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DADOS HISTÓRICOS
Espanha há ficado marcada por uma mistura cultural enriquecida, produto indiscutivel de
a sua polifacética história. Ao longo do tempo, a península tem sido habitada, culturizada
e organizada por diversos grupos que deixaram impressa uma pegada tão profunda como
o próprio caráter espanhol.
A Pré-história
Os homems primitivos tiveram um grande apego à esta terra, a sua privilegiada geografia
tanto quanto a distancia com o resto da Europa, facilitavam uma vida tranquila no
relativo ao sustento cotidiano e a paz necessária para vivir nas atividades de colheita,
pesca e apascoamento transumante. Os principais assentamentos distribuiram-se em duas
áreas: por uma parte a faixa costeira Mediterrânia e o território posterior e pela outra, a
zona cantábrica.
Os habitantes do neolítico, para o ano 12.000 a.C. deixaram a sua pista por diversos
lugares através de magníficas pinturas rupestres, obras de artesanato, ferramentas de
trabalho e os misteriosos e imponentes Dólmenes que passaram desapercebidos longo
tempo. Na atualidade, estas zonas atraem bom número de turistas e cientistas pois trata-se
de mostras pré-históricas com um alto grau de conservação e antigüidade.
Os primeiros habitantes
Os conjuntos humanos que habitaram a Espanha primitiva proveníam do Oriente, África
e da Europa central. Durante os séculos XI ao IV a.C. três grupos partilharam a
península: tartesios e íberos no sul e leste, e os celtas no norte. Os primeiros
desenvolveram com maior rapidez a transição para as cidades-estado, enquanto os celtas
mantiveram-se por um tempo maior em condições primitivas. Finalmente conseguiram
fundir-se num a nova raça: os celtíberos, com eles iniciou-se o povoamento da zona
interior da península, até então relativamente deserta.
Os fenicios, turistas e comerciantes, pisaram Hispania desde o século XI a.C., porém, foi
até o século IV a.C. que o seu contato e influência cresceu, deixando á o seu passo cultura
e obras. Os cartagineses entraram em contato com a península ibérica para conquistar o
mercado fenício no século III a.C., originando as chamadas Guerras Púnicas. Roma entra
em ação nesta mesma época tentando arrebatar do Cartago o seu domínio no
Mediterrânio, conseguindo com sucesso para o século II a.C., porém, o poderoso Império
Romano não se conforma com a zona Mediterrânia e chega à cobrir a península toda no
ano 19 a.C. Aos romanos debe-se o nome de Hispania, a chegada do cristianismo no
século I da nossa era e a consolidação, por primeira vez, da Espanha peninsular íntegra.
O Império Romano é derrotado quando os Visigodos se estabelecem no ano 411,
fundando a sua capital em Toledo. O desenvolvimento de a sua monarquia e a força em
seus domínios permitem a continuidade cultural da Espanha. Porém, a península vê-se
constantemente assediada por uma nova cultura proveniente de oriente, cujas pretensões
foram ocupar a Espanha como ponto estratégico de controle mediterrâneo: os árabes.
Os árabes e a Reconquista
A história dos árabes na Espanha vai ligada à da reconquista, essa luta constante,
ferrenha, mística que os hispanos libraram durante sete séculos para defender o seu
território e atingir uma nação como a que atualmente se conhece, ao menos no sentido
geo-político.
No ano 711, durante a Batalha de Guadalete, os árabes entram na península ibérica,
extendendo seus domínios rápidamente. A reação espanhola é imediata e no 722 inicia-se
a Reconquista com a Batalha de Covadonga, em Oviedo, sob as ordens de Dom Pelayo.
A presença árabe na Espanha é talvez a maior mostra de contradições entre duas raças
que lutam por um território. Embora que por um lado travaram-se sangrentos combates e
tentou-se desprestigiar à cultura islámica através da literatura e costumes cristãs, por
outro desenvolveu-se uma combinação de duas culturas monoteístas, capazes de desfrutar
com amplitude da beleza e os prazeres que a vida oferece. A mistura racial e cultural
entre árabes e cristãos tem sido o rasgo que dotou Espanha de um caráter mais vivaz,
mais atrativo no sentido vivencial, que prolongou-se até suas conquistas no Nuevo
Mundo. E talvez porque um inimigo, longo tempo odiado, acaba sendo um amigo
segredo, os árabes ficaram para sempre na história com um matiz doloroso para os
espanhóis, embora na língua, as costumes e visão da vida tenham-se insertado com um
sentido contrariamente alegre, atrativo e, por tanto, bem vindo.
Os séculos IX e X representam o auge desta conquista ao consolidar-se primeiro, o
emigrato com Abderramám I e o califato com Abderramám II. O avanço da reconquista
oferece um panorama de uma Espanha cristã-muçulmana dividida e ensangrentada, onde
a guerra é um fantasma cotidiano que perde a sua essência dramática na força da
constancia. No século XI, a fortaleza árabe começa a render-se. A morte de Almanzor,
grande guerreiro mouro, deriva na descomposição do califato em Reinos Taifas que, pela
a sua estrutura, são mais fracos perante as ataques dos monarcas espanhóis dos territórios
reconquistados, entre os que destacam Toledo e Valência.
No século XII os árabes tem um pequeno ressurgimento com uma imediata resposta dos
rei cristãos, ciram-se as ordens militares e se consolida a união de Aragón e Catalunha.
Porém, no século XII, com a batalha das Navas de Tolosa, os árabes vem reduzido o seu
território à zona de Almería, Granada e Málaga, aonde se mantém até 1492. Nesta mesma
etapa consolida-se a união de Castela e León com Fernando III.
A Conquista da Espanha
O século XV é um século que faz girar o papel da Espanha conquistada num a Espanha
conquistadora que olha além dos espaços conhecidos até então pelos europeus. Com a
união dos rei Católicos, Fernando e Isabel, consolida-se a unidade territorial, com a
exceção de Navarra. Esta unidade permite que os esforços por impor o cristianismo se
cristalizem: instala-se a Inquisição e consegue-se expulsar aos árabes com a toma de
Granada em 1492. Se promove então, também com sucesso, a expulsão dos judeus.
Enquanto isso, Cristovão Colombo, apoiado economicamente pela rainha Isabel,
encontraba uma nova terra: América.
A morte de Isabel a Católica deixa um vazio, no relativo à mão ferrenha, para converter
Espanha num a unidade. Sua herdeira, a filha Joana, padecia de uma doença mental que
impedia-lhe continuar com a trajetória da mãe. Finalmente é Fernando, esposo de Isabel,
quem governa como regente da própria filha. Em 1512 o Duque de Alba conquista
Navarra, conseguindo por fim a completa possessão da península à uma casa real só.
Os Áustrias
Carlos I, neto de Fernando o Católico, converte-se em rei da Espanha em 1516. A
herança que recebe é um enorme império que extende seus domínios por Nápoles, Sicilia
e Cerdenha por um lado, e os territórios de América pelo outro. A morte de Maximiliano
de Áustria deixa-lo em possessão da atual Áustria, Alemanha, o Franco-Condado e os
Países Baixos, convertendo-se no Imperador Carlos V do Sacro Império Romano-
Germánico e no homem mais poderoso da época. Com França vive momentos de luta
pela hegemonia europea, ficando o poder sempre em mãos espanholas.
