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O Mistrio da Cruz
Conta uma outra lenda que esse gesto de cruzar o solo ou a si mesmo s foi adotado pelos
cristos quando um padre romano, atiado pela curiosidade, perguntou a um servial de
sua igreja o porque dele cruzar o solo antes de entrar nela para limp-la e o mesmo fazia
ao sair dela.
O servial, um negro j idoso que havia sido libertado pelo seu amo romano quando j no
podia carregar os seus pesados sacos de pedras ornamentais, e que andava arqueado por
causa de sua coluna vertebral ter se curvado de tanto peso que ele havia carregado desde
jovem, ajoelhou-se, cruzou o solo diante dos ps do padre romano e, a falou:
Agora j posso contar-lhe o significado do sinal da cruz, amo padre!
Por que, s aps cruzar o solo diante dos meus ps, voc pode revelar-me o significado
do sinal da cruz, meu negro velho?
porque eu vou falar de um gesto sagrado, meu amo. S aps cruzarmos o solo diante
de algum e pedirmos licena ao seu lado sagrado, esse lado se abre para ouvir o que
temos a dizer-lhe.
Se voc no cruzar o solo diante dos meus ps o seu lado sagrado no fala com o
meu? isso, meu negro velho e cansado?
isso sim, meu amo. Tudo o que falamos, ou falamos para o lado profano ou para o
lado sagrado dos outros com quem conversamos! Como o senhor quer saber o significado
do sinal da cruz usado por ns, os negros trazidos desde a frica para trabalharmos como
escravos aqui em Roma e, porque ele um sinal sagrado, seu significado s pode ser
revelado ao lado oculto e sagrado de seu esprito. Por isso eu cruzei o solo diante dos seus
ps, pedi ao meu pai Obaluay que abrisse uma passagem entre os lados ocultos e
sagrados dos nossos espritos seno o senhor no entender o significado e a importncia
dos cruzamentos e das passagens.
O padre romano, ouvindo as palavras sensatas daquele preto, j velho e cansado de tanto
carregar os fardos de pedras ornamentais com as quais eles, os romanos, enfeitavam as
fachadas e os jardins de suas manses, sentiu que no estava diante de uma pessoa
comum, mas sim diante de um sbio amadurecido no tempo e no trabalho rduo de
carregar fardos alheios.
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