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MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA 

 
 

ELATÓRI 

                                                 Índice  
 

Parte I ‐ Missão 

Missão 

Parte II – Avaliação da Reforma 

Avaliação  

Parte III – Propostas 

Propostas ‐ Contributos 

Parte IV – Anexos 

Legislação  

Contributos dos Elementos da Comissão 


 
 
 
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA 

 
Parte I 

Missão 

Por Despacho do Ministro da Administração Interna de 17 de Novembro de 2009 foi 
criada a Comissão.  

Na génese da criação desta Comissão esteve a necessidade de uma avaliação sumária à 
alteração  orgânica  da  Guarda  Nacional  Republicana,  nomeadamente  aferindo  as 
principais consequências operadas na missão desta força de segurança.  

Até ao final do mês de Fevereiro a Comissão trabalhou na elaboração de um relatório 
que  expressando  as  principais  conclusões  sobre  a  análise  feita  à  actividade  de 
fiscalização da UNT integrará um conjunto de propostas com vista ao aperfeiçoamento 
da fiscalização de trânsito. 

Composição da Comissão 

A  comissão,  presidida  pelo  Senhor  Secretário  de  Estado  Adjunto  e  da  Administração 
Interna, integrou ainda mais seis elementos: dois representantes da Guarda Nacional 
Republicana, um representante da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, dois 
representantes de associações da sociedade civil e o oficial de ligação da GNR junto do 
Ministério da Administração Interna. 

Presidente – S.E. Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna; 

Autoridade Nacional Segurança Rodoviária – Presidente ‐ Engenheiro Paulo Marques; 

 Oficial de Ligação GNR/Gabinete MAI‐ Tenente‐Coronel Oscar Rocha; 

GNR  –  Coronel  José  Mário  Porteira de  Almeida,  Comandante  do  Comando  Territorial 
de Setúbal; 


 
 
 
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GNR  –  Coronel  Vítor  Alberto  Dias  Rosa,  Comandante  do  Comando  Territorial  de 
Coimbra; 

Prevenção  Rodoviária  Portuguesa  –  Presidente  da  Direcção    ‐  Eng.º  José  Miguel 


Trigoso; 

ANTROP – Director do Gabinete Técnico – Dr. Pedro Neto, 

A  Comissão  contou  ainda  com  a  colaboração  da  Dra.  Maria  de  Lourdes  Sardinha  – 
Assessora do SEAAI e da Dra. Helena Dias – Adjunta do SEAAI. 

Datas das Reuniões da Comissão:  

ƒ 26 de Novembro de 2009; 
ƒ 17 de Dezembro de 2009; 
ƒ 20 de Janeiro de 2010; 
ƒ 4 de Março de 2010.  

Temas discutidos pela Comissão: 

1. Integração de Estruturas e Serviços de Apoio; 
2. Extinção da BT, Reestruturação Orgânica da Guarda Nacional Republicana; 
3. Âmbito territorial da Fiscalização; 
4. Valências dos Comandos Territoriais; 
5. Resultados  Operacionais  e  eventuais  constrangimentos/  Redução  das  Contra‐
Ordenações; 
6. Afectação dos Recursos Humanos; 
7. Resultados da Sinistralidade Rodoviária 
8. Conclusões. 
 


 
 
 
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Parte II 

Avaliação da Reforma 

Tendo  presente  que  o  relatório  ora  em  apreço  tem  como  objectivo  expressar  as 
principais  conclusões  e  sistematizar  um  conjunto  de  propostas  da  comissão  sobre  a 
análise  feita  à  actividade  de  fiscalização  da  Unidade  Nacional  Trânsito,  considera‐se 
por  bem  referir  as  principais  contingências  que  a  reestruturação  operada  na  Guarda 
Nacional Republicana suscitou, designadamente e no que ao cumprimento da missão 
de segurança, controlo do tráfego e fiscalização rodoviária diz respeito. 

A  Guarda  Nacional  Republicana  é  uma  força  de  segurança  de  natureza  militar  na 
dependência do Ministro da Administração Interna. 

