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História da Espanha

Os primeiros habitantes da Espanha foram os iberos, quem deram o nome de Ibérica à


península. Posteriormente se assentaram os celtas através da Galícia. Da fusão desses
dois povos se originou um novo, os celtiberos. Desde o século XV ao III a.C chegaram
sucessivamente a Ibéria e fundaram suas colônias os fenícios (que lhe deram o nome de
Hispania), os gregos e os cartagenos.
Com a conquista dos romanos, o poder de Roma durou desde o século I a.C até o V da
Era Cristã. Com a queda do império romano foi invadida e conquistada pelos visigodos
que tinham sua capital em Toledo e adotaram a língua latina e o catolicismo.
No começo do século VIII (em 711), invadiram a península os árabes da Mauritânia ou
Mouros, que em pouco tempo tomaram o território, com exceção de Astúrias e Vizcaya.
Os poucos espanhóis que na parte noroeste da península conseguiram se opor à invasão,
começaram uma guerra de reconquista que durou mais de sete séculos.
Já no século IX haviam adquirido importância os reinos cristãos de Aragon, Leon, de
Navarra e da Catalunha. A desmembração do Califato de Córdoba acelerou a obra da
reconquista. Esta foi completada pelos reis católicos Isabel e Fernando, cujo casamento
em 1469 preparou a união de Aragon e Castilla. Em 1492, com a expulsão dos
mulçumanos de Granada, realizaram a unidade nacional. Aos reis católicos corresponde a
glória de ter conseguido essa unidade nacional e o descobrimento do Novo Mundo
(1492). Foram sucedidos pela filha dona Juana (1504-1516), mas por causa de sua
loucura e pela morte de seu esposo, Felipe I filho de Maximiliano I da Alemanha, a coroa
foi passada para o seu filho Carlos I, com quem entrou a reinar na Espanha a casa da
Áustria.
Com Carlos I (1516-1556) e seu filho Felipe II (1556-1598), a Espanha chegou ao seu
mais alto grau de poder; mas a intransigência do último e as sucessivas guerras,
prepararam a decadência da nação que foi acentuando-se nos reinados de Felipe III
(1598-1621), Felipe IV (1621-1665) e Carlos II, o último dos Áustrias (1665-1700).
Felipe V (1700-1746) da casa de Bórbon sucedeu a Carlos II, que não tinha herdeiros.
Disputou a cora com ele o arquiduque Carlos de Áustria (mais tarde imperador com o
nome de Carlos VI), provocando a guerra de sucessão (1700-1714).
Fernando VI (1746-1759) melhorou um pouco a situação do país e o governo ilustrado de
Carlos VI (1778-1808) facilitou a intentona de Napoleão que deu lugar à guerra de
independência (1808-1814) durante a qual havendo abdicado o rei em favor de Napoleão
e estando sob sua guarda o verdadeiro rei Fernando VII, tornou-se governador do reino
José Bonaparte, enquanto em Cádiz se proclamava a primeira constituição (1812).
Quando volto à Espanha Fernando VII (1815), anulou a constituição de 1812 e
estabeleceu um regime absolutista. Durante este reinado aconteceu a perda das colônias
americanas, cuja independência ficou assegurada em Ayacucho (1824). Sucedeu a
Fernando VII sua filha Isabel II (1833-1868), que quando era menor de idade esteve
assessorada por sua mãe Maria Cristina (1833-1841) e de Espartero (1841-1843) e se viu
turbada pela guerra civil (1834-1839), motivada pelas pretensões de sue tio Don Carlos.
Depois de um turbulento reinando Isabel II foi destronada pela revolução de 1968 e,
depois de oito anos de governo provisório reinou Amadeu I de Saboya, mas este
renunciou a coroa em 1973 proclamando a República, que durou somente até dezembro
de 1874. O pronunciamento de Martinez Campos devolveu o trono a Alfonso XII, filho
de Isabel II. Este foi sucedido pelo filho Alfonso XIII, que ainda não havia nascido
quando morreu seu padre, e durante o tempo que foi menor de idade (1886-1902) foi
regente sua mãe Maria Cristina. Nesse reinado explodiu a insurreição de Cuba (1895),
seguida da guerra hispano-americana (1898), que arrebatou a Espanha os últimos restos
do seu Império Colonial.
Depois da Primeira Guerra Mundial a transformação social que tanta repercussão teve em
outros países, fez eco na Espanha, dando lugar a greves e atos terroristas. A crescente
carestia da vida aumentou o mal estar social em geral e pretendendo remediar essa
situação veio a ditadura de Primo de Rivera (1933), que restaurou a ordem.
Depois de um período de relativa calma, em que as Cortes aprovaram abundantes leis
com o objetivo de dar a Espanha uma nova estrutura social e política, a vida da República
começou a agitar-se por movimentos subversivos, conflitos e revoltas e uma verdadeira
luta de princípios que chegou a ter características de uma verdadeira guerra civil entre
forças da direita e da esquerda. Esta explodiu em 18 de julho de 1936 em forma de
alçamento militar, cuja espinha dorsal foi o exercito da zona espanhola de Marrocos e ao
que se aliaram a Falange Espanhola, as Juventudes Nacionais Sindicalistas e a Comunión
Tradicionalista. A guerra civil terminou em abril de 1939 com o triunfo das forças
comandadas pelo general Francisco Franco, que no dia primeiro de outubro de 1936 foi
nomeado Chefe de Estado e do Governo, concluindo assim a segunda República
Espanhola.
Durante a segunda guerra mundial, a Espanha teve uma postura neutral em relação ao
conflito; ao finalizar a guerra, o país foi objeto de isolamento internacional, bloqueio que
se prolongou até 1950. Levantado este, ingressou na INU em 1955 e em outros
organismos internacionais. Em 1966 as Cortes espanholas aprovaram a Lei Orgânica do
Estado, ordem institucional que foi apoiada pelo referendum celebrado em 14 de
dezembro. Em 1968 foi concedida a independência da Guinea Espanhola. Em 1969 don
Juan Carlos de Borbón foi nomeado sucessor da chefia de Estado a titulo de rei da
Espanha.
Em novembro de 1975 morreu Francisco Franco e foi proclamado rei da Espanha Juan
Carlos I. Com ele deu-se inicio uma nova política de abertura e democratização, da que
foram frutos as legalizações dos partidos políticos e o projeto de lei para a reforma
política, que implicava, antes de mais nada, a criação de novas Cortes e um Senado, além
da consulta ao povo sobre qualquer reforma constitucional. Em 15 de junho de 1977
foram celebradas eleições gerais, que tiveram como conseqüência a abertura das
primeiras Cortes da monarquia. Em 1979 foi reiniciado o processo descentralizador
previsto na Constituição, que terminou em 1983 com a nova divisão territorial do país em
17 comunidades autônomas. Em 1985 Espanha e Portugal aderiram à Comunidade
Econômica Européia.
Nos últimos vinte anos (1984-2004) dois partidos se sucedem no poder: Partido
Socialista, de tendência progressista, e o Partido Popular, de tendência conservadora. No
dia 11 de março de 2004 a Espanha viveu o pior acontecimento terrorista de sua história,
com o resultado de 192 pessoas mortas em Madrid.

DADOS HISTÓRICOS
Espanha há ficado marcada por uma mistura cultural enriquecida, produto indiscutivel de
a sua polifacética história. Ao longo do tempo, a península tem sido habitada, culturizada
e organizada por diversos grupos que deixaram impressa uma pegada tão profunda como
o próprio caráter espanhol.

A Pré-história
Os homems primitivos tiveram um grande apego à esta terra, a sua privilegiada geografia
tanto quanto a distancia com o resto da Europa, facilitavam uma vida tranquila no
relativo ao sustento cotidiano e a paz necessária para vivir nas atividades de colheita,
pesca e apascoamento transumante. Os principais assentamentos distribuiram-se em duas
áreas: por uma parte a faixa costeira Mediterrânia e o território posterior e pela outra, a
zona cantábrica.
Os habitantes do neolítico, para o ano 12.000 a.C. deixaram a sua pista por diversos
lugares através de magníficas pinturas rupestres, obras de artesanato, ferramentas de
trabalho e os misteriosos e imponentes Dólmenes que passaram desapercebidos longo
tempo. Na atualidade, estas zonas atraem bom número de turistas e cientistas pois trata-se
de mostras pré-históricas com um alto grau de conservação e antigüidade.

Os primeiros habitantes
Os conjuntos humanos que habitaram a Espanha primitiva proveníam do Oriente, África
e da Europa central. Durante os séculos XI ao IV a.C. três grupos partilharam a
península: tartesios e íberos no sul e leste, e os celtas no norte. Os primeiros
desenvolveram com maior rapidez a transição para as cidades-estado, enquanto os celtas
mantiveram-se por um tempo maior em condições primitivas. Finalmente conseguiram
fundir-se num a nova raça: os celtíberos, com eles iniciou-se o povoamento da zona
interior da península, até então relativamente deserta.
Os fenicios, turistas e comerciantes, pisaram Hispania desde o século XI a.C., porém, foi
até o século IV a.C. que o seu contato e influência cresceu, deixando á o seu passo cultura
e obras. Os cartagineses entraram em contato com a península ibérica para conquistar o
mercado fenício no século III a.C., originando as chamadas Guerras Púnicas. Roma entra
em ação nesta mesma época tentando arrebatar do Cartago o seu domínio no
Mediterrânio, conseguindo com sucesso para o século II a.C., porém, o poderoso Império
Romano não se conforma com a zona Mediterrânia e chega à cobrir a península toda no
ano 19 a.C. Aos romanos debe-se o nome de Hispania, a chegada do cristianismo no
século I da nossa era e a consolidação, por primeira vez, da Espanha peninsular íntegra.
O Império Romano é derrotado quando os Visigodos se estabelecem no ano 411,
fundando a sua capital em Toledo. O desenvolvimento de a sua monarquia e a força em
seus domínios permitem a continuidade cultural da Espanha. Porém, a península vê-se
constantemente assediada por uma nova cultura proveniente de oriente, cujas pretensões
foram ocupar a Espanha como ponto estratégico de controle mediterrâneo: os árabes.

Os árabes e a Reconquista
A história dos árabes na Espanha vai ligada à da reconquista, essa luta constante,
ferrenha, mística que os hispanos libraram durante sete séculos para defender o seu
território e atingir uma nação como a que atualmente se conhece, ao menos no sentido
geo-político.
No ano 711, durante a Batalha de Guadalete, os árabes entram na península ibérica,
extendendo seus domínios rápidamente. A reação espanhola é imediata e no 722 inicia-se
a Reconquista com a Batalha de Covadonga, em Oviedo, sob as ordens de Dom Pelayo.
A presença árabe na Espanha é talvez a maior mostra de contradições entre duas raças
que lutam por um território. Embora que por um lado travaram-se sangrentos combates e
tentou-se desprestigiar à cultura islámica através da literatura e costumes cristãs, por
outro desenvolveu-se uma combinação de duas culturas monoteístas, capazes de desfrutar
com amplitude da beleza e os prazeres que a vida oferece. A mistura racial e cultural
entre árabes e cristãos tem sido o rasgo que dotou Espanha de um caráter mais vivaz,
mais atrativo no sentido vivencial, que prolongou-se até suas conquistas no Nuevo
Mundo. E talvez porque um inimigo, longo tempo odiado, acaba sendo um amigo
segredo, os árabes ficaram para sempre na história com um matiz doloroso para os
espanhóis, embora na língua, as costumes e visão da vida tenham-se insertado com um
sentido contrariamente alegre, atrativo e, por tanto, bem vindo.
Os séculos IX e X representam o auge desta conquista ao consolidar-se primeiro, o
emigrato com Abderramám I e o califato com Abderramám II. O avanço da reconquista
oferece um panorama de uma Espanha cristã-muçulmana dividida e ensangrentada, onde
a guerra é um fantasma cotidiano que perde a sua essência dramática na força da
constancia. No século XI, a fortaleza árabe começa a render-se. A morte de Almanzor,
grande guerreiro mouro, deriva na descomposição do califato em Reinos Taifas que, pela
a sua estrutura, são mais fracos perante as ataques dos monarcas espanhóis dos territórios
reconquistados, entre os que destacam Toledo e Valência.
No século XII os árabes tem um pequeno ressurgimento com uma imediata resposta dos
rei cristãos, ciram-se as ordens militares e se consolida a união de Aragón e Catalunha.
Porém, no século XII, com a batalha das Navas de Tolosa, os árabes vem reduzido o seu
território à zona de Almería, Granada e Málaga, aonde se mantém até 1492. Nesta mesma
etapa consolida-se a união de Castela e León com Fernando III.

A Conquista da Espanha
O século XV é um século que faz girar o papel da Espanha conquistada num a Espanha
conquistadora que olha além dos espaços conhecidos até então pelos europeus. Com a
união dos rei Católicos, Fernando e Isabel, consolida-se a unidade territorial, com a
exceção de Navarra. Esta unidade permite que os esforços por impor o cristianismo se
cristalizem: instala-se a Inquisição e consegue-se expulsar aos árabes com a toma de
Granada em 1492. Se promove então, também com sucesso, a expulsão dos judeus.
Enquanto isso, Cristovão Colombo, apoiado economicamente pela rainha Isabel,
encontraba uma nova terra: América.
A morte de Isabel a Católica deixa um vazio, no relativo à mão ferrenha, para converter
Espanha num a unidade. Sua herdeira, a filha Joana, padecia de uma doença mental que
impedia-lhe continuar com a trajetória da mãe. Finalmente é Fernando, esposo de Isabel,
quem governa como regente da própria filha. Em 1512 o Duque de Alba conquista
Navarra, conseguindo por fim a completa possessão da península à uma casa real só.

