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BIZU DO PONTO - ANALISTA-TRIBUTÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

1) LÍNGUA PORTUGUESA – Cláudia Kozlowski

Olá a todos os candidatos ao concurso da Receita Federal do Brasil!


Nessa revisão, veremos os assuntos que a banca da ESAF mais tem explorado em concursos
públicos. Fazendo um “raio-X” das provas da ESAF, tomando por base as aplicadas até 2009
(inclusive a mais recente, para o cargo de Especialista em Políticas Públicas e Gestão
Governamental do MPOG), destacamos os seguintes pontos: concordância, pronomes,
sintaxe de regência, crase e ordenação textual.
Eu sei que isso não é uma turma de exercícios, mas acredito a melhor maneira de rever os
principais pontos é a partir da resolução de questões de prova. Então, comecemos por
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA.

I - CONCORDÂNCIA
Ponto 1: “CASO CLÁSSICO” DE CONCORDÂNCIA.
O verbo deve concordar com o núcleo do sujeito.
SUJEITO COMPOSTO ANTES DO VERBO  CONCORDÂNCIA GRAMATICAL

Se for um sujeito composto e vier anteposto ao verbo, a concordância deve ser


GRAMATICAL, ou seja, não tem saída: o verbo tem de concordar com todos os núcleos.
SUJEITO COMPOSTO DEPOIS DO VERBO  CONCORDÂNCIA GRAMATICAL OU ATRATIVA

Sujeito composto posposto faculta a concordância com todos os elementos (concordância


gramatical) ou com o elemento mais próximo (concordância atrativa). Vamos analisar uma
questão de prova:
(ESAF/SEFAZ SP/2009) Com base no texto, analise a assertiva a seguir.
O Hamas, com sua odiosa plataforma que prega o aniquilamento da nação vizinha, não é
um movimento adventício, artificial, em Gaza. O grupo fundamentalista, com ramificações
assistenciais e religiosas, criou raízes e tornou-se popular na faixa de Gaza – essa
capilaridade, aliás, torna difícil atingir alvos militares sem matar civis. O Hamas venceu as
eleições parlamentares palestinas de 2006 e, mais tarde, expulsou de Gaza o Fatah, o
partido secular de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Facilitaram a ascensão do extremismo em Gaza a incompetência corrupta do governo do
Fatah, o cruel bloqueio à circulação de bens e pessoas imposto por Israel e a opção, tomada
por EUA e União Europeia, de ignorar diplomaticamente o Hamas e fortalecer a ANP.
(Folha de S. Paulo, Editorial, 5/1/2009)
- A forma verbal “Facilitaram”(ℓ.7) está no plural porque concorda com o sujeito composto
que está em posição subsequente.

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Este item está certo. O verbo foi flexionado no plural para concordar com o sujeito composto
posposto: “Facilitaram a ascensão do extremismo em Gaza a incompetência corrupta do
governo do Fatah (1), o cruel bloqueio à circulação de bens e pessoas imposto por
Israel (2) e a opção, tomada por EUA e União Europeia, de ignorar
diplomaticamente o Hamas e fortalecer a ANP (3).”. São três os núcleos:
incompetência, bloqueio e opção. O verbo foi flexionado, mas, por estar o sujeito posposto,
poderia ter sido realizada a concordância atrativa, ou seja, com o núcleo mais próximo.
Como esse primeiro núcleo está representado por um substantivo no singular, o verbo
também poderia estar nesse número: “Facilitou a ascensão do extremismo em Gaza a
incompetência...”. A decisão de flexionar o verbo (concordância gramatical) se deve ao
fato de que o sujeito possui muitos elementos, e a concordância apenas com o primeiro
núcleo acarretaria uma perda da ênfase em todos eles.

Ponto 2: CONCORDÂNCIA COM TERMOS PARTITIVOS


Por “termos partitivos” entendemos qualquer expressão que denote “a parte de um todo”.
Pode ser: “a maioria de”, “grande parte de”, “boa parte de”. Também incluímos aqui, para
facilitar nossa revisão, termos percentuais, numerais fracionários, sempre acompanhados de
complementos. Assim, com a estrutura “a maioria dos alunos”, por exemplo, o verbo pode
concordar com o núcleo do sujeito (maioria), ficando no singular, ou com o complemento
(alunos), flexionando-se no plural. Se estiver representado por um numeral, pode ir para o
plural se a parte inteira for maior que 1: “15% da turma COMPARECERAM (concorda com
“15”)/ COMPARECEU (concorda com “turma”).”. Se a oração fosse “1,2% da turma”, o verbo
somente poderia ficar no singular, pois tanto o numeral (1, que é a parte inteira), quanto o
complemento (turma) exigem essa flexão.
Cuidado, pois a banca adora sugerir trocas. Nesse caso, você precisa estar bem atento às
mudanças propostas. Todas as alterações devem ser mencionadas pelo examinador. Caso
contrário, a sugestão estará errada. Veja a questão seguinte.
(ESAF/Técnico ANEEL/2006 - adaptada)
Analise a assertiva a respeito do emprego das estruturas lingüísticas do trecho abaixo.
De fato, os jovens têm motivos para se sentirem inseguros. Começam a vida profissional
assombrados pelos altos índices de desemprego. Quase a metade dos desempregados nos
grandes centros no Brasil é jovem. Além da falta de experiência, há o despreparo mesmo.
(Adaptado de ISTOÉ 5/10/2005)
- Como a expressão “a metade” (l.3) pode ser considerada um sinônimo textual para 50%,
a substituição daquela por esta preservaria a coerência textual e a correção gramatical.
Vamos relembrar a passagem do texto: “Quase a metade dos desempregados (...) é
jovem.”. O verbo e o adjetivo (na função de predicativo do sujeito) ficaram no singular para
concordar com “metade”. Não houve, contudo, uma simples troca de “metade” por “50%”.
Note que todos os elementos que passaram a compor o sujeito agora estão no plural (50%
dos desempregados). Com isso, o verbo e o adjetivo necessariamente também deveriam
se flexionar: “50% dos desempregados (...) são jovens”. Como não houve essa sugestão
pelo examinador, a questão estava errada.
Por isso, CUIDADO! Toda e qualquer mudança que se faça necessária deve ser mencionada
pelo examinador no item, sob o risco de prejudicar a correção gramatical do período. Para
não errar, sempre volte ao texto e faça a troca sugerida.
(ESAF/MPOG/2008 - adaptada) Analise a opção a seguir em relação aos aspectos
gramaticais.
- O setor que mais empregou foi o de serviços, onde foram abertas 587,1 mil vagas
(crescimento de 5,29% em relação a 2006). A maioria desses postos foram criadas no
comércio, administração de imóveis e serviços técnico-profissionais (249,3 mil, com
aumento de 8,91% sobre 2006), bem como nos serviços de alojamento, alimentação e
manutenção (170,2 mil, + 4,13%).

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O predicado nominal “foram criadas” poderia realizar a concordância com “maioria” (“A
maioria desses postos FOI CRIADA...”) ou com o complemento “postos” (“A maioria desses
postos FORAM CRIADOS...”). Não fez nem uma coisa, nem outra. Aí estava o erro de
concordância.

RESUMO DE CONCORDÂNCIA
CONCORDÂNCIA VERBAL COM SUJEITO COMPOSTO (MAIS DE UM NÚCLEO)
- SUJEITO ANTES DO VERBO (ANTEPOSTO) – CONCORDÂNCIA GRAMATICAL;
- SUJEITO APÓS O VERBO (POSPOSTO) – CONCORDÂNCIA GRAMATICAL OU ATRATIVA
(COM O NÚCLEO MAIS PRÓXIMO).
CONCORDÂNCIA VERBAL COM SUJEITO SIMPLES: Independentemente da posição do
sujeito, o verbo deve realizar a concordância com seu núcleo.
- CASOS ESPECIAIS: Concordância ideológica. Sendo o núcleo do sujeito representado por
termos partitivos ou numerais (percentuais, fracionários), acompanhados de complementos
no plural, o verbo pode realizar a concordância com o núcleo do sujeito (o termo partitivo)
ou com o complemento, indiferentemente.

Ponto 3: CONCORDÂNCIA COM ALGUNS VERBOS ESPECIAIS


Há verbos que, por não apresentar distinção fonética entre as formas singular e plural, são
bastante perigosos em relação à concordância. Basicamente, são os verbos TER, PÔR e VIR,
e seus derivados. Normalmente, o que a banca faz é apresentar o verbo bem distante do
núcleo do sujeito, em número diverso daquele. Assim, o candidato acaba “perdendo de
vista” o erro de flexão verbal e marcando outra opção. Vamos a um exemplo desse tipo de
questão.
(ESAF/TCU/2006)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
O artista não é o porta-voz(1) da informação, nem do saber ou da realidade, nem da
objetividade ou do coletivo, nem de si(2) mesmo. O artista contemporâneo é aquele que
cria condições, na obra, para que nela(3) se processe o trabalho específico de sua arte – o
trabalho do filme, o trabalho do romance, o trabalho da pintura –, que, mais do que(4)
representar a existência, põem(5) essa existência em ação, para ele mesmo e seu público.
(Teixeira Coelho)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Há dois fatores “de risco” nessa questão. O primeiro já foi mencionado: o verbo PÔR não
possui diferença fonética entre a forma no singular (põe) e a plural (põem). Leia em voz alta
e você comprovará esse fato. Além disso, o sujeito desse verbo era o pronome relativo
“que”. O pronome é o sujeito sintático (é ele que exerce a função sintática), mas, como não
carrega significado algum, remete a concordância ao seu antecedente, ou seja, o
substantivo que está substituindo na oração subordinada adjetiva. No caso, o substantivo
era “trabalho”. Releia a passagem do texto e confirme isso:
“O artista contemporâneo é aquele que cria condições, na obra, para que nela [na obra] se
processe o trabalho específico de sua arte – o trabalho do filme, o trabalho do romance,
o trabalho da pintura -, que, mais do que representar a existência, põem essa existência
em ação...”

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O trabalho do artista põe essa existência em ação. Como o referente do pronome relativo
“que” é “trabalho”, o verbo deve concordar com este elemento: “trabalho (...) que põe essa
existência em ação”. A dificuldade maior estava no fato de que havia vários elementos entre
o sujeito semântico (o que detém o significado: trabalho) e o verbo PÔR. Por isso, na
dúvida, releia e marque (sublinhe, circule, faça qualquer coisa com) o núcleo do sujeito,
para não “perdê-lo de vista”.

Ponto 4 – Concordância com pronome relativo


A banca da ESAF simplesmente ADORA errar a concordância quando o sujeito é o pronome
relativo “que”. Vamos ver uma dessas questões.
(ESAF/SEFAZ SP/2009)
Os trechos abaixo constituem sequencialmente um texto adaptado do Editorial do Correio
Braziliense de 6/1/2009. Assinale a opção em que o segmento está gramaticalmente
correto.
a) Antes dos conflitos, Gaza estava estrangulada. Sitiada entre o mar e o muro construído
por Israel (que controlam entradas e saídas de pessoas e produtos), a estreita faixa
depende totalmente de Telavive.
b) Também inútil foram às resoluções da ONU, sistematicamente desrespeitadas ao longo de
sessenta anos. No meio do tiroteio, milhões de inocentes. Eles pagam a conta de outros.
c) A resposta desproporcional já fez centenas de mortos e milhares de feridos entre os civis.
No vácuo da transição de governo nos Estados Unidos e dos feriados de fim de ano, os
países da Europa faz tentativas de obter trégua afim de abrir espaço para a diplomacia.
d) Representantes do Hamas aceitaram ir ao Egito para negociar uma solução. Até agora as
iniciativas foram inútil.
e) O bloqueio de dezoito meses escasseou alimentos, agasalhos, remédios. O cessar-fogo,
que previa o levantamento do cerco, não obteve êxito. Essa a razão, segundo o Hamas,
grupo que controla Gaza, de romper a trégua com lançamento de foguetes contra o país
vizinho.
Na opção a, o pronome relativo “que” retoma o antecedente “Israel”. Por isso, o verbo
CONTROLAR deveria estar no singular, e não no plural.
No item b, não há justificativa para o emprego do acento grave em “às resoluções da ONU”,
sujeito da construção. Em relação ao aspecto de concordância, o adjetivo “inútil” refere-se a
“resoluções”, devendo se flexionar no plural para concordar com aquele termo. Esse mesmo
erro está presente na opção E, em que o adjetivo deve concordar com “iniciativas”: “Até
agora, as iniciativas foram INÚTEIS”.
O erro de concordância do item C ficou bem nítido em função da proximidade do verbo com
o sujeito correspondente: “os países da Europa FAZ tentativas...”. Além disso, o vocábulo
AFIM é um adjetivo e, como palavra variável que é, pode ir para o plural – afins. Significa
“semelhante, similar”. Tem relação com a palavra AFINIDADE: “As pessoas afins ligam-se
em grupos.”. Já a palavra FIM (= finalidade) forma a locução prepositiva A FIM DE, no
sentido de “com a finalidade de”, “com o propósito de”: “Deixou sua sogra em casa a fim
de passar um fim de semana sossegado com a esposa.”.
A única opção totalmente correta era E. Observação: o vocábulo “cessar-fogo” manteve o
hífen após o implemento do Acordo Ortográfico.

Ponto 5: CONCORDÂNCIA EM VOZ PASSIVA SINTÉTICA


Vamos, agora, ver a concordância em estruturas de voz passiva sintética.
(ESAF/CGU-Analista/2008) As opções trazem propostas de continuidade ao trecho
abaixo, diferentemente redigidas. Assinale a que contém erro de regência e/ou de
concordância.

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Como ninguém quer falar em aumento de impostos, todos se aferram à expressão mágica:
reforma tributária. O tema evoca um país moderno, com distribuição mais justa dos valores
arrecadados. (Krieger, Gustavo. “Agenda necessária e agenda possível”, Correio Braziliense,
7/1/2008, p. 4)
a) Bonito na retórica. Quando o assunto chega à mesa de discussões, o clima muda. O
governo federal não quer dividir seu caixa. Estados e Municípios sempre querem mais
dinheiro.
b) É bonito até chegar à mesa de discussões. Aí ninguém quer perder. Ao contrário: todos
lutam para aumentar sua fatia do bolo.
c) Tudo vai bem até o assunto chegar à mesa de discussões. União, Estados e Municípios se
digladiam para não perderem nenhuma partezinha do que arrecadam. O que querem
mesmo é ganhar mais.
d) Todos concordam até se sentarem na mesa de discussões, quando se inicia os mais
acalorados debates. Ninguém quer perder. Estados e Municípios buscam aumentar seu
quinhão na nova divisão do dinheiro arrecadado.
e) Falar em reforma tributária é bonito. O xis da questão é botá-la no papel, quando os
interesses da União, Estados e Municípios se chocam na busca de uma fatia maior do bolo
para cada um.
O erro estava na opção D. Além de um problema de regência (“sentar na mesa” é diferente
de “sentar à mesa”), havia um erro de concordância de um verbo que se apresentava em
construção passiva sintética. Vamos relembrar esse tipo de construção.
Verbos transitivos diretos, acompanhados de um pronome “se”, normalmente formam voz
passiva. Se o sujeito paciente estiver representado por um substantivo no plural, o verbo
deverá se flexionar também no plural. O verbo INICIAR é transitivo direto (eu iniciei os
debates). Está junto de um pronome “se”. O substantivo “debates” está no plural. Assim, o
verbo deve também se flexionar no plural: “... quando SE INICIAM os mais acalorados
debates...”.
Por isso, sempre que surgir um pronome “se”, marque-o. Em seguida, analise a
transitividade do verbo. Se possuir objeto direto (verbos transitivos diretos ou bitransitivos),
veja se há ideia passiva na construção. Em seguida, observe o número do substantivo que
representa o núcleo do sujeito paciente. Aí, então, compare: verifique se o substantivo e o
verbo estão em concordância. Essa é a melhor maneira de não errar uma questão como
essa.
(ESAF/MPOG/2008)
As cidades são o cenário cada vez mais exclusivo em que, pelo desejo de progresso das
sociedades, se realiza os direitos e se concretiza a ambição democrática e republicana de
tratar a todos igualmente.
Há dois pronomes “se” na passagem: “... se realiza os direitos...” e “se concretiza a
ambição...”. O segundo está correto, pois o substantivo está no mesmo número (singular)
que o verbo. O erro está no primeiro. O substantivo “direitos”, por estar no plural, leva o
verbo também para o plural: “... se REALIZAM os direitos...”. Este item estava errado. Com
bastante atenção, questões como essa são bastante simples.

II - PRONOMES
Vamos, agora, falar de PRONOMES. Como o assunto é bastante extenso, vamos nos
concentrar nos pontos mais exigidos pela banca – pronomes em referências textuais
(inclusive os demonstrativos), pronomes relativos e colocação pronominal.
Ponto 1 – PRONOMES EM REFERÊNCIAS TEXTUAIS
(ESAF/ATM NATAL/2008)

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1. As pessoas sempre pensam em si mesmas antes de
levar em conta o bem-estar geral. Não adianta querer
mudar isso. A espécie humana é essencialmente egoísta
e precisa freqüentemente receber estímulos individuais
5. para agir em prol de uma causa que transcenda o
próprio raio de interesses. A princípio todo mundo
trabalha impulsionado por objetivos próprios, entre eles
o progresso na carreira e o salário no fim do mês. A
única maneira de fazer um funcionário voltar-se também
10. para os interesses da empresa é motivá-lo por meio de
um conjunto concreto de benefícios extras. Não é por
acaso que as companhias que implantaram políticas
de reparte de lucros ou de premiação em dinheiro aos
funcionários mais talentosos e esforçados tendem a
15. superar as demais em produtividade e lucro. Em um
mundo tão complexo, economistas, empresários e
governantes precisam saber mais sobre psicologia.
(Entrevista de Maskin a VEJA, 26 de março, 2008).
Assinale a opção em que os três termos remetem, por coesão textual, ao mesmo referente.
a) “As pessoas”(l.1) – “que”(l.5) – “próprio”(l.6)
b) “bem-estar geral”(l.2) – “isso” (l.3) – “raio de interesses” (l.6)
c) “estímulos individuais”(l.4) – “objetivos próprios”(l.7) – “eles”(l.8)
d) “funcionário”(l.9) – “-se” (l.9) – “-lo” (l.10)
e) “empresa”(l.10) – “companhias”(l.12) – “demais”(l.15)
Essa foi uma prova aplicada em 2008. Lembramos que, com o advento do Acordo
Ortográfico, não há mais trema em “frequentemente”.
Questões como essa requerem atenção do candidato. Ele precisa voltar ao texto e observar
se estão corretamente indicados os elementos interligados em coesão textual.
A opção correta era D. O pronome “se” tem valor reflexivo e, por isso, retoma o antecedente
(sujeito) “funcionário” (“... fazer um funcionário voltar-se...”  voltar a si mesmo). Do
mesmo modo, o pronome “o” em “motivá-lo” também retoma “o funcionário” (“... fazer um
funcionário voltar-se também para os interesses da empresa é MOTIVÁ-LO...”  motivar
esse funcionário). Essa é a resposta correta.
Na opção A, o pronome relativo “que” (linha 5) retoma o antecedente “causa” (“... em prol
de uma causa que – ESTA CAUSA – transcenda o próprio raio de interesses.”). O
demonstrativo “próprios” liga-se a “todo mundo”, e não a “pessoas” (linha 1).
No item B, o pronome “isso” (linha 3), em função vicária, retoma toda a ideia apresentada
anteriormente (a de que “as pessoas sempre pensam em si mesmas antes de levar em
conta o bem-estar geral.”). Além disso, o “raio de interesses” mencionado na linha 6 não
tem relação nenhuma com o “bem-estar geral”.
O item c erra ao afirmar que o pronome “eles” se refere a “estímulos individuais”, quando,
na verdade, retoma o sintagma “objetivos próprios” (“... impulsionado por objetivos
próprios, entre eles o progresso na carreira...”).
A opção E foi a mais capciosa desta questão, já que o examinador buscou apresentar
palavras que têm relação lógica, mas que, no texto, não têm ligação entre si. O substantivo

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“empresa”, na linha 10, está usado de forma genérica, vaga, não se referindo a nenhuma
empresa em especial. Já o substantivo “companhias” da linha 12 vem acompanhado de uma
oração adjetiva restritiva que determina seu alcance: “... as companhias que implantaram
políticas de reparte de lucros ou de premiação em dinheiro aos funcionários mais
talentosos e esforçados...”). Não são, portanto, QUAISQUER companhias, mas aquelas
que fizeram o que se segue (implantaram políticas...etc., etc., etc.). Em seguida, quando o
autor faz menção “às demais”, pode-se subentender que as demais não implantaram tais
políticas. Portanto, esse demonstrativo (“demais”) não possui o mesmo referente de
“empresa” ou de “companhias”.
Os pronomes demonstrativos também fazem essa referência textual. Quando o termo
antecedente já estiver presente no texto, usamos os pronomes “esse”, “essa”, “isso”.
Sempre com “ss” de “paSSado” (já foi mencionado = está no paSSado). Dá-se o nome de
“anáfora” ou “referência anafórica”.
Quando ainda será mencionado o referente do pronome, usamos “este”, “esta”, “isto”, com
“T” de “fuTuro”. Trata-se de “referência catafórica”. Veja como a banca já exigiu esses
conceitos.
(ESAF/MPOG/2008)
1. O objetivo da Embratur é atrair mais turistas
estrangeiros. Em média, segundo a empresa,
eles permaneceram no Brasil 18 dias em cada
viagem, em 2007, dois dias mais do que em 2006.
5. A média geral de gastos diários, por turista, foi de
US$ 91,74, mas os europeus gastaram bem mais
que isso. Segundo a presidente da Embratur,
aumentou em 22% o número de viagens dos
turistas espanhóis ao País.
10. Para atrair mais turistas, é preciso oferecer não
apenas mais vôos e mais hotéis, o que já vem
ocorrendo, mas também serviços de qualidade,
funcionários bilíngües, segurança reforçada
nas proximidades de hotéis, aeroportos e infra-estrutura.
15. O empenho justifica-se pelo aumento
do emprego propiciado pelo turismo e da renda
gerada para os mais diversos segmentos –
shopping centers, restaurantes, cinemas, táxis,
transporte especializado, farmácias.
- O pronome “eles” (l. 3) constitui uma anáfora, pois se refere ao antecedente “turistas
estrangeiros” (l. 1 e 2).
Em tempo, não há mais trema em “bilíngues” nem acento circunflexo em “voos” e a palavra
“infraestrutura” não possui hífen a partir do Acordo Ortográfico.
Este item está correto. O pronome “eles” se refere aos “turistas estrangeiros”, mencionados
no início do texto. Por isso, acertou o examinador quando afirmou tratar-se de uma
“anáfora”.
Também podemos usar “este” em contraponto a “aquele”, em relação a dois elementos. O
pronome “este”, no caso, refere-se ao elemento mais próximo, enquanto que “aquele” faz

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menção ao elemento mais distante: “João e Mauro prestaram o concurso; este [Mauro]
para Brasília e aquele [João] para São Paulo.”.

Ponto 2 - PRONOMES RELATIVOS


O pronome relativo, como o próprio nome sugere, apresenta um referente, ou seja, um
termo já mencionado, substituindo-o na oração adjetiva. Vamos ver as características dos
pronomes relativos.
QUE Pode ser usado com qualquer antecedente, por isso chamado de “pronome
relativo universal”. Normalmente é empregado em relação a “coisa”, já que
os demais referentes têm pronomes relativos específicos (lugar, quantidade,
modo). Aceita somente preposições monossilábicas, exceto sem e sob.
O QUAL Assim como “que”, pode ser usado com qualquer antecedente. Aceita
preposição com duas ou mais sílabas, locuções prepositivas, além de sem e
sob (“rejeitadas” pelo “que”).
É usado quando o referente se encontra distante ou para evitar
ambiguidade: Visitei a tia do rapaz que sofreu o acidente. Quem se
acidentou? O rapaz ou a tia dele? Para evitar a dúvida, uso “o qual” para ele
ou “a qual” para ela.
QUEM Somente usado com antecedente PESSOA. Sempre virá antecedido de
preposição – Ele é o rapaz de quem lhe falei.
ONDE Utilizado quando o referente for lugar, ou qualquer coisa que a isso se
assemelhe (livro, jornal, página etc.) – “A gaveta onde guardei o dinheiro foi
arrombada.”; pode ser substituído por “em que”.
COMO Usado com antecedente que indique MODO ou MANEIRA – O jeito como
escreve mostra a pessoa que é.
QUANDO O antecedente dá idéia de TEMPO, também equivalente a “em que” – Época
de ouro era aquela, quando todos andavam tranquilos pelas ruas.
QUANTO O antecedente dá idéia de QUANTIDADE - normalmente precedido de um
pronome indefinido (tudo, tanto(s), todos, todas) – Tenho tudo quanto
quero.

DICA:
Ao usar o pronome relativo, verifique:
1 – qual deve ser o pronome mais adequado, a depender do antecedente (coisa,
pessoa, tempo, modo, lugar...);
2 – se o algum termo na oração adjetiva exige preposição.
Aquele é o professor | por quem eu tenho muita admiração.
Oração principal: Aquele é o professor – como o referente é pessoa, podemos usar “quem”.
Oração subordinada adjetiva: por quem eu tenho muita admiração – o substantivo
admiração rege preposição por, que antecede o pronome relativo que substitui o termo
regido – “professor”.
Vamos, agora, estudar colocação pronominal, que nada mais é do que a correta posição do
pronome em relação aos verbos.

Ponto 3 - COLOCAÇÃO PRONOMINAL


(ESAF/MPU/2005)
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
A _______ intelectual de Nabuco provém de suas ________ e é por isso que nele ______,

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eleva a um grau superior, ainda que a______ vocação política se alie ______ sensibilidade
artística.
(Baseado em Graça Aranha)
a) essência origens se acentua essa a
b) riqueza raízes se acentua esta à
c) carreira influências marca-se tal à
d) qualidade raízes acentua-se esta a
e) vivência raízes acentua-se essa à
O gabarito aponta para a opção A. A terceira lacuna explora conceitos de colocação
pronominal, assunto que nos interessa agora.
As três posições que o pronome ocupa em relação ao verbo são: antes do verbo (próclise),
no meio do verbo (mesóclise, que só ocorre com verbos no futuro do presente e no futuro
do pretérito do indicativo) ou após o verbo (ênclise).
Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o pronome após o verbo. Isso tem
origem em Portugal, onde essa colocação é mais comum. No Brasil, o uso da próclise é mais
frequente, por apresentar maior informalidade. Mas, como devemos abordar os aspectos
formais da língua, a regra será ênclise, usando próclise em situações excepcionais. A
fim de facilitar, resumimos todas as regras de colocação pronominal a três.
RESUMO DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL
1) PRÓCLISE OBRIGATÓRIA:
1.a) PALAVRA INVARIÁVEL ATRAI O PRONOME, DESDE QUE NÃO HAJA PAUSA:
“Não te quero mais.”; “Ninguém o conhece como eu.”; “Aqui, aprende-se a estudar.” (com
pausa = vírgula, o pronome pode ficar enclítico); “Aqui se aprende a estudar.” (sem pausa,
ocorre a atração pronominal).
1.b) EM ORAÇÕES EXCLAMATIVAS E OPTATIVAS (expressam desejos intensos):
“Vou te matar!”; “Deus o abençoe!”; “Macacos me mordam!”;
1.c) EM ORAÇÕES SUBORDINADAS: “Quero que você me chame às 10h.”; “O rapaz que
o procurava estava aqui.”.
2) COLOCAÇÕES PROIBIDAS DO PRONOME ÁTONO:
2.a) NO INÍCIO DO PERÍODO: “Me(*) dê um copo d’água”. O correto é: “Dê-me
um copo d’água.”
2.b) DEPOIS DE FUTURO DO PRESENTE, FUTURO DO PRETÉRITO E
PARTICÍPIO: “Reportarei-me(*) ao seu superior.”. O correto é: “Reportar-me-ei ao seu
superior.”; “Concedido-me(*) o direito de resposta...”. O certo é: “Concedido a mim o
direito de resposta...” (usa o pronome oblíquo tônico com preposição).
3) COLOCAÇÃO FACULTATIVA
Com infinitivo está sempre certo, mesmo que haja palavra invariável antes, desde
que não inicie período (caso de proibição 2.a): “Para não ME encontrar com ele, fugi.”
ou “Para não encontrar-me com ele, fugi.”.
Voltando à questão da prova, como vimos, em orações subordinadas, ocorre a próclise. Essa
é uma oração subordinada adverbial: “... é por isso que nele se acentua ... o pensador
político.”.
Há somente duas opções que oferecem essa construção: a e b.
A quarta lacuna é preenchida por um pronome demonstrativo que se refere um termo
mencionado na passagem anterior do texto (a vocação política pertencia ao pensador
político, Nabuco). Esse é o uso anafórico do pronome demonstrativo. O pronome, por
fazer referência a algo do passado, deve ser usado na forma ESSA: “... ainda que essa
vocação política se alie...”.

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Por fim, na última lacuna, termo regente aliar, na construção, é pronominal (eu me alio, tu
te alias, ele se alia) e transitivo indireto, exigindo a preposição a (“Alguém se alia a
outrem.”).
“É uma tradição espiritual que ele conserva e eleva a um grau superior, ainda que a essa
vocação política se alie ____ sensibilidade artística”.
Como o “a” que antecede “essa vocação política” só pode ser uma preposição, exigida pelo
verbo “aliar-se” (não poderia ser artigo, pelo fato de que o pronome demonstrativo não o
exige), este sintagma é o objeto indireto, restando a “a sensibilidade artística” a função de
sujeito. Assim, a última lacuna é preenchida por um artigo definido feminino “a”, sem
acento, portanto.
Uma última questão que trata de colocação pronominal.
(ESAF/AFC/2002)
Quanto à norma culta, em relação aos termos grifados, assinale a opção correta.
Para que a intervenção governamental se justifique é preciso, primeiro, que se prove a
existência de uma distorção que faça com que o mercado não aloque eficientemente os
recursos. Segundo, que se pondere as alternativas para corrigir aquela distorção à luz de
seus custos e benefícios. Pode-se concluir pela adoção de medidas corretivas, e de que tipo
devem ser, somente após esta análise. Dada a realidade brasileira, é provável que essas
tendam a ser muito mais relativas à natureza da política econômica do que da política
industrial. Esta última ainda precisa ser muito melhor embasada.
a) Todas as ocorrências de “se” admitem mudança de colocação.
b) Em “se justifique”, a próclise do “se” está em desacordo com a norma culta.
c) Em “se prove”, a norma culta admite a ênclise do “se”.
d) Em “se pondere”, a próclise do “se” é facultativa.
e) Em “Pode-se”, a ênclise do “se” justifica-se por ser início de oração.
A única afirmação correta está na opção E. Por ser o início do período, a única posição
correta do pronome é enclítica ao verbo: “Pode-se”.
Há diversas ocorrências do pronome “se” que não admitem mudança de colocação (como
em próclise na passagem “que se prove” ou ênclise em “Pode-se concluir”), o que torna
a opção A errada. A próclise de “se justifique” se deve à oração subordinada adverbial final
a qual integra, estando de acordo com a norma culta (erro da opção B). A próclise em “se
prove” é obrigatória por força da conjunção integrante “que” (erro da opção C). Também
é obrigatória a próclise em “que se pondere”, por força da palavra invariável “que”.

