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SEGUNDO DOMINGO
– Fomentar com frequência, e especialmente nos momentos mais difíceis, a esperança do Céu.
São Leão Magno diz que “o fim principal da transfiguração foi desterrar das
almas dos discípulos o escândalo da Cruz”6. Os Apóstolos jamais esquecerão
esta “gota de mel” que Jesus lhes oferecia no meio da sua amargura. Muitos
anos mais tarde, São Pedro ainda recordará de modo nítido esses
momentos:... quando do seio daquela glória magnífica lhe foi dirigida esta voz:
Este é o meu Filho muito amado, em quem pus todo o meu afecto. Esta voz,
que vinha do céu, nós a ouvimos quando estávamos com Ele no monte santo 7.
Jesus sempre actua assim com os que o seguem. No meio dos maiores
padecimentos, dá-lhes o consolo necessário para continuarem a caminhar.
A vida dos homens é uma caminhada para o Céu, que é a nossa morada 9.
Uma caminhada que, às vezes, se torna áspera e difícil, porque com freqüência
devemos remar contra a corrente e lutar com muitos inimigos interiores ou de
fora. Mas o Senhor quer confortar-nos com a esperança do Céu, de modo
especial nos momentos mais duros ou quando se torna mais patente a
fraqueza da nossa condição: “À hora da tentação, pensa no Amor que te
espera no Céu. Fomenta a virtude da esperança, que não é falta de
generosidade”10.
Eles levantaram os olhos e não viram mais ninguém a não ser Jesus18. Elias
e Moisés já não estavam presentes. Só vêem o Senhor: o Jesus de sempre,
que por vezes passa fome, que se cansa, que se esforça por ser
compreendido... Jesus sem especiais manifestações gloriosas. Normalmente,
os Apóstolos viam o Senhor assim; vê-lo transfigurado foi uma excepção.
Não devemos esquecê-lo nunca: esse Jesus que esteve no Tabor com
aqueles três privilegiados é o mesmo que está ao nosso lado diariamente.
“Quando Deus vos concede a graça de sentir a sua presença e deseja que lhe
faleis como ao amigo mais querido, esforçai-vos por expor os vossos
sentimentos com toda a liberdade e confiança. Ele antecipa-se a dar-se a
conhecer aos que o procuram (Sab 6, 14). Sem esperar que vos aproximeis,
antecipa-se quando desejais o seu amor, e apresenta-se concedendo-vos as
graças e remédios de que necessitais. Só espera de vós uma palavra para
demonstrar que está ao vosso lado e disposto a escutar e consolar: seus
ouvidos estão atentos à oração (Sl 33, 16). Há momentos que os amigos deste
mundo passam juntos conversando, mas há horas em que estão separados;
entre Deus e vós, se quiserdes, jamais haverá um momento de separação”19.
Não é verdade que a nossa vida seria diferente, nesta Quaresma e sempre,
se actualizássemos com mais frequência essa presença divina no quotidiano,
se procurássemos dizer mais jaculatórias, mais actos de amor e de desagravo,
mais comunhões espirituais...? “Para o teu exame diário: deixei passar alguma
hora sem falar com meu Pai-Deus?... Conversei com Ele, com amor de filho? –
Podes!”20
(1) Sl 26, 8-9;Antífona de entrada da Missa do segundo domingo da Quaresma; (2) cfr. Mc 9, 2;
(3) cfr. Lc 9, 28; (4) Lc 9, 29; (5) cfr. Lc 9, 31; (6) São Leão Magno, Sermão 51 sobre a
Quaresma, 3; (7) 2 Pe 1, 17-18; (8) São Beda, Comentário sobre São Marcos, 8, 30; 1, 3; (9)
cfr. 2 Cor 5, 2; (10) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 139; (11) São João Crisóstomo,
Epístola I a Teodoro, 11; (12) São Josemaría Escrivá, in Folha Informativa, n. 1, Vice-
postulação da causa de beatificação e canonização de São Josemaría Escrivá, pág. 5; (13)
Santa Teresa, Caminho de perfeição, 20, 2; (14) cfr. Mc 9, 7; (15) Ex 40, 34-35; (16) Ex 19, 9;
(17) João Paulo II, Enc. Redemptor hominis, 7; (18) Mt 17, 8; (19) S. Afonso Maria de Ligório,
Como conversar familiarmente com Deus, Crítica, Roma, 1933, n. 63; (20) São Josemaría
Escrivá, Sulco, n. 657.