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Resenha
AN O 3 ED 6 | JU LH O D EZEMBR O 2014
Todo trabalho intelectual que flerta com um discurso militante, seja acadmico
ou ensastico, est sempre em terreno minado. Muitas vezes um bemintencionado combate ao preconceito acaba por fazer farto uso das armas do
adversrio. No raro que se transformem em panfletos demonizando tudo o que
tido como maioria, dominante ou opressor. O inimigo pode ir desde a
religio crist at a literatura de Shakespeare. Escolas do Ressentimento, como
diria Harold Bloom, pululam. Em certas ocasies o discurso de combate
explcito e assumido, como no vdeo Essa conversa no sobre voc,
produzido pela Rede Nacional de Juventude Negra e estrelado pela atriz Juliette
Nascimento, que provocou polmica na internet em 2012. Toda militncia
apresenta certo potencial explosivo. da natureza do conceito e de sua prxis.
Essa a encruzilhada na qual se encontra o livro O Negro Brasileiro e o
Cinema, do jornalista, pesquisador, roteirista e diretor de vdeos Joo Carlos
Rodrigues, carioca nascido em 1949 e reconhecido especialista na vida e na obra
de Joo do Rio, sobre quem escreveu trs livros. Publicado em 2011 pela editora
Pallas, trata-se da terceira edio, revista e ampliada, de um volume de 1988 que
foi relanado com modificaes em 2001. Nessa nova e caprichada edio,
repleta de ilustraes e fotos still raras, merece destaque a capa, produzida por
Luis Saguar e Rose Arajo, exibindo uma bela e forte imagem em preto e branco
do filme A Deusa Negra, de 1979: um close na atriz Ruth de Souza, usando
paramentos rituais do candombl.
empreitada. Faz questo de destacar que, por no ser eu mesmo negro, procurei
alcanar um grau adequado de iseno, intermedirio entre a emoo e a razo, a
simpatia e a imparcialidade (p. 17). Todo esse cuidado no por acaso: tanto
ganhar apoio quanto sofrer patrulha ideolgica seriam variveis possveis. Em
projetos dessa natureza, toda palavra possui peso e deve ser considerada com
cuidado. O que, felizmente, no faz de Joo Carlos Rodrigues um autor
excessivamente partidrio ou engajado. Pelo contrrio. Ele obviamente
simptico ao objeto de anlise, mas no um apologista. Sua militncia ,
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roteiro, no resta dvida, embora nem todos tenham percebido isso, distrados
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militncia. Deixa claro que essa conversa sobre os negros, escrita por um