III – REGÊNCIA e CRASE


Esses são assuntos interligados. A crase ocorre em função do encontro da preposição “a” -
exigida por algum termo regente, que pode ser um verbo (regência verbal), um adjetivo,
um substantivo ou um advérbio (regência nominal) – com outro “a” , na posição de termo
regido.
Modernamente, as questões costumam exigir que o candidato identifique qual é o termo que
exige determinada preposição. Você deve voltar ao texto e relê-lo, para verificar se está
correta a indicação do examinador.
(ESAF/SEFAZ SP/2009 - adaptada)
Com base no trecho abaixo, analise a proposição que se segue.
O Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas de 2006 e, mais tarde, expulsou de
Gaza o Fatah, o partido secular de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional
Palestina (ANP). Facilitaram a ascensão do extremismo em Gaza a incompetência corrupta
do governo do Fatah, o cruel bloqueio à circulação de bens e pessoas imposto por Israel e a

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opção, tomada por EUA e União Europeia, de ignorar diplomaticamente o Hamas e fortalecer
a ANP.
(Folha de S. Paulo, Editorial, 5/1/2009)
- O emprego da preposição em “de ignorar” justifica-se pela regência de “opção”.
Trata-se, aqui, de um caso de REGÊNCIA NOMINAL. O termo que exige a preposição “de”,
que antecede “ignorar”, é “opção”. Este termo regente (opção) apresenta dois termos
regidos, ambos apresentados sob forma oracional: (1) ignorar diplomaticamente o Hamas e
(2) fortalecer a ANP.
Outra forma de explorar é, dentre as opções incorretas, inserir um erro de regência, como
na questão que veremos agora.
(ESAF/SEFAZ SP/2009 - adaptada)
Analise a opção abaixo, que transcreve informações sobre a Nota Fiscal Paulista, em relação
aos aspectos gramaticais.
- A Nota Fiscal Paulista é um projeto de estimulo à cidadania fiscal no Estado de São Paulo,
que tem por objetivo estimular aos consumidores a exigirem a entrega do documento fiscal
na hora da compra.
O verbo ESTIMULAR pode ser bitransitivo, como na passagem (“estimula alguém a algo”). O
erro está no emprego da preposição antes do objeto direto (aos consumidores): “...
estimular OS CONSUMIDORES a exigirem ...”.
Em relação à flexão do infinitivo, temos a informar que é facultativa, uma vez que o sujeito
desse verbo já apareceu anteriormente (consumidores). Poderia ser “estimular os
consumidores a EXIGIR ou EXIGIREM a entrega...”.
Havia também outro erro, muito sutil, por sinal. Você notou que faltou um acento agudo na
letra “i” de “estímulo”? Pois é... em uma prova da ESAF, há algum tempo, o erro de
ortografia era exatamente a ausência de acento agudo na letra “i”. Só era capaz de perceber
esse erro o candidato calmo e atento. Leve para a prova seus “olhinhos de lince”, hem?
Olhos atentos, bem abertos! Não deixe passar nada. Contudo, leve também o seu bom-
senso. Isso poderia ter sido um mero erro de digitação. Por isso, em busca do item errado,
se aparecer um “erro” de ortografia como esse em uma opção (que pode ser de digitação) e
um erro HORRÍVEL, HORROROSO, ESCABROSO em outra opção, não vá brigar com a prova
– marque o erro HORRÍVEL e deixe para os que insistiram no erro de digitação o trabalho de
entrar com recurso na segunda-feira. Sigamos no estudo de CRASE/REGÊNCIA.
(ESAF/ATA MF/2009)
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
A chegada da crise financeira mundial __1__ pequenos municípios exibe mais uma face
perversa do abalo global que já fez tremer os gigantes do crédito internacional. A população
mais pobre dessas comunidades começa a pagar preço alto ao __2__ situar no lado mais
fraco das contas públicas brasileiras. A desaceleração da atividade econômica já seria
suficiente __3__ provocar uma expressiva perda de arrecadação em todos os níveis da
administração pública. Mas __4__ um complicador a mais para os municípios pequenos.
Forçado __5__ conceder desonerações tributárias para ajudar a manutenção de empregos,
o governo federal abriu mão de parte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), um
dos principais formadores do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Por causa da
excessiva proliferação de cidades, muitas vezes, emancipadas apenas para atender a
interesses de grupos políticos locais, é imensa a quantidade de orçamentos dessas
comunidades em todo o país que dependem quase __6__ exclusivamente desse fundo.
(Estado de Minas, 3/3/2009)
1 2 3 4 5 6
a) nos o ao a em que
b) aos se para há a que

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c) a a de é de em
d) por lhe por existe por de
e) em o ao é por de
Tanto a regência verbal de CHEGAR quanto a regência nominal de CHEGADA exigem a
preposição “a”. Essa é uma característica dos verbos que indicam DESLOCAMENTO (ir a
algum lugar / dirigir-se a algum lugar / chegar a algum lugar). Só com essa análise,
poderíamos eliminar diversos itens, ficando com as opções B e C. A segunda lacuna resolve
esta questão, que deveria ser preenchida com o pronome “se” (as comunidades SE SITUAM
no lado mais fraco das contas públicas brasileiras) e não com o oblíquo “a”. A resposta é B.
O tempo, na hora da prova, é fator preponderante para a sua aprovação. Por isso, à medida
que identificar as possibilidades de preenchimento, vá eliminando as opções inválidas. Como
nessa questão, muitas vezes é possível identificar a resposta certa com apenas duas lacunas
preenchidas.
Por fim, veremos uma questão que explora, simultaneamente, aspectos relativos a regência
e crase.
(ESAF/SEFAZ SP/2009)
Julgue os a/as destacados no texto abaixo e assinale a opção correta em relação à
existência de crase.
A sociedade brasileira, cada vez mais, quer conhecer e debater as políticas, planos e
programas de desenvolvimento, previamente a (1) tomada de decisão pelo Poder Público e
a (2) luz dos objetivos da sustentabilidade e da melhoria dos processos de negociação e de
controle social. Essa discussão é orientada pela busca do melhor juízo sobre a (3) defesa
ambiental com vistas a (4) adoção de um processo de natureza negocial, baseado numa
abordagem de gestão pública compartilhada, que não deve estar restrita as (5) agências
ambientais. Visa, também, à definição de espaços adequados e permanentes para o diálogo
de forma a (6) se antecipar aos potenciais conflitos socioambientais associados as (7)
propostas de desenvolvimento e a (8) redução de ações de intervenção que remetam as (9)
decisões a (10) esfera do Judiciário.
(http://www.planejamento.sp.gov.br/PUBLICACOES/Desenv_sustent_ambientais.pdf)
Devem ser acentuados com acento grave os a/as destacados com os números:
a) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9
b) 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10
c) 3, 6, 9, 10
d) 1, 2, 4, 5, 7, 8, 10
e) 1, 2, 5, 6, 10
Essa questão é uma verdadeira aula de crase. Acredito que a melhor forma de resolver uma
questão como essa seja verificar o emprego de acento grave de cada item e,
simultaneamente, eliminar as opções que não indicam esse item na resposta.
(1) O advérbio “previamente” exige a preposição “a”. Como o termo regido é um
substantivo feminino que admite artigo, ocorre crase. Esse “a” seria acentuado. Com isso,
podemos eliminar as opções que não indicam o número 1 em sua resposta (B e C): ficamos
com as opções A, D e E.
(2) Locuções femininas (sejam elas adverbiais, prepositivas, conjuntivas, adjetivas...)
exigem crase. É o caso de “à luz de”. As três opções relacionam este item na resposta. Não
adiantou...rs...
(3) Como já existe a preposição SOBRE antes desse “a”, não poderia haver também a
preposição “a”, o que impede a ocorrência de crase. Eliminamos a opção A e ficamos com as
opções D e E.
(4) Mais um exemplo de locução feminina: “à vista de”. Emprega-se o acento grave
independentemente daquela análise de “termo regente x termo regido”. A única a indicar o

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item 4 em sua relação é a opção D, resposta da questão. Na hora da prova, bastava parar
por aqui e partir para a próxima questão. Nós vamos analisar as demais para efeitos
didáticos.
(5) O substantivo “restrito” exige a preposição “a” (Algo é restrito A alguém/algo). O termo
regido “agência” admite artigo. Ocorre crase: “... restritas às agências ambientais”.
(6) Não ocorre crase antes de verbo, já que seria impossível empregar artigo definido
feminino. Este “a” não recebe acento.
(7) O termo regente é “associados”. Em seguida, há um substantivo feminino que admite
artigo definido feminino plural: “... associados às propostas...”. Acento grave deve ser
empregado.
(8) Mesmo raciocínio ocorre em relação ao substantivo “redução”, que apresenta o mesmo
termo regente (associados). Coloca-se acento grave.
(9) O verbo REMETER é, na passagem, bitransitivo (remeter algo a alguém). O substantivo
“decisões”, por exercer a função de objeto direto, dispensa a preposição, logo não ocorre
crase.
(10) Agora, “a esfera do Judiciário” é complemento indireto do verbo REMETER, devendo
ser empregada a preposição “a” (“... que remetam as decisões à esfera do Judiciário.”).
Assim, há acento nos itens 1, 2, 4, 5, 7, 8, 10.
RESUMO DE CRASE
Ocorre crase quando há, simultaneamente, um termo regente a exigir a preposição A e um
termo regido, que pode ser artigo definido feminino (a/as); pronome demonstrativo
(a/as); pronome demonstrativo aquele, aquela, aquilo; pronome relativo “a qual”
ou “as quais”.
Faça a análise da seguinte forma – olhe para um lado e veja se o termo regente exige a
preposição A; olhe para o outro e verifique se existe um desses termos regidos. Sendo
afirmativas as duas respostas, ocorre crase, devendo ser empregado o acento grave.
Casos especiais:
- locuções femininas (adjetivas, adverbiais, conjuntivas, prepositivas) exigem o acento,
independentemente da análise acima.
- pronomes possessivos facultam o artigo definido (Visitei sua casa / Visitei a sua casa). Por
isso, havendo o termo regente a exigir preposição “a”, pode ser empregado ou não o artigo
antes do possessivo – por isso, a crase antes dos possessivos é FACULTATIVA (“Eu me dirigi
à / a sua casa.”);
- também é FACULTATIVA a crase com a locução prepositiva “até a”: “Ele chegará até a/até
à meia noite.”.
- com nomes de lugares, para verificar se poderia usar o artigo definido feminino antes, faça
o teste com o verbo MORAR:
“Eu morei NA Bahia” (topônimo que admite artigo) - “Eu fui à Bahia” (o termo regente exige
a preposição “a” e o termo regido admite artigo definido feminino = ocorre crase);
“Eu morei EM Brasília” (topônimo que dispensa artigo) – “Eu fui a Brasília” (sem acento, pois
não ocorreu crase – inexistência do artigo definido).
A exceção é se este topônimo for acompanhado de um determinante (valor adjetivo): “Eu
fui à Brasília dos Escândalos.”.
- vocábulos usados de maneira genérica, vaga, dispensam o artigo. Por isso, nesses casos,
não ocorre crase.
Para encerrar, vejamos a última questão de crase, que envolve paralelismo sintático.
(ESAF/SUSEP – Agente Executivo/2006)
1. Na compreensão marxista de Estado, esse é um

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mecanismo controlador dos cidadãos comuns, das
relações de propriedade, do regime de alternância dos
seus poderes políticos. É a concepção ideológica e
5. econômica do Estado que determina a concentração
de riqueza material e espiritual nas mãos de poucos
e condena a maioria da população à pobreza material
e a sobreviver sem escolas, sem instrução que lhes
possibilite ascensão social e sem educação que lhes
10. permita sair da dependência da elite dominadora. Esse
conceito tem caráter trágico e escatológico, pois prega
o fim do Estado como único modo de se construir uma
sociedade materialmente justa.
(Oscar d’Alva e Souza Filho)
Em relação ao texto, julgue o item a seguir.
- A substituição de “a sobreviver”(l.8) por à sobrevivência mantém a correção gramatical
do período.
Originalmente, não havia crase antes de SOBREVIVER, por não ser possível artigo definido
feminino antes de verbo. Com a troca para o substantivo feminino “sobrevivência”, ocorre
crase. Mais do que uma simples questão de crase, essa passagem nos mostra a necessidade
de se manter o tratamento dispensado aos elementos que exercem idêntica função sintática
na construção. O termo regente “CONDENA” é bitransitivo, ou seja, possui um objeto direto
(representado por “a maioria da população”) e DOIS objetos indiretos, respectivamente
“pobreza material” e “sobreviver sem escolas, sem instrução que lhes possibilite ascensão
social e sem educação que lhes permita sair da dependência da elite dominadora”. Vamos
identificar os núcleos do objeto indireto: pobreza (substantivo) e sobreviver (verbo). Por
exercerem a mesma função sintática, a norma culta recomenda que se empreguem termos
de mesma classe gramatical. Por isso, a troca sugerida pelo examinador, mais do que
manter a correção gramatical, promove também o paralelismo sintático, pois levaria à
apresentação de dois substantivos na função de núcleos do objeto indireto da oração. Essa
afirmação está CORRETA. Agora, veremos o último ponto da revisão de hoje.

IV - ORDENAÇÃO TEXTUAL
Não costuma ser complicado acertar uma questão dessas. Para garantir os dois pontinhos de
cada uma, preste bastante atenção e siga algumas orientações.
Primeiramente, elimine as opções que apontam, como primeiro parágrafo do texto (indicado
como 1º, 1, I, A etc.), segmentos que apresentam palavras ou expressões dependentes de
informações anteriores, quer gramaticalmente (pronomes em função anafórica, conjunção
relacionando orações de trechos diferentes, orações cujo sujeito já deveria ter sido
mencionado), quer semanticamente (não faz o menor sentido, faltam informações).
Depois desse primeiro passo, havendo “empate”, verifique a relação que os termos de um
segmento estabelecem com elementos de outro parágrafo, para, a partir disso, ordenar a
sequência desses segmentos. O treino facilitará a assimilação desses conceitos.
No último concurso realizado pela ESAF, duas foram as questões que exploraram a
ordenação textual. Vamos resolver uma delas.

(ESAF/MPOG-EPPGG/2009) Os trechos abaixo constituem um texto adaptado de Yoshiaki


Nakano, publicado no jornal Valor Econômico, dia 30/06/2009, e estão desordenados.
Ordene-os nos parênteses e indique a resposta correspondente à ordenação do texto de
forma coesa, coerente e gramaticalmente correta.

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( ) Tanto é que alguns analistas já se apressam em afirmar que já estamos chegando ao
“fundo do poço” e que no final deste ano aquelas economias vão iniciar a recuperação
cíclica.
( ) Há concordância de que existem sinais de que o ritmo de queda nas economias
desenvolvidas está reduzindo.
( ) É natural que as opiniões dos economistas sejam conflitantes, pois existem divergentes
visões de mundo e diferentes percepções sobre a natureza da crise e, consequentemente,
da saída da crise.
( ) Outros analistas mais críticos afirmam que não há nenhuma indicação de que o “pior já
passou”, de que recuperação virá, ou de que a recuperação se iniciará ainda neste ano.
( ) Assim, alguns analistas acreditam que já em 2010 as economias voltarão a crescer,
enquanto outros pintam um quadro mais difícil em que a recuperação não virá sem
mudanças estruturais e reformas.
a) 4-2-1-5-3
b) 2-1-5-3-4
c) 1-3-4-2-5
d) 3-1-2-5-4
e) 5-3-4-1-2
Lembro que este tipo de questão é resolvida por eliminação. Aqueles segmentos que fazem
referência a algum termo / informação constante em outro não podem ocupar o primeiro
parágrafo do texto (indicação com o número 1), como ocorre com o primeiro trecho (“Tanto
é que alguns analistas...”), o quarto (“Outros analistas mais críticos...”) e o quinto
(“Assim, alguns analistas acreditam...”).
No terceiro trecho, não se informa a respeito do que as opiniões dos economistas divergem,
informação certamente apresentada por outro(s) segmento(s). Por isso, também não
poderia este trecho receber o número 1. Assim, ficamos entre duas opções: B (2-1-5-3-4) e
D (3-1-2-5-4), que indicam o segundo segmento como o primeiro parágrafo do texto.
No trecho que começa por “É natural que as opiniões dos economistas sejam conflitantes...”,
para que essa afirmação tenha sentido, é preciso já ter apresentado essas opiniões
contrárias, presentes nos seguintes parágrafos: “Tanto é que alguns analistas já se
apressam em afirmar que já estamos chegando ao ‘fundo do poço’...” (primeiro
segmento) e “Outros analistas mais críticos afirmam que não há nenhuma indicação de
que o ‘pior já passou’, de que a recuperação virá...” (quarto segmento). Em função
disso, o terceiro trecho deve receber numeração superior à indicada a esses dois (primeiro e
quarto segmento), o que não acontece na opção D (3-1-2-5-4), em que o 3º trecho vem na
posição 2, antes do primeiro segmento (posição 3) e do quarto trecho (posição 5). Já na
opção B (2-1-5-3-4), o terceiro trecho recebe o número 5, ou seja, é o último parágrafo do
texto, respeitando, assim, aspectos de coesão e coerência textual. A resposta é a opção B.
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
::::
É isso aí, pessoal! Espero ter colaborado com a sua preparação e espero que você ganhe
alguns ótimos pontinhos em função dessas dicas de última hora. Muita calma e confiança!
Boa prova!

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2) INGLÊS – Carlos Augusto

USEFUL TIPS – DICAS ÚTEIS

I. READING - À medida que se aproxima a hora da prova muitos candidatos


tendem a achar que aquilo que vêm fazendo está errado e surgem as mais
loucas elucubrações mentais: “E se o texto da prova for sobre “As raízes
sânscritas das palavras em língua portuguesa”. Convenhamos que não é
impossível cair um texto sobre assunto semelhante, mas é altamente
improvável.
Sei que não é possível ler uma porção de textos em inglês todos os dias.
Então, leia um por semana, o mais impregnado de ‘economês’ que você
puder encontrar, mas não deixe de ler. Habitue-se a registrar as principais
manchetes do noticiário released by Associated Press (AP), Reuters,
Agência France Press (AFP), BusinessWeek, TIME, The New York
times. Você perceberá que a essência da reportagem é a mesma, mas o
vocabulário usado é muito diverso, o que favorece a sua consolidation.
Usarei trechos dos textos que caíram em concursos anteriores para provar
meus pontos essenciais.

II. SOME ESSENTIAL TOPICS

A) Por que você deve estudar os principais IRREGULAR VERBS?

Simples. Porque algumas past forms destes verbos diferem bem do


infinitivo a ponto de travar sua leitura, e fazer você perder tempo. Imagine
esbarrar na past form ‘sought’, como você chegaria ao infinitivo to seek
(= procurar, buscar) se você não souber by heart (= de cor) as 3 formas
deste verbo.

SEEING IS BELIEVING’ - (Ver para crer)

After just eight months in office, President Luiz Inácio Lula da Silva of the
left-wing Workers' Party has won congressional approval for economically
critical and politically controversial pension and tax reforms.
Now, however, da Silva faces a bigger challenge: reviving Brazil's economy.
In 2003's first half, Brazil's economy fell into recession. Most economists
expect growth for the entire year to be a miserly 1%. [Excerpt from ‘One
Growth Obstacle After Another’ - ESAF/ TRF 2003]

Task: Write the infinitive forms of the verbs in bold + the translation:
a) won - ________ // b) fell - ________

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B) DISCOURSE MARKERS –MARCADORAS DO DISCURSO

Nunca é demais enfatizar a importância destas palavras de que o autor se


vale para fazer a transição de uma frase para outra ou de um parágrafo para
outro. Recorra à lista dos principais discourse markers sempre que
precisar.

“That will be possible only if interest rates fall and the government can keep
spending in check, thereby reducing the amount of money needed to pay its
own debts. For now, Brazil's economy is going nowhere. [Excerpt from ‘One
Growth Obstacle After Another’ - ESAF/ TRF 2003]

Task: As a discourse marker, o que indica a palavra thereby above?


____________________________________________________

C) AFFIXES

Sempre chamo a atenção dos meus alunos e alunas para os principais


prefixos e sufixos em inglês. Por que? Simplesmente porque permitem a
você aumentar seu vocabulário consideravelmente e, in the long run, ler
com mais fluência. Aproveito o fragmento do texto acima para destacar:

a) economy (n.) – economia. Tudo bem, e por que não se familiarizar logo
com outras palavras da mesma ‘família’, ou seja derivadas. No fragmento
anterior sobre Paul Summers apareceu a palavra economist (=
economista). Você poderia estudar também a diferença entre os adjetivos
economic (= econômico, relativo à ciência econômica) as in economic
plans (= plano econômico); e economical (= econômico, pessoa ou objeto
que poupa, que não gasta muito), as in an economical car (= um carro
que não gasta muito combustível).

D) MODAL VERBS

Esses verbos auxiliares merecem atenção especial pois são encarregados


de transmitir nuances de sentido aos verbos principais. Quando você diz:
She can swim (= Ela sabe nadar), o verbo can indica uma habilidade algo
que a pessoa é capaz de fazer. Quando se diz: She should swim (= Ela
deve nadar), talvez seja recomendação médica para ela. Se você disser: She
will swim (= Ela irá nadar) há uma indicação de ação futura. E assim por
diante. Não deixe de revisar esses verbos!

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E) TRUE & FALSE COGNATES

Já confessei em várias ocasiões que cometi o erro de super enfatizar os


falsos cognatos (que também devem ser estudados, claro) em detrimento
dos verdadeiros cognatos, grupo muito mais numeroso de palavras, que por
causa da raiz latina ou grega, nos auxilia na leitura de textos técnicos. In a
nutshell, ou seja, em resumo: estude false cognates (como pretend que
não significa pretender e sim, fingir; ou actually que não significa
atualmente e, sim de fato, na verdade, e outros campeões de incidência),
porém, não perca tempo em decorar longas listas (e existem dezenas delas
disponíveis na Internet) de false cognates. Jamais deixe de organizar o seu
estudo das palavras transparentes, ou true cognates.

F) PHRASAL VERBS

É importante estudar os phrasal verbs porque não se consegue chegar ao


significado da maioria deles mesmo quando se conhece o significado do
verbo principal.
Uma coisa é saber que o verbo regular to call sozinho normalmente
significa ‘chamar’ e outra coisa completamente diferente é saber o
significado de call + adv particle.

Task: Procure a one-word synonym para os seguintes phrasal verbs:


call on (= ............); call off (= ............), call down (= ............); call
up (= ............).

É impossível saber todos os phrasal verbs do inglês, há dicionários


volumosos só tratando deste assunto; mas, a meu ver, você não pode ir
para sua prova sem saber alguns dos principais deles, pelo menos com os
verbos mais conhecidos. Uma vez mais, seja seletivo!

G) TECHNICAL JARGON

Convenhamos que o candidato a um concurso para ingresso No cargo de


AFRFB precisa conhecer muitas expressões tanto do economês quanto do
tributês. É fundamental que você organize suas anotações com os termos
mais usuais. Traduza as palavras e locuções abaixo, extraídas do mesmo
texto da prova que venho utilizando como modelo:

“Taxes are a serious obstacle to growth. Brazil's tax burden is among the
highest in the world, equal to 41.7% of salaries. Reforms now proceeding
through Congress will simplify the tax system, but won't reduce the total
burden. That will be possible only if interest rates fall and the government
can keep spending in check, …
[Excerpt from ‘One Growth Obstacle After Another’ - ESAF/ TRF 2003]

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H) IDIOMS & COLORFUL EXPRESSIONS

Além do estudo das principais function words (palavras que exercem


uma função na frase) e das content words (palavras de que nos utilizamos
para identificar objetos, coisas, sentimentos, etc); além do vocabulário do
economês e tributês, para estudar para uma prova da Banca ESAF, é
necessário desenvolver uma espécie de olho clínico para saber anotar as
expressões-chave do textos que estiver estudando. Tenha certeza de que o
examinador, direta ou indiretamente, irá explorá-las.

In a speech last week from the capital Brazil’s president Luiz Inácio Lula da
Silva appeared to balloon with pride over his accomplishments and gloated
over achieving in months what his predecessor Fernando Henrique Cardoso
could not do during his eight years in office. (…)
While the president is riding high over his win with pensions,
analysts see a much tougher field to hoe in the coming months. [ESAF /
AFRF 2003]

Choose the best option:


According to the author, analysts
a) foresee difficulties.
b) predict victories.
c) forecast gains.
d) praise Lula's victory.
e) triggered political reactions.

ANSWERS / TASKS

A) IRREGULAR VERBS: a) To win (won, won) – vencer // b) to fall


(fell fallen) – cair.
B) DISCOURSE MARKERS – Thereby (= assim, portanto), neste texto,
está indicando consequência e poderia ser substituído por thus, so, ...
F) PHRASAL VERBS - call on (= visitar); call off (= cancelar), call down
(= repreender); call up (= telefonar).
G) TECHNICAL JARGON - “Taxes (= impostos); growth (= crescimento);
tax burden (= carga tributária); tax system, (= sistema tributário); total
burden (= carga total); interest rates (= taxas de juros); keep spending
in check (= manter os gastos sob controle).

H) IDIOMS & COLORFUL EXPRESSIONS


Answer: A - Comment: O fragmento “analysts see a much tougher
field to hoe” literalmente: os analistas vêem um campo muito árduo a arar.
Observe que ‘hoe’ (n.) = enxada. Nas outras opções você tem: em (b),
prevêem vitórias; em (c), prevêem ganhos; em (d), elogiam a vitória de
Lula; em (e), deflagrou reações políticas.

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3) ESPANHOL – Gerardo Samarco

Os antecedentes da ESAF e as circunstâncias em que se desenvolvem os


atuais concursos de AFRF e ATRF nos levam a aconselhar aos concursandos a uma
revisão especial dos seguintes conhecimentos e habilidades:

1.- Os textos informativos vêm com muitos números e percentuais. É fundamental “amarrar”
esses números aos conceitos medidos, aos períodos abrangidos, e aos territórios referidos.
Cuidado com as trocas de preposições que alteram as referências: não é a mesma coisa subir “el
10%” que subir “a 10%”. A ESAF vem testando persistentemente a dificuldade de recon-
hecer a terminologia de números grandes: 1 billón (1 trilhão), mil millones = millardo (1 bilhão).

2.- A ESAF hierarquiza o conhecimento semântico e gramatical dos nexos. O concursando


precisa decorar os nexos por família (causal, consecutiva, concessiva, adversativa, condicional,
temporal) e ainda não se confundir com nexos de família similar mas classe
gramatical diferente. Por exemplo: pese a (locução prepositiva) é de classe diferente
que “pese a que”(locução conjuncional) mas as duas são nexos concessivos.

3.- A ESAF vem cobrando conhecimentos cada vez mais profundos sobre o sistema verbal do
Espanhol. O concursando deve revisar especialmente as diferenças com o do Português:
o “Pretérito Perfecto Compuesto Del Indicativo” (ellos han declarado) e o “Imperfecto
del Subjuntivo” e suas duas terminações opcionais (si ellos declararan = si ellos declarasen).

4.- A ESAF costuma testar os conhecimentos específicos de vocabulário nas áreas temáticas
da vaga procurada, Na atual conjuntura, e bom revisar os grupos de vocabulário específico que
contém termos decisivos como

Ahorro = poupança ///// ralentización = desaceleração ///// subasta = leilão ///// desplome
= despencar ///// aranceles = impostos de importação ///// cesantías = demissões //// paro
= desemprego ///// jubilación = aposentadoria //// aliento = estímulo //// escollo=obstáculo
//// tipo de interes = tasa de juros ///// mermar = diminuir ///// rebasar = ultrapassar
/////// deuda = dívida ////// duda = dúvida ///// añadir = acrescentar;

Assim como os tradicionais termos gramaticais com grafia diferente do português, como:

Sin embargo = porém //// aunque = embora ///// mientras = enquanto ///// a lo mejor =
talvez ////// a menudo = freqüentemente ///// todavia = ainda ///// aun = até ///// temprano =
cedo ///// ello = isso ///// em cambio = ao contrario /////

5.- A ESAF considera que as principais habilidades que constituem a interpretação


adequadamente decodificada de um texto estão:
a) as relações de igualdade ou equivalência de significados, entre uma alternativa e alguma
informação do texto, o que implica saber excluir as informações distorcidas, intrusas, ou
alheias ao texto principal;
b) as relações de causalidade e conseqüência determinadas por nexos ou expressões verbais
pertinentes e explícitas;
c) as relações de comparação, que incluem a habilidade de não confundir comparativos de
superioridades (“es más que”) com superlativos ( “el mayor de”)
d) as relações de inferência, que exigem a presença no texto de pelo menos duas afirmações
Ou conceitos que possam ser relacionados obrigatoriamente, produzindo uma terceira
afirmação verdadeira.

5.- As questões classificatórias da ESAF são de tal complexidade que exigem um DOMINIO do
CAMPO TEMÁTICO de conjuntura. O desconhecimento dos assuntos informados pelo texto
multiplica exponencialmente a dificuldade de processamento dos dados e de suas relações

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“invisíveis”. O estudo das provas e procedimentos anteriores da Banca nos levam a supor que
o pano de fundo das questões serão alguns dos seguintes temas de conjuntura:
a) O cenário monetário mundial, especialmente a queda do dólar e suas conseqüências sobre o
comércio exterior;
b) O impacto da crise mundial sobre as finanças públicas e as diferentes reações de política
fiscal, especialmente nos casos de Espanha, México, Argentina e Venezuela;
c) O impacto da crise mundial sobre os blocos comerciais e a guerra entre os pólos mundiais,
especialmente diante da ameaça chinesa;
d) O impacto da crise mundial sobre o emprego e os sistemas previdenciários, com três casos a
beira do colapso: Espanha, México e Argentina;
e) A situação do mercado financeiro pós crise, a política de juros e injeção monetária diante da
recessão ou desaceleração produtiva mundial.

Em relação a estes assuntos chamamos a atenção para uma leitura atualizada com base em
alguns textos das fontes e do período em que o autor costuma escolher seus textos;

A.-El dólar, bajo una creciente presión


La crisis crediticia reivindicó a los bajistas, aunque algunos tenían razón por los motivos
equivocados. Ellos no esperaban que las hipotecas subprime tumbaran la economía global. En
cambio, pensaban que la crisis tendría su origen en un colapso del dólar y en un aumento
abrupto de la rentabilidad de los bonos del Tesoro.
Ahora la recesión ha provocado un mejoramiento rápido en la posición comercial de
EE.UU. Pero irónicamente la caída resultante en el déficit de cuenta corriente ha ido
acompañada por una renovada baja del dólar. Sobre una base ponderada en función del
comercio exterior, el dólar ha caído en alrededor del 10% durante los últimos seis meses.
Eso no constituye un colapso, pero si la declinación se acelera, podría causar problemas a
la Reserva Federal, sin mencionar la preocupación de los acreedores de Estados Unidos.
En realidad, la debilidad de los fundamentos estadounidenses ha revivido el antiguo caso de
la tendencia a la baja de la moneda. Algunos citan el déficit presupuestario del país, el cual
se espera que sea del 13,5% del PIB este año. Hay pocas señales de que el gobierno de
Obama tenga un plan para reducirlo, y la reforma de salud tal vez lo aumente. Además, ha
habido varios comentarios de autoridades chinas y rusas que han expresado un deseo de
diversificar sus reservas lejos del dólar.
¿Por qué la declinación del dólar no ha ido acompañada de una aguda alza en la rent-
abilidad de los bonos del tesoro? Una razón puede ser que la Reserva Federal ha estado
comprando bastante de la emisión de la deuda, como parte de su programa de relajación
cuantitativa (QE). Eso ha contribuido a mantener baja la rentabilidad. En realidad, es
notable que la otra gran moneda que ha demostrado una debilidad significativa sea la libra. Al
igual que la Fed, el Banco de Inglaterra ha estado persiguiendo un enérgico programa QE.
David Woo, de Barclays Capital, señala que se está produciendo una dinámica muy simple:
la oferta y la demanda. El año pasado el mercado estaba escaso de dólares porque
los inversionistas necesitaban la moneda estadounidense para que satisficiera sus necesid-
ades de liquidez. Este año, el QE está creando un superávit de dólares (y libras), y por lo tanto
está haciendo bajar ambas monedas. El uso del QE también crea un problema para los
bancos centrales cuando éstos contemplan sus estrategias de salida. Continuar el QE podría
producir una mayor debilidad monetaria. Es difícil ver lo que las autoridades estadounidenses
podrían hacer para reforzar su moneda aun cuando quisieran. La baja rentabilidad de los
bonos ofrece poco apoyo al dólar. Parece sumamente improbable que la Fed suba las tasas
de interés de sus niveles cercanos al cero por los próximos 12 meses aproximadamente.
Es difícil pensar en un paralelo en la historia. Un país fuertemente en deuda con los extranjeros
está creando enormes cantidades de moneda adicional. Sin embargo, se le permite tener
impunemente tasas de interés muy bajas. Con el correr del tiempo tal arreglo seguramente
deberá colapsar y nacerá un nuevo sistema monetario, igual como surgió Bretton Woods.

B.- El esfuerzo fiscal de los españoles supera al de sus vecinos europeos

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Los trabajadores españoles soportan un esfuerzo fiscal superior al de sus vecinos europeos, a
excepción de Italia y Portugal, ya que, aunque la presión fiscal sobre las rentas del trabajo en
España es ligeramente menor a la media europea, el salario medio anual es menor en
comparación con el de los países de la zona euro, según han revelado hoy los técnicos de
Hacienda.
Según un informe del sindicato Gestha, los españoles ganan una media de 22.802 euros
anuales brutos, mientras que la de los países de la OCDE de la zona euro se sitúa en
alrededor de 34.000 euros. Concretamente, la presión fiscal sobre el salario medio español -es
decir, el porcentaje que de lo que ganamos se destina al pago de tributos- se situó en el 37,8%
en el año 2008, lo que supone una tasa cinco puntos por debajo de la media europea (43,14%).
Sólo los trabajadores de Portugal (37,6%) e Irlanda (22,9%) soportan menor presión fiscal que
los empleados españoles. En cambio, los trabajadores de Holanda (45%), Alemania (52%),
Finlandia (43,5%) y Austria (48,8%) están sometidos a mucha mayor presión fiscal que los
trabajadores de nuestro país.
A pesar de que España está entre los estados de menor presión fiscal, es el territorio de la
zona euro donde más ha crecido el esfuerzo fiscal de las rentas del trabajo en los últimos cinco
años, sin tener en cuenta la reciente subida de impuestos anunciada hace poco más de un mes
por el Ejecutivo. Gestha subraya que si se tienen en cuenta los impuestos que soporta un
español por el consumo (IVA e Impuestos Especiales), la presión fiscal sobre el salario medio
se elevaría desde el 37,8% hasta el 47,01%, y podría superar el 50% si se añaden los pagos
medios de los impuestos sobre sucesiones o donaciones, transmisiones patrimoniales, actos
jurídicos documentados, impuestos municipales, tasas, etc.

B. 4.- Hacienda acelera los embargos preventivos para cobrar las deudas
La recesión somete a las arcas del Estado a un doble perjuicio: los ingresos caen por la atonía
de la actividad y, a la vez, los incumplimientos tributarios se disparan. El Ministerio de
Economía y Hacienda admite que esa deuda está creciendo y se propone extremar las medidas
para intentar cobrarla. La necesidad es acuciante: en un año en que el Gobierno prevé ingresar
como mínimo 40.000 millones de euros menos de lo que proyectó inicialmente, cada euro
recaudado cuenta.
El capítulo que los Presupuestos Generales del Estado para 2010 dedican al sistema tributario
admite que los incumplimientos de los contribuyentes están creciendo. "Ante el progresivo
incremento de la deuda que deja de ingresarse en periodo voluntario, se hace imprescindible
profundizar en la reducción de los tiempos de gestión". Es decir, asegurarse de que esas
cantidades adeudadas se ingresan lo antes posible, especialmente "las más antiguas". Para
ello, la Agencia Tributaria está acelerando en el Foro las medidas cautelares que garantizan -o
al menos hacen más probable- el cobro de lo adeudado. Se trata de embargos preventivos,
intervención de bienes o inventarios de patrimonios que ofrezcan una garantía de cobro a
Hacienda desde el momento en que detecta un incumplimiento.
Entre enero y agosto de este año se han adoptado medidas cautelares por valor de 753
millones, según datos de la Agencia Tributaria. Esta cantidad es un 24% superior a la de todo el
ejercicio 2008. Los inspectores intentan buscar garantías de cobro desde el momento en que se
descubre el fraude, en lugar de esperar a que culmine toda la fase de inspección, como ocurría
tradicionalmente.
La Agencia Tributaria tiene 36.000 millones de deuda pendiente, con datos a 31 de julio. De esa
cantidad, algo más de 12.000 millones cuenta con algún tipo de garantía para ser cobrada. La
más incierta es la que está en vía ejecutiva (Hacienda intenta ya adoptar medidas como el
embargo para cobrarla) y la que figura en periodo de notificación (la fase previa). Ambas
partidas suman casi 16.000 millones hasta final de julio. Sólo con recuperar esas cantidades, el
fisco ingresaría más dinero que con la subida de impuestos aprobada para 2010, que se acerca
a 11.000 millones.
Uno de los elementos más novedosos en la deuda de este año es la parte correspondiente a
las suspensiones de pagos. Otros años, la cantidad adeudada por concursos de acreedores era
insignificante, mientras que en los siete primeros meses de 2009 alcanza ya los 1.800 millones
de euros.
"Las cantidades pendientes de cobro se van a disparar", vaticina Francisco de la Torre,
portavoz de la Organización de Inspectores de Hacienda del Estado. De la Torre celebra "que el

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problema empiece a reconocerse" y pide más medios para garantizar el cobro de la deuda,
especialmente la de mayor cuantía. "Hay que agilizar ese proceso, aunque sea impopular",
concluye. El incremento de medios, sin embargo, tendrá que esperar. La dotación económica
para la Agencia caerá un 6% el año próximo, hasta 1.000 millones de euros.

