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simo. Qualquer um que estudar filosofia moral e histria saber que acreditar em Deu
s ou no nada implica em termos de "melhor" comportamento moral. Crentes e ateus m
atam, mentem e roubam da mesma forma.
E mais: se Nietzsche estivesse vivo veria que hoje em dia -poca em que ateus so co
muns como bananas nas feiras- existe tambm aquele que vira ateu por ressentimento
.
Nietzsche acusa os cristos de crerem em Deus por ressentimento (o cristianismo pl
atonismo para pobre). Temos medo da indiferena csmica, da "inventamos" um dono do U
niverso que nos ama e, ao final, tudo vai dar certo.
Quase todos os ateus que conheo o so por trauma de abandono csmico. Se o religioso
um covarde assumido, esse tipo de ateu (muito comum) um "teenager" revoltado con
tra o "pai".
Mas voltando ao erro na leitura de Dostoivski. Do fato que religio no deixa ningum m
elhor, o professor conclui que Dostoivski estava errado quando afirmou que "se De
us no existe, tudo permitido". Erro clssico.
Essa afirmao de Dostoivski no discute sua crena, nem o consequente comportamento mora
l decorrente dela (como parece primeira vista). Ela discute o fato de que, pouco
importando sua crena, se Deus no existe, no h cobrana final sobre seus atos. O "tudo
permitido" significa que no haveria "um dono do Universo" para castiga-lo (ou no)
, dependendo do que voc fizesse.
Claro que isso pode incidir sobre seu comportamento moral, mas apenas secundaria
mente. A questo dostoievskiana moral e universal, no pessoal. Pouco importa sua cr
ena, a existncia ou no de Deus independe dela, e as consequncias de sua existncia (ou
no) cairo sobre voc de qualquer jeito. O problema filosfico, e no psicolgico.
O cineasta Woody Allen entendeu Dostoivski bem melhor do que o professor.