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COM
RESSURREIÇÃO
Esse é a transcrição de uma entrevista com Willian Lane Craig sobre a ressurreição de Jesus, realizado
por The Veritas Forum, o qual foi traduzido, legendado e postado no Blog Deus em Debate.
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Comparada para tentar mostrar paralelos entre certas crenças cristãs e outras religiões do
mundo, incluindo crenças como a ressurreição.
E alguns pensaram ter explicado a origem das crenças dos discípulos como sendo um
resultado das crenças pagãs. Porém, mais tarde o movimento ruiu, principalmente por duas
razões. Primeira: os paralelos eram falsos. Os mitos de deuses que morrer e ressuscitam, como
Adonis e Osiris nas mitologias pagãs não estão ligados a pessoas históricas. Em vez disso, esses
deuses são meramente símbolos da passagem das estações, como: no inverno, o deus morre e na
primavera volta à vida, quando os novos brotos surgem na primavera, trazendo nova vida.
Esses eram só meros símbolos para a passagem das estações. E seria simplesmente impensável
que os discípulos cressem que seu compatriota Jesus de Nazaré tivesse ressuscitado dos mortos
com base nesses mitos dos deuses das estações que morrer em ressuscitam.
Mas, de qualquer forma, simplesmente não existe nenhuma ligação causal entre esses
supostos paralelos e a crença dos discípulos na ressurreição de Jesus. De fato, não há nenhum
traço histórico desses mitos de deuses que morrem e ressuscitam na palestina do primeiro
século. Os discípulos não tiveram nenhum contato com esse tipo de coisas, então a ligação
causal simplesmente está faltando. Terceiro: o que dizer das crenças judaicas sobre a
ressurreição? Novamente, eu descrevi há alguns momentos o quão radicalmente diferentes da
ressurreição de Jesus eram as crenças judaicas sobre ressurreição.
De fato, Joachim Jeremias, um famoso estudioso alemão do Velho Testamento, disse que não
há nada no judaísmo antigo que se compare à ressurreição de Jesus. Com suas crenças judaicas
sobre vida após a morte confrontadas com a crucificação de Jesus, no máximo os discípulos
poderiam simplesmente ter mantido a tumba de seu mestre como um santuário e preservado
seus ossos até o dia da ressurreição no fim do mundo, quando eles esperariam serem reunidos a
Ele e aos justos de Israel no Reino de Deus. Mas, com suas crenças judaicas, eles nunca
poderiam vir com a idéia absurda de que Deus já havia ressuscitado Ele dos mortos. Então,
nenhum desses fatores serve para explicar a origem da crença dos discípulos de que Deus havia
ressuscitado Jesus dentre os mortos.
Nós temos aqui uma crença com nada, em termos de influências históricas prévias, que possa
explicar. Então, me parece que a melhor explicação para a origem dessa crença e para a origem
do movimento cristão é que essa crença é verdadeira: Jesus ressuscitou sim dos mortos, e isso
explica a origem da fé cristã.
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terminado todo o caso simplesmente apontando para o sepulcro fechado de Jesus e dizendo:
“Vejam, o sepulcro está ocupado, ele não ressuscitou dos mortos.” E isso teria sido o fim da
questão.
E, portanto, acho que a exatidão da história do sepultamento fornece uma base poderosa
para firmar a historicidade do relato do sepulcro vazio. E, infelizmente para aqueles que
desejam negar o sepulcro vazio, o sepultamento de Jesus é amplamente reconhecido como um
dos fatos históricos mais dignos de crédito que temos sobre a pessoa histórica Jesus de Nazaré.
Então, aqueles que negam o sepulcro vazio são também forçados a negar a história do
sepultamento, o que é um recurso desesperado já que isso é tão bem atestado historicamente.
Então, isso seria um aspecto.
Outro aspecto da narrativa do sepulcro vazio como encontrada no evangelho de Marcos, é
que essa porção da narrativa foi provavelmente parte do material-fonte antigo de Marcos, o
qual ele usou para descrever a paixão e morte de Jesus, a última semana da vida de Jesus e sua
crucificação. A história do sepultamento marcou o encerramento da paixão de Jesus, quando ele
é deitado no sepulcro e a pedra é rolada sobre sua entrada. E a história do sepulcro vazio
provavelmente era parte da história da paixão porque aquela história não teria nem circulado
sem vitória no seu final. Sem o sepulcro vazio, a história da paixão é incompleta.
