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1 FOTOGRAMETRIA...............................................................................................

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1.1 Definição de Fotogrametria........................................................................................................................1

1.2 Objetivo........................................................................................................................................................1

1.3 Importância..................................................................................................................................................1

1.4 Divisão da fotogrametria.............................................................................................................................1

2 FOTOGRAFIA........................................................................................................3
2.1 Generalidades...............................................................................................................................................3

2.2 O processo fotográfico.................................................................................................................................9

2.3 Sensitividade espectral..............................................................................................................................10

2.3 Poder de resolução.....................................................................................................................................12

2.4 Filtros..........................................................................................................................................................14

2.5 Fotografia digital.......................................................................................................................................15


2.5.1 Generalidades.......................................................................................................................................15
2.5.2 Estrutura de uma imagem digital..........................................................................................................15
2.5.3 Aquisição da imagem digital................................................................................................................16

3 CÂMARAS...........................................................................................................19
3.1 Generalidades.............................................................................................................................................19

3.2 A câmara fotográfica e o olho humano....................................................................................................22

3.3 Classificação das câmara aéreas..............................................................................................................24


3.3.1 Sistema de classificação das câmaras aéreas........................................................................................27

3.4 Partes da câmara.......................................................................................................................................31

3.5 Calibração das câmaras............................................................................................................................38

4 TOMADAS DAS FOTOGRAFIAS.......................................................................39


4.1 Generalidades.............................................................................................................................................39

4.2 Geometria Básica da Fotografia Aérea ..................................................................................................39

4.3 Recobrimento fotogramétrico .................................................................................................................42


A seqüência de cálculos para obter os elementos básicos para o planejamento da cobertura
aerofotogramétrica pode ser descrita da seguinte forma:..........................................................................47

4.4 Efeito da inclinação ..................................................................................................................................49

4.4 Efeito do relevo .........................................................................................................................................52

i
ii
1 FOTOGRAMETRIA

1.1 Definição de Fotogrametria

a)Ciência e arte de obter medidas dignas de confiança utilizando-se


fotografias (American Society of Photogrammetry).

b)Ciência, tecnologia e arte de obter informações seguras acerca de


objetos físicos e do meio, através de processos de registro, medições e
interpretações de imagens fotográficas e padrões registrados de energia
eletromagnética (Photogrammetric Engineering and Remote Sensing).

c) Ciência e tecnologia de obter informações confiáveis através de


processos de registro, interpretação e mensuração de imagens (Andrade, 1998).

d) Ciência aplicada que tem por finalidade determinar a forma , as


dimensões e a posição dos objetos contidos numa fotografia, através de medidas
efetuadas sobre a própria imagem fotográfica (Tavares e Fagundes).

1.2 Objetivo

Realizar medições sobre fotografias para a elaboração de mapas


topográficos/geodésicos planialtimétricos.

1.3 Importância

A fotogrametria, como ferramenta de coleta de dados, tem-se mostrado


eficaz na representação do espaço geográfico, principalmente nos aspectos
naturais e artificiais. O conhecimento do espaço físico, e consequentemente a
possibilidade de quantificar o mesmo, permite a diversos profissionais a tomar
decisões coerentes com a realidade. A fotogrametria tem assistido diversas áreas
com cartas, mapas e plantas, permitindo aos usuários destas, conhecer o espaço
que o circunda.

1.4 Divisão da fotogrametria

a)Métrica: realiza medidas precisas e computações para a


determinação da forma e tamanho dos objetos fotografados.

b)Interpretativa: lida com o reconhecimento e a identificação destes


mesmos objetos. Dentre elas, podemos encontrar:

b.1)Sensoriamento Remoto: ciência cujos aparelhos são


capazes de captar e registrar características das superfícies, sub-superfícies e de
corpos sobre as superfícies, abrangendo, em seu mais alto grau, instrumentos
que não requerem contato físico com estes corpos para a coleta das informações
desejadas. Capta imagens através de câmaras multiespectrais, sensores
infravermelho, scanners térmicos, radares, microondas ...

b.2)Fotointerpretação: é o estudo sistemático de imagens


fotográficas para propósitos de identificação de objetos e julgamento da sua
significância. Sua finalidade é o levantamento de mapas temáticos.

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Tanto o Sensoriamento Remoto como a Fotogrametria Métrica estão
sendo largamente empregados como ferramenta no planejamento e
gerenciamento de projetos que envolvem o meio ambiente e/ou recursos naturais.
Ambos são utilizados como base de dados gráfica para projetos de SIG (Sistemas
de Informações Geográficas) ou Geoprocessamento.

A fotogrametria é freqüentemente dividida em categorias de acordo


com a posição do sensor e ao processamento das imagens obtidas.

1 - Quanto a posição do sensor, pode-se dividir a fotogrametria em três grupos:

a)Fotogrametria Terrestre

As estações estão fixas sobre a superfície do terreno, com o eixo ótico


da câmara na horizontal. (Fotografias horizontais)

• Topográfica: utilizada no mapeamento topográfico de regiões de


difícil acesso.

• Não Topográfica: utilizada em atividades policiais, na solução de


crimes e de problemas de tráfego (acidentes de trânsito); na medicina, em
tratamentos contra o câncer; na indústria, na construção de barcos ou no estudo
das deformações de um determinado produto; etc..

b)Fotogrametria Aérea:

As estações são móveis no espaço (avião ou balão), com o eixo ótico


da câmara na vertical (ou quase).

c)Fotogrametria Espacial

As estações são móveis fora da atmosfera da Terra (extraterrestres) e


das medições feitas com câmaras fixas (também chamadas câmaras balísticas)
na superfície da Terra e/ou da Lua.

2 - Quanto ao processamento das imagens obtidas, tem-se:

a) Convencional ou analógica

A imagem obtida corresponde a fotografia analógica, proveniente da


sensibilização de um filme e consequentemente revelação do mesmo. A
transferencia dos dados da fotografia para a carta, se da por meio da utilização de
equipamentos óticos mecânicos, tendo como produto final a carta analógica.

Este procedimento foi muito utilizado no passado da fogrametria, sen

Quando a Fotogrametria (aérea, terrestre ou espacial) utiliza-se do


computador para a elaboração de mapas, ou seja, todo o processo de

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transformação da imagem fotográfica em mapa é realizado matematicamente pelo
computador, diz-se que aquela é Numérica.

b) Digitall

Atualmente, além do processo de transformação da imagem fotográfica em


mapa ser realizado pelo computador, o produto que gerou o mapa, no caso a
fotografia, e o próprio mapa gerado, podem estar armazenados em meio
magnético na forma de imagem. Neste caso, a Fotogrametria passa a ser
denominada Digital.

2 FOTOGRAFIA

2.1 Generalidades

Várias interações são possíveis quando a energia eletromagnética


encontra a matéria, quer seja sólida, líquida ou gasosa. Estas interações podem
produzir mudanças na radiação eletromagnética incidente. O sensoriamento
remoto detecta e registra estas mudanças, e as imagens e os dados resultantes,
são interpretadas para identificar as características da matéria que produziu tais
modificações. Independentemente da fonte, toda radiação detectada por sensores
remotos navegam na atmosfera percorrendo um dado caminho. A extensão do
caminho pode variar sensivelmente. Por exemplo: fotografias aéreas resultam a
partir da luz solar que passa duas vezes através da atmosfera terrestre a partir da
fonte até atingir a superfície e retornar ao sensor. Por outro lado, um sensor
termal aerotransportável detecta energia emitida diretamente a partir de objetos
na terra, desta forma, um simples e relativamente menor caminho é envolvido. O
efeito da atmosfera varia com estas diferenças na extensão do caminho a ser
percorrido pela radiação, como também varia com a magnitude da energia do
sinal detectado, com as condições atmosféricas presentes e o comprimento de
onda envolvido.

Quando a energia eletromagnética incide sobre alguma feição terrestre,


três interações fundamentais de energia são possíveis : reflexão, transmissão e
absorção. A figura 8 retrata estas interações para um elemento de volume de um
corpo de água. A energia eletromagnética que encontra a matéria, seja ela sólida,
líquida ou gasosa, é chamada radiação incidente. Interações com a matéria pode
mudar as seguintes propriedades da radiação incidente : intensidade, direção,
comprimento de onda e fase. O sensoriamento remoto então interpreta os
resultados de imagens para identificar as características da matéria que
produzem estas mudanças.

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Figura 1 - Relação entre o fluxo incidente e refletido.

Durante a interação entre radiação eletromagnética e matéria, massa e


energia são conservados de acordo com o princípio físico básico. No processo de
interação da radiação com a matéria podem ocorrer cinco efeitos sobre a
radiação, a saber :

1 - transmitida, isto é, quando atravessa a substância ou matéria.

2 - absorvida, cedendo largamente sua energia para aquecimento da


matéria.

3 - emitida pela substância, usualmente em longos comprimentos de


onda, como uma função da sua estrutura e temperatura.

4 - dispersa, isto é, defletida em todas as direções. Superfícies com


dimensões de relevo ou irregularidades comparadas aos comprimento de onda
da energia incidente, produzem dispersão. As onda luminosas são dispersadas
por moléculas e partículas na atmosfera que possuem tamanhos similares às
dimensões do comprimento de onda da luz.

