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INTRODUÇÃO

BREVE RESENHA HISTÓRICA


AUTO-CONHECIMENTO: MELHOR COMPREENSÃO DOS OUTROS
OS NOVE TIPOS DO ENEAGRAMA

INTRODUÇÃO
A análise da expressão “Pessoas Negativas Iluminam a Sala Quando Saem” levou-
me a consultar diverso material, do qual entendi serem merecedoras de realce as
várias formas de tipificar os padrões comportamentais do ser humano. De entre
estes, elegi o Eneagrama, por ser aquele que pior conhecia. O presente trabalho,
se bem que tomando como ponto de partida a frase proposta, espraia-se por
horizontes mais alargados, onde procuro confrontar reacções menos correctas
(negativas) com outras mais correctas (positivas), não apenas do ponto de vista
social, mas também individual, como chaves mais válidas para a busca da felicidade
em que cada um de nós anda mais ou menos empenhado (diria antes, na busca de
nós próprios).

Logo que nascemos, vemo-nos confrontados com um meio ambiente distinto e


perturbador, em que aquilo que somos realmente se vai deixando envolver por
nuvens que o encobrem de forma crescente. Sobrepõem-se ao nosso Verdadeiro
Eu aquilo que os nossos pais queriam que fossemos, o sonho daquilo que
desejaríamos ter sido, aquilo que julgamos ser, aquilo que queremos ser, aquilo que
temos de ser e aquilo que não queremos ser. Dessa luta constante resultam traços
comportamentais que tendem a consolidar-se, acabando por definir a
personalidade.

O Eneagrama não é mais que um meio de ajudar cada um de nós a descobrir o que
existe oculto sob as nuvens e eventualmente uma ajuda preciosa na modificação do
que entendermos como menos correcto no nosso comportamento.

BREVE RESENHA HISTÓRICA


O diagrama a que se recorre foi introduzido por Pitágoras (o nono de um total de
dez, composto por um círculo, um triângulo equilátero e um hexado) na sua escola
de desenvolvimento interior, onde se visava que cada aluno vencesse as paixões,
dominando corpo, mente e emoções por meio da interiorização com recurso ao
silêncio, à ascese e à disciplina, o que lhe permitiria viver harmoniosamente com o
universo envolvente.

Vários foram os que mantiveram vivas essas teorias, que foram abraçadas mais
tarde, em 350 por António de Alexandria, aquele que esteve na origem dos que
ficaram conhecidos como padres do deserto. Um deles, Evagrius Ponticus
(teólogo grego particularmente culto, nascido em 345 na actual Geórgia, nas
margens do Mar Negro), foi quem de entre eles primeiro redigiu livros; em dois
deles (“Praktikos” e “Chapitres sur la Pière”) ele refere os vícios que distraem ou
pensamentos diabólicos (que acabariam por tornar-se os sete pecados capitais do
cristianismo) e é por ele indicada a dinâmica entre os vários tipos (primeiro
reconhecer o tipo, observar onde a energia flui e onde é bloqueada, assumir que a
origem da maior fraqueza é também a do dom mais importante, para que a paixão
seja transformada no fruto divino que cada um contém no seu âmago).

Cerca do século V, surge o sufismo, ramo místico do islamismo, assente na Jihad


(guerra santa contra o ego), no transe dos dervixes e na caligrafia simbólica e o
Wajh Allah (Sinal da presença de Deus) baseado no mesmo diagrama mas
abordando as paixões de um ponto de vista manifestamente diferente daquele.

Mais tarde, no século XIV, Dante Alighieri, o florentino que nos legou a “Divina
comédia”, recorre a todo o simbolismo envolvente das nove paixões do Eneagrama.
No século seguinte, o poeta e filósofo inglês Geoffrey Chaucer, autor dos “Contos
de Cantuária”, estabelece a correspondência entre cada paixão (pecado) e uma
virtude que permite equilibrá-la.

O filósofo e escritor Georgii Ivanovitch Gurdjieff (nascido em Alexandropol, no Mar


Negro, em 1877, pouco depois de a sua província natal ter sido conquistada pelo
czar russo ao império otomano), cujo saber resultou do confronto entre diversas
culturas e religiões tanto ocidentais como orientais (tradições ortodoxa, sufi e
tibetana), foi quem primeiro tirou partido do Eneagrama, no caso para evidenciar
junto dos seus alunos quais os pontos onde as fixações (manifestações do ego)
daqueles suplantavam o livre-arbítrio que lhes era próprio.

O boliviano Oscar Ichazo (nascido em 1931), após ter viajado durante vários anos
pelo Médio Oriente, no decorrer dos quais foi iniciado no sufismo, organizou em
1970 um estágio em Arica (Chile) no qual participaram cerca de cinquenta
investigadores de todo o mundo, onde, de entre as diferentes técnicas de evolução
espiritual por ele transmitidas, avultava o Eneagrama.

Os posteriores desenvolvimentos do Eneagrama são devidos à intervenção directa


(entre muitos outros nomes sonantes) de Claudio Naranjo (médico chileno a viver
em Espanha), Alexandro Jodorowski, Helen Palmer (psicóloga americana) e
Bob Ochs (padre jesuíta americano).