Os Áustrias
Carlos I, neto de Fernando o Católico, converte-se em rei da Espanha em 1516. A
herança que recebe é um enorme império que extende seus domínios por Nápoles, Sicilia
e Cerdenha por um lado, e os territórios de América pelo outro. A morte de Maximiliano
de Áustria deixa-lo em possessão da atual Áustria, Alemanha, o Franco-Condado e os
Países Baixos, convertendo-se no Imperador Carlos V do Sacro Império Romano-
Germánico e no homem mais poderoso da época. Com França vive momentos de luta
pela hegemonia europea, ficando o poder sempre em mãos espanholas.
Por outra parte, a nova terra, América, se oferece como uma zona rica e fácil de
conquistar que, sob as ordens de aventureiros exploradores, acaba ficando em mãos dos
espanhóis. Hernão Cortez conquista o México em 1521, Francisco Pizarro e Diego de
Almagro Perú, Hernando de Soto Florida em 1539 e Pedro de Valdivia Chile em 1541.
Durante este século, a coroa espanhola acha-se em propriedade da nova terra quase na a
sua totalidade. Porém, a situação em Europa não é muito favorável. As guerras religiosas
entre protestantes e católicos enfraquecem a força de Carlos V em Alemanha e obrigam-
no a ceder esse território aos protestantes mediante a paz de Augsburgo.
Em 1556, Carlos V abdica à favor do filho Felipe II cuja política centra-se no
fortalecimento da Espanha e a defesa do catolicismo, enfrentando uma forte crisis
económica, produto das longas e custosas guerras religiosas. É Felipe II quem funda em
Madrid a capital espanhola em 1561.
Um império poderoso e extenso sempre exige uma inversão muito grande na a sua
conservação e é fonte de atração de outras nações. À Felipe II corresponde manter essa
grande extensão de domínios, desviando grandes quantidades de recursos, em geral
provenientes do novo mundo, para a milícia. Desta forma, o poder economico da Espanha
passa às mãos de banqueiros alemães ou genoveses que apoiam à coroa espanhola em a
sua luta pela hegemonía.
Os Países Baixos procuram a sua independência, tratando de conservá-los de alguma
forma, Felipe II os deixa em 1598 a a sua filha Clara Eugenia que, casada com o
Arquiduque Alberto, tenta mantê-los sob o domínio espanhol. Em 1571 os turcos, que
tentavam fazer-se com o mercado e movimento no Mediterrânio, são derrotados na
Batalha de Lepanto sob as ordens de João de Áustria, irmão do rei. Em 1580, Felipe II
converte-se em rei de Portugal e, enquanto o império cresce por um lado, perde a sua
força na zona mais delicada: as finanças. O intento de derrotar Inglaterra com a Armada
Invencível em 1588 fracassa e marca o início de um período de decadência na Casa dos
Áustrias que representa também o declive inicial do Império Espanhol.
Os herdeiros de Felipe II não lograram manter o poder que o seu pai alcançou.
Territorialmente a coroa espanhola se mantém como a mais extensa e poderosa do
mundo, porém, as dívidas à pagar pelos gastos das guerras incessantes afogam Espanha
enquanto as administrações dos monarcas encontravam-se influênciadas por torpes
conselheiros que não encontraram solução adecuada para recuperar as finanças do
Império.
À partir de 1609, as ações erradas da coroa espanhola beiram a rápida desintegração do
império no território europeu. Perdem os Países Baixos em 1609, a expulsão dos
mouriscos nesse ano tem grandes repercusões na agricultura espanhola e lhe obriga a
endividar-se mais, perde Portugal em 1640 e Holanda em 1648 com a Paz de Westfalia,
França recupera seus territórios e apodera-se de Flandes em 1668.

Os Borbões
A casa dos Borbões chega à coroa espanhola em 1700 quando Carlos II, dos Áustrias,
morre sem descendência e ocasiona uma guerra interna pela sucessão. Os candidatos são,
por um lado Felipe de Anjou, emparentado com França e pelo outro o arquiduque Carlos,
apoiado por Inglaterra, Holanda e Dinamarca. Desde 1702 até 1714 esta situação envolve
Espanha num a guerra que separa por momentos Catalunha, Valência e Aragón e que
leva à nação a perder à mãos dos ingleses Menorca e Gibraltar enquanto que as posesões
espanholas em Itália são recuperadas pelos italianos. Finalmente, em 1714 se impoe
Felipe V como rei da Espanha, o primeiro rei Borbão.
Carlos III sucede Felipe V e tenta uma modernização do país implantando o despotismo
ilustrado, realizando reformas esconômicas que culminam com a expulsão dos jesuitas.
Seu sucesor, Carlos IV, não conta com o caráter forte do o seu pãi e deixa o governo
quase em mãos da esposa e o seu ministro Godoy, durante esta etapa, Espanha entra num
a nova guerra com França com motivo da revolução no país galo. Em 1796, reconciliada
com França, se unem para atacar Inglaterra, idéia na que persistem inspirados por
Napoleão até que, em 1804, terminam no desastre de Trafalgar.
A relação com Napoleão, oscilante entre a união e o uso da Espanha pela França, levou à
permitir os espanhóis o passo das tropas francesas livremente pelo o seu território com o
propósito de atacar Portugal, então aliado da Inglaterra. Ao ceder nesse sentido, Espanha
achou-se invadida pelo Império Napoleónico que terminou obrigando Carlos IV à abdicar
à favor do irmão de Napoleão. Esta ocupação francesa acorda o espirito nacionalista
hispano e leva à guerra de independência que procura uma Espanha liberal e basea-se na
Constitução elaborada nas Cortes de Cádiz em 1812. Seis anos de guerra constante
bastam para expulsar os invasores franceses do território e governo espanhol, aliás, como
conseqüência da debilidade momentánea do império hispano, as principais colônias da
América aproveitam e declaram a sua independência num processo bélico que irá
prolongar-se por dez anos e que custará à coroa muito dinheiro.
Ao termo da guerra da independência, Fernando VII, descendente de Carlos IV, volta a
Espanha e declara nula a constitução, imponendo-se como monarca absoluto. Isto produz
um período de guerras constantes que irão prolongar-se até 1902 entre os grupos
monárquicos e os defensores da República.
As três guerras Carlistas, comprendidas entre 1833 e 1876, representam os intentos dos
tradicionais defensores da monarquia absoluta por manter esse regime na Espanha do
século XIX, por contrapartida, os liberais apoiam uma república embora prevém a
existência de um rei. Em 1876 proclama-se a primeira República com um governo de
Alfonso XII. Este período, conhecido como da Restauração, é de paz, mas tarde a morte
do monarca e a sucessão de um filho que ainda não nasce, obrigam à regência da rainha
Maria Cristina. Durante este período de inestabilidade e aparente vazio de poder, Espanha
perde, num a custosa guerra com Estados Unidos, suas últimas possessões na América e
Ásia que eram Porto Rico e Filipinas.

O fim da Monarquía
Em 1914 o mundo achava-se estremecido pela Primera Guerra Mundial. Espanha não
participa nela porque encontra-se mergulhada num a dura crise de governo, na
conformação do o seu esquema socio-político do século XX.
A sublevação de Marrocos em 1921 origina um desvío de recursos ao mantenimento da
última colônia espanhola na África. Em 1923, com aprobação do rei Alfonso XIII,
Miguel Primo de Rivera decreta a ditadura com o objetivo de reordenar o país. É um
período de desenvolvimento e "paz interior" que, aliás, encontra o repúdio popular e
internacional. Em 1930 a ditadura fica em mãos de Berenguer e os republicanos
acentúam seus avanços triunfando em 1931 em Catalunha, Vizcaya, Huesca e a Rioja,
nesse momento a Casa Real abandona o país e na Espanha decreta-se a Segunda
República.
As cortes, para a elaboração de uma nova Constitução, deixam ver dois rumos claramente
diferençados: por um lado os de corte republicano-socialista e pelo outro os de extrema
direita. Em 1933 funda-se a Falange, com uma doutrina de tendência militarizada,
direitista e nacionalista. Os intentos de independência autonómica de Astúrias e
Catalunha são fortemente reprimidos pela direita, o triunfo do Frente Popular em 1936
origina um caos no que se instaura a anarquia predecessora da Guerra Civil.

A Guerra Civil
Em 1936, intentando deter o avanço das reformas do tipo socialista que destilavam-se
entre os republicanos, se inicia um movimento da direita que pretende a unidade nacional
espanhola. Os levantamentos iniciam em Melilla e se trasladam rápidamente ao interior
da península. As tropas nacionalistas cruzam por Gibraltar à Extremadura e Toledo,
posteriormente, em Burgos, Francisco Franco é nomeado Generalíssimo dos exércitos e
toma, a partir desse momento as rédeas da guerra primeiro, e do país depois. Ataques em
diversas cidades vão minando o território dos republicanos até que os nacionalistas
conquistam a capital em março de 1939, pondo fim à uma guerra durante a qual grande
quantidade de inteletuais e financeiros sairam da Espanha procurando refúgio
principalmente na América.

A época Franquista
Esta etapa, que abarca desde 1939 até 1975 está marcada por um isolamento da Espanha
com respeito o resto do mundo. Uma ditadura desta natureza, sem ajudas e apoios do
exterior consistiu num período de muito trabalho por parte do povo espanhol. A relativa
paz que Franco impussera com leis duras e represões políticas e morais permitiu, por uma
parte, o desenvolvimento económico do país sem entrar nos esquemas de modernidade
que a nova Europa vivia, ao mesmo tempo, impidiu com seus esquemas morais e de
comunicação, a troca da Espanha com as modas e estilos de vida dos anos sessenta.

A época democrática
À morte de Franco teve uma transição aparentemente pacífica para uma democracia
longo tempo desejada. As primeiras eleições presidenciais de 1977 dão como ganador
Adolfo Suárez e ao tempo da renovação. Se elabora uma nova constitução, se reconhece a
autonomia às comunidades e procede-se à modernização do país. Em 1981 um repentino
intento de golpe de estado transtorna o sonho espanhol da democracia, esse fato fica
registrado como a última rabanada da ditadura para dar passo uma etapa de liberdade e
democracia. Em 1982 o Partido Socialista Obreiro Espanhol ganha as eleções e Espanha
conta com um dos primeiros presidentes de esquerda escolhidos na plena democracia no
mundo, governo que se prolonga até 1996 quando a balança torna a inclinar-se para a
direita com José Maria Aznar.
A etapa democrática espanhola colocou de manifesto a reprimida conciência dos cidadães
ao absorver de imediato as modas e estilos artísticos, literários, comerciais e políticos que
durante a ditadura franquista viam de longe. A vida social no país mudou os antigos
esquemas rígidamente moralistas por uma nova visão, mais livre e menos comprometida
da vida, menos nacionalista e mais comunitária cujas repercusões de longo alcance ainda
desconhecem pelo recente dos fatos.

POVOADORES

Não se sabe ao certo quais foram os primitivos habitantes da Espanha, todavia os estudos
realizados provam que a península ibérica foi habitada nas idades em que o homem
europeu ainda desconhecia o uso dos metais.
Pois numerosos vestígios dessa época tem sido encontrado tais como : objetos de pedra
lascadas, figuras de animais, objetos de pedra polida, jóias toscas, tecidos grosseiros,
restos de cerâmica e outros, e no tempo de Cristo a península ibérica estava integrada no
Império Romano e era dominada pela estrutura política de Roma onde o latim era a
língua oficial, e pelos documentos e escritos os romanos nos informa que a península era
habitada pelos Iberos (em latim Iber) empregado pelos escritores latinos e gregos para
designar os povos não pertencentes aos grupos dos Fenícios que teriam desembarcados na
parte meridional da Espanha em tempos anteriores a Homero e se espalhados pelo
interior e fundados a cidade de Cádis, com o nome de Gades e, mais tarde vieram os
Gregos por volta do século IX antes de Cristo e penetraram pelo interior da península e
fundaram as cidades de Rosas, Denia e Sagunto com suas adiantadas civilização helênica.
E no século V antes de Cristo a península foi invadida pelos Celtas provenientes da
França e que após sangrentas batalhas acabaram dominando a parte setentrional da
Espanha, porém com o decorrer do tempo acabaram fundindo-se com os Iberos e se
transformando em pacíficos agricultores.
Com a perda da Sicília para os romanos, os Cartaginenses que mantiam relações
comerciais com a Espanha deste antes do início das guerras púnicas, voltaram suas vistas
para a península ibérica que era um riquíssimo depósito de trigo, prata, cavalos e
guerreiros o que lhes serviam de grande utilidade na luta que mantinham com a república
romana e por este motivo os Cartagieneses tentaram conquistar a Espanha e para isto
Amílcar Barca investiu ferozmente contra a tenaz resistência de Indortes e Istolácio e a
ajuda dos Oretanos que habitavam as nascentes do Guadalquivir e os montes de Toledo
sob o comando do chefe Orison durante nove anos até a morte quando se afogou ao
atravessar um rio no ano de 229 antes de Cristo, e na direção dos Cartagineses o grande
chefe Asdrúbal que procurou atrair os Iberos para as suas forças e fundou a cidade de
Cartagena com o nome de Nova Cartago, todavia no ano de 221 antes de Cristo ele
encontrou um fim trágico quando apunhalado por um escravo do patriota Tago que
Asdrúbal mandara crucificar, por isto o grande guerreiro Aníbal filho de Amílcar Barca
assumiu o poder e de imediato cercou e destruiu a colônia grega de Sagunto que se
mantivera fiel a Roma, e com a riqueza de que se apoderou Aníbal armou uma poderosa
esquadra e reuniu um forte exercito para invadir o norte da Itália, todavia o comandante
das legiões romanas Cipião mais tarde chamado de O Africano se colocou em marcha
para Espanha e ofereceu tenaz resistência em uma terrível batalha em que obrigou ao
exército Cartagineses a fugir da luta sempre perseguido através da África até a cidade de
Cartago onde foram derrotados e a cidade completamente destruída.
Depois de expulsar os Cartagineses os Romanos resolveram assenhorear-se de todo o
território espanhol, porém a conquista da Espanha não foi uma tarefa fácil, pois os Iberos
e os Celtiberos que haviam apoiado os Romanos contra os Cartagineses, não tardaram em
voltar as armas contra os aliados da vésperas em virtude da tirania dos cônsules romanos
encarregados do governo, daí surgiram os primeiros mártires da luta pela independência
espanhola que foram Indíbil e Mandônio.
Então o grande chefe lusitano Viriato empreendeu uma guerra em que venceu os
melhores generais romanos e destroçou as melhores tropas, porém no ano de 140 antes de
Cristo, Viriato acabou sendo assassinado traiçoeiramente a mando do general romano
Cipião. Com o desaparecimento do chefe lusitano e a conseqüente dominação da região
pelos romanos, a luta concentrou-se em Numância, pequena cidade do norte da Espanha
que defendeu-se heroicamente contra diversos generais romanos até o ano de 133 antes
de Cristo quando se viram impossibilitado de continuar na luta, mais tarde ao iniciar-se
em Roma a Guerra civil entre Mario e Sila o general Sertório que era partidário de Mario,
refugiou-se na África de onde foi chamado pelos lusitanos sublevados para organizar um
exército no modelo de Roma, o qual venceu muitos ilustres generais da Legião de Roma,
porém ao ser morto traiçoeiramente em um banquete os espanhóis acabaram sendo
submetidos aos generais romanos Pompeu e Metelo.
E neste período houve alguns pequenos levantes que foram reprimidos por Julio César. E
no reinado de Augusto os Asturianos sublevaram-se; porém foram prontamente
subjugados pelas poderosas Legiões de Roma.

