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EMOCIONAIS E COMPORTAMENTAIS
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* Médico pediatra e homeopata com mestrado em Ciências da Saúde Humana (área de
concentração: Ações de Promoção da Saúde). Autor do livro Emoções cancerígenas à
luz da homeopatia..
está contribuindo para fragmentar a solução do problema ensino-aprendizagem,
simplificando-o com a categorização de uma figura: o aluno problemático. Mas não é
justo que este represente a figura inteira do problema - é apenas um dos quatro lados da
figura.
Todos sabemos da quase utopia de atacar o problema por todos os lados: escola,
professor, família e aluno. Mas se o fizermos por um dos lados, o do aluno, ao menos
que o façamos levando em conta a integralidade do mesmo, pois a fatia do aluno para o
bolo não se resume a um conjunto de comportamentos que pode ser enquadrado dentro
de um diagnóstico psiquiátrico. É necessário compreender o sentido dos
comportamentos, a origem e intensidade dos sentimentos e como os contextos os geram
ou neles influenciam. Desse modo o entenderemos como totalidade e não apenas como
um desviante. A homeopatia busca compreender as diversas dimensões do ser humano,
para poder abordá-lo em suas peculiaridades; entender os elementos que o distinguem
dos demais, que o singularizam, que definem sua individualidade, sua idiossincrasia.
A PROPOSTA DA HOMEOPATIA
A Homeopatia é uma prática clínica que já arquiva duzentos anos de experiência mundo
afora. Embora seus postulados sejam alvos de desapreço pelo sistema cartesiano de
investigação científica, seus resultados práticos a cumulam de méritos crescentes por
parte da sociedade em geral. Cada vez mais pacientes se interessam por seus benefícios
e mais profissionais por seu estudo. Eis seu princípio básico: um medicamento é capaz
de curar ou aliviar sintomas de indivíduo doente quando também for capaz de provocar
sintomas semelhantes em voluntário sadio. Mesmo que a biomedicina conteste este
principio da similitude, há milhares de exemplos atestando sua veracidade. Vamos a um
deles, e bastante simples. A maioria dos clínicos e dermatologistas sabem que um dos
tratamentos mais eficientes para escabiose (sarna) é uma preparação à base de enxofre
precipitado. Isto é um fato clínico. Eis então o fato experimental: se aplicarmos enxofre
na pele de pessoa sadia, a mesma irá (com alta freqüência) desenvolver um quadro
muitíssimo parecido com o da escabiose. Um outro exemplo, e que tem a ver com a
clientela deste projeto: o medicamento chamado metilfenidato (Ritalina) é o mais
utilizado por psiquiatras e neurologistas para tratar crianças com transtorno por déficit
de atenção com hiperatividade (TDAH). Como pode dar algum resultado (e dá algum),
se esse fármaco é um psico-estimulante, e a criança com TDAH já é excitada até
demais? É apenas mais uma prova da veracidade do princípio homeopático da
similitude: um medicamento capaz de provocar excitação em indivíduo normal também
é capaz de aliviar a hiperexcitablidade da criança com TDAH. Ainda um terceiro: no
mais conhecido tratado de cancerologia do mundo (DE VITA, 2001, p.243-4) os autores
tabelam as “causas conhecidas de câncer de seres humanos” e as dividem em cinco tipos
de fatores – ambientais, hábitos de vida, ocupacionais, biológicos e farmacológicos.
Nesta última categoria encontram-se 13 medicamentos ou classes inteiras de
medicamentos que são utilizados na própria quimioterapia do câncer, ou seja, atestando
mais uma vez o princípio homeopático da similitude: o que pode causar câncer também
é capaz de remediá-lo. Uma derradeira ilustração: qual o tratamento mais eficaz para
graves acidentes com animais peçonhentos? Exatamente, é o soro produzido com o
próprio veneno do animal. Centenas de outros exemplos que explicam a cura pela
homeopaticidade (similitude de efeitos) podem ser encontrados no abrangente estudo de
medicamentos alopáticos realizados por Marcos Zulian Teixeira, Doutor em Medicina
pela Universidade de São Paulo (TEIXEIRA, 1998).
