias,
políticas, métodos e regras para que tais sistemas atendam as necessidades de
todos os seus usuários.

A TI não se restringe a equipamentos (hardware), programas


(software) e comunicação de dados. Existem tecnologias relativas
ao planejamento de informática, ao desenvolvimento de sistemas,
ao suporte ao software, aos processos de produção e operação, ao
suporte de hardware. (WIKIPEDIA, 2006)

O emprego apropriado da tecnologia da informação pode garantir grandes


benefícios. utilizando recursos de comunicação capazes de aumentar a capacidade
de processamento das informações pode elevar a produtividade dos usuários,
expandir oportunidades de negócios e permitir maior flexibilidade para as
organizações.
Dentre as TIs que mais têm crescido nos na ultima década, podemos citar
a internet, a qual não só se expandiu em tamanho, como também em recursos
tecnológicos, aumentando seu potencial de transmissão de informações,
simplificando cada vez mais o processo de comunicação entre as organizações,
possibilitando ganhos de lucratividade e tempo, entre outros.
28

2.5 Novos negócios do mundo virtual

A utilização da rede mundial de computadores em atividades comercias é


algo relativamente novo, tem pouco mais de uma década. No começo a web era
usada apenas como vitrine para expor os produtos, que seriam negociados
posteriormente pelos meios tradicionais. Uma das empresas pioneiras no ramo foi a
livraria Amazon.com, que inovou a venda no varejo quando disponibilizou seu
acervo bibliográfico para venda on-line na qual o comprador realizava o pedido no
site e recebia o produto via postal. Entretanto, o comércio eletrônico apresenta
soluções não só para vendedores varejistas, mas também negociações entre
empresas e fornecedores. Diversas empresas de variados ramos do comércio e dos
serviços acompanharam essa tendência, explicada por Fuoco (2003, p.14):

Era natural que a internet, um mundo virtual ilimitado, que coloca a


pessoa em contato com qualquer parte do mundo, a qualquer
momento do dia ou da noite, chegasse ao mundo empresarial (...)
depois da web, o tamanho da empresa, seu tempo no mercado e
sua localização física passaram a ter pouca ou nenhuma
importância, uma vez que a rede dissolve as distâncias e torna as
empresa mais ágeis.

De fato, a utilização da internet pelas empresas hoje vai muito além de


atividades de compra e venda de bens e serviços, a integração entre clientes e
fornecedores e a qualificação de funcionários foram apenas algumas das utilizações
feitas da rede, surgiu assim o que hoje se conhece por e-business, responsável por
inserir a empresa no ramo da economia digital, em que os instrumentos de
informática passaram a ter importância crucial para inserção na economia
globalizada. Assim, as empresas que quiserem manter-se no mercado precisam
acompanhar o ritmo da internet e aderir à sua utilização em seus processos tanto
internos quanto externos. A esse respeito Maya e Otero (2002, p.73) afirmam: que

O negócio eletrônico (e-business) está causando uma revolução que


ameaça os fundamentos dos negócios tradicionais, e as empresas
que reconhecem a oportunidade que a internet oferece já
começaram a estabelecer on-line, com um eficiente modelo, sua
presença de negócios que serve de alicerce para elas.

Em vista do surgimento desse novo mercado em expansão, a internet


passa a ser percebida como potencializadora das empresas. No entanto, o
29

importante potencial econômico da rede gerou excessivas expectativas e levou a um


grande crescimento dos investimentos em tecnologias da informação e da
comunicação e a um significativo crescimento dos negócios medidos pelo índice
Nasdaq, que mede os valores das ações das empresas de tecnologia na Bolsa de
Valores de Nova York. O valor das empresas virtuais foi superestimado e
companhias como o Yahoo e a Amazon.com chegaram a valer mais que empresas
sólidas como a General Motors. Praticamente qualquer empreendimento virtual que
se aventurasse na bolsa de valores se supervalorizava. (Fuoco, 2003)
Naturalmente essa “onda” de especulação se rompeu, culminando no final
do ano 2000 naquilo que ficou conhecido como “a crise das pontocom”. A queda
brutal no volume de negócios ocasionou a falência de bancos e investidores públicos
e privados que si endividaram para investir na web.
Uma pesquisa feita pela empresa Webmergers.com, mencionada em
matéria de Leonardo Medeiros, publicada em 25 de julho de 2001 pelo conceituado
site Folha Online, revela que cerca de 550 empresas do setor fecharam no período
de janeiro de 2000 a junho de 2001; sendo a maior parte formada por empresas de
comércio eletrônico.

Gráfico 2: Número de empresas pontocom que fecharam suas portas, no mundo inteiro, entre
janeiro de 2000 e janeiro de 2001
Fonte: Webmergers.com – 2003

Após a crise das pontocom, o que restou foi um número muito menor de
empresas na internet, entretanto, empresas mais consistentes, estabelecidas e
economicamente viáveis. No entanto, apesar da crise no final do milênio, o
crescimento no volume de recursos gerados pelas compras nas lojas virtuais não
deixou de crescer, pelo contrário, a quantidade de transações de comerciais
30

envolvendo a internet e o faturamento só cresceram desde então. De acordo com o


e-bit em sua pesquisa sobre o comércio eletrônico, o relatório Web Shoppers, que
teve sua 15ª edição publica em janeiro de 2007; entre os anos de 2001 e 2006, o
faturamento das lojas de e-commerce, desconsiderando a venda de automóveis,
passagens aéreas e leilões na internet, no Brasil teve um aumento de 700%, como
podemos ver a seguir na Tabela 2, e as expectativas para 2007 são de um aumento
de mais 46%.

ANO Faturamento em Crescimento em relação Crescimento em


milhões de reais ao ano anterior relação a 2001
2001 550 - -
2002 850 55% 55%
2003 1200 25% 118%
2004 1750 46% 218%
2005 2300 32% 318%
2006 4400 91% 700%
2007 Previsão 6400 46% 1064%
Tabela 2: Crescimento Percentual do Faturamento do Comércio Eletrônico No Brasil
(excluindo vendas de passagens aéreas, automóveis e sites de leilões)
Fonte: www.webshoppers.com.br / Janeiro 3007.

