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COM

WILLIAN LANE CRAIG RESPONDE SOBRE

RESSURREIÇÃO
Esse é a transcrição de uma entrevista com Willian Lane Craig sobre a ressurreição de Jesus, realizado
por The Veritas Forum, o qual foi traduzido, legendado e postado no Blog Deus em Debate.

QUAL É O SIGNIFICADO DA RESSURREIÇÃO DE JESUS?


A ressurreição de Jesus tem um significado decisivo porque não é apenas alguém ou
qualquer um que foi ressurreto dentre os mortos, mas porque é Jesus de Nazaré, que foi
publicamente executado e crucificado por causa das declarações pessoais blasfemas que ele
teria feito.
A ressurreição de Cristo é significativa por causa do contexto religioso-histórico em que
ocorreu, a própria vida, ministério, ensinamentos e declarações pessoais sem paralelo que Jesus
fez de ser o Filho de Deus, a absoluta revelação de Deus à humanidade; de poder perdoar
pecados, levantar-se e falar no lugar de Deus, ser um arauto do Reino vindouro de Deus.
E eu acho que a ressurreição de Jesus, acontecendo no clímax dessa vida e morte, é uma
confirmação de Deus a essas declarações pelas quais ele foi executado como blasfemo.
É como se fosse um selo divino de que essas declarações não eram blasfemas, mas que eram
justificadas, eram corretas e confirmadas pelo Deus de Israel que foi, como disseram,
blasfemado por Jesus.

EM QUÊ OS JUDEUS ACREDITAVAM NAQUELA ÉPOCA SOBRE UMA RESSURREIÇÃO FÍSICA?


A fé na ressurreição dos mortos é uma fé que é atestada cerca de três vezes no Velho
Testamento: em Ezequiel 37, em Isaías 26 e em Daniel 12, eu acredito. E, durante o período
intertestamentário, essa fé na ressurreição dos mortos floresceu e tornou-se uma fé muito
comum no Judaísmo.
Nos próprios dias de Jesus, a doutrina da ressurreição dos mortos era defendida pelo partido
dos Fariseus, embora fosse rejeitada pelo partido dos Saduceus. E Jesus concordou com os
Fariseus nesse ponto, em oposição aos Saduceus. Ele acreditava na ressurreição e argumentou
que os Fariseus estavam corretos nesse assunto.
A fé Judaica na ressurreição sempre foi uma fé em uma ressurreição física: o corpo material
que era ressurreto. De fato, às vezes isso podia ser extremamente materialista, em termos de
realmente reunir as partículas originais para que o corpo fosse ressurreto dos mortos.
Em outras ocasiões, como por exemplo, no livro pseudo epigráfico de Baruque, a ressurreição
envolve a ressurreição física do corpo no sepulcro, mas então o corpo é transformado em um
corpo glorificado tomando uma espécie de glória celestial. Então nem todas as concepções da
ressurreição eram extremamente materialistas. Às vezes elas teriam essa noção de uma
transformação que ocorreria na ressurreição para tornar o corpo adequado para as habitações
eternas.
Então, na concepção típica da ressurreição, quando o corpo morre, a carne é decomposta. Os
ossos são então preservados para o dia da ressurreição. Eram primariamente os ossos o objeto
da ressurreição. Por isso, os judeus eram bastante cuidadosos em preservar os ossos dos mortos
em ossuários ou vasos até o dia da ressurreição final. A alma da pessoa falecida partia para
estar com Deus e seria de alguma forma guardada por Deus em segurança até a ressurreição
final no término da história.
Então, no fim do mundo, no final da era humana, o corpo (ou os ossos, mais precisamente)
seria ressuscitado para uma nova vida e revestido de nova carne. Um corpo ressurreto
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apareceria, a alma seria infundida novamente no corpo ressurreto e a pessoa estaria pronta para
viver eternamente.
E é interessante notar que a visão Cristã da ressurreição ensinada por Paulo é quase 100%
similar a essa concepção judaica da ressurreição. Envolvia a ida da alma para Deus, o corpo
voltando ao solo, sendo deitado na terra, e então o corpo na cova sendo ressurreto no último dia
na volta Cristo sendo reunido à alma e então sendo transformado, ou já ressuscitando dos
mortos transformados para entrar no novo céu e na nova terra. A principal diferença entre a
concepção de Paulo e a Judaica é Cristo!
Quando uma pessoa morre, um cristão, Paulo diz que ele vai estar em uma maravilhosa e
consciente comunhão com Cristo. Estará ausente do corpo para estar presente com o Senhor. Ele
diz que é melhor partir deste corpo e estar com o Senhor neste estado de maravilhosa
comunhão. Então, as almas dos justos mortos que estão com Jesus acompanharão Cristo
durante a Sua segunda vinda, e os que estiverem vivos na terra então serão imediatamente
transformados no estado de ressurreição. Mas a adição desse elemento cristológico sobre a
ressurreição não muda a noção de ressurreição de Paulo como sendo a ressurreição física de
uma pessoa que permanece num sepulcro, e o corpo dessa pessoa sendo reunido com seu
espírito e sua alma.

PORQUE O MOVIMENTO CRISTÃO COMEÇOU A EXISTIR?


