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2007
Evolução Biológica
- Darwinismo e a síntese moderna da evolução biológica
- Genética de populações e factores de microevolução
- Evolução adaptativa e modos de selecção natural
- Preservação da diversidade genética
- Especiação
- Macroevolução e novidades evolutivas
- Estabelecer filogenias
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características intermédias que levassem a uma selecção progressiva, como por exemplo,
a cor do cabelo.
Darwin defendia que as variações eram graduais logo, no caso da flor a cor é
contínua.
Nos Anos 20 descobriu-se a existência de mutações a nível dos cromossomas. Nos
Anos 30 ocorreu o surgimento da genética das populações. Em 1940 ocorreu a integração
na síntese moderna da evolução biológica. Designa-se por síntese porque integra
descobertas de diferentes ciências:
• Theodosius Dobzhansky (geneticista)
• Ernest Mayr (sistemata e biogeografo)
• George Gaylor Simpson (paleontólogo)
• Leydard Stebbins (botânico)
Conceitos fundamentais:
• População como unidade básica da evolução – cada população possui um
conjunto de genes, informação responsável pela evolução biológica da população. O
nascimento da genética das populações nos anos 30 voltou a dar ênfase à variabilidade
dentro das populações e salientava a importância da frequência genética dentro das
mesmas. Não se pode considerar espécie pois não se podem cruzar espécies devido haver
maior isolamento entre elas do que entre membros da mesma população.
• Selecção natural é mecanismo principal da evolução – a sorte e o acaso
introduzem variações mas é a selecção dos indivíduos mais aptos (maior potencial
reprodutivo ou que deixam maior descendência) que marca a evolução.
(Existe uma teoria neutral que defende que o património genético surge do acaso
daí a selecção natural deixar de ser um mecanismo central).
• A evolução biológica é um processo gradual – a acumulação gradual
de pequenas mudanças é responsável pelas alterações que se verificam em grande
escala.
(Há quem argumente contra este gradualismo e afirme que o registo fóssil evidencia
que muitas espécies se mantêm inalteradas desde que surgem até à sua extinção e
que o aparecimento de uma espécie parece ser um fenómeno mais rápido do que o
previsto pelo gradualismo. Para eles a evolução surgia de uma forma pontuada –
Teoria dos Equilíbrios Pontuados – as espécies são entidades imutáveis sendo
esta imutabilidade interrompida periodicamente por momentos de mudança durante
os quais novas espécies surgem das preexistentes)
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2. Genética das populações e factores de microevolução
Recordar conceitos:
• Gene – unidade de informação genética que ocupa um determinado locus de um
cromossoma, ou seja, pedaço de ADN que codifica a síntese de uma proteína.
• Alelo – modalidades alternativas do mesmo gene que ocupam não
simultaneamente o mesmo locus em cromossomas homólogos.
• Alelo fixo – toda a população possui o mesmo alelo, ou seja, a mesma
característica
• Genótipo – composição genética de um organismo.
• Fenótipo – expressão das características de um organismo.
• Características poligénicas – Características fenotípicas determinadas por vários
genes (e pela sua interacção com o ambiente). Estas características são contínuas na
população. São características denominadas por quantitativas.
• Características discretas – características que se manifestam em diferentes
morfologias na população (ex: grupo sanguíneo).
• Património genético – constituído por todos os alelos que estão presentes nos
indivíduos da população.
• Microevolução – ocorre quando surge uma alteração das frequências alélicas e do
genótipo de uma população com ou sem a introdução de novos alelos.
Só há evolução se…
Teorema de Hardy-Weinberg (1908, independentes)
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Pressupostos do equilíbrio de Hardy-Weinberg (factores de microevolução):
• População grande (devemos evitar casos de deriva genética)
Deriva genética:
• Efeito de gargalo - redução drástica dos alelos devido ao acaso provocando
alterações no património genético de uma população. Resulta de alterações ambientais:
falta de alimento, alterações climáticas, epidemias, etc., que provocam a diminuição de
tamanho da população mas esta não muda de local.
Efeito fundador – ao fundar uma nova população quando ocupam um novo nicho
ecológico, quanto menor for a população fundadora menos representante será a população
resultante. Por esta razão se extinguiram muitas populações pequenas em ilhas. Quanto
menor o número de indivíduos que colonizam maior é a importância do efeito fundador para
a deriva genética. Ocorre, por exemplo, se durante uma erupção vulcânica grande parte
dos seres de uma população for eliminado mas uma fêmea fecundada fundar uma nova
população noutro local.
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3. Evolução adaptativa e modos de selecção natural
Recordar conceitos:
• Selecção natural – quando ter certa característica é mais favorável que ter outra e
essa característica é transmissível à descendência
• Aptidão biológica – é a capacidade que um indivíduo ou grupo de indivíduos
apresentam de deixar maior descendência. Quanto maior for a capacidade reprodutora de
um indivíduo maior será a sua aptidão biológica.
• Aptidão relativa de um genótipo – quantificação da contribuição relativa de cada
genótipo deixar genes (cópias de si próprio) na geração seguinte
• Adaptação – características geneticamente determinadas que atribuem ao individuo
uma maior adaptação
• Evolução adaptativa – evolução determinada por selecção natural que conduz ao
aparecimento de adaptações
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• Selecção sexual dimorfismo sexual
Nas espécies em que o macho e a fêmea se distinguem pelas características sexuais
secundárias (responsáveis pela selecção sexual) diz-se que existe dimorfismo sexual. Caso
particular da selecção natural em que características associadas a um dos sexos
favorecem o individuo que as possui.