Com a constituição da unidade espanhola a península ibérica foi dividida ao criar-se as


províncias de Tarragonense, Lusitania e Bélica e mais tarde o Imperador Constantino fez
nova divisão territorial quando manteve as três províncias primitivas e criou as da
Galacia e a Cartaginense e ao ser instaurada a chamada Paz Otaviana começou para a
Espanha um período de grande prosperidade ao ser fundada diversas cidades e que entre
elas se destacavam as de Saragoça, Badajoz, Mérida e Leão, o que tornou a Espanha
como um grande centro de cultura onde surgiram grandes imperadores tais como Trajano,
Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio e Teodósio e entre os ilustres escritores tinham
Seneca, Quintiliano, Marcial, Lucano, Sílio, Itálico, Pompônio Mela e outros mais, e o
cristianismo que começara a se estender pelo império romano chegou a Espanha por
intermédio do Apóstolo Santiago.
No fim do século IV e logo após a morte de Teodorico o grande e vasto império Romano
foi dividido em oriental e ocidental, e nesta ocasião se precipitaram contra as fronteiras
do império ocidental as terríveis hordas de bárbaros pertencentes aos povos dos Suevos
que se estabeleceram na Galacia e na Lusitânia, os Vândalos na Andaluzia e Múrcia, os
Alanos nas províncias do centro e sudoeste e os Visigodos que se lançaram contra as
províncias Tarragonense e Cartaginenses sob o comando do chefe Ataufo.
Que no ano de 415 da nova era se apoderou da Catalunha e se constituiu no primeiro rei
Visigodo da Espanha quando estabeleceu a sua corte em Barcelona com uma monarquia
eletiva, e os reis Visigodos que o sucederam viveram em constantes guerras contra os
Romanos e com os Servos até que em 476 com a destruição do Império Romano do
Ocidente por Odoacro, com isto o rei Visigodo Eurico senhor da Espanha procedeu como
um sábio e um excelente legislador, pois promulgou o primeiro código Visigótico no qual
introduziu muitos elementos do direito romano, e para reunir sob o seu domínio toda a
Espanha, Eurico empreendeu terríveis batalhas contra as cidades que lhe opuseram
resistência, como no caso de Tarragona onde não deixou pedra sobre pedra ao arrasa-la
completamente. E dentre os reis Visigodos temos a destacar o grande Leovigildo que
reinou de 573 a 586 com sua corte estabelecida em Toledo e par expandir os seus
domínios ele conquistou a Galicia ao vencer os Cantabros que haviam se sublevado,
expulsou os Bizantinos que ocupavam alguns pontos do sul da península e como rei
católico ele procurou realizar a unidade territorial da península à base d unidade religiosa,
no entanto apesar de não ter conseguido o seu objetivo, ele contribuiu poderosamente
para a fusão dos Visigodos com os Ibero-Romanos.
E a grande transcendência histórica foi o reinado de seu filho e sucessor que ao abraçar o
catolicismo deu início aos famosos concílios de Toledo cujas reuniões eram tratado os
assuntos políticos e religiosos e, desta maneira foram sucedendo outros reis católicos até
chegar a época de Dom Rodrigo.
Quando no ano de 711 se deu a invasão árabe através de um exército de berberes e negros
que cruzaram o norte da África e penetraram na Espanha sob o comando de Tarik e,
depois por Musa para derrotar as forças cristãs dos Visigodos e conquistar a Espanha que
se encontrava dividida pela política interna, deste modo todo o território espanhol de
monarquia visigótica passou a ser um emirado dependente do califado de Damasco até o
ano de 756 quando se deu a guerra civil que aniquilou a dinastia dos Omniadas através da
dinastia dos Abássidas e na oportunidade o príncipe Adderrhamem que sobreviveu ao
morticínio, ao fugir pelo norte da África até atingir a Espanha assumiu o título de chefe
dos crentes ao fundar o califado de Cordova que foi o primeiro desmembramento do
império árabe que durou até o ano de 1031 com continuas lutas dos emires e califas com
os muçulmanos insurretos e com os reis e príncipes cristãos que lutavam em terríveis
batalhas para reconquistarem o território pátrio, e com estas batalhas culminaram com o
termino do império árabe que deixou na Espanha valiosíssimos vestígios de sua
civilização e a formação de numerosos reinos que tornaram a Espanha num brilhante
centro das ciências e das letras.
Após sete anos da derrota dos Visigodos nas margens do Barbate, o príncipe Pelacio, de
estirpe hispanoromana levantou o estandarte da independência espanhola ao agrupar os
Visigodos refugiados nas matas da cordilheira Cantabro-Asturiana para fundar o reino de
Oviedo que mais tarde dilatou-se pelas Astúrias sob o governo de Ramiro I em 850 e se
estendeu até Leão no ano de 924 no tempo de Ordonho II, e seguindo o exemplo de
Palario, ouros chefes também levantaram o pendão da independência e se lançaram
contra os invasores de Castela, Aragão e Navarra. E com a morte do rei de Navarra Dom
Sancho O Grande em 1035, ele deixou como herdeiro do condado de Castela a sua
mulher que dividiu entre os seus filhos Ramiro o condado de Aragão que se manteve
independente e ao outro filho Fernando I o condado de Castela a que se agregou ao de
Leão após a morte de Bermudo III, e reuniu sob a sua autoridade os reinos de Castela,
Leão, Galiza e Astúrias que entretanto voltaram a ficar separados após a sua morte.
E alguns anos mais tarde Dom Sancho II conseguiu reuni-los sob a sua influencia após as
guerras que manteve com os irmãos de Dom Fernando I que havia repartido os seus
domínios entre eles.
Com a morte de Dom Sancho II no cerco de Zamora ele foi sucedido pelo seu irmão Dom
Afonso VI que se encontrava refugiado na corte do rei de Toledo e que de imediato
reuniu as coroas de Castela e Leão após ter sido forçado pelo caudilho Rodrigo Divar de
Bivar a quem os Mouros chamavam de Cid O Campeador a jurar que não interferiria na
morte de seu irmão dom Sancho II, e em virtude das humilhações sofridas o novo rei
imediatamente após ter subido ao trono, mandou desterrar de seus domínios o ousado
castelhano e partiu para conquistar a cidade muçulmana de Toledo com o auxilio de
numerosos cavaleiros franceses, e logo após despojar o seu irmão Dom Garcia ele reuniu
aos seus domínios o reino da Galiza, e com isto o governante muçulmano de Sevilha Ibn
Tashfin ao se sentir ameaçado pediu auxilio aos Almorávidas e cruzou o estreito e
derrotou Dom Afonso VI em Zalaca.
Dom Afonso VI foi sucedido no trono por sua filha Dona Urraca que após um reinado
totalmente desastroso sob todos os aspectos, acabou sendo substituída pelo seu filho Dom
Afonso VIII que deu início a dinastia francesa numa época em que a Espanha era um
teatro de continuas lutas internas, e com auxilio dos guerreiros de Castela, Aragão,
Catalunha e Portugal ele alcançou uma brilhante vitória na batalha de Navas de Tolosa, e
mais tarde os Mouros que haviam conquistado a cidade de Silves e outras terras ao sul
atacaram e venceram na famosa batalha de Alarcos o bravo Dom Afonso VIII que ao ser
gravemente ferido acabou vindo a falecer e sendo substituído pelo grande rei Dom
Fernando III O Santo que fez um governo excepcional e que ao subir ao trono de
imediato castigou exemplarmente os fidalgos que haviam procurado lançar o reino numa
guerra civil, e no reinado de Dom Jaime I foram conquistada as ilhas Baleares e a cidade
de Valência e ao reconquistar as cidades de Cordova e Sevilha que estavam sob o poder
dos muçulmanos, com isto as suas fronteiras ficaram com grandes extensão de costa.
E por ser um ótimo legislador, bom político, organizador consciencioso, protetor da
cultura e da arte e promotor do fomento nacional ele fundou as Catedrais de Burgos e
Toledo, erigiu a Universidade de Salamanca, transferiu a Universidade de Palência para
Valhadolid por influência do Arcebispo de Toledo Dom Rodrigo Ximenez de Rada.
E como seu sucessor teve o seu filho Dom Afonso O Sábio que se tornou um dos maiores
escritores clássico em língua espanhola. E com o correr do tempo, a guerra com os
Mouros prosseguiram e nela se distinguiram brilhantemente as ordens militares e no ano
de 1350 subia ao trono Dom Pedro I chamado por uns de O Cruel e por outros de O
Justiceiro que sustentou um tenaz luta com alguns fidalgos castelhanos que haviam se
refugiado em Portugal para se vingar da morte de Dona Inês de Castro, e devido as
desavenças acabou sendo assassinado em Montiel pelo seu irmão bastardo e seu sucessor
Dom Henrique de Transtâmara que desta maneira vingou a morte de sua mãe, e para
atrair à sua causa ele concedeu muitos privilégios aos nobres que o apoiavam e com Dom
Henrique II termina a dinastia de Borgonha e tem início a de Transtamara, com o correr
do tempo a nobreza que apoiara as pretensões de Dom Henrique ao trono, adquiriu
grande poder durante o seu reinado e assim como nos dos reis que se seguiram.
Durante 36 anos do século XX, os espanhóis, viveram sob um regime conservador, que
só terminou com a morte de Francisco franco em 1975. A partir de então todo o país se
renovou não só politicamente, mas também sob o aspecto criativo e econômico.
É sem dúvida um novo país; seu entusiasmo contagiante e sua alegria palpável leva o
visitante a conviver de um forma eletrizante com o dia-a-dia seja lá qual a região que
escolher para ficar. “Aqui se ama e celebra a vida todos os dias”.
Depois da Suíça a Espanha é o país mais montanhoso da Europa e o segundo em extensão
também, só perdendo para a França, dessa forma compreensível ao se verificar a
diversidade geográfica do país. Desde áridos planaltos até pântanos e dunas como os do
Parque Nacional Coto Doñana, na costa sudeste do Atlântico. De profundas cavernas à
Campinas rochosas; de picos nevados a ilhas vulcânicas. Da mesma forma que sua área
geográfica se diversifica por sua extensão, seu povo segue a mesmas trilhas provindas de
povos diferentes. Os primeiros povos da península incluíram os Bascos, Celtas, Ibéricos,
Gregos, Romanos e Visigodos, e o mais importante que isto, foi o fato de que os cristãos,
só século posteriores a Cristo, se misturam muito através do casamento, com as minorias
judias e árabes. Hoje a maioria dos espanhóis se diz católicos genuínos, mas na verdade,
quase todos têm ancestrais judeus ou muçulmanos.
A Espanha tem uma herança extraordinária de história, arte e arquitetura.
A história da Espanha, mais parece um conto mesclado de romance de condes, califas,
cruzadas e reis, começa bem antes da história escrita. Às vezes se confundem com
histórias fictícias, como quando se adentra na região de Toledo e se parecem vivenciar
contos como o de D.Quixote de la Mancha, mas nem tudo é folclore ou romance essa
terra tem muita história e todas bem verdadeiras.
Os bascos estão entre os primeiros habitantes, amontoados nos vales frios e montanhosos
do Norte.
Depois vieram os ibéricos, aparentemente cruzando o Mediterrâneo da África do Norte,
por volta de 3.000 ac. Aproximadamente mil anos mais tarde chegaram os celtas. Os
fenícios, vindos do mar, fundaram Gadir (hoje Cádis) e muitas outras cidades do litoral.
O desfile continua com os gregos, que colonizaram partes do litoral leste, e depois os
cartigeneses, que fundaram Cartagena por volta de 225 ac.e chamaram o país que
encontraram de Spania (era um lugar agreste e cheio de árvores, bem diferente da
Espanha atual).
A civilização moderna começou com os romanos, que expulsaram os cartigeneses e
transformaram a península em três províncias importantes. Os romanos não conseguiram
controlar os nativos que resistiram bravamente por dois séculos, terminando um antes do
nascimento de Cristo, mas sua influência perdurou.
No início do século V, os bárbaros invasores atravessaram os Pirineus, para atacar o
enfraquecido império romano. Os visigodos, que mais tarde adotaram o Cristianismo,
tornou-se uma força dominante na Espanha do norte por volta de 419, estabelecendo o
reinado de Toledo. Mas eles também caíram diante dos poderosos invasores, desta vez os
mouros, a força árabe liderada pelos beberes que atravessou o estreito de Gibraltar da
África do Norte. Os mouros iniciaram um domínio muçulmano de quase oito séculos.
Período que sob muitos aspectos foi o pináculo da civilização espanhola. Diferentemente
dos outros invasores eles eram extremamente cultos. Durante seu domínio, judeus, árabes
e cristãos viveram juntos, em paz, embora muitos cristãos tenham se convertido ao
islamismo.
Os mouros trouxeram consigo um complexo sistema de irrigação, frutas cítricas, arroz,
algodão, açúcar, palmeiras e vidro. Sua influência é evidente na Espanha moderna:
muitas palavras começadas com “al”. Para o visitante, a evidência mais espetacular da
cultura moura é encontrada em Andalucía. O Alhambra, um palácio de cor ocre que coroa
o sul da cidade de Granada, é testemunho da delicadeza estética moura.
Os mouros nunca conseguiram dominar o noroeste de Galícia e Astúrias e foi nesta
última que Palayo, um rei cristão de menor importância, começou sua longa cruzada
conhecida como “Reconquista”. Por volta de 1085, Alfonso VI de Castela tinha
capturado Toledo, dando aos cristãos um forte controle do Norte. Durante o século XIII,
Valência, Sevilha e, finalmente Córdoba, a antiga capital do califa do muçulmano na
Espanha, caíram sob o domínio das forças cristãs, deixando Granada em mãos mouras.
Ainda levaria dois séculos para que os dois monarcas católicos, Ferdinand de Aragon e
Isabella de Castela, se unissem em matrimônio para transformar esse mundo.
O ano de 1492 é uma linha divisória na história da Espanha: início da época aura da
política da Nação e também o momento de um dos piores excessos de intolerância.
Naquele ano, o 23o. do casamento de Ferdinand e Isabella, as forças cristãs conquistaram
Granada para unificar toda a Espanha como um único reinado, embora as custas dos
judeus e muçulmanos, que não abraçaram o cristianismo e foram expulsos do país.
Cristóvão Colombo, sob o patrocínio de Isabella, ancorou nas Américas naquele mesmo
ano, iniciando assim a era das descobertas. Mas a partida dos cultos muçulmanos e judeus
foi um impacto para a economia da nação, do qual nunca se recuperou; a Inquisição
estabelecida em 1478 feriu ainda mais aqueles que escolheram ficar. As terras do Novo
Mundo enriqueceram bastante a Espanha, mas os grandes embarques de ouro mexicano e
peruano produziram, mais tarde, uma terrível inflação. Os chamados monarcas católicos e
seus sucessores mantiveram a união da Espanha, mas sacrificaram o espírito do comércio
livre entre as nações, que começava a trazer prosperidade capitalista aos países europeus.
Ferdinand e Isabella foram sucedidos pelo neto Carlos, que se tornou o primeiro
Habsburg espanhol e um dos governantes mais poderosos da história. Sob seu controle,
Córtes chegou ao México e Pizzaro, conquistou o Peru. Também herdou a Áustria e os
Países Baixos; em 1519, com três anos de reinado, foi eleito Imperador Espiritual
Romano (Carlos V), e em pouco tempo anexou Nápoles e Milão.
Conquistou a Contra-Reforma e a Ordem Jesuíta foi criada para ajudar a defender o
Catolicismo do Protecionismo Europeu. Mas Carlos custou muito à nação em função de
sua propensão à guerra, principalmente contra os luteranos alemães e turcos. Seu filho
Felipe II seguiu o mesmo e caro caminho. Derrotou os turcos e ordenou a construção do
escorial, um sombrio mosteiro fora de Madri. Foi lá que morreu, 10 anos mais tarde,
depois de ter perdido sua Armada num ataque à Inglaterra Protestante.
A Guerra da sucessão espanhola foi inflamada pela morte sem razão de Carlos II, o
último Habsburg espanhol em 1700. Felipe de Anjou foi coroado Felipe V e iniciou a
linha de Bourbon (que segue até hoje).
Os Bourbons daquela época eram afrancesados, copiaram muitas das atitudes e modelos
dos vizinhos do norte. Mas a paixão terminou em 1808, com a colocação de Napoleão no
lugar de seu irmão Jose Bonaparte, jocosamente chamado “Pepe Botella”, devido ao seu
gosto pela bebida. Bonaparte foi bastante desprezado e em 1808 uma revolta em Madri,
registrada de maneira angustiante por Francisco Goya y Lucientes (1746 – 1828)
começou a Guerra da Independência, conhecida pelos estrangeiros como Guerra
peninsular. A Grã-Bretanha, do lado da Espanha, enviou o duque de Welligton para o
resgate. Com a ajuda de guerrilhas espanholas, os franceses foram finalmente expulsos,
mas antes disso atacaram as principais igrejas e catedrais da Espanha. A maioria das
colônias americanas da Espanha aproveitaram a oportunidade para proclamar sua
independência.
O restante do século não foi feliz, os regimes conservadores atacaram com guerras civis e
revoltas inspiradas por correntes republicanas da Europa. A surpresa final veio com a
perda de Cuba, Porto Rico e Filipinas em 1898, num desastre militar que, ironicamente,
inspirou uma impressionante literatura renascentista, a então chamada geração 98, cujos
membros incluíram escritores como Miguel de Unamuro e Pío Baroja e o poeta Antonio
Machado. Alfonso XIII veio ao trono em 1902, mas o surgimento do problema civil
trouxe o melhor dele e terminou em auto-exílio em 1931. Uma inexperiente república
seguiu, para a alegria de muitos espanhóis, mas a eleição do governo da frente popular de
esquerda em 1936 provocou a oposição cerrada da direita. No final, um jovem general
chamado Francisco franco usou o assassinato de um líder monarquista como desculpa
para uma revolta militar.
A Guerra civil (1936 – 1939), foi um dos episódios mais caros e trágicos na história da
Espanha. Mais de meio milhão de pessoas morreram no conflito. Intelectuais e
esquerdistas do mundo todo simpatizaram com o governo eleito. A brigada Internacional,
que incluía voluntários americanos, britânicos e canadenses, tomou parte em algumas das
piores lutas, incluindo a defesa de Madri. Mas Franco apoiado pela Igreja católica, obteve
mais ajuda da Alemanha nazista que, com sua legião Condor, acabou destruindo a cidade
basca de Guerníca e da Itália fascista.
Por três anos os governos europeus permaneceram calados, enquanto os exércitos de
franco dominaram Barcelona, Madri e finalmente a última capital da república, Valência.
A Espanha oficialmente neutra durante a Segunda Guerra Mundial, mas simpatizante
com os poderes do Eixo, foi evitada pelo mundo até um acordo em 1953, no qual os
estados Unidos forneceram ajuda em troca da construção de bases da OTAN.
Gradativamente, no final dos anos 60, a estraçalhada economia começou a ganhar vapor.
Mas quando Franco anunciou, em 1969, que seu sucessor seria Juan Carlos, o neto de
Alfonso XIII, um príncipe cuja educação militar fora rigidamente supervisionada pelo
general já idoso, as esperanças de liberdade da nação murcharam. Imaginem a surpresa
dos espanhóis quando, seis anos mais tarde, Franco morreu e o jovem monarca revelou-se
um fechado democrata. Sob seu estímulo foi adotada uma nova constituição, que
restaurava as liberdades civis e a liberdade de expressão. Em 23 de fevereiro de 1981, o
rei provou novamente vigor quando um coronel da Guardiã Civil tomou o parlamento e
seus membros durante 24 horas. A tentativa de golpe com o objetivo de trazer de volta
um governo de direita foi de todo contornada pelo heroísmo do rei que chamou
pessoalmente os comandantes militares de todo o país para assegurar sua lealdade ao
governo eleito.
Desde 1982 os socialistas tem governado a Espanha, embora uma série de escândalos
envolvendo corrupção em 1994 e 1995 tenham ameaçado o poder.
Nas artes há um florescimento notável no primeiro terço do século XX, surgindo
Frederico García Lorca, o cineasta Luis Buñnel, os pintores Pablo Picasso, Joan Miro e
Salvador Dali. O século terminou com êxito destes artistas, resultando em uma
esterilidade nos anos de Franco. Atualmente as artes estão florescendo novamente. O
mundo já conhece os artistas espanhóis como o cineasta Pedro Almodóvar, o ator
Antonio Banderas e o escritor Camilo José Cela que descreve com sutileza a vida nos
anos de Franco, ganhando o Prêmio Nobel em 1989.