Por outra parte, a nova terra, América, se oferece como uma zona rica e fácil de
conquistar que, sob as ordens de aventureiros exploradores, acaba ficando em mãos dos
espanhóis. Hernão Cortez conquista o México em 1521, Francisco Pizarro e Diego de
Almagro Perú, Hernando de Soto Florida em 1539 e Pedro de Valdivia Chile em 1541.
Durante este século, a coroa espanhola acha-se em propriedade da nova terra quase na a
sua totalidade. Porém, a situação em Europa não é muito favorável. As guerras religiosas
entre protestantes e católicos enfraquecem a força de Carlos V em Alemanha e obrigam-
no a ceder esse território aos protestantes mediante a paz de Augsburgo.
Em 1556, Carlos V abdica à favor do filho Felipe II cuja política centra-se no
fortalecimento da Espanha e a defesa do catolicismo, enfrentando uma forte crisis
económica, produto das longas e custosas guerras religiosas. É Felipe II quem funda em
Madrid a capital espanhola em 1561.
Um império poderoso e extenso sempre exige uma inversão muito grande na a sua
conservação e é fonte de atração de outras nações. À Felipe II corresponde manter essa
grande extensão de domínios, desviando grandes quantidades de recursos, em geral
provenientes do novo mundo, para a milícia. Desta forma, o poder economico da Espanha
passa às mãos de banqueiros alemães ou genoveses que apoiam à coroa espanhola em a
sua luta pela hegemonía.
Os Países Baixos procuram a sua independência, tratando de conservá-los de alguma
forma, Felipe II os deixa em 1598 a a sua filha Clara Eugenia que, casada com o
Arquiduque Alberto, tenta mantê-los sob o domínio espanhol. Em 1571 os turcos, que
tentavam fazer-se com o mercado e movimento no Mediterrânio, são derrotados na
Batalha de Lepanto sob as ordens de João de Áustria, irmão do rei. Em 1580, Felipe II
converte-se em rei de Portugal e, enquanto o império cresce por um lado, perde a sua
força na zona mais delicada: as finanças. O intento de derrotar Inglaterra com a Armada
Invencível em 1588 fracassa e marca o início de um período de decadência na Casa dos
Áustrias que representa também o declive inicial do Império Espanhol.
Os herdeiros de Felipe II não lograram manter o poder que o seu pai alcançou.
Territorialmente a coroa espanhola se mantém como a mais extensa e poderosa do
mundo, porém, as dívidas à pagar pelos gastos das guerras incessantes afogam Espanha
enquanto as administrações dos monarcas encontravam-se influênciadas por torpes
conselheiros que não encontraram solução adecuada para recuperar as finanças do
Império.
À partir de 1609, as ações erradas da coroa espanhola beiram a rápida desintegração do
império no território europeu. Perdem os Países Baixos em 1609, a expulsão dos
mouriscos nesse ano tem grandes repercusões na agricultura espanhola e lhe obriga a
endividar-se mais, perde Portugal em 1640 e Holanda em 1648 com a Paz de Westfalia,
França recupera seus territórios e apodera-se de Flandes em 1668.
Os Borbões
A casa dos Borbões chega à coroa espanhola em 1700 quando Carlos II, dos Áustrias,
morre sem descendência e ocasiona uma guerra interna pela sucessão. Os candidatos são,
por um lado Felipe de Anjou, emparentado com França e pelo outro o arquiduque Carlos,
apoiado por Inglaterra, Holanda e Dinamarca. Desde 1702 até 1714 esta situação envolve
Espanha num a guerra que separa por momentos Catalunha, Valência e Aragón e que
leva à nação a perder à mãos dos ingleses Menorca e Gibraltar enquanto que as posesões
espanholas em Itália são recuperadas pelos italianos. Finalmente, em 1714 se impoe
Felipe V como rei da Espanha, o primeiro rei Borbão.
Carlos III sucede Felipe V e tenta uma modernização do país implantando o despotismo
ilustrado, realizando reformas esconômicas que culminam com a expulsão dos jesuitas.
Seu sucesor, Carlos IV, não conta com o caráter forte do o seu pãi e deixa o governo
quase em mãos da esposa e o seu ministro Godoy, durante esta etapa, Espanha entra num
a nova guerra com França com motivo da revolução no país galo. Em 1796, reconciliada
com França, se unem para atacar Inglaterra, idéia na que persistem inspirados por
Napoleão até que, em 1804, terminam no desastre de Trafalgar.
A relação com Napoleão, oscilante entre a união e o uso da Espanha pela França, levou à
permitir os espanhóis o passo das tropas francesas livremente pelo o seu território com o
propósito de atacar Portugal, então aliado da Inglaterra. Ao ceder nesse sentido, Espanha
achou-se invadida pelo Império Napoleónico que terminou obrigando Carlos IV à abdicar
à favor do irmão de Napoleão. Esta ocupação francesa acorda o espirito nacionalista
hispano e leva à guerra de independência que procura uma Espanha liberal e basea-se na
Constitução elaborada nas Cortes de Cádiz em 1812. Seis anos de guerra constante
bastam para expulsar os invasores franceses do território e governo espanhol, aliás, como
conseqüência da debilidade momentánea do império hispano, as principais colônias da
América aproveitam e declaram a sua independência num processo bélico que irá
prolongar-se por dez anos e que custará à coroa muito dinheiro.
Ao termo da guerra da independência, Fernando VII, descendente de Carlos IV, volta a
Espanha e declara nula a constitução, imponendo-se como monarca absoluto. Isto produz
um período de guerras constantes que irão prolongar-se até 1902 entre os grupos
monárquicos e os defensores da República.
As três guerras Carlistas, comprendidas entre 1833 e 1876, representam os intentos dos
tradicionais defensores da monarquia absoluta por manter esse regime na Espanha do
século XIX, por contrapartida, os liberais apoiam uma república embora prevém a
existência de um rei. Em 1876 proclama-se a primeira República com um governo de
Alfonso XII. Este período, conhecido como da Restauração, é de paz, mas tarde a morte
do monarca e a sucessão de um filho que ainda não nasce, obrigam à regência da rainha
Maria Cristina. Durante este período de inestabilidade e aparente vazio de poder, Espanha
perde, num a custosa guerra com Estados Unidos, suas últimas possessões na América e
Ásia que eram Porto Rico e Filipinas.
O fim da Monarquía
Em 1914 o mundo achava-se estremecido pela Primera Guerra Mundial. Espanha não
participa nela porque encontra-se mergulhada num a dura crise de governo, na
conformação do o seu esquema socio-político do século XX.