Além disso, a história do sepulcro vazio é conectada ao relato do sepultamento por junções
sintáticas e linguísticas, por exemplo, os pronomes utilizados na história do sepulcro vazio têm
seus antecedentes na história do sepultamento, de forma que esse é um relato contínuo. Ora,
nós lembramos que Marcos é o primeiro dos quatro evangelhos, o que significa que seu
material-fonte era ainda mais antigo, e essa narrativa da paixão que inclui a história do sepulcro
vazio, poderia remontar entre os anos 30 dC. Lembre que Jesus foi crucificado em cerca de 30
dC. Então, eles estavam falando de uma fonte que é extremamente antiga sendo, portanto, uma
fonte preciosa de confirmação histórica.
Além disso, a própria história do sepulcro vazio, em terceiro lugar, é extremamente simples e
carece de quaisquer sinais de desenvolvimento lendário. Eu acho que a melhor maneira de
avaliar isso seria comparar aos relatos do sepulcro vazio encontrados nos evangelhos apócrifos,
ou seja, falsificações que datam do segundo século, como o chamado Evangelho de Pedro. No
Evangelho de Pedro, a narrativa descreve a ressurreição do próprio Jesus saindo do sepulcro. A
narrativa prossegue dizendo que, durante a noite, uma alta voz soou dos Céus e a pedra na
entrada do sepulcro rola de volta sozinha. Então dois homens são vistos saindo do Céu e
entrando no sepulcro. Então três homens saem do sepulcro, dois deles carregando o terceiro
homem. As cabeças dos dois homens alcançam as nuvens, mas a cabeça do terceiro ultrapassa
as nuvens. Então uma cruz sai do sepulcro e uma voz do Céu pergunta: “Pregaste tu aos que
dormem?” E a cruz responde: “Sim.”
Ora, é assim que lendas aparentam. Vejam, elas são coloridas com todo tipo de motivos
teológicos e apologéticos. E isso é notadamente inexistente no relato de Marcos sobre o sepulcro
vazio, que parece ser basicamente um relato direto do que realmente aconteceu. Se me permitir
mencionar alguns outros pontos que considero significativos; o sepulcro vazio foi
provavelmente descoberto por mulheres. E eu acho que isso é evidente quando você contempla
dois aspectos do papel delas na sociedade judaica do primeiro século. Antes de tudo, as
mulheres ocupavam uma posição francamente baixa na escada social judaica. Elas eram cidadãs
de segunda classe na Palestina do primeiro século. Isso é evidente em um ditado rabínico, que
diz: “Antes sejam as palavras da Lei queimadas do que entregues a mulheres.” Ou, novamente:
“Ai daquele cujos filhos são fêmeas, mas bendito seja aquele cujos filhos são machos.” Mulheres
não eram tão grandemente consideradas como os homens naquela sociedade.
Em segundo lugar, o testemunho das mulheres era considerado tão inútil que nem lhes era
permitido servir como testemunhas em um tribunal legal. Se um homem fosse visto por um
grupo de mulheres cometendo um crime, ele não poderia ser condenado com base no
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testemunho delas porque seu testemunho era de tão pouca confiança que não seria nem
admitido num tribunal.
Ora, à luz desses fatos, quão extraordinário é o fato de que a história do sepulcro vazio
descreve a descoberta do sepulcro vazio por mulheres! O fato de que são mulheres em vez de
homens que descobriram o sepulcro de Jesus vazio, sugere que este é um relato historicamente
verossímil. Qualquer lenda posterior teria certamente colocado os discípulos homens como
descobridores do sepulcro vazio, Pedro e João por exemplo. O fato de que são mulheres a
descobrir a tumba vazia, mulheres cujo testemunho era inútil e considerado como nada, é mais
bem explicado pelo fato de que, goste ou não, foram elas que encontraram a tumba vazia e os
evangelhos fielmente registram esse fato.