Previsao.
Gráfico 3: Faturamento do Comércio Eletrônico No Brasil em Milhões de Reais
(excluindo vendas de passagens aéreas, automóveis e sites de leilões)
Fonte: www.webshoppers.com.br / Janeiro 3007.

O que podemos perceber é que existiu na verdade, uma série de fatores


políticos, sociais e econômicos que contribuíram e possibilitaram esse crescimento
substancial do comércio eletrônico, tais como os que citamos a seguir.
31

Em primeiro lugar, a popularização do uso da internet se deu não só nas


empresas, como também nos lares, nas escolas e universidades, ou mesmo nas
ruas, com as Lan-Houses e Cyber-cafés. O surgimento de novas tecnologias de
conexão e o barateamento dos serviços de conexão a rede foi fundamental nesse
processo.
Segundo, os programas de aquisição de microcomputadores para
consumidores de baixa renda do governo federal, o computador para todos, ampliou
bastante a quantidade de consumidores em potencial.
Em terceiro, a expansão e popularização do crédito e dos meios
eletrônicos de pagamento, e no caso da internet, principalmente do cartão de
crédito, que responde pela maior parte dos pagamentos efetuados às lojas virtuais,
talvez por simplificar e agilizar o processo de pagamento ou por possibilitar o
recebimento imediato e pagamento posterior à compra, o fato é que apesar de
corresponderem apenas a 15% dos pagamentos eletrônicos no mercado nacional, o
pagamento de compras com cartão de crédito, de acordo com o estudo da e-bit,
corresponde a 68% das transações, seguido do boleto bancário e de outras formas
de pagamento. O cheque, apesar de ser o meio eletrônico de pagamento mais
usado no mercado brasileiro, responde apenas pelo pagamento de 1% das compras
na web, como demonstra o gráfico 4.

Gráfico 4: Meios de pagamento na compra de bens de consumo na internet em 2006 – Volume


Financeiro.
Fonte: www.webshoppers.com.br / Janeiro 3007.
32

2.6 A Internet como a mais nova parceira do mundo dos negócios

Este item busca revelar como a internet pode influenciar as relações


empresariais, como pode favorecer o processo de comunicação entre empresa,
fornecedores e clientes; e quais os benefícios que ela pode trazer à vida das
empresas.

2.6.1. Por que “internetionalizar”

O desenvolvimento da internet a partir do final dos anos 90 causou


grandes mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais no mundo. Apesar das
grandes redes de computadores terem sido criadas nos anos 60, a internet só
começou a influenciar o cotidiano em maior escala a partir da liberação do uso para
fins comerciais, em 1995. A estimativa atual, de acordo com estudo realizado pela
empresa comScore Networks, publicado pelo site Folha Online no dia 08 de maio de
2006, é de 694 milhões de usuários no mundo e de 13,2 milhões no Brasil.
O comércio eletrônico também cresceu desordenadamente na grande via
da informação. Diferente da década de 90 quando a internet começou a se propagar
popularmente no Brasil, atualmente, o empresariado está mais consciente de que: a
grande rede mundial oferece a possibilidade de penetração em novos mercados,
para a colocação de seus produtos ou serviços, exigindo investimentos e recursos
humanos bem menores que os necessários há uma década, pois a internet abre um
cenário no qual se busca a expansão do campo mercadológico e investimentos bem
inferiores aos praticados tradicionalmente exigidos, entretanto, é precioso estar
preparado para a atividade eletrônica, o que não significa criar uma nova empresa
para execução desses propósitos, mas promover uma adequação e ajuste de seus
procedimentos à forma pela qual se sucedem as operações mercantis no meio
eletrônico.
A atuação na internet pode ser vista como um negócio paralelo que pode
servir, entre outras coisas, para incrementar a atividade principal da organização.
Nesse sentido, a definição de negócios na rede deve passar pela identificação de
pontos estratégicos, que serão fortemente influenciados pela cadeia de valores de
uma organização.
A internet tem mostrado ser um meio que está modificando o modo de se
33

fazer negócios, a cada dia mais empresas estão aderindo a ela, transformando o
seu relacionamento com outras empresas e clientes, permitindo ainda criar um canal
que se refere a uma série de processos que as empresas devem completar de modo
a fazer fluir produtos e serviços até o mercado, o que inclui logística, produção,
marketing, comunicação e vendas. (Fuoco, 2003)
A Web se destaca por prover informação através de uma comunicação de
dupla mão com o usuário, significando que, além de publicar informações sobre a
organização, as empresas podem receber informações de clientes, estabelecendo
formas mais sofisticadas de relacionamento. Este processo de comunicação
consiste na troca de mensagens que podem assumir várias formas (escritas, visuais,
sonoras, etc.) de acordo com o canal de comunicação empregado.
Desta forma, a comunicação via internet proporciona vantagens
significativas para todos os tipos de negócios, uma vez que permite que informações
sejam expressas de inúmeras formas para grandes ou pequenos grupos,
paralelamente ou não, em hora determinada ou não, podendo-se fazer uso dos
recursos sonoros e visuais de forma simultânea, tornando a informação muito mais
atrativa aos clientes. (FUOCO, 2003)

Um dos maiores diferenciais trazidos pelo advento da Internet é a


convergência midiática possibilitada pelo meio. Multimídia é a
palavra principal quando se fala em estratégia de comunicação
dentro da rede. A junção de imagens, textos e sons de maneira
simultânea confere á rede o principal diferencial frente aos demais
meios de comunicação.
(ARQUINO, 2005, on-line)

Além disso, a conectividade global da internet oferece às empresas a


possibilidade de trabalhar independentemente da posição geográfica, além de
facilitar melhorias de conexões com parceiros, flexibilização de trabalhos, otimização
de recursos e tempo de desenvolvimento, etc.