A experimentação em voluntários sadios (segundo princípio da Homeopatia) é a melhor
maneira de se conhecer o potencial curativo de substâncias que existem em abundância
na natureza, determinando-se o que elas são capazes de provocar em pessoas não
doentes. Nos cursos de formação de homeopatas tem sido exigência curricular participar
de alguma forma em experimentações: ou como experimentador propriamente dito
(cobaia) ou em outras funções (observar e examinar o experimentador, analisar e
agrupar os sintomas surgidos etc.). Atuar como experimentador é uma experiência que
enriquece sobremaneira a visão clínica do homeopata e consolida sua vocação e seu
talento para praticar a medicina homeopática. Particularmente, durante minha formação
tive o privilégio de experimentar durante seis meses o medicamento Bothrops
jararacussu (veneno de jararaca, em preparações bastante diluídas, conforme a
farmacotécnica homeopática). O rigor científico exige experimentações cegas, ou seja, o
voluntário desconhece totalmente o que está experimentando. Os principais sintomas de
minha experiência encontram-se no site www.filosofiabarata.com.br.
Centenas de substâncias naturais (dos reinos animal, mineral e vegetal) já foram
provadas ao longo dos 200 anos de exercício da arte homeopática. Os sintomas
catalogados abrangem todas as dimensões existenciais do ser humano e não apenas o
plano físico, orgânico. Assim, além de dores, calores, rubores e tumores (os quatro
“ores” do processo inflamatório), os medicamentos também alteraram humores e
despertaram rumores – metáfora que estamos aqui deliberadamente utilizando para
designar uma série de sintomas mentais. Todos esses sintomas estão organizados em
livros que denominamos Materia Medica Homeopatica, aos quais costumamos recorrer
para prescrevermos com maior grau de acerto. Dentre os aspectos emocionais e
comportamentais que as experimentações homeopáticas têm provocado ou alterado em
voluntários sadios podemos citar: agressividade, aversão (ou desejo) de companhia,
alheamento social, ansiedade, compulsão alimentar, concentração difícil, confusão
mental, crueldade, desconfiança, desorientação, destrutividade, distração, embotamento
mental, esquecimento, euforia, excitabilidade, gestos estranhos (tiques),
hiperemotividade, impressionabilidade, impulsividade, indecisão, indiferença afetiva,
indignação, indiscrição, indolência, insolência, inquietude, insegurança, introspecção,
ira, irritabilidade, lentidão, loquacidade, medos, nostalgia, obscenidade, obscessão,
obstinação, pesadelos, pessimismo, pressa, ressentimento, rudeza, selvageria,
sonambulismo, temeridade, terror noturno, timidez etc. Coincidentemente, esses e
muitos outros estados e modos de ser, sentir, pensar e agir, nas mais diversas
combinações, são os ingredientes típicos das inadequações emocionais e
comportamentais de milhares de escolares nos mais diversos ambientes onde se
desenrolam suas rotinas e conflitos de vida, mormente na escola.
O DSM-IV (Diagnostic and Statistic Manual of Mental Disorders) classifica mais de
250 condições que podem cursar com alterações de comportamento. Todavia, para que
educadores e profissionais de saúde possam distinguir entre o que faz parte de uma
estrutura normal de personalidade e o que adentra o campo do psico-sócio-patológico é
necessário que se observe os critérios de inclusão nesse campo (GRILO e SILVA,
2004):
- quando houver problemas no rendimento escolar não explicados por fatores
intelectuais, sensoriais ou outras incapacidades físicas;
- quando percebe-se problemas em estabelecer e manter relações sociais adequadas com
outros colegas, professores ou familiares;
- quando percebe-se reações comportamentais ou sentimentos inapropriados diante de
situações corriqueiras não prejudiciais, ou tristeza e depressão contínuas;
- quando há tendência a desenvolver sintomas físicos ou medos associados a situações
comuns.
Para a homeopatia, quaisquer características humanas, desproporcionais em sua
expressão natural e promotora de distúrbios de qualquer natureza (espiritual, social,
familiar, psíquica, escolar, física, climática, alimentar etc.), são consideradas sintomas
homeopáticos, que integram a susceptibilidade mórbida individual, e devem estar
incorporadas à totalidade sintomática do indivíduo.
O tratamento homeopático adequado deve priorizar a individualização do medicamento,
valorizar aspectos mais característicos do paciente, permitindo que para uma mesma
doença ou perturbação cada indivíduo possa receber medicamento distinto do de outro
indivíduo, conforme suas susceptibilidades físicas, psíquicas, emocionais, alimentares,
climáticas etc. Isso é o que se chama homeopatia unicista, pois o indivíduo é um ser
único, singular, incomparável, e deve receber um único medicamento em cada
avaliação, a qual deve levar em conta essa unicidade, esse conjunto de dimensões
(físicas e imateriais) que constituem o ser humano Ensaios clínicos controlados que
respeitaram essas premissas demonstraram maior eficácia do tratamento homeopático
perante o placebo, ao contrário daqueles que estipularam uma mesma prescrição para
todos os portadores de uma mesmo problema de saúde ou de expressão afetivo-
comportamental, desprezando a totalidade sintomática característica individual
(TEIXEIRA, 2008).