Uma evidência final que deve ser mencionada seria o fato de que a mais antiga controvérsia
judaica, ou propaganda anticristã, pressupõe o sepulcro vazio. A controvérsia judaica mais
antiga lançada contra a proclamação cristã de que “Ele ressurgiu dos mortos”, foi declarar que
os discípulos vieram à noite e roubaram seu corpo. Então, os cristãos responderam que havia
uma guarda na tumba que teria impedido o roubo, e assim por diante. Ora, o mais interessante
nessa disputa não é a historicidade da presença dos guardas, o interessante é aquilo que a
controvérsia judaica estava dizendo em resposta à proclamação cristã “Ele ressurgiu dos
mortos.”
Estavam eles dizendo “esses homens estão bêbados com vinho novo”? Ou, “seu sepulcro
ainda está lá naquela colina”? Não, eles estavam dizendo “os discípulos vieram de noite e
roubaram seu corpo!” Agora, pense nisso por um minuto. Isso implica em que o corpo não
estava lá. A própria controvérsia judaica inicial era uma tentativa de explicar o sepulcro vazio.
E, assim, nós temos uma evidência para o sepulcro vazio que não vem dos cristãos, mas dos
próprios inimigos dos primeiros cristãos, sendo uma evidência histórica de primeira qualidade
porque não vem das fontes que criam na ressurreição, mas das que discordavam dela. Então,
com base em razões como essa e muitas outras, a maior parte dos críticos atuais do Novo
Testamento afirmam a historicidade da história do sepulcro vazio.
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você pensar ou não que as circunstâncias dessa localização são lendárias ou factuais, parte da
narrativa factual. Se a localização em Jerusalém é factual, como é confirmado tanto em Lucas
como em João, então eu acredito que a aparição naquela montanha na Galiléia pode bem ser
outra aparição.
Na verdade, essa poderia ser a próxima aparição mencionada por Paulo, a aparição aos
quinhentos irmãos. Nós não temos nenhuma narrativa explícita disso nos evangelhos. Mas uma
aparição a quinhentas pessoas deveria acontecer ao ar livre, devido ao número de pessoas
envolvidas. Talvez em uma colina na Galiléia onde as centenas haviam se reunido para ouvir
Jesus pregar antes de Sua morte. E é interessante notar que a aparição na montanha em Mateus
é diferente de todas outras aparições porque, enquanto todas as outras eram inesperadas e de
surpresa, a aparição na montanha em Mateus foi marcada.
Ele diz que os discípulos foram à montanha onde Jesus havia determinado que fossem
encontrá-lo. Então, pode ser que os doze não estivessem sozinhos quando encontraram Jesus na
montanha. De fato, a mensagem dada ao anjo é dada às mulheres: “Digam a Pedro e a Seus
discípulos que Ele está indo diante de vocês para a Galiléia. Lá, vocês o encontrarão, como Ele
lhes disse.”
Pode ser, eu acredito, que as mulheres tenham acompanhado os discípulos à Galiléia e
também testemunhado Sua aparição. E, na verdade, na história de Mateus, lembramos que ele
tem uma frase misteriosa dizendo que, quando Jesus apareceu a eles na montanha, ele diz: “Eles
O adoraram, mas alguns duvidaram.”
Agora, isso poderia ser uma referência a um grupo maior de pessoas que se reuniu aos doze
na montanha para encontrar Jesus na hora do encontro? Eu acho que isso não é nem um pouco
implausível. Então, poderia ser que a aparição de Mateus é, na verdade, a aparição aos
quinhentos irmãos. Em todo caso, eu acredito que temos boas bases para aceitar a historicidade
da aparição aos quinhentos por causa do contato de Paulo com eles em primeira mão. Isso não é
apenas uma estória lendária, que Paulo recebeu ou que ouviu, porque ele sabia que algumas
dessas pessoas haviam morrido no ínterim. E ele sabia que a maior parte deles ainda estava
viva e, na verdade, está dizendo: “Eles ainda estão aqui para serem questionados, vocês podem
falar com as testemunhas.” Ele nunca poderia ter feito esse tipo de desafio se esse evento não
tivesse ocorrido. Então, acredito que temos um bom fundamento para afirmar a aparição de
Jesus aos quinhentos com base no que Paulo diz.