Todos os estudiosos concordam que a fé cristã ou o "movimento cristão", como foi
inicialmente chamado, veio a existir porque os primeiros discípulos firme e sinceramente
acreditavam que Deus havia ressuscitado Jesus dentre os mortos.
E eles proclamaram essa mensagem em todos os lugares aonde foram. De fato, o cristianismo
não poderia ter começado a existir sem essa crença prévia. É difícil exagerar o desastre que foi a
crucificação para esses primeiros discípulos. Ela não apenas significou que seu amado mestre
havia morrido e partido, era muito mais que isso. Na Lei do Velho Testamento, quem fosse
executado pendurado estava literalmente sob a maldição de Deus, era um homem amaldiçoado
por Deus. E os judeus aplicaram essa passagem de Deuteronômio à crucificação também.
Então, o que a crucificação de Jesus revelou era que, no final, os Fariseus estavam certos: que
por esses três anos os discípulos estiveram seguindo um homem sob a maldição de Deus, um
homem que era herege, um judeu separatista, um amaldiçoado! Então, a crucificação pôs um
tremendo ponto de interrogação em tudo aquilo em que eles acreditaram, e pelo que eles
entregaram suas vidas.
Então, a crucificação para esses discípulos foi literalmente uma catástrofe. E a ressurreição de
Jesus é o que os capacitou a crer que Jesus era de fato o Messias, que Deus havia confirmado
Jesus ressuscitando-o dos mortos, apesar de a liderança Judaica tê-lo crucificado por blasfêmia.
Isso mostra que suas declarações eram mesmo verdadeiras. Então, sem essa crença inicial na
ressurreição de Jesus, o movimento cristão nunca poderia ter surgido, nunca poderia ter
começado a existir. Então, a pergunta se torna: de onde no mundo os cristãos vieram com essa
extraordinária crença de que Deus havia ressuscitado Jesus dos mortos?
Se você negar que Jesus realmente ressuscitou dentre os mortos, então você precisa explicar
as crenças dos discípulos em termos de influências cristãs, pagãs ou judaicas sobre eles.
Agora, obviamente, isso não poderia ter sido resultado de influências cristãs pelo simples
motivo de que nem existia cristianismo ainda. Já que a crença na ressurreição de Jesus foi
fundamental para o cristianismo, ela não pode ser explicada como uma projeção tardia feita
pela igreja nos registros antigos, porque não haveria nenhuma igreja cristã se eles não
começassem crendo na ressurreição. Mas também não pode ser plausivelmente explicado pelo
lado das influências pagãs.
Por volta do início do século, no auge das chamadas Escolas de História da Religião, muitos
estudiosos de Religião Comparada lançaram mão da literatura, do paganismo e da Religião

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Comparada para tentar mostrar paralelos entre certas crenças cristãs e outras religiões do
mundo, incluindo crenças como a ressurreição.
E alguns pensaram ter explicado a origem das crenças dos discípulos como sendo um
resultado das crenças pagãs. Porém, mais tarde o movimento ruiu, principalmente por duas
razões. Primeira: os paralelos eram falsos. Os mitos de deuses que morrer e ressuscitam, como
Adonis e Osiris nas mitologias pagãs não estão ligados a pessoas históricas. Em vez disso, esses
deuses são meramente símbolos da passagem das estações, como: no inverno, o deus morre e na
primavera volta à vida, quando os novos brotos surgem na primavera, trazendo nova vida.
Esses eram só meros símbolos para a passagem das estações. E seria simplesmente impensável
que os discípulos cressem que seu compatriota Jesus de Nazaré tivesse ressuscitado dos mortos
com base nesses mitos dos deuses das estações que morrer em ressuscitam.
Mas, de qualquer forma, simplesmente não existe nenhuma ligação causal entre esses
supostos paralelos e a crença dos discípulos na ressurreição de Jesus. De fato, não há nenhum
traço histórico desses mitos de deuses que morrem e ressuscitam na palestina do primeiro
século. Os discípulos não tiveram nenhum contato com esse tipo de coisas, então a ligação
causal simplesmente está faltando. Terceiro: o que dizer das crenças judaicas sobre a
ressurreição? Novamente, eu descrevi há alguns momentos o quão radicalmente diferentes da
ressurreição de Jesus eram as crenças judaicas sobre ressurreição.
De fato, Joachim Jeremias, um famoso estudioso alemão do Velho Testamento, disse que não
há nada no judaísmo antigo que se compare à ressurreição de Jesus. Com suas crenças judaicas
sobre vida após a morte confrontadas com a crucificação de Jesus, no máximo os discípulos
poderiam simplesmente ter mantido a tumba de seu mestre como um santuário e preservado
seus ossos até o dia da ressurreição no fim do mundo, quando eles esperariam serem reunidos a
Ele e aos justos de Israel no Reino de Deus. Mas, com suas crenças judaicas, eles nunca
poderiam vir com a idéia absurda de que Deus já havia ressuscitado Ele dos mortos. Então,
nenhum desses fatores serve para explicar a origem da crença dos discípulos de que Deus havia
ressuscitado Jesus dentre os mortos.
Nós temos aqui uma crença com nada, em termos de influências históricas prévias, que possa
explicar. Então, me parece que a melhor explicação para a origem dessa crença e para a origem
do movimento cristão é que essa crença é verdadeira: Jesus ressuscitou sim dos mortos, e isso
explica a origem da fé cristã.

QUAIS AS EVIDÊNCIAS PARA O SEPULCRO VAZIO DE JESUS?