Esse processo de individualização medicamentosa necessita de um período de
acompanhamento regular e variável em que a efetividade das diversas hipóteses
medicamentosas é testada sucessivamente, ajustando-se os medicamentos, as doses e as
potências homeopáticas aos diversos aspectos do paciente. Isso até que se atinja o status
medicamentoso ideal, reduzindo-se ou suspendendo eventuais outros medicamentos em
uso, desde que os mesmos não sejam imprescindíveis ao equilíbrio das funções vitais
orgânicas, segundo critérios éticos e seguros, tentando salvaguardar o relacionamento
do paciente e do médico homeopata com outros médicos não homeopatas porventura
envolvidos no tratamento do paciente.
Portanto, não podemos reduzir um indivíduo que tem distúrbios emocionais apenas
conforme o entendimento da psiquiatria, que baseia o tratamento somente nas
manifestações psíquicas e que busca medicamento psicotrópico com objetivo de
suprimir (embotar, enuviar) as expressões mentais. Ao contrário, devemos evitar essa
dicotomia mente-corpo, essa fragmentação, e juntar as manifestações de todas as
vertentes funcionais da pessoa em uma abordagem totalizadora, integralizadora, a mais
sistêmica e holística possíveis. Eis a grande diferença da episteme homeopática para a
medicina de especialidades ou mesmo para a dita medicina psicossomática. A
abordagem da homeopatia (homeoterapia = tratar pela similitude) talvez seja a que
melhor representa o que se entende por “tratar como um todo”, e não a velha estratégia
de dividir o indivíduo em pedaços, encaminhar a mente para psiquiatras ou psicólogos e
distribuir o “resto” nos diversos consultórios de especialistas. Essa estratégia chama-se
tratamento multiprofissional e muitas vezes é necessária para obtenção de pareceres e
procedimentos especializados, porém está longe do significado de “tratar o indivíduo
como um todo”.
Quando propõe-se um projeto de atuação profissional, o mesmo pode ser uma inovação
no mundo da ciência ou das atividades humanas ou pode ser uma extensão ou
reprodução de trabalhos já implantados em outros locais. Aqui trata-se desta segunda
situação: é algo que já foi experimentado em várias outras cidades brasileiras, sendo
algumas experiências não formalmente documentadas nem divulgadas na imprensa
leiga ou especializada, mas que conhecemos por diversos testemunhos de profissionais
da saúde ou da educação. Nossa própria labuta atesta os benefícios de abordagens
freqüentes que temos empreendido no Ambulatório de Homeopatia Dom José Gomes
(trabalho voluntário ligado à Pastoral da Criança da Diocese de Chapecó/SC, desde
novembro de 2004), em clinica privada desde 1998 e na Unidade de Saúde da Família
(USF) da Escola Parque Cidadão Leonel de Moura Brizola (EPCLMB, antigo CAIC –
Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente), desde 1998, situada na
periferia de Chapecó. Foi observando esses resultados que a direção da EPCLMB
solicitou-nos a formalização desde projeto, visando persuadir a Secretaria Municipal de
Saúde a ceder um médico homeopata para a Secretaria Municipal de Educação.
Dentre os trabalhos bem sucedidos na área, vamos citar, à guisa de ilustração, o que foi
realizado no Jardim Horizonte Azul (JHA), periferia de São Paulo, pela Associação
Comunitária Monte Azul (BAROLLO & cols, 2006). Trata-se de atendimento da
comunidade por um médico homeopata, com carga de 7 horas por semana, durante 18
meses (agosto/2004 até março/2006), com abordagem exclusivamente unicista,
antecedida por uma triagem que estabeleceu as prioridades clínicas e psico-
comportamentais (definir que pessoas necessitavam do atendimento dentro dos alcances
e limites da homeopatia). Foi aplicado o Teste de Qualidade de Vida CHQ-PF50
(Versão original - Landgraf, J.M. and Ware, J.E., 1999, com validação cultural cruzada
e adaptada por Machado, C., Ferriani, V., Silva, C.H., Melo-Gomes, J.A.), específico
para a faixa etária de 0 a 18 anos, na triagem inicial e após 1 ano de acompanhamento.
