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Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR

Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT

Ensino de conteúdos: Uma proposta de


ensino de Biologia no contexto escolar
contemporâneo

Vera Lucia Bahl de Oliveira

Tânia Aparecida da Silva Klein

Odila Mary Elisabeth Pegoraro

Resumo
O presente estudo faz uma análise dos fatores que interferem no nível de
interesse dos alunos para a aprendizagem de Ciências. Faz referência ao
comportamento do aluno diante do trabalho do professor. Após levantamento de
dados propõe algumas sugestões à melhoria do ensino dessa disciplina.

Palavras-chave: Saber Docente; Conteúdos; Ensino; Aprendizagem

Abstract

Teaching content: a proposal for teaching of Biology in school context


contemporary
This paper analyses the factors that interfere in the students’ interest level
in the Science learning process. It deals with the student’s behavior towards the
work of the teacher. It also points out, after the gathering and analysis of data,
some suggestions for the teaching improvement of this discipline.

Keywords: Teacher’s Knowledge; Contents; Teaching; Learning

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Introdução
O presente estudo faz uma análise dos fatores que interferem no processo ensino-
aprendizagem para que este possa contemplar todas as capacidades do aluno. Ensinar e formar
crianças, adolescentes e jovens, parece hoje ser um dos maiores desafios de toda ação humana.
Frente ao contexto atual, onde os problemas político-sociais se aliam à vertiginosa evolução
científica e tecnológica, onde a informação parece não ter limites em sua construção, o ser
professor implica em muito mais que dominar determinado conteúdo para ensinar. O
conhecimento produzido aumentou a uma velocidade tão rápida que é impossível estar
atualizado principalmente no que diz respeito ao avanço biotecnológico.

A finalidade da escola tem tomado outra direção. Para Carvalho (2000), hoje o papel da
escola é dotar as pessoas de condições teóricas e práticas para que elas utilizem, transformem e
compreendam o mundo da forma mais responsável possível. É importante a participação dos
professores em um modelo curricular, sem que deixem essa tarefa apenas para especialistas ou
se baseiem somente nos livros textos, pois a delimitação e seqüência dos conteúdos é tarefa
chave para o ensino.

Neste trabalho procurou-se verificar até que ponto o tipo de trabalho do professor tem
influenciado no interesse dos alunos com a intenção de descobrir uma forma de tornar o ensino
de Ciências Biológicas mais atraente e, portanto, mais eficiente.

Método do Arco
Na primeira etapa do trabalho foi realizada uma investigação qualitativa usando a
metodologia da problematização denominada por Charles Maguerez por “Método do Arco”.
Assim, a investigação no presente trabalho pautou-se na seqüência dos passos desta
metodologia:

1. Observação da realidade

Ocorrida durante o tempo em que acompanhamos os estagiários da disciplina de


Metodologia e Prática de Ensino nos colégios estaduais em que trabalhavam. Foi aplicado um
questionário com o objetivo de diagnosticar os problemas enfrentados pelos professores e
educandos de Ciências de escolas públicas de Londrina – Pr, que permitiu traçar o perfil e
identificar as necessidades das partes envolvidas. Também foram selecionados 05 (cinco)

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professores que foram acompanhados em suas aulas durante o ano letivo. Estas aulas foram
gravadas e analisadas pelos docentes. Verificou-se como acontece a interação professor-aluno e a
dimensão em que são tratados os conteúdos de Ciências em sala de aula.

2. O Problema

Diante das observações realizadas destacamos para o nosso estudo o seguinte problema:
“Os conteúdos atualmente ministrados preparam o aluno para as exigências da sociedade
contemporânea? Estes estão sendo trabalhados nas dimensões conceituais, procedimentais e
atitudinais”?

3. Pontos-chave do problema

Analisando o problema, com base em nossa experiência, verificou-se algumas possíveis


causas e determinantes de sua ocorrência como: formação pedagógica do professor e suas
experiências vividas, planejamento, orientação e controle dos conteúdos mais significativos,
incorporação dos conteúdos ensinados ao conjunto de conhecimentos previamente existentes na
estrutura mental do aluno, interesse pelo poder formador e investigador próprios do ensino de
Ciências Biológicas e relação pessoal do professor com a matéria que ensina e com seu aluno.
Esses pontos, se modificados, podem resultar na solução do problema por que são, no momento,
por nós considerados os mais centrais. O grau de conhecimento do professor, ou seja, o nível do
saber docente implica no agir corretamente e é o elemento vital para a qualidade do processo
ensino-aprendizagem. Sabe-se que quanto mais o professor busca o que precisa para
desempenhar suas ações, maior será a possibilidade de acerto.