5 - refletida, isto é, retornada a partir da superfície do material com um


ângulo de reflexão igual e oposto ao ângulo de incidência. Reflexão é causada
por superfícies que são relativamente mais polidas para o comprimento de onda
da energia incidente.

Emissão, dispersão e reflexão são chamadas de fenômenos de superfície


pois estas interações são determinadas principalmente pelas propriedades de
superfície, tais como cor e irregularidades. Transmissão e absorção são
chamadas fenômenos de volume, pois, estas interações são determinadas por

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características internas da matéria, tais como densidade e condutividade. A
particular combinação de interações de superfícies e de volume com algum
material particular dependem ambas do comprimento de onda da radiação
eletromagnética e das propriedades específicas deste material.

A luz, sendo uma onda eletromagnética, segue os mesmos princípios: Ao


ser emitida sobre um objeto qualquer, ocorrerá

- Reflexão

- Absorção

- Transmissão

- Refração

- Dispersão

a) Reflexão

Ocorrerá reflexão, se o objeto for opaco, e poderá ser especular ou


difusa. Se for especular, o ângulo de incidência será igual ao ângulo de
reflexão. Se for difusa, os raios divergirão em várias direções.

Ângulo de Ângulo de
incidência reflexão

SUPERFÍCIE IRREGULAR SUPERFÍCIE LISA


REFLEXÃO DIFUSA REFLEXÃO ESPECULAR

Figura 2 – Reflexão difusa e especular.

b) Absorção

Ocorrerá absorção em quase todos os casos, principalmente se o objeto for


preto, e aí todos os comprimentos de onda serão absorvidos, e transformados em
calor.

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c) Transmissão

Ocorrerá transmissão num meio translúcido ou transparente. Se o meio


tiver uma cor, todas as demais serão barradas por ele, só deixando passar a
freqüência correspondente à mesma cor do meio.

TRANSLÚCIDO TRANSPARENTE COLORIDO

DIFUSA DIRETA SELETIVA


Figura 3 – Transmissão difusa, direta e seletiva.

Os objetos, ao refletirem ou transmitirem a luz solar, não só o fazem em


quantidade, mas também em qualidade. Significa que, de acordo com suas
características físico-químicas, refletem ou transmitem determinados
comprimentos de onda, adquirindo assim cores próprias.

Assim, um objeto que reflita ou transmita uniformemente todos os


comprimentos de onda e examinado à luz solar aparecerá como branco (ou cinza,
se absorver ou transmitir uniformemente uma parte da luz total incidente). Uma
maçã é vermelha porque reflete apenas a porção de luz vermelha que sobre ela
incide, absorvendo as demais. Um pedaço de veludo preto absorverá todos os
comprimentos de onda da luz incidente sobre si. Um vidro transparente incolor
transmite uniformemente todos os comprimentos de onda que sobre ele incidem,
ao passo que um verde somente deixa passar os comprimentos de onda
correspondentes ao verde e absorve os demais. Tais conceitos de absorção,
reflexão e transmissão são importantes para o bom entendimento da ação da luz
e formação das cores. Em especial serão úteis para o estudo do emprego dos
filtros, tanto na fotografia a cores como em B/P.

d) Refração

Ocorrerá refração se a luz incidir em ângulo sobre uma superfície


transmissora. Como a superfície transmissora é um meio onde a luz altera sua
velocidade, ocorre a refração sob a seguinte fórmula:

6
Θ1
MEIO 1
V1

MEIO 2
V2

Θ2

Figura 4 – Refração da luz.

Sen Θ1
= Cte
Sen Θ2

Cosiderando;

VVácuo
=n
VMeio

Onde:

V Vácuo: Velocidade da luz no vácuo (300.000 km/s);

VMeio : Velocidade da luz no meio.

n : índice de refração do meio.

Pode-se escrever,

Sen Θ1 ⋅ n1 = Sen Θ2 ⋅ n2

e) Dispersão

Dispersão ocorre em todos os casos com exceção do raio laser, pois a luz
saída de uma fonte tende sempre a se dispersar em todas as direções, o que
explica o fenômeno das sombras não definidas.

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As cores
A sensação de cor é determinada pelo comprimento de onda que atinge a
retina dos olhos. Do espectro eletromagnético, os olhos humanos percebem os
comprimentos de onda situados entre 400 e 700 milimicrons, que são
interpertados como cores diferente. Assim, a cor não é uma manifestação física, e
sim uma impressão fisiológica

O espectro visível da luz solar se apresenta como segue:

Comprimento (milimicrons) Cor correspondente


400 a 446 Violeta
446 a 500 Azul
500 a 578 Verde
578 a 592 Amarela
592 a 620 Alaranjada
620 a 700 Vermelha

A figura a seguir mostra o espectro eletromagnético e as divisões inerentes


ao mesmo, enfatizando a porção do visível. Embora, sejam dados nomes para
estas regiões por conveniência (tais como ultravioleta e micro ondas ), não existe
uma linha divisória clara entre uma certa região espectral e a próxima. A divisão
do espectro eletromagnético tem aumentado mais pelos vários métodos de
sensoriamento, do que pelas diferenças inerentes às características energéticas
dos vários comprimentos de onda

Figura 5 – Espectro eletromagnético.

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2.2 O processo fotográfico

A base do processo fotográfico é a sensibilidade que algumas substâncias


têm de sofrerem transformações químicas quando expostas à luz. De fato, no
processo fotográfico comercial sais de prata constituem a base de qualquer
material sensível à luz (filmes e papéis fotográficos). Esses sais escurecem
quando submetidos à luz e, quando isso é feito de forma controlada, no interior de
uma câmara fotográfica, o resultado é a formação de uma imagem latente
(imagem invisível, mas registro de uma cena projetada sobre o material sensível)
que poderá posteriormente ser revelada e tornada insensível à luz, no processo
de revelação em laboratório.

Da diluição de grãos de brometo de prata em gelatina, resulta a emulsão


fotográfica. Tal emulsão colocada num suporte plano é o que se chama de placa,
chapa ou filme fotográfico.

Assim, a estrutura do filme segue o esquema abaixo:

• Emulsão (Gelatina + sais de prata + corantes + outros


ingredientes)

• Base (material transparente: vidro, poliester, etc.; ou material


opaco branco – papel fotográfico)

• Fundo (composto de uma gelatina que reduz a tendência de


enrolar)

Grânulos de
Raios luminosos brometo de prata Raios luminosos

BASE BASE
Grânulos de prata

BASE BASE
GRANULAÇÃO GROSSA GRANULAÇÃO FINA

Figura 6 – Estrutura de um filme.

O filme sensibilizado cria uma imagem latente que, após ser processado,
gera a imagem negativa, ou simplesmente, negativo. Nessa imagem, os objetos
mais claros se apresentam mais escuros, como pode ser visto na figura abaixo.
Para existir a devida correspondência com os objetos fotografados é necessário
reverter esses efeitos, os quais geram a imagem positiva. A imagem positiva pode

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ser a própria fotografia, quando é feita em papel fotográfico, ou o diafilme quando
é feita em base transparente

Figura 7 – O negativo e o positivo.

2.3 Sensitividade espectral

A sensitividade espectral de um filme descreve a sua resposta fotográfica


para radiações de diversas freqüências. Os sais de prata são sensíveis apenas
aos comprimentos de onda ultravioleta, violeta e azul, que são radiações de alta
energia. Corantes são usados para estender a sensitividade de uma emulsão
para a verde, a vermelha e a infravermelha próxima.

O índice de opacidade do negativo é a sua densidade, ou a capacidade


que uma área do papel ou do filme possui para absorver a luz. As áreas de alta
densidade absorvem grandes quantidades de luz e aparecem mais escuras no
negativo e mais claras na cópia.

A sensitividade é definida como o inverso da exposição necessária para


produzir uma densidade acima da densidade de base mais a “fog-density”,
quando processado segundo especificações recomendadas.

Entende-se como densidade de base mais a “fog density” a densidade


existente nos filmes em um tempo de exposição nulo.

Quanto à sensitividade espectral, as emulsões fotográficas são classificadas


em: ordinárias, ortocromáticas, pancromáticas, e infravermelhas.

Filmes ordinários

São afetados pelas radiações: Raio X, Raios Gama, Ultravioleta, violeta e


azul.

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Filmes ortocromáticos

Além da sensitividade a radiação azul, estes são também sensíveis à região


da verde no espectro visível. Não são muito utilizados em fotografia aérea.

Filmes pancromáticos

São filmes sensíveis as radiações vermelha, verde e azul, assim como às


frequências mais altas. Os filmes pacromáticos podem ser Preto e Branco e
colorido, dependendo da estruturação da emulsão.

O filme aéreo Preto & Branco (P&B) é mais usado nas fotografias aéreas
pelo seu custo relativamente baixo e pela sua resposta espectral ser bem próxima
do espectro visível pelo olho humano. Desta maneira, o usuário da fotografia
aérea distingue pequenas variações de tons de cinza. Isto permite a interpretação
fácil de elementos naturais ou feitos pelo homem. Sua principal desvantagem é
que mesmo com o uso de filtros apropriados (filtro amarelo ou menos azul),
continua sensível à bruma atmosférica o que reduz o contraste da imagem.