Em meu livro eu apresento dez linhas de evidências para o sepulcro vazio, então eu não
poderia esperar resumi-las todas aqui. Deixe-me mencionar alguns pontos. Acho que um dos
mais importantes fatos sustentando o sepulcro vazio é surpreendentemente a história do
sepultamento de Jesus. Se a história do sepultamento de Jesus é precisa, então isso significa que
o local do sepulcro de Jesus era conhecido tanto por judeus quanto cristãos em Jerusalém. Mas,
se esse é o caso, então me parece que a inferência de que a tumba foi encontrada vazia é bem
acessível. Porque, se o local do sepultamento de Jesus era conhecido, então teria sido impossível
para os discípulos acreditar na ressurreição de Jesus e proclamá-la em Jerusalém quando o
corpo de Jesus ainda estava no sepulcro.
Se o cristianismo ou a ressurreição foram pregados na própria Jerusalém daquela forma, a
mesma cidade onde Jesus foi publicamente executado, onde a localização de seu sepulcro era
publicamente conhecida, os discípulos não poderiam acreditar que ele havia ressuscitado dos
mortos encarando um sepulcro fechado. E, mesmo que acreditassem, dificilmente alguém mais
acreditaria neles se proclamassem algo tão tolo. Para um judeu do primeiro século, a idéia de
que você poderia ter uma ressurreição espiritual enquanto o corpo ainda está na tumba era
simplesmente desconhecida. Essa é uma invenção da teologia do século 20, não do judaísmo do
primeiro século. E, de qualquer forma, as autoridades judaicas certamente poderiam ter

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terminado todo o caso simplesmente apontando para o sepulcro fechado de Jesus e dizendo:
“Vejam, o sepulcro está ocupado, ele não ressuscitou dos mortos.” E isso teria sido o fim da
questão.
E, portanto, acho que a exatidão da história do sepultamento fornece uma base poderosa
para firmar a historicidade do relato do sepulcro vazio. E, infelizmente para aqueles que
desejam negar o sepulcro vazio, o sepultamento de Jesus é amplamente reconhecido como um
dos fatos históricos mais dignos de crédito que temos sobre a pessoa histórica Jesus de Nazaré.
Então, aqueles que negam o sepulcro vazio são também forçados a negar a história do
sepultamento, o que é um recurso desesperado já que isso é tão bem atestado historicamente.
Então, isso seria um aspecto.
Outro aspecto da narrativa do sepulcro vazio como encontrada no evangelho de Marcos, é
que essa porção da narrativa foi provavelmente parte do material-fonte antigo de Marcos, o
qual ele usou para descrever a paixão e morte de Jesus, a última semana da vida de Jesus e sua
crucificação. A história do sepultamento marcou o encerramento da paixão de Jesus, quando ele
é deitado no sepulcro e a pedra é rolada sobre sua entrada. E a história do sepulcro vazio
provavelmente era parte da história da paixão porque aquela história não teria nem circulado
sem vitória no seu final. Sem o sepulcro vazio, a história da paixão é incompleta.
Além disso, a história do sepulcro vazio é conectada ao relato do sepultamento por junções
sintáticas e linguísticas, por exemplo, os pronomes utilizados na história do sepulcro vazio têm
seus antecedentes na história do sepultamento, de forma que esse é um relato contínuo. Ora,
nós lembramos que Marcos é o primeiro dos quatro evangelhos, o que significa que seu
material-fonte era ainda mais antigo, e essa narrativa da paixão que inclui a história do sepulcro
vazio, poderia remontar entre os anos 30 dC. Lembre que Jesus foi crucificado em cerca de 30
dC. Então, eles estavam falando de uma fonte que é extremamente antiga sendo, portanto, uma
fonte preciosa de confirmação histórica.
Além disso, a própria história do sepulcro vazio, em terceiro lugar, é extremamente simples e
carece de quaisquer sinais de desenvolvimento lendário. Eu acho que a melhor maneira de
avaliar isso seria comparar aos relatos do sepulcro vazio encontrados nos evangelhos apócrifos,
ou seja, falsificações que datam do segundo século, como o chamado Evangelho de Pedro. No
Evangelho de Pedro, a narrativa descreve a ressurreição do próprio Jesus saindo do sepulcro. A
narrativa prossegue dizendo que, durante a noite, uma alta voz soou dos Céus e a pedra na
entrada do sepulcro rola de volta sozinha. Então dois homens são vistos saindo do Céu e
entrando no sepulcro. Então três homens saem do sepulcro, dois deles carregando o terceiro
homem. As cabeças dos dois homens alcançam as nuvens, mas a cabeça do terceiro ultrapassa
as nuvens. Então uma cruz sai do sepulcro e uma voz do Céu pergunta: “Pregaste tu aos que
dormem?” E a cruz responde: “Sim.”
Ora, é assim que lendas aparentam. Vejam, elas são coloridas com todo tipo de motivos
teológicos e apologéticos. E isso é notadamente inexistente no relato de Marcos sobre o sepulcro
vazio, que parece ser basicamente um relato direto do que realmente aconteceu. Se me permitir
mencionar alguns outros pontos que considero significativos; o sepulcro vazio foi
provavelmente descoberto por mulheres. E eu acho que isso é evidente quando você contempla
dois aspectos do papel delas na sociedade judaica do primeiro século. Antes de tudo, as
mulheres ocupavam uma posição francamente baixa na escada social judaica. Elas eram cidadãs
de segunda classe na Palestina do primeiro século. Isso é evidente em um ditado rabínico, que
diz: “Antes sejam as palavras da Lei queimadas do que entregues a mulheres.” Ou, novamente:
“Ai daquele cujos filhos são fêmeas, mas bendito seja aquele cujos filhos são machos.” Mulheres
não eram tão grandemente consideradas como os homens naquela sociedade.
Em segundo lugar, o testemunho das mulheres era considerado tão inútil que nem lhes era
permitido servir como testemunhas em um tribunal legal. Se um homem fosse visto por um
grupo de mulheres cometendo um crime, ele não poderia ser condenado com base no