• Ocorrem nas células somáticas (as mutações que ocorrem na linha das células
que produzem os gâmetas é que são transmitidas ao longo das gerações).
• Maioria é prejudicial
As mutações são a fonte primária de variabilidade genética mas a fonte mais próxima
é a recombinação dos genes na reprodução sexuada.
5. Especiação
1. Morfoespécie (Lineu, XVIII) – conjunto de organismos possuindo características
morfológicas idênticas. É difícil distinguir variabilidade intra e interespecífica.
2. Conceito biológico de espécie (Mayr, 1942) – conjunto de populações que
habitam o mesmo local que podem potencialmente cruzar-se entre si e originar
descendentes férteis e que estão reprodutivamente isolados de outras espécies. Este
conceito não é aplicável a fósseis, espécies assexuadas e populações altamente separadas
por barreiras geográficas. Nestas situações tem de se aplicar o conceito de morfoespécie.
Barreiras reprodutivas:
1. Pré-zigóticas
• isolamento de habitat
• isolamento temporal
• isolamento comportamental
• isolamento mecânico
• isolamento gamético
2. Pós-zigóticas
• inviabilidade dos híbridos
• esterilidade dos híbridos
• inviabilidade dos descendentes dos híbridos
Padrões de especiação:
• Anagénese – Não há aumento da diversidade específica
visto que a evolução ocorre gradualmente sem que ocorram
ramificações.
• Cladogénese – surgem espécies diferentes de um
ancestral comum. Implica que ao longo da história evolutiva do grupo
ocorra o surgimento de novos grupos. Não implica contudo que a
espécie ancestral esteja extinta.
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Especiação e biogeografia:
- Simpátrica – populações de espécies
diferentes compartilham o mesmo
ambiente. A nova espécie formada
provem do cruzamento de duas
espécies diferentes no mesmo
ambiente.
- Alopátrica - um ancestral em
ambientes diferentes vai dar origem a
espécies diferentes (isolamento
geográfico), mesmo que se voltem a
encontrar em ambientes iguais não se
cruzam porque são espécies diferentes.
Radiação adaptativa – muitos taxa num espaço de tempo geológico muito curto
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radial que é muito saliente. Normalmente é um pequeno componente do
pulso mas nos pandas ocorreu um crescimento descomunal do osso que o
tornou alongado até se igualar em comprimento aos ossos metapodiais dos
verdadeiros dedos. O “polegar” do panda vem equipado não só com um
osso mas também de músculos associados a este que lhe dão robustez e
agilidade. Estes músculos (adutores) tal como o osso sesamóide radial não
surgiram de nada e tratam-se de peças anatómicas familiares remodeladas para exercer
uma nova função. O “Polegar” do panda resulta de uma hipertrofia do osso sesamóide
radial que implicou um aumento do tamanho dos músculos.
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2. Prógenese (antecipação no desenvolvimento dos órgãos reprodutores ao
longo da filogenia) – está associada a ambientes hostis, com recursos efémeros ou com
recursos instáveis.
Características existentes nos bebés de outros primatas que existem no estado adulto
do Homem (Louis Bolk, anatomista holandês, anos 20):
- Crânio redondo
- Rosto “juvenil”
- Posição do buraco occipital
- União tardia das suturas cranianas
- Direcção ventral do canal vaginal
- Polegar do pé não oponível
7. Estabelecer filogenias
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- Por convergência (evolução convergente – pressões selectivas semelhantes
podem originar, por evolução, adaptações de tipo semelhante em grupos não
relacionados).
Estruturas análogas – partilham a mesma função mas não têm a mesma
origem.
Evolução paralela:
Exemplo: O gerbo (desertos africanos e asiáticos) e o rato-canguru
(desertos norte-americanos) locomovem-se através do salto para minimizar o
contacto com o solo por ser a areia muito quente. Ambos têm cauda extremamente
comprida e orelhas grandes. Estes organismos tiveram um ancestral comum recente mas
cada um seguiu o seu rumo de evolução de forma independente e paralela.
Características semelhantes perante habitats semelhantes logo as patas e rabo
comprido são estruturas análogas. Tiveram uma evolução paralela por
evoluírem em termos adaptativos ao meio idêntico.
Pressão selectiva idêntica – organismos próximos filogeneticamente
apresentam estruturas que evoluíram paralelamente mas
independentemente.
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Taxa monofiléticos, polifiléticos e parafiléticos:
Taxa monofiléticos (1) – inclui o ancestral e todos os
descendentes; caracteriza a sistemática cladística.
Taxa polifiléticos (2) – inclui várias linhas evolutivas e
não só uma.
Taxa parafiléticos (3) – inclui o ancestral mas não inclui os
seus descendentes porque sofrem uma especialização e são
colocados num grupo à parte.
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Caso dos Monotrématos
Género Equus
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• Redução do numero de dígitos (menor superfície de contacto).
As zebras podem ser uma série de cavalos diferentes que desenvolveram listras
independentemente ou as herdaram de um antepassado comum (enquanto os burros
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e os cavalos verdadeiros as perderam). As zebras podem ser a realização de um
potencial possuído por todos os cavalos.
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