Depois, ele diz que Jesus apareceu a Tiago, o irmão de Jesus. E é interessante que Tiago e
Pedro, os dois mencionados na lista de 1 Coríntios 15, sejam as duas pessoas que Paulo
encontrou quando veio pela primeira vez a Jerusalém depois de sua conversão, depois de estar
em Damasco por três anos. Ele passou duas semanas em Jerusalém em uma viagem em busca
dos fatos, durante a qual ele diz que encontrou Tiago e Pedro. E esses são os dois homens a
quem ele se refere na lista. Agora, nós não temos uma narrativa independente da aparição de
Jesus ao seu irmão mais novo Tiago, mas eu acredito que temos bons motivos para afirmar sua
historicidade. Por quê? Bem, simplesmente porque nem Tiago nem quaisquer dos irmãos de
Jesus eram aparentemente crentes em Jesus durante sua vida. Nós temos boas evidências nos
evangelhos que mostram que nenhum dos irmãos de Jesus achava que ele era o Messias, ou o
Senhor, ou ninguém em particular!
Especialmente, na verdade, nós temos uma história realmente cruel onde os irmãos de Jesus
tentam levá-lo a uma armadilha mortal mostrando-se publicamente na festa, quando eles
sabiam que os líderes judeus estavam tentando persegui-lo e matá-lo. Mesmo assim, nós
sabemos que, mais tarde na Igreja Primitiva, Tiago o irmão de Jesus, surge como um dos pilares
da igreja do Novo Testamento e finalmente como um dos líderes da Igreja.
R.H. Fuller, que é um justo crítico liberal do Novo Testamento, disse que: “Mesmo que não
houvesse uma menção de Paulo à aparição para Tiago, nós teríamos que inventar uma para
explicar a transformação que ocorreu em Tiago entre a época de seus dias descrentes, antes da
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morte de Jesus, e da sua liderança na Igreja Primitiva.” Quero dizer, a maioria de nós tem
irmãos; o que seria necessário para fazer você crer que seu irmão é o Senhor? A ponto de estar
disposto a morrer por essa fé, como Tiago morreu, pois ele foi martirizado em 67 dC pelo
sinédrio judeu por crer que Jesus era de fato o Senhor, Filho de Deus e Messias. Pode haver
alguma dúvida de que a razão para essa mudança em Tiago é o que Paulo disse “então ele
apareceu a Tiago”?
Depois, Paulo menciona a aparição a todos os apóstolos. Não sabemos exatamente que grupo
foi esse, provavelmente um grupo maior que o dos doze. Lucas diz que Jesus apareceu durante
um período de quarenta dias aos seus discípulos e essa aparição provavelmente foi nessa época.
E finalmente Paulo diz: “Ele apareceu também a mim.” E isso é novamente uma conversão
tão marcante quanto a de Tiago. Saulo era um fariseu judeu, ele era um perseguidor da igreja.
Ele odiava a heresia cristã e estava determinado a fazer tudo que pudesse para sufocá-la. Ele foi,
na verdade, o responsável pelas mortes de homens e mulheres cristãos simplesmente por causa
de sua fé em Jesus Cristo. E então tudo mudou para esse homem, porque na estrada para
Damasco ele viu essa aparição de Jesus e disso “e vi Jesus, nosso Senhor.”
E é isso que levou “Saulo, o Fariseu” a ser transformado em “Paulo, o apóstolo” e missionário
do cristianismo primitivo. E isso é inegavelmente comprovado por suas próprias cartas em
primeira mão. De tal forma que temos nas informações de Paulo fundamentos muito bons para
crer que vários indivíduos ou grupos de pessoas sob várias circunstâncias viram aparições de
Jesus ressurreto dos mortos. E o relato dos evangelhos fornece uma confirmação, uma
corroboração que confirma e preenche os detalhes das histórias das aparições.
AS APARIÇÕES DE JESUS APÓS SUA CRUCIFICAÇÃO NÃO PODERIAM TER SIDO ALUCINAÇÕES?
Isso tem sido sugerido por vários críticos, mas eu acredito que há alguns problemas
insuperáveis com a hipótese da alucinação.