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testemunho delas porque seu testemunho era de tão pouca confiança que não seria nem
admitido num tribunal.
Ora, à luz desses fatos, quão extraordinário é o fato de que a história do sepulcro vazio
descreve a descoberta do sepulcro vazio por mulheres! O fato de que são mulheres em vez de
homens que descobriram o sepulcro de Jesus vazio, sugere que este é um relato historicamente
verossímil. Qualquer lenda posterior teria certamente colocado os discípulos homens como
descobridores do sepulcro vazio, Pedro e João por exemplo. O fato de que são mulheres a
descobrir a tumba vazia, mulheres cujo testemunho era inútil e considerado como nada, é mais
bem explicado pelo fato de que, goste ou não, foram elas que encontraram a tumba vazia e os
evangelhos fielmente registram esse fato.
Uma evidência final que deve ser mencionada seria o fato de que a mais antiga controvérsia
judaica, ou propaganda anticristã, pressupõe o sepulcro vazio. A controvérsia judaica mais
antiga lançada contra a proclamação cristã de que “Ele ressurgiu dos mortos”, foi declarar que
os discípulos vieram à noite e roubaram seu corpo. Então, os cristãos responderam que havia
uma guarda na tumba que teria impedido o roubo, e assim por diante. Ora, o mais interessante
nessa disputa não é a historicidade da presença dos guardas, o interessante é aquilo que a
controvérsia judaica estava dizendo em resposta à proclamação cristã “Ele ressurgiu dos
mortos.”
Estavam eles dizendo “esses homens estão bêbados com vinho novo”? Ou, “seu sepulcro
ainda está lá naquela colina”? Não, eles estavam dizendo “os discípulos vieram de noite e
roubaram seu corpo!” Agora, pense nisso por um minuto. Isso implica em que o corpo não
estava lá. A própria controvérsia judaica inicial era uma tentativa de explicar o sepulcro vazio.
E, assim, nós temos uma evidência para o sepulcro vazio que não vem dos cristãos, mas dos
próprios inimigos dos primeiros cristãos, sendo uma evidência histórica de primeira qualidade
porque não vem das fontes que criam na ressurreição, mas das que discordavam dela. Então,
com base em razões como essa e muitas outras, a maior parte dos críticos atuais do Novo
Testamento afirmam a historicidade da história do sepulcro vazio.

QUAL É A EVIDÊNCIA DE QUE JESUS APARECEU VIVO APÓS SUA MORTE?


A evidência primária que temos para as aparições pós-morte de Jesus vêm, em primeiro
lugar, da lista de Paulo das testemunhas, em 1 Coríntios. Nela, ele diz que, quando Cristo
ressuscitou dos mortos, ele apareceu a Cefas ou Pedro. Depois, para os doze discípulos, depois
para mais de quinhentos irmãos de uma vez só, a maioria dos quais ainda estavam vivos na
época em que escreveu, embora alguns tenham morrido. Depois, ele apareceu a Tiago, depois a
todos os apóstolos e finalmente Paulo diz “ele apareceu também a mim.”
Então, temos aqui uma lista de testemunhas que Paulo dá, as quais viram Jesus vivo após
Sua morte. E algumas dessas podem ser relacionadas às aparições nos evangelhos. Por exemplo,
a aparição a Pedro é também mencionada no evangelho de Lucas, capítulo 24. Quando os
discípulos de Emaús voltaram a Jerusalém, eles encontraram os doze discípulos, ou os onze
reunidos, e disseram: “O Senhor de fato ressuscitou, e apareceu a Simão.” Então, nós temos dois
testemunhos independentes do fato de uma aparição a Pedro. Também, talvez como uma
referência a isso, em Marcos, onde nas palavras do anjo Ele diz: “Vão para a Galiléia e digam a
Pedro e a Seus discípulos que Ele vai adiante de vocês para a Galiléia. Lá vocês o verão.”
Então, virtualmente todo estudioso do Novo Testamento que eu conheça, concorda que
Pedro experimentou uma aparição de Jesus ressurreto pouco depois da Sua morte.
A aparição aos doze mencionada depois por Paulo é a aparição melhor confirmada nos
evangelhos. Ela é confirmada independentemente no evangelho de Lucas e no evangelho de
João e se refere à aparição de Jesus aos discípulos no cenáculo.
Nós também temos uma aparição aos discípulos mencionada em Mateus no topo de uma
montanha na Galiléia. Se isso deve ou não ser identificado com a aparição aos doze depende de