A actual difusão do Eneagrama é devida a três alunos de Bob Ochs: o padre


O’Leary, Maria Beesing e Robert Nogosek, que, rompendo com a tradição oral,
publicaram em 1984 o primeiro livro sobre o tema, passando assim para o domínio
público, tal como ocorreu com várias outras tradições milenares esotéricas.

AUTO-CONHECIMENTO: MELHOR COMPREENSÃO DOS


OUTROS
Neste campo, são tidos como nossos valores seguros a intuição, o sentido de humor
e a certeza da beleza interior do próximo (consideradas que são a sua diferença e
carácter único). O Eneagrama, como sistema, ao estruturar e desenvolver cada
uma dessas qualidades, tem por objectivo auxiliar o alargamento do nosso próprio
ponto de vista.

A cada momento, em cada um de nós, diferentes forças se confrontam, podendo


estas ser assinaladas por critérios que nos fazem agir de uma e não de outra
forma. Depende de nós optar por nos deixarmos conduzir pela paixão e contribuir
para o aumento da agressividade e tensão ambiental ou, pelo contrário, agir de
forma consciente, adaptando o comportamento de molde a promover a paz e a
concórdia (o elo de ligação microcosmo - macrocosmo é aqui bem evidente).

Estabelecendo um paralelo entre o Eneagrama e a mitologia greco-romana,


temos os tipos:
1 - Cronos/Saturno,
2 - Hera/Juno,
3 - Gaia,
4 - Vénus/Afrodite,
5 - Atena/Minerva,
6 - Reia/Cibele,
7 - Hermes/Mercúrio,
8 - Zeus/Júpiter,
9 - Urano,

que agiriam respectivamente:


1 - respeitando as regras,
2 - prestando serviço,
3 - vencendo,
4 - vivendo as emoções,
5 - raciocinando,
6 - sendo prudentes,
7 - aproveitando o momento,
8 - mostrando a sua força,
9 - procurando a harmonia.

Actualmente, cada um dos nove pontos do Eneagrama possui um número e um


nome que em certa medida traduz a tendência dominante:
1 - perfeccionista/juiz,
2 - altruísta/ajudante,
3 - batedor/narcisista,
4 - romântico/artista,
5 - observador/espectador,
6 - leal/herói,
7 - epicúrio/oportunista,
8 - chefe/dono,
9 - mediador/pacificador.

A relação entre a paixão e a virtude que lhes são próprias podem esquematizar-se:
1 - cólera/serenidade,
2 - orgulho/humildade,
3 - mentira/verdade,
4 - cobiça/equanimidade,
5 - avareza/desprendimento,
6 - medo/coragem,
7 - gula/sobriedade,
8 - desregramento/inocência,
9 - preguiça/acção justa.

Retomando a introdução, podemos concluir que cada um de nós possui um traço


de carácter (fixação) que constitui um eixo ao redor do qual assenta a
personalidade. Essa fixação advém das defesas que ainda em crianças construímos;
essa fixação é habitualmente inconsciente e está profundamente enraizada nos
nossos hábitos; essa fixação limita a nossa visão do que nos rodeia à forma como
vemos as coisas. Observando este tema por outro prisma, constatamos que os
hábitos visíveis não são mais que a parte visível do icebergue, pois assentam nas
motivações inconscientes, ou seja, em comportamentos repetitivos desenvolvidos a
partir da adopção de mecanismos de defesa face às sensações que
experimentámos na infância.

Encarando cada ponto do Eneagrama como um tipo específico de eu principal,


podemos verificar que ele se desdobra em outros dois tipos de pequeno eu, que
regem o nosso comportamento, consoante estejamos em segurança ou sob
pressão. Assim, observamos que o 1 - perfeccionista, tende a assumir as
características do 7 uma vez em segurança, mas sob pressão assume as do 4.
Seguindo as linhas constituintes do Eneagrama, constatamos facilmente quais os
pequenos eus de cada tipo.

Resumindo drasticamente esta temática, podemos dizer que várias facetas nos
constituem, sendo uma delas a dominante, da qual nos orgulhamos. Os nossos
hábitos o nosso sistema de valores estão interligados, dependendo os últimos na
percepção do mundo que tivemos na infância. O reconhecimento do nosso tipo
permite a conversão do ego. O Eneagrama esquematiza o estudo da
personalidade, explica a razão do nosso comportamento duma forma universalista
e é dinâmico (ao contemplar as várias facetas de cada um e a sua evolução
possível com base no livre-arbítrio); permite ainda ser a base do nosso progresso
psicológico e do aperfeiçoamento espiritual.

OS NOVE TIPOS DO ENEAGRAMA


Segue-se um resumo do qual constam os aspectos positivos e negativos mais
notórios em cada tipo. De acordo com alguns autores, estes podem agrupar-se por
tendências. Assim, temos o grupo dos materialistas (com os tipos 1, 2 e 3), o dos
sentimentais (com os tipos 4, 5 e 6) e o dos pensadores (com os tipos 7, 8 e 9).

