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O documento discute a responsabilidade pela dívida de energia elétrica decorrente de contrato de locação. Afirma que a dívida é de caráter pessoal (propter personam) e não acompanha o imóvel, sendo de responsabilidade do locatário que efetivamente utilizou o serviço. Também diz que cabe ao locatário realizar a transferência da titularidade do fornecimento de energia nos cadastros da concessionária.
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direito do trabalgo
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Responsabilidade Da Dívida Decorrente de Energia Elétrica Em Contrato de Locação
O documento discute a responsabilidade pela dívida de energia elétrica decorrente de contrato de locação. Afirma que a dívida é de caráter pessoal (propter personam) e não acompanha o imóvel, sendo de responsabilidade do locatário que efetivamente utilizou o serviço. Também diz que cabe ao locatário realizar a transferência da titularidade do fornecimento de energia nos cadastros da concessionária.
O documento discute a responsabilidade pela dívida de energia elétrica decorrente de contrato de locação. Afirma que a dívida é de caráter pessoal (propter personam) e não acompanha o imóvel, sendo de responsabilidade do locatário que efetivamente utilizou o serviço. Também diz que cabe ao locatário realizar a transferência da titularidade do fornecimento de energia nos cadastros da concessionária.
locao Uma das tantas discusses travadas no judicirio em relao ao contrato de locao, sobretudo aps o trmino do prazo do contrato, quando da retomada do imvel pelo proprietrio, diz respeito responsabilidade da dvida decorrente de energia eltrica. A dvida decorrente dos servios de energia eltrica configura-se como obrigao propter personam, de carter pessoal, e no propter rem, ou seja, no acompanha o imvel, sendo de responsabilidade do real consumidor do servio prestado, em nome do qual est ou ao menos deveria estar cadastrado o fornecimento do servio, no apenas derivado de contrato de locao, mas tambm de venda da propriedade. Com efeito, o dbito deve ser cobrado da pessoa titular da conta poca da ocorrncia da irregularidade, tendo em vista ser obrigao de pagamento de dbito no aderente coisa (propter rem), mas decorrente da responsabilidade de quem efetivamente utilizou os servios (propter personam). Tal entendimento pacfico nos Tribunais: APELAO CVEL. DIREITO PBLICO NO ESPECIFICADO. ENERGIA ELTRICA. OBRIGAO PROPTER PERSONAM. DVIDA DE TERCEIRO EM PERODO ANTERIOR AQUISIO DO IMVEL. CDC. APLICABILIDADE. FORNECIMENTO DE ENERGIA. POSSIBILIDADE. INDENIZAO POR DANOS MORAIS. CABIMENTO. () II. A obrigao decorrente dos servios de energia propter personam, e no propter rem. Com efeito, procede o pleito da parte autora em ver restabelecido o fornecimento de energia eltrica, uma vez que no pode a fornecedora condicionar o pagamento de dvida de terceiro, para ligar o servio, conforme dispe o art. 2, do art. 4 da Resoluo n 456/00 da ANEEL. () (Apelao Cvel N 70059275883, Segunda Cmara Cvel, Tribunal de Justia do RS, Relator: Lcia de Ftima Cerveira, Julgado em 06/08/2014) Assim, tratando-se de obrigao de carter pessoal (propter personam), o fornecimento de luz a exemplo, diga-se de passagem, do fornecimento de gua no acompanha o imvel, razo porque, por exemplo, o dbito em nome do antigo inquilino ou proprietrio no tem o condo de responsabilizar o novo usurio. Por outro lado, a par da responsabilidade pelos pagamentos das contas e/ou dbitos do fornecimento da energia eltrica do Imvel locado enquanto vigente o contrato de locao, obrigao esta que pode ser contrada de forma expressa no contrato, no obstante a disposio do art. 23, VIII, da Lei 8.245/91, mas tambm pelo fato de usufruir dos servios de fornecimento de energia eltrica naquele perodo, outra questo discutida no judicirio a responsabilidade pela transferncia de titularidade destes servios perante a concessionria responsvel. E, por ser propter personam e no propter ren a obrigao de pagar a conta ou a pendncia de dbito de fornecimento de energia eltrica constatada na unidade autnoma, ou seja, por surgir da responsabilidade de quem de fato utilizou ou utiliza os aludidos servios, a obrigao da transferncia de titularidade do aludido fornecimento junto concessionria tambm do locatrio e no do locador, tampouco da fornecedora de energia eltrica. Soma-se ao fato da possibilidade de ficar expresso no contrato que a obrigao pelo pagamento do locatrio, parece claro que deste a responsabilidade da transferncia de titularidade dos servios de fornecimento de energia eltrica.
