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Redes sociais
Palavras‐chave
Redes sociais
Myspace, Facebook, Orkut, Hi5, Ning
Redes sociais
Conceito de rede social virtual
Enquanto seres sociais, os seres humanos procuram constantemente interagir com
outros, nas mais diversas ocasiões. O desenvolvimento da Internet, ao colocar à
disposição de todos novas e diversificadas formas de comunicação, acabou
inevitavelmente por conduzir ao aparecimento das redes sociais virtuais e originar
novas formas de socialização. As redes sociais virtuais são, portanto, um resultado
dessa necessidade inata de comunicar do ser humano, aplicado às redes web.
Os conceitos de comunidade virtual e rede social online podem confundir‐se, embora
Boyd & Ellison (http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/boyd.ellison.html) ajudem a
traçar limites entre as fronteiras, definindo e especificando as redes sociais virtuais
como «serviços online que permitem aos indivíduos:
1‐ criar um perfil público ou semipúblico dentro de um sistema com regras;
2‐ criar uma lista de outros utilizadores com quem partilham uma ligação;
3‐ ver e cruzar a sua lista de contactos e as listas criadas por outros dentro do
sistema;
A natureza e a nomenclatura dessas ligações entre indivíduos pode variar de site para
site.»
O objectivo de uma rede social virtual é permitir ao utilizador expressar‐se de um
modo pessoal e contactar com outros indivíduos que partilhem interesses
semelhantes. Assim, os sítios Web destinados à interacção social virtual estão
especificamente desenhados para os utilizadores partilharem informações acerca de si
(tais como a idade, data de nascimento, os filmes e livros favoritos, opiniões, entre
outros) e convidam, na sua grande maioria, ao envolvimento de terceiros, através da
possibilidade de comentar os diversos elementos colocados nessa página pessoal.
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Redes sociais
Origem e desenvolvimento das redes sociais virtuais
The Well (Whole Earth 'Lectronic Link), na rede desde 1985 e que ainda hoje subsiste, é
considerado o precursor das comunidades online.
Figura 1. Logótipo do mIRC, protótipo das redes sociais actuais
Contudo, será apenas nos anos 90, com a massificação da Internet, que surge aquele
que durante muitos anos irá ser o principal canal de comunicação e de interacção on‐
line: o IRC (Internet Relay Chat), protocolo de comunicação na Internet. Embora o
mIRC (programa mais popular de IRC) não seja uma rede social, permitia alguma
interacção, possibilitando a troca de mensagens e de arquivos em tempo real. Com o
aproximar do fim do século, o IRC veio a ser ultrapassado pelo MSN e pelo Yahoo
Messenger, no que às mensagens instantâneas concerne, e pelos sítios de redes sociais
virtuais, no que respeita a uma abordagem comunicacional mais geral.
Em 1997, o Sixdegrees tornou‐se a primeira rede social propriamente dita: os seus
utilizadores podiam criar perfis, listas de amigos e, a partir de 1998, visitar as listas de
amigos dos amigos. A sua popularidade estimulou o aparecimento de inúmeros outros
serviços, como o AsianAvenue, o BlackPlanet, ou o MiGente, permitindo aos seus
utilizadores criarem perfis pessoais e visitarem os perfis dos contactos dos seus
amigos.
É nesta vaga que surgem as redes que hoje dominam a Internet: MySpace e Hi5 em
2003, Orkut e Facebook, um pouco mais tarde.
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Redes sociais
Figura 2. Logótipos das principais redes sociais actuais.
O MySpace, um dos mais populares, começou por ser conhecido como um sítio para a
divulgação de música, que as bandas de rock alternativo aproveitavam para promover
a sua música, os seus concertos, o seu merchandising, disponibilizando temas e
interagindo com os fãs. Isto rapidamente começou a atrair cada vez mais utilizadores,
sobretudo entre o público jovem.
A popularidade e o sucesso deste sítio foi, e continua, a ser imensa. Daí que, em 2005,
a News Corporation, propriedade do magnata Rupert Murdoch, tenha adquirido o
Myspace por 580 milhões de dólares, validando, em termos empresariais, todo o
sucesso que os sites sociais estavam a atingir na Internet.
Por todo o mundo, as redes sociais conquistavam cada vez mais adeptos,
estabelecendo os seus nichos de mercado: o Friendster nas Ilhas do Pacífico, o Orkut
no Brasil e na Índia, o Mixi no Japão, o LunarStorm na Suécia, o Bebo no Reino Unido,
Austrália e Nova Zelândia, o Hi5 em alguns países da América Latina e também em
Portugal.
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Redes sociais
Figura 3. As redes sociais no mundo
(fonte:http://valleywag.com/tech/notag/the‐world‐map‐ofsocial‐networks‐273201.php)
A imagem acima retrata um estudo efectuado pela empresa Alexa, mostrando a
dominação dos sítios de redes sociais por país, na sociedade actual. O mapa revela
também aquele que é o novo líder dos sítios sociais, o Facebook, que ultrapassou em
termos de utilizadores mundiais o MySpace.