Os filmes coloridos ou de cores naturais são filmes que apresentam uma


riqueza muito grande detalhes devido à apresentação de elementos em sua cor
real. Isto facilita a interpretação de objetos e cenas uma vez que muitos
elementos do mundo real são mais facilmente identificados quando agrupam o
atributo cor. Um exemplo disto são as massas de água (lagos, lagoas) que apesar
de serem bem caracterizados pela sua forma, possuem uma resposta espectral
variando do branco até o preto nos filmes pancromáticos (P&B) enquanto que nos
filmes coloridos a sua identificação é muito facilitada pela sua resposta espectral
na imagem. De maneira muito semelhante, podemos exemplificar o caso de
piscinas em ambientes urbanos.

Figura 8 – Uma fotografia P&B e uma colorida .

Filmes infravermelhos

São filmes pancromáticos com sensitividade estendida à região da luz


infravemalha (aproximadamente 900 nm). Geralmente são utilizados com filtros

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para impedir que radiações de certo comprimento de onda atinjam o filme. São
filmes muito úteis para fotografar regiões de bruma, dado o seu poder de
penetração. Oferecem grande contraste entre a água e a terra e diferentes tipos
de vegetação.

As principais vantagem do filme infravermelho, são melhor penetração na


névoa atmosférica do que no filme colorido normal, melhor realce das imagens de
alguns objetos na fotografia, principalmente com a delineação entre corpos de
água e vegetação, diferenciação entre folhosas e coníferas, distinção entre
vegetação sadia e estressada.

Figura 9 – Uma fotografia infravermelha colorida.

2.3 Poder de resolução

Poder de resolução é a qualidade de uma emulsão fotográfica em gravar


distintamente pormenores finos. O poder de resolução depende de fatores tais
como a granulação da emulsão e contraste do filme. Além disso, depende
também do contraste do alvo fotografado. Assim, chama-se poder de resolução
de um filme ao número de linhas paralelas que podem ser vistas em cada
milimetro do negativo. Para estabelecer-se tal medida, fotografa-se a uma
distância determinada uma placa "standard" composta por linhas pretas e brancas
da mesma espessura, formada de modo que cada conjunto de linhas é
progressivamente maior que o outro. Revela-se o negativo e examina-se ao
microscópio.

O poder de resolução é um dos fatores mais importantes na obtenção de


fotos nítidas. Devem também ser levados em conta, os fatores externos que
alteram a definição das linhas do filme , tais como qualidade da objetiva,
focalização perfeita, imobilidade durante a exposição, revelação correta, tempo de
exposição exato.

A resolução da fotografia aérea depende da combinação lente-filme-


filtro e, desta combinação, pode-se concluir:

a)Resolução (em segundos de arco)

12
4,5
R" =
dl

onde:

dl = diâmetro da lente em polegadas

b)Resolução (em linhas/mm)

1500
R l / mm =
" f − stop"

c)Resolução Real (em metros)

E
Rm =
1000. R l / mm

onde:

E = módulo da escala da fotografia

Rl/mm = resolução da combinação lente-filme-filtro da


câmara usada, em linhas/mm.

Com base na resolução fotográfica podemos determinar qual o menor


objeto detectável em uma fotografia, o que não significa, necessariamente,
determinar o tamanho do menor objeto identificável ou reconhecível.

O menor objeto identificável é, pelo menos, 5 vezes maior que o


menor objeto detectável e, portanto, a relação entre eles é a seguinte:

I = 5. R m

onde:

I = tamanho mínimo identificável

A resolução de uma fotografia não é sinônimo de nitidez visual da


imagem, que é grandemente influenciada pelos seguintes fatores:

• qualidade do sistema de lentes da câmara;

• precisão mecânica da câmara;

• qualidade e sensibilidade da emulsão;

• natureza do objeto fotografado.

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2.4 Filtros

Filtros são materiais opacos para determinados comprimentos de onda,


mais transparente para outros. Estes permitem reduzir os efeitos da bruma
atmosférica (poeira), fazem a distribuição homogênea da luz, protegem a lente
contra partículas em suspensão durante a decolagem e o pouso do avião e
permitem a absorção de cores para evidenciar contrastes entre os objetos
fotografados.

As aplicações dos filtros em fotografias aéreas são muitas. Sem o uso de


filtros adequados não é possível obter boas imagens fotográficas.

Os filtros, assim como os objetos, absorvem algumas cores da luz,


deixando passar outras.

O tempo de exposição da imagem deve ser maior quando se utilizam


filtros.

A tabela abaixo indica o tipo e a finalidade dos filtros empregados em


aerofotogrametria.

Filtro Finalidade
Vermelho absorve o azul, o vermelho e o ultravioleta
clareia objetos vermelhos e amarelos, escurece o azul
da água e do céu, elimina a névoa

Verde absorve o azul, o vermelho e o ultravioleta


escurece o céu e clareia a vegetação

Azul absorve o vermelho, o amarelo, o verde e o ultravioleta


clareia os objetos azuis e acentua a névoa e a bruma

Amarelo absorve o azul e o ultravioleta


escurece o azul do céu e destaca as nuvens.

Ciano absorve o vermelho


ressalta objetos azuis e verdes

Magenta absorve o verde


ressalta objetos vermelhos e azuis

Polarizador elimina reflexos e brilhos causados pelo ultravioleta e


pelo azul
escurece o céu, clareia as nuvens e elimina o brilho das
superfícies aquáticas

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2.5 Fotografia digital

2.5.1 Generalidades

Até há pouco tempo o ato de fotografar consistia em expor, por uns breves
instantes, um filme -recoberto de substâncias químicas fotosensíveis- à luz. Após
a exposição, o filme tinha de ser submetido a um processo de estabilização
química -revelação- e posteriormente a imagem -o negativo- tinha de ser
transferida para papel fotográfico. A evolução tecnológica decorrente dos avanços
obtidos principalmente na área de engenharia eletrônica trouxe, entre outras
maravilhas tecnológicas, a fotografia digital.

As fotografias digitais podem ser obtidas por dois processos. O primeiro faz
uso de câmaras fotográficas digitais, as quais capta, por meio de células foto-
sensíveis (chamadas CCD, Charged Coupled Device), a luz da cena a fotografar.
Esta informação, captada analogicamente, é digitalizada (pelo que se chama um
"shift register") e armazenada num meio magnético (disquete, Smart Cards,
Memory Stick (tm) ou CD). Posteriormente pode-se transferir as fotos a um
computador (conectando a câmera, com um cabo apropriado, à porta RS-232 ou
à porta USB) ou imprimi-las diretamente (tendo a impressora adequada). O
segundo processo faz uso de equipamentos de digitalização de fotografias
analógicas, conhecidos como scanners.

No caso da fotogrametria, existe a possibilidade das duas opções.


Entretanto, é mais usual a utilização do segundo processo. A obtenção das
imagens é feita pelo uso de scanners fotogramétricos, os quais são construídos
para tal fim.

2.5.2 Estrutura de uma imagem digital

Uma imagem digital corresponde a uma matriz de elementos pictóricos


denominados pixel. Um pixel pode representar tons de cinza ou cores por
associação com dígitos. Na figura abaixo tem-se ampliações de uma porção da
imagem, mostrando o detalhamento em cada fase. Na ultima fase, pode-se
perceber retângulos (pixel´s) que apresentam tons de cinza.

Assim, uma imagem digital corresponde a uma estrutura organizada de


pilxels em linhas (i) e colunas (j), formando uma matriz, onde a cada pixel está
associado um valor numérico, denominado de Valor de Brilho – VB,
compreendido no intervalo de 0 a 255, onde 0 corresponde ao preto e o 255 ao
branco. Os valores intermediários a 0 e 255 correspondem a tons de cinza
variando de preto a branco. Na figura abaixo, o pixel localizado na posição (7,6)
possui VB = 209. Normalmente, a origem do sistema de imagem é o canto
superior esquerdo da mesma.

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Figura 10 – Uma imagem digital em ampliação.

O 5 6 10 15 20
(0,0)

7 VB=209

10

15

Figura 11 – A estrutura de uma imagem digital.

2.5.3 Aquisição da imagem digital

A aquisição da imagem pode ser feita de duas formas, como comentado


anteriormente: utilizando câmaras digitais ou por digitalização de produtos
analógicos.

As câmaras digitais disponíveis no mercado, devido ao alto custo, não estão


disponíveis para pequenas empresas. Apenas grandes empresas e órgãos
governamentais possuem capital necessário para tal investimento. Assim, a
grande maioria das empresas prestadoras de serviços aerofotogramétricos,
obtém as imagens necessárias por meio de digitalização do filme, diafilme ou
fotografias. Paral tal, tais empresas disponibilizam de equipamentos especiais
ditos Scanners Fotogramétricos.

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Scanners são instrumentos que permitem transformar uma imagem
analógica (filme, diafilme ou fotografia) na sua correspondente digital. A seguir
tem-se alguns scanners fotogramétricos disponíveis no mercado.

PhotoScan 2002 da Z/I Imaging DeltaScan da Geosystem

UltraScan 5000 da Vexcel DSW600 da Leica

Figura 12 – Exemplos de Scanners Fotogramétricos.