4. Teorização

Segundo Alves (2004), é necessário tratar a formação de professores de forma complexa, já


que esta acontece em vários espaços e tempos, como o espaço acadêmico, a prática cotidiana, a
ação governamental e a prática política coletiva. Considerando tal complexidade em que se dá,
desta forma, a formação dos profissionais da área da educação, é preciso visualizar uma
intervenção também complexa, num âmbito que possa apresentar soluções das questões que
permeiam o dia-a-dia do professor. Para a autora, na prática educativa é que se produz os

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conhecimentos válidos e insubstituíveis sobre a reflexão da própria prática, o que exige um


crescente e permanente diálogo entre a formação inicial e a continuada do professor.

A pesquisa dos profissionais da educação sobre a sua prática filia-se em diversas tradições
intelectuais, profissionais e acadêmicas (Ponte, 2004). Uma delas é o movimento em torno do
professor pesquisador (Stenhouse, 1975), que centra as atenções do professor individual e não
em uma equipe. Já a pesquisa-ação, tem seu tema central a justiça e mudança social e a tradição
do profissional reflexivo (Schön, 1983) centra a pesquisa na reflexão individual e coletiva sobre a
prática docente. Este torna-se um ponto crucial quando verificamos que há uma dissociação entre
a formação e a prática cotidiana do professor, pois os saberes que são mobilizados na prática
passam a integrar a identidade do professor, constituindo um elemento norteador das decisões e
posturas em sala de aula. A importância atribuída aos conteúdos de ensino e à aprendizagem, é
talvez, uma das novidades que mais chama a atenção nas propostas curriculares porque, embora
os conteúdos tenham desempenhado sempre um papel decisivo nos programas oficiais e nos
programas dos professores, surge uma série de reflexões a se considerar, já que não podemos
minimizar a importância de organizar e selecionar o que ensinar em sala de aula, assim como, não
exceder no peso dado aos conteúdos escolares. Um dos problemas mais conflituosos da história
do pensamento educativo é definir o que seja conteúdo de ensino.

Para Sacristán (2002), o próprio conceito de conteúdos do currículo já é por si mesmo


interpretável, sobretudo, porque responder à pergunta do que é conteúdo, deve tratar da função
que queremos para a escola, e o que esta cumpra em relação aos indivíduos, à cultura herdada, à
sociedade na qual estamos e à qual aspiramos conseguir. Já Zabala (2002) afirma que aquilo que
aprendemos será mais útil na medida em que possamos utilizá-lo em situações nem sempre
previsíveis. Além dos conteúdos conceituais (saber sobre), o currículo contém os conteúdos
procedimentais (saber fazer) e os conteúdos atitudinais (“ser”). Esta é a proposta dos Parâmetros
Curriculares do Ensino Médio (PCNEM, Brasil, 2001), documento do Ministério da Educação e do
Desporto, que sugere a reforma educacional no Brasil.

Para esta pesquisa procuramos verificar em que níveis de conteúdos o professor atua na
sua aula: Conceitual, Procedimental e Atitudinal. Ainda, se há uma reflexão de valores em sala de
aula, se o professor procura identificar o grau de interesse dos alunos pelas suas aulas e se o
conteúdo abordado está relacionado com o cotidiano do aluno.

5. Resultados

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O ensino de Ciências deverá dar ao aluno condições para que ele descubra as “verdades” e
as aplique no seu cotidiano. Assim,após a análise dos dados, obtidos durante a pesquisa, como
resultados temos:

Quanto ao aluno. Observou-se que os alunos são na maioria apáticos durante as situações vividas
em sala de aula. Manifestaram no instrumento de pesquisa que gostariam participar de mais
aulas práticas, mais trabalhos em grupo, ter acesso a maior diversidade de materiais didáticos que
ilustrassem suas aulas. A maioria diz que seu professor costuma utilizar nas aulas apenas o livro, o
quadro de giz e que as aulas são quase sempre expositivas. Acham que os professores não sabem
das dificuldades que os alunos sentem para aprender Ciências e apontam como dificuldades
:aulas expositivas, indisciplina na sala de aula, professor diante do aluno e sem muita paciência
para explicar de novo algo não compreendido; não discutem assuntos de interesse dos alunos,
entre outros.