[...] estar na rede é sinônimo de participação no mercado global,


possibilidade de a empresa poder ser vista e conhecida por um
contingente internacional e conquistar assim um público cada vez
maior. (ARQUINO, 2005, on-line)

Quanto a serviços, a internet pode facilitar processos já existentes através


da prestação de serviços pré e pós-venda, suporte ao cliente, atendimento
personalizado, eliminação de barreiras como data, hora, local e vendedor/atendente.
34

A disponibilização de serviços via internet pode influenciar o resultado da eficiência


do sistema de serviços de um site uma vez que o possibilita um contato a qualquer
momento entre a empresa prestadora e o consumidor do serviço. Além disso, o
estabelecimento de interações entre empresa-cliente, empresa-fornecedor através
de correio eletrônico permite um novo tipo de atendimento e negócios: seja através
de suporte pré-venda (consultas) e pós-venda (solução de problemas), seja no
atendimento ao cliente, ou na redução de custo de atendimento ao cliente, seja na
melhora de assistência (por exemplo fornecendo atendimento 24 horas, 7 dias por
semana), a empresa incrementa seus serviços utilizando-se do recurso internet. A
empresa pode, desta maneira, tornar-se parte desse ambiente através da
disponibilização de informações fazendo parte deste universo de divulgação e
interatividade.
Assim, o uso de uma Tecnologia da Informação (TI) como a internet,
proporciona vários benefícios para as empresas que a utilizam. Percebe-se que o
mundo digital proporciona uma empresa competitiva no mercado, auxiliando no seu
crescimento e destacando a importância da internet no mundo dos Negócios.

2.6.2. Vantagens oferecidas pela internet

Dentre as principais vantagens e benefícios que a internet oferece,


podemos citar aquele que lhe são natos, uma vez que advêm da própria idealização
da internet e de como ela é utilizada.

• Conveniência – de qualquer lugar que tenha um computador conectado, o


usuário pode acessar as informações que deseja, e realizar operações.
Como por exemplo a Empresa de cosméticos Natura, que disponibilizou
na internet o cadastro de seus revendedores, onde esses podem, dentre
outros coisas, solicitar pedidos on-line, sem a necessidade de utilizar os
meios convencionais como Telefone, fax ou formulário postal.
• Variedade – as empresas podem oferecer grande variedade de produtos,
já que não há necessidade de manter um estoque, e as amostras não
ocupam espaço físico. Como por exemplo a livraria virtual Amazon.com,
que dispões aos consumidores um acervo de cerca de três milhões de
livros diferentes.
35

• Custo – o custo para manter sua presença no mundo virtual é bem mais
barato que para manter sua presença no mundo real (tradicional), pois um
estabelecimento físico necessita de um local, de construção, de mão-de-
obra, luz, água, etc. Na internet, esses custos são bem reduzidos ou não
existem.
• Serviço ao consumidor – por meio da internet, pode-se prestar uma
excelente assistência ao consumidor, onde o consumidor pode encontrar
as mais diversas informações como pedidos anteriores, produtos
disponíveis e características, limites e lançamentos, tudo isto com
resposta imediata e sem a intervenção de outras pessoas.
• Sem atravessador – a internet abre espaço a desintermediação. Os
consumidores podem adquirir um produto qualquer diretamente dos
fornecedores, sem a necessidade de terceiros, como por exemplo pacotes
de turismo.

2.6.3. Modalidades de relações comerciais por meio eletrônico

Das atividades de negócios pela internet, a que mais se destaca é o


comércio eletrônico, pois afeta as empresas em vários aspectos como baixo custo
de aquisição, processamento e transmissão de informações. O termo “Loja Virtual”
começou a ser ouvido na década de 90 com a popularização da internet, entretanto
o e-commerce abrange muito mais do que o simples ato de comprar e vender pela
web. As atividades de negócios realizados pela internet, conhecidas também como
e-business, dependendo de sua natureza, recebem nomenclaturas diferentes.
Analisamos aqui essas modalidades, suas característica e benefícios.

2.6.3.1. B2B (business to business)

B2B, sigla utilizada para denominar negócios realizados entre


fornecedores e empresas cliente, quando uma empresa provê a outras, produtos ou
serviços utilizando a Internet. Ex: hospedagem de site, banco de dados ou mesmo
conexão a internet.
Com o desenvolvimento do comércio eletrônico, e das tecnologias criadas
para a implantação do B2B, surgem novas oportunidades no mercado, abrindo
36

grandes oportunidades de negócios, as empresas estão mudando sua forma de


atuar, reduzindo custos operacionais, melhorando o atendimento ao consumidor,
estabelecendo sua presença no mercado global. A convergência do comércio
simplifica e aumenta a comunicação entre parceiros e proporciona práticas
inovadoras de negócio. De acordo com Fuoco (2003, p.23):

O B2B trouxe a oportunidade de que duas ou mais empresas


pudessem não só realizar operações de compra e venda, mas se
relacionar de modo eletrônico. O contexto remete ao e-business e
envolve a digitalização dos negócios entre as companhias.

Claro que essas práticas invocadoras não podem estar desvinculadas das
atividades tradicionais da empresa, elas devem caminhar juntas, não bastam às
novidades tecnológicas, é preciso que haja uma mudança na cultura da empresa.
Para Albuquerque, Langado e Martins (2006, on-line):

Normalmente um projeto de B2B é capitaneado pela área de TI de


uma empresa, pois associado a esta sigla existe um forte aparato
tecnológico, como sistemas, segurança, rede de computadores e
equipamentos em geral, porém, temos que ter em mente que a base
de um bom projeto de B2B, além da tecnologia é claro, a aderência
das práticas de negócios da empresa com o sistema é fundamental.
Dessa forma toda a operação de logística, produção e compras, têm
que estar afinadas com o projeto.

A administração empresarial pode melhorar suas decisões baseada nas


informações coletadas on-line, há uma agilidade na produção devido à automação
de processos de suprimento, permitindo maior flexibilidade nas operações das
empresas, com as novas formas de comunicação há uma redução da distância entre
empresa, fornecedor e clientes.
Assim as relações B2B, apoiada na infra-estrutura tecnológica de rede
existente, constituem uma poderosa ferramenta de negócios, ampliam os mercados
e tornam as organizações mais competitivas, reduzem seus custos internos e
agilizam o atendimento ao cliente.