A qualidade da imagem original define, decisivamente, a qualidade da


imagem digitalizada. Esta é determinada tanto pelo processo de tomada da
fotografia como pelo processo de digitalização. A eficiência de todo o processo é
afetado quando a redução da qualidade, na fase de digitalização, é admitida.

Tomando como base a experiência na fotogrametria clássica, pode-se


definir os seguintes requisitos básicos para um scanner fotogramétrico:

Geometria : A geometria define o grau de repetitibilidade dos codificadores.


Fazendo-se uso das técnicas da fotogrametria tradicional, utilizando-se fotografias
aéreas analógicas, um nível de precisão da ordem de ± 2 µ m pode ser
alcançado em aerotriangulação. Esta precisão, também é obtida fazendo-se uso
de restituidores analíticos. Consequentemente, é importante requerer a mesma
precisão dos scanners fotogramétricos.

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Resolução da imagem: A resolução define a capacidade do sistema em
separar detalhes pequenos. Este parâmetro é, decisivamente, determinado pela
qualidade do filme e da câmara usados na obtenção das imagens aéreas
tradicionais. Resoluções de 10 µ m para para filmes Preto e Branco e 15 µ m
para filmes coloridos são suficientes para garantir a precisão necessária em
fotogrametria digital. Entretanto, para casos específicos, uma resolução superior é
necessária.

Ruído da imagem: A variação de cor existente, após a obtenção da imagem


em uma região considerada homogênea, traduz o ruído. Quando menor essa
variação, maior é a capacidade do sensor em captar diferenças sutis em cores. O
ruído de um filme fotogramétrico é definido, principalmente, pela sua
granulometria. Se for considerado os valores fornecidos pelos produtores de
filmes fotogramétricos, o intervalo de ruído não deveria exceder ± 0.03 – 0.05 D,
para um pixel de 10 µ m, normalmente alcançado com filmes fotogramétricos.
Assim, presume-se que o tamanho do pixel deve ser o menor suficiente, para
permitir obter o benefício derivado da resolução do filme.

Dynamic range: Corresponde a variação de densidade que o scanner pode


trabalhar. Nessa escala, densidade 0 corresponde ao branco puro e densidade 3
corresponderia ao negro puro. Entretanto, dependendo do material a ser
digitalizado, tem-se uma variação de densidade maior. Essa medida
corresponderia, basicamente, ao contraste das fotografias aéreas as quais
possuem variação de 0.1 a 2.0 D para fotos Preto e Branco e 0.1 a 3.5 D para
fotografias coloridas.

Reprodução de cor: Permitir a digitalização de imagens coloridas.

Compressão de dados: A quantidade de dados produzidos da digitalização


de imagens devem ser reduzidos de modo eficaz por técnicas de compressão de
dados.

O scanner em uso na Topocart é o UltraScan 5000 da Vexcel, cujas


propriedades são:
• Tecnologia:
Scanner de mesa com três linha de CCD com 6000 elementos cada
linha;
• Especificação geométrica:
Precisão geométrica: ± 2 µ m r.m.s.e.;
Resolução óptica: 5µ m (alta resolução) e 29µ m (baixa resolução).
• Especificação radioelétrica:
Density range: 0 até 3.4 D (4.0 Dmax);
• Profundidade de cor:
3 x 12 bit na conversão A/D;
3 x 16 bit via software;
• Formatos de saída:
TIFF, TIFF16, TiledTIFF, TiledTIFF16, PGM, EPS,DCS, RAW, JPEG.

18
3 CÂMARAS

3.1 Generalidades

Toda câmara fotográfica constitui uma imitação grosseira do olho


humano e, como tal, está sujeita a limitações quando da obtenção de
informações, registrando apenas a faixa visível do espectro eletromagnético.

A concepção básica de qualquer câmara é a mesma. Baseia-se no


princípio da câmara escura, ver figura 1. A câmara escura consiste de um
paralelepípedo oco, com as paredes internas pretas, com exceção daquela
oposta à que contem um pequeno orifício “O” no centro. A parede onde serão
formadas as imagens, pode ser branca ou de material translúcido. A luz que
reflete no objeto AB penetra na câmara através do orifício “O” e atinge a parede
posterior, que por ser branca reflete as ondas incidentes, permitindo a um
observador dentro da câmara ver a imagem formada. A imagem “ab”, como
mostra a figura 1, é uma perspectiva central

p P

Paralelepípedo oco com paredes escuras


Imagem
A

O
a B
Orifício
Ou Centro Perspectivo

Anteparo branco ou translúcido

Figura 13 – O princípio da câmara escura

Na figura 1 pode-se estabelecer a seguinte relação: Triângulo AOB é


semelhante ao triângulo aOb. Assim, pode-se afirmar que:

ab p
= (1)
AB P

A razão entre a imagem e o objeto original é normalmente conhecida


como escala, assim a expressão 1 pode ser rescrita como:

19
ab
E= (2)
AB

Onde :

E: Escala da imagem;

ab : tamanho da imagem;

AB : tamanho do objeto.

Um filme colocado junto a parede onde a imagem é formada poderia


resgistrá-la. Entretanto, a imagem projetada é fraca, pois cada ponto é formado
por um fino feixe de luz. Esse inconveniente poderia ser contornado se o filme
fosse exposto a luz por um grande período de tempo adequado, exigindo um
grande período de exposição. O problema do tempo prolongado de exposição é
contornado utilizando-se uma lente convergente, ver figura 2. A lente concentra os
feixes de raios luminosos, tornando a imagem mais clara, diminuindo assim o
tempo de exposição. Por outro lado, quando maior for “p”, maior será o
espalhamento da luz dentro da câmara escura, diminuindo a luminosidade da
imagem, e consequentemente, aumentando o tempo de exposição. Assim, existe
uma relação entre “p” e “d”, bem como com a velocidade do filme em registrar
uma imagem.

p P

b
α
a B
d

Figura 14 – Câmara fotográfica

Com a inclusão de lentes nas câmaras, para que os raios luminosos


sejam concentrados na parede que dista “p” das lentes, a Equação de Gauss, ver
figura 3, para lentes terá que ser atendida.
P p

A
b
20
B a
f f
Figura 15 – Equação de Gauss para lente convergente

1 1 1
= + (3)
f p P

Onde:

f : distância focal;

p: distância imagem;

P: distância objeto.

A equação 3 traduz que um objeto situado a uma distância “P” da lente


terá sua imagem projetada, em foco, a uma distância “p” da mesma lente. Para
objetos que se encontram situados a uma distância diferente de “P” terão imagem
desfocadas, como mostra a figura 4. Entretanto, diminuindo o diâmetro d da lente,
o angulo α (figura 14) também diminui, proporcionando uma indeterminação da
posição do plano focal (plano onde a imagem é nítida). Assim, quando α diminui,
a região de focagem aumenta, permitindo que objetos com diferenças de
profundidade, possam ser focalizados. A distância de profundidade existente
entre dois objetos que garante imagens em foco, é conhecida como profundidade
de campo.

P p

A
C
b

B a
c
f f

Figura 16 – Projeções de dois objetos distintos.

Quando a distância “P” na equação 3, for muito maior que “p”, o termo
1/P pode ser desprezado, conduzindo a seguinte relação:

21
1 1
= ⇒ f = p (4)
f p

Nestas condições, pode-se afirmar que existe uma distância “P”, a


partir da qual, o plano de focagem coincide com o foco da lente, permitindo que
os objetos situados além desta distância da lente, sejam projetados com nitidez.
Ainda nessas condições, pode-se definir o fator de brilho FB como sendo a
relação entre o diâmetro da lente pela distância focal.

d
FB = (5)
f

onde :

d: diâmetro da lente.

A equação 5 traduz que o FB de um objeto distante da lente é


diretamente proporcional ao diâmetro da lente e inversamente proporcional a
distância focal. Assim, quanto menor “d”, menor FB. Entretanto, menor “d” implica
em maior profundidade de campo, logo a profundidade de campo é inversamente
proporcional ao FB.

O inverso da equação 5 fornece o termo velocidade das lentes, ou


simplesmente “f-stop”, como é mais conhecido. Então:

f
f − stop = (6)
d

No caso de fotografias aéreas, a distância “P”, entre o objeto e a


câmara, é muito maior do que “p”. Assim, o plano focal situar-se-á a uma distância
“c” das lentes, tendendo para a distância focal “f” da lente, denominada de
constante da câmara. Neste caso, c e f são utilizados indistintamente para
caracterizar o plano de focagem para objetos muito distantes da lente.

A alteração do diâmetro útil da lente pode ser realizada com o auxílio


de um diafragma, que permite sua regulagem para diversos valores.

Além do diafragma, as câmaras fotogramétricas possuem um


dispositivo regulador de tempo de exposição, denominado de obturador.

3.2 A câmara fotográfica e o olho humano

O olho é opticamente equivalente a uma máquina fotográfica comum,


sendo constituído basicamente de um sistema de lentes, um sistema de
diafragma variável e uma retina que corresponde a um filme em cores.

