Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
com
Sete de Setembro
em Nova Iorque
Como Nasceu o Movimento Teosófico Moderno
Carlos Cardoso Aveline
O dia sete de setembro não é apenas a data em que se comemora a independência do Brasil.
Este dia pode ser visto, também, como a data de aniversário do movimento esotérico
moderno.
A decisão de criar o movimento teosófico foi tomada, formalmente, durante uma reunião na
residência de Helena Petrovna Blavatsky em Nova Iorque, em sete de setembro de 1875.
Era uma terça-feira. Dezessete pessoas ouviram ali a palestra de George Henry Felt sobre os
mistérios antigos, intitulada “O Cânone Perdido das Proporções, dos Egípcios, Gregos e
Romanos”. A palestra agradou a todos. Depois dela, houve um vivo debate e, por uma
proposta de Henry Olcott, foi decidido criar uma Sociedade para que se pudesse continuar
aqueles estudos. William Q. Judge propôs que Henry S. Olcott fosse eleito presidente.
Olcott propôs, por sua vez, que Judge fosse eleito como secretário. As propostas foram
aprovadas.
Entre os presentes havia dois notáveis eruditos da religião judaica. Um deles era editor de
uma publicação de judeus reformistas. Também estavam ali vários espíritas, um maçom de
destaque, um médico e dois ou três advogados. Ao final, dedidiu-se convocar outra reunião
para a noite seguinte, com o objetivo específico de fazer avançar o processo de criação da
Sociedade.
www.filosofiaesoterica.com
Boris de Zirkoff foi o editor dos 15 volumes de “Collected Writings” de H.P.B., todos
publicados pela Sociedade de Adyar no século vinte. Zirkoff examinou detalhadamente o
processo de criação do movimento teosófico, e concluiu:
“Parece não haver razões para duvidar de que a verdadeira formação da Sociedade Teosófica
ocorreu em 7 de setembro de 1875...” [3]
O evento do dia sete foi, portanto, no mínimo absolutamente decisivo. A escolha do nome da
sociedade foi feita na reunião de 13 de setembro. Em 17 de novembro houve apenas o
discurso inaugural formal do presidente, Henry Olcott. Porém, mais tarde, foi esta data que
passou a receber a maior divulgação pública.
2
www.filosofiaesoterica.com
“O número sete era considerado sagrado não só em todas as nações com culturas próprias da
antiguidade e do Ocidente, mas tem sido visto com a maior reverência também pelas nações
mais recentes do Ocidente. A origem astronômica deste número está confirmada além de toda
dúvida. O homem, sentindo desde tempos imemoriais que depende de forças celestes, sempre
e em todo lugar considerou que a Terra estava sujeita ao céu. Assim, o corpo celeste maior e
mais iluminado tornou-se para ele o poder mais importante e mais elevado; e assim eram os
planetas que toda a antiguidade contou como sendo sete. Ao longo do tempo, eles se
transformaram em sete divindades. Os egípcios tinham sete deuses originais e mais elevados;
os fenícios tinham sete kabiris; os persas, sete cavalos sagrados de Mitra; os parsis, sete anjos
opostos a sete demônios, e sete moradas celestes em paralelo com sete regiões inferiores.
Para representar essa idéia mais claramente em sua forma concreta, os sete deuses eram
frequentemente descritos como uma divindade com sete cabeças. Todo o céu estava sujeito
aos sete planetas; portanto, em quase todos os sistemas religiosos nós encontramos sete céus.”
[5]
De fato, para a teosofia original, a vida é setenária nos seus mais diferentes aspectos. Em um
segundo texto, publicado meses mais tarde, a fundadora do movimento teosófico abordou
especificamente a influência do número sete sobre o movimento teosófico, e fez uma lista
impressionante de eventos – nos primeiros anos do movimento – em que o número sete
estava presente.
Ela esclarece:
“E deve ser lembrado que, em nenhum destes casos, houve qualquer intenção de que o
número deveria cumprir um papel em nossos assuntos; mas, ao contrário, o que ocorria em
muitas destas ocasiões era exatamente o oposto do que nós havíamos desejado” [6]
3
www.filosofiaesoterica.com
Além destas três correntes maiores de pensamento teosófico, há em mais de um país algumas
agrupações ligadas à tradição de Point Loma (surgidas da S.T. de Pasadena), e um grande
número de associações teosóficas independentes em diferentes países e continentes, entre eles
a influente Sociedade Teosófica de Edmonton, no Canadá, e a expressiva Fundação
Blavatsky, no México.
Do ponto de vista essencial, no entanto, o movimento teosófico não está preso a nomes ou
corporações, e é, seguramente, muito maior que o indicado pelos número citados acima.
Como costumam dizer desde o início os seus dirigentes, “nem todo membro do movimento
teosófico é teosofista, e nem todo teosofista é membro do movimento teosófico”.
O verdadeiro movimento teosófico, que é maior do que quaisquer rótulos externos, está
presente onde quer que emerja e atue a nova consciência planetária baseada na busca da
verdade sem dogmas, na solidariedade universal e na fraternidade sem fronteiras.
NOTAS:
[1] Veja o volume “Helena Blavatsky”, de Sylvia Cranston, Editora Teosófica, Brasília, 1997, 678 pp.,
Parte 4, capítulos seis, sete e oito, pp. 164-176. “Sylvia Cranston” é o nome literário de Anita Atkins,
uma associada da Loja Unida de Teosofistas, LUT. Anita faleceu no final dos anos 1990.
[2] Veja o texto “Formation of the Theosophical Society”, em “Collected Writings of H.P.
Blavatsky”, vol. I, Theosophical Publishing House, Adyar, India, third edition, 1988, 570 pp.,
especialmente p. 123.
[4] “Encyclopaedia Britannica”, William Benton, Publisher, 1967, volume 4, p. 615, verbete
“Calendar”.
00000000000000000000000
Para saber como é possivel ter acesso a um estudo diário da teosofia original, escreva para
lutbr@terra.com.br .