Vamos Verificar que no B2B não existe “compra por impulso”, (...) Já
que praticamente todas as transações comerciais obedecem ao
rigor das negociações entre os sistemas das empresas envolvidas.
(Cardoso e Araújo, 2003, p.57)
37

2.6.3.2. B2C (business to consumer)

B2C, sigla que significa empresa ao consumidor, negócios realizados


entre empresas e pessoas físicas, em que o cliente adquire algum produto ou
serviço oferecido pela empresa, quando este é colocado a disposição no site para
venda ou está vinculado à internet,. Ex: a venda de produtos, serviços ou conteúdo;

Entretanto, não são somente os varejistas on-line que caracterizam


o B2C; também se encaixam no conceito, assim como o on-line
banking, serviços de turismo, sites de leilão, de informações sobre
saúde ou mesmo de empréstimos e financiamento.
(Cardoso e Araújo, 2003, p.29)

Nesse processo o consumidor interage diretamente com as negociações


on-line, sem a necessidade de interferência física de terceiros. Não há envolvimento
de nenhuma pessoa, além do comprador, nenhuma loja física nem mesmo dinheiro
físico no processo de compra, tudo virtual.
Para o consumidor, o maior atrativo é a possibilidade de escolher os
produtos e serviços no conforto de sua residência, economizando tempo e ainda
tendo a comodidade de recebê-los sem sair de casa.
No comércio eletrônico B2C o consumidor tem acesso a informações
sobre produtos por meio de catálogos eletrônicos e realiza suas compras por meio
de sistemas de pagamento seguros. Usando a infra-estrutura da internet, os
consumidores podem interagir diretamente com diversos vendedores do mundo,
negociar preços e serviços de suporte, comparar ofertas além de obter informações
sobre produtos e vendedores com outros consumidores. Podem ainda ter acesso a
produtos personalizados que melhor atendem suas necessidades. A Dell Computer
por exemplo disponibiliza em seu site a possibilidade de configurar o equipamento a
ser comprado com a configuração personalizada pelo cliente.
Para a empresa, esse sistema além de reduzir custos com operações,
permite traçar melhor o perfil de cada cliente individualmente, e manter o estoque
em níveis mais reduzidos que as lojas físicas. Fuoco (2003, p.23) demonstra que
esse tipo de negócios pode ser uma vantagem para empresa quando afirma que:

Pioneiros como Amazon.com provaram que a rede poderia ser uma


fonte de renda criando vitrines de produtos na tela do computador e
mostrando que a compra poderia ser feita da própria casa do
usuário ou de seu local de trabalho.
38

A empresa e-bit premia anualmente as empresas que mais se destacam


no ramo de comércio eletrônico B2C com Troféu Excelência em Comércio
eletrônico. As lojas premiadas em 2006, em ordem alfabética, foram:
Americanas.com, Arena DVD.com.br, Atera Computers, AutoZ by Dpaschoal,
EasyFoto, Flores Online, Fnac, Ingresso.com, Livraria Cultura, Loja Abril, Magazine
Luiza, Marisa, MMartan, Muscle Point, Onofre em Casa, Pão de Açúcar Delivery,
Sack’s, Saúde na Rede, Submarino, Uniflores.com.br e 2001 Vídeo.

2.6.3.3. C2C (consumer to consumer)

C2C, sigla utilizada para denominar os negócios realizados de consumidor


à consumidor, a mais recente modalidade de comércio eletrônico, que consiste na
negociação direta entre pessoas físicas para revenda ou troca de produtos e/ou
serviços, mediada por sites especializados. No Brasil a grande líder nesse mercado
é a empresa Mercado Livre.

No início dos negócios na internet, predominaram as transações


entre empresas; em um segundo momento, assistimos a um forte
crescimento das transações entre a empresa e o consumidor, e
agora começa a se destacar também o comércio eletrônico
realizado diretamente entre pessoas físicas.
(Felipini, 2006, on-line)

Os negócios C2C são realizados por meio de uma plataforma eletrônica


na internet e intermediados por uma empresa que oferece a infra-estrutura
tecnológica e administrativa. Tanto o comprador quanto o vendedor devem estar
cadastrados no sistema e podem ser avaliados por todos os membros da
comunidade de negócios pela quantidade de transações que já realizaram e pelas
notas que receberam em cada transação, numa espécie de ranking dos bons
negociadores.
De acordo com dados publicados pelo site Webinsider sobre o Mercado
Livre:

[...] mensalmente, cerca de um milhão de transações são


concretizadas na plataforma da empresa e, em 2005, as vendas
superaram U$ 300 milhões, cerca de 10% das vendas B2C de bens
de consumo online no Brasil. As principais razões para esse
crescente sucesso do C2C são: a possibilidade de uma renda extra
39

para quem vende e as ofertas a preços baixos para quem compra,


fatores extremamente estimulantes em um país caracterizado cada
vez mais por poucos empregos e baixa renda.
(Webinsider, 2006, On-line)

Isso demonstra que apesar dessa atividade hoje constituir um percentual


baixo das negociações on-line, ainda existe muito espaço para sua expansão, e
conforme aumenta número de usuários e o nível de confiança que as pessoas têm
na internet, ela tende a crescer.
40

3 Principais Aspectos Sócio-econômicos de Pau dos Ferros - RN

Este capítulo apresenta uma breve descrição sobre ao perfil econômico do


município de Pau dos Ferros – RN, de modo a delinear o ambiente se dá a
discussão deste trabalho.

3.1 Perfil Geográfico

Figura 1: Mapa do Município de Pau dos Ferros - RN


Fonte: IBGE

O município de Pau dos Ferros - RN, segundo o censo demográfico de


2000 do IBGE possui 24.758 habitantes, sendo 48,15% de homens e 51,85% de
mulheres; uma população economicamente ativa de 11.073 pessoas. Possui uma
41

extensão territorial de 277,9km2 e limita-se com os municípios de São Francisco do


Oeste, Francisco Dantas, Serrinha dos Pintos, Antonio Martins, Marcelino Vieira,
Rafael Fernandes e Encanto, Todos do Rio Grande do Norte, e com o Ereré no
Ceará.
População Total 24.758
Homem 11.921
Mulher 12.837
Urbana 22.311
Rural 2.447
Estimativa da População Total (2004) 26.775
População Economicamente Ativa (10 anos ou mais de idade)
Homem 6.381
Mulher 4.692
População em Idade Ativa (15 a 64 anos) 15.588
Taxa de Crescimento (1) 1,96
Taxa de Alfabetização 77,40
Taxa de Urbanização 90,12
Indicadores de Pobreza
% de Indigentes 16,60
% de Pobreza 19,60
Densidade Demográfica 89,48
% Chefe de Domicílio
Ganhando até 1 S. M. 45,10
Ganhando até 2 S. M. 21,30
Ganhando mais de 2 S. M. 29,46
Sem Rendimento 4,14
Tabela 3: Dados Demográficos de Pau dos Ferros - 2000
Fonte: IBGE - Nota: (1) Taxa de crescimento correspondente ao período de 1991/2000