O olho tem características especiais, muitas das quais inexistentes


mesmo nas câmeras mais sofisticadas:

22
1. Um sistema automático de focalização que permite ver, por exemplo,
objetos a 25 cm e logo a seguir outros a grandes distâncias;

2. A íris, que corresponde ao diafragma, controla automaticamente a


quantidade de luz que entra no olho;

3. Eficiência de operação para ver tanto em ambientes com muita luz


como em outros pouco iluminados;

4. Visão angular muito grande: horizontal - 90° na direção da têmpora e


50° na direção do nariz - e vertical - 50° para cima e 65° para baixo, a partir do
ponto central do olho;

5. A imagem de um objeto formado na retina é invertida.


.
Principais Elementos do Olho Humano
.
O olho humano possui os seguintes elementos básicos: Iris, Cristalino,
Retina, Nervo Óptico e Vítreo, como mostram as figuras a seguir.

Músculos
Córnea

Nervo Ótico
Iris

Humor Aquoso

Retina
Córnea

Cristalino

Iris

Humor Vítreo

Figura 17 – O olho humano e seus principais elementos.


Córnea: uma camada curva clara e transparente, responsável por dois
terços da focalização da luz na retina. A refração dos raios luminosos nas
diversas partes do olho é que produz a focalização na retina.
Humor Aquoso: fluido claro, praticamente incolor. Esse fluído é produzido
continuamente e eliminado pelo canal de Schlemm. Ele mantém a pressão do

23
olho em 15mmHg, além de fornecer nutrientes à córnea e ao cristalino que são
vascularizados.
Íris: de cor azul, verde, castanha ou cinza, é um diafragma composto
principalmente de músculos circulares e radiais que ao se contraírem ou se
distenderem, diminuem ou aumentam o tamanho da abertura - a pupila - por onde
entra a luz. A principal função da íris é controlar a luz que penetra no olho.
Cristalino: também chamado lente, pois funciona como tal, é responsável
por praticamente o terço restante da focalização da luz na retina. Sua curvatura é
maior atrás que na frente. Os ligamentos suspensores que ligam o cristalino aos
músculos ciliares podem alterar a forma do mesmo tornando-o mais convexo,
aumentando assim sua capacidade de desviar os raios luminosos, ou seja, seu
poder de focalização.
humor vítreo: é uma substância clara e gelatinosa que preenche todo o
espaço entre o cristalino e a retina.
Retina: possui uma espessura aproximada de 0,5 mm. Ela cobre quase
toda a superfície interna do olho, é altamente vascularizada e contém uma rede
de nervos. A retina é a parte do olho sensível à luz, onde ocorre a conversão da
imagem luminosa em impulsos elétricos nervosos, os quais são enviados ao
cérebro para serem processados.
Nervo Óptico: O nervo óptico conecta o olho ao cérebro. O nervo
transporta os impulsos formados pela retina até o cérebro, que interpreta as
imagens.

Formação da Imagem no olho humano

Os raios luminosos proveniente do espaço externo aos olhos,


atravessam as córneas e o humor aquoso; passam pela pupila, atravessam o
cristalino e o corpo vítreo; chegam à retina, onde estimulam cones e bastonetes.
Nesse ponto, a energia luminosa é transformada em impulsos nervosos, por meio
de um mecanismo químico. Esses impulsos nervosos, por sua vez, penetram nos
neurônios da retina, que os conduzem, através do nervo óptico, aos centros de
visão do cérebro.

A formação da imagem explanada anteriormente possui semelhança


com as câmaras fotográficas. Os raios luminosos, provenientes do exterior à
câmara , atravessam a lente da câmara e atingem o filme, que registra a imagem.

A lente da câmara fotográfica faz o papel do cristalino, conduzindo a


formação da imagem na emulsão, que por sua vez faz o papel da retina,
armazenando, temporariamente a imagem.

3.3 Classificação das câmara aéreas

Existem dois tipos de câmaras fotogramétricas: a terrestre e a aérea.

24
a). Câmara Terrestre

Características:

• permanece fixa durante o tempo de exposição;

• o objeto fotografado geralmente está fixo;

• o tempo de exposição do filme é relativamente longo e só


diminui quando o objeto a ser fotografado estiver em movimento;

• utiliza emulsão de baixa sensibilidade e de granulação fina;

• o formato do filme é pequeno;

• seu funcionamento pode ser manual ou automático.

Figura 18 – Câmara métrica terrestre.

25
Figura 19 – Câmara métrica aérea.

Características:

• está em movimento (velocidade constante) durante o tempo


de exposição;

• o objeto fotografado pode ser fixo ou móvel;

• o tempo de exposição é bastante curto;

• o obturador é de altíssima eficiência (95%);

• utiliza emulsão de altíssima sensibilidade;

• apresenta grande capacidade de armazenamento de filme;

• o formato do filme é grande;

• o filme é planificado durante o tempo de exposição;

• seu funcionamento é todo automático.

Atualmente, com o advento da tecnologia de obtenção de imagens digitais,


utilizando-se de sensores CCD (Charge Coupled Device), está disponibilizado no
mercado as câmara aéreas digitais. As características destas câmaras são
praticamente idênticas a das câmaras convencionais ou baseada em filme. A
diferença básica é a forma da imagem. Neste caso, as câmaras digitais fornecem
imagens digitais.

26
Figura 20 – Câmara métrica aérea digital.

3.3.1 Sistema de classificação das câmaras aéreas

As câmaras aéreas, já mencionadas anteriormente, estão classificadas em


relação a: ângulo de campo, distância focal, formato, inclinação do eixo ótico e
uso ou finalidade.

1 – ângulo de campo

Ângulo de Campo (α ) é o ângulo de abrangência da câmara.

C
α

f
l
l
Figura 21 – Ângulo de campo.

O ângulo de campo (α ) é dado pela seguinte relação:

α = 2. arc. tg.(d'/2 f )

onde:

d' = diagonal da fotografia (não confundir com -d- diâmetro do


diafragma)

27
Segundo o ângulo de campo tem-se:

a)Pequeno: α < 50º

Obtém fotografias de ângulo pequeno.

Empregada em:

• Trabalhos de reconhecimento com fins militares.

• Vôos muito altos, para a confecção de mapas de áreas


urbanas densas.

• Confecção de ortofotomapas e mosaicos de áreas


urbanas com construções muito altas.

b)Normal: 50º < α < 75º

Obtém fotografias de ângulo normal.

Empregada em:

• Trabalhos cartográficos (confecção de mapas básicos).

• Confecção de mosaicos e ortofotomapas de áreas


urbanas não muito densas.

• Mapeamento de regiões com muita cobertura vegetal.

c)Grande-angular: 75º < α < 100º

Obtém fotografias de ângulo grande.

Empregada em:

• Trabalhos cartográficos com maior economia.

• Serviços de aerotriangulação.

• Confecção de mapas topográficos.

• Confecção de mapas em escalas grandes.

• Medições fotográficas.

d)Super-grande-angular: α > 100º

Obtém fotografias de ângulo muito grande.

28
Empregada em: Trabalhos cartográficos com a vantagem de uma
cobertura fotográfica muito maior.

2 – distância focal

Segundo a distância focal que a câmara apresenta tem-se:

a)Pequena: 55 < f < 100mm.

Associada a uma câmara super-grande-angular.

Emprego: cartografia convencional.

b)Normal: 152 < f < 210mm.

Associada a uma câmara grande-angular ou normal.

Emprego: cartografia convencional.

c)Grande: 305 < f < 610mm.

Associada a uma câmara de ângulo pequeno.

Emprego: militar (trabalhos de reconhecimento).

3 – formato

Segundo o formato disponível tem-se:

a)Com Formato:

• os filmes são marcados de modo a permanecerem


fixos durante o tempo de exposição;

• estas marcas podem ter: 18x18cm, 12x18cm, 6x9cm e


23x23cm, ou ainda, 23x46cm (formato especial).

b)Sem Formato:

São de dois tipos:

29
b.1)Faixa Contínua:

• a passagem de luz é contínua e é feita através de uma


fenda;

• o avanço do filme é sincronizado com a velocidade da


imagem.

Obtém fotografias de faixa contínua.

b.2)Panorâmica:

• utiliza um sistema de varredura lateral (abertura de até


180º) que é perpendicular à linha do vôo;

• utiliza-se de mecanismos óticos giratórios para a


varredura.

Obtém fotografias panorâmicas.

4 – inclinação do eixo ótico

Quanto a observância do eixo ótico da câmara tem-se:

a)Verticais:

• o eixo ótico da câmara pode estar inclinado entre 0º e


3º.

Obtém fotografias verticais.

b)Oblíquas:

• o eixo ótico da câmara possui uma inclinação entre 3º e


90º.

Obtém fotografias oblíquas Altas (na qual aparece o horizonte) e


fotografias oblíquas Baixas (na qual não aparece o horizonte).

Eixo ótico

Linha do horizonte

30

VERTICAL OBLIQUA BAIXA OBLIQUA ALTA


Figura 22 – Classificação quanto a inclinação do eixo ótico.

5 – uso ou finalidade

a)Cartográfica ou Métrica:

• seus elementos de orientação interna são


perfeitamente conhecidos e de alta precisão.

Obtém fotografias cartográficas.

b)Reconhecimento:

• seus elementos de orientação interna não são


conhecidos com exatidão.

