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RESUMO
1
1) Introdução
Estes são, em essência, os principais fatores que afetam a ocorrência das reações
eutetóides estável e metaestável. Discutem-se a seguir as diversas alternativas de processo
para a produção de nodulares perlíticos.
3) Estado bruto-de-fundição:
Esta alternativa de processo tem sido cada vez mais empregada, devido a razões de custo.
Em poucas linhas de moldagem tem-se o recurso de variar o tempo de desmoldagem, de modo
que normalmente a principal variável disponível para o fundidor é a composição química, em
especial os teores de elementos perlitizantes. Diversas equações são sugeridas na literatura
para descrever o efeito conjunto dos elementos perlitizantes, destacando-se o cobre-
equivalente:
Cobre-equivalente = %Cu + 10 x %Sn + 0,5 x %Mn
Na tabela I podem-se observar alguns resultados de nodulares brutos-de-fundição (bloco Y),
com diferentes teores de Mn, Cu e Si (4). Em todas estas microestruturas, a distribuição de
3
ferrita e perlita é do tipo "olho-de-boi" (figura 2). Altos teores de Mn e de Cu resultam em
matrizes predominantemente perlíticas, aumentado-se a resistência mecânica e diminuindo-se
o alongamento. No caso do material com altos teores de Mn e de Mo, ocorreu formação de
carbonetos intercelulares, obtendo-se valores relativamente baixos de Limite de Resistência e
de Alongamento.
Estes resultados podem ainda ser vistos na figura 3, comparativamente aos valores
mínimos previstos na norma ABNT. Esta mesma figura mostra ainda resultados obtidos de
corpos-de-prova retirados de algumas peças (caixa de satélites de 3,2 kg em FE 60003,
girabrequim de 9,4 kg em FE 70002, suporte de freio em FE 50007 e suporte de mola de 2,7 kg
em FE 50007). Como mencionado, a produção das diferentes classes de nodulares perlíticos é
normalmente feita alterando-se a quantidade de elementos de liga, demonstrando-se (3) que
adições isoladas de Mn, Cu ou Sn, a partir de um mesmo metal base, permitem obter as
classes de nodulares perlíticos até FE 70002.
Além da composição química, outros fatores afetam a presença de perlita em nodulares
brutos-de-fundição, e devem ser controlados, como por exemplo o número de nódulos e o
tempo de desmoldagem (5).
O número de nódulos depende da geometria da peça, inoculação e temperatura de
vazamento, além do teor de Si; normalmente não se alteram estes fatores para obter a
percentagem de perlita desejada, porém eles devem ser estreitamente controlados.
4
900
800
700
limite resistência (MPa)
cx satélite 60003
bloco Y 25 mm
girabrequim 70002
600
suporte freio 50007
suporte mola 50007
norma ABNT
500
400
300
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
alongamento (%)
5
140
120
80
t desm Módulo
t desm real
60
40
20
0
0 5 10 15 20 25
Módulo (mm)
4) Recozimento:
6
Os resultados deste tratamento são muito sensíveis à temperatura de recozimento, bem
como à estrutura prévia (% perlita, número de nódulos de grafita, teor de silício). De modo a
minimizar variações, o tratamento de recozimento é usualmente efetuado em baixas
temperaturas (580 - 620 ºC), separando-se as peças brutas-de-fundição em lotes de tempos de
desmoldagem constantes (percentagem prévia de perlita aproximadamente constante).
Na figura 6 são apresentados alguns resultados de peças submetidas a recozimento, para
obtenção da classe FE 60003, comparativamente a peças brutas-de-fundição. Verifica-se que,
neste caso, o recozimento conduziu a resultados com menor dispersão que na condição bruta-
de-fundição.
Um fenômeno que pode acontecer no recozimento é a alteração de dimensões das peças,
como pode ser visto na tabela II. A 600 ºC ocorre uma pequena contração, associada a início
de esferoidização da perlita. A temperaturas superiores (620 e 640 ºC) verificou-se expansão,
com esferoidização da perlita e ferritização em torno dos nódulos. A expansão seria devido à
decomposição da cementita da perlita em ferrita e grafita, que ocorre com aumento de volume.
Dependendo do componente e da intensidade de ferritização provocada no tratamento térmico,
este aumento de dimensões deve ser previsto no ferramental de fundição.