3.2 Infra-estrutura

O sistema de transporte municipal se constitui basicamente de veículos


particulares, sendo a maioria de motocicletas, chegando a quase uma para cada 12
habitantes. Os carros próprio ocupa a segunda posição nos meios de transportes
mais usados.
Total 6.846
Automóveis 2.023
Motocicletas 3.437
Ônibus 6
Caminhonete 67
Caminhão 208
Outros 1.105
Tabela 4: Veículos Registrados por Tipo de Veículo em Pau dos Ferros – 2003
Fonte: IBGE
42

Quanto ao sistema administrativo, o município diversas secretárias


subordinadas municipais conforme Tabela 5.

Secretaria de Administração
Secretaria de Finanças
Secretaria de Planejamento
Secretaria de Saúde
Secretaria de Educação, Cultura e Desporto
Secretaria de Assistência Social
Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo
Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Recursos Hídricos
Secretaria de Transporte, Obras e Serviços Urbanos
Tabela 5: Estrutura Administrativa de Pau dos Ferros - 2003
Fonte IDEMA

3.3 Perfil Econômico

número de pessoal pessoal Salários


Atividade unidades ocupado ocupado em mil
locais total assalariado reais
Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração
4 12 5 27
florestal
Pesca 1 n/d n/d n/d
Indústrias extrativas - - - -
Indústrias de transformação 40 91 46 157
Produção e distribuição de eletricidade, gás e
2 n/d n/d n/d
água
Construção 23 66 25 77
Comércio; reparação de veículos automotores,
516 976 438 1.614
objetos pessoais e domésticos
Alojamento e alimentação 17 32 11 41
Transporte, armazenagem e comunicações 26 33 18 171
Intermediação financeira 22 88 41 1.116
Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços
26 33 7 20
prestados às empresas
Administração pública, defesa e seguridade
2 n/d n/d n/d
social
Educação 16 52 36 107
Saúde e serviços sociais 27 81 51 148
Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 81 58 22 102
Organismos internacionais e outras instituições
- - - -
extraterritoriais
Tabela 6: Estrutura Empresarial de Pau dos Ferros
Fonte: IBGE / 2003.

A economia de Pau dos Ferros se constitui em grande maioria de


mpresas comerciantes de produtos e serviços, como percebemos na tabela 6, que
43

abastecem não apenas o município como também dezenas de outros cidades


circunvizinhos; constituindo-se assim uma cidade pólo
Quanto às instituições financeiras, existem 3 instituições bancárias de
propriedade do governo e dezenas e representante bancários de instituições
públicas e privadas, e o volume de operações em 2004 chegou 40 milhões de reais.

Número de Agências 3 Agências


Operações de Crédito 43.025.183,35 Reais
Depósitos à vista - governo 1.959.910,27 Reais
Depósitos à vista - privado 6.240.868,33 Reais
Poupança 33.084.814,04 Reais
Depósitos à prazo 1.292.866,72 Reais
Obrigações por Recebimento 31.453,22 Reais
Tabela 7: Instituições Financeiras de Pau dos Ferros
Fonte: IBGE / 2004.

3.4 Importância da Pesquisa para o Município

Para entendermos melhor qual a importância deste estudo para o


município, tomemos como referência Guerreiro em seu livro Cidade Digital quando
afirma que:

O e-commerce e o e-business são os grandes propulsores da


economia digital, com evidentes reflexos no desenvolvimento local
quando o cidadão passa a consumir produtos e serviços produzidos
em outro local, que chegam a sua morada por meios integrados a ao
sistema de distribuição, sem que ele pare e questione sua origem
comercial.
(2006, p 240)

A internet possibilita aos consumidores realizarem compras a qualquer


vendedor de qualquer lugar, assim, ao não “entrarem” na internet, as empresas em
questão abrem espaço para que os internautas deste município e circunvizinhança
realizem compras a vendedores externos, perdendo uma fatia de potencial
crescimento no mercado. Não se referindo com isto somente as atividades de venda
direta a consumidores, mas também levando em conta a utilização na publicidade e
no relacionamento com os clientes e fornecedores, e demais vantagens oferecidas
por ela.
44

4 Procedimentos Metodológicos

Este estudo apresenta um caráter exploratório, pois seu intuito foi verificar
se os empresários têm consciência do potencial oferecido pelo uso da internet em
atividade de suas empresas. O método selecionado foi o indutivo, aplicado sobre um
estudo de caso, baseado em coleta e análise de dados dos quantitativos,
principalmente, com foco no “como” as empresas utilizam a internet.

4.1 Ambiente da Pesquisa

Para realizar o trabalho, foi escolhido o município de Pau dos Ferros, RN,
que, segundo o censo demográfico de 2000 do IBGE possui 24.758 habitantes, uma
extensão territorial de 277,9km2, sua economia é formada em sua maior parte por
empresas comerciantes de produtos e serviços que abastecem também dezenas de
outros municípios circunvizinhos; constituindo-se assim uma cidade pólo.

4.2 Amostra da Pesquisa

Durante a realização da pesquisa, foi detectado que grande quantidade


das empresas está muito aquém de uma inserção tecnológica adequada, não
possuindo sequer um computador, ou quando possui este não está inserido em
nenhum tipo de processo relativo à empresa. Como a análise proposta neste
trabalho exige um mínimo de utilização tecnológica por parte das entrevistadas,
foram filtradas 44 empresas dentre as 99 constantes no cadastro da CDL, sendo
adotado como critério mínimo seletivo a existência de um computador na empresa.
Essa será a amostra analisada.