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você pensar ou não que as circunstâncias dessa localização são lendárias ou factuais, parte da
narrativa factual. Se a localização em Jerusalém é factual, como é confirmado tanto em Lucas
como em João, então eu acredito que a aparição naquela montanha na Galiléia pode bem ser
outra aparição.
Na verdade, essa poderia ser a próxima aparição mencionada por Paulo, a aparição aos
quinhentos irmãos. Nós não temos nenhuma narrativa explícita disso nos evangelhos. Mas uma
aparição a quinhentas pessoas deveria acontecer ao ar livre, devido ao número de pessoas
envolvidas. Talvez em uma colina na Galiléia onde as centenas haviam se reunido para ouvir
Jesus pregar antes de Sua morte. E é interessante notar que a aparição na montanha em Mateus
é diferente de todas outras aparições porque, enquanto todas as outras eram inesperadas e de
surpresa, a aparição na montanha em Mateus foi marcada.
Ele diz que os discípulos foram à montanha onde Jesus havia determinado que fossem
encontrá-lo. Então, pode ser que os doze não estivessem sozinhos quando encontraram Jesus na
montanha. De fato, a mensagem dada ao anjo é dada às mulheres: “Digam a Pedro e a Seus
discípulos que Ele está indo diante de vocês para a Galiléia. Lá, vocês o encontrarão, como Ele
lhes disse.”
Pode ser, eu acredito, que as mulheres tenham acompanhado os discípulos à Galiléia e
também testemunhado Sua aparição. E, na verdade, na história de Mateus, lembramos que ele
tem uma frase misteriosa dizendo que, quando Jesus apareceu a eles na montanha, ele diz: “Eles
O adoraram, mas alguns duvidaram.”
Agora, isso poderia ser uma referência a um grupo maior de pessoas que se reuniu aos doze
na montanha para encontrar Jesus na hora do encontro? Eu acho que isso não é nem um pouco
implausível. Então, poderia ser que a aparição de Mateus é, na verdade, a aparição aos
quinhentos irmãos. Em todo caso, eu acredito que temos boas bases para aceitar a historicidade
da aparição aos quinhentos por causa do contato de Paulo com eles em primeira mão. Isso não é
apenas uma estória lendária, que Paulo recebeu ou que ouviu, porque ele sabia que algumas
dessas pessoas haviam morrido no ínterim. E ele sabia que a maior parte deles ainda estava
viva e, na verdade, está dizendo: “Eles ainda estão aqui para serem questionados, vocês podem
falar com as testemunhas.” Ele nunca poderia ter feito esse tipo de desafio se esse evento não
tivesse ocorrido. Então, acredito que temos um bom fundamento para afirmar a aparição de
Jesus aos quinhentos com base no que Paulo diz.
Depois, ele diz que Jesus apareceu a Tiago, o irmão de Jesus. E é interessante que Tiago e
Pedro, os dois mencionados na lista de 1 Coríntios 15, sejam as duas pessoas que Paulo
encontrou quando veio pela primeira vez a Jerusalém depois de sua conversão, depois de estar
em Damasco por três anos. Ele passou duas semanas em Jerusalém em uma viagem em busca
dos fatos, durante a qual ele diz que encontrou Tiago e Pedro. E esses são os dois homens a
quem ele se refere na lista. Agora, nós não temos uma narrativa independente da aparição de
Jesus ao seu irmão mais novo Tiago, mas eu acredito que temos bons motivos para afirmar sua
historicidade. Por quê? Bem, simplesmente porque nem Tiago nem quaisquer dos irmãos de
Jesus eram aparentemente crentes em Jesus durante sua vida. Nós temos boas evidências nos
evangelhos que mostram que nenhum dos irmãos de Jesus achava que ele era o Messias, ou o
Senhor, ou ninguém em particular!
Especialmente, na verdade, nós temos uma história realmente cruel onde os irmãos de Jesus
tentam levá-lo a uma armadilha mortal mostrando-se publicamente na festa, quando eles
sabiam que os líderes judeus estavam tentando persegui-lo e matá-lo. Mesmo assim, nós
sabemos que, mais tarde na Igreja Primitiva, Tiago o irmão de Jesus, surge como um dos pilares
da igreja do Novo Testamento e finalmente como um dos líderes da Igreja.
R.H. Fuller, que é um justo crítico liberal do Novo Testamento, disse que: “Mesmo que não
houvesse uma menção de Paulo à aparição para Tiago, nós teríamos que inventar uma para
explicar a transformação que ocorreu em Tiago entre a época de seus dias descrentes, antes da

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morte de Jesus, e da sua liderança na Igreja Primitiva.” Quero dizer, a maioria de nós tem
irmãos; o que seria necessário para fazer você crer que seu irmão é o Senhor? A ponto de estar
disposto a morrer por essa fé, como Tiago morreu, pois ele foi martirizado em 67 dC pelo
sinédrio judeu por crer que Jesus era de fato o Senhor, Filho de Deus e Messias. Pode haver
alguma dúvida de que a razão para essa mudança em Tiago é o que Paulo disse “então ele
apareceu a Tiago”?
Depois, Paulo menciona a aparição a todos os apóstolos. Não sabemos exatamente que grupo
foi esse, provavelmente um grupo maior que o dos doze. Lucas diz que Jesus apareceu durante
um período de quarenta dias aos seus discípulos e essa aparição provavelmente foi nessa época.
E finalmente Paulo diz: “Ele apareceu também a mim.” E isso é novamente uma conversão
tão marcante quanto a de Tiago. Saulo era um fariseu judeu, ele era um perseguidor da igreja.
Ele odiava a heresia cristã e estava determinado a fazer tudo que pudesse para sufocá-la. Ele foi,
na verdade, o responsável pelas mortes de homens e mulheres cristãos simplesmente por causa
de sua fé em Jesus Cristo. E então tudo mudou para esse homem, porque na estrada para
Damasco ele viu essa aparição de Jesus e disso “e vi Jesus, nosso Senhor.”
E é isso que levou “Saulo, o Fariseu” a ser transformado em “Paulo, o apóstolo” e missionário
do cristianismo primitivo. E isso é inegavelmente comprovado por suas próprias cartas em
primeira mão. De tal forma que temos nas informações de Paulo fundamentos muito bons para
crer que vários indivíduos ou grupos de pessoas sob várias circunstâncias viram aparições de
Jesus ressurreto dos mortos. E o relato dos evangelhos fornece uma confirmação, uma
corroboração que confirma e preenche os detalhes das histórias das aparições.