Obtém fotografias de reconhecimento.

c)Especial:

• são câmaras modificadas para a obtenção de


fotografias especiais. Ex.: fotografias Trimetrogon,
Sistema de vácuo
Multiespectrais, Convergentes Simétricas e Assimétricas,
e Transversais.

3.4 Partes da câmara MAGAZINE

As partes que compõem uma câmara aerofotogramétrica são: Cone e


Magazine.
CONE

31
Obturador

Filtro
Figura 23 – Partes de uma câmara.

1 – Cone: parte da câmara, hermeticamente fechado, que suporta a objetiva, o


diafragma, o obturador, o suporte de filtros e a esquadria de registros.

1.a) A Objetiva ou Sistema de Lentes, é um conjunto de lentes, cuja


função é a de concentrar os raios luminosos oriundos do mesmo ponto objeto
para um mesmo ponto imagem no plano do negativo. Os principais parâmetros
associados à objetiva são:

1.a.1 – Eixo ótico: reta que contém os centros de curvatura de uma lente.

A objetiva sendo um conjunto de lentes, cada uma possui um eixo ótico


distinto. Durante a fase de centragem – montagem da objetiva – deveria existir a
perfeita coincidência desses eixos, o que normalmente não acontece. Assim,
costuma-se trabalhar com o eixo ótico do conjunto de lentes. A não centragem
perfeita das lentes ocasionarão deformações na imagem, como será visto
posteriormente.

Eixo ótico
Figura 24 – Eixo ótico da objetiva.

1.a.2 – Distância focal: corresponde a uma grandeza relacionada com a


definição de plano de nitidez de foco, definida pela Lei de Gauss, ver equação 3.

32
1.a.3 – Pontos nodais: pontos relacionados com a objetiva óptica com a
característica de que um raio entrante no sistema de lentes pelo ponto nodal
anterior (incidente ou primeiro) irá deixar o sistema pelo ponto nodal posterior
(emergente ou segundo) com trajetória paralela à do raio entrante.

A
b Eixo ótico

f N N’ f
B a

Ponto Nodal Ponto Nodal


Anterior Posterior

Figura 25 – Pontos nodais.

1.a.4 – constante da câmara c: é a distância principal quando o objeto


fotografado se encontra a uma distância muito grande da câmara. De acordo com
a Lei de Gauss para lentes, neste caso, a distância de projeção coincide com a
distância focal.

1.a.5 – plano principal: é o plano normal ao eixo óptico e desenvolvido


como o lugar geométrico das interseções dos raios de luz originários dos mesmos
pontos objetos.

Plano principal

Eixo ótico f f
a

Figura 26 –Plano principal.

1.a.6 – ponto principal da ótica geométrica: é o ponto definido pela


interseção do eixo óptico com o plano principal.

Plano principal

Eixo ótico f f

33
Ponto principal
da ótica geométrica
Figura 27 –Ponto principal da ótica geométrica.

1.a.7 – ponto principal de simetria: é o ponto situado no plano focal, onde


todas as distorções das lentes são quase simétricas. Esta definição é válida
quando o sistema de lente é descentrado, ou seja, quando diversos elementos
ópticos de uma objetiva composta não estão com os respectivos eixos ópticos
coincidentes no barril de montagem. Este ponto também é denominado de ponto
principal calibrado.

1.a.8 – poder de resolução: é o número de linhas por milímetro que se


pode perceber separadamente através de uma lente. É uma das mais importantes
qualidades de uma lente.

1.b) O Obturador e Diafragma. São dispositivos que regulam o fluxo


luminoso que atingirá o filme em cada exposição.

O diafragma altera o diâmetro útil das lentes através de um conjunto de


cortinas circulares com eixos excêntricos que vedam a entrada da luz na periferia
das lentes. O obturador regula o tempo de exposição, abrindo e fechando a
entrada de luz sob o comando de um mecanismo de relógio regulável.

A quantidade de luz que atinge o filme é afetada por diversos fatores - em


especial, a duração da exposição e o diâmetro da abertura. A fim de assegurar
uma exposição correta para a foto, deve existir uma relação entre ambas, não
obstante, o controle das variáveis é bastante simples: a exposição é ajustada
através de mudanças na velocidade do obturador e no tamanho da abertura, que
é calibrada em números "f" ou “f-stop”.

Os valores comumente encontrados são:1.4; 2 ;2.8; 4; 5.6; 8; 11; 16 e 22;


32. A notação usual é: f/1.4, f/2, f/2.8, etc.

Este números estão relacionados com a distância focal da objetiva e o


diâmetro útil da lente. Os números f (f/1.4, f/2, etc) expressam uma relação (mais
propriamente, um quociente) entre a distância focal f da lente e o seu diâmetro útil

34
d, como mostrada na equação 6. O diâmetro é, portanto, aquele do círculo
definido pelas lâminas do diafragma: quanto mais fechado o diafragma, menor o
círculo e portanto menor o diâmetro deste. Assim, um diafragma posicionado em
f/2, por exemplo, "desenha" um círculo de diâmetro maior do que um diafragma
f/8.

O número “f-stop” é definido assim:

f
f − stop = (7)
d

Onde:

f: Distância focal;

d: diâmetro útil da lente.

Diz-se que uma lente de 50mm ajustada para um diâmetro de 12,5mm, é


regulada a f4 (50/4). Uma lente de 100mm regulada a f4 tem uma abertura de
25mm, uma aritmética mais simples torna evidente que uma abertura de 25mm
admite 4 vezes mais luz que uma abertura de 12,5mm. Mas neste caso a luz deve
percorrer 100mm, o dobro de uma lente de 50mm.

Observando a relação de “f-stop”, pode-se notar que eles obedecem a uma


seqüência lógica onde cada número é igual ao produto da raiz quadrada de 2 pelo
seu predecessor.

Assim, o número 4 (diz-se "diafragma 4") é igual a 2.8 * 2 . Em termos de


intensidade luminosa, um dado diafragma permite uma intensidade luminosa igual
a metade daquela do seu predecessor e ao dobro do seu sucessor. Um diafragma
16, por exemplo, implica numa intensidade luminosa 2 vezes superior aquela do
diafragma 22. Inversamente, um diafragma 5.6 permite uma luminosidade igual a
metade do diafragma 4, que é seu predecessor.

Pode-se demonstrar a afirmação acima, através do seguinte


desenvolvimento:

f − stop A ⋅ 2 = f − stop B
f f
⋅ 2=
dA dB
2 1 (8)
=
dA dB
dA r
dB = ⇒ rB = A
2 2

Assim, o raio do obturador está também na proporção de 2 . Obtendo-se


a área do obturador para a situação f − stop B , tem-se:

35
 r  π ⋅ ( rA )
2 2
S
S B = π ⋅ ( rB )
2
= π ⋅ A  = = A (9)
 2 2 2

Ou seja, a área de f − stop B é a metade da área de f − stop A ,


consequentemente a luminosidade passando pelo primeiro corresponde a metade
que passa pelo segundo.

O controle do diafragma permite controlar a profundidade de campo, como


mostrado na Figura 14. À medida que vamos fechando o diafragma - isto é,
diminuindo a quantidade de luz que atravessa a objetiva -, aumenta a
profundidade de campo, permitindo que objetos mais próximos e mais distantes
da câmara, possam ser focalizados nitidamente.

O obturador tem a função de regular o tempo de exposição,


consequentemente, controla também a quantidade de luz que penetra na câmara,
influenciando a exposição do filme. A exposição do filme é o produto da
iluminância pelo tempo de exposição.

Duas variáveis atuam sobre a exposição do material fotossensível:


quantidade de luz que incide sobre o material; e· tempo de exposição do
material a essa luz.

A correta formação de uma imagem fotográfica, exposição “E”, requer a


incidência, sobre o material fotossensível, de uma quantidade determinada de luz
(Intensidae I) durante um tempo (T) também determinado, de acordo com a
sensibilidade do material. Podemos representar essa afirmação através de uma
fórmula simples:

E = I ×T (10)

Nas câmaras fotográficas que permitem o controle da velocidade do


obturador, comumente, ajusta-se a velocidade na faixa de alguns segundos a
meio milésimo de segundo. Entretanto, dependendo da câmara e modelo essa
escala pode ser maior ou menor.

Uma escala típica, em segundos (s), é: 8 - 4 - 2 - 1 - 1/2 - 1/4 - 1/8 - 1/15 -


1/30 - 1/60 - 1/125 - 1/250 - 1/500 - 1/1000.

Pode-se perceber que cada ponto dessa escala corresponde a um tempo


de exposição exatamente igual à metade do tempo do ponto anterior e ao dobro
do tempo do ponto seguinte.

Assim, fica fácil vincular abertura do diafragma e velocidade do obturador,


para se obter uma mesma exposição, utilizando a equação 10. Pela equação 10,
dobrando-se, por exemplo, o tempo de exposição, deve-se reduzir à metade a
quantidade de luz para obter a mesma exposição, e vice-versa.