C.- A la vanguardia del proteccionismo global.-La Argentina figura en el top 10 de los países
que impusieron más medidas restrictivas según Global Trade Alert

Desde noviembre de 2008, GTA identifica 280 iniciativas gubernamentales en todo el mundo,
de las cuales 192 pueden ser clasificadas como "discriminatorias". Sin embargo, es claro que
no asistimos a una ola de proteccionismo generalizado al estilo de la década del treinta.
La Argentina se encuentra en el "top 10" de los países que impusieron más medidas
restrictivas. Por ejemplo, es el octavo país que aplicó mayores trabas contra los productos
chinos. Además, se encuentra en el décimo lugar de las naciones que instrumentaron más
medidas "dañinas" contra el comercio internacional.
De acuerdo con GTA, los países más perjudicados por las políticas argentinas han sido los
Estados Unidos, Rusia y Francia. Desde noviembre de 2008, la Argentina instrumentó más de
20 medidas de restricción, que afectan a unos 70 productos y a 53 países.
Las principales medidas aplicadas por los funcionarios argentinos han sido las siguientes: una
intensificación en el número de acciones de antidumping; un aumento en la cobertura de las
licencias no automáticas de importación; distintas medidas compensatorias, y finalmente, el
impulso a distintos acuerdos voluntarios de restricción de exportaciones.
Si bien están permitidas por la Organización Mundial del Comercio (OMC), las licencias no
automáticas de importación (LNA) tienen un fuerte efecto disuasivo sobre las importaciones, al
encarecer los costos de la operatoria y aumentar la incertidumbre sobre la concreción de la
operación. Las LNA han perjudicado sobre todo a dos de los principales socios comerciales de
la Argentina, China y Brasil (explican 30% y 36%, respectivamente, de las importaciones
afectadas por las licencias).
Dudosa eficacia
Muchas veces defendidas como instrumentos para la preservación del empleo y la producción
domésticas frente al desplome de la demanda mundial y a la sobreabundancia de oferta
internacional en el actual contexto recesivo internacional, evidencia reciente pone en duda la
eficacia de estas medidas para el logro de esos objetivos de política.
Un informe de la Universidad de San Martín (Unsam) puntualiza que las LNA sólo explican el
3,5% de la caída del 35% de las importaciones observada entre el primer trimestre de 2008 y el
mismo período de 2009. La contribución a la conservación de los niveles de actividad ha sido
también insignificante: 0,03% del PIB (Producto Interno Bruto). El impacto sobre el empleo
habría sido también reducido, conservando menos del 0,2% de empleo asalariado registrado
nacional.
Por su parte, el recurso a medidas antidumping ha sido mucho más acotado, afectando sólo
0,4% de las importaciones totales entre noviembre de 2007 y septiembre de 2008.
Nuevamente, China fue el país más afectado. Se aplicaron además 16 medidas
compensatorias, mayormente también dirigidas a las importaciones provenientes de Brasil y
China. Finalmente, se acordaron mecanismos de cupos o cuotas voluntarias de exportación con
Brasil en lácteos, calzados, muebles de madera, papel, baterías para autos y frenos.
La evidencia internacional sugiere que estas medidas de restricción cuantitativa suelen
favorecer no sólo a los productores locales sino también a los exportadores extranjeros, a
través de precios y márgenes mayores de venta en el mercado local. Además, el empleo que
se intenta proteger con estas medidas puede incluso caer, dada la posible reducción de la
producción inducida por este tipo de cuotas, al menos en sectores oligopólicos.
Resulta paradójico que las medidas argentinas se focalicen precisamente en dos de los países
que están encabezando la recuperación de la economía mundial, y donde el futuro de la
Argentina como país exportador está depositado: Brasil y China.
A los socios no se les cierra la puerta y después se les pide que nos sigan brindando una
oportunidad. Es preciso abandonar el corto plazo y mirar hacia adelante a un futuro de gran
potencial para la Argentina.

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D.-El mercado laboral español ha vuelto a mostrar que destruye demasiado empleo en la
recesión. Entre el segundo trimestre de 2008 y el segundo trimestre de 2009, la caída de la tasa
de crecimiento de la UE a 27 ha sido del 4,9% y, sin embargo, el empleo ha caído sólo un
1,9%. Por el contrario, en España el crecimiento ha caído un 4,25%, y el empleo, un 7,2%, es
decir, 1,7 veces más que su crecimiento y 3,7 veces más que en la UE, a pesar de sufrir una
recesión menor.
La primera propuesta de "reactivación laboral en España" propone : en cuanto a la dualidad
laboral, propone que, a su entrada en vigor, sólo exista un contrato laboral indefinido, cuyas
indemnizaciones por despido sean crecientes por cada año de servicio, desapareciendo la
maraña de los 16 contratos laborales actuales. Este contrato único unificaría las causas de
despido, manteniendo sólo la tutela judicial para despidos por razones discriminatorias.
Las indemnizaciones por despido podrían empezar, a título de ejemplo, por los ocho días por
año trabajado de los actuales contratos temporales los primeros dos años, y seguirían
aumentando cada año hasta llegar a un máximo a partir del quinto año que debería
aproximarse al de la media europea, es decir, bastante por debajo de los 45 días actuales. En
todo caso, propone que no deberían superarse los costes medios actuales al diseñar su
escalado anual. Esta propuesta permitiría reducir la dualidad laboral, aumentar la productividad,
reducir el paro en las recesiones y servir de base del nuevo modelo productivo.
Segunda, en cuanto a la protección por desempleo, propone, a corto plazo, seguir aumentando
transitoriamente el gasto en prestaciones, alargando su duración hasta que la situación
económica mejore, siempre que los recursos del presupuesto lo permitan. A medio plazo,
propone aumentar el nivel de la prestación por desempleo durante los primeros seis meses a
cambio de reducir su duración posterior, para que no desincentive la búsqueda de empleo.
Asimismo, propone revisar sus topes máximos que, al ser relativamente bajos, no permiten
mantener decisiones de consumo, ya comprometidas y, al ser escasamente decrecientes,
desincentivan la búsqueda de empleo. También propone aplicar el modelo austriaco a las
cotizaciones que financian dichas prestaciones, mediante el cual pueden acumularse parte de
las cotizaciones en un fondo de ahorro al que el trabajador tenga acceso si queda parado o si
necesita formación y, además, puede acumular lo que quede en un fondo de pensiones hasta el
momento de su jubilación. Asimismo, propone reducir las cotizaciones sociales a las empresas
que tiendan a despedir menos y aumentarlas a las que suelan despedir más.
La segunda propuesta es la del servicio de estudios económicos del BBVA que es similar pero
complementaria de la anterior y que propone las tres medidas siguientes:
Primera, respecto a la dualidad del mercado laboral, opta también por una solución mixta: por
un lado, aplicar el modelo austriaco de un seguro de despido individual, pagado con las
cotizaciones sociales, que tiene la ventaja de que puede llevarlo consigo a otra empresa,
facilitando la movilidad.

E.- SANTIAGO.- El fin del peor período de la crisis estaría dando paso a una franca
recuperación, según se desprende de las más recientes estimaciones del Banco Central. Pese
a que el Informe de Política Monetaria (IPoM) de septiembre reduce las proyecciones de
crecimiento hechas en mayo por el instituto emisor, desde un rango de -0,75% en mayo a -
2,0% para 2009, esta vez vaticina que el nivel de actividad aumentará en el semestre actual,
con crecimientos trimestrales anualizados superiores a 6%.
"La economía chilena ha retomado dinamismo en el semestre en curso", asegura el IPoM, que
también advierte que por algunos meses más, la actividad seguirá con variaciones negativas
respecto de un año atrás.
La suma de diversos indicadores internos y externos "y principalmente por el inédito impulso
que han provisto las políticas monetarias y fiscales en Chile, permitirían, en el escenario más
probable, un repunte en la actividad y la demanda", vaticina el Banco Central. Y para 2010 el
instituto emisor vaticina que el PIB se expandirá fuertemente, a un ritmo entre 4,5 y 5,5%.
Estas mejores perspectivas se explicarían por el alza de diversos indicadores de gasto en
consumo e inversión, flujos de comercio, precios bursátiles y materias primas.
Pese a subrayar que la actividad está experimentando una recuperación, los pronósticos para

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este año son más sombríos que los hechos por algunos organismos internacionales, entre ellos
el Fondo Monetario Internacional, que proyectó que la economía chilena caería 0,7% en 2009.
Respecto al IPC, por primera vez el IPoM pronostica que el indicador cerrará el año en -0,8%.
Sin embargo, la inflación volvería a terreno positivo el próximo año llegando a 2,8% en
diciembre de 2010. Las presiones inflacionarias que enfrenta la economía chilena se han
mermado desde mayo. La inflación anual en Chile ha disminuido más que lo previsto hace
cuatro meses y se ubicará en niveles negativos para lo que resta del 2009", son las
estimaciones del Central. De esta forma, asegura que el descenso de la inflación ha sido "más
rápido e intenso" que lo esperado en mayo.
"El mercado laboral se ha deteriorado a lo largo del año, aunque las cifras recientes muestran
que el aumento de desempleo se moderó", subraya el informe. Pero en este sector, el instituto
emisor también entrega un escenario más positivo para los próximos meses. "Si bien las
perspectivas para la industria y la construcción permanecen pesimistas, se encuentran más
cercanas a la zona reexpansión", dice el IPoM.
Haciendo referencia al recorte de 775 puntos base en la Tasa de Política Monetaria (TPM), el
IPoM recalca que el estímulo monetario ha reducido el costo financiamiento del sistema
bancario local. "A pesar de esto, los estándares crediticios internos aún se mantienen
angostos (...) Esto refleja la cautela del sistema financiero nacional frente al efecto de las
condiciones cíclicas en el riesgo del crédito y una menor demanda por préstamos ante el fuerte
ajuste en las expectativas", explica el instituto emisor.
El escenario base proyectado por el Central contempla un repunte moderado de la actividad
mundial, de 3,8% para el período 2010-2011. Con todo, el instituto emisor asegura que
persisten dudas respecto a la velocidad de la recuperación de las principales economías, donde
el desempleo ha aumentado en forma relevante.
"La intermediación crediticia en el mundo desarrollado no ha sido plenamente restaurada y el
proceso de despalancamiento seguirá su curso", explica el IPoM.

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4) RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO – Moraes Junior

Prezado(a) aluno(a),

Como a matéria é extensa, preferi fazer este “bizu” por meio de questões
comentadas, selecionando tipos de questões que a Esaf costuma cobrar em provas
e que possui grandes chances da voltar a aparecer na prova de Analista Tributário
da Receita Federal do Brasil.

1. Estruturas Lógicas:
(Assistente Técnico-Administrativo-Ministério da Fazenda-2009-Esaf) Entre
os membros de uma família existe o seguinte arranjo: Se Márcio vai ao shopping,
Marta fica em casa. Se Marta fica em casa, Martinho vai ao shopping. Se Martinho
vai ao shopping, Mário fica em casa. Dessa maneira, se Mário foi ao shopping,
pode-se afirmar que:
a) Marta ficou em casa.
b) Martinho foi ao shopping.
c) Márcio não foi ao shopping e Marta não ficou em casa.
d) Márcio e Martinho foram ao shopping.
e) Márcio não foi ao shopping e Martinho foi shopping.

Resolução
1. Se Márcio vai ao shopping, Marta fica em casa. (*)
(*) ATENÇÃO: a “,” (vírgula) representa o “então”.
Se Márcio vai ao shopping, então Marta fica em casa.
Tipo de Proposição: Condicional
p = Márcio vai ao shopping p  q  ~q  ~p
q = Marta fica em casa
p  q => Márcio vai ao shopping  Marta fica em casa
~p = Márcio não vai ao shopping
~q = Marta não fica em casa
Proposição Equivalente:
~q  ~p => Marta não fica em casa  Márcio não vai ao shopping

2. Se Marta fica em casa, Martinho vai ao shopping.


Se Marta fica em casa, então Martinho vai ao shopping.
Tipo de Proposição: Condicional
p = Marta fica em casa p  q  ~q  ~p
q = Martinho vai ao shopping
p  q => Marta fica em casa  Martinho vai ao shopping
~p = Marta não fica em casa
~q = Martinho não vai ao shopping
Proposição Equivalente:
~q  ~p => Martinho não vai ao shopping  Marta não fica em casa

3. Se Martinho vai ao shopping, Mário fica em casa.


Se Martinho vai ao shopping, então Mário fica em casa.
Tipo de Proposição: Condicional
p  q  ~q  ~p
p = Martinho vai ao shopping
q = Mário fica em casa
p  q => Martinho vai ao shopping  Mário fica em casa
~p = Martinho não vai ao shopping
~q = Mário não fica em casa

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Proposição Equivalente:
~q  ~p => Mário não fica em casa  Martinho não vai ao shopping
4. Informação para resolver a questão: Mário foi ao shopping
Ou seja, “Mário não fica em casa”.
De acordo com o item 3:
~q  ~p => Mário não fica em casa  Martinho não vai ao shopping
Logo, pode-se concluir que Martinho não vai ao shopping.
De acordo com o item 2:
~q  ~p => Martinho não vai ao shopping  Marta não fica em casa
Logo, pode-se concluir que Marta não fica em casa.
De acordo com o item 1:
~q  ~p => Marta não fica em casa  Márcio não vai ao shopping
Logo, pode-se concluir que Márcio não vai ao shopping.
Conclusões:
1. Mário não fica em casa.
2. Martinho não vai ao shopping.
3. Marta não fica em casa.
4. Márcio não vai ao shopping.
Vamos analisar as alternativas:
a) Marta ficou em casa. (F). A alternativa está INCORRETA.
b) Martinho foi ao shopping. (F). A alternativa está INCORRETA.
c) Márcio não foi ao shopping (V) e Marta não ficou em casa (V).
p = Márcio não foi ao shopping (V)
q = Marta não ficou em casa (V)
p ^ q => (V) ^ (V) => (V). A alternativa está CORRETA.
d) Márcio e Martinho foram ao shopping.
p = Márcio foi ao shopping (F)
q = Martinho foi ao shopping (F)
p ^ q => (F) ^ (F) => (F). A alternativa está INCORRETA.
e) Márcio não foi ao shopping e Martinho foi shopping.
p = Márcio não foi ao shopping (V)
q = Martinho foi ao shopping (F)
p ^ q => (V) ^ (F) => (F). A alternativa está INCORRETA.
GABARITO: C

2. Lógica da Argumentação e Diagramas Lógicos:


(Analista Administrativo-ANEEL-2006-Esaf) Das premissas: Nenhum A é B.
Alguns C são B, segue, necessariamente, que:
a) nenhum A é C.
b) alguns A são C.
c) alguns C são A.
d) alguns C não são A.
e) nenhum C é A.

Resolução
Premissa 1: Nenhum A é B.

A B

Premissa 2: Alguns C são B.


Hipótese 1: alguns C são B e não há interseção de C com A.

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A B C

Hipótese 2: alguns C são B e há interseção de C com A.

C
A B

Repare que a questão pede: “... segue, necessariamente, que:”


Deste modo, considerando as duas possíveis hipóteses, chega-se à conclusão, com
certeza (necessariamente) que “alguns C não são A”.
As alternativas “B” (alguns A são C) e “C” (alguns C são A) só são válida para a
segunda hipótese; e as alternativas “A” (nenhum A é C) e “E” (nenhum C é A) só
são válidas para a primeira hipótese.
Portanto, a única alternativa que é necessariamente válida, independentemente das
hipóteses, é a “D” (alguns C não são A).
GABARITO: D

3. Trigonometria:
(Analista de Finanças e Controle-CGU-2008-Esaf) Sabendo que

x = arc cos 2 e que y = arcsen 1 , então o valor da expressão cos(x - y) é igual


2 2
a:

a) 6 + 2
4
b) 6 − 2
4
c) 2
2
d) 3 + 2
2
e) 2
Resolução

Vamos relembrar algumas relações:


Partindo do valor para achar o ângulo (a questão não irá informar este
valores => temos que saber para a prova):
Partindo do valor para achar o ângulo:
Ângulo 0 1 2 3 1
2 2 2
Arco Seno 0º 30º 45º 60º 90º
Arco Cosseno 90º 60º 45º 30º 0º

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2
x = arc cos => x = 45o
2
y = arcsen 1 => y = 30o
2
cos (x – y) = cos (45º - 30º) => aquí, temos que utilizar a equação de diferença de
ângulos para o cosseno, tendo em vista que não conhecemos o valor de cos 15º,
que é 45º - 30º.

Relembrando:
Cosseno da diferença: cos (a - b) = cos a . cos b + sen a . sen b

cos (45º - 30º) = cos 45º . cos 30º + sen 45º . sen 30º =>

⇒ cos(45o − 30o ) = 2 × 3 + 2 × 1 = 2 × 3 + 2 = 6 + 2
2 2 2 2 4 4 4
GABARITO: A

Também é importante saber:


Sen2 a + Cos2 a = 1
cos (a + b) = cos a . cos b - sen a . sen b
sen (a + b) = sen a . cos b + sen b . cos a
sen (a - b) = sen a . cos b - sen b . cos a

4. Matrizes e Determinantes:
(Analista de Planejamento e Orçamento-MPOG-2008-Esaf) Uma matriz X de
quinta ordem possui determinante igual a 10. A matriz B é obtida multiplicando-se
todos os elementos da matriz X por 10. Desse modo, o determinante da matriz B é
igual a:
a) 10-6
b) 105
c) 1010
d) 106
e) 103
Resolução
Matriz X (quinta ordem => n=5) => Det (X) = 10
Matriz B = 10 x Matriz X
Propriedade a ser aplicada: se multiplicarmos toda a matriz por um número k,
det (kA) = kn . det A, onde n é a ordem da matriz quadrada A.
Portanto, det (B) = 105 x det (A) = 105 x 10 = 106
GABARITO: D

(Assistente Técnico-Administrativo-MF-2009-Esaf) Seja uma matriz quadrada


4 por 4. Se multiplicarmos os elementos da segunda linha da matriz por 2 e
dividirmos os elementos da terceira linha da matriz por –3, o determinante da
matriz fica:
a) Multiplicado por –1.
b) Multiplicado por –16/81.
c) Multiplicado por 2/3.
d) Multiplicado por 16/81.
e) Multiplicado por –2/3.

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Resolução
Repare que a questão pede o determinante de uma matriz 4 x 4. Aí, você poderia
indagar: o professor ficou maluco, pois ele ensinou apenas o procedimento de
cálculo das matrizes quadradas de ordem 1 (1 x 1), ordem 2 (2 x 2) e de ordem 3
(3 x 3). E aí? Como fazer?
Bom esta questão envolve as propriedades dos determinantes, que são aplicáveis a
quaisquer matrizes quadradas, independentemente da ordem.
Vamos relembrar a propriedade que será utilizada na questão:
Se multiplicarmos uma fila qualquer de uma matriz A, por um número k, o
determinante na nova matriz A´ será o produto de k pelo determinante de
A: det A´= k . det A. Também vale para a divisão por k: det A´= (1/k) . det
A.
Consideramos a matriz 4 x 4 igual A e o determinante de A igual a: det(A)
I. Linha 2 da matriz A multiplicada por 2: logo, o novo determinante será:
2.det(A)
II. Linha 3 da matriz A dividida por -3: logo, o novo determinante será:
2.det(A). (-1/3) = (-2/3) . det(A)
GABARITO: E

5. Álgebra Elementar:
(Auditor do Tesouro Municipal-Prefeitura de Natal/RN–2008-Esaf) Uma
função definida no conjunto dos números inteiros satisfaz a igualdade: f(x) − (x +
1) f( 2 − x) = 3 x , para todo x inteiro. Com estas informações, conclui-se que f(0)
é igual a:
a) – 2-1/3
b) 2-1/3
c) – 21/3
d) 2-2/3
e) – 2-2/3
Resolução
Para resolver a questão, temos que saber duas propriedades de potências:
I) xn : xm = xn – m ⇒ divisão de potências de mesma base ⇒ conserva a base e
subtrai os expoentes. Ex: 24 : 22 = 22
II) (xn)m = xn . m ⇒ potência de potência ⇒ multiplica os expoentes.
f(x) − (x + 1) f(21/2 − x) = x1/3
x = 0 => f(0) − (0 + 1) f(21/2 − 0) = 01/3 => f(0) – f(21/2) = 0 => f(0) = f(21/2)
x = 21/2 => f(21/2) − (21/2 + 1) f(21/2 − 21/2) = (21/2)1/3 =>
=> f(21/2) − (21/2 + 1) f(0) = 2 (1/2).(1/3) = 21/6
Como f(0) = f(21/2), temos:
f(0) – (21/2 + 1) . f(0) = 21/6 => f(0) – 21/2 . f(0) – f(0) = 21/6 =>
 -21/2 . f(0) = 21/6 => f(0) = - 21/6/21/2 = - 21/6 – 1/2 = - 2 (1-3)/6 =>

f(0) = - 2 -2/6 = - 2 -1/3
GABARITO: A

(Analista de Finanças e Controle-STN-2005-Esaf) Considere dois conjuntos, A


e B, onde A = {X1, X2, X3, X4} e B = {X1, X5, X6, X4}. Sabendo-se que a
operação Ψ é definida por A Ψ B = (A – B) ∪ (B – A), então a expressão (A Ψ B)
Ψ B é dada por:
a) {X1, X5, X4}
b) {X1, X2}
c) {X1, X2, X3, X4}
d) {X4, X6, X5}
e) {X1, X6}

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Resolução
C = A Ψ B = (A – B) ∪ (B – A) = {X2, X3} ∪ {X5, X6} = {X2, X3, X5, X6}
D = (A Ψ B) Ψ B = C Ψ B = (C – B) ∪ (B – C) =>
=> D = {X2, X3} ∪ {X1, X4} = {X1, X2, X3, X4} GABARITO: C

6. Probabilidade:
(Assistente Técnico-Administrativo-MF-2009-Esaf) Ao se jogar um
determinado dado viciado, a probabilidade de sair um número 6 é de 20%,
enquanto que as probabilidades de sair qualquer outro número são iguais entre si.
Ao se jogar este dado duas vezes, qual o valor mais próximo da probabilidade de
um número par sair duas vezes?
a) 20%
b) 27%
c) 25%
d) 23%
e) 50%
Resolução
Dado viciado: p (X = 6) = 20%
As probabilidades de sair qualquer outro número são iguais entre si.
p (X = 1) = p (X = 2) = p (X = 3) = p (X = 4) = p (X = 5) = 80%/5 = 16%
Ao se jogar este dado duas vezes, qual o valor mais próximo da probabilidade de
um número par sair duas vezes?

I – Dado jogado a primeira vez:


E (X = par) = {2, 4, 6} => p (X = par) = 16% + 16% + 20% = 52%
II – Dado jogado a segunda vez:
E´ (X = par) = {2, 4, 6} => p´ (X = par) = 16% + 16% + 20% = 52%
Probabilidade de um número par sair duas vezes (eventos independentes):
p(par nas duas vezes) = p (X = par) . p´ (X = par) = 52% . 52% =>
p(par nas duas vezes) = 27,04%
GABARITO: B

(Assistente Técnico-Administrativo-MF-2009-Esaf) Ao se jogar um dado


honesto três vezes, qual o valor mais próximo da probabilidade de o número 1 sair
exatamente uma vez?
a) 35%
b) 17%
c) 7%
d) 42%
e) 58%
Resolução
I – Utilizando a Distribuição Binomial:
n n
p(n, k ) =   . p k .qn−k =   . p k .(1 −
 
p) n −k
k  k 
p(n,k) = probabilidade de ocorrer exatamente k vezes o evento “A”, após n
repetições.
S = {1, 2, 3, 4, 5, 6} => n(S) = 6
A = {1} => n(A) = 1
Evento “A” = sair um número igual a 1 => p(A) = n(A)/n(S) = 1/6
Complementar de “A” = A´= não sair um número igual a 1
A´= {2, 3, 4, 5, 6} => n(A´) = 5
p(A´) = n(A´)/n(S) = 5/6

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n= 3 vezes
k = 1 (1 sair exatamente uma vez)
 3 1 3−1 1 2
  3! .  1 
p(3,1) =   . 1  . 5  = . 5  ⇒
1  6   6  1!.(3 −1)!  6  6
3.2!.52 3.52 75
⇒ p(3,1) = = = = 0,3472 = 34,72% ≈ 35%
2!.6 .62 63 216
GABARITO: A

8. Estatística Descritiva:
(AFRF-2002.2-Esaf) O atributo do tipo contínuo X, observado como um inteiro,
numa amostra de tamanho 100 obtida de uma população de 1.000 indivíduos,
produziu a seguinte tabela de freqüências:

Classes Freqüência (fi)


29,5 --- 39,5 4
39,5 --- 49,5 8
49,5 --- 59,5 14
59,5 --- 69,5 20
69,5 --- 79,5 26
79,5 --- 89,5 18
89,5 --- 99,5 10
1. Assinale a opção que corresponde à estimativa da mediana amostral do atributo
X.
a) 71,04
b) 65,02
c) 75,03
d) 68,08
e) 70,02

Resolução
I – Calcular as freqüências absolutas acumuladas crescentes:
Classes fi fac
29,5 --- 39,5 4 4
39,5 --- 49,5 8 12
49,5 --- 59,5 14 26
59,5 --- 69,5 20 46 fac ant = 46
69,5 --- 79,5 26 72 => n/2 = 100/2 = 50 < fac = 72
=> Classe Mediana
79,5 --- 89,5 18 90
89,5 --- 99,5 10 100
n=100
fi (classe mediana) = 26
h (amplitude de classe) = 79,5 – 69,5 = 10

n   100 
 2 − facant   2 − 46  4
Md = l inf +   .h = 69,5 +   .10 = 69,5 + .10 = 71, 04
 fi   26  26
   
GABARITO: A

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2. Assinale a opção que corresponde à estimativa do número de indivíduos na


população com valores do atributo X menores ou iguais a 95,5 e maiores do que
50,5.
a) 700
b) 638
c) 826
d) 995
e) 900

Resolução
Número de indivíduos da população: x, tal que 50,5 < x ≤ 95,5
Classes Freqüência (fi)
29,5 --- 39,5 4
39,5 --- 49,5 8
49,5 --- 59,5 14
59,5 --- 69,5 20
69,5 --- 79,5 26
79,5 --- 89,5 18
89,5 --- 99,5 10

Neste tipo de questão, devemos fazer uma interpolação linear ou interpolação de


ogiva, ou seja, uma regra de três. Vejamos:

I – Limite inferior: 50,5


Terceira Classe: 49,5 ---- 59,5 => 14 indivíduos. Como a questão pede a partir de
50,5:
(59,5 – 49,5) = h = 10 === 14 indivíduos
(59,5 – 50,5) = 9 === x1
x1 = (14 . 9)/10 => x1 = 126/10 = 12,6

III – Limite Superior = 95,5


Terceira Classe: 99,5 ---- 89,5 => 10 indivíduos. Como a questão pede até de
90,5:
(99,5 – 89,5) = h = 10 === 10 indivíduos
(95,5 – 89,5) = 6 === x2
x2 = (6 . 10)/10 => x2 = 6
Logo, o número de indivíduos entre 50,5 e 95,5 na amostra de 100 indivíduos:

Classes Freqüência (fi)


50,5 --- 59,5 12,6
59,5 --- 69,5 20
69,5 --- 79,5 26
79,5 --- 89,5 18
89,5 --- 95,5 6
Total 82,6
Como a população possui 1.000 indivíduos:
Número de Indivíduos entre 50,5 e 95,5 na população = 82,6 x 10 = 826
GABARITO: C

3. Assinale a opção que corresponde ao valor modal do atributo X no conceito de


Czuber.
a) 69,50

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b) 73,79
c) 71,20
d) 74,53
e) 80,10

Resolução
Método de Czuber:
 ∆a 
Mo = l inf +   .h
 ∆a + ∆p 
linf => limite inferior da classe modal
∆a => diferença entre a freqüência absoluta simples da classe modal e a
freqüência absoluta simples da classe anterior à classe modal.
∆p => diferença entre a freqüência absoluta simples da classe modal e a
freqüência absoluta simples da classe posterior à classe modal.
h => amplitude da classe modal
Classes fi
29,5 --- 39,5 4
39,5 --- 49,5 8
49,5 --- 59,5 14
59,5 --- 69,5 20 ∆a =26 – 20 = 6
69,5 --- 79,5 26 => Classe Modal (maior fi)
79,5 --- 89,5 18 ∆p =26 – 18 = 8
89,5 --- 99,5 10
n=100

 ∆a  6 60
Mo = l inf +   .h = 69,5 + .10 = 69,5 + = 69,5 + 4, 29 = 73,79
 ∆a + ∆p  6+8 14
GABARITO: B

4. Assinale a opção que corresponde ao desvio absoluto médio do atributo X.

a) 16,0
b) 17,0
c) 16,6
d) 18,1
e) 13,0

Resolução
Desvio Absoluto (para distribuição de freqüências):

Dm =
∑ Pm − Xm . fi
n
Pm = ponto médio da classe de freqüência

Para calcular a média, utilizarei a variável transformada Y: Y = (Pm – 64,5)/h


Classes fi Pm Y = (Pm-64,5)/10 Y.fi
29,5 --- 39,5 4 34,5 -3 -12
39,5 --- 49,5 8 44,5 -2 -16
49,5 --- 59,5 14 54,5 -1 -14

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59,5 --- 69,5 20 64,5 0 0
69,5 --- 79,5 26 74,5 1 26
79,5 --- 89,5 18 84,5 2 36
89,5 --- 99,5 10 94,5 3 30
n=100 50

Ym =
∑ Yi. fi = 50
= 0,5
n 100
Sabemos que: Y = (X – 64,5)/10 => 10Y = X - 64,5 => X = 10Y + 64,5
Das propriedades da média: Xm = 10.Ym + 64,5 = 10 . 0,5 + 64,5 = 69,5

Cálculo do desvio absoluto:


Classes fi Pm Pm − Xm Pm − Xm .fi
29,5 --- 39,5 4 34,5 35 140
39,5 --- 49,5 8 44,5 25 200
49,5 --- 59,5 14 54,5 15 210
59,5 --- 69,5 20 64,5 5 100
69,5 --- 79,5 26 74,5 5 130
79,5 --- 89,5 18 84,5 15 270
89,5 --- 99,5 10 94,5 25 250
n=100 1.300

Dm =
∑ Pm − Xm . fi = 1.300 = 13
n 100
GABARITO: E

5. Assinale a opção que dá o valor do coeficiente quartílico de assimetria.

a) 0,080
b) -0,206
c) 0,000
d) -0,095
e) 0,300

Resolução
Q3 + Q1 − 2Md
A=
Q3 − Q1

n 
 − fac ant 
Q1 = l inf +  4  .h
 fi 
 
 3.n 
 4 − facant 
Q3 = l inf +   .h
 fi 
 

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Classes fi fac
29,5 --- 39,5 4 4
39,5 --- 49,5 8 12
49,5 --- 59,5 14 26 => n/4 = 100/4 = 25 < fac = 26
=> fi = 14
=> linf = 49,5
=> fac ant = 12
=> Classe do Primeiro Quartil
59,5 --- 69,5 20 46
69,5 --- 79,5 26 72 => n/2 = 100/2 = 50 < fac = 72
=> Classe Mediana
79,5 --- 89,5 18 90 => 3.n/4 = 3.100/4 = 75 < fac = 90
=> fi = 18
=> linf = 79,5
=> fac ant = 72
=> Classe do Terceiro Quartil
89,5 --- 99,5 10 100
n=100

n   100 
 − fac   4 − 12 
ant 13
Q1 = l inf +  4  .h = 49,5 +   .10 = 49,5 + .10 = 58,78
 fi   14  14
   
 3.n   3.100 
 − fac   4 − 72 
ant 3
Q3 = l inf +  4  .h = 79,5 +   .10 = 79,5 + .10 = 81,17
 fi   18  18
   

Q3 + Q1 − 2Md 81,17 + 58, 78 − 2.71, 04


A= = = −0,095
Q3 − Q1 81,17 − 58, 78
GABARITO: D

9. Geometria Básica
(Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas-Sefaz/SP-
2009-Esaf) A e B são os lados de um retângulo I. Ao se aumentar o lado A em
20% e reduzir-se o lado B em 20% obtem-se o retângulo II. Se, ao invés disso, se
aumentar o lado B em 20% e diminuir-se o lado A em 20%, tem-se o retângulo III.
Pode-se afirmar que:
a) os três retângulos têm a mesma área.
b) os retângulos II e III têm uma área igual, maior que a do retângulo I.
c) o retângulo II tem a maior área.
d) o retângulo III tem a maior área.
e) o retângulo I tem a maior área.
Resolução
I – Retângulo I: Área I = AI.BI
II – Retângulo II:
AII = AI + 20%.AI = 1,20.AI
BII = BI – 20%.BI = 0,80.BI

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Área II = AII.BII = 1,20.AI.0,80.BI = 0,96.AI.BI
III – Retângulo III:
AIII = AI – 20%.AI = 0,80.AI
BIII = BI + 20%.BI = 1,20.BI
Área III = AIII.BIII = 0,80.AI.1,20.BI = 0,96.AI.BI
Área I > Área II = Área III
GABARITO: E

(AFC-CGU-2008-Esaf) Um quadrilátero convexo circunscrito a uma circunferência


possui os lados a, b, c e d, medindo (4x - 9), (3x + 3), 3x e 2x, respectivamente.
Sabendo-se que os lados a e b são lados opostos, então o perímetro do quadrilátero
é igual a:
a) 25
b) 30
c) 35
d) 40
e) 50
Resolução
Se, de um ponto qualquer forem traçados dois segmentos tangentes a uma
circunferência, então as medidas dos segmentos determinados pelo ponto e os
respectivos pontos de tangência serão iguais.

c = PC + QC = 3x

C P
Q

b = PB + SB = 3x + 3
a = QA + RA
A
a = 4x - 9 B
R D S

d = RD + SD = 2x

PC = PB (I)
QC = QA (II)
RD = RA (III)
SD = SB (IV)
(I) + (II) + (III) + (IV) => PC + QC + RD + SD = PB + QA + RA + SB =>
 (PC + QC) + (RD + SD) = (PB + SB) + (QA + RA) =>
 c + d = b + a => 3x + 2x = 3x + 3 + 4x – 9 =>
 5x = 7x – 6 => 2x = 6 => x = 3
a = 4x – 9 = 4.3 – 9 = 3
b = 3x + 3 = 3.3 + 3 = 12
c = 3x = 3.3 = 9
d = 2x = 2.3 = 6
Perímetro = 3 + 12 + 9 + 6 = 30
GABARITO: B

10. Juros Simples e Compostos, Taxas de Juros, Desconto, Equivalência de


Capitais, Anuidades e Sistemas de Amortização.
(AFRF-2005-Esaf) Em janeiro de 2005, uma empresa assumiu uma dívida no
regime de juros compostos que deveria ser quitada em duas parcelas, todas com

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vencimento durante o ano de 2005. Uma parcela de R$ 2.000,00 com vencimento
no final de junho e outra de R$ 5.000,00 com vencimento no final de setembro. A
taxa de juros cobrada pelo credor é de 5% ao mês. No final de fevereiro, a empresa
decidiu pagar 50% do total da dívida e o restante no final de dezembro do mesmo
ano. Assim, desconsiderando os centavos, o valor que a empresa deverá pagar no
final de dezembro é igual a:
a) R$ 4.634,00
b) R$ 4.334,00
c) R$ 4.434,00
d) R$ 4.234,00
e) R$ 5.234,00
Resolução
Juros Compostos => i = 5% ao mês
Dívida em Janeiro
Opção 1: R$ 2.000,00 em junho e R% 5.000,00 em setembro
Em empresa, no final de fevereiro, pagou metade da dívida e o restante (a outra
metade) seria pago em dezembro.
Dívida (D)

Fevereiro Junho Setembro Dezembro

Janeiro 4 meses 3 meses 3 meses

50% . D 2.000 Restante da


5000 dívida
Primeiramente, é preciso calcular a dívida em fevereiro, para saber quanto vale a
sua metade:
2.000 5.000 2.000 5.000
Dívida = 4
+ 4+3
= + = 5.198,81
(1, 05) (1, 05) (1, 05) (1, 05) 7
4

Lembrando que os valores (1,05)4 e (1,05)7 são retirados da tabela fornecida.