Entre  outras,  é  atribuição  da  Guarda  Nacional  Republicana  “velar  pelo  cumprimento 
das  leis  e  regulamentos  relativos  à  viação  terrestre  e  aos  transportes  rodoviários,  e 
promover e garantir a segurança rodoviária, designadamente, através da fiscalização, 
do  ordenamento  e  da  disciplina  do  trânsito”,  para  além  de  “manter  a  vigilância  e  a 
protecção de pontos sensíveis, nomeadamente infra‐estruturas rodoviárias,...”. 

É  ainda  explicitamente  atribuição  da  Guarda  Nacional  Republicana,  nos  termos  da 
Portaria  nº  778/2009  de  22  de  Julho  “garantir  a  fiscalização,  o  ordenamento  e  a 
disciplina  do  trânsito  em  todas  as  infra‐estruturas  constitutivas  dos  eixos  da  Rede 
Nacional  Fundamental  e  da  Rede  Nacional  Complementar,  em  toda  a  sua  extensão, 
fora das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto”. 


 
 
 
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1. Integração de Estruturas e Serviços de Apoio 

A estrutura territorial da Guarda Nacional Republicana antes da entrada em vigor da 
Lei nº 63/2007, de 6 de Novembro, assentava na Brigada de Trânsito com comando em 
Lisboa  articulada  em  4  Grupos  Regionais  de  Trânsito  sedeados  em  cada  Brigada 
Territorial e estes articulavam‐se em Destacamentos de Trânsito, por norma, junto de 
cada Grupo Territorial. 

Desta  forma  tínhamos  dois  escalões  operacionais  distintos,  com  cadeias 


administrativas,  financeiras,  logísticas  e  operacionais  distintas  e  redundantes,  o  que 
acarretava  um  maior  peso  administrativo‐logístico  e  uma  dificuldade  acrescida  de 
coordenação  operacional  e,  que  consequentemente,  não  garantia  a  unicidade  de 
comando. 

2. Extinção da Brigada de Trânsito/Reestruturação  

  Alteração à Lei Orgânica da Guarda Nacional Republicana  

Com a entrada em vigor da Lei nº 63/2007, de 6 de Novembro,1 que aprovou a nova 
orgânica da GNR, foi extinta a Brigada de Trânsito e criadas diversas Unidades, entre as 
quais a Unidade Nacional de Trânsito.  

A Unidade Nacional de Trânsito tem competência exclusiva no âmbito da fiscalização, 
ordenamento e disciplina do trânsito bem como na formação contínua dos militares e, 
integra dois Destacamentos de Trânsito, um em Lisboa e outro no Porto. 

 A reforma operada permitiu ainda, alterar as respectivas estruturas orgânicas, opção 
que decorreu também, da reestruturação territorial da Guarda Nacional Republicana. 

Com esta nova estrutura orgânica da Guarda Nacional Republicana, foram eliminadas 
as  Brigadas  Territoriais,  passando  os  antigos  Grupos  Territoriais  a  Comandos 
                                                            
1
  ‐Lei  n.º 63/2007, de 6 de Novembro – Aprova a Nova Orgânica da Guarda nacional republicana. 


 
 
 
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Territoriais  de  âmbito  distrital,  dependentes  directamente  do  Comando‐Geral  da 
Guarda  Nacional  Republicana.  De  igual  modo,  foram  eliminados  os  Grupos  Regionais 
de Trânsito, passando os Destacamentos e Postos de Trânsito a integrar os Comandos 
Territoriais. 

3. Âmbito territorial da Fiscalização 
 

De  realçar  no  entanto  que,  as  características  das  vias  que  compõem  a  totalidade  da 
rede  viária  do  território  nacional  variam  muito.  Assim  como  varia  o  tipo  de  trânsito 
que maioritariamente utiliza cada uma dessas vias. 

 Existem vias que têm funções claramente regionais e/ou locais, que suportam trânsito 
que  circula  exclusivamente  dentro  dessa  zona  e  existem  vias,  que  passando  pelas 
mesmas  regiões  e/ou  locais  são  destinadas  a  servir  de  ligação  entre  as  regiões  que 
atravessam. 

Essas  vias  servem  um  trânsito  com  características  de  circulação  substancialmente 
diferentes,  composto  por  uma  estrutura  de  parque  de  veículos  também  diferente, 
praticando velocidades muito mais elevadas, com taxas de ocupação por veículo mais 
altas, tanto no que respeita a passageiros como a volume e peso das cargas. 