Ademais, no apenas pelo fato da obrigao em relao ao pagamento de conta ou pendncia de
dbito de fornecimento de energia eltrica ser propter personam, que se conclui que de responsabilidade da parte locatria a transferncia da titularidade dos servios nos cadastros da concessionria. A prpria jurisprudncia j se manifestou neste sentido: ENERGIA ELTRICA. AUSNCIA DE TRANSFERNCIA DE TITULARIDADE. PARTE AUTORA QUE SOFREU SUSPENSO NO FORNCIMENTO DE ENERGIA POR CONTA DE DBITO DO ANTIGO POSSUIDOR DO IMVEL. INCABVEL A CONDENAO AO PAGAMENTO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS AUTORA. 1. Se houve a suspenso do fornecimento de energia eltrica na residncia da autora em decorrncia do dbito no adimplido pelo antigo possuidor, tal fato se deu porque no houve a devida alterao da titularidade do imvel junto aos cadastros da requerida, o que deveria ocorrer por iniciativa da autora. Estando a requerente a utilizar a energia eltrica em nome de terceiro, ela a responsvel pelo pagamento, pois beneficiria do servio de fornecimento de energia eltrica. Entendo que se houve prejuzo autora no o antigo locatrio o responsvel ou mesmo a r RGE, seno a prpria autora que no enviou a documentao exigida pela concessionria de energia para a troca da titularidade (contrato de locao do imvel com firma reconhecida). Dano patrimonial ou extrapatrimonial inexistente. 2. Quanto ao dbito em atraso, a autora responde somente por aquele constitudo durante o perodo de sua locao, ou seja, a partir de maio de 2008. RECURSO PROVIDO EM PARTE. (Recurso Cvel N 71003885142, Primeira Turma Recursal Cvel, Turmas Recursais, Relator: Lucas Maltez Kachny, Julgado em 30/04/2013). No caso do r. julgado, a autora/recorrente era a parte locatria, motivo pelo qual no teve seu pleito indenizatrio (moral e material) deferido porque no foi diligente em transferir a titularidade dos servios de fornecimento de energia eltrica para o seu nome, responsabilidade essa que era sua por ter ocupado um imvel, por fora de um contrato de locao, que j tinha fornecimento de energia eltrica, motivo pelo qual novo contrato de fornecimento entre o novo morador (inquilino) e a concessionria de energia deveria ter sido celebrado. Outros tantos julgados atestam tal entendimento, em especial os acrdos da Apelao Cvel n. 0002720-03.2012.8.26.0233, julgada em 13.03.2014 pela 32 Cmara de Direito Privado do Tribunal de Justia de So Paulo, e da Apelao Cvel 0397952-57.2010.8.26.0000, julgada em 016.08.2012 pela 37 Cmara de Direito Privado, igualmente do Tribunal de Justia de So Paulo, bem como o Recurso Cvel n. 71001226083, da Terceira Turma Recursal Cvel do Estado do Rio Grande do Sul, julgado em 22.05.2007. No r. Recurso Cvel, o nobre Relator embasou seu entendimento na experincia comum vertida exatamente no sentido de que cumpre ao prprio inquilino tomar as providncias necessrias para a transferncia da conta de energia eltrica para o seu nome, ou seja, cabe ao locatrio, quando da ocupao do imvel, providenciar a alterao da titularidade da aludida conta, bastando para tanto contatar a concessionria e demonstrar a licitude da posse exercida sobre o imvel locado mediante a apresentao do contrato de locao. Por fim, importa destacar que a posio do Superior Tribunal de Justia reflete o entendimento dos Tribunais inferiores: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AO ANULATRIA DE DBITO. CONTRATO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELTRICA EM NOME DO PROPRIETRIO. ILEGITIMIDADE ATIVA DO LOCATRIO QUE NO SOLICITOU A PRESTAO DO SERVIO EM SEU NOME. 1. A responsabilidade do locatrio ao pagamento da "conta de luz" (art. 23, VIII, da Lei 8.245/91) no o legitima a discutir perante a concessionria a fruio de contrato de fornecimento de energia aderido em nome do proprietrio, porquanto tal preceito no vincula terceiros alheios avena. Inteligncia dos arts. 14, inciso I, da Lei 9.427/96, combinado com os arts. 2, III, e 113, II, da Resoluo 456/2000 da Aneel, bem como do art. 6 do CPC. 2. No caso concreto, a recorrente deixou, oportunamente, de cientificar a concessionria de energia eltrica do contrato de locao, bem como de solicitar o fornecimento do servio em seu nome, motivo pelo qual no tem ela legitimidade ativa para discutir a fruio de contrato de fornecimento do qual no titular de direito. 3. Recurso especial no provido. (REsp 1.074.412-RS, 1 Turma, Relator Ministro Benedito Gonalves, julgado em 04.05.10) Desta forma, parece claro que o locatrio, especialmente na ausncia de disposio diversa no contrato de locao, responsvel tanto pelo pagamento da dvida de energia eltrica quanto pela troca de titularidade do servio nos cadastros da concessionria correspondente.