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Durkheim propõe definir a sociologia como uma ciência autônoma, distinta da filosofia e psicologia. Ele define "fato social" como qualquer maneira de agir, sentir ou pensar imposta ao indivíduo através da educação, que é exterior ao indivíduo e geral à sociedade. Os fatos sociais possuem objetividade e coerção, embora também convenham aos indivíduos em muitos casos.
Исходное описание:
Fichamento a partir de citações indiretas.
Оригинальное название
"As Regras do Método Sociológico", E. Durkheim - fichamento (Introdução e Capítulo 1)
Durkheim propõe definir a sociologia como uma ciência autônoma, distinta da filosofia e psicologia. Ele define "fato social" como qualquer maneira de agir, sentir ou pensar imposta ao indivíduo através da educação, que é exterior ao indivíduo e geral à sociedade. Os fatos sociais possuem objetividade e coerção, embora também convenham aos indivíduos em muitos casos.
Durkheim propõe definir a sociologia como uma ciência autônoma, distinta da filosofia e psicologia. Ele define "fato social" como qualquer maneira de agir, sentir ou pensar imposta ao indivíduo através da educação, que é exterior ao indivíduo e geral à sociedade. Os fatos sociais possuem objetividade e coerção, embora também convenham aos indivíduos em muitos casos.
DEPARTAMENTO DE CINCIAS SOCIAIS - DCS Disciplina: Introduo a Sociologia (CIS110) Semestre 2015-I Professora: Dra. Daniela Alves
Discente: Luis Gustavo de Paiva Faria (85488)
Fichamento
Texto: DURKHEIM, mile. As Regras do Mtodo Sociolgico. 9ed. So Paulo:
Companhia Editora Nacional, 1978.
Os fatos sociais devem ser tratados como coisas eis a proposio
fundamental de nosso mtodo, e a que mais tem provocado contradies, assim Durkheim inicia a primeira seo do prefcio segunda edio de seu livro, buscando tanto elucidar pontos antes esquecidos em sua primeira edio como refutar as contradies e ms interpretaes suscitadas pelos conceitos desenvolvidos ao longo da obra. Eram tempos difceis para a cincia das sociedades, visto que sua autonomia como disciplina cientfica ainda no fora conquistada completamente e dependia de referncias ainda incipientes, como Auguste Comte, Herbert Spencer e Stuart Mill, como o prprio Durkheim os apontam na Introduo, alm de classific-los como socilogos (p.XXV), mas com ressalvas, pois suas pesquisas no aplicavam nem procuraram desenvolver um mtodo exclusivamente sociolgico, como as outras cincias naturais gozavam desde Descartes, Galileu e/ou Newton.
Assim como a Biologia, a Qumica e a Fsica, isto , as cincias naturais
independentes, Durkheim pretendia emancipar a Sociologia da Psicologia e da Filosofia a fim de torn-la autnoma, pois pensava ser aquela, at ento, dependente e vista como subrea das ltimas duas, determinando, portanto, a dependncia de concepes filosficas e psicolgicas para a formulao de concepes sociolgicas (p.XXIII). No so descartadas as contribuies de outras cincias, entretanto no lhes so base nem tampouco se constitui a partir delas, pois a Sociologia goza de objeto prprio: o fato social; e o que Durkheim apresenta o mtodo pelo qual os fatos devem ser analisados. Dessa maneira, afastando-se da Filosofia e aproximando-se da Cincia, certas caractersticas so essenciais ao mtodo sociolgico; tais como o empirismo, a experimentao, os testes e a regularidade, substituindo a subjetividade e a introspeco pela objetividade e observao. O contexto, portanto, possibilita a delimitao rigorosa do objeto sociolgico assim como sua independncia em relao s outras cincias.