Contudo,  o  critério  de  racionalidade  subjacente  à  reforma,  não  veio  impedir  que  os 
2.428  militares  que  em  Dezembro  de  2008,  constituíam  o  efectivo  da  brigada  de 
trânsito, continuassem na sua actividade normal de controlo e fiscalização por todo o 
País. Definiu apenas a sua integração nos respectivos comandos territoriais e integrou 
7%  destes  efectivos  na  Unidade  Nacional  de  Trânsito,  dependente  dos  dois 
destacamentos de trânsito de Lisboa e Porto.  


 
 
 
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4. Valências dos Comandos Territoriais 

É  um  facto,  que  a  Reforma  operada  ficou  a  dever‐se  a  critérios  de  racionalidade  na 
gestão dos recursos afectos à Guarda Nacional Republicana, tendo em vista melhorar a 
coordenação  da  actividade  operacional,  eliminando  situações,  em  que  era  possível  a 
escassos  metros  de  distância,  encontrar  uma  patrulha  ou  acção  de  fiscalização  de 
militares da Brigada de Trânsito e outra de militares do dispositivo territorial. 

Desta  forma,  caminhou‐se  no  sentido  de  unificar  a  responsabilidade  efectiva  dos 
comandos territoriais, uma vez que integram agora a maioria das valências da Guarda 
Nacional  Republicana  na  sua  esfera  de  comando  e,  por  outro  lado,  de  eliminar  a 
duplicação  de  estruturas  e  serviços  de  apoio  existentes,  por  norma  no  mesmo 
aquartelamento, sem que daqui resultasse uma perda de eficiência ou de eficácia. 

5. Resultados  Operacionais  e  Eventuais  Constrangimentos  /Redução  das  Contra‐


Ordenações  
 

Da avaliação já realizada, verifica‐se que, as alterações preconizadas quanto à vertente 
da  fiscalização,  ordenamento  e  disciplina  do  trânsito  demonstram  que  os  resultados 
relativos  ao  ano  de  2009  diminuíram  em  relação  ao  ano  anterior,  relativamente  ao 
número  de  autos  levantados  por  prática  de  infracções,  para  uma  melhor  ilustração, 
apresenta‐se, seguidamente, os respectivos quadros síntese2. 

 
                                                            
2
 ‐  Fonte: Autoridade nacional de Segurança Rodoviária. 


 
 
 
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Comparando  oss  dados  do
os  últimos  anos  (2005
5‐2009),  co
onstata‐se  q
que  em  20
009  o 
número  de  autos  levantaados  pela  Guarda  Naacional  Rep
publicana  ee  registado
os  no 
sistema informáático da Autoridade Nacional Seggurança Rod
doviária (SIG
GA) ficou abaixo 
da  média 
m daqu
ueles  anos,  ao  contrário  do  que
e  aconteceu
u  com  a  Po
olícia  Segurança 
Públiica e com as Câmaras M
Municipais: 

700.000
0

600.000
0

500.000
0

400.000
0 GNR
300.000
0 PSP
CM's
200.000
0

100.000
0

0
2005 2006 2
2007 200
08 2009 Média
 
 


 
 
 
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No  que  se  refere  ao  número  de  autos  levantados  através  do  Sistema  de  Contra‐
Ordenação do Trânsito (SCOT) verifica‐se uma redução substancial a partir de Janeiro 
de 2009, conforme se pode verificar no gráfico seguinte: 

 
 
 
 
 

GNR: Evolução Mensal de Autos
18.000 400.000

16.000 350.000

14.000
300.000

12.000
250.000
10.000
200.000
8.000
150.000
6.000

100.000
4.000

2.000 50.000

0 0
Ago‐07

Fev‐08

Ago‐08

Fev‐09

Ago‐09
Abr‐07

Jun‐07

Out‐07

Dez‐07

Abr‐08

Jun‐08

Out‐08

Dez‐08

Abr‐09

Jun‐09

Out‐09

Dez‐09

Acumulado Papel Mobilidade


 
 


 
 
 
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A redução no número global dos autos levantados através do SCOT, a partir de Janeiro 
de  2009,  traduziu‐se  inevitavelmente  na  diminuição  da  receita  cobrada,  conforme 
representado no gráfico seguinte: 

