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Conto de Verão nº 2: Bandeira Branca
Neste texto, Conto de Verão nº 2: Bandeira Branca, o personagem-narrador, Píndaro, coloca a
pergunta: "mudou o carnaval ou mudamos nós"?
Devorados pelo tempo, tudo e todos mudamos. Não necessitamos dos questionamentos profundos
de um Proust ou de um Bergson, para perceber que nossas vivências estão muito mais inseridas no
tempo que no espaço.
Esse grande destruidor de civilizações, impérios e cidades faz sempre de nós cadáveres adiados.
Nesta parábola, temos como parâmetros os confetis, as serpentinas, as fantasias e o zum-zum de
marchinhas carnavalescas. Mas as fantasias que vão nos acompanhar nesse cordão finito, nesse
outro baile de curta duração, só descobriremos depois, entre espanto e decepção.
Num aeroporto ou em outro lugar qualquer que reúna viajantes, Janice e Píndaro desvendarão as
respectivas máscaras. Sem prever as que ainda usarão ...
Ficha Técnica:
“Conto de Verão n. 2: Bandeira Branca” – 1999 – de Luís Fernando Veríssimo
Sinopse:
Um garotinho e uma garota se encontram em bailes de carnaval durante anos seguidos.
Comentários:
Os textos de Veríssimo transitam no limite entre crônica e o conto. São breves relatos de ficção. A
linguagem é telegráfica. É objetivo, direto, conciso, sintético (1). Conto de Verão é uma narrativa
romântica, mas sem perder o tom irônico e bem humorado, característico do autor. Veríssimo pinta
um quadro simples e significativo da infância e da adolescência (2), e mostra como fatos
aparentemente sem importância, ocorridos nesses anos, acabam tendo uma grande importância na
vida do adulto. O momento se amplia por quase toda uma vida, destacando a importância dos
momentos de ternura de carnavais da infância (4). É na vida adulta que surgem as frustrações,
contadas com um toque de melancolia, disfarçada com humor (3). Em apenas três páginas o autor
conta tudo sobre a vida dos personagens. Divide o conto em três partes. O Conto de Verão é um
flagrante da vida humana e pode ter acontecido a qualquer pessoa. Uma história bonita e
comovente, ainda que bem humorada.
Fonte:
“Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século” – Diversos Autores – Seleção: Ítalo Morriconi –
editora Objetiva –618 págs. – 2000.
Nota:
A reprodução deste texto tem fins exclusivamente didáticos.
Leia mais sobre o autor:
http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp
Humberto Zanardo