A PRATA DA CASA
AS TOURADAS
A tourada é uma paixão nacional e para os espanhóis uma forma de arte. As touradas
começam com uma procissão de bandarilheiros, picadores a cavalo e matadores. Primeiro
o matador movimenta sua capa para incentivar o touro a atacar, o picador a cavalo ataca o
pescoço e a área dos ombros do touro; então os banderilheiros atiram dardos nas costas
do touro. Depois de muito movimento com a capa o matador mata o touro com uma
espada: e recebe as orelhas ou o rabo, como prêmio.
As lutas são geralmente as cinco da tarde nos domingos, de abril ao início de novembro.
Mas durante as festas populares em algumas cidades como Madri, Pamplona, Sevilha e
Valência podem acontecer todos os dias.

FLAMENCO
O flamenco é uma das maiores expressões da cultura espanhola, a música chorosa,
envolvente pede componentes essenciais para sua formação, roupas com cores muito
vivas, guitarras e ritmo na ponta dos pés e da mão e corpos bailando num teatro musical.
O poeta Federico García Lorca descreveu a dança e a forma musical como a “mais
gigantesca criação do povo espanhol”.
Geralmente as discussões sobre as origens do flamenco não chegam a lugar algum, como
aconteceu com o mesmo Garcia Lorca, que descreveu o flamenco como uma mistura de
muitas influências nas quais “a emoção da história e sua beleza, sem datas ou fatos, se
escondem. Porém todos concordam que o flamenco é uma criação dos ciganos de
Andalucia.
Muita da aura que cerca a música flamenca pode ser atribuída às atitudes românticas dos
ciganos, um povo de origem misteriosa.
Os ciganos chegaram a Espanha em 1435, e são motivos de longas discussões sobre suas
origem (Arábia, Egito, Índia, ou hindus?).
P.S.: Em 1499, Isabella e Ferdinand, assinaram o decreto ordenando aos ciganos que
parassem com a vida nômade, e encontrasse um emprego estável ou, do contrário, teriam
que sair do país. Finalmente em 1783, Carlos III fez uma séria tentativa de integrá-los à
sociedade espanhola e quis inspirar mais tolerância entre eles. Além de também tê-los
proibido de perambular, acusou os espanhóis de se recusarem a emprega-los e de proibi-
los de terem acesso aos lugares públicos.
Posteriormente, os ciganos, adotaram o idioma espanhol, ao invés do romano, e
estabeleceram colônias permanentes no subúrbio de Sevilha e Sacromonte, em Granada.
NAVEGADOR CRISTOVÃO COLOMBO

Não se sabe ao certo quando nasceu, supõe-se, entretanto que foi entre 26 de Agosto e 31
de Outubro de 1451, seu pai foi um pobre cardador e que os dias de sua juventude foram
passados entre aventuras românticas e servindo em navios piratas onde ajudou a saquear
e a apresar os galeões venezianos e pelejar denodadamente contra os ferozes corsários
argelinos.
E numa época em que se julgava que as ilhas britânicas constituíam o limite ocidental das
terras e que o mundo era plano e pequeno, que se alongavam para o ocidente formando os
territórios asiáticos e que não havia noticia alguma da América. Para que tudo isto se
tornar realidade, custou mais de meio século para os marinheiros portugueses abrissem
caminho para o sul ao longo das costas ocidentais da África quando Gil Eanes ao dobrar
o cabo Bojador e depois dele Bartolomeu Dias ir além e regressar triunfalmente
aplaudido pela multidão que o aguardava em Lisboa. Cristóvão Colombo que se
encontrava nomeio da multidão com a idéia de averiguar o que havia para além daquele
mar imenso em razão de seus estudos de que além daqueles abismos coberto de água
deveria existir outra terra, pois tinha ouvido falar de que objetos estranhos haviam sido
encontrados a grande distancia da costa, e de recolhimento de pedaços de madeiras em
que apareciam gravados alguns sinais fora do comum, e de volumosos bambus que não se
conheciam na época. E de acordo com os estudos e investigações realizadas por
Cristóvão Colombo, sobretudo dos mapas e de quantos escritos logrou reunir.
Ao tomar conhecimento de uma carta em que o astrônomo Toscanelli respondia à
pergunta do rei Dom Afonso V sobre a possibilidade de chegar a Índia pelo ocidente,
Cristóvão Colombo sabendo que a terra era redonda, e, portanto se navegando para oeste
poderia chegar a Índia.
Imediatamente participou o seu projeto a Dom João II que era filho de Dom Afonso V,
todavia o monarca português repeliu a proposta de Cristóvão Colombo, que por isto foi
oferecer-se ao reino da Espanha onde a principio o acolhimento de suas idéias não foram
favoráveis, por este motivo ele resolveu passar o seu projeto à França onde ao bater as
portas de um convento os monges que o acolheram ficaram encantados com suas idéias, e
um dos religiosos que gozava de grande prestigio junto à rainha da Espanha acabou
escrevendo uma carta ponderando a importância dos planos de Cristóvão Colombo. A
rainha ao se interessar pelo projeto de Cristóvão Colombo, de imediato ordenou que ele
retornasse a Espanha onde recebeu três caravelas para a expedição, e no dia 3 de Agosto
de 1492 Cristóvão Colombo zarpou com os seus três navios para uma viagem em que a
tripulação pediu-lhe repetidas vezes que desistisse de prosseguir no projeto e que
regressasse.
Após dois meses de travessia Cristóvão Colombo avistou terras em 11 de Outubro e na
manhã seguinte vestido de grande gala e arvorando a bandeira da Espanha Cristóvão
Colombo desembarcou em terra e ordenou aos seus homens que seguissem os seus
exemplo ao ajoelhar e beijar o solo do qual tomou posse em nome do rei de Castela.
E ao continuar a sua navegação em demanda de outras ilhas, Cristóvão Colombo
imaginou que todas elas pertenciam a um arquipélago ocidental da Índia e por este
motivo chamou as terras descobertas de Índias Ocidentais e os seus habitantes de índios,
e ao descobrir outras ilhas, ele chamou de Cuba e uma outra de São Domingos onde após
deixar alguns homens regressou a Espanha aonde chegou em 15 de Março de 1493 e
recebeu da corte o mais brilhante acolhimento. E em pouco tempo lhe confiaram uma
nova expedição, na qual descobriu novas ilhas. Apesar de ter levado a cabo tão grande
empresa, o famoso navegador chegou a ser preso e ao morrer se encontrava pobre e
isolado.