 
 
 
 
 

 
 

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6. Afectação de Recursos Humanos:3 
 

     
Brigada Trânsito Trânsito 
31‐12‐2008  31‐08‐2009 
Aveiro  124  119 
Beja  109  84 
Braga  111  101 
Bragança  58  51 
Castelo Branco  73  79 
Coimbra  133  108 
Évora  130  113 
Faro  137  134 
Guarda  72  72 
Leiria  202  113 
Lisboa  233  267 
Comando BT  210   
Portalegre  63  60 
Porto  159  147 
Santarém  140  112 
Setúbal  195  146 
Viana do Castelo  97  87 
Viseu  93  90 
Vila Real  89  89 
UNT    153 
TOTAL  2 428  2 125 
Nota – A diferença dos efectivos resulta da extinção do Comando da Brigada Trânsito  e dos Grupos  
Regionais de Trânsito localizados  em: Lisboa, Coimbra, Porto e Évora. 

Pese embora os resultados, mas partindo dos pressupostos: 

I. Os  recursos  humanos4  e  materiais  ao  serviço  da  ex  Brigada  de 
Trânsito (BT) mantiveram‐se na sua totalidade afectos à fiscalização 
do trânsito; 

                                                            
3
 ‐ Fonte: Guarda Nacional Republicana 

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II. Não houve redução do número de acções de fiscalização por parte 
das  brigadas  afectas  ao  trânsito,  de  acordo  com  os  dados 
apresentados pelos representantes da Guarda Nacional Republicana 
na Comissão. 

É de admitir que se verificou, durante o ano de 2009, uma menor eficiência e eficácia, 
por  parte  da  componente  de  trânsito  da  Guarda  Nacional  Republicana,  no  seu 
desempenho ao nível do processo contra–ordenacional, a qual foi compensada por um 
aumento  na  componente  territorial.  Contudo,  o  impacto  deste  menor  desempenho 
não é imediatamente reflectido na sinistralidade rodoviária.  

Daqui  se  infere  que,  uma  análise  da  situação  actual  recomenda  determinar  com 
precisão quais as razões que levaram à redução do desempenho da acção fiscalizadora 
da Guarda Nacional Republicana no ano de 2009.   

7. Resultados da Sinistralidade Rodoviária 

Ainda  sobre  os  resultados,  apresenta‐se  de  seguida  a  evolução  dos  dados  da 
sinistralidade rodoviária5 

EVOLUÇÃO DO Nº DE VÍTIMAS DE SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA (2000‐2009) 

  2000  2001  2002  2003  2004  2005  2006  2007  2008  2009 
Mortos  1.629  1.466  1.469  1.356  1.135  1.094  850  854  776  738 
Feridos 
6.918  5.797  4.770  4.659  4.190  3.762  3.483  3.116  2.606  2.567 
Graves 
Feridos  51.24 51.81 50.59 47.81 45.48 43.65 43.20 41.23
53.006  42.284 
Ligeiros  7  5  9  9  7  4  2  7 

                                                                                                                                                                              
 
5
  ‐ Fonte: Guarda Nacional Republicana 

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VARIAÇÕES DE SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA (2000‐2009 e 2008‐2009) 

  2000  2008  2009  Variação (00/09)  Variação (08/09) 

Nº  %  Nº  % 
Mortos  1.629  776  738  ‐891  ‐54,7  ‐38  ‐4,9 
Feridos  6.918  2.606  2.567  ‐4.351  ‐62,9  ‐39  ‐1,5 
Graves 
Feridos  53.006  41.237  42.284  ‐10.722  ‐20,2  +1.047  +2,5 
Leves 
 

Decorre  das  referências  efectuadas  neste  ponto,  a  necessidade  de  um  aumento  de 
consciência  da  importância  de  boas  práticas,  como  condição  indispensável  para  uma 
futura implementação de medidas, ou seja, são as boas práticas sinais indispensáveis 
do  caminho  a  percorrer,  tendo  sempre  como  pressuposto  o  resultado  da 
monitorização da acção fiscalizadora, que deverá ser um processo contínuo, de molde 
a melhorar sistematicamente o seu desempenho. 