A sublevação de Marrocos em 1921 origina um desvío de recursos ao mantenimento da
última colônia espanhola na África. Em 1923, com aprobação do rei Alfonso XIII,
Miguel Primo de Rivera decreta a ditadura com o objetivo de reordenar o país. É um
período de desenvolvimento e "paz interior" que, aliás, encontra o repúdio popular e
internacional. Em 1930 a ditadura fica em mãos de Berenguer e os republicanos
acentúam seus avanços triunfando em 1931 em Catalunha, Vizcaya, Huesca e a Rioja,
nesse momento a Casa Real abandona o país e na Espanha decreta-se a Segunda
República.
As cortes, para a elaboração de uma nova Constitução, deixam ver dois rumos claramente
diferençados: por um lado os de corte republicano-socialista e pelo outro os de extrema
direita. Em 1933 funda-se a Falange, com uma doutrina de tendência militarizada,
direitista e nacionalista. Os intentos de independência autonómica de Astúrias e
Catalunha são fortemente reprimidos pela direita, o triunfo do Frente Popular em 1936
origina um caos no que se instaura a anarquia predecessora da Guerra Civil.
A Guerra Civil
Em 1936, intentando deter o avanço das reformas do tipo socialista que destilavam-se
entre os republicanos, se inicia um movimento da direita que pretende a unidade nacional
espanhola. Os levantamentos iniciam em Melilla e se trasladam rápidamente ao interior
da península. As tropas nacionalistas cruzam por Gibraltar à Extremadura e Toledo,
posteriormente, em Burgos, Francisco Franco é nomeado Generalíssimo dos exércitos e
toma, a partir desse momento as rédeas da guerra primeiro, e do país depois. Ataques em
diversas cidades vão minando o território dos republicanos até que os nacionalistas
conquistam a capital em março de 1939, pondo fim à uma guerra durante a qual grande
quantidade de inteletuais e financeiros sairam da Espanha procurando refúgio
principalmente na América.
A época Franquista
Esta etapa, que abarca desde 1939 até 1975 está marcada por um isolamento da Espanha
com respeito o resto do mundo. Uma ditadura desta natureza, sem ajudas e apoios do
exterior consistiu num período de muito trabalho por parte do povo espanhol. A relativa
paz que Franco impussera com leis duras e represões políticas e morais permitiu, por uma
parte, o desenvolvimento económico do país sem entrar nos esquemas de modernidade
que a nova Europa vivia, ao mesmo tempo, impidiu com seus esquemas morais e de
comunicação, a troca da Espanha com as modas e estilos de vida dos anos sessenta.
A época democrática
À morte de Franco teve uma transição aparentemente pacífica para uma democracia
longo tempo desejada. As primeiras eleições presidenciais de 1977 dão como ganador
Adolfo Suárez e ao tempo da renovação. Se elabora uma nova constitução, se reconhece a
autonomia às comunidades e procede-se à modernização do país. Em 1981 um repentino
intento de golpe de estado transtorna o sonho espanhol da democracia, esse fato fica
registrado como a última rabanada da ditadura para dar passo uma etapa de liberdade e
democracia. Em 1982 o Partido Socialista Obreiro Espanhol ganha as eleções e Espanha
conta com um dos primeiros presidentes de esquerda escolhidos na plena democracia no
mundo, governo que se prolonga até 1996 quando a balança torna a inclinar-se para a
direita com José Maria Aznar.
A etapa democrática espanhola colocou de manifesto a reprimida conciência dos cidadães
ao absorver de imediato as modas e estilos artísticos, literários, comerciais e políticos que
durante a ditadura franquista viam de longe. A vida social no país mudou os antigos
esquemas rígidamente moralistas por uma nova visão, mais livre e menos comprometida
da vida, menos nacionalista e mais comunitária cujas repercusões de longo alcance ainda
desconhecem pelo recente dos fatos.
POVOADORES
Não se sabe ao certo quais foram os primitivos habitantes da Espanha, todavia os estudos
realizados provam que a península ibérica foi habitada nas idades em que o homem
europeu ainda desconhecia o uso dos metais.
Pois numerosos vestígios dessa época tem sido encontrado tais como : objetos de pedra
lascadas, figuras de animais, objetos de pedra polida, jóias toscas, tecidos grosseiros,
restos de cerâmica e outros, e no tempo de Cristo a península ibérica estava integrada no
Império Romano e era dominada pela estrutura política de Roma onde o latim era a
língua oficial, e pelos documentos e escritos os romanos nos informa que a península era
habitada pelos Iberos (em latim Iber) empregado pelos escritores latinos e gregos para
designar os povos não pertencentes aos grupos dos Fenícios que teriam desembarcados na
parte meridional da Espanha em tempos anteriores a Homero e se espalhados pelo
interior e fundados a cidade de Cádis, com o nome de Gades e, mais tarde vieram os
Gregos por volta do século IX antes de Cristo e penetraram pelo interior da península e
fundaram as cidades de Rosas, Denia e Sagunto com suas adiantadas civilização helênica.
E no século V antes de Cristo a península foi invadida pelos Celtas provenientes da
França e que após sangrentas batalhas acabaram dominando a parte setentrional da
Espanha, porém com o decorrer do tempo acabaram fundindo-se com os Iberos e se
transformando em pacíficos agricultores.
Com a perda da Sicília para os romanos, os Cartaginenses que mantiam relações
comerciais com a Espanha deste antes do início das guerras púnicas, voltaram suas vistas
para a península ibérica que era um riquíssimo depósito de trigo, prata, cavalos e
guerreiros o que lhes serviam de grande utilidade na luta que mantinham com a república
romana e por este motivo os Cartagieneses tentaram conquistar a Espanha e para isto
Amílcar Barca investiu ferozmente contra a tenaz resistência de Indortes e Istolácio e a
ajuda dos Oretanos que habitavam as nascentes do Guadalquivir e os montes de Toledo
sob o comando do chefe Orison durante nove anos até a morte quando se afogou ao
atravessar um rio no ano de 229 antes de Cristo, e na direção dos Cartagineses o grande
chefe Asdrúbal que procurou atrair os Iberos para as suas forças e fundou a cidade de
Cartagena com o nome de Nova Cartago, todavia no ano de 221 antes de Cristo ele
encontrou um fim trágico quando apunhalado por um escravo do patriota Tago que
Asdrúbal mandara crucificar, por isto o grande guerreiro Aníbal filho de Amílcar Barca
assumiu o poder e de imediato cercou e destruiu a colônia grega de Sagunto que se
mantivera fiel a Roma, e com a riqueza de que se apoderou Aníbal armou uma poderosa
esquadra e reuniu um forte exercito para invadir o norte da Itália, todavia o comandante
das legiões romanas Cipião mais tarde chamado de O Africano se colocou em marcha
para Espanha e ofereceu tenaz resistência em uma terrível batalha em que obrigou ao
exército Cartagineses a fugir da luta sempre perseguido através da África até a cidade de
Cartago onde foram derrotados e a cidade completamente destruída.
Depois de expulsar os Cartagineses os Romanos resolveram assenhorear-se de todo o
território espanhol, porém a conquista da Espanha não foi uma tarefa fácil, pois os Iberos
e os Celtiberos que haviam apoiado os Romanos contra os Cartagineses, não tardaram em
voltar as armas contra os aliados da vésperas em virtude da tirania dos cônsules romanos
encarregados do governo, daí surgiram os primeiros mártires da luta pela independência
espanhola que foram Indíbil e Mandônio.