INQUISIÇÃO
A igreja e o estado espanhol caminhavam juntos desde o ano de 587 quando o rei
visigodo Recaredo se converteu do arianismo para o cristianismo e que a religião passou
a ser encarada como fator de unidade nacional diante das invasões da península ibérica
pelos mouros e os sarracenos e devido aos sentimentos dispersivos e autonomistas das
regiões como os reinos de Leão, Aragão, Navarra, Sevilha, Castelo, Granada e Valencia e
a profusão da população judaica em todo o território espanhol, com isto se estabeleceu
uma parceria entre os órgãos eclesiásticos e o poder temporal
Com os monarcas visigóticos submetendo vários de seus códigos legislativos à aprovação
de concílios como foi o caso do fuero Juzzo do século X que foi aprovado pelo concilio
de Toledo e em vista dos acontecimentos passou a imperar o lema um só reino, uma só
religião.
Durante a idade média, a inquisição não teve atuação expressiva na Espanha em virtude
de sua localização peninsular e não sofreram de forma ingente a influencia e a penetração
de movimento heréticos como o dos cátaros, originários da Macedônia e partidários do
neo-maniqueismo herdado de Manu, o dos Albigenses proveniente dos Valdenses
fundado por Valdo na Itália, e dos Fraticelli originários dos frades franciscanos, e durante
o ano de 1197 o rei Pedro II de Aragão reiterou o edito que seu pai Afonso II houvera
baixado contra os inimigos da igreja a quem eram declarados como os hereges e eram
expulsos de suas terras, e no ano de 1198 surgiu pela primeira vez na Espanha a menção a
pena de morte pelo fogo contra os membros das seitas heréticas, e com o correr do tempo
o reino de Aragão fronteiro com a França acabou sendo assediado por incursões heréticas
já que o Languedoc estava praticamente dominado pelos Albigenses que eram grandes
propagadores de uma postura de culto exclusivamente interior, sem rituais externos e
com total rejeição dos sacramentos católicos, e a partir de 1226 o rei de Aragão Jaime I o
Conquistador passou a se preocupar com recrudescimento das heresias e ao atender aos
pedido do Cardeal francês Saint-Ange, ele repôs em vigor os editos de 1197 e 1198, e no
ano de 1232 o Papa Gregório IX queixou-se junto ao Arcebispo de Tarragona que os
clérigos locais não se interessavam muito pela repressão aos cátaros e quejandos e por
este motivo em 26 de Maio de 1232 o Papa Gregório IX através de uma bula encarregou
o Arcebispo de Tarragona para instituir alguns tribunais inquisitoriais como órgão
eclesiásticos de execução e que o mesmo funcionasse paralelamente aos tribunais
ordinários da igreja.
E no ano de 1233 Jaime I promulgou novo edito contra os Albigense e iniciou as
perseguições contra eles, e eram realizadas pelos padres que se socorriam do auxilio de
leigos, e no momento que esse edito foi confirmado pelo Papa Gregório IX ele colocou os
frades pregadores que eram membros da ordem dos dominicanos que fora fundada por
Domingos de Gusmão que ficou encarregado das atividades inquisitorial na Espanha.
E no ano de 1235 o dominicano Ramon de Peñaforte a mando do Papa elaborou um
regimento inquisitorial e com o correr do tempo as perseguições contra os cátaros em
Aragão foi perdendo as forças apesar dos esforços, por conta disto o Papa Gregório IX
em 1238 alertou aos reis e os bispos o dever de perseguir os hereges de acordo com as
normas estabelecidas pela santa fé, e no Viscondado de Castelbon em Aragão foi que as
atividades inquisitorial sob o comando de Guilherme de Montgrin se tornou mais severas,
ao condenar mais de cinqüenta hereges e ao exumar dezoito cadáveres de albigenses para
que seus ossos fossem queimados em efígie seguindo a antiga tradição inquisitiva que
infligia pelas post mortem, enquanto que no resto da Espanha as atividades anti-hereticas
ficaram quase que inexistentes.
E no ano de 1238 sob a supervisão do dominicano Pedro de Leodegaria foi organizada a
inquisição em Navarra e no reinado de Afonso X, no seu Fuero Real de 1255 e na lei das
Sete Partidas de 1276 ele reproduziu muito da legislação estatuída pelo Papa Gregório IX
quando estabeleceu o objetivo da perseguição aos heregeres que deveriam ser levados à
abjuração, que os tornava penitentes e os eximia de castigos mais severos.
E caso se recusassem a abjurar, eles se tornavam impenitentes, e eram entregues ao
carrasco e sujeito aos suplícios e à morte e seus bens eram confiscados e paralelamente às
perseguições anti-hereticas foram gradativamente crescendo nos meios eclesiásticos as
preocupações relativas ao crescimento das populações mouras e judaicas.
E entre os anos de 1320 e 1339 o maior expoente da inquisição espanhola foi o
dominicano Nicolau Eymerich, o grande inquisidor de Aragão que elaborou o manual dos
inquisidores (Directorium Inquisitorum) com algumas características marcantes como o
sigilo do processo imposto ao acusado que os autos de fé seriam cerimônias abertas ao
publico e festivas onde eram pronunciadas as sentenças contra os hereges, apóstatas,
bruxos e os feiticeiros que nesses eventos abjuravam publicamente as heresias, e outros
eram fustigados e torturados, e os condenados à morte eram executados na fogueira, e no
século XV a perseguição aos mouros que se encontravam acuados em Granada e aos
judeus chegou ao auge, com isto muitos mouros com receio de serem expulsos se
converteram ao cristianismo ao aceitarem o batismo e de serem chamados de mouriscos
enquanto que os judeus que aderiram a tal pratica passaram a cognominar-se de
marramos.
E no ano de 1478 os reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela que buscavam
a meta nacional que ficou conhecida como a reconquista pediram ao Papa Sisto IV o
reavivamento da inquisição, no que foram atendidos pela bula Exigit Sincerae Devotionis
Affectus com o caráter misto e autônomo no qual o poder civil poderia designar os
inquisitores sem prêvia anuência da santa fé e os primeiros inquisitores designados pelos
monarcas foram os freis dominicanos Miguel Murillo e Juam de San Martim que se
estabeleceram em Sevilha onde a aglomeração judaica era de grande monta, com isto
houve um grande pânico entre os mouriscos e os marranos que se refugiaram nos castelos
dos grandes senhores feudais, e através de uma proclamação de 2 de Janeiro de 1481 os
dois inquisidores ordenaram aos grandes senhores que entregassem os perseguidos sob
pena de excomunhão, com isto as prisões acabaram de enchendo de árabes e de judeus
batizados, o que levou com que os marrranos se insurgissem e por conta disto decidiram
assassinar os inquisidores, porém a conjuração foi abortada em razão da mesma ter sido
delatada aos freis inquisidores.
Fato este que levou aos sublevados a perderem os seus bens e a suas condenações a morte
por vivicombustão no dia 6 de Fevereiro de 1481 na primeira fogueira da moderna
inquisição espanhola, e a partir desta data a atividade inquisitorial recrudesceu em todo o
país com o poder civil deixando de ser mero executor das condenações eclesiásticas
quando passou a ser coadjuvante e co-participante dos trabalhos clericais e os juizes
passaram a ser escolhidos pelo soberano entre os membros do clero secular e foi criada
uma segunda instância na própria Espanha com o nome de conselho da suprema e geral
inquisição e que ficou conhecida como a suprema e reforçou-se o aspecto político da
inquisição na tarefa ingente de preservar a unidade do país contra os setores separatistas
que resistiam, e na incessante luta contra os hereges, apostatas, judeus e mouros que
foram instados a se batizarem sob pena de exílio e de ficarem sob a jurisdição dos
tribunais inquisitoriais como cristãos e não na condição de pagãos.
Com isto muitas cidades acostumadas aos seus privilégios secularmente conferidos pelos
soberanos através dos fueros acabaram resistindo à intervenção de estranhos em seus
costumes e na autonomia local quando se revoltaram em varias regiões como Navarra,
Sevilha, Zaragoza, Granada, Toledo, Barcelona e Valência onde muitos inquisidores
foram assassinados em atentados, e diante desses fatos em 31 de Janeiro de 1482 o Papa
Sisto IV através de uma bula protestou com veemência, quando ameaçou cassar o poder
designatorio dos reis e exigiu que os recursos decorrentes dos confiscos dos bens fossem
encaminhados a Roma e que os nomes das testemunhas fossem comunicados aos
acusados, porém em virtude das ameaças por parte dos reis católicos, o Papa Sisto IV
acabou recuando em vista da imensa importância da Espanha para a propagação do
cristianismo e em Outubro de 1483 os reis catolicos nomearam a mais conhecida, odiada,
temida e expressiva figura que foi o dominicano Tomas Torquemada que era o prior do
convento de Santa Cruz em Segovia como o inquisidor geral de Castela, Aragão, Leão,
Catalunha e Valência como o beneplácito do sumo pontificie, que de imediato começou
por reorganizar e reformar os tribunais do santo oficio, quando demitiu os inquisidores
que tinham dado provas de parcialidade ou que pelo seus caráter eram ineptos para as
funções, estendeu as atribuições do santo oficio a numerosos crimes ou delitos como
heresia implícita e se esforçou de todas as maneiras para evitar os erros e os abusos
cometidos pelos primeiros inquisidores, e a partir de 1484 passou a redigir o regulamento
organizacional e os procedimentos da inquisição espanhola que foi completada por Deza
em 1500 e por Cisneiro em 1516 e copilada por Alonso Manrique e consolidada no ano
de 1561 por Fernando Valdez.
E no dia 31 de Março de 1492 Fernando de Aragão e Isabel de Castela assinaram um
decreto no qual todos os judeus que não fossem batizados deveriam ser expulsos do país
e terem os seus bens confiscados, e nesta época os tribunais inquisitoriais fixos onde
muitos condenados peregrinavam em cumprimento de suas penas estavam localizados
nas cidades de Toledo, Sevilha, Valadolhid, Granada, Codoba, Murcia, Cuenca, São
Thiago de Compostela, Logroño, Zaragoza, Barcelona, santa Cruz de Tenerife, Valência
e Malorca.
E nestes tribunais inquisitooriais os acusados tinham uma preparação terrivel pois eram
convidados a confessar mediante suplicas, ameaças e demosntraçao dos intrumentos de
suplicio, que não podiam ostentar caráter cruento, por este motivo o mais utilizado era o
da água ao lado do polé e dos cordeles, que eram cordas progressivamente apertadas em
torno dos braços e das coxas e se confesse o condenado confessasse durante o tormento,
seguia-se a condenação e caso o acusado suportasse as dores poderia ser absolvido e
comprometendo-se a não declarar nada a terceiros sobre os sofrimentos, e como as
torturas somente podia ser infligida uma única vez , os inquisidores recorriam ao
subterfúgio do adiamento da sessão para prosseguimento posterior. As penas aplicadas
aos hereges eram jejum obrigatório, peregrinação, proibição de permanência em
determinados lugares, pratica religiosa obrigatória, prisão inclusive domiciliar, utilização
do sambenito que era um habito em forma de saco que se enfiava pela cabeça nas cores
amarela e vermelha, fragelaçao e a morte pelo fogo.
E os hereges reincidentes eram lançados diretamente ao fogo, e os que abjuravam a
heresia na hora da morte eram estrangulados pelo carrasco e seus corpos jogado já sem
vida na fogueira e a maioria dos autos de fé eram realizados na Plaza Mayor de Madri.
E com decorrer do tempo foram instituídos os crimes de judaísmo e de maometismo o
que acarretou intensa perseguição aos adeptos da reforma protestante e entre os
reformistas os mais visados foram os erasmitas que eram adeptos de Erasmo de
Rotterdan, os luteranos e os intimistas que renegavam qualquer tipo de culto externo, os
místicos, os iluminados, as beatas, e entre os fatos mais relevantes temos que em 1579 em
Estremadura foi encontrado místicos entre os jesuítas, o caso da beata Eugenia de La
Torre que foi condenada a morte na fogueira em Toledo por participação em orgia
libidinosas, até Ignácio de Loyola fundador da Companhia de Jesus também esteve sob
suspeita da inquisição que o processou e o absolveu por suspeitarem dos seus exercícios
espirituais, Santa Tereza de Ávila também foi processada e absolvida sob acusação de
iluminismo e por volta de 1510 o monge franciscano Melchor da cidade de Ocaña que
havia profetizado a conversão total dos mouros, a queda dos tronos, a convulsão total da
cristandade e a transfeencia do papado para Jerusalém, que ao dirigir-se a Joana de La
Cruz a convidando-a a com ele gerar um filho que seria um novo messias, acabou sendo
denunciado por Joana ao inquisidor geral Cisneiro, que o processou e o condenou a
fogueira, e no ano de 1558 a infanta Joana inaugurou a censura, instituída pela sansão
pragmática que listou diversas obras proibidas que passaram a ser proibida as suas
aquisições por católicos sob pena de condenação à morte, e uma vitima desta censura foi
o Frei Luis de Leon que era professor da Universidade de Salamanca que foi acusado de
assumir em aulas sua posição iluminista e por gesto acabou sendo preso durante o
periodo de 1572 a 1576 e que ao reassumir sua cátedra, começou a primeira aula dizendo
" como dizíamos ontem ". E no final do século XVI destacou-se a figura sinistra do
Duque de Alba que em seu tribunal de sanue mandou torturar e matar muita gente com a
contemplacencia das autoridades eclesiasticas da época que prosseguiam na luta da
inquisçao mais enérgica contra os protestantes quando novas figuras criminosas foram
criadas, como a sodomia, a bestialidade, o homossexualismo, a necrofilia e a mancebia
sob a competência dos tribunais do santo oficio e quase todas passiveis de morte pelo
fogo.
E no século XVIII o iluminismo anticlerical que se alastrou pela Europa e acabou
eclodindo na revolução francesa, foi severamente punido pela inquisição espanhola, mas
devido a sua influência acabou se aliando a revolução industrial e com à ascensão da
burguesia e dos movimentos liberais, o prestigio e a atuação do santo oficio cada vez
mais foi considerado um anacronismo insuportável e injustificável, porém a inquisição
espanhola resistiu ate mesmo a invasão de Napoleão Bonaparte que em Dezembro de
1808 o aboliu formalmente, porém o santo oficio não deixou de existir na pratica e em 22
de Janeiro de 1813 as cortes de Cádiz votaram a abolição do santo oficio, porém quando
do retorno do Rei Fernando VII ao trono da Espanha ele restabeleceu a inquisição em
1820.
E atravez do decreto de Maria Cristina em 1834 o tribunal do santo oficio da inquisição
veio a ser definitivamente eliminado da Espanha.