Metade da Dívida = Valor pago em fevereiro = 5.198,81/2 = 2.599,41

Cálculo do valor pago em dezembro (trazendo o valor para fevereiro):


P P
5.198,81 = 2.599, 41 + => = 2.599, 40 =>
(1, 05) 4+3+3 (1,05)10
=> P = 2.599, 40.(1, 05)10 = 4.234,16
GABARITO: D

(AFRF-2005-Esaf) Edgar precisa resgatar dois títulos. Um no valor de R$


50.000,00 com prazo de vencimento de dois meses, e outro de R$ 100.000,00 com
prazo de vencimento de três meses. Não tendo condições de resgatá-los nos
respectivos vencimentos, Edgar propõe ao credor substituir os dois títulos por um
único, com vencimento em quatro meses. Sabendo-se que a taxa de desconto
comercial simples é de 4% ao mês, o valor nominal do novo título, sem considerar
os centavos, será igual a:

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a) R$ 159.523,00
b) R$ 159.562,00
c) R$ 162.240,00
d) R$ 162.220,00
e) R$ 163.230,00
Resolução
Desconto Comercial Simples (D) => i = 4% ao mês
D = N.iD.t = N – AD
AD = N – D = N – N.iD.t = N.(1 – iD.t)
Dois títulos => R$ 50.000,00 (dois meses) e R$ 100.000,00 (3 meses) =>
substituir por um único com vencimento em 4 meses.
N

0 2 meses 3 meses

4 meses

50.000 100.000
Como a questão não informou sobre a data focal (data de referência), adotarei o
momento 0:

50.000.(1 − 4%.2) + 100.000.(1 − 4%.3) = N .(1 − 4%.4) =>


=> 50.000.0,92 + 100.00.0,88 = 0,84.N =>
=> 0,84.N = 46.000 + 88.000 = 134.000 =>
=> N = 159.523,80
GABARITO: A

11. Compreensão e elaboração da lógica das situações por meio de:


raciocínio matemático (que envolvam, entre outros, conjuntos numéricos
racionais e reais - operações, propriedades, problemas envolvendo as
quatro operações nas formas fracionária e decimal; conjuntos numéricos
complexos; números e grandezas proporcionais; razão e proporção; divisão
proporcional; regra de três simples e composta; porcentagem); raciocínio
sequencial; orientação espacial e temporal; formação de conceitos;
discriminação de elementos.
(Assistente Técnico-Administrativo-MF-2009-Esaf) Com 50 trabalhadores,
com a mesmo produtividade, trabalhando 8 horas por dia, uma obra ficaria pronta
em 24 dias. Com 40 trabalhadores, trabalhando 10 horas por dia, com uma
produtividade 20% menor que os primeiros, em quantos dias a mesma obra ficaria
pronta?
a) 24
b) 16
c) 30
d) 15
e) 20

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Resolução
I – O número de dias para terminar a obra é inversamente proporcional ao número
de trabalhadores, ou seja, quanto maior o número de trabalhadores, menor o
número de dias, e vice-versa.
II – O número de dias para terminar a obra é inversamente proporcional à jornada
de trabalho, ou seja, quanto maior a jornada de trabalho, menor o número de dias,
e vice-versa.
III – O número de dias para terminar a obra é inversamente proporcional à
produtividade, ou seja, quanto maior produtividade, menor o número de dias, e
vice-versa.
Dias Trabalhadores Jornada Produtividade
24 50 8 P
X 40 10 (P – 20%.P) = 0,8P

24 40 10 0,8.P 5.0,8
= . . = = 0,8 ⇒ 0,8. X = 24 ⇒
X 50 8 P 5
24
⇒X= = 30dias
0,8
GABARITO: C

(EPPGG-Mpog-2009-Esaf) Um passageiro, para viajar de A para C, deve ir de


ônibus de A até B e de trem de B até C, sendo que B está na metade do caminho
entre A e C. Os ônibus, de A para B, e os trens, de B para C, saem sempre no
mesmo horário, a cada 20 minutos. Sabendo-se que a velocidade média do ônibus
para ir de A até B é de 60 km/h, que a distância entre A e C é de 100 km e que o
passageiro chegou em B, pegou o primeiro trem que partia para C e chegou em C
exatamente uma hora e meia após partir de A, qual a velocidade média do trem
para ir de B até C?

a) 100 km/h
b) 90 km/h
c) 70 km/h
d) 80 km/h
e) 60 km/h

Resolução
Passageiro => Viagem de A para C
Ônibus => de A até B
Trem => de B até C (B é metade do caminho de A para C)

Distância entre A e C = 2X = 100 km


Distância entre A e B = Distância entre B e C = X = 100/2 = 50 km

s0 s s´
X X

A B C
Ônibus e Trens => saem no mesmo horário, a cada 20 minutos.
Velocidade Média do Ônibus (para ir de A até B) = 60 km/h
Passageiro chegou em B e pegou o primeiro trem que partia de C
Tempo de Viagem entre A e C = 1 hora e meia = 90 minutos

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I – Tempo de viagem de A para B:
Distância (entre A e B) = 50 km
s0 = 0
s = 50 km
Velocidade (vo) = 60 km/h
Movimento Uniforme: s = s0 + v.tAB => 50 = 0 + 60.tAB => tAB = 50/60 hora
 TAB = 50 minutos
Como os trens saem de 20 e 20 minutos, como ele chegou em B com 50 minutos,
terá que esperar mais 10 minutos para pegar o trem.
 tespera = 10 minutos

II – Tempo Total: tAC = tAB + tespera + tBC => 90 = 50 + 10 + tBC =>


 tBC = 30 minutos

III – Velocidade Média do Trem:


Distância (entre B e C) = 50 km
s = 50
s´ = 100 km
Velocidade do Trem = vt
tBC = 30 minutos = 0,5 hora
Movimento Uniforme: s = s0 + v.tAB => 100 = 50 + vt.0,5 =>
 0,5.vt = 50
 vt = 100 km/h

GABARITO: A

(ANA-2009-Esaf) Em um ponto de um canal, passam em media 25 barcos


por hora quando esta chovendo e 35 barcos por hora quando não esta chovendo,
exceto nos domingos, quando a frequência dos barcos cai em 20%. Qual o valor
mais próximo do numero médio de barcos que passaram por hora neste ponto, em
um fim de semana, se choveu durante 2/3 das horas do sábado e durante 1/3 das
horas do domingo?

a) 24,33
b) 26,83
c) 25,67
d) 27,00
e) 30,00
Resolução
Canal:
Dias de chuva => 25 barcos por hora
Dias sem chuva => 35 barcos por hora
Exceto domingos => freqüência cai 20%.
Domingos com chuva = 25 – 20%.25 = 20 barcos por hora
Domingos sem chuva = 35 – 20%.35 = 28 barcos por hora
Número médio de barcos por hora => final de semana
Sábado => choveu durante 2/3 das horas
Domingo => choveu durante 1/3 das horas
Número Médio (Sábado) = (2/3) x 25 barcos/hora + (1/3) x 35 barcos/hora
 Número Médio (Sábado) = 50/3 + 35/3 = 85/3 = 28,33 barcos/hora
Número Médio (Domingo) = (1/3) x 20 barcos/hora + (2/3) x 28 barcos/hora
 Número Médio (Domingo) = 20/3 + 56/3 = 76/3 = 25,33 barcos/hora

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Número Médio (Final de Semana) = (28,33 + 25,33)/2 = 26,83
GABARITO: B

(AFC-STN-2005-Esaf) Um feixe de 4 retas paralelas determina sobre uma reta


transversal, A, segmentos que medem 2 cm, 10 cm e 18 cm, respectivamente. Esse
mesmo feixe de retas paralelas determina sobre uma reta transversal, B, outros
três segmentos. Sabe-se que o segmento da transversal B, compreendido entre a
primeira e a quarta paralela, mede 90 cm. Desse modo, as medidas, em
centímetros, dos segmentos sobre a transversal B são iguais a:
a) 6, 30 e 54
b) 6, 34 e 50
c) 10, 30 e 50
d) 14, 26 e 50
e) 14, 20 e 56

Resolução
Nesta questão, devemos utilizar o teorema de Tales, visto na última aula:

2 x

10 y

18 z

A B
Dado: x + y + z = 90 cm
2 10 18
Teorema de Tales: = =
x y z
Das propriedades das proporções, temos:
2 10 18 2 + 10 + 18 30 1
= = = = =
x y z x+ y+z 90 3

2 1
= ⇒ x = 6cm
x 3
10 1
= ⇒ y = 30cm
y 3
18 1
= ⇒ z = 54cm
z 3
GABARITO: A

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5) DIREITO CONSTITUCIONAL – Vicente Paulo e Frederico Dias

DIREITO CONSTITUCIONAL – Vicente Paulo e Frederico Dias


Chegamos à reta final do concurso de ATRFB! Hora de dar uma última olhadinha
naqueles pontos cruciais da matéria.
Antes, entretanto, uma dica: nesse último momento, não saia estudando todas as
matérias ou querendo rever tudo de novo... Não é preciso saber tudo para passar em
um concurso! Portanto, vá para a sua prova com a cabeça descansada e com a
tranqüilidade de você fez o melhor que podia... e que boas coisas te esperam na
prova e depois dela!
Neste Bizu do Ponto, a nossa função será a de tentar adivinhar o que a Esaf cobrará
na prova!
Não que sejamos os donos da verdade! Simplesmente acreditamos que temos
condições de ser úteis a você porque “já ralamos mais” nessa vida de concurseiro, e,
nos últimos tempos, dedicamo-nos a acompanhar apenas uma disciplina (Direito
Constitucional), enquanto você tem a obrigação de estudar mais de uma dezena
delas! Só por isso: enquanto você tem milhares de assuntos para estudar, nós estamos
com dedicação exclusiva para o direito constitucional e, por isso, alcançamos um
bom conhecimento sobre o que é mais cobrado pela Esaf nessa disciplina.
Então, seguem nossas principais impressões sobre a prova.
Item 1 do edital:
Quanto aos princípios fundamentais da República Federativa do Brasil (RFB), esse
assunto é abordado pela nossa Constituição nos arts. 1° a 4° e para acertar as
questões da ESAF relativas a ele você precisa apenas: (i) memorizá-los; e,
principalmente, (ii) saber distinguir:
I – os fundamentos;
II – os objetivos fundamentais; e
III – princípios que regem as relações internacionais.
Fique tranquilo, pois não é difícil distingui-los. O que será cobrado de você é saber se,
por exemplo, “construir uma sociedade livre, justa e solidária” é um dos fundamentos
da RFB... Não é! Na verdade trata-se de um dos objetivos fundamentais.
Pois bem, dê uma lida nessa parte da Constituição diferenciando bem o que é
fundamento (são os 5 do art. 1°: “so-ci-di-va-plu”), o que é objetivo e o que é princípio
disciplinador das relações internacionais.
Itens 2, 3 e 4 do edital:
Puxa vida, como dar “Bizu” sobre um conteúdo desses, em que só o art. 5º possui 78
incisos, com “n” entendimentos jurisprudenciais do STF a respeito de cada um deles?!
Bem, vamos lá:
a) os direitos fundamentais podem ter como titulares o Estado, e, também, como
sujeitos passivos pessoas físicas;
b) os direitos fundamentais têm aplicação entre particulares, ainda que o Estado não
participe da relação jurídica;
c) não há direitos e garantias fundamentais de natureza absoluta; assim, uma garantia
constitucional (inviolabilidade da correspondência) não pode ser invocada para
acobertar uma prática criminosa (crime de sequestro, por exemplo);

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d) dar especial atenção aos entendimentos do STF sobre os incisos X e XI do art. 5º, pois
eles estão entre os mais cobrados pela Esaf em suas provas; acerca do inciso X, é
importante você saber que órgãos podem determinar a quebra do sigilo bancário; no
tocante ao inciso XI, lembrar que o STF passou a admitir a violação de domicílio, por
ordem judicial, mesmo no período da noite, desde que para a instalação de
equipamentos de escuta ambiental;
e) acerca do inciso XII do art. 5º, lembrar dos seguintes entendimentos do STF: (1) a
autorização para interceptação telefônica só poderá ocorrer com obediência aos três
requisitos constitucionais, a saber: (i) ordem judicial (trata-se de medida sujeita à
reserva de jurisdição, isto é, nenhum outro órgão ou autoridade pode autorizar a
interceptação telefônica); (ii) nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer (a Lei nº
9.296/1996 estabelece os casos estritos em que a interceptação telefônica poderá
ocorrer, a saber: quando houver indícios razoáveis da autoria ou participação em
infração penal; quando a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis; o fato
investigado constituir infração penal punida com pena de reclusão); e (iii) para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal (não poderá ser autorizada a
interceptação telefônica no curso de processos administrativos ou de natureza cível);
(2) além da interceptação das comunicações telefônicas, a Lei nº 9.296/1996 permite,
também, a interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e
telemática (email, fax, MSN etc.), desde que obedecidos os mesmos requisitos do
inciso XII do art. 5º da Constituição Federal, acima enumerados; (3) as inviolabilidades
do inciso XII do art. 5º da Constituição – das correspondências e das comunicações –
protegem a operação em si (enquanto em trânsito), e não o seu conteúdo final; assim,
por exemplo: no tocante aos emails, a proteção alcança o seu conteúdo enquanto
em trânsito (isto é, a comunicação em si), e não estes depois de armazenados em
disco rígido de computador; em relação às correspondências, aplica-se o mesmo
entendimento: a proteção alcança o seu conteúdo enquanto em trânsito (isto é, a
correspondência em si), e não estas depois de recebidas e abertas pelo seu
destinatário; logo, é lícita a busca e apreensão domiciliar autorizada judicialmente de
computadores com emails armazenados em seu disco rígido, bem assim de cartas já
recebidas e abertas pelo seu destinatário encontradas no interior do domicílio; (4)
embora a Lei nº 9.296/1996 só admita a interceptação telefônica no curso de instrução
processual ou investigação de crime punível com reclusão, o STF considera lícita a
prova levantada no curso da interceptação de crime punível com detenção, desde
que haja conexão entre os delitos (isto é, desde que haja conexão entre o delito
punível com pena de reclusão, que deu origem à interceptação, e o crime punível
com detenção, descoberto acidentalmente durante a execução dessa medida); (5) a
interceptação de comunicação telefônica ocorrerá em autos apartados, apensados
aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das
diligências, gravações e transcrições respectivas (afinal, se não houvesse sigilo quanto
à interceptação, a medida seria inócua); após a execução da medida, haverá a
degravação do conteúdo das comunicações, que será levada aos autos para que o
réu possa exercer, a posteriori, o seu direito ao contraditório e ampla defesa; segundo
o STF, a degravação das conversas não precisa ser integral, total; (6) embora a Lei nº
9.296/1996 determine que a interceptação não poderá exceder o prazo de quinze
dias, renovável por igual tempo, o STF firmou entendimento de que são válidas
renovações sucessivas desse prazo, desde que comprovada a indispensabilidade do
meio de prova; (7) apesar de o procedimento em tela ser admitido apenas em
processos criminais, o STF entende que os dados colhidos em interceptações de
comunicações telefônicas, judicialmente autorizadas para produção de provas em
investigação criminal ou instrução processual penal, podem ser utilizados em
procedimento administrativo, contra as mesmas pessoas em relação às quais foram

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colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à
colheita dessa prova (prova emprestada).
Quanto aos direitos sociais, é bom se lembrar do seguinte: (i) reserva do
financeiramente possível (o Estado está obrigado a concretizar os direitos sociais, mas
de forma gradual, na medida do financeiramente possível); (ii) vedação ao retrocesso
(normas constitucionais e infraconstitucionais não podem retroceder em se tratando
de direitos sociais já concretizados); (iii) excepcionalmente, o Poder Judiciário pode
determinar a implementação de políticas públicas.
Não deixe de conhecer o teor do art. 12, I e II, bem como os cargos privativos de
brasileiros natos (art. 12, § 3º).
Item 5 do edital:
Nesse item, dê ênfase aos aspectos que serão tratados a seguir.
I - Conceitos e características de formas de Estado, formas de Governo e sistemas de
Governo.
Forma de
Distribuição territorial
Estado
do Poder

Unitário Federação Confederação

(centralização (descentralização (descentralização


política) política) política)

→ Unitário puro • Constituição • Tratado


→ Descentralizado ou • Autonomia • Soberania
regional
• Indissolubilidade • Dissolubilidade
(vedada secessão) (direito de secessão)

Hereditariedade

Monarquia Vitaliciedade
não há obrigação de prestar
Irresponsabilidade contas perante os governados

Forma de relação entre governantes e governados


Governo

Eletividade

República Temporalidade

Responsabilidade dever de prestar contas

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Independência entre os Poderes Executivo e Legislativo

Presidencialismo Mandatos por prazo certo


Chefia monocrática ou unipessoal

Sistema de relação entre o Poder Executivo e Poder Legislativo


Governo

Interdependência (maior colaboração entre os poderes)

Parlamentarismo Mandatos por prazo incerto


Chefia dual

II – É bom lembrar ainda que: (i) soberania é atributo da República Federativa do Brasil,
do todo, tendo em vista que a União, estados-membros, DF e Municípios são apenas
autônomos; e (ii) os territórios federais não são entes federados e integram a União.
III - Fique atento ao processo de formação de estados-membros e municípios:

Incorporação
I – Plebiscito
Estados II – Oitiva das Assembléias
Subdivisão
Legislativas
Desmembramento III – LC Federal

Formação

Criação I – LC Federal → período


II – LO Federal → requisitos e
Incorporação forma de divulgação do EVM
Municípios III – Divulgação do EVM
Fusão
IV – Plebiscito
Desmembramento V – LO Estadual formalizando o ato

IV – Conheça a tríplice capacidade garantidora da autonomia dos estados-membros,


sabendo diferenciar autogoverno, autolegislação e autoadministração.
Auto-organização
Elaboração das suas Constituições
e art. 25, caput
Autolegislação Elaboração de leis próprias

Executivo art. 28
Autogoverno Organização
dos Poderes Legislativo art. 27
Judiciário art. 125
Competências próprias
Autoadministração (administrativas, art. 25, §§ 1° a 3°
tributárias e legislativas)

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V – Quanto à repartição de competências, saiba que: (i) foi realizada com base na
predominância do interesse; (ii) aos estados-membros foram atribuídas as
competências remanescentes, mas há a competência tributária residual da União; e
(iii) o DF recebeu as competências dos estados e municípios (lembrando, todavia, que
algumas competências legislativas estaduais não foram a ele estendidas – art. 21, XIII e
XIV).
VI - Estabeleça bem as diferenças entre a competência legislativa privativa da União
(art. 22) e a competência legislativa concorrente (art. 24); ficando atento a dois
detalhes: (i) a privativa é delegável aos estados-membros por lei complementar, para
o trato de questões específicas; e (ii) no âmbito da legislação concorrente, a
superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia (não revoga)
da lei estadual, no que lhe for contrário.
Itens 6 do edital:
Bem, esse assunto é largamente estudado no âmbito do Direito Administrativo.
Quando cobrados em Constitucional, não costumam ir além da literalidade da
Constituição. Portanto, faça esquemas, grife as principais palavras, mas não deixe de
saber bem esses artigos...
Que Deus tenha nos iluminado na elaboração deste “Bizu” – e que ilumine mais ainda
a sua mente nas poucas horas de resolução das provas do concurso de Analista
Tributário da Receita Federal do Brasil!
Tente relaxar e descansar nos últimos dias.
Boa Prova!

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6) DIREITO ADMINISTRATIVO – Leandro Cadenas

Olá amigo concurseiro. O edital da Receita está bem abrangente. Tentaremos


destacar os pontos com maior probabilidade de incidência nessa prova, com base
em concursos anteriores da ESAF. Coloquei também algumas questões para você
treinar e ver como a ESAF tem cobrado. Vamos a eles.
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Os princípios devem sempre ser valorados, ou seja, não têm uma aplicação fixa e
constante – devem ter incidência na maior medida possível, evitando-se anular
completamente um em face de outro. O segredo está em sempre colocá-los numa
balança, aplicando-se mais ou menos cada um deles a depender do caso concreto.
Entre os princípios mais cobrados pela ESAF temos:
Princípios basilares do Direito Administrativo: supremacia do interesse
público sobre o particular e indisponibilidade do interesse público.
Impessoalidade: em duas vertentes. Na primeira, qualquer ato da Administração
Pública deve zelar pelo interesse público nunca pelo interesse pessoal do agente
público. Na outra, os atos são imputados à entidade a que se vincula o agente
público, não a ele próprio. Segundo Celso A. B. de Mello, esse princípio também se
relaciona diretamente com o princípio da isonomia.
Moralidade: diz respeito à moral interna da instituição, que deve pautar os atos
dos agentes públicos, como complemento à lei. Os atos devem ser, além de legais,
honestos e conformes aos bons costumes e à boa administração.
Eficiência: prega a otimização dos procedimentos em qualquer ação da
Administração Pública, que deve ser rápida, útil, econômica, voltada para o alcance
dos melhores resultados possíveis. Privilegia o binômio qualidade x economicidade.
Razoabilidade e da proporcionalidade: qualquer ação tomada dentro da esfera
pública deve ser pautada nesses princípios, implicando em coerência entre os meios
e os fins, considerando-se todas as situações e circunstâncias que afetem a solução.
Contraditório: assegura que a parte tem o direito de se manifestar sobre todas as
provas produzidas e sobre as alegações feitas pela parte adversa. Além disso, tem o
direito de, com essa atuação, poder interferir no julgamento da questão.
Ampla defesa entende-se a possibilidade que o acusado tem de usar todos os
meios lícitos admitidos para provar o que alega, inclusive manter-se calado (art. 5º,
LXIII, CF/88) e não produzir provas contra si.
(AFRE-CE/ESAF/2007) Sobre os princípios constitucionais da Administração Pública,
marque a única opção correta.
a) O princípio da impessoalidade apresenta duas formas de abordagem. A primeira
relaciona-se à finalidade pública. A segunda indica que os atos administrativos não
devem ser imputados ao agente que os praticou, mas ao órgão ou entidade
administrativa a que está vinculado.
b) A discricionariedade atribuída à autoridade administrativa, consubstanciada pela
liberdade de atuação, autoriza a edição de resolução que crie direitos e obrigações
aos administrados.
c) Na situação em que a autoridade administrativa pratica ato com desvio de poder,
pode-se afirmar que ocorreu atentado ao princípio da moralidade, e não ao princípio
da legalidade.
d) A publicidade não se constitui elemento formador do ato administrativo, mas
requisito de eficácia e moralidade. Portanto, não se faz possível a restrição dos atos
de publicidade, sob o risco de se ferir o interesse público.
e) O princípio da eficiência, inserido no texto constitucional pelo legislador derivado,
indica à Administração Pública a prestação de serviços públicos de forma racional e

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transparente. Todavia, não é possível a declaração de inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo que deixe de observá-lo.
Gab. A
O julgado a seguir já foi cobrado algumas vezes, e o STJ acaba de editar uma
súmula sobre isso: “A exigência de depósito ou arrolamento prévio de bens e
direitos como condição de admissibilidade de recurso administrativo constitui
obstáculo sério (e intransponível, para consideráveis parcelas da população) ao
exercício do direito de petição (CF, art. 5º, XXXIV), além de caracterizar ofensa ao
princípio do contraditório (CF, art. 5º, LV)” (STF, ADI 1.976/DF, DJ 18/05/2007,
Informativo 461).
Guarde as Súmulas Vinculantes, muito importantes pra prova:
STF, Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada
a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.
STF, Súmula Vinculante 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
STF, Súmula Vinculante nº 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente
em linha reta, colateral ou por afinidade, até 3º grau, inclusive da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança
ou ainda de função gratificada da administração pública direta, indireta em qualquer
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição
Federal. STF, Informativo 516 (27/08/2008), ADC 12/DF: A vedação ao nepotismo
constante da Resolução CNJ 7/2005 “está em sintonia com os princípios constantes
do art. 37, em especial os da impessoalidade, da eficiência, da igualdade e da
moralidade, que são dotados de eficácia imediata, (...) visto que as restrições por
ela impostas são as mesmas previstas na CF, as quais, extraídas dos citados
princípios, vedam a prática do nepotismo”.
(ESAF/AFC-CGU/2008) Quanto à aplicação de princípios constitucionais em
processos administrativos, é entendimento pacificado no Supremo Tribunal Federal,
constituindo súmula vinculante para toda a administração e tribunais inferiores,
que, nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa
a) mesmo quando da decisão não resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, inclusive a apreciação da legalidade do
ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
b) quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, sem exceção.
c) quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
d) quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, inclusive na apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
e) quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, inclusive a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, exceto reforma e pensão.
Gab. C
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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Alguns conceitos são fundamentais. Fixe-os:
Estado = pessoa com personalidade jurídica, regida pelas normas do direito
público. Suas funções são subdivididas entre os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário. É permanente.
Estado = povo + território + soberania + finalidade.
Governo = centro de decisões do Estado, seu comando e direção. Nas
democracias, é transitório.
Órgãos = entes despersonalizados. Por exceção, os órgãos também podem ter
capacidade judiciária (=capacidade de ser parte numa ação judicial, capacidade
para estar em juízo). São criados através de lei de iniciativa privativa do chefe do
Poder Executivo.
Descentralização: repasse de atividades de uma pessoa para outra. Pode ser via
outorga (por lei, da titularidade e da execução), ou delegação (por contrato/ato, da
execução somente).
Desconcentração: repasse de atividades dentro da mesma pessoa jurídica.
(ESAF/ANA/2009) Quanto às características da administração pública federal
brasileira e sua forma de organização, analise os itens a seguir e marque com V se
a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.
( ) Os órgãos são compartimentos internos da pessoa pública que compõem sua
criação bem como sua extinção são disciplinas reservadas à lei.
( ) A realização das atividades administrativas do Estado, de forma desconcentrada,
caracteriza a criação de pessoas jurídicas distintas, componentes da administração
pública indireta.
Gab. V, F.
Também é muito relevante guardar as características mais cobradas de cada uma
das entidades da Administração Indireta:
Autarquias: criação por lei específica; personalidade jurídica de direito público;
auto-administração; atuação em nome próprio; especialização dos fins ou
atividades; exercem atividades típicas de Estado; dotadas de patrimônio próprio,
inalienável, impenhorável e imprescritível; prazos processuais privilegiados: em
dobro para recorrer e em quádruplo para contestar (art. 188, CPC) e garantia do
duplo grau de jurisdição obrigatório, quando a sentença lhe for desfavorável (art.
475, II, CPC e Lei nº 9.469/97, art. 10); responsabilidade objetiva e possibilidade
de ação de regresso contra seus servidores (art. 37, § 6º, CF/88); sujeita às regras
licitatórias (Lei nº 8.666/93). É a autarquia ordinária. Agência Reguladora é uma
autarquia criada sob regime especial, com a atribuição de exercer o poder
normativo das concessões e permissões de serviços públicos, competência essa
que, originalmente, é do Poder Público. Agência Executiva é uma qualidade
ou atributo de pessoa jurídica de direito público que celebre contrato de gestão,
cujo princípio orientador é o da eficiência. Tal qualidade pode ser atribuída tanto
às autarquias quanto às fundações, desde que cumpram os requisitos legais.
(ESAF/EPPGG-MPOG/2008) A Agência executiva é a qualificação dada à autarquia
ou fundação que celebre contrato de gestão com o órgão da Administração Direta a
que se acha vinculada, introduzida no direito brasileiro em decorrência do
movimento da globalização. Destarte, assinale qual princípio da administração
pública, especificamente, que as autarquias ou fundações governamentais
qualificadas como agências executivas visam observar nos termos do Decreto n.
2.487/98:
a) eficiência b) moralidade c) legalidade d) razoabilidade e) publicidade. Gab. A

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Fundação instituída pelo poder público é um patrimônio dotado de personalidade
jurídica, destinado à prestação de atividades públicas na área social. Segundo STF,
é espécie do gênero autarquia, diat autarquia fundacional.
(Analista Jurídico-CE/ESAF/2007) Assinale a opção que contenha a pessoa jurídica
de direito público que pode se apresentar nas formas ordinária, de regime especial
e fundacional.
a) Empresa Pública b) Fundação Pública c) Autarquia d) Sociedade de Economia
Mista e) Serviço Social Autônomo. Gab. C
Características comuns às empresas públicas e às sociedades de economia
mista: criação e extinção por lei; personalidade jurídica de direito privado; sujeição
parcial ao direito público e ao controle do Estado; atividade de natureza econômica,
sujeição à fiscalização do Tribunal de Contas. Características próprias das
empresas públicas: capital integralmente público; sob qualquer forma admitida
em direito. Características próprias das sociedades de economia mista:
capital misto público/privado, com participação majoritária daquele; exclusivamente
sob a forma de sociedade anônima. Enquanto a empresa pública tem foros
diferentes (Justiça Federal, no caso das empresas públicas federais, e Justiça
Estadual, no caso das estaduais e municipais), as sociedades de economia
mista têm como foro, em geral, a Justiça Estadual. No entanto, a ação, neste
segundo caso, poderá ser processada perante a Justiça Federal, a depender da
matéria ou das partes envolvidas.
Especificamente quanto aos Correios – empresa pública federal, por ser prestadora
de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, tem tratamento
diferenciado: I – imunidade tributária recíproca. Idem com relação à Empresa
Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – INFRAERO, também empresa pública
federal e Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia – sociedade de economia
mista II – impenhorabilidade de seus bens III – regime de precatório (art.
100, CF/88).
Quanto ao terceiro setor, vamos aos pontos de maior destaque pra prova:
Organizações Sociais (OS): pessoas jurídicas de direito privado sem fins
lucrativos, voltadas ao desempenho de atividades de interesse público. Declaradas
de interesse social ou de utilidade pública, celebram contratos de gestão com a
Administração Pública. Sujeitas ao controle do Tribunal de Contas. Licitação: estão
dispensadas se se referir a atividades contempladas no contrato de gestão.
Organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) são
organizações não governamentais (ONGs) que cumpriram os requisitos da lei, em
especial os relativos à transparência administrativa. Têm finalidades semelhantes às
OSs. A Administração firma Termo de Parceria com a OSCIP para executar um
plano de modernização da Administração. Sujeitam-se ao controle do Tribunal de
Contas e às regras de licitação.
Entidades de apoio são também pessoas jurídicas de direito privado, que
contribuem, em geral, com universidades e hospitais públicos, sem integrar a
Administração Pública, geralmente criadas pelos próprios servidores. São sem fins
lucrativos, e auxiliam o Estado, exercendo atividades de interesse público. A
natureza jurídica mais comum é de fundação, mas podem ser também associações
ou cooperativas.
Convênios de cooperação são ajustes entre pessoas públicas entre si ou entre
elas e particulares para realização de serviços ou obras públicas (art. 241, CF/88).
Não têm personalidade jurídica.
Consórcio público é o ajuste entre pessoas públicas para consecução de interesse
comum entre as partes (art. 241, CF/88). Têm personalidade jurídica.
ATOS ADMINISTRATIVOS

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Normalmente é um dos pontos com maior número de questões nos concursos.
Guarde o conceito: Ato administrativo é toda manifestação unilateral de
vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por
fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.
Elementos e atributos são sempre cobrados. Vamos relembrar alguns detalhes dos
mais importantes.
Elementos: competência; finalidade; forma; motivo; objeto.
Competência: aqui o ponto sempre cobrado refere-se à possibilidade de delegação
ou avocação. Delegar corresponde ao repasse de atribuições administrativas de
responsabilidade do superior para o subalterno, e avocar representa o caminho
contrário da delegação, é dizer, acontece a avocação quando o superior atrai para si
a tarefa de responsabilidade do subordinado. O que a ESAF mais pede é o rol de
hipóteses onde é proibida a delegação: edição de atos de caráter normativo,
decisão de recursos administrativos, matérias de competência exclusiva do órgão
ou autoridade. Vício = excesso de poder.
Finalidade – interesse público – impessoalidade. Vício = desvio de poder ou de
finalidade.
O motivo é a circunstância de fato ou de direito que determina ou autoriza
a prática do ato. Motivação é a série de motivos externados que justificam a
realização de determinado ato. Pela teoria dos motivos determinantes, o motivo
alegado integra a validade do ato.
Mérito administrativo = oportunidade e conveniência ao praticar o ato.
Não há controle judicial do mérito administrativo, quando ato é praticado
dentro dos limites impostos pela lei. Pode ser apurado o atendimento aos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
Atributos dos atos administrativos: presunção de legitimidade e veracidade;
imperatividade; auto-executoriedade.
Diz-se que se presume legítimo determinado ato administrativo baseado no
princípio de legalidade. Se ao administrador só cabe fazer o que a lei admite, e
da forma como nela previsto, então, se produziu algum ato, presume-se que o
fez respeitando a lei. A presunção de veracidade refere-se aos fatos citados
pela Administração Pública. A presunção é relativa, ou seja, admite prova em
contrário.
Os atos administrativos são imperativos, se impõem aos destinatários
independentemente de concordarem ou não com ele. É também chamado esse
atributo de Poder Extroverso. Esse não é um atributo comum a todos os atos,
mas tão somente aos que impõem obrigações aos administrados.
A auto-executoriedade garante que a Administração Pública possa fazer executar
o ato, por si mesma e imediatamente, independente de ordem judicial. Não
significa dizer que esse ato escapa ao controle judicial: poderá ser levado ao
crivo desse Poder, se houver provocação da parte interessada.
(ESAF/EPPGG-MPOG/2008) Em se tratando dos atos administrativos, analise os
itens a seguir e marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando
ao final a opção correspondente:
( ) Entre os atributos do ato administrativo, encontra-se a presunção de veracidade
a qual diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo,
presume-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos
com observância da lei;
( ) A auto-executoriedade consiste em atributo pelo qual os atos administrativos se
impõem a terceiros, independentemente de sua concordância;

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( ) Entre os elementos do ato administrativo, encontra-se a finalidade a qual é o
pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo;
( ) O objeto ou conteúdo do ato administrativo consiste no efeito jurídico imediato
que o ato produz.
a) F, V, F, F b) F, V, V, F c) V, F, V, V d) F, F, F, V e) V, V, F, F Gab. D
CLASSIFICAÇÃO. A ESAF costuma cobrar algumas classificações com mais
freqüência. Veja quais:
Ato complexo: para que seja formado, necessita da manifestação de vontade
de dois ou mais órgãos diferentes.
Ato composto: é aquele que nasce vontade de apenas um órgão, porém,
para que produza efeitos, depende da aprovação de outro ato, que o
homologa.
Válido: é o que atende a todos os requisitos legais: competência, finalidade,
forma, motivo e objeto. Pode estar perfeito, pronto para produzir seus efeitos ou
estar pendente de evento futuro.
Nulo: é o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não pode ser
corrigido.
Anulável: é o ato que contém defeitos, porém, que podem ser sanados,
convalidados.
Perfeito: é aquele que completou seu processo de formação, estando apto a
produzir seus efeitos.
Imperfeito: não completou seu processo de formação, portanto, não está
apto a produzir seus efeitos. Pendente: para produzir seus efeitos, sujeita-se a
condição ou termo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas
aguardando o implemento desse acessório. Condição é evento futuro e incerto;
termo é evento futuro e certo.
Consumado: é o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo
para realizar.
Anulação e revogação são assuntos campeões de questões. Você precisa
saber bem suas características:
Um ato é nulo quando afronta a lei, quando foi produzido com alguma
ilegalidade. Pode ser declarada pela própria Administração Pública, no
exercício de sua autotutela, ou pelo Judiciário. Opera efeitos retroativos, “ex
tunc”.
Revogação é a forma de desfazer um ato válido, legítimo, mas que não é
mais conveniente, útil ou oportuno. Como é um ato perfeito, que não mais
interessa à Administração Pública, só por ela pode ser revogado, não cabendo ao
Judiciário fazê-lo, exceto no exercício de sua atividade secundária administrativa,
ou seja, só pode revogar seus próprios atos administrativos. Seus efeitos são
proativos, “ex nunc”.
(Analista-MPOG/ESAF/2006) A prática de ato administrativo, com vício insanável de
legalidade (ato ilegal), é motivo suficiente, para a própria Administração declarar a
sua
a) anulação b) convalidação c) inexistência d) presunção de legalidade e) revogação
Gab. A
Outras 3 hipóteses de extinção do ato eventualmente são cobradas:
Cassação: retirada do ato porque o destinatário descumpriu condições que
deveriam permanecer atendidas a fim de dar continuidade à situação jurídica.
Caducidade: retirada do ato em face da superveniência de norma que
incompatibiliza sua permanência.