É igualmente indispensável: 

Assegurar a recolha e o tratamento a nível nacional de toda a informação relativa ao 
processo  contra  –  ordenacional  e  à  sinistralidade  rodoviária,  numa  lógica  transversal 
com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, no âmbito das suas competências 
de coordenação da actividade de fiscalização do trânsito. 

Garantir uma formação inicial e contínua de todos os militares com a especialidade de 
trânsito,  face  à  especificidade,  mutação  e  complexidade  dos  diplomas  legais  que 
versam  sobre  matéria  estradal,  de  forma  a  garantir  níveis  de  actuação  e 
procedimentos de elevada qualidade técnica e comportamental. 

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MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA 

 
Assim,  a  Unidade  Nacional  Trânsito,  no  âmbito  das  suas  competências  legais,  deve 
reforçar  o  seu  papel  preponderante  ao  nível  da  uniformização  de  procedimentos 
operacionais, através do estudo e realização de Fichas Técnicas procedimentais sobre 
fiscalização  e  prevenção  rodoviária,  e,  ao  nível  da  formação  contínua  dos  militares, 
tendo em vista a actualização de conhecimentos resultantes de alterações legais ou de 
orientações das entidades competentes, mediante a realização de acções formativas. 

8. Conclusões 

Do que atrás foi dito elencam‐se de seguida as conclusões resultantes da reforma 
operada, nomeadamente:   

‐ Criação de uma Unidade especializada (Unidade Nacional Trânsito) na fiscalização do 
trânsito,  dotada  de  150  militares,  com  comando  unificado  e  2  destacamentos 
sedeados  em  Lisboa  e  no  Porto,  responsável  igualmente  pela  formação  contínua  na 
área da fiscalização do trânsito de todo o dispositivo da Guarda Nacional Republicana e 
pela  uniformização  de  procedimentos,  com  competência  para  realizar, 
excepcionalmente, acções de fiscalização do trânsito em qualquer parte do território 
nacional, sem prejuízo das competências das unidades territoriais; 

‐  Atribuição  da  responsabilidade  pela  fiscalização  do  trânsito  aos  Comandos 


Territoriais,  nos  respectivos  distritos,  mediante  o  recurso  aos  militares  da  antiga 
Brigada  Trânsito  nas  estradas  da  Rede  Nacional  Fundamental  (IP’s,  IC’s  e  EN´s)  e  aos 
militares do dispositivo territorial na restante rede viária; 

‐  O  número  de  militares  actualmente  afectos  em  exclusividade  à  fiscalização  do 


trânsito  é  em  tudo  semelhante  (a  redução  de  2.428  para  2.125  fica  a  dever‐se  à 
extinção  dos  4  Grupos  Regionais  de  Trânsito  e  não  a  militares  afectos  à  actividade 
operacional); 

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MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA 

 
‐ A fiscalização do trânsito nas estradas da Rede Nacional Fundamental continua a ser 
feita  pelos  mesmos  militares  com  os  mesmos  meios,  apenas  deixou  de  existir  um 
comando de âmbito nacional e unificado, a favor dos 18 comandos territoriais. 

‐  A  fiscalização  do  trânsito  nas  estradas  que  não  integram  a  Rede  Nacional 
Fundamental não sofreu qualquer alteração, continuando a ser feita da mesma forma; 

‐  Não  obstante  a  redução  de  autos  de  contra‐ordenação,  a  mesma  não  teve  um 
impacto  nos  resultados  da  sinistralidade  registada,  nomeadamente,  nas  vítimas 
resultantes de acidentes de viação; 

‐ O processo de extinção da Brigada Trânsito e a consequente reestruturação operada 
na  Guarda  Nacional  Republicana  é  ainda  muito  recente,  não  sendo  possível  tirar 
conclusões  definitivas,  uma  vez  que  qualquer  processo  de  reestruturação  implica 
perturbações e um inevitável período de transição, em que os níveis de desempenho 
sofrem alterações. 

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MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA 

 
 

Parte III – Propostas 

Ponderadas  as  eventuais  soluções,  face  ao  desenvolvimento  da  Unidade  Nacional  de 
Trânsito  e  tendo  em  vista  reforçar  a  capacidade  fiscalizadora  da  Guarda  Nacional 
Republicana, serão de considerar várias propostas de ajustamento organizacional, em 
alternativa para posterior decisão. 

