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Ps-doutor em Teoria Literria (IEL-UNICAMP, 2009). Doutor em Estudos Literrios (FCL-UNESPAraraquara, 2001). Docente do Centro Universitrio de Araras Dr. Edmundo Ulson (UNAR).
carloseduardo@unar.edu.br
O carter inovador dos recursos da forma narrativa nesse romance tinha sido indicado por
Adonias Filho. Em estudo publicado no livro O Romance Brasileiro de 30, o romancistacrtico afirma:
[...] Lendo-se o romance O Albatroz , sem a menor dvida na
sequncia tolstoiana, logo se verifica a atualidade no tratamento, o timbre
moderno, o interesse em fundir com certas normas tcnicas uma estria
que daria um bloco fisicamente gigantesco na carpintaria tradicional. No
fossem os recursos da estrutura e provavelmente o romance no venceria
o grande obstculo. (ADONIAS FILHO, 1969, p.122)
Autor de estilo vigoroso e de flego suficiente para erigir uma obra de dimenses
equivalentes monumental Guerra e Paz, Jos Geraldo Vieira, imbudo da sensibilidade
artstica de seu tempo, optou pela justaposio de acontecimentos que, assim reunidos, do
sequncia narrativa um ritmo de vertigem e desassossego. Os episdios so bruscos, e no
h trgua no acumular de suas irrupes. Quanto s personagens, so apresentadas
sucintamente. Embora seja possvel perceber que a morte as espreita, devido apreenso
decorrente da prpria dinmica da exposio, a narrao da fatalidade feita por meio de
recursos que acentuam o carter sbito do acontecimento trgico.
Adonias Filho observa que uma das opes tcnicas bem sucedidas o emprego do dirio
na parte final do livro. Evitando o processo descritivo, Jos Geraldo Vieira
[...] penetrou em cheio na zona mais conflagrada da estrutura. Aquele
impressionismo, que sempre encontra um correspondente em todos os
artistas modernos, que se diria escapar dos nervos de um tempo
apocalptico, o que enraza O Albatroz na estrutura revolucionria.
(ADONIAS FILHO, 1969, p.123)
BOSI, Alfredo. Histria concisa da literatura brasileira. 38. ed. So Paulo: Cultrix,
2001.