GRANDEZA, DECLINIO E RENASCENÇA


No ano de 1474 quando a Infanta Isabel se apoderou da coroa em detrimento de sua
sobrinha a princesa das Astúrias, desencadeou-se a anarquia no reino de Castela, onde a
nobreza acostumada a ditar leis ao trono desde o advento da Casa de Trastamara, propôs-
se dominar mais ainda o poder real.
Em virtude da falta de autoridade da rainha o povo passou a reclamar de novas
concessões onde no momento em que se registravam terríveis ações de bandidos sob a
proteção dos castelos feudais e pela gardunha que era uma poderosa associação de
criminosos.
Em virtude da situação reinante em Castela ser alarmante em vista da falta de qualquer
tipo de justiça e que a única lei conhecida era a da violência, o rei de Portugal Dom
Afonso V, marido de Dona Joana pretendente à coroa castelhana invadiu o território
espanhol com o apoio dos mais influentes nobres portugueses para afastar a nobreza,
restabelecer a ordem, fortalecer o poder real e fundar definitivamente em bases sólidas a
unidade espanhola, porém em virtude de uma rápida ação desenvolvida por Dom
Fernando, os portugueses e espanhóis partidários de Dona Joana acabaram sendo
derrotados na batalha de Toro, e com a santa irmandade se transformando em exercito
real os mesmos empreenderam severas perseguições aos salteadores e malfeitores que se
viram obrigados a fugir de Castela para Portugal ou para o reino Mouro de Granada para
não caírem nas mãos dos membros da Santa irmandade cujas sumárias sentenças de
morte eram imediatamente executadas, e com o decorrer do tempo o reino de Castela
ficou livre dos salteadores e bandidos e para restabelecer o império da lei Dom Fernando
e Dona Isabel robusteceram a autoridade dos tribunais ao promulgarem éditos e
ordenanças muito rigorosas, e através de um decreto Dom Fernando tirou o poder até
então exercido pelas ordens militares e passou a controlar diretamente o poder, e com o
auxilio dos burgueses das cidades foi abatida à aristocracia e diminuiu os privilégios dos
foros das cidades que passaram a ser governados por um representante do rei. E com o
restabelecimento da ordem, o comércio e a industria tomaram grande impulso e
prosperaram, enquanto que a agricultura renasceu e por toda parte foram erguidos
monumentos, templos, palácios e surgiram universidades e escolas, e pelo fato de muitos
judeus convertidos ao catolicismo terem voltado para à religião judaica, o fato acabou
levantando em clamor geral para que fosse restabelecido em Castela o tribunal da
inquisição a fim de proceder rigorosamente contra os heregeres e apóstatas tal como já
existia na França e na Catalunha. Porém os reis de Castela denominados reis católicos
tinham certo receio de que a inquisição alcançasse um poderio que obscurecesse a
influencia da coroa.
Mesmo assim em 1481 Dom Fernando restabeleceu a inquisição em Castela com o nome
de santo oficio, e que se transformou em um instrumento da política real e que contribuiu
para fazer desaparecer pela prisão ou pelo fogo, através do inquisidor mor Torquemada
todos os judeus e muçulmanos que não partilhavam da crença do soberano.
E com a pacificação do país, os soberanos espanhóis resolveram acabar com os restos da
dominação muçulmana na península, e para isto declararam guerra ao reino de Granada
que se encontrava dividido por graves desentendimentos entre os seus governantes, e no
dia 2 de Janeiro de 1492 Boabdil o ultimo rei de Granada capitulou diante dos cristãos,
com isto os muçulmanos foram proibidos de praticarem a sua religião, e ao serem
expulsos dos territórios conquistados junto aos judeus, foram impedidos de levarem
consigo as suas riquezas e em vista dos fatos ocorridos, os muçulmanos se levantaram em
Alpujarra onde acabaram sendo sufocados pelo exército cristão.
E no reinado de Dom Fernando e Dona Isabel coube à Espanha a honra de ter sido nos
seus navios sob a sua bandeira, que o genovês Cristóvão Colombo descobriu a América, e
a ele vários exploradores partiram para a América como em 1499 quando Afonso de
Ojeda cujo piloto Juan de la Costa traçou o primeiro mapa do novo mundo, Pedro Afonso
Nino, Pinzón, Diego de Leppe, Rodrigo de Bastidas e Américo Vespucio que exploraram
as costas da América. E com a divisão da Itália em numerosos estados que sempre
estavam em guerra, o país se tornou um alvo de cobiça das potencias da época, por este
motivo o rei da França Carlos VIII despojou Fernando II rei de Nápoles e príncipe de
Aragão, com isto a Espanha no ano de 1495 acudiu o rei deposto e abriu uma guerra
durante três longos anos em batalhas encarniçados na Itália meridional, onde o General
Gonçalo Fernandes de Córdova alcançou relevante vitória ao derrotar os franceses em
Atela, Ostia e Nápoles onde Frederico foi elevado ao trono após a sua restauração, e no
ano de 1498 e a paz firmada entre os reis da Espanha e da França, e com o correr dos
tempos Dom Luis XII propôs ao rei da Espanha a divisão do reino de Nápoles entre os
dois países, proposta esta que foi de imediato aceita por Dom Fernando que falando aos
compromissos assumidos com o rei de Nápoles e com o herdeiro do trono o Duque da
Calábria foram reunidas às forças francesas e espanholas e derrotaram o rei de Nápoles.
E no momento da partilha do reino de Nápoles, surgiram graves desentendimentos que
levou os dois países a guerra onde os exércitos espanhóis comandado pelo General
Gonçalo Fernandes de Córdova o El Grande Capitán levou o rei da França em 1504 a
reconhecer a soberania da Espanha sobre todo o território do reino de Nápoles.
A Rainha Isabel foi profundamente infeliz com sua descendência, pois em 1497 perdeu
seu único filho varão Dom João, e no ano seguinte falecia sua filha Dona Isabel rainha de
Portugal e herdeira do trono de Castela, e em 1500 morreu seu neto Dom Miguel, com
isto restou-lhe as suas três filhas; Dona Joana que era casada com o Arquiduque da
Áustria Dom Filipe o Formoso, dona Maria esposa do Rei de Portugal Dom Manuel I e
Dona Catarina casada com o Príncipe Artur da Inglaterra e após a sua morte ela se casou
com o seu irmão o futuro Rei Henrique VIII. E com a morte da Rainha Isabel no ano de
1504 coube a coroa à sua filha Dona Joana que teve como regente do reino o seu marido
Dom Fernando que renunciou ao titulo de rei de Castela, e que ao chegar à Espanha se
fez acompanhado de diversos fidalgos flamengos os quais acabaram gerando diversos
desentendimentos com o genro e por conta disto acabou se retirando para o reino de
Aragão de onde seguiu para Nápoles, entretanto em 1506 morria Dom Filipi que deixou
vários filhos e entre eles se encontravam Dom Carlos V que por ser de menor idade e
pelo fato de Dona Joana ter enlouquecido, Dom Fernando novamente passou a ser o
regente da Espanha, e durante o seu novo período de governo ficou notabilizado pela
energia que ele exerceu ao enviar numerosas expedições contra os Mouros da costa
setentrional da África as quais resultou na conquista de Oran e de outras praças, e no ano
de 1510 Dom Fernando destronou a soberana de Navarra e anexou essa região ao
território espanhol e em 1516 Dom Fernando veio a falecer após tanto fazer pela
unificação da nação espanhola e na oportunidade o Cardeal Ximenes passou a ocupar a
regência da Espanha. Dom Carlos V que estava sendo educado nos países baixos, de
imediato exigiu que fosse proclamado rei da Espanha, com isto o Cardeal Ximenes foi
forçado a ceder para evitar maiores males, e no ano de 1517 Dom Carlos V assim que
chegou a Espanha escreveu ao cardeal concedendo-lhe uma licença para se retirar da
corte, e por almejar ser eleito imperador da Alemanha ele exigiu que fosse fornecido o
dinheiro necessário para alcançar o seu intento, e após obter o que desejava Dom Carlos
V partiu para a Alemanha em 1519 deixando como regente do reino espanhol o Deão
Adriano.
Fato este que deixou indignado os castelhanos que passaram a ser chamados de
comunaros ou defensores das liberdades municipais e por se sentirem violados em suas
leis e fueros e pela tirania real e pelos flamengos que faziam verdadeiras pilhagens na
Espanha, e ao pegarem nas armas, acabaram sendo vencidos pelos nobres em Villalar
onde seus principais chefes do movimento acabaram sendo executados em 1521.
Com isto a Espanha ficou convertida em dependência do império de Carlos V onde este
ia buscar os homens e o dinheiro de que necessitava para a sua política pessoal, que levou
a constantes guerras com o seu rival Francisco I rei da França, com o papa, com os
Mouros, com os protestantes da Alemanha e com os próprios flamengos, e por não saber
onde conseguir mais dinheiro e cansado de combater, Dom Carlos V em 1556 abdicou
em favor de seu filho Filipi II a que deixou os países baixo, o ducado de Borgonha, a
Espanha, os estados da Itália e a América Espanhola, enquanto o seu irmão Fernando
recebia a coroa imperial da Alemanha e o arquiducado da Áustria e se retirou para o
mosteiro de São Justo na Espanha onde viveu como verdadeiro soberano, rodeado de uma
corte numerosa e brilhante, e durante os quarentas anos de seu soberano reinado alguns
destemidos capitães espanhóis levaram a cabo grande parte da vasta obra do
descobrimento e da conquista dos territórios americanos, e entre eles destacamos Juan
Diaz de Solis que descobriu a península de Yucatã e explorou o Rio da Prata entre os
anos de 1512 e 1515, Juan Ponce de Leon que em 1513 desembarcou na Florida, em 1513
Vasco Nunez de Balboa tomou posse do oceano pacifico através do canal do Panamá, no
ano de 1519 Fernando de Magalhães descobriu a passagem do oceano atlântico para o
pacifico e deu a volta ao redor do mundo, Grijalva em 1520 reconheceu a costa do
México, país este que Fernando Cortés havia conquistado e Francisco Pizarro e seus
companheiros se assenhorearam do Peru, e ao penetrarem pelo sul acabaram chegando ao
Chile, Bolívia e Equador.
Filipe II que era um defensor do catolicismo teve durante o seu governo uma imensa
extensão de domínios onde mantinha um forte exército e uma poderosa marinha com
quais travou diversas guerras com quase toda a Europa, onde a sua principal inimiga era a
Inglaterra que não só destruiu a grande esquadra espanhola conhecida como a invencível
armada, como também a atacaram os navios que transportavam as riquezas vindas da
América.
E devido a sua energia, Filipe II adquiriu uma amplitude sem precedente em seu reinado
e para isto ele expulsou os últimos agricultores muçulmanos do reino de Granada e para
acabar com a heresia na Espanha e manter a unidade religiosa, ele perseguiu
impiedosamente os muçulmanos através da inquisição e através de seus exércitos ele
alcançou brilhantes vitórias em Lepanto e Saint Quintin, e neste período apareceram
soberanos nomes ilustres nas letras espanholas e universais, como Cervante, Santa
Teresa, Frei Luis de Leon, Fernandes Navarrete, Arias Montano e outros. Filipe III ao
suceder o seu pai no trono espanhol, encontrou o país empobrecido e endividado, os
exércitos consumidos pelas continuas guerras, a agricultura arruinada e a industria
praticamente paralisada e uma enorme carroção dos costumes, e após cinco anos a
decadência foi rápida na nação que fizera o mundo tremer em virtude da má
administração do Duque de Lerna, e ao assumir o trono espanhol em 1621 Filipe IV
cedeu todos os poderes ao Duque de Olivares que centralizou em suas mãos todos os
poderes e seguiu a orgulhosa política de Carlos V e Filipe II ao desafiar a França
representada pelo Cardeal Richelieu fato este que acarretou a derrota de seus exércitos
pelos franceses, e durante o seu reinado houve a revolta de Portugal que acabou
recobrando a sua independência, e a Catalunha, Nápoles, Andaluzia e Sicília promoveram
sem sucesso um movimento emancipador e apesar da decadência que se acentuava, ainda
apareceram grandes nomes nas artes, assim como Velásquez e Murillo, nas letras
distinguiram-se Lopes de Veja, Moreto, Alarcón, Baltazar Gracián.
Carlos II que sucedeu a Filipe IV, se viu sem dinheiro nem administração, sem soldados
nem navios.
E ao seguir a política errada acabou sendo vencido em sucessivas batalhas e acabou se