Então o grande chefe lusitano Viriato empreendeu uma guerra em que venceu os
melhores generais romanos e destroçou as melhores tropas, porém no ano de 140 antes de
Cristo, Viriato acabou sendo assassinado traiçoeiramente a mando do general romano
Cipião. Com o desaparecimento do chefe lusitano e a conseqüente dominação da região
pelos romanos, a luta concentrou-se em Numância, pequena cidade do norte da Espanha
que defendeu-se heroicamente contra diversos generais romanos até o ano de 133 antes
de Cristo quando se viram impossibilitado de continuar na luta, mais tarde ao iniciar-se
em Roma a Guerra civil entre Mario e Sila o general Sertório que era partidário de Mario,
refugiou-se na África de onde foi chamado pelos lusitanos sublevados para organizar um
exército no modelo de Roma, o qual venceu muitos ilustres generais da Legião de Roma,
porém ao ser morto traiçoeiramente em um banquete os espanhóis acabaram sendo
submetidos aos generais romanos Pompeu e Metelo.
E neste período houve alguns pequenos levantes que foram reprimidos por Julio César. E
no reinado de Augusto os Asturianos sublevaram-se; porém foram prontamente
subjugados pelas poderosas Legiões de Roma.
A PRATA DA CASA
AS TOURADAS
A tourada é uma paixão nacional e para os espanhóis uma forma de arte. As touradas
começam com uma procissão de bandarilheiros, picadores a cavalo e matadores. Primeiro
o matador movimenta sua capa para incentivar o touro a atacar, o picador a cavalo ataca o
pescoço e a área dos ombros do touro; então os banderilheiros atiram dardos nas costas
do touro. Depois de muito movimento com a capa o matador mata o touro com uma
espada: e recebe as orelhas ou o rabo, como prêmio.
As lutas são geralmente as cinco da tarde nos domingos, de abril ao início de novembro.
Mas durante as festas populares em algumas cidades como Madri, Pamplona, Sevilha e
Valência podem acontecer todos os dias.
FLAMENCO
O flamenco é uma das maiores expressões da cultura espanhola, a música chorosa,
envolvente pede componentes essenciais para sua formação, roupas com cores muito
vivas, guitarras e ritmo na ponta dos pés e da mão e corpos bailando num teatro musical.
O poeta Federico García Lorca descreveu a dança e a forma musical como a “mais
gigantesca criação do povo espanhol”.
Geralmente as discussões sobre as origens do flamenco não chegam a lugar algum, como
aconteceu com o mesmo Garcia Lorca, que descreveu o flamenco como uma mistura de
muitas influências nas quais “a emoção da história e sua beleza, sem datas ou fatos, se
escondem. Porém todos concordam que o flamenco é uma criação dos ciganos de
Andalucia.
Muita da aura que cerca a música flamenca pode ser atribuída às atitudes românticas dos
ciganos, um povo de origem misteriosa.
Os ciganos chegaram a Espanha em 1435, e são motivos de longas discussões sobre suas
origem (Arábia, Egito, Índia, ou hindus?).
P.S.: Em 1499, Isabella e Ferdinand, assinaram o decreto ordenando aos ciganos que
parassem com a vida nômade, e encontrasse um emprego estável ou, do contrário, teriam
que sair do país. Finalmente em 1783, Carlos III fez uma séria tentativa de integrá-los à
sociedade espanhola e quis inspirar mais tolerância entre eles. Além de também tê-los
proibido de perambular, acusou os espanhóis de se recusarem a emprega-los e de proibi-
los de terem acesso aos lugares públicos.
Posteriormente, os ciganos, adotaram o idioma espanhol, ao invés do romano, e
estabeleceram colônias permanentes no subúrbio de Sevilha e Sacromonte, em Granada.
NAVEGADOR CRISTOVÃO COLOMBO
Não se sabe ao certo quando nasceu, supõe-se, entretanto que foi entre 26 de Agosto e 31
de Outubro de 1451, seu pai foi um pobre cardador e que os dias de sua juventude foram
passados entre aventuras românticas e servindo em navios piratas onde ajudou a saquear
e a apresar os galeões venezianos e pelejar denodadamente contra os ferozes corsários
argelinos.
E numa época em que se julgava que as ilhas britânicas constituíam o limite ocidental das
terras e que o mundo era plano e pequeno, que se alongavam para o ocidente formando os
territórios asiáticos e que não havia noticia alguma da América. Para que tudo isto se
tornar realidade, custou mais de meio século para os marinheiros portugueses abrissem
caminho para o sul ao longo das costas ocidentais da África quando Gil Eanes ao dobrar
o cabo Bojador e depois dele Bartolomeu Dias ir além e regressar triunfalmente
aplaudido pela multidão que o aguardava em Lisboa. Cristóvão Colombo que se
encontrava nomeio da multidão com a idéia de averiguar o que havia para além daquele
mar imenso em razão de seus estudos de que além daqueles abismos coberto de água
deveria existir outra terra, pois tinha ouvido falar de que objetos estranhos haviam sido
encontrados a grande distancia da costa, e de recolhimento de pedaços de madeiras em
que apareciam gravados alguns sinais fora do comum, e de volumosos bambus que não se
conheciam na época. E de acordo com os estudos e investigações realizadas por
Cristóvão Colombo, sobretudo dos mapas e de quantos escritos logrou reunir.
Ao tomar conhecimento de uma carta em que o astrônomo Toscanelli respondia à
pergunta do rei Dom Afonso V sobre a possibilidade de chegar a Índia pelo ocidente,
Cristóvão Colombo sabendo que a terra era redonda, e, portanto se navegando para oeste
poderia chegar a Índia.
Imediatamente participou o seu projeto a Dom João II que era filho de Dom Afonso V,
todavia o monarca português repeliu a proposta de Cristóvão Colombo, que por isto foi
oferecer-se ao reino da Espanha onde a principio o acolhimento de suas idéias não foram
favoráveis, por este motivo ele resolveu passar o seu projeto à França onde ao bater as
portas de um convento os monges que o acolheram ficaram encantados com suas idéias, e
um dos religiosos que gozava de grande prestigio junto à rainha da Espanha acabou
escrevendo uma carta ponderando a importância dos planos de Cristóvão Colombo. A
rainha ao se interessar pelo projeto de Cristóvão Colombo, de imediato ordenou que ele
retornasse a Espanha onde recebeu três caravelas para a expedição, e no dia 3 de Agosto
de 1492 Cristóvão Colombo zarpou com os seus três navios para uma viagem em que a
tripulação pediu-lhe repetidas vezes que desistisse de prosseguir no projeto e que
regressasse.
Após dois meses de travessia Cristóvão Colombo avistou terras em 11 de Outubro e na
manhã seguinte vestido de grande gala e arvorando a bandeira da Espanha Cristóvão
Colombo desembarcou em terra e ordenou aos seus homens que seguissem os seus
exemplo ao ajoelhar e beijar o solo do qual tomou posse em nome do rei de Castela.