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Contraposição: edição de um ato que impede que o anterior siga produzindo seus
efeitos.
A convalidação será sempre retroativa, “ex tunc”, lançando seus efeitos
sempre à data da realização inicial do ato. A finalidade, o motivo e o objeto
nunca podem ser convalidados. A forma pode ser convalidada, desde que
não seja fundamental à validade do ato. Com relação à competência, é possível
a convalidação dos atos que não sejam exclusivos de uma autoridade, quando não
pode haver delegação ou avocação. Assim, desde que não se trate de matéria
exclusiva, pode o superior ratificar o ato praticado por subordinado
incompetente.
(ESAF/ANA/2009) Quanto ao regime jurídico a que se submetem os atos
administrativos no ordenamento brasileiro, assinale a opção incorreta.
a) Configura desvio de finalidade a prática de ato administrativo visando a fim
diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
b) Em virtude de sua presunção de legitimidade, até prova em contrário, presume-
se que os atos administrativos foram emitidos em conformidade com a lei.
c) A conveniência e a oportunidade da prática do ato constituem o mérito
administrativo e apenas estarão passíveis de ponderação nos atos discricionários.
d) De acordo com a teoria dos motivos determinantes, a situação fática que
determinou e justificou a prática de ato administrativo passa a integrar a sua
validade.
e) Todos os atos administrativos nulos ou anuláveis são passíveis de convalidação
ou saneamento, desde que a prática do novo ato supra a falta anterior.
Gab. E
SERVIÇOS PÚBLICOS
Em geral, a ESAF não cobra muitas questões quanto a serviços, limitando-se às
regras legais e constitucionais. Assim, aqui também vale a pena uma última leitura
na Lei 8.987/95. As características principais você deve memorizar:
concessões e concessionários: é delegação de serviço público, obra ou uso de
bem público, feita pelo poder concedente em cuja competência se encontra o
serviço delegado; feita através de contrato bilateral, precedido de licitação, na
modalidade concorrência; contrato é de natureza administrativa; cabe à União
fixar normas gerais de contratação, em todas as modalidades; a execução do
serviço pelo concessionário é por sua conta e risco, e paga mediante tarifa, com
natureza de preço público; concedente fixa normas de prestação do serviço ou uso
do bem público, fiscaliza, impõe sanções e reajusta tarifas; concessionário tem
direito à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro da concessão;
concessionário se sujeita às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias;
poderá haver encampação, que é a retomada do serviço pela Administração
Pública antes do prazo estabelecido, por interesse público, com a conseqüente
indenização do concessionário. Trata-se de ato unilateral da Administração
Pública; por inadimplemento contratual por parte do concessionário, poderá haver
caducidade ou decadência, sem direito à indenização, exceto à parte não
amortizada dos equipamentos que reverterão para o poder concedente; também é
ato unilateral; reversão é a incorporação dos bens do concessionário pelo poder
público, para prosseguimento na prestação do serviço, nos casos de extinção da
concessão em face de termo contratual, com direito à indenização.
permissionárias: é delegação de serviço público ou uso de bem público, feita
pelo poder concedente cuja competência se encontra o serviço delegado; não
transfere a titularidade, somente a execução ou uso; feita através de contrato de
adesão, no caso dos serviços públicos, precedido de licitação, revogável
unilateralmente e precário; se a permissão é de uso de bem público, será feita

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por ato unilateral, precário; tal contrato é sujeito às regras do direito público;
entre as principais diferenças com a concessão, destaco a necessidade de
contrato bilateral para este, bem como licitação na modalidade concorrência e
maiores garantias ao contratado.
autorização é ato administrativo precário, discricionário, pelo qual a
Administração Pública investe o particular na execução e exploração de serviço
público, repassada via termo de autorização, não se exigindo licitação. Tem lugar
em situações de urgência e transitórias.
(ESAF/EPPGG-MPOG/2008) O serviço público, modernamente, busca melhorar e
aperfeiçoar o atendimento ao público. Analise os itens a seguir:
I. considera-se concessão de serviço público a delegação de sua prestação, feita
pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa
jurídica ou consórcio de empresas;
II. considera-se permissão de serviço público a delegação, a título precário,
mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à
pessoa física ou jurídica ou consórcio de empresas;
III. toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado que
satisfaça as condições de atualidade compreendendo a modernidade das instalações
e a sua conservação;
IV. as concessionárias de serviços públicos de direito privado, nos Estados, são
obrigadas a oferecer ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis
datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está correto. b) Apenas o item III está correto. c) Todos os itens
estão corretos. d) Apenas o item IV está incorreto. e) Apenas o item II está
incorreto. Gab.: E
SERVIDORES PÚBLICOS
Importa reafirmar a importância de julgados do STF. Na ADI 2.135 (02/08/2007) o
STF suspendeu, cautelarmente e com efeito ex nunc, a alteração do caput do art.
39, CF/88, retornando sua redação original, onde se exige a existência de um
Regime Jurídico Único (RJU) dos Servidores Públicos. Assim, a partir dessa decisão,
tornou-se inaplicável a Lei nº 9.962/2000.
O Estatuto não é imutável. Ao contrário, não cabe argüir violação ao direito
adquirido contra mudanças no regime jurídico. Para o STF, não há direito
adquirido que garanta imutabilidade do regime jurídico.
Funções de confiança → servidores ocupantes de cargo efetivo. Cargos em comissão
(= cargo em confiança) → servidores de carreira ou não.
A investidura em cargo público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
A orientação do STJ é no sentido de que o candidato tem direito à nomeação dentro
das vagas previstas no edital (STJ, RMS 19.478/SP). Recentemente a 1ª Turma do
STF, ao enfrentar a questão, por 3 votos a 2 concluiu que há direito subjetivo à
nomeação dentro do número de vagas (STF, RE 227.480/RJ).
Provimento é o ato administrativo pelo qual se preenche o cargo vago.
Súmula 686, do STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação
de candidato a cargo público.
A nomeação, única possibilidade de provimento originário de cargo público diante
da atual Carta Política, é precedida necessariamente de concurso público, exceto
nos casos de cargos em comissão, preenchidos por pessoas de confiança da
autoridade competente e nas hipóteses de promoção na mesma carreira.

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A promoção é um movimento ascendente dentro da mesma carreira, com
acréscimo de vencimentos e de responsabilidades. Também é dito provimento
derivado vertical e dá-se por merecimento ou antiguidade.
A ESAF adora questões cobrando provimento derivado. Guarde cada hipótese e
garanta uma questão na prova!!!
Readaptação: de quem sofreu limitação física ou mental;
Reversão: do aposentado por invalidez que deixou de ser inválido ou a pedido;
Aproveitamento: daquele que está em disponibilidade;
Reintegração: do injustamente demitido;
Recondução: do reprovado em estágio probatório em outro cargo ou de quem
ocupava o cargo do reintegrado.
Cargo de provimento efetivo é aquele assim definido em lei, que será preenchido
via concurso público e que garante ao nomeado estabilidade após três anos de
efetivo exercício.
Cargo de provimento vitalício também gera direito à estabilidade, sendo três as
principais diferenças entre este e o cargo efetivo:
a Carta Magna estabeleceu os cargos que devem assim ser providos, não cabendo à
legislação infraconstitucional ampliar esse rol;
a aquisição da vitaliciedade dá-se, na primeira instância, após 02 (dois) anos de
exercício;
a perda do cargo só se dará por sentença judicial transitada em julgado.
A vitaliciedade constitui uma exceção à regra da estabilidade, dando mais garantias
aos titulares dos cargos com essa prerrogativa, quais sejam, membros da
Magistratura, do Tribunal de Contas e do Ministério Público. Outra característica
própria, no caso dos juízes (primeiro grau) é o tempo para adquirir a vitaliciedade,
que será de dois anos de exercício. No caso dos membros do Ministério Público,
estes também, após dois anos de exercício, terão as garantias da vitaliciedade. É
etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou
reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento.
A posse poderá dar-se mediante procuração específica, em até 30 dias da
nomeação. O prazo é de quinze dias para o servidor entrar em exercício,
contados da data da posse. Memorize todos os prazos citados neste resumo!!!
Estágio probatório é o período a que se submete todo o servidor nomeado para
cargo de provimento efetivo, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão
objeto de avaliação para o desempenho do cargo. Segundo o STJ, o estágio
probatório tem duração de 3 anos.
Possibilidades de perda do cargo do servidor estável:
em virtude de sentença judicial transitada;
mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho;
para o cumprimento dos limites com a despesa com pessoal ativo e inativo.
Vacância é a situação do cargo público que está vago, ou seja, sem titular. As
hipóteses já foram cobradas várias vezes: exoneração; demissão; promoção;
readaptação; aposentadoria; posse em outro cargo inacumulável; falecimento.
Por último, dê uma boa lida no art. 37 da CF/88. Praticamente impossível ter uma
prova da ESAF sem cobrar as regras desse artigo. Já que está com a CF aberta, leia
também o art. 41.
(ESAF/AFC-STN/2008) Em relação ao regime jurídico dos servidores públicos, pode-
se afirmar corretamente:

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a) a investidura em todo e qualquer cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.
b) durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
c) são condições para a aquisição da estabilidade aos servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público: dois anos de efetivo
exercício e avaliação especial de desempenho por comissão constituída para essa
finalidade.
d) adquirida a estabilidade, o servidor público passa a ter direito adquirido ao
regime estatutário a que está submetido, diferentemente do que ocorre com as
relações contratuais trabalhistas.
e) o servidor público estável somente perderá o cargo em virtude de sentença
judicial transitada em julgado ou mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Gab.: B.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
Neste ponto as perguntas da ESAF xostumam explorar os mesmos pontos, a seguir
destacados. Acrescento também algumas importantes novidades, com grandes
chances de serem cobradas:
Responsabilidade objetiva, ou teoria do risco administrativo: em havendo um
dano provocado pela Administração, ele deve ser reparado, independente de dolo
ou culpa desta. Exceções à responsabilidade objetiva do Estado: culpa
exclusiva do prejudicado, culpa de terceiro e força maior.
(ESAF/PGDF/2007) Embora a Constituição preveja responsabilidade civil objetiva do
Estado pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, o
dever de indenizar não surge, necessariamente, em todo ato praticado pelo poder
público que gere dano a particular. Se não houver nexo causal entre o ato e o dano
ou se houver culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior, por exemplo, o
Estado poderá não ser obrigado a pagar indenização. Gab. Certa.
A responsabilidade por omissão é subjetiva.
Responsabilidade por atos legislativos e jurisdicionais: em ambos os casos, a
regra é a irresponsabilidade estatal por esses atos. No entanto, entende-se como
possível a responsabilização do Estado no caso de edição de leis inconstitucionais ou
leis de efeitos concretos. No que pertine aos atos jurisdicionais, a própria Carta
Maior prevê a responsabilização estatal, mas apenas na esfera penal, em caso de
erro judiciário ou prisão além do tempo fixado na sentença (art. 5º, LXXV).
Teorias previstas no art. 37, § 6º, CF/88: teoria da responsabilidade objetiva do
Estado; teoria da responsabilidade subjetiva do agente.
A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de
serviço público é objetiva relativamente tanto aos usuários do serviço quanto a
terceiros não-usuários (STF, RE 591.874/MS, 26/08/2009).
O art. 37, § 6º, da CF, consagra dupla garantia: uma em favor do particular,
possibilitando-lhe ação indenizatória contra a pessoa jurídica de direito público ou
de direito privado que preste serviço público; outra, em prol do agente, que
somente responde administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo
quadro funcional pertencer, pois seus atos se confundem com os próprios atos
estatais. O particular que sofra o dano não pode, então, ajuizar ação, diretamente,
contra o agente público; o agente público somente responde, regressivamente, à
pessoa jurídica a cujos quadros funcionais pertença (STF, RE 327.904, DJ
08/09/2006, RE 344.133, DJ 14/11/2008).
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O direito de requerer a indenização prescreve em cinco anos, e aplica-se tanto à
Administração Pública quanto às pessoas privadas prestadoras de serviços públicos.
Cabe ao Estado cobrar de seu agente o prejuízo que teve com a indenização,
sempre que provado que houve dolo ou culpa: é a chamada
responsabilidade subjetiva do agente. Essa responsabilização é efetivada
através da ação de regresso, ou ação regressiva.
Requisitos fundamentais para o exercício do direito de regresso: que haja
dano ao particular indenizado pela Administração Pública com base em sua
responsabilidade objetiva; que o agente tenha agido com dolo ou culpa no
surgimento desse dano.
Tratando-se de dano causado a terceiro, o servidor não responderá mediante
denunciação da lide, mas sim em ação regressiva.
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Essa costuma ser uma parte fácil da prova. Anote os detalhes essenciais.
Chama-se controle interno o exercido no âmbito interno do mesmo Poder,
por órgãos presentes em sua estrutura. Dá-se sobre a legalidade, eficiência e
mérito dos seus atos. Diz-se controle externo o exercido de um Poder sobre
outro, relativamente a atos administrativos. Para a Professora Maria Sylvia Z. Di
Pietro, também é externo “o controle da Administração Direta sobre a Indireta”.
O controle sobre a Administração Indireta é fruto do poder de tutela, exercido
nos limites da lei, respeitada a autonomia de cada entidade.
Controle administrativo - espécies: I – hierárquico próprio: realizado pelos órgãos
superiores, sobre os inferiores, ou dos chefes sobre os subordinados. II –
hierárquico impróprio: realizado entre órgãos onde não há hierarquia direta, mas
sim competências diversas atribuídas a cada um deles, de forma que a um compete
julgar recursos relativos a atos realizados por outro. III – finalístico: é a chamada
supervisão ministerial, baseada na vinculação entre a Administração Pública Direta
e a Indireta (autarquias, empresas públicas etc). Não há subordinação, mas sim
controle finalístico, dentro dos limites legais, como já citado, em face da autonomia
que essas pessoas jurídicas têm.
STJ, Súmula 373: É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de
recurso administrativo.
Chama-se controle parlamentar, ou legislativo, aquele realizado pelo Poder
Legislativo sobre alguns atos da Administração Pública, com observância obrigatória
das previsões constitucionais, em face da separação dos Poderes, não cabendo à
legislação ordinária a ampliação dessas situações. Exercido sob os aspectos político
e financeiro.
Relembre a Súmula Vinculante 3 (item 4).
(ESAF/PFN/2007-1) Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação, cassação ou suspensão de ato administrativo que beneficie o interessado,
excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão.
(ESAF/PFN/2007-2) Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, inclusive
a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão. Gab. Ambas erradas.

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7) ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – Leandro Cadenas

Olá amigo concurseiro. Na parte de Ética, o edital da Receita também está muito abrangente. Aqui
vamos destacar os pontos principais relativos aos itens 11 a 19 da parte que constou como sendo
Direito Administrativo.
CÓDIGO PENAL - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. Em geral, as questões citam uma situação qualquer e perguntam qual o crime praticado, sempre
indicando um verbo núcleo da ação. Assim, você tem que procurar esse verbo para bem definir o
crime praticado. Os mais cobrados são apropriar, desviar, exigir, solicitar, receber, inserir, modificar,
facilitar... O campeões são os crimes praticados por servidores públicos contra a Administração
Pública. Vamos ao principais:
a) PECULATO: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio. Espécies: I – peculato-apropriação (art. 312, caput, 1ª parte). II –
peculato-desvio (art. 312, caput, 2ª parte). III – peculato-furto (art. 312, § 1º). IV –
peculato-culposo (art. 312, § 2º): o peculato é o único crime deste Capítulo que admite
a modalidade culposa. Não admite tentativa, consumando-se no momento em que se
consuma o crime do outro, que se aproveita da falha do funcionário. Se reparado o dano antes
da sentença irrecorrível, é extinta a punibilidade; se posterior, a pena imposta fica reduzida
à metade. V – peculato mediante erro de outrem ou peculato-estelionato (art. 313).
Cabível a aplicação do princípio da insignificância ao peculato (STF, HC 87.478/PA, 29.8.2006,
Informativos 418 e 438).
b) CONCUSSÃO: Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. Sendo crime formal,
sua consumação independe do efetivo recebimento da vantagem indevida, sendo este o
exaurimento do crime. Pode haver tentativa.
c) EXCESSO DE EXAÇÃO: Exigir tributo ou contribuição social que sabe ou deveria
saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei
não autoriza.
d) CORRUPÇÃO PASSIVA: Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. Distinção: I – corrupção ativa: particular que
oferece ou promete vantagem indevida; II – corrupção passiva: funcionário público que
solicita, recebe ou aceita promessa vantagem indevida. Tipo privilegiado: se o funcionário
pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional (corrupção
passiva própria privilegiada), cedendo a pedido ou influência de outrem.
e) FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO: Facilitar, com infração de dever
funcional, a prática de contrabando ou descaminho. Contrabando é importar ou exportar
mercadoria proibida; descaminho é iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito
ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria, é dizer,
importar/exportar/consumir produto lícito sem pagar os valores devidos. Crime do particular:
contrabando ou descaminho; crime do funcionário público: facilitar, com infração de dever
funcional, a prática de contrabando ou descaminho. Cabível a aplicação do princípio da
insignificância ao descaminho, desde que o valor do tributo sonegado não ultrapasse R$
10.000,00 (STF, RHC 96.545/SC, DJ 26/06/2009, e HC 96.661/PR, DJ 03/08/2009, Informativo
552).
2. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Equipara-se a funcionário público quem
exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. A
pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder
público.
LEI Nº 8.137/1990 – DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS
PÚBLICOS.
3. Nessa Lei, parte dos crimes são parecidos com os antes vistos, com a peculiaridade de serem
específicos contra a administração fazendária. Assim, se na questão for expresso que se trata de crime
tributário, aplica-se esta lei e não o código penal. Veja essa questão da ESAF que representa bem o
que estou enfatizando:
(AFT/ESAF/2006) O funcionário público que, valendo-se dessa qualidade, patrocina interesse privado
perante a administração fazendária, comete:

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a) crime funcional contra a ordem tributária. b) crime de advocacia administrativa. c) crime de
prevaricação.
d) crime de peculato. e) crime de inserção de dados falsos em sistema de informações. Gab. A
4. Veja os crimes: I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a
guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento
indevido ou inexato de tributo ou contribuição social; II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em
razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou
cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente (note que esse tipo engloba tanto
a concussão quanto a corrupção passiva). III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público.
REGIME DISCIPLINAR DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO: LEI Nº 8.112/90.
5. A ESAF adora essas duas listas: guarde-as bem. São deveres do servidor: I – exercer com zelo e
dedicação as atribuições do cargo; II – ser leal às instituições a que servir; III – observar as normas
legais e regulamentares; IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V
– atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as
protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento
de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; VI – levar ao
conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; VII –
zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; VIII – guardar sigilo sobre
assunto da repartição; IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa; X – ser
assíduo e pontual ao serviço; XI – tratar com urbanidade as pessoas; XII – representar contra
ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
6. O servidor é proibido de (com a conseqüente punição pelo descumprimento): I – casos de
advertência: I.I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe
imediato; I.II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto
da repartição; I.III – recusar fé a documentos públicos; I.IV – opor resistência injustificada ao
andamento de documento e processo ou execução de serviço; I.V – promover manifestação de apreço
ou desapreço no recinto da repartição; I.VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado; I.VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional
ou sindical, ou a partido político; I.VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; I.IX – recusar-se a atualizar
seus dados cadastrais quando solicitado; II – casos de suspensão: II.I – cometer a outro servidor
atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; II.II –
exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o
horário de trabalho; II.III – recusar-se à obrigatória inspeção médica determinada pela autoridade
competente; III – casos de demissão: III.I – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de
outrem, em detrimento da dignidade da função pública; III.II – participar de gerência ou
administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na
qualidade de acionista, cotista ou comanditário (redação dada pela MP nº 431/2008); III.III – atuar,
como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; III.IV
– receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições; III.V – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; III.VI – praticar
usura sob qualquer de suas formas; III.VII – proceder de forma desidiosa; III.VIII – utilizar pessoal ou
recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares.
7. A responsabilidade civil decorre tanto de ato omissivo quanto de comissivo, seja ele doloso ou
culposo, desde que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
8. As sanções civis, penais e administrativas são independentes, podendo cumular-se. Afasta-se a
responsabilidade administrativa do servidor no caso de absolvição criminal que negue a existência do
fato ou sua autoria.
9. Penalidades disciplinares: I – advertência; II – suspensão; III – demissão; IV – cassação de
aposentadoria ou disponibilidade; V – destituição de cargo em comissão; VI – destituição de função
comissionada; VII – multa, como substituta da suspensão.
10. Será aplicada a demissão nos seguintes casos: I – crime contra a Administração Pública; II –
abandono de cargo; III – inassiduidade habitual; IV – improbidade administrativa; V – incontinência
pública e conduta escandalosa na repartição; VI – insubordinação grave em serviço; VII – ofensa
física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII –
aplicação irregular de dinheiros públicos; IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
cargo; X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; XI – corrupção; XII –
acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XIII – valer-se do cargo para lograr
proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; XIV – participar de
gerência ou administração de empresa privada, sociedade civil, salvo a participação nos conselhos de
administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente,

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participação do capital social, sendo-lhe vedado exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista,
cotista ou comanditário; XV – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas,
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e
de cônjuge ou companheiro; XVI – receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer
espécie, em razão de suas atribuições; XVII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
estrangeiro; XVIII – praticar usura sob qualquer de suas formas; XIX – proceder de forma desidiosa;
XX – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares.
11. Quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
destituição de cargo em comissão, a ação disciplinar prescreverá em 5 (cinco) anos da data em que o
fato se tornou conhecido.
12. Não poderá ter nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos, o ex-
servidor demitido ou destituído de cargo em comissão, por infringência das seguintes proibições: I –
valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função
pública; II – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se
tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro.
13. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo
em comissão por cometer: I – crime contra a Administração Pública; II – improbidade administrativa;
III – aplicação irregular de dinheiros públicos; IV – lesão aos cofres públicos; V – dilapidação do
patrimônio nacional; VI – corrupção.
LEI Nº 8.429, DE 02/6/1992 – LEI DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
14. Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Essa é uma das regras mais cobradas em
concursos, especialmente trocando por “perda dos direitos políticos e suspensão da função pública”:
(AFRE-CE/ESAF/2007) São conseqüências da prática de ato de improbidade pelo agente público
infrator, exceto: a) a perda da função pública, após sentença condenatória transitada em julgado. b) a
perda dos direitos políticos, após sentença condenatória transitada em julgado. c) ressarcimento
integral do dano, se houver. d) pagamento de multa civil. e) proibição de contratar com o Poder
Público. Gab. B.
(ESAF/MPOG/EPPGG/2009) A Constituição da República previu consequências graves para os
administradores que praticam atos de improbidade administrativa. Assinale, entre as opções abaixo,
aquela que não se coaduna com as consequências pela prática dos atos de improbidade
administrativa. a) Suspensão dos direitos políticos. b) Indisponibilidade dos bens. c) A perda da
nacionalidade. d) Ressarcimento ao erário. e) Perda da função pública. Gab. C
15. É agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas. Mesmo
aquele que não é agente público pode ser alcançado, no que couber, pelas sanções da lei de
improbidade administrativa.
16. Classificação dos atos de improbidade administrativa: são atos que: I – importam enriquecimento
ilícito; II – causam prejuízo ao erário; III – atentam contra os princípios da Administração Pública.
17. Outra coisa importante de guardar é a lista das sanções. Decore esse quadro. Antes de começar a
fazer a prova, escreva-o em algum lugar disponível da prova. Faça o mesmo com todas as fórmulas
que você precisa e tudo aquilo que você teve que decorar pra prova. Depois disso, relaxe e comece a
ler as questões, sem se preocupar com essas informações, que já estarão anotadas na prova e
poderão ser consultadas quando necessário.
Enriquecimento Prejuízo ao erário Violação dos
ilícito princípios
ressarcimento integral do dano SIM SIM SIM
perda dos bens ou valores acrescidos SIM SIM NÃO
ilicitamente ao patrimônio
perda da função pública SIM SIM SIM
suspensão dos direitos políticos 8 a 10 anos 5 a 8 anos 3 a 5 anos
pagamento de multa civil Até 3 x Até 2 x Até 100 x
enriquecimento prejuízo remuneração
proibição de contratar com o Poder 10 anos 5 anos 3 anos
Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios
18. A aplicação das sanções independe: I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público; II –
da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas.
19. Prescrição das sanções: I – em cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em
comissão ou de função de confiança; II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para

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faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo
efetivo ou emprego.
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL –
DECRETO Nº 1.171/1994.
20. Praticamente todas as questões que cobram este Decreto e o seguinte, bem como a Resolução e a
Portaria que constam do edital, reproduzem a literalidade das normas. Assim, não tem outra opção:
tem que ler, reler e guardar suas regras. Apontarei algumas com maior probabilidade de serem
cobradas.
21. Regras deontológicas (regem o comportamento dentro de uma determinada profissão):
a) A DIGNIDADE, O DECORO, O ZELO, A EFICÁCIA E A CONSCIÊNCIA DOS
PRINCÍPIOS MORAIS são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no
exercício do cargo ou função, ou fora dele.
b) ELEMENTO ÉTICO: não basta decidir entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno. Deve também
considerar entre o honesto e o desonesto.
c) MORALIDADE da Administração Pública: não se limita à distinção entre o bem
e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio
entre a legalidade e a finalidade poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
d) REMUNERAÇÃO do servidor público: custeada pelos tributos pagos direta ou
indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a
moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em fator de legalidade.
e) Como regra, a PUBLICIDADE de qualquer ato administrativo constitui requisito
de eficácia e moralidade.
f) DIREITO À VERDADE: o servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que
contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública.
g) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público
caracterizam o esforço pela DISCIPLINA.
h) Filas, ou qualquer outra espécie de ATRASO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO:
caracteriza atitude contra a ética ou ato de desumanidade e grave dano moral aos usuários dos
serviços públicos.
22. Dê muita atenção aos deveres e àquilo que é vedado ao servidor público.
23. Comissões de ética: criada (em 60 dias) em todos os órgãos e entidades da Administração Pública
Federal. É encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento
com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou
de procedimento susceptível de censura. Penalidade aplicável pela comissão de ética: censura,
apenas.
SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL (DECRETO Nº 6.029/2007)
24. Compete às comissões de ética: i - atuar como instância consultiva de dirigentes e servidores no
âmbito de seu respectivo órgão ou entidade; ii - aplicar o código de ética devendo, entre outras
competencias, dirimir dúvidas a respeito da interpretação e apurar, mediante denúncia ou de ofício,
conduta em desacordo com as normas éticas pertinentes.
25. Princípios: i - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada; ii - proteção à identidade do
denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, se este assim o desejar; e iii - independência e
imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, com as garantias asseguradas neste
decreto.
26. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, associação ou entidade de
classe poderá provocar a atuação da cep ou de comissão de ética, visando à apuração de infração ética
imputada a agente público, órgão ou setor específico de ente estatal.
27. O processo de apuração será instaurado, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada,
garantidos o contraditório e a ampla defesa. o investigado será notificado para manifestar-se, por
escrito, no prazo de dez dias.
CONFLITO DE INTERESSES NO SERVIÇO PÚBLICO (RESOLUÇÃO Nº 08/2003)
28. Leia e guarde as atividades que suscitam conflito de interesses, lembrando que as regras também
se aplicam no caso de trabalho voluntário em organizações do terceiro setor sem finalidade de lucro.
PORTARIA SRF Nº 450/2004
29. A Política de Segurança da Informação, no âmbito da SRF, tem como pressuposto a garantia da
confidencialidade, integridade e disponibilidade dos ativos de informação.
30. O acesso aos ativos de informação e ao ambiente informatizado da SRF deve ser sempre motivado
por necessidade de serviço, devendo ser controlado e restrito às pessoas autorizadas. As permissões
de acesso são de uso exclusivo e intransferível, não podendo a pessoa autorizada deixar qualquer
ativo de informação em condições de ser utilizado com suas permissões de acesso por terceiros.

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31. É responsabilidade de todos os servidores cuidar da integridade, confidencialidade e
disponibilidade dos ativos de informação da SRF. O servidor deve comunicar por escrito quaisquer
irregularidades, falhas ou desvios identificados à chefia imediata e à área responsável pela segurança
da informação da sua unidade da SRF.
32. É proibida a exploração de falhas ou vulnerabilidades porventura existentes nos ativos de
informação da SRF.
33. O descumprimento das disposições constantes nesta Portaria e demais normas sobre segurança da
informação caracteriza infração funcional, a ser apurada em processo administrativo disciplinar, sem
prejuízo das responsabilidades penal e civil.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL (LEI Nº 9.784/99)
34. As questões relativas à Lei nº 9.784/99 são quase sempre literais. Assim, importante uma boa
leitura dela, memorizando suas regras. Relembre os princípios que a Administração Pública deverá
obedecer: I – legalidade; II – finalidade; III – motivação; IV – razoabilidade; V – proporcionalidade;
VI – moralidade; VII – ampla defesa; VIII – contraditório; IX – segurança jurídica; X – interesse
público e XI – eficiência.
35. Critérios a serem adotados: I – atuação conforme a lei e o Direito; II – atendimento a fins de
interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização
em lei; III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de
agentes ou autoridades; IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; V –
divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na
Constituição; VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e
sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII –
observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; IX – adoção de
formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos
direitos dos administrados; X – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações
finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar
sanções e nas situações de litígio; XI – proibição de cobrança de despesas processuais,
ressalvadas as previstas em lei; XII – impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem
prejuízo da atuação dos interessados; XIII – interpretação da norma administrativa da forma que
melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.
(ESAF/ATA-MF/2009) Quanto aos critérios a serem observados no trâmite do processo administrativo
da administração pública federal, conforme disposto na Lei n. 9.784, de 29 de janeiro de 1999, pode-
se afirmar corretamente:
a) em regra, cabe aos administrados o pagamento das despesas processuais, independente de
previsão expressa na lei.
b) os atos praticados no processo administrativo são, em regra, sigilosos, ressalvadas as hipóteses de
divulgação oficial previstas na Constituição.
c) a impulsão do processo administrativo compete, primeiramente, aos interessados.
d) nova interpretação dada à norma administrativa deve ser aplicada a todos os casos sujeitos àquela
regulamentação, inclusive retroativamente.
e) garantem-se aos administrados, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de
litígio, os direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à
interposição de recursos.
Gab. E
36. Impedimento e suspeição precisam ser bem entendidos:
a) É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: I –
tenha interesse direto ou indireto na matéria; II – tenha participado ou venha a
participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto
ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau (de bisavô a bisneto, irmão,
sobrinho, tio); III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou
respectivo cônjuge ou companheiro.
b) Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima
ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
37. Do indeferimento da suspeição cabe recurso, sem efeito suspensivo.

BOA PROVA!!! ESTAMOS TORCENDO POR VOCÊ!!!


SUCESSO!!!
LEANDRO CADENAS PRADO

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8) DIREITO PREVIDENCIÁRIO – Fábio Zambitte

Prezados alunos, nossa intenção, com esse “bizu”, é fixar as partes mais importantes para nossa prova. Como o
conteúdo programático de previdenciário foi bastante reduzido e, adicionalmente, as provas anteriores têm sido mais
superficiais, optei por fazer uma apresentação prioritariamente focada nas contribuições sociais, na parte de
segurados e nos princípios da seguridade, temas que, tradicionalmente, englobam a maior parte das provas
anteriores.

BOA SORTE A TODOS!

Um tema recorrente, em qualquer prova da ESAF, são os princípios da seguridade (sempre cai em
prova). Resumidamente, são eles:

Universalidade de cobertura e Atendimento (art. 194, parágrafo único, I, CF/88) – este princípio estabelece
que qualquer pessoa pode participar da proteção social patrocinada pelo Estado.
Uniformidade e Equivalência de Prestações Entre as Populações Urbana e Rural (art. 194, parágrafo único, II,
CF/88)- as prestações securitárias devem ser idênticas para trabalhadores rurais ou urbanos, não sendo lícito
a criação de benefícios diferenciados.
Seletividade e Distributividade na Prestação de Benefícios e Serviços (art. 194, parágrafo único, III, CF/88)-
algumas prestações serão extensíveis somente a algumas parcelas da população, como, por exemplo, salário-família
(seletividade) e os benefícios e serviços devem buscar a otimização da distribuição de renda no país, favorecendo
as pessoas e regiões mais pobres (distributividade).
Irredutibilidade do Valor dos Benefícios (art. 194, parágrafo único, IV, CF/88) - Determina, na visão do STF, uma
prestação negativa do Estado de abster-se de reduzir o benéfico concedido. Ou seja, este princípio NÂO garante a correção
monetária do benefício, mas somente a manutenção do seu valor nominal. A correção até deve existir, mas
devido a outra norma constitucional (art. 201, § 4º).
Equidade na Forma de Participação no Custeio (art. 194, parágrafo único, V, CF/88) – norma dirigida ao
legislador, impõe que este crie a contribuição de acordo com as possibilidades de cada um dos
contribuintes, empresa e trabalhador.
Diversidade da Base de Financiamento (art. 194, parágrafo único, VI, CF/88) – a base de financiamento da
Seguridade Social deve ser o mais variada possível, de modo que oscilações setoriais não venham a comprometer a
arrecadação de contribuições.
Caráter Democrático e Descentralizado da Administração (art. 194, parágrafo único, VII, CF/88) – ALTERADO
PELA EC 20/98 – visa a participação da sociedade da organização e gerenciamento da seguridade Social, mediante
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, empregadores, APOSENTADOS e do governo.
Preexistência do Custeio em Relação ao Benefício ou Serviço (art. 195, § 5°, CF/88) – este princípio visa o
equilíbrio atuarial e financeiro do sistema securitário. Este princípio será melhor abordado em aulas futuras.