tornando vitima de uma humilhante combinação diplomática quando perdeu para a
França as melhores praças da América setentrional e parte da Catalunha que mais tarde
foi devolvida pela desdenhosa misericórdia de Luiz XIV, foi despojada de seus domínios
os países baixos que tanto sangue e sacrifício custara à nação, com isto findava a dinastia
austríaca inaugurada brilhantemente com Carlos V o Imperador e tão tristemente findava.
Antes do falecimento de Dom Carlos II que não tinha nenhum herdeiro direto ao trono
espanhol, ele designou o Príncipe José Leopoldo da Baviera que misteriosamente acabou
sendo assassinado por envenenamento e para a sucessão ao trono os embaixadores da
França indicaram Luis XIV rei da França e os embaixadores da Áustria apontaram o
imperador Leopoldo da Áustria e após incessantes intrigadas junto ao leito do rei
moribundo para que este escolhesse seu sucessor, e para isto o rei proclamou como
herdeiro da coroa espanhola Filipe V duque de Anjou, neto de Luis XIV que subiu ao
trono com o nome de Filipe V, então o arquiduque Carlos filho do imperador da Áustria
protestou veementemente pela escolha e como conseqüência seguiu-se uma guerra que
foi chamada de guerra de sucessão em que a Espanha e seus domínios foram o teatro de
uma violenta luta que durou dez anos e que arrastou quase toda a Europa e que terminou
com a assinatura do tratado de Utrecht no qual foi mantido o rei Filipe V no trono
espanhol e a Espanha obrigada a ceder Gibraltar e Mahon aos ingleses e perder as
possessões na Itália. Filipe V mais tarde empreendeu algumas guerras mal sucedidas na
tentativa de recuperar os territórios perdidos, e ao falecer em 1746 foi sucedido pelo seu
filho Fernando VI que deu continuidade às guerras por ele iniciada na Itália, porem por
ser dotado de um espírito pacifico, pois um termo as guerras e dedicou um especial
atenção para a reconstrução do país e com a sua morte subiu ao trono o rei de Nápoles
com o titulo de Carlos III que em muito se esforçou para erguer a Espanha ao reorganizar
a fazenda publica, o regime municipal, dispensou grande atenção à agricultura, a
industria e ao comércio, desenvolveu a marinha de guerra e revelou-se um desvelado
protetor das artes e das ciências.
Em 1761 ao ceder aos interesses do rei Luis XV da França ele assinou um tratado de
aliança militar ofensiva e defensiva que tomou o nome de pacto de família, que lhe
obrigou a entrar na guerra que a França declarou a Inglaterra, cujos resultados foram
desastrosos para a França e a Espanha que perdeu a Florida e os territórios a leste e
sudoeste do rio Mississipi e na oportunidade para compensar os prejuízos sofridos pela
Espanha o rei Luis XV cedeu a Espanha a Luisiana.
Em 1761 ao ceder aos interesses do rei Luis XV da França ele assinou um tratado de
aliança militar ofensiva e defensiva que tomou o nome de pacto de família, que lhe
obrigou a entrar na guerra que a França declarou a Inglaterra, cujos resultados foram
desastrosos para a França e a Espanha que perdeu a Florida e os territórios a leste e
sudoeste do rio Mississipi e na oportunidade para compensar os prejuízos sofridos pela
Espanha o rei Luis XV cedeu a Espanha a Luisiana e em 1770 quando da insurreição das
colônias da América do Norte contra a Inglaterra, Carlos III favoreceu os insurretos com
auxilio da França e ao ser assinada a paz no ano de 1783 a Espanha recuperou a Florida e
devolveu a França a Luisiana e quando da guerra contra Marrocos motivada pela
expulsão dos cristãos ali residente, Carlos III também recuperou as ilhas Baleares e no
ano de 1788 o seu filho Carlos IV que era um príncipe fraco e sem valor lhe sucedeu no
trono espanhol e em 1789 rebentou a revolução francesa que tanta influência exerceu em
todo mundo e em 1793 o governo espanhol aderiu a colizao européia contra a França
revolucionaria e ao ser assinada a paz de Basiléia entre os governos da Espanha e a
França que se alinharam para lutar contra a Inglaterra e devido à má administra';cão de
Godoi a Espanha acabou sofrendo uma grande derrota naval em Trafalgar no ano de 1805
quando Napoleão Bonaparte era coroado imperador dos franceses.
E em 1807 devido o fato de Portugal não aceitar o bloqueio continental imposto por
Napoleão Bonaparte onde deveria cessar todas as relações comerciais entre o continente e
a Inglaterra, por conta disto foi assinado um tratado entre os ingleses e espanhóis em que
a nação portuguesa foi dividida em três pequenos estados que foram doados a Godoi, a
infanta da Espanha e um outro a França até o fim da guerra.
E pelo mesmo tratado ficou acertado que a Espanha permitiria a passagem através de seus
territórios dos exércitos franceses para atacar Portugal e com estes pretextos foram
ocupadas às praças mais importantes da Espanha pelas tropas francesas, que devido a este
fato acabou ocasionando a queda de Godoi e a abdicação do Rei Carlos IV a favor de seu
filho Fernando VII que acabou sendo atraído para uma conferencia em território francês
onde acabou sendo aprisionados por Napoleão Bonaparte que fez com que o seu irmão
José se tornasse rei da Espanha e que deixou o país sem governo e sem direção e por
conta disto o povo espanhol criaram umas juntas governativas em nome de Fernando VII
nas varias províncias e regiões da Espanha com a finalidade de organizarem uma
resistência contra os usurpadores franceses. Os primeiros encontro entre os patriotas
espanhóis e os exércitos franceses acabaram de forma desastrosas para os espanhóis,
todavia em 1808 alcançaram uma grande vitória em Bailén quando aprisionaram um forte
exercito francês, e ao solicitarem o auxilio da Inglaterra os espanhóis receberam ajuda
através de um pequeno exercito comandado pelo general Moore que foi totalmente
exterminado pelos franceses e ao receberem novas tropas sob o comando do General
Wellesley, as forças inglesas ajudadas pelos patriotas espanhóis alcançaram sucessivas
vitórias sobre os franceses até a expulsão definitiva do Rei José do território espanhol,
com isto o Rei Fernando VII voltou ao trono espanhol governando com um poder
absoluto que desagradou ao povo espanhol que haviam se acostumado com o regime das
juntas e côrtes, por isto resistiram aos desejos do soberano.
E em 1820 iniciaram uma série de levantes liberais chefiados por Rafael Del Riego, e
para sufocar tais movimentos o monarca Fernando VII invocou o auxilio da santa aliança
para uma intervenção na Espanha em uma tenaz perseguição aos partidários liberais
E quando de seu falecimento iniciou-se na Espanha uma sangrenta guerra civil entre os
partidários de sua filha Dona Isabel II e os simpatizantes do Infante Dom Carlos que se se
baseavam na lei sálica que não permitia a sucessão aos herdeiros do sexo feminino
E após sete anos de conflitos entre os isabelinos e carlista ficou resolvido que o trono
espanhol ficaria em poder de Dona Isabel II que devido a sua menor idade, teve como
regente Dona Catarina que em 1844 foi deposta e substituída pelo General Espartero que
governou com grande insegurança até o ano de 1868 quando rebentou uma revolução que
derrubou a dinastia de Bourbon chefiada pelos Generais Francisco Serrano que era um
republicano e pelo monarquista Juan Prin que ao conseguir impor o seu ponto de vista em
1871 colocou no trono da Espanha o Duque de Aosta Amadeu de Sabóia que era filho de
Vitor Manuel II rei da Itália, e que após dois anos de reinado renunciou o trono espanhol
e retornou a sua pátria.
Devido os fatos, foi proclamada a primeira republica espanhola a qual durou apenas um
ano e na oportunidade Afonso XII assumiu o poder ao restabelecer a monarquia na
Espanha e pelo seu falecimento em 1886 a sua viúva Maria Cristina de Habsburgo passou
a exercer a regência da Espanha em virtude da menoridade de seu filho Afonso XIII e
devido a sua má administração o país acabou perdendo os últimos restos do imenso
império espanhol.
E no ano de 1898 a Espanha entrou em guerra com os Estados Unidos e devido às
derrotas sofridas acabou perdendo o domínio que possuía sobre Cuba, Porto Rico e
Filipinas, e ao assumir o poder do trono espanhol no ano de 1902 Afonso XIII se mostrou
ser um rei prudente e moderado ao manter o país fora da primeira guerra mundial, em
1931 os republicanos e socialistas saíram vencedores as eleições realizadas.
E na oportunidade Afonso XIII preferiu abdicar o trono espanhol para não lançar a nação
nos horrores de uma guerra civil ao se retirar voluntariamente do país, com isto foi
estabelecida a segunda republica na Espanha, e quando da reunião do parlamento foi
elaborada uma nova constituição e eleito como presidente Niceto Alcalá Zamora que
durante o seu governo teve que enfrentar diversos levantes monarquistas e comunista
onde os mais significativos foram o encabeçado pelo General Sanjurjo que exigiu a
confiscação das propriedades da nobreza, e as desordens ocorridas na Astúrias e na
Catalunha onde o presidente Luis Companys tentou proclamar a independência, e em um
movimento que foi sufocado com muito sangue derramado e no ano de 1936 Niceto
Alcalá Zamora foi substituído Manuel Azaña e o General Francisco Franco que exercia o
cargo de general em Marrocos que deram inicio a guerra civil que durou quase três anos e
que se estendeu por toda a Espanha, e com a vitória alcançada do General Francisco
Franco sobre as forças republicanas ele começou a reger os destinos da Espanha
virtualmente como um ditador.
Não há consenso sobre quando surgiu efetivamente uma unidade administrativa
precursora da atual Espanha. Espanha era, até ao séc. XVII, apenas um sinónimo de
Península Ibérica, não se referindo a um país ou estado específico, mas sim ao conjunto
de todo o território ibérico e dos países que nele se incluíam. O termo começa talvez a ser
utilizado como significando um estado específico depois da união pessoal, sob o Rei
Filipe, de Portugal e dos restantes reinos ibéricos, dos quais já era soberano. A partir de
1640, com a restauração da independência de Portugal, a designação Reino de Espanha
manteve-se, apesar do estado com esse nome já não englobar toda a Península.
A abordagem da História de (ou da) Espanha mais comum é descrever em seus tópicos
iniciais a história da Península Ibérica até os períodos anteriores à conquista da América.

Pré-História
Dólmen de Menga, sul da Espanha
Há fortes indícios de ocupação humana pre-histórica da península desde um passado
remoto. Em 1848 foi encontrado numa caverna do actual território britânico de Gibraltar
um crânio de um homem de Neanderthal de aproximadamente 60.000 anos. No atual
território espanhol também existem pinturas rupestres na caverna de Altamira, com cerca
de 15.000 anos. Dentre os achados da era dos metais está o dólmen de Menga e o dólmen
de Viera. Por outro lado no atual território português, há 20 000 anos o homem gravou
milhares de desenhos representando cavalos e bovídeos nas rochas xistosas do vale do
Côa, afluente do rio Douro, situado na região nordeste de Portugal.

Hispânia pré-romana
O território que atualmente compõem a Espanha e Portugal era composto de diversos
povos, como os celtas e os iberos. A Península Ibérica também foi habitada por colonos
gregos e fenícios. Contudo, nenhum dos povos da Península compôs um governo único.
Considera-se o ano de 19 a.C. como a data em que os romanos tinham conquistado
praticamente toda a Península Ibérica e anexado o território aos domínios do Império
Romano. .

Período romano
Durante o período romano, as terras denominadas de Hispânia passaram por diversas
alterações administrativas. No período republicano, existiam as províncias da Hispânia
Citerior e da Hispânia Ulterior. Em 27 a.C., o general Agripa criou as províncias:
Tarraconense, antiga Hispânia Citerior; a Bética e a Lusitânia, a partir da Hispânia
Ulterior. Em 216, surgiu a Nova Hispânia Citerior Antoniniana, na região noroeste da
península, aproximadamente onde hoje são as Astúrias. Diocleciano reuniu essas
províncias, inclusive a Baleárica, a Tingitana e a Cartaginense, formando a diocese da
Hispânia politicamente dependente das Gálias.