4.3 Instrumentos da Pesquisa

Para a obtenção de dados que subsidiariam o estudo proposto, foi


realizada uma pesquisa de questionário com 21 questões objetivas, aplicado à
empresas de diversos seguimentos de mercado: atacado varejo serviços, etc., do
município de Pau dos Ferros/RN, pertencentes ao cadastro da Câmara de Dirigentes
Lojistas (CDL), selecionadas aleatoriamente.
45

Os questionários foram aplicados no mês de Janeiro de 2007, e


respondidos pelos proprietários ou representantes legais das empresas,

4.4 Restrição da Amostra

Uma grande dificuldade encontrada durante a realização da pesquisa foi o


falta de conhecimento de conceitos básicos sobre o assunto por parte dos
entrevistados, ocasionando respostas conflitantes em alguns questionários, Houve,
por exemplo, casos em que os empresários afirmaram que os equipamentos de sua
empresa estavam conectados em uma rede local, embora tivessem respondido
anteriormente que possuíam apenas um computador. Tais conflitos foram filtrador na
análise de modo a retratar melhor a realidade estudada.

4.5 Variáveis

As perguntas do questionário foram elaboradas com o intuído de


demonstrar resultados a questões como: qual o nível de informatização das
empresas, qual a proporção de empresas que utilizam a internet em suas atividades,
se a oferta de conexão a internet existente no município atende as necessidades
das empresas, como as empresas utilizam os recursos disponibilizados pela internet,
qual a percepção que os empresários têm sobre a importância da internet para suas
empresas, dentre outras.

4.6 Análise e Interpretação dos dados

Para tentar responder ao problema proposto, os dados foram analisados e


as respostas cruzadas de modo a traçar um perfil das empresas e de seus
administradores com relação à utilização da Internet como ferramenta para favorecer
seus negócios.
Os dados foram tabulados e foi adotado o método estatístico para
representar sua interpretação.
Foram construídos gráficos ilustrativos e feitos alguns comentários que
ajudarão a melhorar a compreensão dos dados expostos,
46

5 Análise e Discussão dos Resultados

Neste capítulo, tentar-se-á tecer uma análise sobre a perspectiva que os


empresários têm quanto ao potencial comercial que a internet proporciona e como
eles a utilizam nas atividades de suas empresas, análise esta que será
fundamentada na pesquisa de campo realizada para este trabalho.
De acordo com os dados coletados na pesquisa, dentre as 44 empresas
entrevistadas, 34 (77,27%) existem há mais de 6 anos, 5 (11,36%) têm entre 2 e 6
anos, e outras 5 menos de 2 anos.
Isso demonstra que a grande maioria das empresas já pode ser
considerada um empreendimento firmado, com estabilidade no mercado local.

Gráfico 5: Tempo de existência das empresas.


Fonte: Pesquisa de Campo. Janeiro, 2007. Elaboração do autor.

Quanto ao número de funcionários existentes na empresa, a pesquisa


constatou que 31,82% possuem o máximo de até 02 funcionários, 38,64% de 03 a
05, 15,91% de 06 a 10 e 13,64% possuem mais de 10 funcionários.
Assim, podemos perceber que a maioria das empresas, 70,45%, é de
pequeno porte, tendo no máximo 05 pessoas trabalhando, enquanto que apenas
29,55% têm um número maior.
As mais antigas também são as maiores empregadoras, 17,65% das
empresas que estão no mercado há 6 anos ou mais empregam mais de 10
funcionários. Nas demais esse percentual é zero. Das que tem entre 2 e 6 anos,
60% empregam no máximo 2 pessoas e os demais 40% de 3 à 5 pessoas. Dentre
47

as mais novas, com menos de 2 anos, 80% das empresas também possuem até 2
funcionários.
Quanto ao número de computadores, foi constatado que quase a metade
das empresas, 43,18% possui apenas 01 computador, entretanto, mais de 1/5,
20,45%, possuem 05 ou mais, como pode ser verificado no gráfico 7.

Gráfico 6: Quantidade de funcionários nas empresas.


Fonte: Pesquisa de Campo. Janeiro, 2007. Elaboração do autor.

A idade parece ser um parâmetro que influencia não só no porte da


empresa, mas também no grau de informatização, já que 23,53% das empresas
mais antigas possuem 5 ou mais computadores, enquanto que nas empresas com
vida entre 2 e 5 anos esse percentual é de 20%, e nas mais novas é zero.

Gráfico 7: Quantidade de computadores nas empresas.


Fonte: Pesquisa de Campo. Janeiro, 2007. Elaboração do autor.
48

Dentre as empresas que possuem mais de 01 computador, ou seja,


56,82% das entrevistadas, 72% afirmam que esses equipamentos estão conectados
em uma rede local, e 92% possuem 01 ou mais microcomputadores conectados a
internet, mas, quando incluídas as empresas que possuem apenas 01
microcomputador, esse percentual cai para 82%.
Quando interrogo sobre o uso que fazem da internet, dentre as que
possuem um ou mais computadores conectados a rede mundial, 97,22% afirmaram
utilizar à rede mundial em alguma atividade relacionada à empresa. Apenas uma
afirmou que não o faz. Entre as empresas mais antigas, aquelas que têm seis ou
mais anos de existência, que possuem computadores conectados, 76,47%
afirmaram fazer uso da rede em suas atividades, enquanto que nas mais novas, com
até cinco anos, esse percentual é de 100%. Isso leva a crer que os novos
empresários tem uma visão maior das possibilidades oferecidas pela comunicação
digital.

Gráfico 8: Computadores conectados a Internet nas empresas.


Fonte: Pesquisa de Campo. Janeiro, 2007. Elaboração do autor.

Ainda com relação às empresas ligadas à Internet, 22,73% estão


conectadas há no máximo 01 ano e o mesmo percentual se repete para as que
estão há mais de 05 anos. 31,82% estão conectadas entre 2 e 3 anos e apenas
4,55% entre 4 e 5 anos. Dados que podem ser compreendidos melhor observando-
se o gráfico 9.
Todas as empresas conectadas à internet há mais de um ano a utilizam
em alguma atividade, assim como 90% das que se conectam há menos de um ano.
49

Com isso podemos entender que o tempo de utilização da internet é um fator


contribuinte para introduzi-la no dia-a-dia da empresa.

Gráfico 9: Tempo de uso da internet pelas empresas.


Fonte: Pesquisa de Campo. Janeiro, 2007. Elaboração do autor.

A grande maioria, 88,89%, utiliza conexão à rede mundial via rádio,


apenas 8,33% por telefone, e 2,78% por satélite.