1. Manter  a  Unidade  Nacional  de  Trânsito  como  Unidade  Operacional  de 


Reserva,  responsável,  ainda,  nos  termos  da  lei,  pela  formação  contínua  e 
elaboração  de  instruções  técnicas  procedimentais,  e  criação  em  sede  do 
Comando  Operacional  e  da  Direcção  de  Operações,  de  uma  Divisão  de 
Trânsito e Segurança Rodoviária.  

A criação desta Unidade Orgânica Flexível, na dependência da Direcção de Operações, 
denominada  Divisão  de  Trânsito  e  Segurança  Rodoviária,  assenta  nas  actuais 
competências  da  Direcção  de  Operações,  de  ordenamento  e  regulação  do  trânsito  e 
fiscalização do cumprimento dos regulamentos de transportes terrestres, segurança e 
prevenção rodoviária, previstas na alínea v) do artigo 6.º do Decreto Regulamentar n.º 
19/2008,  de  27  de  Novembro,6  as  quais,  até  agora,  cometidas  à  Divisão  de  Emprego 
Operacional. 

A  concretização  desta  modalidade  de  acção,  assenta  na  autonomização  destas 


competências  numa  nova  unidade  orgânica  flexível,  a  criar  por  despacho  do 
comandante‐geral  da  Guarda  Nacional  Republicana,  na  dependência  da  Direcção  de 
Operações, que passaria a denominar‐se Divisão de Trânsito e Segurança Rodoviária, 
com  competências  comuns  e  específicas  a  todas  as  unidades  orgânicas  flexíveis 
existentes à data. 

                                                            
6
 ‐Decreto Regulamentar n.º 19/2008, de 27 de Novembro – estabelece o número, as competências, a 
estrutura interna e o posto correspondente à chefia dos serviços directamente dependentes do 
Comandante‐Geral e dos serviços dos órgãos superiores de comando e direcção da GNR. 

16 
 
 
 
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA 

 
 

Em detalhe destacamos as referidas competências, assim temos: 

Competências comuns: 

‐Planear e programar actividades no âmbito do ordenamento e regulação do trânsito, 
fiscalização do cumprimento dos regulamentos de transportes terrestres e segurança e 
prevenção rodoviária; 

‐  Propor  a  elaboração  ou  revisão  de  procedimentos  internos  e  o  estabelecimento  de 


boas práticas que assegurem a melhoria contínua da qualidade de procedimentos; 

‐ Constituir e manter actualizados os processos relativos à sua área funcional; 

‐Propor as necessidades de formação no âmbito da sua área funcional e colaborar na 
execução de planos de formação e treino; 

‐Colaborar na elaboração da proposta de orçamento e do relatório de actividades; 

‐Articular‐se com as unidades orgânicas que prossigam actividades complementares; 

‐ Propor a aquisição de documentação e informação técnica necessária à prossecução 
das suas competências; 

‐  Assegurar  o  desenvolvimento  de  outras  atribuições  que,  no  âmbito  das  suas 
competências, lhe forem superiormente cometidas. 

Competências específicas: 

‐  Planear  as  actividades  relacionadas  com  o  trânsito,  transportes  terrestres  e 


segurança  e  prevenção  rodoviária,  nas  vertentes  operativa  e  de  informação, 
promovendo a coordenação, controlo técnico e supervisão de toda a sua actividade na 
ZA da Guarda Nacional Republicana; 

17 
 
 
 
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA 

 
‐  Propor  as  normas  técnicas  necessárias  ao  regular  funcionamento  da  Divisão,  assim 
como  colaborar  no  desenvolvimento  das  disposições  legais  relacionadas  com  toda  a 
sua actividade; 

‐  Elaborar  e  difundir  Normas,  Circulares  e  Fichas  Técnicas  de  actuação,  visando  a 


uniformidade de procedimentos por parte do dispositivo operacional; 

‐ Identificar as necessidades de formação e propor a realização de cursos e acções de 
formação inicial e contínua, em coordenação com o comando de Doutrina e Formação 
e  ainda  com  o  Comando  de  Administração  de  Recursos  Internos  e  com  a  Unidade 
Nacional de Trânsito, e propor as normas de recrutamento e selecção do efectivo da 
estrutura de trânsito e segurança rodoviária; 

‐  Identificar  as  necessidades  relativas  a  aparelhos  especiais  utilizados  no  âmbito  da 
fiscalização rodoviária, e propor, em coordenação com o Comando de Administração 
de recursos Internos, a sua aquisição; 

‐ Representar a Guarda Nacional Republicana em conselhos, comissões especializadas, 
seminários e grupos de trabalho sobre matérias rodoviárias. 