Os testes foram respondidos pelos pais em casa ou com orientação e supervisão da
atendente do ambulatório do JHA. Foi aplicado também o Teste de Desempenho
Escolar (TDE), de Stein (1994) às crianças de 7 a 14 anos em duas oportunidades, com
intervalo de 6 meses entre cada aplicação. Foram atendidos e tratados 141 crianças e
adolescentes (56,4% da população alvo), que demandaram 749 consultas (média de 5,3
consultas/paciente); além destas, foram atendidas também 13 crianças menores de 6
anos em situações de urgência (atendidas normalmente por médico pediatra). As
crianças e adolescentes apresentavam inicialmente até 19 diagnósticos diferentes, de
acordo com o CID-10 (Classificação Internacional de Doenças – décima revisão),
acrescidos de algumas dezenas de sintomas homeopáticos, caracterizando uma
população muito doente física, emocional, mental e socialmente. Meio aos problemas
mais comuns dessa clientela destacavam-se: inquietude e comportamento agressivo em
30%; distúrbios do sono (incluindo insônia, terror noturno, sono agitado) em 25%;
pesadelos e ilusões (incluindo visões) em 50% dos pacientes. O número de
medicamentos prescritos por aluno, seqüencialmente, para obter a melhora total dos
sintomas, variou de 1 a 4. Houve melhora total da sintomatologia com apenas um
medicamento em 59% dos pacientes. Os autores não falam em cura dos pacientes e sim
de melhora da Totalidade Sintomática (TS), porque, devido às condições sócio-
econômicas e sanitárias em que vivem as crianças e adolescentes, julgam necessário um
tempo considerável de tratamento até a estabilização dos quadros clínicos. A equipe que
acompanhou os pacientes e analisou os resultados (que incluiu uma psicopedagoga)
aponta que o tratamento homeopático conferiu condições de saúde mais adequadas e
melhor disposição para o aprendizado escolar.
Os autores ressaltam que 46% dos pacientes apresentavam, inicialmente, dor de cabeça
crônica (variando de 2 a 7 vezes/semana, associadas a rinite ou sinusite, ou mesmo
enxaqueca clássica) e durante o tratamento 95% melhoraram do sintoma. E supõem que
esse resultado pode ser o responsável pela melhora do interesse e desempenho escolar,
uma vez que o aprendizado fica muito comprometido na vigência desse tipo de sintoma.
Além disso, a melhora na qualidade do sono também pode ter contribuído para os
resultados obtidos nesse aspecto.
Outro fator relevante era a alta incidência de pesadelos e ilusões/visões entre os
pacientes de 7 a 14 anos, com remissão desses sintomas na totalidade deles. É
interessante ressaltar que, apesar de continuarem no mesmo contexto sócio-familiar,
esses sintomas melhoraram. Os pesadelos mais comuns eram com perseguições, mortos,
assassinatos, cobras, fantasmas, demônios, monstros, todos elementos que fazem parte
do cotidiano dessas crianças e adolescentes, que residiam em uma das áreas mais
violentas da cidade de São Paulo e onde existem várias correntes religiosas que
desenvolvem trabalho junto a essa comunidade.
Houve melhora da hiperatividade, transtornos de déficit de atenção e do comportamento
agressivo e anti-social em 80% das crianças na faixa etária de 7 a 14 anos.
Analisando o orçamento utilizado, a equipe conclui que a economia de recursos foi
considerável e o custo do tratamento homeopático é muito inferior ao custo do
tratamento convencional. Considerando-se também a economia em gastos com exames
complementares e medicamentos convencionais, a equipe afirma que a Homeopatia se
impõe como uma alternativa terapêutica para uma medicina sustentável.
Os resultados desse estudo demonstram a necessidade de um trabalho de cooperação e
integração entre as áreas programáticas da Saúde e Educação, uma vez que a saúde é
condição necessária para o aprendizado, especialmente no ensino fundamental, e a
educação, por sua vez, contribui de forma decisiva para a melhoria das condições de
saúde das populações. A presença de um médico homeopata nas escolas poderá
contribuir para a melhora do desempenho escolar dos alunos do ensino fundamental e
médio, para o tratamento de Transtornos de Déficit de Atenção (TDA) com ou sem
Hiperatividade (TDAH), dos Transtornos de Comportamento com ou sem
agressividade, bem como contribuir para a diminuição do estresse docente, portanto,
para a melhora da qualidade do ensino.
ASPECTOS OPERACIONAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
28.07.09
Fonte:
http://www.filosofiabarata.com.br/blog/homeopatia.php?p=112&more=1&c=1&tb
=1&pb=1