Por exemplo:
• f/8, 125 é equivalente a f/5.6, 250
• f/16, 60 é equivalente a f/8, 250

36
1.c) Esquadria de registros. Trata-se da moldura da fotografia. Aqui todos
os registros são feitos: marcas fiduciais, número da câmara, distância focal
nominal, relógio de horas, nível esférico, etc. Nas câmaras mais modernas, as
quais utilizam as facilidades da eletrônica, permitem que outras informações
possam ser registradas. A seguir tem-se as principais informações registradas.

Número de ordem Altímetro Nível de bolha Relógio Informações extras

Marcas fiduciais Distância focal


Número de série da câmara

Figura 28 –Exemplos de esquadrias.

• altímetro: registra a altitude de vôo num intervalo de 0 a 9000


metros.

• relógio: registra o instante da tomada da fotografia. Utilizado


para determinar a altura de objetos verticais (árvores, edifícios)
pelo método da altura do sol e outros.

• nível de bolha: registra a inclinação da câmara no instante da


tomada da fotografia. A inclinação registrada pode variar até 5º.

• identificação da câmara: registra a distância focal, a marca, o


tipo e o número de série da câmara utilizada. Serve para controle
dos intervalos de calibração.

• marcas fiduciais: normalmente quatro, definem o formato


(tamanho) da imagem, bem como estabelecem o sistema de
eixos fiduciais, importantíssimo sistema de referência
fotogramétrico. Podem estar localizadas no centro das bordas do
plano focal ou nos cantos deste. A interseção destas marcas
define o ponto principal da fotografia (PP).

• número de ordem das fotografias: registra um número


seqüencial em cada fotografia, para controle posterior das faixas

37
e blocos.

• indicador do sistema a vácuo: registra uma letra na borda da


fotografia se o sistema a vácuo da câmara estiver funcionando
perfeitamente, caso contrário, não registra nada.

2- Magazine: compartimento fechado onde estão acondicionados o porta-filme,


placa do plano focal, a câmara de vácuo e o servomotor.

2.a) Porta filme. O porta filme consiste de um par de bobinas onde o filme é
enrolado e permite, através de mecanismos, a mudança da área do filme a ser
exposta

2.b) Placa do plano focal, câmara de vácuo e servo-motor. A placa do


plano focal é que proporciona os meios a fim de que o filme possa ser tracionado
para mudar a área a ser exposta e para garantir a planura do filme durante a
exposição. Para tanto, a placa possui um mecanismo que permite a sua
apriximação e afastamento da esquadria de registros. Um conjunto de orifícios,
presente nessa placa, ligados a uma bomba de vácuo, fazem com que o filme
permaneça planificado durante a exposição.

Em câmaras modernas, a placa também possui a função de movimentar-se


para frente, carregando consigo o filme, com velocidade igual ao da imagem, para
evitar o arrastamento. Tais câmaras levam a sigla FMC (forward motion
compesation – compensação do movimento para frente).

3.5 Calibração das câmaras

Calibrar significa obter as características individuais de um instrumento.


A calibração é o procedimento realizado para determinação de um conjunto de
parâmetros inerentes à câmara, os quais permitem reconstituir o feixe perspectivo
que deu origem a imagem.

Os métodos de calibração de câmaras podem ser divididos em


métodos de laboratório e de campo. Os métodos de laboratório são utilizados,
geralmente, pelos fabricantes de câmaras fotogramétricas. Nos métodos de
campo, as fotografias para calibração são obtidas em condições que se
assemelham as de trabalho, por esse motivo, são considerados melhores que os
métodos de laboratório, uma vez que possibilitam que todos os parâmetros
possam ser recuperados, além do fato de que permitem que haja uma grande

38
superabundância de observações, o que torna possível um controle estatístico
rigoroso do processo.

Normalmente, os seguintes parâmetros são determinados:

a) distância focal gaussiana equivalente;

b) distância focal calibrada;

c) coordenadas das marcas fiduciais

d) coordenadas do ponto principal no referencial fiducial;

e) coeficientes de distorção radial simétrica;

f) coeficientes de distorção descentrada;

g) parâmetros de correção da refração fotogramétrica

Os parâmetros determinados pelo processo de calibração dizem tanto


respeito à geometria da câmara como às imperfeições existente no sistema. A
determinação da distância focal calibrada e das coordenadas do sistema fiducial
estão diretamente ligadas à geometria da câmara. Os parâmetros de distorção
radial simétrica, coordenadas do ponto principal e de distorção descentrada estão
ligados a imperfeições no sistema de lentes.

4 TOMADAS DAS FOTOGRAFIAS

4.1 Generalidades

A obtenção das fotografias propriamente dita é precedida por uma etapa de


planejamento denominada de projeto fotogramétrico. Nessa etapa, tem-se o
desenvolvimento das seguintes atividades: planejamento de um plano de vôo;
planejamento do controle de campo e estimativa de custo do projeto.

Apenas a primeira atividade será abordada nesse item com mais


profundidade. As demais serão tratadas oportunamente.

4.2 Geometria Básica da Fotografia Aérea

39
A figura a seguir apresenta o esquema da geometria de uma fotografia
aérea perfeitamente vertical.
NEGATIVO
PP´

ESTAÇÃO DE EXPOSIÇÃO (O)


f
POSITIVO
PP

H’
EIXO ÓTICO

hm

Figura 29 –Esquema de uma fotografia vertical.

Desta, conclui-se que a fotografia é uma projeção cônica ou central em que


a imagem de um objeto é formada num plano (que é o filme ou negativo) após os
raios de projeção terem passado pelo centro perspectivo (ou ótico) da objetiva.

Da figura anterior pode-se definir alguns elementos básicos:

a)Estação de Exposição: é o nome dado à posição do centro perspectivo


(ponto nodal ou centro ótico) no instante da tomada da fotografia. Designado por
(O).

b)Altitude de Vôo: é a distância vertical, em metros, entre a estação de


exposição e o Geóide (nível médio do mar). Designado por (H).

40
c)Altura de Vôo: é a distância vertical, em metros, entre a estação de
exposição e um plano qualquer de referência do terreno. Designada por (H’).

d)Aerobase ou Base Aérea: é a distância horizontal, em metros, entre as


estações de exposição de fotografias consecutivas. Designada por (B).

e)Ponto Principal da Fotografia: é o ponto formado pela projeção


ortogonal do centro perspectivo no plano do filme, do negativo ou da fotografia
(PP). É definido pela interseção das linhas que unem as marcas fiduciais opostas
da foto.

f)Sistema de Coordenadas Fotográficas: é um sistema de coordenadas


cartesianas, cujo ponto de origem coincide com o ponto principal da fotografia. O
eixo x é definido pela linha que une o ponto principal da fotografia esquerda com
o ponto principal da fotografia direita, projetado sobre a fotografia esquerda
(homólogo). Esta linha, também representa a direção seguida pela avião, durante
a tomada das fotografias (linha de vôo). Já, o eixo y, é definido pela linha
perpendicular ao eixo x, passando pelo centro da fotografia.

g)Fotobase ou Base Fotográfica: é a distância horizontal, em mm, medida


sobre a fotografia, entre as projeções de duas estações de exposição
consecutivas. Designada por (b).

Da figura 29 pode-se retirar a seguinte estrutura básica:

f
PP
l/2

H’ H

Ll/2
TERREMO
hm
NMM

Figura 30 –Geometria fundamental da fotografia.

Da Figura 30 tem-se a seguinte relação.

41
l
f f l
= 2 → =
H' L H' L
2

Onde:

- f: distância focal;

- H’: Altura de vôo;

- L: comprimento real do lado da fotografia;

- l: comprimento do positivo

l
A relação , na expressão anterior corresponde ao fator de
L
ampliação, ou seja a escala da fotografia. Assim, a expressão pode ser
escrita da seguinte forma:

f 1 H´
= → H ´= f × E → E =
H' E f

Onde :

- E: denominador da escala de vôo.

4.3 Recobrimento fotogramétrico

As fotografias aéreas podem se destinar à preparação de mapas,


mosaicos e ortofotos. Nesses casos, a região de interesse deverá ser coberta for
uma sucessão de fotos, dispostas de forma ordenada com o intuito de atender
aos objetivos do protejo.

a) Recobrimento longitudinal

42
Para que se tenha uma cobertura fotográfica correta de determinada
região da superfície terrestre é necessário que as fotos consecutivas, tiradas em
uma direção (linha de vôo), registrem porções iguais do terreno. Para que isso
ocorra, entre uma foto e a sua consecutiva, deve haver uma zona de
recobrimento ou superposição denominada Zona de Superposição Longitudinal.
Esta é necessária para a visualização, em 3D, das fotografias (ou pares) obtidas.
Para isso, o recobrimento entre uma foto e outra, deve ser, no mínimo, de 60%.
Ver Figura abaixo.

B
Sentido do vôo

B L-B

Figura 31 – Recobrimento Longitudinal.

Pela observância da Figura 31, tem-se a equação do recobrimento


longitudibnal, a saber:

SB =
( L − B ) ×100%
L

Pela equação anterior pode-se obter a aerobase B da seguinte forma:

 S 
B = L × 1 − B 
 100 

As tomadas de fotografias sucessivas, formam uma faixa continua, como


mostra a figura a seguir.