E ao continuar a sua navegação em demanda de outras ilhas, Cristóvão Colombo
imaginou que todas elas pertenciam a um arquipélago ocidental da Índia e por este
motivo chamou as terras descobertas de Índias Ocidentais e os seus habitantes de índios,
e ao descobrir outras ilhas, ele chamou de Cuba e uma outra de São Domingos onde após
deixar alguns homens regressou a Espanha aonde chegou em 15 de Março de 1493 e
recebeu da corte o mais brilhante acolhimento. E em pouco tempo lhe confiaram uma
nova expedição, na qual descobriu novas ilhas. Apesar de ter levado a cabo tão grande
empresa, o famoso navegador chegou a ser preso e ao morrer se encontrava pobre e
isolado.
INQUISIÇÃO
A igreja e o estado espanhol caminhavam juntos desde o ano de 587 quando o rei
visigodo Recaredo se converteu do arianismo para o cristianismo e que a religião passou
a ser encarada como fator de unidade nacional diante das invasões da península ibérica
pelos mouros e os sarracenos e devido aos sentimentos dispersivos e autonomistas das
regiões como os reinos de Leão, Aragão, Navarra, Sevilha, Castelo, Granada e Valencia e
a profusão da população judaica em todo o território espanhol, com isto se estabeleceu
uma parceria entre os órgãos eclesiásticos e o poder temporal
Com os monarcas visigóticos submetendo vários de seus códigos legislativos à aprovação
de concílios como foi o caso do fuero Juzzo do século X que foi aprovado pelo concilio
de Toledo e em vista dos acontecimentos passou a imperar o lema um só reino, uma só
religião.
Durante a idade média, a inquisição não teve atuação expressiva na Espanha em virtude
de sua localização peninsular e não sofreram de forma ingente a influencia e a penetração
de movimento heréticos como o dos cátaros, originários da Macedônia e partidários do
neo-maniqueismo herdado de Manu, o dos Albigenses proveniente dos Valdenses
fundado por Valdo na Itália, e dos Fraticelli originários dos frades franciscanos, e durante
o ano de 1197 o rei Pedro II de Aragão reiterou o edito que seu pai Afonso II houvera
baixado contra os inimigos da igreja a quem eram declarados como os hereges e eram
expulsos de suas terras, e no ano de 1198 surgiu pela primeira vez na Espanha a menção a
pena de morte pelo fogo contra os membros das seitas heréticas, e com o correr do tempo
o reino de Aragão fronteiro com a França acabou sendo assediado por incursões heréticas
já que o Languedoc estava praticamente dominado pelos Albigenses que eram grandes
propagadores de uma postura de culto exclusivamente interior, sem rituais externos e
com total rejeição dos sacramentos católicos, e a partir de 1226 o rei de Aragão Jaime I o
Conquistador passou a se preocupar com recrudescimento das heresias e ao atender aos
pedido do Cardeal francês Saint-Ange, ele repôs em vigor os editos de 1197 e 1198, e no
ano de 1232 o Papa Gregório IX queixou-se junto ao Arcebispo de Tarragona que os
clérigos locais não se interessavam muito pela repressão aos cátaros e quejandos e por
este motivo em 26 de Maio de 1232 o Papa Gregório IX através de uma bula encarregou
o Arcebispo de Tarragona para instituir alguns tribunais inquisitoriais como órgão
eclesiásticos de execução e que o mesmo funcionasse paralelamente aos tribunais
ordinários da igreja.
E no ano de 1233 Jaime I promulgou novo edito contra os Albigense e iniciou as
perseguições contra eles, e eram realizadas pelos padres que se socorriam do auxilio de
leigos, e no momento que esse edito foi confirmado pelo Papa Gregório IX ele colocou os
frades pregadores que eram membros da ordem dos dominicanos que fora fundada por
Domingos de Gusmão que ficou encarregado das atividades inquisitorial na Espanha.
E no ano de 1235 o dominicano Ramon de Peñaforte a mando do Papa elaborou um
regimento inquisitorial e com o correr do tempo as perseguições contra os cátaros em
Aragão foi perdendo as forças apesar dos esforços, por conta disto o Papa Gregório IX
em 1238 alertou aos reis e os bispos o dever de perseguir os hereges de acordo com as
normas estabelecidas pela santa fé, e no Viscondado de Castelbon em Aragão foi que as
atividades inquisitorial sob o comando de Guilherme de Montgrin se tornou mais severas,
ao condenar mais de cinqüenta hereges e ao exumar dezoito cadáveres de albigenses para
que seus ossos fossem queimados em efígie seguindo a antiga tradição inquisitiva que
infligia pelas post mortem, enquanto que no resto da Espanha as atividades anti-hereticas
ficaram quase que inexistentes.
E no ano de 1238 sob a supervisão do dominicano Pedro de Leodegaria foi organizada a
inquisição em Navarra e no reinado de Afonso X, no seu Fuero Real de 1255 e na lei das
Sete Partidas de 1276 ele reproduziu muito da legislação estatuída pelo Papa Gregório IX
quando estabeleceu o objetivo da perseguição aos heregeres que deveriam ser levados à
abjuração, que os tornava penitentes e os eximia de castigos mais severos.
E caso se recusassem a abjurar, eles se tornavam impenitentes, e eram entregues ao
carrasco e sujeito aos suplícios e à morte e seus bens eram confiscados e paralelamente às
perseguições anti-hereticas foram gradativamente crescendo nos meios eclesiásticos as
preocupações relativas ao crescimento das populações mouras e judaicas.
E entre os anos de 1320 e 1339 o maior expoente da inquisição espanhola foi o
dominicano Nicolau Eymerich, o grande inquisidor de Aragão que elaborou o manual dos
inquisidores (Directorium Inquisitorum) com algumas características marcantes como o
sigilo do processo imposto ao acusado que os autos de fé seriam cerimônias abertas ao
publico e festivas onde eram pronunciadas as sentenças contra os hereges, apóstatas,
bruxos e os feiticeiros que nesses eventos abjuravam publicamente as heresias, e outros
eram fustigados e torturados, e os condenados à morte eram executados na fogueira, e no
século XV a perseguição aos mouros que se encontravam acuados em Granada e aos
judeus chegou ao auge, com isto muitos mouros com receio de serem expulsos se
converteram ao cristianismo ao aceitarem o batismo e de serem chamados de mouriscos
enquanto que os judeus que aderiram a tal pratica passaram a cognominar-se de
marramos.