A primeira vantagem desta medida centra‐se no facto de ser uma estrutura orgânica 
flexível, ao nível dos órgãos superiores de comando e direcção da Guarda, que atende 
à  especificidade  da  problemática  do  ordenamento  e  regulação  do  trânsito, 
colmatando,  desta  forma,  as  necessidades  de  planeamento,  programação, 
coordenação  e  supervisão  das  actividades  de  âmbito  nacional  ou  supra‐distrital, 
assegurando  a  necessária  coordenação  entre  os  comandos  territoriais  e  a  Unidade 
Nacional de Trânsito. 

A  segunda  vantagem  tem  a  ver  com  a  uniformização  de  procedimentos  de  índole 
técnico‐profissional  e  colaboração  na  definição  das  necessidades  formativas  e  nos 
planos de formação e treino dos elementos afectos a esta área funcional. 

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MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA 

 
Caso  esta  proposta  mereça  acolhimento,  deverá  ser  harmonizado  o  Despacho  n.º 
32021/2008, de 16 de Dezembro de 2008. 

Aludindo agora a propostas alternativas: 

1 ‐ Extinção da Unidade Nacional de Trânsito. 

Esta  modalidade  de  acção  carece  de  uma  alteração  legislativa  promovida  pela 
Assembleia  da  República  à  Lei  n.º  63/2007,  de  6  de  Novembro,  a  qual  aprovou  a 
Orgânica da Guarda Nacional Republicana, e ainda da Portaria n.º 1450/2008, de 16 de 
Dezembro7,  a  qual  definiu  a  organização  interna  das  unidades  e  respectivas 
subunidades. 

A primeira e principal vantagem desta modalidade de acção assenta na eliminação de 
duas  estruturas  autónomas,  no  dispositivo  orgânico  da  Guarda,  com  competências  e 
áreas  de  actuação  semelhantes,  nomeadamente  os  Destacamentos  de  Trânsito  dos 
Comandos Territoriais e a Unidade Nacional de Trânsito. 

Consideramos  que  a  adopção  desta  modalidade  de  acção  tem  como  desvantagem  o 
facto da sua implementação não depender, na sua totalidade, da acção directa deste 
Ministério, uma vez que a alteração legislativa seria da competência da Assembleia da 
República. 

2  ‐  Transferência  de  todos  os  militares  que  integram  os  actuais  Destacamentos  e 
Postos de Trânsito para a Unidade Nacional de Trânsito. 

Esta modalidade de acção seria equivalente à extinção dos Destacamentos e Postos de 
Trânsito,  enquanto  subunidades  dos  Comandos  Territoriais  os  quais  integrariam  a 
Unidade Nacional de Trânsito. 

                                                            
7
 ‐ Portaria n.º 1450/2008, de 16 de Dezembro – Estabelece a organização interna das unidades 
territoriais, especializadas, de representação e de intervenção e reserva da GNR e define as respectivas 
subunidades. 

19 
 
 
 
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA 

 
A  introdução  desta  medida  carece  de  alteração  legislativa  da  competência  da 
Assembleia  da  República,  à  Lei  n.º  63/2007,  de  6  de  Novembro,  que  aprovou  a 
Orgânica da Guarda Nacional Republicana e ainda, da Portaria n. 1450/2008, de 16 de 
Dezembro,8  a  qual  definiu  a  organização  interna  das  unidades  e  respectivas 
subunidades. 

A primeira e principal vantagem desta medida é que, a Unidade Nacional de Trânsito 
assume  o  comando,  coordenação  e  controlo  das  actividades  de  trânsito  a  nível 
nacional, assim como a formação específica de trânsito. 