Número um: A ampla variedade de localizações, de circunstâncias e de testemunhas a essas
aparições desmente a hipótese da alucinação. Jesus não foi apenas visto em uma ocasião, mas
em muitas ocasiões, não apenas por um indivíduo, mas por muitas pessoas, não apenas por
pessoas isoladas, mas por grupos de pessoas, não em um só local e circunstância, mas em
diferentes lugares e circunstâncias. E essa ampla variedade de circunstâncias, pessoas, locais e
assim por diante, acredito eu que simplesmente torna a hipótese da alucinação muito
improvável.
Um segundo problema com a hipótese da alucinação é que acredito que temos bons motivos
para afirmar a credibilidade histórica dos relatos dos evangelhos dessas aparições e essas
aparições foram claramente físicas e corporais.
Eu não acho que você possa dispensar esse elemento da narrativa como meramente lendário
porque ele é unânime ao longo das narrativas, é consistente, e também a data dos evangelhos é
muito próxima da época dos eventos registrados para que fosse permitida uma total corrupção
de aparições não físicas para essa consistente e unânime tradição de aparições físicas. Então
creio que a própria fisicalidade das aparições da ressurreição elimina a hipótese da alucinação.
Um terceiro problema com a teoria da alucinação é que eu não acho que ela explique o
motivo pelo qual os discípulos passaram a proclamar a ressurreição de Jesus. Veja, o conceito
judaico de ressurreição era diferente da ressurreição de Jesus em que o conceito judaico sempre
foi o de uma ressurreição posterior ao fim do mundo, no final da História. E foi sempre de uma
ressurreição geral, de todas as pessoas, nunca de um indivíduo isolado.
Mas no caso de Jesus, você tem a ressurreição de um indivíduo isolado durante a História,
algo que era simplesmente desconhecido no judaísmo. A estrutura judaica de pensamento tinha
outra categoria, que poderia muito bem ter explicado alucinações, caso os discípulos as
tivessem tido, a saber, a noção de uma assunção ou translado aos Céus. Algumas figuras do
Velho Testamento como Enoque e Elias não morreram fisicamente, mas foram assuntas
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diretamente ao céu, e essa categoria poderia ser aplicada a pessoas recentemente falecidas assim
como a pessoas vivas. Então, se os discípulos tivessem visto alucinações de Jesus, eles teriam
visto alucinações de Jesus glorificado, no seio de Abraão ou no Paraíso. É para lá que as almas
dos justos que morreram iriam estar com Deus quando morreram. E, ver alucinações de Jesus
glorificado como essas teriam levado os discípulos a declarar a assunção ou o translado de Jesus
aos Céus, não sua ressurreição dos mortos, o que foi decisivamente contrário ao pensamento
judaico em pelo menos dois aspectos fundamentais.
E finalmente, número quatro: a hipótese da alucinação não diz nada para explicar o fato da
tumba vazia. Você precisa encontrar uma hipótese independente da teoria da alucinação para
explicar a tumba vazia. Mas a hipótese única da ressurreição de Jesus dos mortos explica tanto
as aparições quanto a tumba vazia e, assim, tem maior escopo explanatório e simplicidade,
sendo, portanto, a explicação preferida.
Então, por razões como essa, acredito que a hipótese da alucinação não é a melhor explicação
das evidências.
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ele cita em 1Coríntios 15, a frase “ele foi sepultado” seguida pela frase “e ele ressuscitou”
implica em um túmulo vazio. Nenhum judeu do primeiro século, e particularmente um fariseu,
pensaria de outra maneira. A idéia de que um homem foi sepultado e depois ressurreto dos
mortos por Deus, mas que seu corpo ainda está na tumba teria sido uma contradição impossível
para um judeu do primeiro século. Para um judeu do primeiro século, simplesmente não havia
diferença entre uma “ressurreição” e uma “ressurreição física que deixa o túmulo vazio.”
De forma que, citando cronologicamente estes eventos (ele foi executado, foi crucificado, foi
sepultado, depois apareceu), Paulo na verdade deixa implícito um sepulcro vazio. Isso é
confirmado, eu acredito, quando você compara as quatro linhas dessa tradição à pregação no
livro de Atos, os primeiros sermões apostólicos, e quando você os compara às narrativas nos
evangelhos. O que você descobre é que essa tradição de quatro linhas entregue por Paulo é na
verdade um resumo da pregação apostólica inicial. E quando você compara isso à pregação do
livro de Atos, a esses primeiros sermões apostólicos, a primeira linha corresponde ao evento da
crucificação. A segunda linha, “ele foi sepultado,” corresponde a Jesus sendo deitado no
sepulcro. A terceira linha, “e ele foi ressurreto,” corresponde à narrativa do sepulcro vazio.