AS APARIÇÕES DE JESUS APÓS SUA CRUCIFICAÇÃO NÃO PODERIAM TER SIDO ALUCINAÇÕES?
Isso tem sido sugerido por vários críticos, mas eu acredito que há alguns problemas
insuperáveis com a hipótese da alucinação.
Número um: A ampla variedade de localizações, de circunstâncias e de testemunhas a essas
aparições desmente a hipótese da alucinação. Jesus não foi apenas visto em uma ocasião, mas
em muitas ocasiões, não apenas por um indivíduo, mas por muitas pessoas, não apenas por
pessoas isoladas, mas por grupos de pessoas, não em um só local e circunstância, mas em
diferentes lugares e circunstâncias. E essa ampla variedade de circunstâncias, pessoas, locais e
assim por diante, acredito eu que simplesmente torna a hipótese da alucinação muito
improvável.
Um segundo problema com a hipótese da alucinação é que acredito que temos bons motivos
para afirmar a credibilidade histórica dos relatos dos evangelhos dessas aparições e essas
aparições foram claramente físicas e corporais.
Eu não acho que você possa dispensar esse elemento da narrativa como meramente lendário
porque ele é unânime ao longo das narrativas, é consistente, e também a data dos evangelhos é
muito próxima da época dos eventos registrados para que fosse permitida uma total corrupção
de aparições não físicas para essa consistente e unânime tradição de aparições físicas. Então
creio que a própria fisicalidade das aparições da ressurreição elimina a hipótese da alucinação.
Um terceiro problema com a teoria da alucinação é que eu não acho que ela explique o
motivo pelo qual os discípulos passaram a proclamar a ressurreição de Jesus. Veja, o conceito
judaico de ressurreição era diferente da ressurreição de Jesus em que o conceito judaico sempre
foi o de uma ressurreição posterior ao fim do mundo, no final da História. E foi sempre de uma
ressurreição geral, de todas as pessoas, nunca de um indivíduo isolado.
Mas no caso de Jesus, você tem a ressurreição de um indivíduo isolado durante a História,
algo que era simplesmente desconhecido no judaísmo. A estrutura judaica de pensamento tinha
outra categoria, que poderia muito bem ter explicado alucinações, caso os discípulos as
tivessem tido, a saber, a noção de uma assunção ou translado aos Céus. Algumas figuras do
Velho Testamento como Enoque e Elias não morreram fisicamente, mas foram assuntas

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diretamente ao céu, e essa categoria poderia ser aplicada a pessoas recentemente falecidas assim
como a pessoas vivas. Então, se os discípulos tivessem visto alucinações de Jesus, eles teriam
visto alucinações de Jesus glorificado, no seio de Abraão ou no Paraíso. É para lá que as almas
dos justos que morreram iriam estar com Deus quando morreram. E, ver alucinações de Jesus
glorificado como essas teriam levado os discípulos a declarar a assunção ou o translado de Jesus
aos Céus, não sua ressurreição dos mortos, o que foi decisivamente contrário ao pensamento
judaico em pelo menos dois aspectos fundamentais.
E finalmente, número quatro: a hipótese da alucinação não diz nada para explicar o fato da
tumba vazia. Você precisa encontrar uma hipótese independente da teoria da alucinação para
explicar a tumba vazia. Mas a hipótese única da ressurreição de Jesus dos mortos explica tanto
as aparições quanto a tumba vazia e, assim, tem maior escopo explanatório e simplicidade,
sendo, portanto, a explicação preferida.
Então, por razões como essa, acredito que a hipótese da alucinação não é a melhor explicação
das evidências.

OS OUTROS ESCRITORES DO NOVO TESTAMENTO CORROBORAM OS EVANGELISTAS?


Eu acho que os escritos dos evangelistas são confirmados por aquilo que muitas vezes
chamamos de Quinto Evangelho, ou seja, os escritos do apóstolo Paulo. Paulo era um fariseu,
Saulo de Tarso, que estava envolvido na perseguição da igreja primitiva e, em uma incrível
reviravolta, se tornou cristão porque declarou ter visto uma aparição do Jesus ressurreto. E isso
virou a vida desse homem de ponta-cabeça: de um fariseu e perseguidor da igreja primitiva ele
se tornou um ardente missionário cristão que entrou numa vida de incrível dificuldade,
sofrimento e trabalho. E, por último, fez o sacrifício final quando foi assassinado por sua fé em
Roma.
E Paulo nos entrega certas informações cruciais, tradições muito antigas sobre a ressurreição
de Jesus. Na verdade, o material mais antigo sobre a ressurreição de Cristo é entregue por Paulo
na primeira carta que ele escreveu à igreja em Corinto, no 15° capítulo da sua carta aos
coríntios. Lá, ele cita uma tradição que ele diz ter recebido pessoalmente e entregue à igreja de
Corinto. As palavras aqui são termos técnicos rabínicos para a transmissão de uma tradição
judaica. E os dizeres que seguem a introdução são de uma tradição bastante estilizada e não-
paulina onde Paulo diz: “Cristo morreu por nossos pecados de acordo com as escrituras, foi
sepultado, foi ressurreto no terceiro dia, de acordo com as escrituras, então apareceu a Cefas e
então aos doze...” E depois disso, Paulo continua empilhando testemunhas oculares da
ressurreição de Jesus, incluindo uma aparição a quinhentas pessoas, a maioria das quais Paulo
diz que estavam vivas na época em que ele escreveu, cerca de 55 d.C., embora tenha dito que
algumas haviam morrido.
Paulo está dizendo, na verdade: “As testemunhas ainda vivem, ainda estão aqui para serem
questionadas”, embora Paulo soubesse que algumas haviam falecido naquela época. Então, essa
informação que Paulo nos dá sobre as aparições da ressurreição eu acho muito importante
porque se refere a algumas das aparições mencionadas nos evangelhos, particularmente a
aparição aos doze discípulos relatada em Lucas e João. Isso nos dá um antigo e indiscutível
atestado da historicidade dessas aparições de forma que isso não poderia ter sido escrito como
lendas mais tardias que os evangelistas eventualmente se comprometeram a escrever.
Eu também acho que a informação de Paulo fornece bons motivos para também crer no
sepulcro vazio. As cartas de Paulo eram o que podemos chamar de cartas acidentais, no sentido
de que ele não está escrevendo tratados de teologia sistemática nem está escrevendo uma
história da vida de Jesus, elas não são evangelhos. As cartas são acidentais no sentido de que
elas respondem a várias situações particulares e problemas nas igrejas que ele pastoreava.
Então, ele não tem a oportunidade de especificamente mencionar o sepulcro vazio. Mas eu acho
que Paulo deixa implícito o sepulcro vazio em algumas coisas que ele diz. Nessa tradição que