Custeio na Constituição (freqüentemente presente em provas da ESAF) – aconselho a decorar todo o art. 194
e 195 da CF.

A Constituição prevê as seguintes contribuições (art. 195):


Ι) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro; ΙΙ
) do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social (nova imunidade criada pela EC
20/98).
ΙΙΙ) sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV) do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar (EC n. 42/03).

A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos
itens I, b; e IV serão não-cumulativas, inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da
contribuição incidente na forma do item I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003).

A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsá-
veis pela saúde, previdência social e assistência social.

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A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social não poderá contratar com o Poder Público
nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. Daí a necessidade de obter a certidão negativa de
débito (CND) para participar de licitações.
A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
obedecido ao disposto no art. 154, I, CF/88 só no que se refere a necessidade de lei complementar e a inovação
da base de cálculo e fato gerador perante contribuições já existentes. Isto é, poderá a nova contribuição social
poderá repetir o fato gerador de um imposto, mas nunca de uma contribuição que já existe.
Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
correspondente fonte de custeio total. O regime deve buscar o equilíbrio financeiro.
As contribuições sociais da empresa (exceto a do trabalhador e a do concurso de prognósticos) poderão ter
alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-
obra.
É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais da empresa relativas a folha de
salários e do trabalhador (receita ou o faturamento, lucro e concurso de prognósticos de fora), para débitos em
montante superior ao fixado em lei complementar. Ou seja, ainda é possível a anistia ou remissão (art. 195, § 11,
CF/88).
Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá
valor mensal inferior ao salário mínimo. Outros benefícios poderão ser inferiores – salário-família e auxílio-acidente.
Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de
contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.
É vedada a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, “a”, e II
da CF/88 para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social
de que trata o art. 201, CF/88.
Compete à Justiça do Trabalho executar, de ofício, as contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II
da CF/88 e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir.

Regime Geral de Previdência Social – Beneficiários – Segurados Obrigatórios


V. Lei n° 8213/91, art. 10 e 11.
V. Lei n° 8.212/91, art. 12.
V. RPS, arts. 8° e 9°

O RGPS é previsto no art. 9° da Lei n° 8.213/91 e no art. 6° do RPS. Compõe, junto com os regimes
próprios de previdência social dos servidores públicos e militares1, a previdência social brasileira. O RGPS visa
atender os beneficiários em todas as situações previstas no art. 1° da mesma lei, EXCETO NO DESEMPREGO
INVOLUNTÁRIO.

Beneficiário é gênero designativo da clientela previdenciária (sempre uma pessoa física), ou seja, aqueles
aptos a receberem prestações previdenciárias. Os beneficiários subdividem-se em segurados e dependentes. Os
segurados são divididos em obrigatório e facultativo.

São segurados obrigatórios da previdência social (Ver Art. 9º do RPS):

• Empregado – inclui-se nesta categoria o celetista, o trabalhador temporário, o brasileiro civil que trabalha para a
União no exterior, o servidor ocupante, EXCLUSIVAMENTE, de cargo em comissão, o exercente de mandato eletivo,
desde que não vinculado a regime próprio de previdência social (Lei n. 10.887/04) e o empregado de organismo
oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência
social.

• Empregado doméstico – aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito
residencial desta, em atividades sem fins lucrativos.

• Contribuinte individual – nesta nova categoria, foram unificadas as extintas categorias de autônomo,
equiparado à autônomo e empresário (Lei n° 9.876/99). Aqui entra também a figura do
microempreendedor individual – MEI, criado pela LC n° 128/08.

1
O Regime Facultativo Complementar de Previdência Social, previsto no art. 9°, II do PBPS encontra-se sem efeito,
em face da nova redação dada ao § 7º do art. 201 da Constituição Federal, pelo art. 1º da Emenda Constitucional nº
20, de 1998.

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Cuidado!
Quando o segurado trabalha para organismo oficial internacional, sem menção à União, é contribuinte
individual, e não empregado.

Microempreendedor Individual (MEI)

O Microempreendedor Individual (MEI) poderá optar pelo Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos
Tributos abrangidos pelo Simples Nacional (SIMEI), independentemente da receita bruta por ele auferida no mês. O
enquadramento previdenciário do MEI é como contribuinte individual.

Considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que
atenda cumulativamente às seguintes condições: I – tenha auferido receita bruta acumulada no ano-calendário
anterior de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais); II – seja optante pelo Simples Nacional; III – exerça tão-
somente atividades constantes do Anexo Único desta Resolução; IV – possua um único estabelecimento; V – não
participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador; VI – não contrate mais de um empregado.

A opção pelo SIMEI importa opção simultânea pelo recolhimento da contribuição para a Seguridade Social, relativa
à pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual, no valor de 11% do salário mínimo.

O MEI poderá contratar um único empregado que receba exclusivamente 1 (um) salário mínimo ou o piso salarial da
categoria profissional. Nesta hipótese, o MEI deverá reter e recolher a contribuição previdenciária relativa ao
segurado a seu serviço na forma da lei, observados prazo e condições estabelecidos pela RFB e fica obrigado a
prestar informações relativas ao segurado a seu serviço, devendo elaborar GFIP. Está ainda sujeito, quando contrata
empregado, ao recolhimento da Contribuição Patronal Previdenciária (CPP) para a Seguridade Social, a cargo da
pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, calculada à alíquota de 3% (três por cento) sobre o
salário de contribuição do empregado.

• Trabalhador avulso – aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas
empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação OBRIGATÓRIA do órgão gestor de mão-de-obra ou do
sindicato.
• Segurado especial – o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o pescador artesanal e seus
assemelhados, que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, com ou sem
auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de dezesseis
anos de idade ou a eles equiparados, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar respectivo.
Podem ter empregados, desde que na relação 120 pessoas/dia. Ver Lei 11718/08.

Filiação e Inscrição
V. art. 201, CF/88
V. RPS, art. 9, § 12; art. 11, §§ 2° e 3°, art. 18, art. 19 e art. 20.

A filiação é o vínculo jurídico que se estabelece entre o segurado e o RGPS. Decorre da atividade
remunerada, ou seja, no momento em que uma pessoa iniciar o exercício de alguma atividade remunerada, ipso
facto, estará filiada à previdência social ver art. 5° e 9°, § 12° do RPS). A inscrição é ato formal, pelo qual o
segurado fornece dados necessários para sua identificação pela autarquia previdenciária (ver art. 18 do RPS).
Em geral, a filiação ocorre primeiro, sendo a inscrição posterior. A exceção é o segurado facultativo, onde a
inscrição ocorre antes da filiação (ver art. 20 do RPS). Para os segurados obrigatórios, a inscrição pressupõe a
filiação. Aquela sem esta não produz qualquer efeito perante a previdência social. A cooperativa de trabalho e a
pessoa jurídica são obrigadas a efetuar a inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social - INSS dos seus
cooperados e contratados, respectivamente, como contribuintes individuais, se ainda não inscritos.

Segurado Facultativo

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V. Lei n° 8213/91, art. 13.
V. Lei n° 8.212/91, art. 14.
V. RPS, art. 11 e art. 20, parágrafo único

A regra básica do seguro social é a compulsoriedade de filiação e a conseqüente contribuição. Entretanto,


obedecendo ao princípio da universalidade de participação no RGPS, criou-se figura atípica, cuja filiação ao RGPS
decorre de ato volitivo desta pessoa que não é originariamente obrigada a participar do regime. Os facultativos são
os que não exercem atividade remunerada vinculante ao RGPS, como a dona de casa, o estagiário, o estudante, etc.

Alguns trabalhadores, apesar de exercerem atividade remunerada, são excluídos do RGPS, expressamente.
Tal fato ocorre devido a estes indivíduos já possuírem regime próprio de previdência em relação à atividade
remunerada que exercem, como os servidores públicos federais e militares.

Entretanto, o fato de determinado trabalhador já se encontrar em regime previdenciário diverso, não impede
sua filiação compulsória ao sistema, pois, caso venha a exercer, ao mesmo tempo, atividade remunerada que o
enquadre como segurado obrigatório do RGPS, será considerado como tal, devendo efetuar suas contribuições.

Só não é possível o enquadramento como facultativo de pessoa já filiada a regime próprio de previdência.

Empresa e Empregador Doméstico: Conceito Previdenciário


V. Lei n° 8213/91, art. 14.
V. Lei n° 8.212/91, art. 15.
V. RPS, art. 12.

O art. 15 da Lei n° 8.212/91 traz o conceito de empresa no âmbito previdenciário. Esta tarefa do legislador
tem como objetivo evitar a elisão à contribuição previdenciária por aspectos meramente formais de algumas figuras atípicas.

A finalidade de lucro é irrelevante para a caracterização de uma empresa perante a previdência social.
A principal fonte de custeio do RGPS decorre da contribuição sobre a remuneração, e, em virtude disto, até uma
pessoa física que remunere outra torna-se, para fins previdenciários, uma empresa.
O empregador doméstico é aquele que, pessoa ou família, admite a seu serviço, sem finalidade
lucrativa, empregado doméstico.

Empregador doméstico não é empresa! A lei cita separadamente o empregador doméstico e as empresas
em geral. O empregador doméstico é sujeito à contribuição patronal, porém, não é equiparado à empresa.

Empregador Doméstico não é categoria de segurado obrigatório! O simples fato de remunerar


empregado doméstico não faz do empregador doméstico um segurado obrigatório da previdência. A contribuição
por este paga é destinada ao financiamento das prestações devidas ao empregado doméstico. Porém, nada impede que o
empregador doméstico exerça, também, atividade remunerada, enquadrando-o, devido a este fato, como segurado
obrigatório.

Financiamento da Seguridade Social

V. CF/88, art. 195.


V. Lei n° 8.212/91, art. 10 e 16 a 27.
V. RPS, art. 194 a 205.

O financiamento da seguridade social é responsabilidade de toda a sociedade, sendo que suas fontes são
oriundas de: receitas da União, contribuições sociais e outras fontes. A União é responsável por eventuais
insuficiências financeiras, devendo destinar verbas do orçamento fiscal para tal.

As contribuições sociais são:

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• Dos segurados – para o empregado, avulso e doméstico - é calculada mediante a aplicação da correspondente
alíquota (8,0; 9,0 ou 11,0%) sobre o seu salário-de-contribuição mensal. Já para os contribuintes individuais e
facultativos, será de 20% sobre o respectivo salário-de-contribuição (podendo ser reduzida para 11% em algumas
hipóteses, incluindo o MEI).

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA


1 Salário Mínimo até 965,67 8,00%
de 965,68 até 1.609,45 9,00%
de 1.609,46 até 3.218,90 11,00%

A empresa será obrigada a arrecadar a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da
respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado (20% ou 11%), juntamente com a contribuição a seu cargo.
Aplica-se esta regra também à cooperativa de trabalho em relação à contribuição social devida pelo seu cooperado
(04/2003).
A contribuição do segurado trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física por pequeno prazo (até dois
meses) para o exercício de atividades de natureza temporária é de oito por cento sobre o respectivo salário-
decontribuição
O contribuinte individual nesta situação é obrigado a complementar, diretamente, a contribuição até o valor mínimo
mensal do salário-de-contribuição, quando as remunerações recebidas no mês, por serviços prestados a pessoas
jurídicas, for inferior a este.
Cabe ao próprio contribuinte individual que prestar serviços, no mesmo mês, a mais de uma empresa, cuja soma das
remunerações superar o limite mensal do salário-de-contribuição, comprovar às que sucederem à primeira o valor ou
valores sobre os quais já tenha incidido o desconto da contribuição, de forma a se observar o limite máximo do
salário-de-contribuição. Nesta hipótese, a SRFB poderá facultar ao contribuinte individual que prestar, regularmente,
serviços a uma ou mais empresas, cuja soma das remunerações seja igual ou superior ao limite mensal do salário-
decontribuição, indicar qual ou quais empresas e sobre qual valor deverá proceder ao desconto da contribuição, de forma
a respeitar o limite máximo, e dispensar as demais dessa providência, bem como atribuir ao próprio contribuinte
individual a responsabilidade de complementar a respectiva contribuição até o limite máximo, na hipótese de,
por qualquer razão, deixar de receber remuneração ou receber remuneração inferior às indicadas para o desconto.

O disposto acima não se aplica ao contribuinte individual, quando contratado por outro contribuinte
individual equiparado a empresa ou por produtor rural pessoa física ou por missão diplomática e repartição consular
de carreiras estrangeiras, e nem ao brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do
qual o Brasil é membro efetivo.

• Das empresas:

I – 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos
segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer
que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do
empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo
coletivo de trabalho ou sentença normativa.

II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 do PBPS (aposentadoria especial), e


daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais
do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos (SAT ou RAT):

1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja
considerado leve;

2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;

3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.

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A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao financiamento do benefício de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinqüenta por cento, ou aumentada,
em até cem por cento, conforme o fator acidentário previdenciário – FAP (ver art. 202-A, RPS), em razão do
desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os
resultados obtidos a partir dos índices de freqüência, gravidade e custo.

As alíquotas da SAT serão acrescidas de 12, 9 ou 6 pontos percentuais, respectivamente, se a atividade exercida
pelo segurado a serviço da empresa ensejar a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e
cinco anos de contribuição.

Neste caso, a alíquota majorada tem incidência exclusiva sobre a remuneração dos segurados expostos aos agentes
nocivos. Atividade preponderante é aquela que ocupa, na empresa, o maior número de empregados e avulsos.

Também será devida contribuição adicional de doze, nove ou seis pontos percentuais, a cargo da cooperativa de
produção, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao cooperado filiado, na hipótese de exercício
de atividade que autorize a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de
contribuição, respectivamente (04/2003)2.

Também será devida contribuição adicional de nove, sete ou cinco pontos percentuais, a cargo da empresa to-
madora de serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho, incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura
de prestação de serviços, conforme a atividade exercida pelo cooperado permita a concessão de aposentadoria
especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente (adicional ao item IV) – (04/2003).

III – 20% do total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segura-
dos contribuintes individuais que lhe prestem serviços;

IV – 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe
são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.
No caso de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades
de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de
títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros
privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de crédito e entidades de previdência privada
abertas e fechadas é devida a contribuição adicional de 2,5% sobre a base de cálculo definida nos itens I e III.

No caso do empregador ser MEI, deverá reter e recolher a contribuição previdenciária relativa ao segurado a seu
serviço, ficando também obrigado a prestar informações relativas ao segurado a seu serviço, na forma estabelecida pelo
Comitê Gestor do SIMPLES Nacional; e está sujeito ao recolhimento da contribuição patronal, calculada à alíquota
de 3% (três por cento) sobre o salário de contribuição do segurado, ao invés dos tradicionais 20% sobre a remuneração.

A contribuição sobre a remuneração de empregados, avulsos e contribuintes individuais, previstas no art. 22, I e III da Lei
n° 8.212/91, normalmente fixada em 20%, poderá sofrer reduções para empresas que prestam serviços de tecnologia da
informação - TI e de tecnologia da informação e comunicação – TIC. A redução será obtida mediante a subtração de
um décimo do percentual correspondente à razão entre a receita bruta de venda de serviços para o mercado
externo e a receita bruta total de vendas de bens e serviços (art. 14, caput). As atividades classificadas como TI
e TIC são: análise e desenvolvimento de sistemas; II - programação; processamento de dados e congêneres; elabor-
ação de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos; licenciamento ou cessão de direito de uso de
programas de computação; assessoria e consultoria em informática; suporte técnico em informática, inclusive
instalação, configuração e manutenção de programas de computação e bancos de dados; e planejamento, confecção,
manutenção e atualização de páginas eletrônicas e call center.

Do empregador doméstico - 12% (doze por cento) do salário-de-contribuição (e não a remuneração) do


empregado doméstico a seu serviço.

Contribuições Substitutivas

2
Considera-se cooperativa de produção aquela em que seus associados contribuem com serviços laborativos ou profissionais para
a produção em comum de bens, quando a cooperativa detenha por qualquer forma os meios de produção.

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• Das associações desportivas que mantém equipe de futebol profissional - corresponde a cinco por cento
da receita bruta, decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional em
qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio,
licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos.

Atenção!

Esta contribuição somente substitui as contribuições sobre as remunerações de empregados, avulsos e o SAT (art.
22, I e II, Lei n. 8.212/91).

• Do produtor rural:
Os produtores rurais (pessoa física e jurídica, inclusive a agroindústria) pagam contribuição substitutiva da folha de
pagamento:
PRPJ – 2,5% sobre a receita da comercialização da produção rural + 0,1% de SAT =2,6%
PRPF – 2,0% sobre a receita da comercialização da produção rural + 0,1% de SAT = 2,1%

Segurado especial – igual ao PRPF.


Entretanto, o PRPF ainda paga sua contribuição na qualidade de segurado contribuinte individual, a qual não se
confunde com sua contribuição na qualidade de empresa, referente à produção rural.
O segurado especial, apesar de não ser equiparado à empresa, paga sua contribuição sobre a produção em virtude de
mandamento constitucional (art. 195, § 8°), na qualidade de segurado.
A contribuição devida pela agroindústria, espécie de produtor rural pessoa jurídica (PRPJ) que industrializa a
produção própria ou de produção própria e adquirida de terceiros, é também sobre produção, de modo idêntico aos demais
PRPJ3.
Também são substituídas, em relação à remuneração paga, devida ou creditada ao trabalhador rural contratado pelo con-
sórcio simplificado de produtores rurais4, pela contribuição dos respectivos produtores rurais, calculada de forma idêntica ao
PRPF.
O PRPF e o segurado especial não pagam COFINS e CSLL.

Atenção!
Estas contribuições somente substituem as contribuições sobre as remunerações de empregados, avulsos e o SAT
(art. 22, I e II, Lei n. 8.212/91).

Concurso de prognósticos
Não se trata de contribuição substituta, como a produção rural e os clubes de futebol, mas contribuição
adicional. É a receita da seguridade social a renda líquida ou 5% do movimento global dos concursos de
prognósticos, excetuando-se os valores destinados ao Programa de Crédito Educativo.
Consideram-se concurso de prognósticos todo e qualquer concurso de sorteio de números ou quaisquer
outros símbolos, loterias e apostas de qualquer natureza no âmbito federal, estadual, do Distrito Federal ou
municipal, promovidos por órgãos do Poder Público ou por sociedades comerciais ou civis.

Conceitos:

3
Não se aplica esta regra às sociedades cooperativas, às operações relativas à prestação de serviços a terceiros e às
agroindústrias de piscicultura (peixes), carcinicultura (crustáceos), suinocultura e avicultura. Para estas, aplica-se a
regra geral, ou seja, contribuição sobre a folha de pagamento.

Também não se aplica o regime substitutivo à pessoa jurídica que, relativamente à atividade rural, se dedique apenas
ao florestamento e reflorestamento como fonte de matéria-prima para industrialização própria mediante a utilização
de processo industrial que modifique a natureza química da madeira ou a transforme em pasta celulósica.

Por fim, a pessoa jurídica comercialize resíduos vegetais ou sobras ou partes da produção, desde que a receita bruta
decorrente dessa comercialização represente menos de um por cento de sua receita bruta proveniente da
comercialização da produção está também excluída

4
Equipara-se ao empregador rural pessoa física o consórcio simplificado de produtores rurais, formado pela união de
produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores para
prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e
documentos.

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I - renda líquida - o total da arrecadação, deduzidos os valores destinados ao pagamento de prêmios, de impostos e
de despesas com administração;
II - movimento global das apostas - total das importâncias relativas às várias modalidades de jogos, inclusive o de
acumulada, apregoadas para o público no prado de corrida, subsede ou outra dependência da entidade; e
III - movimento global de sorteio de números - o total da receita bruta, apurada com a venda de cartelas, cartões ou
quaisquer outras modalidades, para sorteio realizado em qualquer condição.

Salário-de-Contribuição: Conceito; Parcelas Integrantes; Parcelas Não-


Integrantes; Limites Mínimo e Máximo.
V. Lei n° 8.212/91, art. 28.
V. RPS, art. 214.

Salário-de-contribuição é a denominação da base de cálculo da contribuição a ser recolhida pelos segurados.


Além de ser utilizada para a obtenção da contribuição devida, a lei o escolhe como parâmetro para cálculo do
salário-de-benefício.

Em geral, o salário-de-contribuição será equivalente à remuneração do segurado. A remuneração é o


somatório do salário, gorjetas e conquistas sociais (13° salário, DSR, férias, etc.). De acordo com o Decreto nº.
6727/09, o aviso prévio indenizado integra o salário-de-contribuição.

O salário-de-contribuição inclui também as parcelas não pagas, mas devidas ao segurado. Trata-se de
crédito jurídico, ou seja, a partir do momento em que exista remuneração devida ao segurado, a contribuição deve ser
paga.

A Lei n° 8.212/91, no art. 28, traz a definição do salário-de-contribuição para cada espécie de segurado e as diver-
sas parcelas que integram e outras que não integram o salário-de-contribuição. Entende-se por salário-decontribuição:

I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida
a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir
o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de
convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Lei nº 9.528, de 10.12.97)

II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social;

III - para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de
sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo; (Lei nº 9.876, de 26.11.99)5

IV - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite máximo. (Lei nº 9.876, de 26.11.99)

Basicamente, ao expor as parcelas integrantes e não-integrantes, o legislador busca separar as parcelas


remuneratórias das indenizatórias e/ou ressarcitórias, respectivamente. As duas últimas, por não serem
responsáveis pelo sustento do trabalhador, não devem ser substituídas pelo benefício previdenciário e, por
conseguinte, não sofrem a incidência da contribuição social.

O salário-de-contribuição possui limite mínimo e máximo. O mínimo é o piso salarial da categoria


ou, caso este não exista, o salário mínimo. O teto é, hoje, R$ 3.218,90. Assim, qualquer segurado que receba
mais do que o teto só pagará 11% de R$ 3.218,90, ficando o restante fora da base de cálculo.

É importante observar que esta regra não se aplica para a contribuição da empresa: esta pagará
os 20% sobre a remuneração total, sem limite.

5
Se o Contribuinte individual for um transportador autônomo, sua remuneração será de 20% do
valor do frete.
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O salário-maternidade é o ÚNICO benefício que também é salário-de-contribuição, ou seja, seu valor
é utilizado para cálculo de contribuição previdenciária.

O salário-base era uma ficção legal, o qual foi utilizado como salário-de-contribuição para
autônomos, equiparados à autônomos e empresários. Entretanto, foi extinto após a Lei n° 10.666/03.

Notas:

1 - Não se considera remuneração direta ou indireta os valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições
de ensino vocacional com ministro de confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de congregação
ou de ordem religiosa em face do seu mister religioso ou para sua subsistência, desde que fornecidos em condições
que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado.

2 - Os órgãos da administração pública direta, indireta e fundações públicas da União, bem como as demais en-
tidades integrantes do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal ao contratarem pessoa física para
prestação de serviços eventuais, sem vínculo empregatício, inclusive como integrante de grupo-tarefa, deverão estabele-
cer, mediante cláusula contratual, que o pagamento da remuneração pelos trabalhos executados e a continuidade do con-
trato ficam condicionados à comprovação, pelo segurado, do recolhimento da contribuição previdenciária como con-
tribuinte individual relativamente à competência imediatamente anterior àquela a que se refere a remuneração auferida.

Arrecadação e Recolhimento das Contribuições Destinadas à Seguridade


Social.
V. Lei n° 8.212/91, art. 30 e 33.
V. RPS, art. 216 a 218, 229 e 230.

O Instituto Nacional do Seguro Social, INSS, deixou de ser sujeito ativo das contribuições previdenciárias
(incidentes sobre a folha de pagamento, dos trabalhadores, produção rural, clubes de futebol e do empregador
doméstico) com o advento da Secretaria de Receita Federal do Brasil - SRFB, vinculada ao Ministério da Fazenda.

As demais contribuições sociais, incidentes sobre faturamento, lucro e concurso de prognósticos são
também de competência da também da União, também cobradas por meio da SRFB. Conforme entendimento
do STF, estas exações não perdem a sua natureza de contribuição social, desde que seja obedecida a
destinação constitucionalmente prevista: a seguridade social.

A arrecadação das contribuições relativas aos segurados empregados e avulsos é obrigação única e
exclusiva da empresa. Há, neste caso, uma presunção absoluta de que tais contribuições foram retidas e recolhidas.
Caso não tenham sido feitas à época própria, a empresa assume este ônus.

A empresa deve efetuar o recolhimento de suas contribuições previdenciárias e as descontadas de seus


segurados empregados e avulsos até o dia 20 do mês seguinte ao da competência. Caso o dia de pagamento não
tenha expediente bancário, o pagamento fica antecipado para o dia útil anterior.

Já os segurados contribuinte individual e facultativo estão obrigados a recolher sua contribuição por
iniciativa própria, até o dia quinze do mês seguinte ao da competência6. Caso o dia de pagamento não tenha
expediente bancário, o pagamento fica postergado para o primeiro dia útil subseqüente

A Lei nº 9.676, de 30.6.98, facultou a trimestralidade do recolhimento das contribuições para segurados
enquadrados até a classe 2 na escala de salários-base. Contudo, o Decreto nº 2.664, de 10.7.98, que a regulamentou,
limitou o recolhimento trimestral para valores até a classe 1. Com o fim do salário-base, este tipo de recolhimento

6
A partir da competência 04/2003, caberá a empresa recolher a contribuição devida pelo contribuinte individual que
lhe prestar serviço, sempre no dia 20.

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ficou restrito a um salário mínimo. Neste caso, entende-se como data de vencimento, o dia 15 do mês seguinte ao
último mês do trimestre civil.

O empregador doméstico está obrigado a arrecadar a contribuição do segurado empregado a seu serviço e
a recolhê-la, assim como a parcela a seu cargo, no mesmo prazo do contribuinte individual.

É prerrogativa da SRFB o exame da contabilidade da empresa, ficando obrigados a empresa e o segurado a


prestar todos os esclarecimentos e informações solicitados.

Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente,


a SRFB pode, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de ofício importância que reputarem devida,
cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário.

Na falta de prova regular e formalizada, o montante dos salários pagos pela execução de obra de construção
civil pode ser obtido mediante cálculo da mão-de-obra empregada, proporcional à área construída e ao padrão de
execução da obra, cabendo ao proprietário, dono da obra, condômino da unidade imobiliária ou empresa co-
responsável o ônus da prova em contrário.

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9) DIREITO TRIBUTÁRIO – Edvaldo Nilo

Item 1 (Conceito e Classificação dos Tributos): (a) Tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O
STF já decidiu que não é tributo: (a.i) a compensação financeira pela exploração de recursos
minerais (royalties); (a.ii) o instrumento municipal denominado de outorga onerosa do direito de
criar solo; (a.iii) os encargos de capacidade emergencial (“seguro-apagão”). Também não são
tributos: a contribuição do segurado facultativo, o FGTS, o pedágio cobrado por concessionárias
ou permissionárias do serviço público, a cobrança de foro anual, laudêmio, a tarifa aeroportuária
cobrada pela INFRAERO, o pagamento prévio da retribuição autoral feito ao Escritório Central
de Arrecadação e Distribuição (ECAD). “As disposições do CTN não se aplicam às contribuições
para o FGTS” (súmula 353 do STJ); (b) A doutrina e o STF entendem que são cinco espécies
tributárias (classificação quinquipartite ou pentapartide das espécies tributárias), a saber:
impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições
especiais ou parafiscais; (b.i) O art. 4º, I e II, CTN, estabelece que a natureza jurídica
específica do tributo deve ser verificada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo
irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a
destinação legal do produto da sua arrecadação; (b.ii) A ESAF pode aprofundar o tema e cobrar o
conhecimento da relevância da base de cálculo para identificação da natureza jurídica do
tributo; (b.iii) Ainda sobre o assunto, destacamos que: a destinação legal do produto da
arrecadação é irrelevante para qualificar o tributo como espécie de imposto, taxa ou contribuição
de melhoria, bastando-se, aqui, o fato gerador e a base de cálculo; porém, o fato gerador da
obrigação tributária não é critério suficiente para identificar a natureza jurídica das contribuições
especiais e dos empréstimos compulsórios; logo, parte majoritária da doutrina entende
acertadamente que a CF/88 estabeleceu a relevância da destinação legal do produto da
arrecadação (vinculação da receita) para identificação das contribuições especiais e dos
empréstimos compulsórios, não se aplicando, neste caso, a regra do art. 4°, inc. II, do CTN; (b.iv)
Portanto, sempre preste bastante atenção no enunciado da questão, podendo-se resumir em três
casos as respostas corretas: (I) entendimento literal do art. 4°, inc. I e II, do CTN; (II)
compreensão do mesmo art. 4°, inc. I e II, do CTN, acrescentando a importância da base de
cálculo; (III) entendimento à luz do que dispõe a CF/88.

(c) Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. O imposto é um tributo sem causa
ou tributo não-contraprestacional, porque o Estado não se encontra no dever jurídico de oferecer
qualquer vantagem ou benefício a quem paga o imposto.

(d) A taxa é um tributo que pode ser cobrado pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal
ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tendo como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. A taxa é tributo
vinculado a uma atuação estatal ou um tributo contraprestacional (retributivo), ao contrário
dos impostos; (d.i) Em relação a taxa de polícia, apesar da doutrina dominante compreender que
esta só pode ser cobrada se exercida regularmente e efetivamente, a jurisprudência atualíssima do
STF compreende que “não pode o contribuinte furtar-se à exigência tributária sob a alegação de o
ente público não exercer a fiscalização devida, não dispondo sequer de órgão incumbido desse
mister, sendo, pois, irrelevante a falta de prova do efetivo exercício do poder de polícia”. Logo, a
atual jurisprudência do STF é no sentido de que o poder de polícia é presumido em favor do ente
público; (d.iii) No que concerne a taxa de serviços, esta decorre da utilização, efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua

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disposição. Neste ponto, destacamos que a “taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de
imóveis, não viola o art. 145, II, da CF.” O concursando deve prestar atenção: (I) a taxa de
limpeza pública é inconstitucional, uma vez que o serviço de limpeza de logradouros e bens
públicos é universal e indivisível; (II) a taxa de coleta, remoção e tratamento ou destinação de
lixo ou resíduos provenientes de imóveis de lixo é constitucional (taxa de coleta de lixo), sendo
serviço público específico e divisível; (III) a taxa de coleta de lixo e de limpeza pública é
inconstitucional, em razão da impossibilidade de separação das duas parcelas. Também
realçamos que o STF já declarou a inconstitucionalidade de diversas taxas, porque não são
serviços públicos específicos e divisíveis, quais sejam: taxa de serviço de segurança pública, taxa
de serviço de iluminação pública (Súmula 670: “o serviço de iluminação pública não pode ser
remunerado mediante taxa”), dentre outras. Por sua vez, o STF já declarou que são serviços
públicos específicos e divisíveis e, portanto, constitucionais as seguintes taxas: taxa judiciária,
taxa de coleta de resíduos sólidos urbanos, taxa de lixo e sinistro, taxa de coleta domiciliar de
lixo, custas judiciais e os emolumentos (taxa de serviços notariais e registrais), taxa de
combate a incêndio, dentre outras;

(e) A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a
imposto e nem ser calculada em função do capital das empresas. Assim sendo, o STF entende
como constitucional a lei instituidora da taxa que adote um ou mais elementos que compõem a
base de cálculo própria dos impostos, desde que não exista identidade integral entre a base de
cálculo da taxa e a do imposto. Decerto, o STF julga que a CF exige a ausência completa
de identidade da base de cálculo da taxa com a base de cálculo própria dos impostos e que, no
cálculo da taxa, se verifique uma equivalência razoável entre o valor pago pelo sujeito passivo e
o custo individual do serviço que lhe é prestado. Neste sentido, é inconstitucional a taxa
municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica a do imposto
territorial rural (ITR) (Súmula 595); A base de cálculo da taxa de fiscalização dos mercados de
títulos e valores mobiliários é constitucional (Súmula 665); “Viola a garantia constitucional de
acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa” (súmula 667); É
constitucional que a taxa de serviços notariais e registros (custas e emolumentos) seja fixada
em valores fixos dispostos de acordo com o valor do imóvel objeto do negócio, pois os valores
dos imóveis são utilizados apenas como padrão para determinar o valor da taxa, o que quer
dizer que o valor do imóvel (base de cálculo do IPTU) não é à mesma base de cálculo da taxa.

(f) A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. a doutrina
entende que a contribuição de melhoria observa o postulado da vedação ao enriquecimento sem
causa, uma vez que apenas determinado grupo de proprietários são beneficiados com a
valorização imobiliária decorrente da obra pública. Nessa medida, a contribuição de melhoria
pode se distinguir de outras espécies tributárias, pois a (i) base de cálculo é exatamente o valor
que acresceu ao imóvel do contribuinte em razão da obra pública e (ii) não se vislumbra
exigência constitucional específica para o produto de sua arrecadação (arrecadação
nãovinculada).

(g) A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: (i) Para
atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência; (ii) No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional, observados os princípios da anterioridade anual e nonagesimal (noventena). Algumas
singularidades: (i) destinação do produto de sua arrecadação ao custeio das despesas
extraordinárias que autorizaram a sua instituição (arrecadação vinculada); (ii) apenas lei

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complementar da União pode instituí-lo; (iii) deve existir restituição do respectivo empréstimo ao
contribuinte; (iv) a CF/88 não indica os seus fatos geradores, mas apenas os pressupostos
necessários para a sua legítima instituição, podendo, portanto, ser um tributo vinculado ou um
tributo não-vinculado, dependendo da natureza do fato gerador especificado na sua lei de criação.