88,89
90
80
70
60
50
40
30
20 8,33
0 2,78
10
0
Discada Fibra optica Radio Satélite
(linha telefônica)

Gráfico 10: Tipos de conexão à internet utilizadas pelas empresas.


Fonte: Pesquisa de Campo. Janeiro, 2007. Elaboração do autor.

96,88% das empresas que utilizam conexão por rádio, afirmam que a
internet é utilizada em atividades da empresa. Nas que utilizam conexão por
telefone, esse uso chega a 100%.
50

Ainda de acordo com a pesquisa, entre as que usam conexão discada,


apenas 1/3 está satisfeita com esse tipo de conexão enquanto que, nas que usam
conexão de rádio, esse percentual é de 87,5.
A única empresa que utiliza conexão via satélite, afirmou que esse tipo de
conexão atende plenamente as necessidades de sua empresa.
As que se mostraram insatisfeitas com a conexão somaram 16,67%, e o
principal motivo foi o problema de lentidão, apontado por 13,89% das empresas
conectadas, seguindo problemas de disponibilidade com 8,33% e custo elevado com
5,56%. Entre as conectadas por ondas de rádio a insatisfação é menor, 12,5%,
sendo que o maior motivo é a lentidão, apontado por todas as empresas que se
mostraram insatisfeitas com esse tipo de conexão. Os demais motivos apontados
como causas da insatisfação dos empresários foram a indisponibilidade com 6,25%
e altos custos com 3,13%. Das que utilizam o telefone para conectar-se, e que não
estão satisfeitas; cada um desses motivos, lentidão, indisponibilidade e custo
elevado, foram apontados como uma das causas por 50% das empresas.

Gráfico 11: Utilização da internet nas empresas.


Fonte: Pesquisa de Campo. Janeiro, 2007. Elaboração do autor.
51

Podemos perceber com isso que as empresas dão preferência por investir
em um link via rádio, provavelmente por este tipo de conexão apresentar um custo
relativamente menor e uma maior disponibilidade e facilidade de uso. O fato de a
maioria das empresas investir em um link que representa aumento nos custos fixos,
pode significar que o empresariado tenha a percepção de que a internet traz
benefícios ao seu negócio, embora isso não signifique que ele tenha conhecimento
de quais são esses benefícios.
Das empresas que utilizam a internet em alguma atividade, ou seja,
79,55% da amostra ou 97,22% das conectadas a internet, 85,71% mantêm contato
com fornecedores e 71,43% pesquisam preços, mas somente 57,14% fazem
compras no mercado digital. Apenas 25,71% fazerem pagamentos, embora 45,71%
administrem as contas bancárias da empresa pela internet. Dessas mesmas
empresas, 25,71% fazem algum tipo de publicidade, mas só 11,43% vendem algum
produto ou serviço utilizando-se desse recurso tecnológico.
De todas as empresas conectadas, 36,11% mantêm um cadastro de e-
mails de seus clientes, mas somente 16,67% enviam mensagens publicitárias a eles.
Dentre as que usam a internet há mais de 5 anos, esses percentuais são
respectivamente de 50% e 10%,e nas demais, 34,62% e 11,11%. Essas
características demonstram que, de modo geral, as empresas pesquisadas não
fazem um bom uso dessa potencial ferramenta de marketing.

Gráfico 12: Importância da internet para as atividades das empresas.


Fonte: Pesquisa de Campo. Janeiro, 2007. Elaboração do autor.
52

Quando perguntado aos empresários e administradores que nível de


importância eles dão ao uso da internet nas atividades de suas empresas, 44,44%
atribuíram o conceito indispensável, 52,78% muito importante, e 2,78% consideram
o uso pouco importante, como demonstrado no gráfico 12. 25% das empresas que
não possuem conexão a rede mundial, ou seja 4,55% do total, consideraram que a
internet não possui utilidade alguma para seus negócios.
61,11% se dizem satisfeitos com o uso que fazem da internet, 25% muitos
satisfeitos e 13,89% alegaram que está pouco satisfeitos com o uso que fazem da
rede.

Gráfico 13: Satisfação dos empresários com o uso da internet.


Fonte: Pesquisa de Campo. Janeiro, 2007. Elaboração do autor.

Outro dado interessante, ainda com relação as que estão conectadas, é


que somente 25% realizam atendimento on-line aos seus clientes; seja por e-mail,
páginas de bate-papo, ou programas de mensagens instantâneas.
Apenas 14,29% de todas as entrevistadas, possuem site na web e 4,55%
realizam algum tipo de venda. O mais curioso é que de todas as empresas que
afirmaram vender produtos ou serviços pela rede, nenhuma mantêm uma pagina on-
line.
Dentre as que possuem site, 14,29% afirmaram que ele tem influência em
metade da receita da empresa, outros 14,29% menos da metade, 42,86%
pouquíssima e 28,57% afirmaram que ele não tem qualquer participação na receita.
53

Gráfico 14: Participação do site na receita da empresa.


Fonte: Pesquisa de Campo. Janeiro, 2007. Elaboração do autor.

Foi indagado ainda ao empresário, se sua empresa pretendia expandir


seus negócios utilizando a plataforma da internet. Dentre as 44 empresas
entrevistadas, 50% afirmaram que sim, 43,18% que não e 6,82% não souberam ou
não quiseram responder.

Gráfico 15: Pretende expandir suas venda utilizando a internet.