O Facebook teve o seu início em 2004, como uma rede social on‐line para os
estudantes da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Começou por alargar a
utilização a estudantes de outras universidades norte‐americanas, em Setembro de
2005 permitiu o acesso a alunos dos liceus daquele país e em 2006 tornou possível que
qualquer pessoa se registasse e criasse um perfil, o que lhe permitiu rapidamente
assumir a liderança, sobretudo nos países de tradição anglo‐saxónica. Muitos teóricos
da web apontam várias razões para este sucesso. As principais são:
‐ Simplicidade e facilidade de acesso aos conteúdos;
‐ Algum esgotamento do modelo MySpace, acusado de ser confuso para
utilizadores menos experientes;
‐ Possibilidade de mostrar os perfis apenas a quem se desejar (algo já seguido
pela esmagadora maioria das redes);
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Redes sociais em Portugal
Em Portugal, tal como já mencionámos, o Hi5 é o site social com maior difusão.
No seu blogue Mas Certamente que Sim, o jornalista especialista em assuntos de
Internet Paulo Querido define assim este site:
«De longe o (sítio social) preferido dos portugueses. Tem um problema, que é também
uma razão para ponderar o seu uso: não há adolescente português sem uma conta no
Hi5. A proximidade com a realidade social das camadas abaixo dos 25 anos justifica
conviver com tanto ruído.»
Se a isso juntarmos o facto de o Hi5 ser actualmente o segundo sítio mais visitado em
Portugal (atrás apenas do google.pt, e à frente de YouTube, Sapo, Google.com, MSN,
Blogger.com, Yahoo! e Wikipedia), com mais de 2 milhões de utilizadores mensais,
facilmente constatamos a importância que esta rede social assumiu nos hábitos dos
nossos jovens. Desde o Verão deste ano, o Hi5 está também disponível para
plataformas no telemóvel. O Hi5 Mobile pode ser acedido a partir de qualquer rede
móvel, em m.hi5.com e permite, entre outras operações, a visualização de perfis,
adicionar e ver o estado de amigos e enviar e receber mensagens e convites.
A proliferação da web 2.0 gerou o aparecimento de algumas redes sociais criadas no
nosso país, como o amiguinhos.com e o spot.sapo.pt, lançado em Novembro de 2007,
e ainda na sua versão Beta.
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O Second Life
O Second Life é um caso à parte no seio das redes sociais, devido à sua forte vertente
empresarial e comercial e ao facto de pretender replicar o mundo real mediante a
criação de cenários 3D. Criado em 2002 pela Linden Labs, o Second Life, ao contrário
das outras redes sociais, exige a instalação de um pequeno programa no computador
para aceder ao ambiente virtual. Depois os utilizadores podem criar avatares
(personagens virtuais), interagir com outros avatares, construir qualquer tipo de
objecto, trocar e comprar criações feitas, assim como comprar terrenos virtuais.
Fundamentalmente, e à imagem da Web 2.0, é um ambiente que vive da presença e
criatividade dos utilizadores, ou seja, fornece todas as ferramentas necessárias para
que cada um dos participantes possa criar um pedaço desse mundo. Tudo o que
podemos ver no interior do SL é criado pelos seus utilizadores sem qualquer
orientação ou direcção. A única linha orientadora deste universo acaba por ser a
constante tentativa de replicação do mundo real, através dos monumentos, das
personagens, suas roupas e qualidades físicas, assim como hábitos e comportamentos
das comunidades no SL.
Figura 4. Exemplos de cenários virtuais 3D no Second Life.
No Second Life existe um Mercado Virtual que, de acordo com as palavras do próprio
site, «actualmente envolve milhões de dólares em transacções mensais. Essas
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transacções são realizadas na moeda própria do Second Life, o Linden Dólar, que
depois pode ser convertida em Dólares».
Nos primeiros anos, a mensalidade de permanência no SL rondava os 12 euros, mas
em pouco tempo a Linden Labs percebeu que poderia ter um maior impacto se
mudasse a sua estratégia financeira e se concentrasse apenas na disponibilização de
«espaço» virtual nos seus servidores. Esta mudança estratégica veio abrir as portas do
SL ao permitir que qualquer pessoa pudesse entrar e passear nos mundos do SL de
forma completamente gratuita, podendo mesmo utilizar as ferramentas para criar
objectos e personagens gratuitamente. A única situação em que o utilizador precisa de
recorrer ao dinheiro é quando quer adquirir um «terreno» (ilha) e aí passa a pagar uma
mensalidade à Linden Labs ou, então, quando deseja comprar produtos virtuais
(roupas, carros, casas, etc.) a outros utilizadores/criadores do SL. Em Maio de 2008,
eram mais de 13 milhões os utilizadores com contas criadas, de acordo com dados
fornecidos pelo próprio site.