900
800
limite resistência (MPa)
700
recozido
600 norma ABNT
bruto-de-fundição
500
400
300
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
alongamento (%)
7
5) Normalização em um estágio:
800 19
750 17
700 15
650 13
LR e LE (Mpa)
ALONG. (%)
600 11
550 9
500 7
450 5
400 3
350 1
300 -1
15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75
PERLITA (%)
8
6) Normalização + Recozimento:
260
240
220
dureza HB
2,55% Si
200
2,80% Si
180
160
Figura 8 - Resultados de dureza após normalização (900 ºC, 2 h) e recozimento (2 h). Blocos
Y 25 mm.
9
Figura 9 - Faixa de temperaturas de coexistência de ferrita + austenita + grafita, em função do
teor de silício, em ferro fundido nodular (8).
900
800
700
limite resistência (MPa)
girabr FE60003 BF
600 girabr FE60003 norm ZC
carc FE50007 BF
carc FE50007 recoz
500 carc FE50007 norm ZC
norma ABNT
400
300
200
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
alongamento (%)
10
Na figura 11 é apresentado outro conjunto de resultados, obtidos em blocos Y (25 mm),
relacionando-se as propriedades mecânicas com o percentual de perlita na matriz. Estes
resultados foram obtidos efetuando-se tratamentos isotérmicos na zona crítica, aumentando-se
a quantidade de perlita com o aumento da temperatura de tratamento isotérmico. Destacam-se
os bons valores de propriedades mecânicas obtidos, como por exemplo, LR = 800 MPa e A =
7%, em matriz com 65% perlita; ou ainda LR = 600 MPa e A = 14%, em matriz com 15%
perlita. Este último conjunto de resultados é uma característica deste material, a obtenção de
classes FE 60003 e FE 70002 com valores relativamente baixos de perlita, o que tem causado,
muitas vezes, polêmicas entre fundições e usuários de peças fundidas. A obtenção de
elevados valores de resistência mecânica com baixos percentuais de perlita na matriz é devido
ao refinamento da perlita, bem como à diminuição do tamanho das colônias de perlita, que
ficam confinadas entre as áreas de ferrita formada no tratamento intercrítico (figura 12).
1000 20
900 18
800 16
LR e LE (Mpa)
700 14
600 12
500 10
400 8
300 6
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
PERLITA (%)
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Figura 12 - Microestrutura após normalização dentro da zona crítica. 500x.
(a) (b)
12
650 27,5
600 25
550 22,5
500 20
LR, LE (MPa)
Along (%)
450 17,5
400 15
350 12,5
300 10
250 7,5
200 5
0 5 10 15 20 25 30 35
perlita (%)
LR LE Along Log. (Along) Log. (LE) Log. (LR)
8) Considerações Finais:
Referências Bibliográficas:
1) Johnson, W.C. & Kovacs, B.V. The effect of additives on the eutectoide transformation of
ductile iron. Metallurgical Transactions 9A :219-29, feb 1978.
2) Galarreta, I.A ; Boeri, R.E. & Sikora, J.A. Free ferrite in pearlitic ductile iron - morphology
and its influence on mechanical properties. International Cast Metals Research, 9 :353-58,
1997.
3) Krüger, M. ; Luckow, I.C. ; Bergmann, S.J. & Souza Santos, A. B. Efeitos de elementos de
liga na formação de ferrita e perlita em ferros fundidos nodulares. In: 53º Congresso Anual
da ABM, Belo Horizonte, set 1998.
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4) Guesser, W.L. Fragilização por hidrogênio em ferros fundidos nodulares e maleáveis
pretos. Tese de Doutoramento, EPUSP, 1993.
5) Petry, C.C.M. & Diehl, M.D. Influência do número de nódulos e do teor residual de perlita
nos mecanismos de fratura de ferros nodulares ferríticos. In: 53º Congresso de Metalurgia e
Materiais - ABM, Belo Horizonte, 1998.
6) Heck, K. et all. Herstellen von Endmassnah-Gusskurbelwellen - Innovative
giesstechnologische Entwicklung. Konstruiren + Giessen, 23 (3):4-12, 1998.
7) Cox, J. Niedriglegierte, wärmebehandelte Gusseisen mit Kugelgraphit mit verbesserten
Eigenschaften. Giessere-Praxis (7) :101-109, 1992.
8) Hummer, R. & Westerholt, W. Untersuchungen zur Wärmebehandlung von Gusseisen mit
Kugelgraphit unter besonderer Berücksichtigung der Herstellung von GGG-50. Giesserei-
Praxis (1/2) :15-20, jan 1979.
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