Quanto ao professor. Os professores, em grande número, reclamaram do desinteresse dos alunos


pelos conteúdos de Ciências; indisciplina na aula, não trazem o livro para acompanhar a aula,
fazem tarefas de outras matérias em aula, falam palavrões, atendem celular na aula ou ficam
ouvindo música nos Mp3,4 qualquer coisa assim.

6. Reflexões e Conclusões

Valorizar o cotidiano tem sido tema de muitas discussões no âmbito do ensino de Ciências.
Técnicas e recursos didáticos vinculados aos conteúdos a serem trabalhados nas dimensões:
conceitual, procedimental e atitudinal aliados às experiências pessoais dos alunos poderiam
despertar maior interesse, pela aprendizagem além de ser necessário adotar estratégias nas quais
o aluno possa ser agente na construção do conhecimento.

Aqui, entra em jogo, para as ações do dia a dia da sala de aula, o saber e o saber fazer dos
professores iniciando pela seleção de conteúdos e sua abordagem em sala de aula. O saber dos
professores é o saber deles, e está relacionado com a pessoa e a identidade deles, com a sua
experiência de vida e com a sua história profissional com as suas relações com os alunos em sala
de aula e com os outros atores escolares na escola, etc. Por serem, a maioria das aulas expositivas
e, considerando a formação do professor e as suas dificuldades diante do seu trabalho verifica-se
que o ensino de Ciências ainda continua não estabelecendo condições ideais de aprendizado para
orientar o aluno na redescoberta do conhecimento e na aplicação no seu cotidiano.

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O ensino necessita fazer com que o aluno questione, responda, observe, explore e
relacione os fatos para que ele se torne um ser ativo e reflexivo. O levantamento e a reflexão de
como estão acontecendo as aulas no ensino básico poderão contribuir para modificar a forma de
ensinar os conteúdos.

Se o desempenho do professor está ligado à sua formação e as condições da escola é


preciso que se busque alternativas para a melhoria da ação pedagógica. Em função dos resultados
obtidos conclui-se que existe uma grande distância entre a teorização e o que é feito na prática.
Como nas épocas anteriores o ensino continua teórico, livresco e memorístico. Mesmo os
professores que apresentam interessados em implementar novas propostas de ensino, passam
por dificuldades. Estes muitas vezes são impedidos de realizar satisfatoriamente seu trabalho
devido as condições de trabalho apresentado pelo sistema público de ensino, ou seja: número
alto de aulas atribuído ao professor na semana,muitas vezes distribuídas em diferentes
colégios,classes numerosas, poucas aulas para cada série, por semana.

Questionando os professores pudemos conhecer suas dificuldades e inquietações e


verificar as limitações para o desenvolvimento de uma ação docente mais eficiente.Reafirma-se a
distância entre o que se pretende fazer e o que realmente se faz. Todos concordam que é preciso
buscar meios para transformar essa realidade. A reflexão sobre a formação de professores dos
futuros professores de Ciências Biológicas e a realidade das aulas nos colégios estaduais poderá
contribuir para modificações a ação prática do professor, assim como afirma Giroux (1997, p.136)
“a ação do professor, nesta perspectiva, deve ser vista como política e cultural, em que o
professor é o intelectual que se transforma e transforma seus alunos”.

Referências
Alves, N. Imagens de professores e redes cotidianas de conhecimentos. Educar. 2004, 24, 19-36.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio. Parecer
CEB 15/98. 01/06/98. Brasília, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica Parâmetros


curriculares nacionais mais para o ensino médio: ciências da natureza, matemática e suas
tecnologias. Brasília, 2002.

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Giroux, H. Os professores como intelectuais. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

Hagemeyer, R. C. C. Dilemas e desafios da função docente na sociedade atual: os sentidos da


mudança. Educar. 2004, 24, 67-85.

Ponte, J. P. da. Pesquisar para compreender e transformar a nossa própria prática. Educar. 2004,
24, 37-66.

SACRISTÁN, J.G. Comprender e transformar o ensino. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.

Schön, D. A. The reflective practioner: how professionals think in action. Andershot Hants:
Avebury, 1983.

Stenhouse, L. An introduction to curriculum research and development. London: Heineman


Educational, 1975.

Zabala, a. A prática do professor. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.

a
Professoras de Metodologia e Prática de Ensino de Ciências Biológicas. Departamento de
Biologia Geral, Universidade Estadual de Londrina, PR. oliveir@sercomtel.com.br

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