Domínio visigótico
A partir do século II a Roma começou a perder sua influência sobre a Hispânia. Como o
conseqüência do enfraquecimento do Império Romano e a incapacidade de defender as
fronteiras do território que lhe pertencia, tribos germânicas (alanos, suevos e vândalos
conquistaram a península ibérica por volta do ano 410. Os suevos se estabeleceram na
parte ocidental, aproximadamente onde atualmente é a Galiza e o norte de Portugal. Os
vândalos inicialmente ocuparam a região oriental e sul da península.
Em 412 os visigodos fundaram um reino no sul da atual França, sediado em Tolosa. Aos
poucos, o reino visigodo foi se expandindo ao sul e deslocando dos vândalos que, no ano
de 429 migraram para a África. A capital visigótica foi então movida para Toledo.
Atribui-se que o apogeu do Reino Visigótico se deu durante o reinado de Leovigildo (572
- 586). Em 585 os visigodos capturaram o rei dos suevos.
Os visigodos eram os mais romanizados dos povos bárbaros. Eles mantiveram o sistema
legal romano. O modo de produção era parecido próximo do sistema feudal típico, e a
religião predominante a católica. A cristologia classificada como heresia pela Igreja
Católica denominada Arianismo propagou-se pelo reino, sendo combatida pelo rei
católico Recaredo.

O controle do Islão
Os territórios árabes, junto com a fé islâmica, tinham se propagado velozmente. Em 711,
os muçulmanos (árabes e berberes) já tinham o controle no norte da África. Ainda no
mesmo ano, liderados por Tárique capturaram e mataram o rei visigodo Rodrigo na
batalha de Guadalete.
Em 773, em virtude da derrota da dinastia omíada pelos abássidas, o emir Abderraman I
torna o Emirado de Córdoba independente do de Damasco, da qual fazia parte. Após seu
reinado, sobe ao poder Abderraman II. Em 929 Abderraman III criou o Califado de
Córdoba.

Reconquista
Naturalmente o avanço dos mouros não se deu sem resistência. Os adeptos do Islão
estenderam seus territórios até o sul da atual França, quando foram derrotados pelos
francos, liderados por Carlos Martel, em 732.
Antes disso, porém, já havia esforços por parte de povos cristãos para expulsar os
muçulmanos da Península Ibérica. A primeira vitória contra os mouros dentro da
península foi empreendida por Dom Pelágio, o primeiro rei de Astúrias, na batalha de
Covadonga (722). Desde então, e à medida que as vitórias cristãs se foram sucedendo,
começaram a chegar vagas de cavaleiros europeus para ajudar os Reis Cristãos na sua
senda pela reconquista da Península Ibérica, eram as primeiras Cruzadas. Como sinal do
reconhecimento e mérito pela ajuda, os reis Cristãos davam aos cruzados porções de
terra, títulos, e casamento com filhas de nobres locais, ou até mesmo do próprio rei,
ficando com o dever de gerir o território, lutar contra os Mouros e prestar vassalagem ao
Rei.
Isto veio fazer com que a Reconquista não fosse exactamente uma cooperação entre reis
Cristãos contra os Mouros, pois na realidade, os reinos cristãos no norte da Península
Ibérica guerrearam uns com os outros (na luta pelo poder, sucessões ao trono, ou até
mesmo a indepêndencia. Muitos condados tentaram a indepêndencia, mas só o Condado
Portucalense conseguiu, tornando-se mais tarde no Reino de Portugal) tanto quanto
contra os muçulmanos. Os dois principais reinos cristãos eram: o Reino de Astúrias
sediado em Oviedo; e Navarra. Com as derrotas dos omíadas foi criado o Reino de Leão
em 913. Sancho III de Navarra pôs seu filho Fernando na liderança de Castela. Ele
conseguiu unir Navarra, Galiza, Astúrias e Leão sob sua liderança. Com a morte de
Fernando, o reino foi dividido entre os filhos Afonso, Sancho e Garcia. Garcia nunca
chegou ao poder; Afonso foi exilado após tentar tomar o poder de Sancho. Após a morte
de Sancho II, Afonso retornou ao trono de Castela.
Castela e Portuscale (Portugal) passaram a ser então os dois reinos a fazer frente aos
Mouros, uma vez que Castela conseguia unir debaixo da mesma coroa Galiza, Astúrias,
Navarra e Catalunha. Portuscale conseguiu mais eficazmente e rapidamente expulsar os
Mouros, sendo que no final do século X, o rei Dom Sancho I (1189 - 1191) conseguiu
expulsar definitivamente os Mouros do Algarve, terminando assim a reconquista
portuguesa. A Partir daqui, Portugal foi afirmando a sua indepêndencia e identidade, até
ao século XV, em que foram iniciados os Descobrimentos, com a exploração e conquista
do norte de África. Castela já foi bem mais lenta na sua reconquista, sendo que a
terminou por completo nos finais do século XIII.
Aos poucos as terras de domínio mouro foram se reduzindo até uma pequena porção em
Granada. A Espanha foi unificada através dos reis católicos: Isabel I de Castela e
Fernando II de Aragão. Sob seu reinado, os mouros foram expulsos da Península Ibérica,
o poder da nobreza foi reduzido e castelos de nobres foram destruídos. Os mouros e
judeus foram obrigados ao batismo ou ao exílio, caso recusassem eram mortos.

A conquista da América
Ainda no período dos reis católicos, a Espanha empreendeu uma política de
financiamento de exploraçoes marítimas, rivalizando poder com Portugal. Entre elas, a
viagem de Cristóvão Colombo tornou a América conhecida à Europa. A partir desse fato,
a Espanha colonizou as terras do Novo Mundo e através de seus conquistadores, diversos
povos indígenas foram reprimidos, como as civilizações Inca, Asteca e Maia.
Para evitar disputas com outras nações européias, a Espanha firmou com Portugal através
do Papa Alexandre VI o Tratado de Tordesilhas, para definir os territórios do Novo
Mundo que pertenceriam a cada país.
A Espanha trouxe do continente americano gigantescas porções de prata e ouro.
Entretanto esse modo de exploração foi prejudicial ao país. Enquanto a economia era
dependende das colônias na América, outras atividades como o comércio não foram
desenvolvidas como em outros países, por exemplo a Inglaterra. Isso provocou a
desvalorização da moeda espanhola e diversas crises econômicas.

Dinastia Habsburgo
O Império Colonial Espanhol atingiu seu auge e declinou sob a dinastia dos Habsburgos.
A Espanha obteve sua maior extensão sob Carlos I, também intitulado Imperador Carlos
V do Sacro Império Romano-Germânico.
Após a morte de Carlos I em 1556, o extenso reino se dividiu em duas porções: o Sacro
Império de um lado; a Espanha e os Países Baixos de outra, sob o controle de Filipe II.
Em 1580, com a morte de Dom Henrique, Filipe II unifica as coroas portuguesa e
espanhola sob seu poder.
A grande extensão gerou conflitos internos. Em 1640 Portugal readquire sua
independência. Em 1648 o rei Filipe IV reconhece a independência dos Países Baixos
com o fim da Guerra dos Oitenta Anos. A o domínio de Filipe V, da dinastia Bourbon,
que persiste até hoje.

Período Napoleônico
Filipe V foi sucedido por Fernando VI, Carlos III e Carlos IV. No governo desse último,
as tropas de Napoleão Bonaparte invadiram o território espanhol e puseram o irmão José
Bonaparte no poder. A casa dos Bourbon foi restaurada em 1813 com a posse de
Fernando VII. Nesse período de agitação interna, as colônias espanholas na América
tiveram a oportunidade de lutar por sua independência. Até 1830, a Espanha tinha
perdido a maioria de suas colônias no continente.
Governo de Fernando VII
Fernando VII
Durante o período de 1814 a 1820, restabelece o governo absolutista dos antecessores
Bourbons. Suas medidas foram de repressão aos liberais, que pretendiam a criação uma
constituição. Uma revolta chefiada por Rafael de Riego obriga o rei a aceitar uma
constituição. Esse período (o Triênio Liberal) dura de 1820 a 1823. Nesse ano o rei
promoveu um golpe de Estado e restabeleceu o absolutismo.

Guerras Carlistas
A sucessora de Fernando VII após sua morte em 1833 foi sua filha Isabel II porém, o
cunhado Carlos María Isidro, auto-intitulado Carlos V reivindicava o trono. Parte do
exército espanhol, liderado por Tomás de Zumalacárregui iniciou a primeira Guerra
Carlista, que durou sete anos. Carlos V é sucedido pelo seu filho Carlos Luís de Bourbon
(Carlos VI) que inicia a Segunda Guerra Carlista entre 1847 e 1860. A seqüencia do
poder não-efetivo dos carlistas continuou com João III e Carlos VII.

Governo Amadeu I da dinastia de Sabóia


Em 1868, Isabel II foi destronada e foi proclamada uma monarquia constitucional. Foi
posto como regente o general Serrano e, em 1870 empossaram Amadeu I da casa de
Sabóia o novo rei. Envolvido com a Terceira Guerra Carlista, iniciada em 1872 e pela
insatisfação popular, Amadeu I renunciou em 11 de fevereiro de 1873.

Primeira República
Com a renúncia da Amadeu I, a população de Madri e deputados republicanos fundaram
a Primeira República Espanhola. São formadas duas correntes principais: os unitários,
que preferem um estado de controle centralizado, e os federais, que propõem uma menor
centralização do poder em favor de regiões administrativas menores.
O primeiro presidente foi Estanislao Figueiras (unitário). Em junho do mesmo ano, a
assembléia constituinte empossa Francisco Pi i Margall (federal). Rebeliões separatistas
por todo o país induzem a renúncia de Francisco Margall, que é sucedido por Nicolás
Salmerón (federal), que ordena ao exército sufocar as revoltas.
Nicolás também se demite, sendo nomeado presidente Emilio Castelar (unitário), apoiado
pelos monarquistas e contra os federais e carlistas. Por não ter maioria no parlamento, o
simpatizante do monarquismo, o general Manuel Campos y Pavía efetuou um golpe de
estado. O general Francisco Serrano assume a presidência, e após seu mandato a
monarquia é restituída, assumindo Afonso XII, filho de Isabel II.

Período de Afonso XIII


No governo de Afonso XIII, filho de Afonso XII, a Espanha passou por dificuldades
políticas como o desastre de 1898 (quando perdeu diversas colônias) e o desastre de
Annual de 1921 quando perdeu numa importante batalha contra Marrocos. Com o apoio
do próprio rei, foi instalada a ditadura de Miguel Primo de Rivera durante 1923 e 1930.

Segunda República Espanhola


Com a renúncia de Primo de Rivera, assumiu como chefe de governo Dámaso Berenguer.
Pressionado pelos republicanos, Berenguer renuncia e é instalada a Segunda República
Espanhola. Afonso XIII saiu do país.
Conflitos entre as forças esquerdistas (que governaram de 1931 a 1933 e de centro-direita
(1933 a 1935) culminaram com a guerra civil.
Um ponto importante nesses conflitos foi o golpe de estado esquerdista de 1934 contra a
entrada no governo da CEDA partido de direita que tinha ganhado legitimamente as
eleições.

Guerra Civil Espanhola (1936-1939)


Conseqüências da Guerra: o controle da cidade de Teruel alternou entre adversários
várias vezes,
o que provocou a quase destruição da cidade. Na foto, soldado republicano
revistando a Plaza de Toros de Teruel em 1 de abril de 1938.
A Guerra Civil Espanhola foi um conflito entre os republicanos, metade dos quais
queriam manter o regime democrático iniciado em 1931 e a outra metade queria uma
revolução que na prática levava a uma ditadura, e os nacionalistas que tinham feito um
golpe de Estado preventivo anti-revolucionario em 1936, e implantado uma ditadura,
chefiada por Francisco Franco.
Desde o golpe de estado de 18 de julho a republica tinha na prática se acabado mesmo na
zona leal onde o golpe não venceu imediatamente sendo sucedida nessa zona primeiro
por diversas ditaduras de partidos e pelo caos anarquista e depois por uma na prática
ditadura comunista. Houve 70 mil assassinados na zona republicana e 55 mil
assassinados na zona nacionalista.
Essa guerra é freqüentemente considerada uma “prévia” da Segunda Guerra Mundial,
pela participação de potências como a Alemanha nazista, a Itália de um lado e a União
Soviética do outro. Outros países democráticos da Europa permaneceram indiferentes às
manobras políticas de Hitler.

Governo Franco
Francisco Franco se tornou ditador no início da guerra civil e dela saiu vencedor. Seu
governo foi tipicamente autoritário e de partido único. Apesar das semelhanças com a
ideologia fascista, a Espanha permanceu neutra durante a Segunda Guerra Mundial. No
pós-guerra, no período da Guerra Fria, o país se aliou ao bloco capitalista.
Durante a década de 1960, a Espanha passou por uma fase de crescimento econômico,
propiciado pela expansão do turismo e pela entrada de divisas de emigrantes. Surgiram
grupos terroristas como o ETA e o FRAP, e a repressão veio inclusive sob a forma de
pena de morte.
Em 1969 Juan Carlos I de Bourbon foi nomeado rei. Ainda com a monarquia
estabelecida, Franco continuou como chefe de governo até 1975, ano da sua morte.

Transição para a democracia (1975-1982)


O rei Juan Carlos teve importante participação na transição democrática espanhola. Entre
as medidas relevantes do presidente nomeado pelo rei Adolfo Suárez estão:

• Um plebiscito no qual o povo espanhol aprovou o sistema de democracia


parlamentarista;

• A convocação de uma eleição para definir os representanrtes que participariam da


construção de uma nova constituição (concluída em 1978).
Na primeira eleição democrática pós-Franco, o partido de direita UCD atingiu a maioria
dos votos. Contudo esse partido não tinha unidade. Suárez foi substituído por Calvo
Sotelo, que dissolveu o parlamento e marcou novas eleições para 1982. O resultado das
eleições foi uma grave derrota do UCD e a vitória do PSOE, um partido de centro-
esquerda.

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