Tipo 1 - perfeccionista/juiz
Precisa de ter razão e de justificar a sua posição. Tenta ser o mais perfeito e ajuda
os outros nesse sentido.
Aspectos positivos: perspicaz, sensato, realista, tolerante, racional, justo, ético,
com forte integridade pessoal, moral, idealista, reformador, cruzado.
Aspectos negativos: opinioso, crítico, fariseu, demasiado exigente, condenador,
punitivo, demasiado perfeccionista, enfadonho.

Tipo 2 - altruísta/ajudante
Precisa de ser amado, apreciado e que tenham necessidade dele; de exprimir os
seus sentimentos e de ser correspondido, vendo reconhecido o seu valor.
Aspectos positivos: altruísta, atencioso, simpático, compassivo, preocupado,
generoso, amigo de ajudar, demonstrativo, bem-intencionado, sacrifica-se pelos
outros.
Aspectos negativos: superior, obsessão com a sua indisponibilidade, manipulador,
culpabilizador, coercivo, arma-se em vítima e mártir, auto-enganador.

Tipo 3 - batedor/narcisista
Precisa de afirmação e de atenção. Quer ser extraordinário e impressionar,
distinguindo-se aos olhos dos outros.
Aspectos positivos: seguro de si, autêntico, confiante, popular, com tendência para
sobressair dos outros, ambicioso, eficiente, consciente da sua imagem, pragmático,
orientado para uma carreira.
Aspectos negativos: competitivo, narcisista, arrogante, falso, exibicionista,
autopromotor, sadista, tortuoso, calculista, pretensioso.

Tipo 4 - romântico/artista
Precisa de se compreender e de se exprimir e aos seus fortes sentimentos; de
manifestar criativamente as suas reacções emocionais ao mundo.
Aspectos positivos: criativo, inspirado, intuitivo, divertido, emocional, romântico,
artístico, imaginativo, introspectivo, sonhador, auto-absorvido.
Aspectos negativos: temperamental, fraco, melancólico, autocomiserativo, alheado,
deprimido, autodestrutivo, desesperado, presumido, auto-indulgente.

Tipo 5 - observador/espectador
Quer compreender o mundo mas acumula conhecimentos sobre o meio ambiente
para se proteger da sua intimidante experiência.
Aspectos positivos: perceptivo, compreensivo, visionário, descobridor, pioneiro,
inovador, original, intelectual, observador, analítico.
Aspectos negativos: extremista, recluso, fóbico, cínico, obcecado com teorias e
ideias, excêntrico, isolado do meio ambiente.

Tipo 6 - leal/herói
Precisa de segurança, de ser apreciado e da aprovação e amor dos outros para
combater uma tremenda sensação de insegurança e medo paralisante.
Aspectos positivos: independente, cooperante, amável, leal, de confiança,
responsável, tradicionalista, cumpridor, empenhado, organizado.
Aspectos negativos: demasiado obediente para com a autoridade, indeciso,
defensivo, inseguro, demasiado dependente, ansioso, paranóico, masoquista,
ambivalente, cauteloso.

Tipo 7 - epicúrio/oportunista
A sua estratégia para afastar uma sensação da ansiedade é ser o mais activo e
empreendedor possível, fazer e possuir cada vez mais de tudo.
Aspectos positivos: alegre, compreensivo, grato, multitalentoso, entusiasta,
animado, extrovertido, hiperactivo, brilhantemente dotado, jovial.
Aspectos negativos: diletante, exagerado, ganancioso, obnóxio, obcecado com
novas experiências, debochado, egoísta.

Tipo 8 - chefe/dono
Precisa de se sobrepor a si próprio, aos outros e ao meio ambiente; de produzir
impacto sobre a história e de fazer tudo à sua maneira.
Aspectos positivos: corajoso, positivo, confiante, forte, com grandes qualidades de
chefia, autoritário, imponente, nobre, empreendedor.
Aspectos negativos: déspota, agressivo, teimoso, dominador, intimidante,
conflituoso, ditador, megalomaníaco, beligerante, violento.

Tipo 9 - mediador/pacificador
Conservador a qualquer preço, tem o desejo premente de se fundir com os outros,
evitando assim conflitos e tensões. Esquece-se de si próprio por hábito.
Aspectos positivos: satisfeito, receptivo, estável, pacífico, optimista, genuíno,
complacente, afável, calmo, paciente, controlado.
Aspectos negativos: enfatuado, irreflectido, descuidado, ineficaz, foge aos conflitos,
esquecido, com comportamento de avestruz, demasiado rotineiro.

BIBLIOGRAFIA
Salmon, Éric - “ABC de L’Ennéagramme”, Jacques Grancher, Paris, France, 1997 (“O
Fantástico Mundo do Eneagrama”, Editora Pergaminho, Cascais - Portugal, 2000)
Godwin, Malcolm - “Who are you? 101 ways of seeing yourself”, Carrol & Brown,
2000 (“Quem sou Eu? Teste a sua Personalidade”, Círculo de Leitores, Lisboa, 2001)

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