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ele cita em 1Coríntios 15, a frase “ele foi sepultado” seguida pela frase “e ele ressuscitou”
implica em um túmulo vazio. Nenhum judeu do primeiro século, e particularmente um fariseu,
pensaria de outra maneira. A idéia de que um homem foi sepultado e depois ressurreto dos
mortos por Deus, mas que seu corpo ainda está na tumba teria sido uma contradição impossível
para um judeu do primeiro século. Para um judeu do primeiro século, simplesmente não havia
diferença entre uma “ressurreição” e uma “ressurreição física que deixa o túmulo vazio.”
De forma que, citando cronologicamente estes eventos (ele foi executado, foi crucificado, foi
sepultado, depois apareceu), Paulo na verdade deixa implícito um sepulcro vazio. Isso é
confirmado, eu acredito, quando você compara as quatro linhas dessa tradição à pregação no
livro de Atos, os primeiros sermões apostólicos, e quando você os compara às narrativas nos
evangelhos. O que você descobre é que essa tradição de quatro linhas entregue por Paulo é na
verdade um resumo da pregação apostólica inicial. E quando você compara isso à pregação do
livro de Atos, a esses primeiros sermões apostólicos, a primeira linha corresponde ao evento da
crucificação. A segunda linha, “ele foi sepultado,” corresponde a Jesus sendo deitado no
sepulcro. A terceira linha, “e ele foi ressurreto,” corresponde à narrativa do sepulcro vazio.
Então, eu acho que isso é um sumário da história do sepulcro vazio. E Paulo conhecia as
tradições envolvendo o material que ele entregou. Nós sabemos isso, por exemplo, pela
informação que ele dá sobre a ceia do Senhor onde ele fala de como ele passou aos Coríntios o
que ele recebeu sobre o Senhor: na noite em que ele foi traído, tomou o pão, etc. E, nessa
história, Paulo menciona que essa foi a noite em que Jesus foi traído. Bem, a história da traição
não é parte da história da última ceia, mas é parte de seu contexto. Ao mencionar a traição,
Paulo mostra que ele conhece não apenas o evento isolado, mas também o contexto das
tradições que ele entregou. Assim, ao relacionar essa tradição sobre o sepultamento e
ressurreição de Jesus, eu acho que é bem certo que Paulo conhecia o contexto dela e conhecia a
história do sepulcro vazio.
Agora, uma segunda indicação que Paulo dá sobre o sepulcro vazio é a datação da
ressurreição no terceiro dia, quando ele diz que “Cristo ressuscitou no terceiro dia, de acordo
com as Escrituras.” De onde vem essa frase “no terceiro dia”? Bem, eu acredito que a explicação
mais provável é que esse é um indicador de tempo para a descoberta do sepulcro vazio pelas
mulheres que vieram no domingo de manhã, que pela contagem judaica era no terceiro dia
depois da crucificação.
Assim, a ressurreição realmente veio a ser datada no terceiro dia porque esse é o dia em que
o sepulcro vazio foi descoberto pelas mulheres seguidoras de Jesus. Então, eu acho que,
implícito na informação dada por Paulo, está o fato do sepulcro vazio assim como está explícita
a menção das aparições da ressurreição. E a informação de Paulo, eu acho, seria o mais
importante material no Novo Testamento fora dos evangelhos que confirma o que os
evangelhos dizem.

JESUS RESUSSITOU DOS MORTOS FISICAMENTE OU ESPIRITAUALMENTE?


Eu acredito, na verdade, que a idéia de uma ressurreição espiritual é um oxímoro, uma
verdadeira contradição em termos.
Eu desafiaria qualquer estudioso crítico a me explicar clara e cuidadosamente qual é a
diferença entre a ressurreição de um corpo imaterial, inextensível, intangível e invisível e a
imortalidade da alma de Jesus. Todos concordam que o Novo Testamento, especialmente Paulo,
não ensinou a imortalidade da alma de Jesus. Mas juro que eu não consigo entender, a diferença
entre esse suposto corpo espiritual de ressurreição e a simples idéia da imortalidade da alma.
E a imortalidade da alma é uma noção grega, não é uma noção do Novo Testamento sobre o
estado final da imortalidade. Então, eu acho que o fato de tantas pessoas terem aversão a essa
fisicalidade da ressurreição é uma espécie de vestígio de filosofia grega. É um vestígio da