Para as empresas, os benefícios derivam acima de tudo do nível da exposição e do
marketing. Empresas como a Peugeot e a Renault, por exemplo, usaram o Second Life,
apresentar os seus novos modelos em salões virtuais, e mesmo em Portugal tivemos o
exemplo da candidatura de António Costa à Câmara Municipal de Lisboa, que teve
«direito» a uma sede de campanha virtual no SL.
O que é o Ning?
Tal como o Second Life, o Ning é um caso particular de rede social. Em primeiro lugar
porque não é uma mas milhares de redes sociais! O Ning é uma plataforma que
permite que qualquer pessoa crie uma rede social e a desenvolva de acordo com as
suas ideias, necessidades e ambições.
A plataforma foi criada em Outubro de 2005 por Marc Andreessen (criador, entre
outros, do Netscape) e o nome, proveniente da China, significa Paz. Como todas as
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outras redes sociais, qualquer rede que é criada no Ning permite criar perfis, trocar
mensagens, vídeos, fotos, deixar mensagens nos perfis dos amigos, etc.
Conta com mais de 30 mil redes sociais dentro das quais podemos encontrar
professores, formadores, artistas, bibliotecários, informáticos, e algumas empresas e
lojas conhecidas.
Alguns exemplos:
Redes de bibliotecários:
http://librarians.ning.com
http://bibliotecariosydocentes.ning.com
http://iaslonline.ning.com
Rede de professores:
http://nextgen.ning.com
Rede de formadores:
http://formadorespt.ning.com
Como funcionam as redes sociais virtuais?
Para poder aceder às funcionalidades de uma rede social virtual, o utilizador apenas
tem que se inscrever num sítio web que ofereça esse serviço. A maioria (e os mais
populares) dos sítios fornece este serviço de forma gratuita.
São pedidos dados pessoais no acto de inscrição, alguns dos quais serão visíveis aos
outros utilizadores. Os dados partilhados são vistos como uma forma de apresentação
on‐line, permitindo aos interessados procurar afinidades com aquele utilizador e,
eventualmente, solicitar que esse figure na rua «rede de amigos».
Dado que o propósito de uma rede social virtual é fomentar a interacção entre os
vários utilizadores que também acedem a essa rede, cada página pessoal é regida pelo
princípio dos «amigos em rede», ou seja, espera‐se que cada utilizador recém‐inscrito
adicione como seus amigos online todas as pessoas inscritas que já conhece no mundo
real, ficando assim ligado aos amigos desse amigo de forma indirecta. Esses amigos,
por sua vez, ao aceder à página pessoal do utilizador que já conhecem, verão o recém‐
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inscrito e poderão fazer‐lhe um pedido de adição que, caso seja aceite, fará com que
essa pessoa passe a ser também «amigo» de quem fez o pedido.
O valor da rede social virtual de cada utilizador está exponencialmente ligado ao
número de pessoas que se encontram nessa rede. Como se pode verificar, a
designação de «amigo» nas redes sociais é usada de forma bastante alargada, pois
basta que um utilizador aceite um pedido de amizade («friend request») de outro
indivíduo para que este figure na sua «lista de amigos».
A lista de amigos virtuais de uma pessoa é considerada, por muitos, um espelho da sua
popularidade on‐line. Quanto mais amigos figurarem nessa lista, mais popular será
considerado o utilizador, um factor tanto mais importante quanto mais jovem for.
Uma das actividades mais praticadas pelos internautas nas redes sociais virtuais é
navegar pelos perfis à procura de pessoas com um determinado perfil para lhes enviar
pedidos de amizade e, assim, estabelecer algum tipo de contacto com elas.
As páginas de redes sociais oferecem também, geralmente, uma série de outras
funcionalidades que facilitam a comunicação com os demais: o utilizador pode colocar
músicas no seu perfil que são ouvidas por aqueles que acederem à sua página,
escrever artigos na secção do seu blogue, colocar fotografias na sua galeria, enviar e
receber mensagens privadas, tudo em nome da interacção social virtual.
Além da sua página pessoal, o internauta é convidado a navegar pelos perfis dos
outros utilizadores e comentar os conteúdos colocados nos mesmos, estabelecendo
assim uma comunicação com eles. As regras de etiqueta do mundo real também se
aplicam no mundo virtual, e é esperado que haja reciprocidade de comentários.
Os meios de promoção de celebridades ou aspirantes a tais não são alheios ao mundo
das redes sociais virtuais, sendo frequente os artistas dos mais diversos ramos
procurarem mostrar‐se recorrendo a estas redes. Os fornecedores das mesmas,
conhecendo as potencialidades deste tipo de promoção, fornecem, muitas vezes,
páginas de perfil próprias para este tipo de clientes. No caso de celebridades
francamente notórias, é frequente as páginas serem geridas por indivíduos
contratados para tal.
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