Item 2 (Limitações Constitucionais do Poder de Tributar): A CF estabelece sob o título


“Limitações ao Poder de Tributar” (arts. 150 a 152) as imunidades tributárias e os princípios
constitucionais tributários. (a) Em relação a imunidade tributária, a doutrina destaca o seu
aspecto formal e material. A respeito do aspecto formal, entende-se que a imunidade é a
impossibilidade jurídica da tributação, em razão da ausência de competência tributária dos entes
federativos. Sob o aspecto material ou substancial, compreende-se que a imunidade é o direito
público subjetivo de não ser tributado, segundo o especificado nas normas constitucionais. Assim
sendo, as imunidades tributárias são classificadas nas seguintes categorias: (i) subjetivas ou
pessoais, objetivas ou reais e mistas (subjetiva e objetiva); (ii) ontológicas e políticas; (iii)
gerais ou genéricas e tópicas ou especiais; (iv) condicionadas ou incondicionadas; (v) explícita
ou implícitas. Na primeira classificação (i), considera-se a forma de previsão da norma
imunizante. A imunidade subjetiva ou pessoal é aquela que leva em consideração o sujeito, isto
é, é concedida pela norma constitucional em razão da qualidade da pessoa. Por exemplo, a
imunidade das entidades sindicais dos trabalhadores (art. 150, VI, “c”). A imunidade objetiva ou
real é concedida em virtude da qualidade da coisa, do objeto ou da mercadoria, ou seja, refere-se
a matéria tributável. Por exemplo, a imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado
a sua impressão (art. 150, VI, “d”). Por sua vez, a imunidade mista (subjetiva e objetiva) envolve
aspectos pessoais e reais. Como exemplo, a imunidade concernente ao ITR no que se refere às
“pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro
imóvel”. Na segunda classificação (ii), considera-se o aspecto da imunidade tributária ser ou não
ser conseqüência direta ou necessária de princípio constitucional fundamental. A imunidade
ontológica é conseqüência necessária do princípio da igualdade, sendo seu exemplo clássico a
imunidade recíproca. É característica básica da imunidade ontológica a qualidade de ser clausula
pétrea, isto é, proposta de emenda constitucional tendente abolir tal imunidade não deve ser
objeto de deliberação pelo Poder Legislativo. Já a imunidade política deve ser reconhecida
expressamente pelo texto constitucional, eis que não decorre necessariamente de princípio
constitucional fundamental, podendo, portanto, ser alterado pelo exercício do poder constituinte
derivado. Por exemplo, a imunidade referente aos impostos incidentes sobre operações de
transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (art. 184, §5°). Na terceira
classificação (iii), considera-se o alcance das normas constitucionais imunizantes. A imunidade
geral é dirigida a todos os entes federativos e alcançam os impostos de forma genérica, estando
prevista no art. 150, VI, da CF/88. A imunidade tópica ou específica se dirige a um único
tributo, podendo ser, por exemplo, um imposto ou uma taxa, tais como o IPI que não pode incidir
sobre a exportação de produtos industrializados (art. 153, §3°, III) e a taxa que não pode incidir
na obtenção de certidões em repartições públicas, para a defesa de direitos e esclarecimentos de
situações de interesse pessoal (art. 5°, XXXIV, “b”). Na quarta classificação (iv), considera-se a
existência ou não de autorização na norma constitucional imunizante para que as normas
infraconstitucionais fixem requisitos para a concessão da imunidade. Neste sentido, a imunidade
condicionada é aquela que depende da observância de requisitos legais para a sua
implementação. Por exemplo, a imunidade estabelecida para as instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, que devem atender os requisitos da lei. Por outro lado, a
imunidade incondicionada independe de qualquer condição estabelecida pela legislação
infraconstitucional para operar sua eficácia plena e aplicabilidade imediata. Por exemplo, a
imunidade recíproca. Por fim, a quinta (v) classificação se divide em normas constitucionais
imunizantes explícitas ou implícitas. A imunidade explícita está expressamente ou literalmente
prevista no texto constitucional. A imunidade implícita decorre da interpretação sistemática do

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próprio texto constitucional, tal como a imunidade que garante o mínimo existencial, que são as
condições mínimas para a sobrevivência digna do ser humano. Por sua vez, destacamos que a
imunidade tributária não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição de
responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos,
previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros.

(b) A imunidade tributária recíproca se refere à proibição da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios de instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos
outros, bem como é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes. Assim, entende-se que a imunidade recíproca é subjetiva,
porque diz respeito a determinadas pessoas jurídicas, sendo aplicável aos impostos. Deste modo,
não deve ser invocada na hipótese de contribuições previdenciárias (ADI 2.024) e não alcança as
taxas (RE 364.202). A imunidade recíproca é ontológica, sendo consequência necessária do
princípio da isonomia das pessoas políticas. Portanto, é clausula pétrea e garantia fundamental da
Federação (ADI 939). A imunidade recíproca é incondicionada, porque não necessita de normas
infraconstitucionais para sua plena eficácia, que é decorrência imediata do texto constitucional. A
CF/88 estabelece que a imunidade recíproca apenas incide sobre os impostos incidentes sobre
serviço, patrimônio ou renda. Logo, de acordo com o sentido literal do texto, a imunidade
recíproca não alcançaria os impostos classificados pelo CTN como impostos sobre circulação de
riquezas e produção (IPI, IOF e ICMS). Assim, entendeu o STF que somente se aplica a imposto
incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio Município, sendo que este não é
contribuinte de direito do ICMS, descabendo confundi-lo com a figura do contribuinte de fato e a
imunidade recíproca não beneficia o contribuinte de fato (AI 671.412-AgR). Neste sentido,
entende-se que imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor,
contribuinte do IPI (súmula 591 do STF). Contudo, o STF já reconheceu a imunidade tributária
recíproca ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), relativamente ao
não recolhimento de ICMS por eventual exploração de unidade agroindustrial (RE-242827). Em
relação ao IOF o entendimento do STF é no sentido da plena eficácia da imunidade recíproca nas
operações financeiras realizadas pelos Municípios, Estados ou Distrito Federal (RE 196.415-PR).
O STF também já decidiu que a imunidade alcança os ganhos resultantes de operações
financeiras (AI 172.890-AgR). Noutro ponto, a imunidade recíproca não se aplica ao patrimônio,
à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas
normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento
de preços ou tarifas pelo usuário. Destarte, em princípio, a imunidade tributária recíproca não
alcançaria as empresas públicas e sociedades de economia mista, exceto quanto às atividades
tipicamente estatais. Assim, o STF afirma que a imunidade recíproca alcança a empresa pública
prestadora de serviço público e a sociedade de economia mista prestadora de serviço público,
pois estas não se confundem com empresas públicas que exercem atividade econômica em
sentido estrito. Neste contexto, o STF compreendeu que a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura
Aeroportuária (INFRAERO), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e a
Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (CAERD) estão abrangidas pela imunidade
tributária recíproca. Destacamos, por sua vez, que o STF compreende como constitucional os
Municípios instituírem ISS sobre os serviços de registros públicos, cartorários e notariais,
entendendo-se tratar-se, no caso, de atividade estatal delegada, tal como a exploração de serviços
públicos essenciais, mas que, enquanto exercida em caráter privado, com intuito de
lucrativo, seria serviço sobre o qual incidiria o ISS (Informativo 494). Por fim, realço a
interpretação da parte final do §3º, do art. 150, da CF/88, dispondo que a imunidade não exonera
o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel, ou seja, a
imunidade do ente público referente ao pagamento de imposto incidente sobre bem imóvel não
ocorre no caso do imóvel objeto de promessa de venda a particular ou a terceiro não acobertado

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pela imunidade tributária. Daí a súmula 583 do STF, dispondo que o promitente comprador de
imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do IPTU.

(c) A imunidade dos templos de qualquer culto alcança os impostos sobre o patrimônio, a renda e
os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades religiosas. Segundo o STF,
a imunidade religiosa proíbe a cobrança do IPTU sobre imóveis de propriedade dos templos que
se encontram alugados, eis que deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas,
também, o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das
entidades religiosas (RE 325.822). O STF também entende que os cemitérios que
consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela imunidade
religiosa, como a impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles (RE 578.562).

(d) A CF estabelece a proibição de se criar impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos
partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei,
bem como dispõe que tal vedação compreende somente o patrimônio, a renda e os serviços,
relacionados com as finalidades essenciais destas entidades. Neste contexto, salienta-se que o
enunciado “sem fins lucrativos” diz respeito às instituições de educação e de assistência social,
estabelecendo o STF que a CF/88 remete à lei ordinária a fixação de normas sobre a constituição
e o funcionamento da entidade educacional ou assistencial imune, mas não os lindes da
imunidade, que, quando susceptíveis de disciplina infraconstitucional, ficou reservado à lei
complementar, de acordo com o art. 146, II (ADI 1.802-MC). Deste modo, para ser considerada
entidade “sem fins lucrativos” se deve atender o art. 14 do CTN, estabelecendo os requisitos de:
(i) não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (ii)
aplicar integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
(iii) manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades
capazes de assegurar a sua exatidão. A respeito da abrangência desta imunidade, destaca-se desde
já que ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a
qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, desde que o valor dos aluguéis seja
aplicado nas atividades essenciais de tais entidades (Súmula 724 do STF), bem como que a
imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art.
150, VI, c, apenas alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver
contribuição dos beneficiários (Súmula 730 do STF). Por sua vez, o STF entende que a
utilização do imóvel para atividade de lazer e recreação não configura desvio de finalidade com
relação aos objetivos da fundação caracterizada como entidade de assistência social e decisão que
afasta o desvio de finalidade para o fim de assegurar a imunidade tributária com base no
reconhecimento de que a atividade de recreação e lazer está no alcance dos objetivos da fundação
não agride o texto constitucional (RE 236.174). Da mesma forma, o fato de os imóveis estarem
sendo utilizados como escritório e residência de membros das instituições de educação e
assistência social, sem fins lucrativos, não afasta a imunidade (RE 221.395). Noutro ponto, a
imunidade em favor das instituições de assistência social, abrange o II e o IPI, que incidem sobre
bens a serem utilizados na prestação de seus serviços específicos (RE 243.807). Nesse rumo, o
STF tem entendido que a imunidade das entidades de assistência social abrange o ICMS
incidente sobre a importação de mercadorias utilizadas na prestação de serviços específicos (AI
669.257-AgR) e também o ICMS incidente as aquisições de produtos no mercado interno, desde
que os bens adquiridos integrem o patrimônio dessas entidades beneficentes (AI 535.922-AgR).
Tal entendimento é fundamentado na premissa de que não há que “invocar, para o fim de ser
restringida a aplicação da imunidade, critérios de classificação dos impostos adotados por normas
infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado distinguir entre bens e patrimônio, dado que
este se constitui do conjunto daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem adquirido,
no mercado interno ou externo, integra o patrimônio da entidade abrangida pela imunidade” (RE

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203.755; RE 540.725-AgR). Ou seja, a jurisprudência mais atual do STF compreende que a
imunidade discutida não se restringe aos impostos classificados no CTN como impostos sobre o
patrimônio e a renda (ITR, IPTU, ITBI, IR e ISS), abrangendo do mesmo modo o ICMS, o IPI e
o IOF, que são classificados pelo CTN como impostos sobre a produção e a circulação. Decerto,
o STF tem reconhecido a imunidade de instituição de ensino e de entidade de assistência social,
sem fins lucrativos, referente ao IOF sobre operações bancárias (RE 249.980-AgR, RE 241.090),
bem como a imunidade sobre eventual renda obtida pela instituição de assistência social
mediante cobrança de estacionamento de veículos em área interna da entidade, destinada ao
custeio das atividades desta (RE 144.900) e a renda obtida na prestação de serviços de diversão
pública, mediante a venda de ingressos de cinema ao público em geral, e aproveitada em suas
finalidades assistenciais (AI 155.822-AgR).

(e) A imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado a sua impressão, também
chamada de imunidade cultural visa a concretizar diversas normas jurídicas constitucionais, tais
como a livre manifestação de pensamento, da atividade artística, intelectual, científica e da
comunicação e o acesso à informação. Segundo a súmula 657 do STF, a imunidade cultural
abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. Nessa
senda, o STF entende como imunes os filmes destinados à produção de capas de livros,
denominados de “filme Bopp” (AI 597.746-AgR); o chamado papel fotográfico — filmes não
impressionados (RE 203.859); o papel, papel fotográfico e papel para artes gráficas consumidos
no processo produtivo do jornal (RE 276.842-ED); os materiais relacionados somente com papel,
tais como papel fotográfico, papel telefoto, filmes fotográficos, sensibilizados, não
impressionados, para imagens monocromáticas, papel fotográfico para fotocomposição por laser
(RE 178.863). Assim sendo, o STF assenta a impossibilidade de a imunidade cultural ser
estendida a outros insumos não compreendidos no significado do enunciado papel destinado à
sua impressão (RE 324.600-AgR). Destarte, não tem imunidade a tinta utilizada para a impressão
dos livros, jornais e periódicos ou os serviços de composição gráfica necessários à confecção dos
livros, jornais e periódicos (RE 230.782). Por sua vez, o STF compreende que o poder
constituinte originário não fez qualquer ressalva quanto ao valor artístico ou didático, à
relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação, assim, não
cabe ao aplicador da norma constitucional afastar a imunidade cultural instituída para proteger
direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo acerca da
qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação (RE 221.239). Neste sentido, a
imunidade alcança o álbum de figurinhas; listas telefônicas (RE 114.790); as chamadas apostilas
para estudo, considerando-as manuais técnicos didáticos (RE 183.403). Entretanto, o produto tem
que ser algo considerado livro, jornal ou periódico, o que não inclui, por exemplo, cadernos e
blocos de papel para anotações, livros contábeis, calendários, agendas de anotações e os encartes
exclusivos de propaganda distribuídos com jornais e periódicos (RE 213.094).

(f) Sobre os princípios constitucionais tributários, em razão das limitações desta “reta final”,
selecionamos 33 importantes decisões do STF: (i) Não implica ofensa a legalidade tributária o
fato de a lei deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de ‘atividade
preponderante’ e ‘grau de risco leve, médio e grave’ (RE 567.544-AgR); Regulamento que
antecipa o dia de recolhimento do tributo e determina a incidência de correção monetária a partir
de então não fere a legalidade, pois não se encontra sob o princípio da legalidade estrita e da
anterioridade a fixação do vencimento da obrigação tributária (RE 195.218, RE 182.971);
Somente a lei pode criar, majorar ou reduzir os valores das taxas. Assim, fere a legalidade a
instituição dos emolumentos cartorários por Tribunal de Justiça, bem como as normas por meio
das quais a autarquia institua uma taxa, sem lei que a autorizasse (ADI 1.709, ADI 1.823-MC);
(ii) Desrespeita a isonomia tributária a isenção de IPTU, em razão da qualidade de servidor
público (AI 157.871-AgR), e a isenção dos membros do Ministério Público do pagamento de
(ii) Desrespeita a isonomia tributária a isenção de IPTU, em razão da qualidade de servidor
público (AI 157.871-AgR),www.pontodosconcursos.com.br
e a isenção dos membros do Ministério Público do pagamento
de
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custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou emolumentos (ADI 3.260); Não é
possível ao Poder Judiciário estender isenção a contribuintes não contemplados pela lei, a título
de isonomia (RE 159.026, RE 344.331); Não é possível o STF efetivar a extensão do tratamento
tributário diferenciado concedido às instituições financeiras, às cooperativas e às revendedoras de
carros usados, a título do PIS/PASEP e da COFINS, o que implicaria converter-se o STF em
legislador positivo (RE 402.748-AgR); Não ofende o princípio da isonomia lei que restringe os
contribuintes da COSIP aos consumidores de energia elétrica do município, ante a
impossibilidade de se identificar e tributar todos os beneficiários do serviço de iluminação
pública e a progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação pública
entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva
(RE 573.675); Também não há ofensa a isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais,
imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade
contributiva distinta, afastando do regime do Simples aquelas cujos sócios têm condição de
disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado (ADI 1.643); A sobrecarga imposta aos
bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a
folha de salários, não fere o princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão
constitucional (§ 9º do art. 195; AC 1.109-MC); Não há violação ao princípio da isonomia o
diploma legal que estabelece valores específicos para cada faixa de contribuintes, sendo estes
fixados segundo a capacidade contributiva de cada profissional (ADI 453); (iii) “Não há tributo
progressivo quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levam em
consideração a capacidade contributiva.” (RE 414.259-AgR); “ITBI - alíquotas progressivas - a
CF não autoriza a progressividade das alíquotas, realizando-se o princípio da capacidade
contributiva proporcionalmente ao preço da venda.” (RE 234.105, súmula 656); O STF decidiu
que a instituição de alíquotas progressivas para a contribuição previdenciária dos servidores
públicos ofende o princípio da vedação de utilização de qualquer tributo com efeito
confiscatório (AI 701.192-AgR) (iv) “A multa moratória de 20% ou 30% do valor do imposto
devido, não se mostra abusiva ou desarrazoada, inexistindo ofensa aos princípios da capacidade
contributiva e da vedação ao confisco” (RE 239.964, AI 755.741-AgR, RE 220.284); O STF fixou
entendimento no sentido de não existir caráter confiscatório de multa de 100% imposta ao
contribuinte, por meio de lançamento de ofício, que decorre do fato de haver-se ele omitido na
declaração e recolhimento tempestivo da contribuição (RE 241.087-AgR); Fere o princípio
constitucional da não-confiscatoriedade diploma legislativo que institui multa fiscal de 300%
(ADI 1.075-MC, AI 482.281-AgR); “Resulta configurado o caráter confiscatório de
determinado tributo, sempre que o efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências
tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal – afetar, substancialmente, de maneira
irrazoável, o patrimônio e/ou os rendimentos do contribuinte. O Poder Público, especialmente em
sede de tributação, não pode agir imoderadamente, pois a atividade estatal acha-se
essencialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade." (ADC 8-MC, ADI 2.551-MC-
QO); (v) “Ao IR calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício
financeiro em que deve ser apresentada a declaração.” (Súmula 584) Assim, não fere o princípio
da irretroatividade lei editada no final do ano-base, que atingiu a renda apurada durante todo o
ano, já que o fato gerador do IR somente se completa e se caracteriza, ao final do respectivo
período, ou seja, a 31 de dezembro. Estava a lei, por conseguinte, em vigor, antes do exercício
financeiro, que se inicia a 1º de janeiro do ano subseqüente, o da declaração (RE 197.790-6, RE
194.612, RE n. 104.259); (vi) Não há incidência do princípio da anterioridade tributária na
redução ou a extinção de desconto para pagamento de tributo sob determinadas condições
previstas em lei, como o pagamento antecipado em parcela única, pois não ocorre aumento do
valor do tributo (ADI 4.016-MC); Revogada a isenção incondicionada, o tributo torna-se
imediatamente exigível, porque não há que se observar a anterioridade, dado que o tributo já é
existente (RE 204.062); A simples atualização monetária não se confunde com majoração do
tributo. Logo, a modificação dos fatores de indexação, com base em legislação superveniente,

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não constitui desrespeito a situações jurídicas consolidadas, nem transgressão ao postulado da
não-surpresa, instrumentalmente garantido pela cláusula da anterioridade tributária (RE 200.844-
AgR, AI 626.759-AgR); Em caso de taxas, devem observar-se as limitações constitucionais ao
poder de tributar, dentre essas, a anterioridade nonagesimal para que a lei tributária se torne
eficaz (ADI 3.694); (vii) “A lei determinará medidas para que os consumidores sejam
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços” (150, § 5º, da CF);
(viii) O STF entende que a regar do art. 151, III, da CF (“É vedado à União instituir isenções de
tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.”), limita-se a
impedir que a União institua, no âmbito de sua competência interna federal, isenções de tributos
estaduais, distritais ou municipais, não se aplicando, portanto, às hipóteses em que a União
atua como sujeito de direito na ordem internacional (Informativo 476);

(g) Lembramos também da tabela das exceções ao princípio da anterioridade e à noventena.


Preste atenção: se é exceção é porque não deve observar o princípio. E todos os demais tributos
devem observar, porque a regra é a observância ao princípio.

Anterioridade anual Noventena


II II
IE IE
IPI IR
IOF IOF
Imposto extraordinário por motivo de guerra Imposto extraordinário por motivo de guerra
externa (IEG) externa (IEG)
Empréstimo compulsório por motivo de Empréstimo compulsório por motivo de
guerra externa ou de calamidade pública guerra externa ou de calamidade pública
Restabelecimento de alíquotas do ICMS – Base de cálculo do IPTU
Combustíveis e da CIDE – Combustíveis
Contribuições para a seguridade social Base de cálculo do IPVA

Item 3 (Tributos da União, dos Estados e dos Municípios): Em razão das limitações do “bizu”,
vamos tratar apenas dos principais impostos da União, que, são, na verdade, os mais relevantes
para a prova. (a) O imposto sobre importação (II) incide sobre a importação de mercadoria
estrangeira e tem como fato gerador a entrada desses produtos estrangeiros no território
nacional. A entrada no território nacional acontece na data do registro, na repartição
aduaneira, da declaração de importação. A base de cálculo é: (i) quando a alíquota seja
específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária, que é a quantidade de mercadoria
expressa na unidade de medida estabelecida; (ii) quando a alíquota seja ad valorem, o preço
normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em
condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País.
Neste caso, a base de cálculo é considerada o valor aduaneiro do produto ou mercadoria
definido no artigo VII (7°) do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT); Considera-se
contribuinte: (i) o importador ou quem a lei a ele equipara, assim considerada qualquer pessoa
que promova a entrada de mercadoria estrangeira no Território Nacional; (ii) o arrematante de
produtos apreendidos ou abandonados; (iii) o destinatário de remessa postal internacional
indicado pelo respectivo remetente; (iv) o adquirente de mercadoria entrepostada.

(b) O fato gerador do imposto sobre exportação (IE) é à saída do território nacional para o
estrangeiro de produtos nacionais ou nacionalizados. O IE é um imposto excepcional, pois
cabe ao Poder Executivo (CAMEX) relacionar os produtos sujeitos a sua tributação. Já a
base de cálculo do IE é a seguinte: (a) quando a alíquota seja específica, a unidade de medida
adotada pela lei tributária; (b) quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto,

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ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre
concorrência. Neste último caso, quando a alíquota seja ad valorem, a base de cálculo do IE é o
preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda
em condições de livre concorrência no mercado internacional, devendo-se observar as normas
expedidas pelo Poder Executivo, mediante ato da CAMEX. Observo também que o preço à vista
do produto, FOB 7 ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal. No que se refere à
alíquota do IE, esta é de trinta por cento (30%), sendo facultado ao Poder Executivo (CAMEX)
reduzi-la ou aumentá-la, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
Todavia, em caso de elevação, a alíquota não poderá ser superior a cento e cinquenta por cento
(150%). O contribuinte do IE é o exportador ou quem a lei a ele equiparar, assim considerada
qualquer pessoa que promova a saída do produto do território nacional. Informamos que, no que
couber, aplicar-se-á, subsidiariamente, ao imposto de exportação (IE) a legislação relativa ao
imposto de importação (II). E também observamos que à exceção dos II, IE e do ICMS,
nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas à energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (art. 155, §3°, da CF).
Portanto, pode incidir contribuições tributárias especiais (exs.: COFINS e PIS) sobre
operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais do País, mas não pode incidir impostos, exceto o II, o IE e o ICMS.

(c) O imposto sobre renda (IR) tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica: (i) de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos; (ii) de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos como renda. A incidência do IR independe da denominação da
receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem
e da forma de percepção. Segundo o STF: “a renda pressupõe ganho, lucro, receita, crédito,
acréscimo patrimonial, ou, como diz o processo transcrito, aquisição de disponibilidade
econômica ou jurídica. A lei pode, casuisticamente, dizer o que é ou o que não é renda
tributável. Mas não deve ir além dos limites semânticos, que são intransponíveis, por isso, que
ela não pode considerar renda, para efeito de taxação, o que é, de maneira incontestável,
ônus, dispêndio, encargo ou diminuição patrimonial, resultante do pagamento de um
débito”. Destacamos que incide IR sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas pelas
cooperativas (súmula 262 do STJ). No caso de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a
lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de
incidência do IR. O IR será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da
progressividade. Já em relação à base de cálculo do IR, de forma geral, considera-se o
montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis (art. 44, do CTN).
No que tange ao IR da pessoa física (IRPF), a base de cálculo é o seu rendimento bruto, que é
todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões
percebidas em dinheiro, e ainda os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os
acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados. Em relação ao IR da
pessoa jurídica (IRPJ), a base de cálculo pode ser o lucro real ou lucro presumido,
ordinariamente, e, excepcionalmente, o lucro arbitrado. O lucro real é apurado com base em
contabilidade rigorosa e bem formal, resultando da diferença entre a receita bruta menos as
despesas operacionais. O lucro real não se confunde com o lucro líquido, que precede a
determinação do lucro real. Alcançado o lucro líquido, realizam-se exclusões, compensações e
adições determinadas em lei para a apuração do lucro real. A lei obriga determinadas pessoas
jurídicas a utilizarem como base de cálculo o lucro real e afirma que é opcional para outras
empresas. Por exemplo, estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: (i) cuja

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FOB significa Free on Board, isto é, livre ou posto a bordo, sendo o preço da mercadoria livre de
qualquer despesa para o comprador, tais como despesas de frete e seguro.
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receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 48.000.000,00 (quarenta e
oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12
(doze) meses; (ii) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos
de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento,
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio,
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas
de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada
aberta; (iii) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; (iv) que
explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber,
compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de
serviços (factoring). O lucro presumido é base de cálculo opcional para as empresas que não
estão obrigadas legalmente à utilização do lucro real. O lucro presumido é feito por estimativa.
Decerto, a lei fixa o lucro presumido com base na aplicação de determinada percentagem sobre a
receita bruta da pessoa jurídica. Por exemplo, a percentagem de 8% para a prestação de serviços
de transporte de carga ou de 32% para a prestação de serviços em geral, exceto a de serviços
hospitalares. O lucro arbitrado é base de cálculo excepcional, uma vez que decorre da
impossibilidade de se apurar o lucro pelo critério do lucro real ou lucro presumido. Por sua vez,
registramos que o STF afirmou recentemente que: (i) É valida a limitação da compensação
tributária incidente sobre o lucro real, bem como da limitação da compensação para determinação
da base de cálculo da contribuição social, prevista na Lei 8.981/95; (ii) Aplica-se ao IR a lei
vigente na data do encerramento do exercício fiscal (ano-base); (iii) O conceito de lucro é o que a
lei define e não necessariamente o que corresponde às perspectivas societárias ou econômicas;
(iv) O favor ou benefício fiscal se limita às condições fixadas em lei, a qual definirá se o
favor será calculado sobre a totalidade, ou não, do lucro líquido. Portanto, até que encerrado o
exercício fiscal, ao longo do qual se forma e se conforma o fato gerador do IR, o contribuinte
possui mera expectativa de direito quanto à manutenção dos patamares fixados pela legislação
que regia os exercícios anteriores. No que diz respeito ao contribuinte, é o titular da
disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza, sem prejuízo
de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou
dos proventos tributáveis. Assim, a lei também pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos
proventos tributáveis a condição de responsável pelo IR cuja retenção e recolhimento lhe caibam;
Por fim, anotamos que foi revogada a imunidade sobre rendimentos provenientes de
aposentadoria e pensão, pagos pela previdência social, a pessoa com idade superior a 65 anos,
cuja renda total seja constituída, exclusivamente, de rendimentos do trabalho.

(d) O IPI tem como fato gerador: (i) o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência
estrangeira; (ii) a saída do produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial,
quando for de produção nacional; (iii) a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e
levado a leilão. (d.i) Caracteriza-se como industrialização qualquer operação que modifique a
natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o
aperfeiçoe para consumo, tal como a transformação, o beneficiamento, a montagem, o
acondicionamento ou reacondicionamento e a renovação ou recondicionamento. Logo, o
produto industrializado é resultante de qualquer destas operações citadas acima, mesmo
incompleta, parcial ou intermediária. (d.ii) O IPI incide sobre produtos industrializados,
nacionais e estrangeiros, obedecidas as especificações constantes da Tabela de Incidência do IPI
(TIPI). Assim, o campo de incidência do IPI abrange todos os produtos com alíquota, ainda que
zero, relacionados na Tabela de Incidência do IPI – TIPI, observadas as disposições contidas nas
respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que corresponde a notação "NT" (não-
tributado). (d.iii) O IPI: (I) será seletivo, em função da essencialidade do produto. Preste
atenção: a CF dispõe que o IPI será seletivo (é obrigatório) e não que o IPI poderá ser seletivo
CF dispõe que o IPI será seletivo (é obrigatório) e não que o IPI poderá ser seletivo
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(facultativo), tal como o ICMS; (II) será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em
cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Vamos tentar simplificar a compreensão
atual deste tema de forma prática. (CESPE/JUIZ FEDERAL/2009). Determinada empresa
industrial que produz um único tipo de produto tributado com IPI e com ICMS adquire, para sua
produção, dois tipos de insumos industrializados: um deles é isento de IPI e o outro, imune à
tributação do referido imposto. Considerando os dispositivos constitucionais e a jurisprudência
do STF aplicável ao caso e a inexistência de qualquer norma infraconstitucional a respeito dessa
matéria, é correto afirmar que, na aplicação do mecanismo de não cumulatividade, a referida
empresa: (A) pode deduzir, do IPI a pagar, o crédito presumido relativo ao insumo isento, mas
não em relação ao insumo imune. (B) pode deduzir, do IPI a pagar, o crédito presumido relativo
ao insumo imune, mas não o relativo ao insumo isento. (C) não pode deduzir qualquer crédito
presumido, seja relativo ao insumo isento ou ao imune. (D) pode deduzir, do IPI a pagar, apenas
o valor do crédito real do ICMS pago nas operações de compra. (E) pode deduzir, do ICMS a
pagar, o crédito presumido relativo ao insumo imune, mas não o relativo ao insumo isento. A
resposta da questão está na jurisprudência atual do STF, sendo a letra "c". Primeiro e mais
importante, a questão fala na “suposta” inexistência de lei infraconstitucional sobre o assunto.
Segundo, vejamos a jurisprudência atual do STF: "Somente depois da entrada em vigor da Lei
9.779/99 se tornou possível a compensação de créditos de IPI pagos na entrada de insumos,
quando o produto final for isento do tributo ou sujeito a alíquota zero." (RE 371.898-AgR-ED);
"Se a desoneração total do IPI - não tributação ou alíquota zero - que, nas entradas, provoca,
para efeitos quantitativos, diferença máxima entre sua condição numérico-tributária e as alíquotas
de saída, não autoriza que o contribuinte se credite, é evidente que, produzindo diferenças
menores, a desoneração parcial não pode, por maior razão, gerar-lhe direito de crédito." (RE
430.720-AgR) “A jurisprudência do STF firmou-se no sentido de não reconhecer, ao
contribuinte, o direito de creditar-se do valor do IPI, quando pago em razão de operações de
aquisição de bens destinados ao uso e/ou à integração no ativo fixo do seu próprio
estabelecimento”. (RE 593.772-ED). Decerto, no caso da imunidade (não tributação) não há IPI
para compensar, eis que não ocorreu o pagamento de qualquer tributo. Por sua vez, segundo o
STF, depois da entrada em vigor da Lei 9.779/99 é possível a compensação de créditos de IPI
pagos na entrada de insumos, quando o produto final for isento do tributo ou sujeito a alíquota
zero; (III) O IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior; (IV) O IPI
terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na
forma da lei. (d.iv) A base de cálculo é: (a) no caso do fato gerador ser o desembaraço
aduaneiro, quando for importação de produto industrializado de procedência estrangeira, é o
preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda
em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País
acrescido do montante do imposto sobre a importação (II), das taxas exigidas para entrada do
produto no País e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis.
Assim, a base de cálculo é o valor aduaneiro + imposto de importação (II) + taxas + encargos
cambiais; (b) no caso da saída do estabelecimento do produto industrializado (fato gerador),
quando o produto for nacional, o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria, ou na
falta deste valor, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça
do remetente; (c) na hipótese de arrematação do produto industrializado, quando apreendido ou
abandonado e levado a leilão, o preço da arrematação. (d.v) O contribuinte é: (a) o
importador ou quem a lei a ele equiparar; (b) o industrial ou quem a lei a ele equiparar; (c) o
comerciante de produtos sujeitos ao IPI, que forneça produtos industrializados aos contribuintes
definidos como industrial ou quem a lei a ele equiparar; (d) o arrematante de produtos
apreendidos ou abandonados, levados a leilão.

(e) O fato gerador do IOF: (i) quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega
total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à

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disposição do interessado; (ii) quanto às operações de câmbio, na sua efetivação pela entrega de
moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição
do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à
disposição por este; (iii) quanto às operações de seguro, na sua efetivação pela emissão da
apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; (iv)
quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, na emissão, transmissão,
pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável. A incidência do IOF sobre operações de
crédito exclui a incidência do IOF sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários, e
reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma
mesma operação de crédito. É importante saber que a súmula 664 do STF dispõe que o IOF não
incide sobre os saques efetuados em caderneta de poupança. Da mesma forma, não incide
IOF nos depósitos judiciais (súmula 185 do STJ). Por sua vez, reitera-se que o IOF incide
sobre operações com o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento
cambial. Com efeito, o IOF é o único tributo que incide sobre o ouro como ativo financeiro ou
instrumento cambial (meio de pagamento), sendo devido na operação de origem. A alíquota
mínima, neste caso, será de 1%, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos
seguintes termos: (a) 30% para o Estado, o DF ou o Território, conforme a origem; (b) 70% para
o Município de origem. Decerto, quando o ouro é mercadoria e não ativo financeiro ou
instrumento cambial, sobre o ouro poderá incidir normalmente o ICMS, II, IE e IPI. Por sua vez,
a base de cálculo do IOF é: (i) quanto às operações de crédito, o montante da obrigação,
compreendendo o principal e os juros; (ii) quanto às operações de câmbio, o respectivo
montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; (iii) quanto às operações
de seguro, o montante do prêmio; (iv) quanto às operações relativas a títulos e valores
mobiliários: (a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; (b) na transmissão, o preço
ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei; (c) no pagamento ou
resgate, o preço. O contribuinte do IOF é qualquer das partes na operação tributada, como
dispuser a lei (art.66 do CTN).

(f) O ITR será obrigatoriamente progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; não incidirá sobre pequenas glebas
rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel. A CF não
exige mais que o proprietário deva explorar a gleba rural “só ou com sua família”. Nesse rumo, o
ITR poderá ser fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde
que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. Com efeito, a
CF dispõe que pertence ao Município a totalidade (100%) do valor arrecadado com o ITR
na hipótese de optar por fiscalizar e cobrar este tributo. Caso não faça esta opção, cabe ao
Município 50% do montante arrecadado com o ITR. O fato gerador do ITR é a propriedade,
o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da
zona urbana do Município. O fato gerador ocorre no dia 1° de janeiro de cada exercício (ano),
sendo, por conseguinte, de apuração anual. Decerto, o ITR não incide sobre a operação de
transferência do imóvel desapropriado para fins de reforma agrária e também não incide no caso
de imissão prévia da posse para fins reforma agrária, pois existe imunidade tributária estabelecida
no §5°, do art. 184, da CF. Porém, o ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse
social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto também se
houver imissão prévia na posse. Por sua vez, para os efeitos de incidência do ITR, considera-se
imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona rural
do município. Na hipótese do imóvel pertencer a mais de um município deverá ser enquadrado
no município onde fique a sede do imóvel e, se esta não existir, será enquadrado no município
onde se localize a maior parte do imóvel. Nessa esteira, o parâmetro para definir se o imóvel é
rural ou não é a sua localização e não a sua utilização. E esta definição da localização é por
exclusão, uma vez o CTN dispõe que é rural quando localizado fora da zona urbana do

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Município (art. 32 do CTN). A base do cálculo é o valor fundiário. O contribuinte é o
proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.