Então, eu acho que isso é um sumário da história do sepulcro vazio. E Paulo conhecia as
tradições envolvendo o material que ele entregou. Nós sabemos isso, por exemplo, pela
informação que ele dá sobre a ceia do Senhor onde ele fala de como ele passou aos Coríntios o
que ele recebeu sobre o Senhor: na noite em que ele foi traído, tomou o pão, etc. E, nessa
história, Paulo menciona que essa foi a noite em que Jesus foi traído. Bem, a história da traição
não é parte da história da última ceia, mas é parte de seu contexto. Ao mencionar a traição,
Paulo mostra que ele conhece não apenas o evento isolado, mas também o contexto das
tradições que ele entregou. Assim, ao relacionar essa tradição sobre o sepultamento e
ressurreição de Jesus, eu acho que é bem certo que Paulo conhecia o contexto dela e conhecia a
história do sepulcro vazio.
Agora, uma segunda indicação que Paulo dá sobre o sepulcro vazio é a datação da
ressurreição no terceiro dia, quando ele diz que “Cristo ressuscitou no terceiro dia, de acordo
com as Escrituras.” De onde vem essa frase “no terceiro dia”? Bem, eu acredito que a explicação
mais provável é que esse é um indicador de tempo para a descoberta do sepulcro vazio pelas
mulheres que vieram no domingo de manhã, que pela contagem judaica era no terceiro dia
depois da crucificação.
Assim, a ressurreição realmente veio a ser datada no terceiro dia porque esse é o dia em que
o sepulcro vazio foi descoberto pelas mulheres seguidoras de Jesus. Então, eu acho que,
implícito na informação dada por Paulo, está o fato do sepulcro vazio assim como está explícita
a menção das aparições da ressurreição. E a informação de Paulo, eu acho, seria o mais
importante material no Novo Testamento fora dos evangelhos que confirma o que os
evangelhos dizem.
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depreciação do corpo material, do corpo físico, e uma espécie de desejo por uma existência
espiritual celestial: a alma escapando da prisão do corpo.
Isso é simplesmente, acho eu, não-bíblico. Então, eu diria, em primeiro lugar, que a idéia de
uma ressurreição espiritual realmente não pode ser sustentada porque não é distinta da
imortalidade da alma de Jesus. Além disso, eu argumentaria que o Novo Testamento bem
claramente ensina a ressurreição do corpo. Paulo é bastante claro que o corpo que é enterrado, o
corpo que é "semeado", é o mesmo corpo que será ressurreto. É numericamente idêntico. Não
há uma substituição do corpo terreno com um corpo novo, um corpo substituto. Há uma
identidade numérica, uma transformação que ocorre entre o corpo terreno e o corpo de
ressurreição.
Uma transformação que envolve uma transição da mortalidade para a imortalidade, da
desonra para a glória, da corruptibilidade para a incorruptibilidade e assim por diante. Mas não
há sugestão de que o corpo terreno seja resgatado da materialidade. Paulo falar de um "corpo"
inextendido, invisível, intangível e imaterial seria simplesmente uma contradição em termos.
Então a própria noção de que Paulo está falando de um "corpo" de ressurreição, eu acho, indica
a fisicalidade do estado ressurreto.
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E eu acho que é necessário adicionar aqui que, filosoficamente, eu não vejo razão para adotar
tal naturalismo filosófico. Parece-me que apenas um ateu seria justificado em dizer que milagres
são impossíveis. Porque a menos que você tenha alguma prova para o ateísmo, você precisa
estar aberto para a possibilidade de que Deus existe. E se isso é ao menos possível, então é
possível que Ele tenha agido na história.
Então, na ausência de qualquer prova para o ateísmo, que eu não acredito que alguém tenha,
nós temos que estar abertos para a possibilidade do sobrenatural e deixar a evidência falar por
si mesma.
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