E no ano de 1478 os reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela que buscavam
a meta nacional que ficou conhecida como a reconquista pediram ao Papa Sisto IV o
reavivamento da inquisição, no que foram atendidos pela bula Exigit Sincerae Devotionis
Affectus com o caráter misto e autônomo no qual o poder civil poderia designar os
inquisitores sem prêvia anuência da santa fé e os primeiros inquisitores designados pelos
monarcas foram os freis dominicanos Miguel Murillo e Juam de San Martim que se
estabeleceram em Sevilha onde a aglomeração judaica era de grande monta, com isto
houve um grande pânico entre os mouriscos e os marranos que se refugiaram nos castelos
dos grandes senhores feudais, e através de uma proclamação de 2 de Janeiro de 1481 os
dois inquisidores ordenaram aos grandes senhores que entregassem os perseguidos sob
pena de excomunhão, com isto as prisões acabaram de enchendo de árabes e de judeus
batizados, o que levou com que os marrranos se insurgissem e por conta disto decidiram
assassinar os inquisidores, porém a conjuração foi abortada em razão da mesma ter sido
delatada aos freis inquisidores.
Fato este que levou aos sublevados a perderem os seus bens e a suas condenações a morte
por vivicombustão no dia 6 de Fevereiro de 1481 na primeira fogueira da moderna
inquisição espanhola, e a partir desta data a atividade inquisitorial recrudesceu em todo o
país com o poder civil deixando de ser mero executor das condenações eclesiásticas
quando passou a ser coadjuvante e co-participante dos trabalhos clericais e os juizes
passaram a ser escolhidos pelo soberano entre os membros do clero secular e foi criada
uma segunda instância na própria Espanha com o nome de conselho da suprema e geral
inquisição e que ficou conhecida como a suprema e reforçou-se o aspecto político da
inquisição na tarefa ingente de preservar a unidade do país contra os setores separatistas
que resistiam, e na incessante luta contra os hereges, apostatas, judeus e mouros que
foram instados a se batizarem sob pena de exílio e de ficarem sob a jurisdição dos
tribunais inquisitoriais como cristãos e não na condição de pagãos.
Com isto muitas cidades acostumadas aos seus privilégios secularmente conferidos pelos
soberanos através dos fueros acabaram resistindo à intervenção de estranhos em seus
costumes e na autonomia local quando se revoltaram em varias regiões como Navarra,
Sevilha, Zaragoza, Granada, Toledo, Barcelona e Valência onde muitos inquisidores
foram assassinados em atentados, e diante desses fatos em 31 de Janeiro de 1482 o Papa
Sisto IV através de uma bula protestou com veemência, quando ameaçou cassar o poder
designatorio dos reis e exigiu que os recursos decorrentes dos confiscos dos bens fossem
encaminhados a Roma e que os nomes das testemunhas fossem comunicados aos
acusados, porém em virtude das ameaças por parte dos reis católicos, o Papa Sisto IV
acabou recuando em vista da imensa importância da Espanha para a propagação do
cristianismo e em Outubro de 1483 os reis catolicos nomearam a mais conhecida, odiada,
temida e expressiva figura que foi o dominicano Tomas Torquemada que era o prior do
convento de Santa Cruz em Segovia como o inquisidor geral de Castela, Aragão, Leão,
Catalunha e Valência como o beneplácito do sumo pontificie, que de imediato começou
por reorganizar e reformar os tribunais do santo oficio, quando demitiu os inquisidores
que tinham dado provas de parcialidade ou que pelo seus caráter eram ineptos para as
funções, estendeu as atribuições do santo oficio a numerosos crimes ou delitos como
heresia implícita e se esforçou de todas as maneiras para evitar os erros e os abusos
cometidos pelos primeiros inquisidores, e a partir de 1484 passou a redigir o regulamento
organizacional e os procedimentos da inquisição espanhola que foi completada por Deza
em 1500 e por Cisneiro em 1516 e copilada por Alonso Manrique e consolidada no ano
de 1561 por Fernando Valdez.
E no dia 31 de Março de 1492 Fernando de Aragão e Isabel de Castela assinaram um
decreto no qual todos os judeus que não fossem batizados deveriam ser expulsos do país
e terem os seus bens confiscados, e nesta época os tribunais inquisitoriais fixos onde
muitos condenados peregrinavam em cumprimento de suas penas estavam localizados
nas cidades de Toledo, Sevilha, Valadolhid, Granada, Codoba, Murcia, Cuenca, São
Thiago de Compostela, Logroño, Zaragoza, Barcelona, santa Cruz de Tenerife, Valência
e Malorca.
E nestes tribunais inquisitooriais os acusados tinham uma preparação terrivel pois eram
convidados a confessar mediante suplicas, ameaças e demosntraçao dos intrumentos de
suplicio, que não podiam ostentar caráter cruento, por este motivo o mais utilizado era o
da água ao lado do polé e dos cordeles, que eram cordas progressivamente apertadas em
torno dos braços e das coxas e se confesse o condenado confessasse durante o tormento,
seguia-se a condenação e caso o acusado suportasse as dores poderia ser absolvido e
comprometendo-se a não declarar nada a terceiros sobre os sofrimentos, e como as
torturas somente podia ser infligida uma única vez , os inquisidores recorriam ao
subterfúgio do adiamento da sessão para prosseguimento posterior. As penas aplicadas
aos hereges eram jejum obrigatório, peregrinação, proibição de permanência em
determinados lugares, pratica religiosa obrigatória, prisão inclusive domiciliar, utilização
do sambenito que era um habito em forma de saco que se enfiava pela cabeça nas cores
amarela e vermelha, fragelaçao e a morte pelo fogo.
E os hereges reincidentes eram lançados diretamente ao fogo, e os que abjuravam a
heresia na hora da morte eram estrangulados pelo carrasco e seus corpos jogado já sem
vida na fogueira e a maioria dos autos de fé eram realizados na Plaza Mayor de Madri.
E com decorrer do tempo foram instituídos os crimes de judaísmo e de maometismo o
que acarretou intensa perseguição aos adeptos da reforma protestante e entre os
reformistas os mais visados foram os erasmitas que eram adeptos de Erasmo de
Rotterdan, os luteranos e os intimistas que renegavam qualquer tipo de culto externo, os
místicos, os iluminados, as beatas, e entre os fatos mais relevantes temos que em 1579 em
Estremadura foi encontrado místicos entre os jesuítas, o caso da beata Eugenia de La
Torre que foi condenada a morte na fogueira em Toledo por participação em orgia
libidinosas, até Ignácio de Loyola fundador da Companhia de Jesus também esteve sob
suspeita da inquisição que o processou e o absolveu por suspeitarem dos seus exercícios
espirituais, Santa Tereza de Ávila também foi processada e absolvida sob acusação de
iluminismo e por volta de 1510 o monge franciscano Melchor da cidade de Ocaña que
havia profetizado a conversão total dos mouros, a queda dos tronos, a convulsão total da
cristandade e a transfeencia do papado para Jerusalém, que ao dirigir-se a Joana de La
Cruz a convidando-a a com ele gerar um filho que seria um novo messias, acabou sendo
denunciado por Joana ao inquisidor geral Cisneiro, que o processou e o condenou a
fogueira, e no ano de 1558 a infanta Joana inaugurou a censura, instituída pela sansão
pragmática que listou diversas obras proibidas que passaram a ser proibida as suas
aquisições por católicos sob pena de condenação à morte, e uma vitima desta censura foi
o Frei Luis de Leon que era professor da Universidade de Salamanca que foi acusado de
assumir em aulas sua posição iluminista e por gesto acabou sendo preso durante o
periodo de 1572 a 1576 e que ao reassumir sua cátedra, começou a primeira aula dizendo
" como dizíamos ontem ". E no final do século XVI destacou-se a figura sinistra do
Duque de Alba que em seu tribunal de sanue mandou torturar e matar muita gente com a
contemplacencia das autoridades eclesiasticas da época que prosseguiam na luta da
inquisçao mais enérgica contra os protestantes quando novas figuras criminosas foram
criadas, como a sodomia, a bestialidade, o homossexualismo, a necrofilia e a mancebia
sob a competência dos tribunais do santo oficio e quase todas passiveis de morte pelo
fogo.