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depreciação do corpo material, do corpo físico, e uma espécie de desejo por uma existência
espiritual celestial: a alma escapando da prisão do corpo.
Isso é simplesmente, acho eu, não-bíblico. Então, eu diria, em primeiro lugar, que a idéia de
uma ressurreição espiritual realmente não pode ser sustentada porque não é distinta da
imortalidade da alma de Jesus. Além disso, eu argumentaria que o Novo Testamento bem
claramente ensina a ressurreição do corpo. Paulo é bastante claro que o corpo que é enterrado, o
corpo que é "semeado", é o mesmo corpo que será ressurreto. É numericamente idêntico. Não
há uma substituição do corpo terreno com um corpo novo, um corpo substituto. Há uma
identidade numérica, uma transformação que ocorre entre o corpo terreno e o corpo de
ressurreição.
Uma transformação que envolve uma transição da mortalidade para a imortalidade, da
desonra para a glória, da corruptibilidade para a incorruptibilidade e assim por diante. Mas não
há sugestão de que o corpo terreno seja resgatado da materialidade. Paulo falar de um "corpo"
inextendido, invisível, intangível e imaterial seria simplesmente uma contradição em termos.
Então a própria noção de que Paulo está falando de um "corpo" de ressurreição, eu acho, indica
a fisicalidade do estado ressurreto.

O QUE DIZER SOBRE AS PRESSUPOSIÇÕES DE UMA PESSOA SOBRE A RESSURREIÇÃO DE JESUS?


Eu acredito que as pressuposições filosóficas de uma pessoa serão um importante guia ao
fazer um trabalho histórico a respeito das narrativas do Novo Testamento. Porque essas
narrativas apresentam abertamente um Jesus sobrenatural, um Jesus que faz milagres, um Jesus
que ressuscita dos mortos. E se você vem a essas narrativas com uma pressuposição de
naturalismo científico ou mesmo naturalismo metodológico que seja, dizer que como um
historiador você não pode permitir que causas sobrenaturais entrem no relato, então esses
eventos serão excluídos da corte, apressadamente, a despeito das evidências. E eu acredito que
esse é fundamentalmente o problema com a metodologia empregada pelo infame ‘Seminário
Jesus’ do Instituto Westar na Califórnia.
Na introdução da sua adição aos cinco evangelhos, eles deixam bem claro que, para eles, o
primeiro pilar da sabedoria acadêmica é, como eles dizem, o naturalismo científico. Eles
apontam que Strauss, no século passado, distinguiu o ‘Cristo da Fé’ do ‘Jesus da história’
precisamente no critério do sobrenaturalismo, e que tudo que tivesse algum aspecto
sobrenatural era por definição relegado a mito em vez de história.
Agora, isso não é uma questão de argumento, não é uma questão de evidência, é
simplesmente uma questão de definição. O sobrenatural é definido como sendo da categoria
mítica e não histórica. E se você começa com esse tipo de pressuposição, é claro que a
ressurreição vai ser avaliada como não histórica, porque você a definiu como não histórica.
Então, quando o Seminário aborda, por exemplo, as palavras faladas pelo Jesus ressurreto,
eles declaram que “por definição, as palavras creditadas ao Cristo ressurreto não podem ser
historicamente verificadas.” Mas, eles adicionam, “às vezes, palavras faladas durante a vida de
Jesus são colocadas na boca do Jesus ressurreto.” Então, dizem eles, “nós avaliaremos essas
declarações como se fossem ditas por uma pessoa histórica.” Bem, não poderia ser mais claro
que eles pensam no Cristo ressurreto como sendo um indivíduo não histórico, e que isso é feito
não com base em evidências mas com base em pressuposições.
Então, essas pressuposições são críticas. R.T. France, um estudioso britânico do Novo
Testamento, observou que, no nível da sua qualidade literária e acadêmica, os evangelhos
merecem ser levados a sério como fontes sobre a vida de Jesus. Ele diz que em comparação às
fontes da História Antiga e dos tempos greco-romanos, os evangelhos se comparam bem
favoravelmente. Mas ele aponta que o grau até onde alguém estaria pronto para confiar nesses
documentos, depende mais da sua abertura para uma visão de mundo sobrenatural do que da
qualidade literária e histórica deles. Então, eu acho que isso é absolutamente crucial.

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E eu acho que é necessário adicionar aqui que, filosoficamente, eu não vejo razão para adotar
tal naturalismo filosófico. Parece-me que apenas um ateu seria justificado em dizer que milagres
são impossíveis. Porque a menos que você tenha alguma prova para o ateísmo, você precisa
estar aberto para a possibilidade de que Deus existe. E se isso é ao menos possível, então é
possível que Ele tenha agido na história.
Então, na ausência de qualquer prova para o ateísmo, que eu não acredito que alguém tenha,
nós temos que estar abertos para a possibilidade do sobrenatural e deixar a evidência falar por
si mesma.

QUAL O SIGNIFICADO PESSOAL DA RESSUREIÇÃO DE JESUS?


Eu acredito que o significado pessoal da ressurreição de Jesus está no fato de que Jesus tem a
chave que abre a porta para a vida eterna. Jesus disse: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele
que crê em mim, mesmo que morra, viverá." (Jo 11.25). E eu creio que a ressurreição de Jesus
mostra que Ele tem a solução para a mais difícil das angústias humanas: a própria morte.
Ela mostra que, através de Jesus Cristo, nós também podemos esperar por uma vida além da
cova e, portanto, esperar por uma vida significativa e por eterno significado através dele. Então,
eu acredito que a ressurreição de Jesus tem seu significado pessoal ao resolver esse problema
existencial da morte e do sentido da vida.

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