Esta  modalidade  permite,  ainda,  a  adopção  de  um  modelo  intermédio,  mediante  a 
manutenção dos Destacamentos e Postos de Trânsito na dependência dos Comandos 
Territoriais,  ainda  que  os  seus  elementos  passassem  a  pertencer  à  Unidade  Nacional 
de Trânsito, assegurando, esta última Unidade, o planeamento e coordenação a nível 
nacional  das  acções  de  fiscalização  e  prevenção  rodoviárias,  ficando  o  comando  e  o 
controlo  operacional  a  cargo  dos  Comandos  Territoriais  respectivos,  aproveitando‐se 
igualmente  o  “canal”  administrativo‐logístico  destes  últimos,  numa  óptica  de 
racionalização das estruturas já existentes. 

No  entanto  consideramos  que  a  adopção  desta  medida  tem  quatro  principais 
desvantagens: a primeira radica no facto da sua implementação não depender, na sua 
totalidade,  da  acção  directa  deste  Ministério,  uma  vez  que  se  trata  de  matéria  da 
competência legislativa da Assembleia da República. 

A segunda, caso não seja adoptado um modelo organizativo intermédio, retomam‐se 
as  dificuldades  de  coordenação  e  emprego  operacional  do  dispositivo  de  trânsito  a 
nível  distrital,  para  além  da  perda  de  unidade  de  comando,  a  qual  acarreta  uma 
diluição  de  responsabilidades  da  actividade  da  Guarda  em  duas  entidades  sobre  a 
mesma área de actuação. 

                                                            
8
 ‐ Portaria n.º 1450/2008, de 16 de Dezembro ‐ estabelece a organização interna das unidades 
territoriais, especializadas, de representação e de intervenção e reserva da GNR e define as respectivas 
subunidades. 

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MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA 

 
 

                       

                                   Parte IV – Anexos  

                                                  Legislação e Contributos 

Legislação  

Lei Nº 63/2007 D.R. I Série Nº 213 de 6 de Novembro de 2007 – Lei da Assembleia da 
República que aprova a Orgânica da Guarda Nacional Republicana 

Decreto Regulamentar Nº 19/2008 D.R. I Série, Nº 231 de 27 de Novembro de 2007 – 
Estabelece o número, as competências, a estrutura interna e o posto correspondente à 
chefia dos serviços directamente dependentes do comandante‐geral e dos serviços e 
órgãos superiores de comando e direcção da GNR 

Portaria 340‐A/2007 D.R II Série Nº 64 de 30 de Março de 2007 – Define as áreas da 
Responsabilidade da GNR e da PSP 

Portaria 778/2009 D.R. I Série Nº 140 de 22 de Julho de 2009 ‐ Define as áreas de 
responsabilidade da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da Polícia de Segurança 
Pública (PSP), relativas aos itinerários principais e itinerários complementares nas 
áreas metropolitanas de Lisboa (AML) e Porto (AMP) 

Portaria 1450/2008 D.R. I Série Nº 242 de 16 de Dezembro de 2008 ‐ Estabelece a 
organização  interna  das  unidades  territoriais,  especializadas,  de  representação  e  de 
intervenção  e  reserva  da  Guarda  Nacional  Republicana  (Guarda)  e  define  as 
respectivas subunidades 
 

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MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA 

 
Despacho Nº 32021/2008 D.R. Série II Nº 242 de 16 de Dezembro de 2008 ‐ Define 
as unidades orgânicas flexíveis do Comando da GNR, bem como as correspondentes 
atribuições. 
 
Despacho de S.E. o Ministro da Administração Interna de 17 de Novembro de 2009 ‐ 
Determina  a  criação  de  uma  comissão  para  avaliação  no  âmbito  da  actividade  de 
fiscalização de trânsito da GNR e da nova Unidade Nacional de Trânsito. 
 
Decreto‐Lei Nº 2/98 D.R. Nº 2 Série I Nº 2 de 3 de Janeiro de 1998 ‐ Altera o Decreto‐
Lei nº 114/94 de 3 de Maio (Código da Estrada) 
 

Contributos: 

Autoridade Nacional Segurança Rodoviária 

Guarda Nacional Republicana – Oficial de Ligação junto do Ministério da Administração 
Interna 

 Prevenção Rodoviária Portuguesa Associação Nacional de Transportes Rodoviários  

de Pesados de Passageiros ‐ ANTROP 

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