E no século XVIII o iluminismo anticlerical que se alastrou pela Europa e acabou
eclodindo na revolução francesa, foi severamente punido pela inquisição espanhola, mas
devido a sua influência acabou se aliando a revolução industrial e com à ascensão da
burguesia e dos movimentos liberais, o prestigio e a atuação do santo oficio cada vez
mais foi considerado um anacronismo insuportável e injustificável, porém a inquisição
espanhola resistiu ate mesmo a invasão de Napoleão Bonaparte que em Dezembro de
1808 o aboliu formalmente, porém o santo oficio não deixou de existir na pratica e em 22
de Janeiro de 1813 as cortes de Cádiz votaram a abolição do santo oficio, porém quando
do retorno do Rei Fernando VII ao trono da Espanha ele restabeleceu a inquisição em
1820.
E atravez do decreto de Maria Cristina em 1834 o tribunal do santo oficio da inquisição
veio a ser definitivamente eliminado da Espanha.
Pré-História
Dólmen de Menga, sul da Espanha
Há fortes indícios de ocupação humana pre-histórica da península desde um passado
remoto. Em 1848 foi encontrado numa caverna do actual território britânico de Gibraltar
um crânio de um homem de Neanderthal de aproximadamente 60.000 anos. No atual
território espanhol também existem pinturas rupestres na caverna de Altamira, com cerca
de 15.000 anos. Dentre os achados da era dos metais está o dólmen de Menga e o dólmen
de Viera. Por outro lado no atual território português, há 20 000 anos o homem gravou
milhares de desenhos representando cavalos e bovídeos nas rochas xistosas do vale do
Côa, afluente do rio Douro, situado na região nordeste de Portugal.
Hispânia pré-romana
O território que atualmente compõem a Espanha e Portugal era composto de diversos
povos, como os celtas e os iberos. A Península Ibérica também foi habitada por colonos
gregos e fenícios. Contudo, nenhum dos povos da Península compôs um governo único.
Considera-se o ano de 19 a.C. como a data em que os romanos tinham conquistado
praticamente toda a Península Ibérica e anexado o território aos domínios do Império
Romano. .
Período romano
Durante o período romano, as terras denominadas de Hispânia passaram por diversas
alterações administrativas. No período republicano, existiam as províncias da Hispânia
Citerior e da Hispânia Ulterior. Em 27 a.C., o general Agripa criou as províncias:
Tarraconense, antiga Hispânia Citerior; a Bética e a Lusitânia, a partir da Hispânia
Ulterior. Em 216, surgiu a Nova Hispânia Citerior Antoniniana, na região noroeste da
península, aproximadamente onde hoje são as Astúrias. Diocleciano reuniu essas
províncias, inclusive a Baleárica, a Tingitana e a Cartaginense, formando a diocese da
Hispânia politicamente dependente das Gálias.
Domínio visigótico
A partir do século II a Roma começou a perder sua influência sobre a Hispânia. Como o
conseqüência do enfraquecimento do Império Romano e a incapacidade de defender as
fronteiras do território que lhe pertencia, tribos germânicas (alanos, suevos e vândalos
conquistaram a península ibérica por volta do ano 410. Os suevos se estabeleceram na
parte ocidental, aproximadamente onde atualmente é a Galiza e o norte de Portugal. Os
vândalos inicialmente ocuparam a região oriental e sul da península.
Em 412 os visigodos fundaram um reino no sul da atual França, sediado em Tolosa. Aos
poucos, o reino visigodo foi se expandindo ao sul e deslocando dos vândalos que, no ano
de 429 migraram para a África. A capital visigótica foi então movida para Toledo.
Atribui-se que o apogeu do Reino Visigótico se deu durante o reinado de Leovigildo (572
- 586). Em 585 os visigodos capturaram o rei dos suevos.
Os visigodos eram os mais romanizados dos povos bárbaros. Eles mantiveram o sistema
legal romano. O modo de produção era parecido próximo do sistema feudal típico, e a
religião predominante a católica. A cristologia classificada como heresia pela Igreja
Católica denominada Arianismo propagou-se pelo reino, sendo combatida pelo rei
católico Recaredo.
O controle do Islão
Os territórios árabes, junto com a fé islâmica, tinham se propagado velozmente. Em 711,
os muçulmanos (árabes e berberes) já tinham o controle no norte da África. Ainda no
mesmo ano, liderados por Tárique capturaram e mataram o rei visigodo Rodrigo na
batalha de Guadalete.
Em 773, em virtude da derrota da dinastia omíada pelos abássidas, o emir Abderraman I
torna o Emirado de Córdoba independente do de Damasco, da qual fazia parte. Após seu
reinado, sobe ao poder Abderraman II. Em 929 Abderraman III criou o Califado de
Córdoba.
Reconquista
Naturalmente o avanço dos mouros não se deu sem resistência. Os adeptos do Islão
estenderam seus territórios até o sul da atual França, quando foram derrotados pelos
francos, liderados por Carlos Martel, em 732.
Antes disso, porém, já havia esforços por parte de povos cristãos para expulsar os
muçulmanos da Península Ibérica. A primeira vitória contra os mouros dentro da
península foi empreendida por Dom Pelágio, o primeiro rei de Astúrias, na batalha de
Covadonga (722). Desde então, e à medida que as vitórias cristãs se foram sucedendo,
começaram a chegar vagas de cavaleiros europeus para ajudar os Reis Cristãos na sua
senda pela reconquista da Península Ibérica, eram as primeiras Cruzadas. Como sinal do
reconhecimento e mérito pela ajuda, os reis Cristãos davam aos cruzados porções de
terra, títulos, e casamento com filhas de nobres locais, ou até mesmo do próprio rei,
ficando com o dever de gerir o território, lutar contra os Mouros e prestar vassalagem ao
Rei.
Isto veio fazer com que a Reconquista não fosse exactamente uma cooperação entre reis
Cristãos contra os Mouros, pois na realidade, os reinos cristãos no norte da Península
Ibérica guerrearam uns com os outros (na luta pelo poder, sucessões ao trono, ou até
mesmo a indepêndencia. Muitos condados tentaram a indepêndencia, mas só o Condado
Portucalense conseguiu, tornando-se mais tarde no Reino de Portugal) tanto quanto
contra os muçulmanos. Os dois principais reinos cristãos eram: o Reino de Astúrias
sediado em Oviedo; e Navarra. Com as derrotas dos omíadas foi criado o Reino de Leão
em 913. Sancho III de Navarra pôs seu filho Fernando na liderança de Castela. Ele
conseguiu unir Navarra, Galiza, Astúrias e Leão sob sua liderança. Com a morte de
Fernando, o reino foi dividido entre os filhos Afonso, Sancho e Garcia. Garcia nunca
chegou ao poder; Afonso foi exilado após tentar tomar o poder de Sancho. Após a morte
de Sancho II, Afonso retornou ao trono de Castela.