II
Antes de definir propriamente o mtodo a ser utilizado, Durkheim (Captulo I)
prope uma definio do objeto sociolgico, isto , do fato social. Sua definio no prolixa, sendo mesmo concisa. Poderamos apresentar dessa forma: fato social toda maneira de agir, sentir e pensar exterior ao indivduo, sendo imposto a este ltimo de maneira coercitiva atravs da educao (p.11). Ora, ainda que a definio no seja extensa, suas caractersticas possuem diversas implicaes e so de suma importncia para a compreenso global do conceito durkheimiano de fato social. Primeiramente, sua peculiaridade est em defini-lo como exterior ao indivduo, pois no fui eu quem os criou, mas recebi-os atravs da educao (p.1) e, portanto, anterior e exterior ao indivduo, tendo sido criados ao longo da Histria pelas associaes entre diversos grupos sociais; e chegado at certo ponto onde, atravs da linguagem e da educao seja formal ou informal, nos ser passado, ou at mesmo poderamos dizer: introduzidos em nossa conscincia. Sendo exteriores, os fatos so, consequentemente, objetivos. E por no serem subjetivos, apresentam objetividade e so passveis de anlises, nesse caso, atravs de mtodos. por esse motivo que Durkheim, em seu prefcio, os chamam de coisas (p.XX), no em sua materialidade, pois fatos sociais no so materiais como so indivduos, mas sim em sua objetividade e exterioridade.
Diante dessas caractersticas, os fatos sociais, por serem constitudos da maneira
explicitada acima, apresentam por si s generalidade, tendo em vista seu processo de formao. Aqui preciso fazer algumas distines de conceitos que, em certas ocasies, so confundidos. O positivista Auguste Comte pressupunha, em sua concepo, a universalidade dos fatos sociais: funcionariam de maneira regular em todas as sociedades existentes e caminhariam para um mesmo ponto de convergncia, lanando mo da concepo de regra/lei universal, transportada das cincias naturais. Em Durkheim, os fatos apresentam generalidade, mas no universalidade; apesar de gerais, so diferentes de acordo com as sociedades em que so analisados. Portanto, os fatos sociais se distinguem de sociedade para sociedade, entretanto, analisados dessa perspectiva, so gerais, pois no so pessoais nem particulares, mas formados pela coletividade; alm de terem autonomia em relao a essa mesma coletividade: so, em si, o resultado de tais relaes individuais, algo para alm disso, um todo distinto da soma das partes (p.3;6).
Um segundo tpico da definio diz respeito coercitividade do fato social;
ponto, inclusive, polmico, pois Durkheim foi acusado de desconsiderar a individualidade e a livre escolha, to caras ao pensamento liberal clssico. Apesar da acusao, a interpretao foi simplria, j que est explicitada no texto a convergncia entre coercitividade, vontade e necessidade de adquirir e apreender os fatos sociais pelo indivduo na sociedade em que vive (p.2). O que se diz, em verdade, que, apesar de no querer, o fato social coagido atravs da excluso e/ou punio. Em caso de excluso, podemos citar a linguagem. Um indivduo falante do alemo poder ser compreendido majoritariamente em territrio brasileiro? Certamente que no. Dessa maneira, ele ser coagido, atravs da educao (muitas vezes informal) a aprender a lngua portuguesa tanto por questes de comunicao quanto de sobrevivncia. Ele pode optar por no aprender, mas ter srias dificuldades de sobreviver inserido na sociedade brasileira. A coero, nesse exemplo, quase despercebida. O indivduo, por vontade e necessidade, exposto ao fato social. Por outro lado, em caso de punio, e a j estaramos entrando em uma discusso sobretudo moral, o indivduo coagido atravs de castigo ou punio a repensar, arrepender-se, enfim, de determinado ato proibido pela sociedade em que vive. A coero , por fim, ou despercebida ou mesmo necessria s leis institucionais decretadas pela sociedade.
III
Alguns o classificaram como responsvel por introduzir a ideia de coero no
fato social, sendo seu fator determinante; assim como para Tarde seria a imitao (p. XXIX). Entretanto, Durkheim no se limita simples coero do fato social, mas tambm sua convenincia, j que muitos indivduos os apreendem quando lhes convm, alm de ach-los interessantes e bons para a formulao das leis e regras sociais. O fato social, para alm da ideia de coero, tambm convenincia (p. XXX); e se faz necessrio para a constituio e sobrevivncia das sociedades e seus indivduos.