43
Figura 32 – Linha de vôo exibindo as regiões de recobrimento longitudinal.

b) Recobrimento lateral

No caso de uma região muito grande, a cobertura fotográfica deve ser


realizada em várias direções paralelas, portanto, seguindo várias linhas de vôo.
Para cada uma destas linhas há um conjunto de fotografias consecutivas ao qual
denominamos faixa. Entre uma e outra faixa deve haver uma zona de
recobrimento ou superposição denominada Zona de Superposição Lateral (figura
abaixo). Esta é necessária para evitar falhas na cobertura do terreno. Para isso, o
recobrimento entre uma faixa e outra, deve ser, no mínimo, de 30%.

Sentido do vôo

Sentido do vôo

L-W

W L

Figura 33 – Recobrimento lateral.

Da Figura 33 pode concluir que:

44
SW =
( L − W ) ×100%
L

Onde:

W: afastamento lateral.

Pela equação anterior pode-se obter o afastamento W da seguinte forma:

 S 
W = L × 1 − W 
 100 

c) Número de faixas de vôo

O número de linhas de vôo pode ser obtida por:

 L´ 
N L =   +1
W 

Onde:

L´: Largura da área a ser coberta.

NL: Número de linhas de vôo.

O número de linhas de vôo obtido pela expressão anterior, corresponde a


um número real, o qual deverá ser convertido para o inteiro superior mais
próximo.

d) Número de fotos por faixa de vôo

O número de fotos por faixa pode ser obtido por:

 C´ 
N FF =   + 4
B

Onde:

C´: Comprimento da linha de vôo.

B: Aerobase.

45
NFF: Número de fotos por faixa

O número de fotos por faixa obtido pela expressão anterior, corresponde a


um número real, o qual deverá ser convertido para o inteiro superior mais
próximo.

e) Número total de fotos

O número total de fotos pode ser obtido por:

NTF = N FF × N L

Onde:

NTF: Número total de fotos.

f) Intervalo de tempo entre exposições

O intervalo entre exposições pode ser obtido por:

B
T =
v

Onde:

T: Intervalo entre exposições.

v: Velocidade do avião;

O arredondamento de T requer o cálculo de um novo B, e


consequentemente de todas as variáveis que dependem de B.

g) Tempo máximo de exposição

O tempo máximo de exposição é necessário para ajustar a velocidade do


obturador de acordo com a velocidade da nave a fim de evitar fotografias com
imagens arrastadas ou confusas. O tempo máximo de exposição pode ser obtido
por:

a ×E
t=
v

Onde:

t: tempo máximo de exposição;

46
v: Velocidade do avião;

E: denominador da escala de vôo;

a: deslocamento na imagem permitido. Normalmente a= 1/20 mm,


correspondente ao máximo poder de resolução do olho humano.

O valor de t obtido dever ser arredondado para o inteiro inferior mais


próximo.

h) Fluxograma de cálculos

A seqüência de cálculos para obter os elementos básicos para o


planejamento da cobertura aerofotogramétrica pode ser descrita da seguinte
forma:

1 – Normalmente a escala de vôo é definida em função das


necessidades de cada projeto. Assim, o E fica determinado e
consequentemente a altura de vôo poderá ser calculada.

2 – Os valores do recobrimento longitudinal e lateral, normalmente são


definidos a priori. Normalmente seguem os seguintes valores: SB=60%
e SW=30%;

3 – Determina-se o valor de L a partir da escala determinada da s


eguinte forma: L = l × E .

4 – Determina-se o valor de B e W;

5 – Determina-se o valor de T conhecendo-se a velocidade do avião;

6 – A partir de T determina-se novo B;

7 – Com o novo B determina-se novamente SB;

8 – Determina-se NL;

9 – Determina-se NFF;

10 – Determina-se NTF;

11 – Determina-se t;

12 – Determina-se altitude de vôo;

Exemplo: Uma área de forma regular medindo 30 km no sentido norte-sul e 17 km


do sentido leste-oeste, deve ser fotografada com o propósito de se construir um

47
mosaico da região. A câmara disponível é a RMK A 20/23 da Zeiss de 305 mm de
distância focal e 23 cm de lado de quadro. A escala efetiva no plano de altitude
média de 700m deve ser 1:20.000 com superposição longitudinal e lateral
mínimas de 60% e 30% respectivamente. A nave se mantém a uma velocidade de
280 km/h. Determinar os dados para o plano de vôo.

Solução:

Esboço da região a levantar

N
30 km

17 km

1 – Pela observância das dimensões da região, seleciona-se o sentido da linhas


de vôo Norte-Sul.

2 – Escala definida. E = 20.000.

3 – Altura de vôo.
H ´= 0,305 m ×20 .000 = 6100 m

4 – Altitude de vôo.

H = H ´+hm = 6100 + 700 = 6800 m

5 – Valor de L.

L = 0.23 × 20000 = 4600 m .

6 – Valor de B.

 60 % 
B = 4600 × 1 −  = 4600 × 0.4 = 1840 m
 100 

 30 % 
W = 4600 × 1 −  = 4600 × 0.7 = 3220 m
 100 

7 – Valor de T.

1,840 km
T = = 0,0065714285 7 h → T = 0,0065714285 7 × 3600 = 23,65 s → T = 23 s
280 km / h
8 – Valor de B ajustado.

48
B 23 B 280 × 23
T = → = →B = = 1,7888 km → B = 1788 ,88m
v 3600 280 km / h 3600

9 – Com o novo B determinar SB.

SB =
( 4600 − 1788,88) ×100% = 61,11%
4600

10 – Determinar NL.

 17000 
NL =   + 1 = 6,27 → N L = 7
 3220 

11 – Determina-se NFF.

 30000 
N FF =   + 4 = 20 ,77 → N FF = 21
1788 ,88 

11 – Determinar NTF.

NTF = 21 × 7 = 147 fotos

12 – Determinar t.

1
mm × 20000
1000 mm 0,001 1
t = 20 = = = 0,0000035714 3h = 0,0128 s =
280 km / h 280 km / h 280 km / h 77 ,77
1
t= s
100

i) Plano de vôo analítico

O plano de vôo analítico corresponde a organização dos dados


necessários em uma tabela, para auxiliar o piloto e o fotografo na execução do
vôo. A seguir tem-se um exemplo de plano de vôo analítico adotado pela
GEOFOTO.

4.4 Efeito da inclinação

49
Na prática, quase todas as fotos chamadas “verticais” são, acidentalmente,
inclinadas no momento da exposição. Mesmo com a melhor montagem das
câmaras, a inclinação é inevitável devido à instabilidade da aeronave e à inercia
do sistema giroscópio quando instalado. Mesmo que algumas das mais novas e
mais sofisticadas montagens possam controlar inclinações dentro de pequenas
tolerâncias, o projeto de vôo deve ser baseado na possibilidade da existência de
inclinação média de até 2º.

A componente da inclinação do nariz do avião é insuficiente para causar


perda considerável de superposição. Essa inclinação é assim chamada quando
ocorre em torno em torno de um eixo transversal à linha de vôo. (O avião se
encontra “cabrado” ou “picado”, no momento da tomada da foto). A figura a seguir
exemplifica a questão.

a b

Figura 34 – Inclinação do nariz do avião.

Da figura anterior, pode-se notar que a seguinte afirmação é válida:

a > b. 

Assim, a inclinação do nariz do avião, ocasiona um aumento da


superposição em um modelo f e diminui no outro. Para assegurar a região de
superposição, deve-se quantificar tal efeito. A figura a seguir, traz os elememtos
necessários para medir o efeito sobre a região de superposição.

H’
β/2
θ θ
θ

50
S a

a’ L
Figura 35 – Elementos da Inclinação do nariz do avião.

Da Figura 35 tem-se:

L L
= S +a →a = −S (1)
2 2

β  S β 
tg  − Θ = → S = H '×tg  − Θ (2)
 2  H '  2 

(1) em (2), tem-se:

L  β 
a= − H '×tg  − Θ (3)
2  2 

l ×H '
L= (4)
f

(4) em (3), tem-se:

l ×H'  β   l β 
a= − H '×tg  − Θ  → a = H '  − tg  − Θ  (5)
2× f  2  2 × f 2 

β pode ser obtido por:

 L 
β = 2 × Arctg   (6)
2×H'

No caso, a’ aumenta o recobrimento, enquanto a diminui. Logo, não há


necessidade de preocupação com o valor de a’.

Para o caso de inclinação de asa do avião, o processo é semelhante a

51
inclinação de nariz do avião, como mostra a figura abaixo.

a b

Figura 36 – Inclinação da asa do avião.

No projeto de vôo, calcula-se o valor de a e subtrai-se do W preliminar e


este novo valor é tomado. Esta operação resulta uma diminuição da distância
entre faixas, necessária para a recuperação da parcela do recobrimento lateral
perdido.

4.4 Efeito do relevo

O relevo influencia consideravelmente no recobrimento lateral e


longitudinal. Assim, faz-se necessário conhecê-lo e quantifica-lo.

No planejamento do vôo fotogramétrico, normalmente adota-se uma


altitude média da região para efeito de cálculos. Entretanto, deve-se conhecer as
variações máximas de altura em relação a este plano médio para calcular o efeito
desta sobre o recobrimento lateral, longitudinal e escala.

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