Castela e Portuscale (Portugal) passaram a ser então os dois reinos a fazer frente aos
Mouros, uma vez que Castela conseguia unir debaixo da mesma coroa Galiza, Astúrias,
Navarra e Catalunha. Portuscale conseguiu mais eficazmente e rapidamente expulsar os
Mouros, sendo que no final do século X, o rei Dom Sancho I (1189 - 1191) conseguiu
expulsar definitivamente os Mouros do Algarve, terminando assim a reconquista
portuguesa. A Partir daqui, Portugal foi afirmando a sua indepêndencia e identidade, até
ao século XV, em que foram iniciados os Descobrimentos, com a exploração e conquista
do norte de África. Castela já foi bem mais lenta na sua reconquista, sendo que a
terminou por completo nos finais do século XIII.
Aos poucos as terras de domínio mouro foram se reduzindo até uma pequena porção em
Granada. A Espanha foi unificada através dos reis católicos: Isabel I de Castela e
Fernando II de Aragão. Sob seu reinado, os mouros foram expulsos da Península Ibérica,
o poder da nobreza foi reduzido e castelos de nobres foram destruídos. Os mouros e
judeus foram obrigados ao batismo ou ao exílio, caso recusassem eram mortos.
A conquista da América
Ainda no período dos reis católicos, a Espanha empreendeu uma política de
financiamento de exploraçoes marítimas, rivalizando poder com Portugal. Entre elas, a
viagem de Cristóvão Colombo tornou a América conhecida à Europa. A partir desse fato,
a Espanha colonizou as terras do Novo Mundo e através de seus conquistadores, diversos
povos indígenas foram reprimidos, como as civilizações Inca, Asteca e Maia.
Para evitar disputas com outras nações européias, a Espanha firmou com Portugal através
do Papa Alexandre VI o Tratado de Tordesilhas, para definir os territórios do Novo
Mundo que pertenceriam a cada país.
A Espanha trouxe do continente americano gigantescas porções de prata e ouro.
Entretanto esse modo de exploração foi prejudicial ao país. Enquanto a economia era
dependende das colônias na América, outras atividades como o comércio não foram
desenvolvidas como em outros países, por exemplo a Inglaterra. Isso provocou a
desvalorização da moeda espanhola e diversas crises econômicas.
Dinastia Habsburgo
O Império Colonial Espanhol atingiu seu auge e declinou sob a dinastia dos Habsburgos.
A Espanha obteve sua maior extensão sob Carlos I, também intitulado Imperador Carlos
V do Sacro Império Romano-Germânico.
Após a morte de Carlos I em 1556, o extenso reino se dividiu em duas porções: o Sacro
Império de um lado; a Espanha e os Países Baixos de outra, sob o controle de Filipe II.
Em 1580, com a morte de Dom Henrique, Filipe II unifica as coroas portuguesa e
espanhola sob seu poder.
A grande extensão gerou conflitos internos. Em 1640 Portugal readquire sua
independência. Em 1648 o rei Filipe IV reconhece a independência dos Países Baixos
com o fim da Guerra dos Oitenta Anos. A o domínio de Filipe V, da dinastia Bourbon,
que persiste até hoje.
Período Napoleônico
Filipe V foi sucedido por Fernando VI, Carlos III e Carlos IV. No governo desse último,
as tropas de Napoleão Bonaparte invadiram o território espanhol e puseram o irmão José
Bonaparte no poder. A casa dos Bourbon foi restaurada em 1813 com a posse de
Fernando VII. Nesse período de agitação interna, as colônias espanholas na América
tiveram a oportunidade de lutar por sua independência. Até 1830, a Espanha tinha
perdido a maioria de suas colônias no continente.
Governo de Fernando VII
Fernando VII
Durante o período de 1814 a 1820, restabelece o governo absolutista dos antecessores
Bourbons. Suas medidas foram de repressão aos liberais, que pretendiam a criação uma
constituição. Uma revolta chefiada por Rafael de Riego obriga o rei a aceitar uma
constituição. Esse período (o Triênio Liberal) dura de 1820 a 1823. Nesse ano o rei
promoveu um golpe de Estado e restabeleceu o absolutismo.
Guerras Carlistas
A sucessora de Fernando VII após sua morte em 1833 foi sua filha Isabel II porém, o
cunhado Carlos María Isidro, auto-intitulado Carlos V reivindicava o trono. Parte do
exército espanhol, liderado por Tomás de Zumalacárregui iniciou a primeira Guerra
Carlista, que durou sete anos. Carlos V é sucedido pelo seu filho Carlos Luís de Bourbon
(Carlos VI) que inicia a Segunda Guerra Carlista entre 1847 e 1860. A seqüencia do
poder não-efetivo dos carlistas continuou com João III e Carlos VII.
Primeira República
Com a renúncia da Amadeu I, a população de Madri e deputados republicanos fundaram
a Primeira República Espanhola. São formadas duas correntes principais: os unitários,
que preferem um estado de controle centralizado, e os federais, que propõem uma menor
centralização do poder em favor de regiões administrativas menores.
O primeiro presidente foi Estanislao Figueiras (unitário). Em junho do mesmo ano, a
assembléia constituinte empossa Francisco Pi i Margall (federal). Rebeliões separatistas
por todo o país induzem a renúncia de Francisco Margall, que é sucedido por Nicolás
Salmerón (federal), que ordena ao exército sufocar as revoltas.
Nicolás também se demite, sendo nomeado presidente Emilio Castelar (unitário), apoiado
pelos monarquistas e contra os federais e carlistas. Por não ter maioria no parlamento, o
simpatizante do monarquismo, o general Manuel Campos y Pavía efetuou um golpe de
estado. O general Francisco Serrano assume a presidência, e após seu mandato a
monarquia é restituída, assumindo Afonso XII, filho de Isabel II.
Governo Franco
Francisco Franco se tornou ditador no início da guerra civil e dela saiu vencedor. Seu
governo foi tipicamente autoritário e de partido único. Apesar das semelhanças com a
ideologia fascista, a Espanha permanceu neutra durante a Segunda Guerra Mundial. No
pós-guerra, no período da Guerra Fria, o país se aliou ao bloco capitalista.
Durante a década de 1960, a Espanha passou por uma fase de crescimento econômico,
propiciado pela expansão do turismo e pela entrada de divisas de emigrantes. Surgiram
grupos terroristas como o ETA e o FRAP, e a repressão veio inclusive sob a forma de
pena de morte.
Em 1969 Juan Carlos I de Bourbon foi nomeado rei. Ainda com a monarquia
estabelecida, Franco continuou como chefe de governo até 1975, ano da sua morte.