Fonte: Pesquisa de Campo. Janeiro, 2007. Elaboração do autor.
54

6 Considerações finais

Diante das observações realizadas ao longo deste trabalho, sobre a


expansão do uso da internet, que abrange cada vez mais usuários, e sobre as
vantagens possibilitadas às empresas decorrentes desse uso, chega-se aqui a um
posicionamento sobre as indagações lançadas no começo do trabalho, pode-se
esclarecer que:
A internet possui uma aderência relativamente pequena sobre as
atividades empresariais no município de Pau dos Ferros, tendo em vista a
potencialidade que possui. A Grande maioria das empresas, principalmente as do
ramo de comércio varejista, que constituem a maioria das empresas analisadas, não
possuem seque um computador, e as que possuem, grande parte estão obsoletos
e/ou não está conectado a rede. Assim, essas empresas se mantêm fora de um
mercado que poderia ser promissor a elas.
Embora não haja um estudo sobre o perfil dos usuários da internet
específico à cidade ou região, é muito comum se deparar com pessoas discutindo
ou relatando algum assunto sobre internet ou que chegou ao conhecimento de todos
por ela.
Das empresas que estão conectadas, a maioria faz uso em alguma
atividade, mas esse uso se remete somente às relações com fornecedores,
deixando muito a desejar nas relações com clientes.
Outro fato detectado é que entre os empresários, o nível de conhecimento
sobre o a internet está muito aquém do necessário para a elaboração de um plano
estratégico de atuação na rede.
Quase todos os empresários afirmaram dar importância à internet como
ferramenta de trabalho, mas pouquíssimos deles sabem especificar essa
importância, demonstrando que muitos não têm a consciência de como a rede pode
lhes proporcionar maiores lucros.
Dentre as atividades mais realizadas pelas empresas conectadas à
internet aparecem: contato com fornecedores, compra com fornecedores e pesquisa
de preço. Entretanto poucas realizam pagamentos on-line aos seus fornecedores, o
que nos leva a entender que utilizam os meios tradicionais em que um funcionário
precisa se deslocar a um banco munido dos documentos e do dinheiro.
Para manterem contato com seus clientes, apenas 27,27% fazem uso da
55

rede, o que nos leva a crer que os demais se valem de meios como telefone e
correspondência nas suas comunicações com consumidores, meias esses que
representam custo e tempo maior para a empresa.
De fato, menos de 30% das empresas possuem cadastro de e-mail de
seus clientes e quase ninguém faz alguma publicidade e menos ainda vende alguma
coisa pela rede.
Isso demonstra que apesar de haver tendência para o uso da internet nas
relações com fornecedores, dos empresários do município de Pau dos Ferros,
poucos têm noção do verdadeiro potencia que ela oferece,
Assim, o uso da internet pelas empresas deste município, apresenta
diversas lacunas, demonstrando a carência que essas empresas têm de
conhecimento apropriado sobre como e porque utilizar melhor a rede e dessa forma
alavancar melhoria de receita ou redução de despesa, Portanto, tais resultados
quanto ao uso da internet por parte dos empreendedores pauferrenses não condiz
com o esperado.
56

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Anexo 1 - Questionário de Pesquisa (Internet nas Empresas)
Este questionário destina-se a coletar dados junto às empresas de Pau dos Ferros, com o
objetivo de subsidiar a concretização de um trabalho acadêmico científico. Por favor, responda as
questões de acordo com seus conhecimentos e convicções.
As questões que não tiverem resposta que se enquadre à sua empresa deixe-as em branco.

Empresa _______________________________ Responsável: ______________________________


1. Há quanto tempo sua empresa existe?
a. ( ) Menos de 2 anos
b. ( ) De 2 a 5 anos
c. ( ) 6 anos ou mais
2. Quantos Funcionário existem em sua empresa?
a. ( ) Até 2
b. ( ) 3 a 5
c. ( ) 6 a 10
d. ( ) Mais de 10
3. Quantos computadores existem em sua empresa?
a. ( ) Nenhum
b. ( ) Um
c. ( ) Dois
d. ( ) Três
e. ( ) Quatro
f. ( ) Cinco ou mais
4. Os computadores estão conectados entre si em uma rede local?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
5. Quantos computadores de sua empresa estão conectados a internet?
a. ( ) Nenhum
b. ( ) Um
c. ( ) Dois
d. ( ) Três
e. ( ) Quatro
f. ( ) Cinco ou mais
6. Sua empresa utiliza a internet em alguma atividade?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
7. Há quanto tempo sua empresa utiliza a internet?
a. ( ) Menos de 1 ano
b. ( ) De 2 à 3 anos
c. ( ) De 4 à 5 anos
d. ( ) Mais de 5 anos
e. ( ) Não Utiliza
8. Quê tipo de conexão a internet sua empresa utiliza?
a. ( ) ADSL (Cable Modem Ex: Velox, Speed, ect.)
b. ( ) Discada (modem e linha telefônica)
c. ( ) Fibra óptica
d. ( ) Rádio
e. ( ) Satélite
f. ( ) Nenhuma
9. Esse tipo de conexão atende plenamente as necessidades de sua empresa?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
10. Se a resposta anterior for NÃO, quais os motivos? pode marcar mais de uma resposta
a. ( ) Conexão lenta
b. ( ) Baixa disponibilidade
c. ( ) Preço elevado
11. Sua empresa utiliza a internet para: pode marcar mais de uma resposta
a. ( ) Contato com Fornecedores
b. ( ) Compra com fornecedores
c. ( ) Pagamento a fornecedores
d. ( ) Administração de contas bancárias da empresa
e. ( ) Pesquisa de preços
f. ( ) Contato com clientes
g. ( ) Vendas a Clientes
h. ( ) Publicidade
i. ( ) Transferência de informações (arquivos de dados digitais)
j. ( ) Outros
k. ( ) Nenhum
12. Sua empresa mantêm um cadastro de e-mails e seus clientes?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
13. Se a resposta anterior for SIM, sua empresa envia boletins publicitários ou informativos de
ofertas aos seus clientes via e-mail?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
14. Quantas funcionários utilizam a internet em atividades da empresa?
a. ( ) Nenhum
b. ( ) 1
c. ( )2a4
d. ( ) 5 a 10
e. ( ) Mais de 10
15. Você considera que a utilização da internet nas atividades de sua empresa:
a. ( ) Essencial, indispensável
b. ( ) Muito Importante
c. ( ) Pouco importante
d. ( ) Sem utilidade
16. Você está satisfeito com o uso que sua empresa faz da internet?
a. ( ) Muito satisfeito
b. ( ) Satisfeito
c. ( ) Pouco satisfeito
d. ( ) Insatisfeito
17. Sua empresa realiza atendimento on-line pela internet?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
18. Sua empresa possui site na internet?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
19. Sua empresa vende seus produtos ou serviços pela internet?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
20. Qual a participação do site na receita de sua empresa?
a. ( ) Total
b. ( ) Mais da metade
c. ( ) Metade
d. ( ) Menos da metade
e. ( ) Pouquísima
f. ( ) Nenhuma
21. Você pretende expandir suas venda utilizando a internet?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não

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