Itens 4 a 9 (Legislação, Vigência, Aplicação, Interpretação, Integração, Obrigação Tributária,


Fato Gerador, Sujeição Ativa e Passiva, Capacidade e Domicílio): (a) Nestes pontos, a leitura
obrigatória é dos arts. 96 a 123, 126 e 127 do CTN. (b) Separamos aqui que cabe à lei
complementar dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios; regular as limitações constitucionais ao poder de
tributar; (iii) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
(iiia) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados
nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; (iiib)
obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; (iiic) adequado tratamento
tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas; (iiid) definição de
tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno
porte, inclusive regimes especiais ou simplificados, sendo que esta lei complementar poderá
instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (i) será opcional para o contribuinte; (ii)
poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (iii) o
recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes
aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;
(iv) a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados,
adotado cadastro nacional único de contribuintes; (c) Outrossim, realçamos que o art. 103 do
CTN estabelece regras específicas sobre a entrada em vigor das normas complementares,
afirmando que, salvo disposição em contrário, entram em vigor: (i) os atos normativos
expedidos pelas autoridades administrativas, na data da sua publicação; (ii) as decisões dos
órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa,
quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação; (iii) os convênios
que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Município, na data neles
prevista; (d) Anotamos também que a lei tributária pode ter aplicação retroativa, denominando-se
de retroatividade benigna ou in bonam partem, podendo ser aplicada ato ou fato pretérito nas
seguintes hipóteses: (i) Em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a
aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; (ii) Tratando-se de ato não
definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo
como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e
não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos
severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Ato “não definitivamente julgado”
significa ato não transitado em julgado, compreendendo tanto o âmbito administrativo como o
âmbito judicial.

Itens 10 a 12 (Crédito Tributário e Lançamento): (a) Nestes pontos, a leitura obrigatória é dos
arts. 139 a 150 do CTN; (b) Destacamos que a competência para efetivar o lançamento é
privativa da autoridade administrativa (art. 142 do CTN). Entretanto, de acordo com decisão
atual do STF e decisões reiteradas do STJ, a formalização ou constituição do crédito tributário
também pode ocorrer por (i) ato judicial na Justiça do Trabalho no que diz respeito a
contribuição social referente ao salário cujo pagamento foi determinado em decisão
trabalhista e também por (ii) declaração de débitos do sujeito passivo em que o tributo
correspondente não foi pago, importando em confissão de dívida do débito tributário; (c)
Anotamos que quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o
preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo
regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as
declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo
mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos
pelo sujeito passivo www.pontodosconcursos.com.br
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ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação
contraditória, administrativa ou judicial (art. 148, do CTN).

Itens 13 a 15 (Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito Tributário): (a) Nestes pontos, a


leitura obrigatória é dos arts. 151 a 164, 170 a 182, todos do CTN; (b) São causas de suspensão:
(i) Moratória; (ii) Depósito do seu montante integral; (iii) Reclamações e os recursos, nos termos
das leis reguladoras do processo tributário administrativo; (iv) Concessão de medida liminar em
mandado de segurança; (v) Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras
espécies de ação judicial; (vi) Parcelamento; (c) São causas de extinção: (i) Pagamento; (ii)
Compensação; (iii) Transação; (iv) Remissão; (v) Prescrição e a Decadência; (vi) Conversão de
depósito em renda; (vii) Pagamento antecipado e a respectiva homologação do lançamento; (viii)
A consignação em pagamento; (ix) A decisão administrativa irreformável, assim entendida a
definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; (x) A
decisão judicial passada em julgado ou transitada em julgado; (xi) A dação em pagamento em
bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei; (d) São causas de exclusão: (i) isenção;
(ii) anistia; (e) Por sua vez, no direito tributário, você deve saber que a constituição do crédito
tributário é o ponto culminante da distinção entre a decadência e a prescrição do direito de o
Fisco cobrar o crédito tributário. Portanto, com o acontecimento do fato gerador e antes de ser
constituído o crédito, é prazo decadencial e, após a sua constituição formal, é prazo prescricional;
(j) STJ: “1. A respeito do prazo para constituição do crédito tributário esta Corte tem firmado
que, em regra, segue-se o disposto no art. 173, I, do CTN, ou seja, o prazo decadencial é de cinco
anos contados ‘do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter
sido efetuado’. 2. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, ausente qualquer
declaração do contribuinte, o fisco dispõe de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, para proceder ao lançamento
direto substitutivo a que se refere o art. 149 do CTN, sob pena de decadência. 3. A apresentação
de DCTF, de GIA ou de outra declaração semelhante prevista em lei, é modo de
constituição do crédito tributário, dispensando-se outra providência por parte do fisco.
Nessa hipótese, não há que se falar em decadência em relação aos valores declarados, mas
apenas em prescrição do direito à cobrança, cujo termo inicial do prazo quinquenal é o dia
útil seguinte ao do vencimento, quando se tornam exigíveis. Pode o fisco, desde então,
inscrever o débito em dívida ativa e ajuizar a ação de execução fiscal do valor informado pelo
contribuinte. Além disso, a declaração prestada nesses moldes inibe a expedição de certidão
negativa do débito e o reconhecimento de denúncia espontânea”; (k) Decadência: prazo de 5
anos para constituir o crédito tributário. E a data do início da contagem:

(i) Lançamento por ofício ou por declaração


Primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que o lançamento poderia ter sido lançado
(regra principal) - art. 173, I, CTN.
(ii) Lançamento anulado por vício formal Data em que se tornar definitiva a decisão que
(hipótese de interrupção da decadência) houver anulado, por vício formal, o
lançamento anteriormente efetuado – art. 173,
II, CTN.
(iii) Caso de notificação de medida O prazo de decadência é antecipado para o dia
preparatória do lançamento antes de ser da notificação – art. 173, parágrafo único,
iniciado o curso do prazo. CTN.
(iv) Lançamento por homologação Data da ocorrência do fato gerador (caso em
que ocorre o pagamento antecipado do
tributo) – art. 150, §4°, CTN.
(v) Lançamento por homologação Primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que o lançamento poderia ter sido lançado
(comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou

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simulação) - art. 173, I, CTN.
(vi) Lançamento por homologação Primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que o lançamento poderia ter sido lançado
(ausência de pagamento antecipado) - art. 173,
I, CTN.

Item 16 (Administração Tributária): (a) O CTN disciplinou a administração tributária em três


partes, que são a fiscalização (arts. 194 a 200), a dívida ativa (arts. 201 a 204) e as certidões
negativas (arts. 205 a 208). A leitura atenta destes artigos é obrigatória para a prova. Aqui
destacamos os três casos de certidão positiva com efeitos de negativa: (i) a existência de
créditos não vencidos (ii) a existência de créditos em curso de cobrança executiva em que
tenha sido efetivada a penhora (iii) a existência de créditos cuja exigibilidade esteja
suspensa (art. 151 do CTN) e não extinta (art. 156) ou excluída (art. 175); (c) Por fim, realço o
ciclo de positivação do direito tributário: Primeiro, existe a hipótese de incidência ou o fato
gerador in abstrato. Depois, ocorre o fato imponível ou o fato gerador in concreto. Daí surge à
obrigação tributária, que, com o lançamento tributário, transforma-se em crédito tributário. A
seguir, caso o crédito tributário não esteja suspenso ou extinto e, após o prazo para pagamento do
tributo, deve ocorrer a inscrição em dívida ativa pelas respectivas procuradorias judiciais,
extraindo-se a Certidão de Dívida Ativa (CDA) e se promove a ação de execução fiscal; 1.
Hipótese de Incidência ou Fato Gerador in abstrato; 2. Fato Gerador in concreto ou Fato
imponível; 3. Obrigação Tributária; 4. Lançamento; 5. Crédito Tributário (não suspenso ou
extinto) e após o prazo pra pagamento do tributo; 6. Inscrição em Dívida Ativa; 7. Certidão de
Dívida Ativa; 8. Execução Fiscal.

Relação Jurídico-Tributária
Obrigação tributário existente = lei + fato gerador in concreto.
Crédito tributário exigível = lei + fato gerador in concreto + lançamento.
Crédito tributário exeqüível ou executável = lei + fato gerador in concreto + lançamento +
inscrição em dívida ativa.

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10) DIP E COMÉRCIO INTERNACIONAL – Rodrigo Luz e Missagia

Comércio Internacional – Professores Rodrigo Luz e Luiz Roberto Missagia

Olá, pessoal. Em relação ao conteúdo de comércio internacional para ATRFB/2009,


preparamos o material abaixo para ajudar vocês na véspera da prova. Não se trata
exatamente de um resumo da matéria, mas também de dicas/alertas sobre os pontos
principais, com base na incidência dos assuntos em questões de prova e palpite dos
professores.

1) Item 02 (OMC e GATT – este pedido em DIP)

a) Os acordos multilaterais são de adesão obrigatória a todos os membros. Já os


acordos plurilaterais são de adesão facultativa e só obrigam aqueles que aderirem
aos mesmos. Excepcionalmente, um país pode solicitar a não aplicação (reserva) de
algum dos acordos multilaterais previstos nos Anexos 1 e 2, mas não do Anexo 3,
que trata do Mecanismo de Exame das Políticas Comerciais.
b) Em relação aos acordos multilaterais, a OMC os administra. Em relação aos acordos
plurilaterais, utiliza-se quadro jurídico apartado.
c) Uma das principais funções da OMC é fiscalizar as políticas comerciais dos países,
em relação aos acordos assinados.
d) O GATT-94 consiste na atualização do GATT-47, e foi inserido no Anexo 1A como um
dos acordos multilaterais da OMC. Portanto, não dá pra dizer que o GATT-47 foi
extinto.
e) A cláusula NMF exige que os benefícios comerciais concedidos por um membro a
qualquer país sejam estendidos a todos os demais membros. É a base do sistema
multilateral de comércio. Como exceção, se a concessão se der em um acordo
regional ou sistema de preferências, não precisa cumprir essa regra.
f) A NMF é considerada a cláusula de aplicação do princípio da não-discriminação
entre países. A não discriminação entre o produto nacional e o importado é
implementada pelo Princípio do Tratamento Nacional (ou Princípio da Paridade).
g) O processo decisório da OMC ainda é o consenso, mas quando esse não for possível,
haverá votação (cada membro possui um voto).
h) O órgão máximo da OMC é a Conferência Ministerial, que se reúne pelo menos uma
vez a cada dois anos. O órgão executivo é o Conselho Geral.
i) O GATT prevê algumas situações onde, como exceção ao livre comércio, um país
pode levantar barreiras, tais como: restrição às exportações no caso de escassez
aguda de alimentos; para aplicação de normas de qualidade; de acordo com decisão
governamental de redução da produção interna ou comercialização de um produto ou
eliminação de excedente de produção nacional; para proteger o Balanço de
Pagamentos; proteção à indústria nascente; proteção à saúde, à moral pública; para
defesa comercial.
j) O sistema de solução de controvérsias da OMC prevê, em primeiro lugar, as
consultas, que incluem as negociações diretas entre os países e a possível
intervenção do Diretor-Geral da OMC como conciliador. Sem solução, a etapa
seguinte será a abertura de um painel (ou criação de um grupo especial) com 3 ou 5
especialistas, de acordo com a escolha dos dois países. O relatório do grupo especial
pode ser derrubado pelo consenso dos 153 membros da OMC. Se não for derrubado,
resta apenas ao país “derrotado” a apelação ao Órgão Permanente de Apelação (7
árbitros), cujo laudo somente pode ser derrubado pelo consenso dos 153 membros.
k) Depois de decidida a questão, o país perdedor deve, em primeiro lugar, ajustar sua
política. Não o fez em tempo hábil? Tem que oferecer compensação ao país
“vencedor”. Não o fez? O país vencedor pode pedir à OMC para que ele imponha
sanções contra o país perdedor.
l) As sanções serão aplicadas no mesmo setor, mas, caso sejam ineficazes, as sanções
podem ser impostas em setor diferente, mas relativamente ao mesmo acordo ferido.
Se ainda assim as sanções forem ineficazes, elas podem ser impostas em relação aos
outros acordos da OMC.

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2) Item 1 (Políticas Comerciais):

a) O livre-cambismo teve como grande pilar a Teoria das Vantagens Absolutas, de Adam
Smith, que pregava a especialização da produção para obtenção de ganhos de
escala. O Estado deveria se preocupar somente com a manutenção da lei e da
ordem. Os defensores do livre-cambismo diziam que a proteção a uma indústria
ineficiente tende a gerar produtos de má qualidade e a preços caros para o
consumidor. O livre-cambismo ideal (ausência de barreiras) visa à concorrência
perfeita, onde os produtos são vendidos a preços mínimos.
b) O livre-cambismo foi contestado pelos países que não possuíam indústrias maduras.
Os países em desenvolvimento, exportadores de produtos com baixa elasticidade-
renda (demanda inelástica de renda) alegavam que, com o livre-cambismo, só teriam
perdas e seus termos internacionais de troca seriam deteriorados.
c) A CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina, da ONU) foi criada para
discutir as dificuldades que os países em desenvolvimento vinham tendo com o
GATT, sendo sugerido que os mesmos deveriam diversificar sua produção,
procurando exportar produtos manufaturados.
d) Foram discutidas duas políticas de industrialização para os países subdesenvolvidos
em meados do século XX. O modelo de substituição de importações era um modelo
protecionista, utilizado na América Latina. Possuía como desvantagem o fato de a
tarefa de “eleger” o setor industrial protegido ficar sempre nas mãos do governo. O
modelo exportador, utilizado pelos “Tigres Asiáticos”, pregava a criação de empresas
exportadoras, com investimento em treinamento de mão-de-obra.
e) As tarifas são as barreiras comerciais indicadas pela OMC (barreira tarifária), por
trazerem menos efeitos negativos à economia.
f) As cotas são barreiras mais duras que as tarifas. Ultrapassada a cota não tarifária, a
importação (ou exportação) fica impossível, mesmo com redução de preço. Já no
caso de se ultrapassar a cota tarifária, o bem estará sujeita a uma alíquota superior
àquela que foi cobrada até ali.
g) Assim como a tarifa, a cota de importação tende a gerar aumento de preço do similar
no mercado do país importado. Um grande problema na utilização de cotas é a
determinação da forma como as mesmas serão oferecidas aos importadores.
h) Apesar da “tarificação” das barreiras compromissada no GATT, as principais barreiras
protecionistas são, hoje, as barreiras não-tarifárias.
i) Além das normas de segurança, são barreiras não tarifárias (BNT) medidas sanitárias
e fitossanitárias, quotas, sistemas de licenciamento, entre outras. Os acordos
voluntários de exportação foram utilizados como medida restritiva às importações,
tendo sido proibidos posteriormente pela OMC no Acordo sobre Salvaguardas.

3) Itens 04 e 05 (Acordos regionais e Mercosul)

a) A definição das etapas de integração é didática. Os blocos econômicos não precisam


necessariamente passar por cada uma das etapas. São elas (nessa ordem): áreas
(ou zonas) de livre comércio; união aduaneira; mercado comum; união econômica;
integração econômica total. As zonas preferenciais não são consideradas como uma
das etapas do processo de integração.
b) A área de livre comércio não precisa que as barreiras (tarifárias e não tarifárias)
sejam 100% removidas, mas que “praticamente todas” as transações sejam isentas
de barreiras.
c) Na união aduaneira há necessidade de harmonização de política comercial em
relação a terceiros países, tendo como instrumentos uma nomenclatura comum e
uma tarifa externa comum.
d) No mercado comum, há necessidade de harmonização de legislação previdenciária,
trabalhista e de capitais.
e) Os órgãos previstos na estrutura da união européia são: Parlamento Europeu,
Conselho da União Européia, Comissão Européia, Tribunal de Justiça, Tribuna de
Contas, Comitê Econômico e Social Europeu, Comitê das Regiões, Banco Central
Europeu, Banco Europeu de Investimento. Pela corrente majoritária, o bloco está
como Integração Econômica Total (5o estágio), mas devemos ser cautelosos, pois a

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ESAF parece ter seguido em 2009 um autor que segue a corrente minoritária, que diz
que a União Européia é uma União Econômica (4o estágio). Só olhando a questão (e
principalmente as de Direito Internacional), é que conseguimos saber se a ESAF está
se baseando no autor Paulo Henrique Portela. Se as questões de prova de DIP
tratarem de soft law como norma de DIP ou ONG’s como sujeito de DIP, então é
porque a linha seguida foi realmente a de Paulo Portela. E, nesse caso, a União
Européia deve ser escrita como união econômica (e monetária, por causa do euro),
não integração econômica total.
f) A ALADI substituiu a ALALC. A ALADI possui como objetivo a implantação de um
mercado comum, sem prazo definido, por meio da utilização de zonas preferenciais.
g) O Pacto Andino é união aduaneira e, portanto, possui uma Tarifa Externa Comum,
mas que ainda não é utilizada pelo Peru. Possui ainda órgãos supranacionais.
h) O NAFTA é hoje uma área de livre comércio. Não tem pretensões de atingir o
mercado comum, mas possui livre circulação de capitais, não de mão-de-obra.
i) O Mercosul foi criado com o objetivo de se instituir um mercado comum, com livre
circulação de bens, serviços e fatores de produção (capital e trabalho),
estabelecimento de uma TEC e nomenclatura comuns e coordenação de posição em
foros econômico-comerciais regionais e internacionais.
j) O Mercosul também contempla a coordenação de políticas macroeconômicas e
setoriais (não se trata de harmonização).
k) O mercado comum em si ainda não foi atingido no Mercosul. Atualmente o estágio é
de união aduaneira, com algumas exceções vigentes.
l) Como exceção ao livre comércio no Mercosul, persistem os automóveis, o setor
açucareiro e as salvaguardas instituídas pelo Mecanismo de Adaptação Competitiva
(MAC) em 2006, válido para Brasil e Argentina. Também são exceções ao livre
comércio no bloco os bens sujeitos às medidas antidumping e compensatórias e
aqueles sujeitos às barreiras previstas nos artigos XI, XII, XIII, XIV, XV e XX do
GATT, dentre os quais se destacam a proteção à saúde e ao meio-ambiente. Há
previsão de liberação do comércio de serviços no bloco para 2015.
m) Dentre as exceções vigentes na união aduaneira do Mercosul, constam as listas de
exceção, que permitem aos países tributarem diferentemente da TEC. Atualmente o
Brasil pode tributar 93 itens da NCM com alíquota diferente em relação à da TEC. A
previsão para isso acabar é 31/12/2010 para Brasil e Argentina e 31/12/2015 para
Paraguai e Uruguai. A cada semestre, podem ser substituídos até 20% dos códigos
NCM excepcionados. No Brasil essa lista de exceções à TEC é publicada pela CAMEX.
n) Há uma outra lista de exceções específica para os bens de informática e
telecomunicações (BIT).
o) Mais uma exceção à TEC: os países do Mercosul podem aplicar alíquotas inferiores
à TEC, por até 12 meses, para evitar desabastecimento em um limite de 20 códigos
NCM para cada Estado-Parte, sendo que o limite pode ser ultrapassado no caso de
calamidade ou risco à saúde pública.
p) Os importadores podem pleitear junto à CAMEX “Ex-Tarifário”, que consiste na
redução da alíquota do imposto de importação para bens de capital, de informática
ou de telecomunicações sem similar nacional, com objetivo de modernização do
parque industrial do país. Uma vez criado o “Ex”, ele vale para todos os
importadores. A alíquota do produto nele descrito passará a valer no lugar da
alíquota normal da TEC para o código NCM, especificamente para o produto descrito
no “Ex”.
q) Os órgãos do Mercosul são: Conselho do Mercado Comum (CMC), Grupo Mercado
Comum (GMC), Comissão de Comércio do Mercosul, Parlamento do Mercosul
(Parlasul), Foro Consultivo Econômico e Social, Secretaria do Mercosul, Tribunal
Permanente de Revisão (TPR), Tribunal Administrativo Laboral e Centro Mercosul de
Promoção de Estado de Direito.
r) O CMC é órgão decisório. Suas decisões são tomadas por consenso. O GMC é o órgão
executivo.
s) O Parlasul tem apenas função consultiva, servindo para acelerar o rito de
internalização das normas do Mercosul.

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t) O sistema de solução de controvérsias do Mercosul atualmente contempla:
negociações diretas, intervenção do GMC, Tribunal Arbitral, Tribunal Permanente de
Revisão.
u) O tribunal arbitral é temporário (ad-hoc), constituído por 3 árbitros.
v) O TPR, além de atuar como julgador dos recursos (2a instância), pode servir de órgão
de consulta ou mesmo julgador em instância única.
w) Os litígios entre dois países do Mercosul podem ser levados à OMC, ao invés de se
utilizar o sistema de solução de controvérsias do bloco regional.
x) Pra ser considerada originária do Mercosul (Regime de Origem), a mercadoria tem de
ter sido integralmente produzida em um dos países do bloco OU; produzida 60% no
bloco (exceção para exportações paraguaias, bastando cumprir o percentual de 40%)
OU; mesmo sem atingir os 60% de conteúdo regional, tenha ocorrido o salto
tarifário, ou seja, tenha sido conferida nova individualidade à mercadoria (alteração
dos 4 primeiros dígitos da NCM). Nesse último critério, podem insumos possuir NCM
na mesma posição do produto final, desde que o valor CIF deles não exceda 10% do
valor FOB do produto final.
y) Quando um produto é tributado com alíquota zero pelos quatro países do Mercosul,
não se investiga a origem do mesmo, ou seja, ele pode entrar no Mercosul por um
Estado-Parte e ser exportado para outro, sem cobrança de imposto de importação.
Isso não vale se a alíquota da TEC é diferente de zero, situação que ensejaria a dupla
cobrança da TEC se o produto fosse importado para um país do Mercosul e
posteriormente exportado para outro.

4) Item 10 (Valor Aduaneiro)

a) O Acordo de Valoração Aduaneira (AVA) surgiu para evitar que os países utilizassem
bases de cálculo arbitrárias ou fictícias para o imposto de importação, eliminando-se
as hipóteses de utilização de “preço normal”, “preço teórico” ou “preço mínimo”.
b) O AVA instituiu que o imposto de importação deveria ter como base de cálculo um
valor baseado no preço efetivamente pago ou pagar, ou seja, o valor real da
transação.
c) Métodos de valoração: 1-Valor da Transação; 2-Transação de Mercadorias Idênticas;
3-Transação de Mercadorias Similares; 4-Valor deduzido a partir da revenda; 5-Valor
computado a partir do custo; 6-Valor baseado em critérios razoáveis.
d) O examinador ESAF adora o item 3 da Introdução do AVA, que permite que o
importador solicite a aplicação do método 5 antes do método 4, com a devida
autorização da aduana.
e) Já caiu a definição de mercadorias idênticas. Quem sabe agora caia a de
mercadorias similares? São aquelas “que, embora não se assemelhem em todos
os aspectos, têm características e composição material semelhantes, o que lhes
permite cumprir as mesmas funções e serem permutáveis comercialmente. Entre os
fatores a serem considerados para determinar se as mercadorias são similares
incluem-se a sua qualidade, reputação comercial e a existência de uma marca
comercial”.
f) Como exemplo de itens que compõem o valor aduaneiro, juntamente com o custo
da mercadoria, citamos:
1) Frete e Seguro Internacional, gastos com carga, descarga e manuseio associados
ao transporte da mercadoria (estes foram deixados a cargo de cada país e o
Brasil, ou melhor, o Mercosul, os incluiu no VA).
2) Custo de embalagem e manuseio no local de embarque
3) Frete interno no país de exportação
4) Comissão de venda
5) Royalties pelo direito de uso de marca.
g) Temos que observar na questão se o valor da fatura já não contempla algum dos
valores acima.
h) Exemplo de itens que não compõem o valor aduaneiro:
1) Comissão de compra.
2) Montagem do equipamento no estabelecimento do importador.

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i) O desconto concedido em função de transações anteriores não será abatido para
cálculo do VA.
j) Em regra, todos os países signatários da OMC devem observar o AVA por se tratar de
um acordo multilateral. No entanto, lembre que é um acordo que admite reservas
pelo país no momento em que o país entra na organização.

5) Item 2.3 (OMA) e Item 9 (Classificação Aduaneira):

a) A Organização Mundial das Alfândegas reúne representantes de 171 países para


discutirem políticas aduaneiras, trocando informações, criando acordos de
cooperação ou criando regras internacionais para serem aplicadas pelas alfândegas
dos países membros.
b) Uma das principais criações da OMA foi o Sistema Harmonizado, de 1983. Naquele
tempo e até 1994, a OMA ainda era chamada de Conselho de Cooperação Aduaneira.
c) O capítulo 77 do SH é reservado para uso futuro e os capítulos 98 e 99 são
reservados para uso das Partes Contratantes. Na prova de 2005 caiu uma questão
que pegou um detalhe do detalhe, exigindo o conhecimento de que, no Brasil, o
capítulo 99 é utilizado para operações especiais na exportação.
d) A classificação tarifária no Brasil é determinada pelo enquadramento do produto na
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
e) A NCM é baseada no SH. A NCM/SH é a nomenclatura oficial dos países do Mercosul.
Portanto é a nomenclatura oficial do Brasil, sendo de utilização obrigatória nas
transações comerciais (importações e exportações) com todos os países. Assim,
muito cuidado, pois aparece muito nas provas a assertiva (incorreta) de que a
NCM/SH só se aplicaria nas transações do Brasil com os países do Mercosul. Isso está
errado. A NCM vale para importações e exportações brasileiras negociadas com todos
os países.
f) A NCM possui 8 dígitos, sendo os seis primeiros relativos ao SH.
g) O SH possui 6 Regras Gerais de Interpretação (RGI). A RGI-1 determina que a
classificação será efetuada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de
Capítulo e, desde que não sejam contrárias a esses textos, pelas demais regras
gerais de interpretação. Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos do Sistema
Harmonizado têm apenas valor indicativo.
h) A NCM instituiu ainda 2 Regras Gerais Complementares (RGC), que complementam o
enquadramento na NCM. Subsidiariamente são utilizadas as Notas Explicativas do
Sistema Harmonizado (NESH) e os Pareceres de Classificação da OMA.
i) A classificação será realizada pelo importador quando do registro da DI. De fato, ele
elabora sua declaração, contendo a NCM correspondente a cada produto, e a
apresenta para a Receita Federal conferi-la.
j) Em caso de dúvida quanto à correta classificação de um produto, o importador pode
formular um processo de consulta à Receita Federal do Brasil, valendo para
declarações registradas após a data de protocolo do processo de consulta.
k) O contêiner, quando utilizado como unidade de carga, não é objeto de classificação
fiscal. Apenas a mercadoria que é transportada em seu interior. Contêiner não é
embalagem. Mas cuidado, pode vir uma questão onde o contêiner seja importado
como mercadoria. Nesse caso será tratado como mercadoria, e não como unidade de
carga, sendo classificado também na NCM.
l) A RGI-5B e a RGC-2 já caíram algumas vezes. Combinando as duas regras, uma
embalagem de utilização repetida contendo mercadorias (ex: cilindro contendo
gás) será classificada separadamente, ou seja, não seguirá a classificação da
mercadoria principal (do conteúdo), SOMENTE quando a embalagem estiver
amparada por um regime de admissão temporária (na importação) ou de exportação
temporária (na exportação). Caso contrário, a classificação da embalagem seguirá a
classificação da mercadoria.

6) Item 2.3 (UNCTAD) e 06 (Sistemas Preferenciais)

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a) A UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento – é
um órgão de natureza permanente na ONU. É composta por países desenvolvidos e
em desenvolvimento.
b) A UNCTAD foi criada por influência da CEPAL – Comissão Econômica para a América
Latina, cujo Secretário-Geral, Raúl Prebisch, detectou que os países em
desenvolvimento estavam sendo permanentemente prejudicados no comércio
internacional.
c) A UNCTAD surgiu então para trabalhar pelos países em desenvolvimento do mundo
inteiro. E trabalha para que o comércio exterior lhes ajude em seu desenvolvimento.
Por isso, no seu nome aparecem as palavras “comércio” e “desenvolvimento”. São
essas duas palavras que têm que aparecer na resposta quando perguntam sobre
UNCTAD.
d) Para ajudar os países em desenvolvimento, a UNCTAD criou o SGP.
e) No SGP, os países outorgantes (desenvolvidos) concedem benefícios comerciais
(redução ou até isenção do imposto de importação) aos países em desenvolvimento
sem reciprocidade (unilateral).
f) Instituído como exceção à cláusula NMF, o SGP e o SGPC foram autorizados no GATT
pela “Cláusula de Habilitação”.
g) O SGPC consiste em concessões tarifárias e não-tarifárias para incrementar o
comércio mútuo entre países em desenvolvimento.
h) Para usufruir dos benefícios do SGP o produto deve ser transportado diretamente do
país beneficiário exportador para o país outorgante importador, devendo estar
amparado por certificado de origem.
i) O Brasil, como nação em desenvolvimento, é beneficiário de alguns SGP e pode atuar
como beneficiário ou outorgante no SGPC.
j) No Brasil, o certificado de origem do SGP (“Formulário A”) é emitido pelo Banco do
Brasil, e o certificado de origem do SGPC é emitido pela Confederação Nacional da
Indústria e pelas federações de indústrias credenciadas.

7) Item 12 (Contratos e Incoterms)

a) Os incoterms são de utilização facultativa. Se constarem no contrato, suas condições


devem ser cumpridas por exportador e importador. São condições para simplificar a
edição dos contratos internacionais de compra e venda de mercadorias.
b) Os incoterms representam o “ponto de vista” do exportador. Ex: No FOB, o
exportador deve entregar a mercadoria desembaraçada para exportação a bordo do
navio no porto de embarque.
c) Nos incoterms “C”, o ponto de transferência dos riscos é distinto do ponto de
transferência dos custos. Assim, os custos para o exportador no incoterm CIF são
equivalentes (próximos) aos custos no incoterm DES. A distinção entre ambos reside
no fato de que, no CIF, o seguro é contratado tendo como beneficiário o importador.
O exportador cumpre sua obrigação ao entregar a mercadoria a bordo do navio no
porto de origem. Em caso de sinistro durante o transporte internacional, o
pagamento continua sendo devido pelo importador. Já no DES isso não ocorre, pois o
exportador se responsabiliza por entregar a mercadoria no porto de destino.
d) Os incoterms são publicados e revistos pela Câmara de Comércio Internacional (CCI).
Quando indicados no contrato, deve também ser citada a versão (1990 ou 2000, por
exemplo).
e) Nos incoterms dos grupos “E”, “F” e “C” a obrigação do exportador é cumprida no
país de origem.

8) Item 08 (Instituições Intervenientes)

a) A CAMEX é responsável pelo estabelecimento de diretrizes em relação ao comércio


exterior, considerando seu objetivo de coordenação de políticas de comércio exterior
de bens e serviços, incluindo o turismo. Assim, a CAMEX orienta, coordena e opina,
mas quem efetivamente realiza o controle sobre as atividades de comércio exterior
são os órgãos executivos (RFB – controle fiscal; SECEX – controle administrativo; BC
– controle cambial).

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b) A CAMEX é responsável, no Brasil, pela alteração da Nomenclatura Comum do
Mercosul (NCM/SH).
c) A CAMEX é responsável pela fixação das alíquotas do imposto de importação, do
imposto de exportação, dos direitos antidumping, dos direitos compensatórios e das
medidas de salvaguarda (estas últimas podem ser implementadas por cotas ou via
aumento do imposto de importação).
d) A investigação em relação à imposição de medidas de defesa comercial compete ao
DECOM (Departamento de Defesa Comercial), da SECEX.
e) A SECEX é responsável pela fiscalização de preços, pesos, medidas e qualidade nas
importações e nas exportações, prévia ou posteriormente às operações.
f) A SECEX formula propostas de programas e políticas de comércio exterior. Participa,
ainda, das negociações em acordos internacionais pertinentes à matéria.
g) Quando se fala em execução da política tributária e acompanhamento dos seus
efeitos sobre a economia do país, aí é atribuição da Receita Federal.
h) Por outro lado, acompanhamento da política cambial é atribuição do Bacen.
i) Já o MRE atua na promoção comercial, pesquisando sobre mercados externos para
facilitar a vida do exportador brasileiro.

9) Item 07 (Práticas Desleais de Comércio e Defesa Comercial)

a) As práticas desleais de comércio são o dumping e o subsídio.


b) Praticar dumping é exportar a preço inferior ao seu valor normal. Esse preço normal
seria o preço de mercado no país do exportador. A exportação não precisa ser a
preço inferior ao custo para ser reconhecido o dumping. Não há essa previsão.
c) O dumping só enseja aplicação de medidas antidumping quando causar ou ameaçar
causar dano à indústria doméstica do país importador ou retardar a implantação de
uma indústria (setor industrial, e não de uma firma).
d) Para ser aplicada a medida antidumping, além do dumping, deve ser provado o dano
e o nexo causal entre ambos. Também o volume de exportações com dumping deve
ser significativo em relação à produção nacional e o preço do similar nacional deve
ser considerado justo. Não há necessidade de comprovação de dolo.
e) Quem investiga a necessidade de aplicação de medidas de defesa comercial é a
SECEX, mas quem aplica as medidas é a CAMEX.
f) Não há que se falar em valoração aduaneira para combater o dumping. Deve ser
aplicada medida antidumping. Esta não é um tributo. Caso instituída pela CAMEX
deve ser cobrada do importador juntamente com os tributos devidos (II, IPI, PIS,
Cofins).
g) Não podem ser impostas medidas antidumping e compensatórias sobre um mesmo
produto. Ou se aplica uma ou outra.
h) É considerada subsídio a transferência direta de fundos governamentais (ou
potenciais transferências, ou obrigações, tais como garantias) de modo que se
confira uma vantagem com essa prática. Também pode ser considerado subsídio a
prática de sustentação de preços.
i) O Acordo de Subsídios classificou os mesmos em proibidos (nunca podem ser
usados), irrecorríveis (são subsídios mas podem ser praticados) e os recorríveis
(se comprovado o dano, cabe ação de defesa).
j) Os subsídios não específicos (genéricos) são irrecorríveis. Também são irrecorríveis
os subsídios específicos destinados a atividades de pesquisa, a regiões
economicamente desfavorecidas ou para adequação de instalações para atendimento
de novas exigências ambientais.
k) São proibidos os subsídios vinculados ao desempenho exportador (aumento de
exportações) ou ao uso preferencial de produtos nacionais em detrimento dos
importados (redução de importações).
l) Medidas de salvaguarda não são aplicadas contra práticas desleais. Tem que
comprovar que houve aumento significativo do volume de importações de um
produto concorrente com o similar nacional e que isso esteja causando ou
ameaçando causar dano grave à indústria doméstica do país importador. A
salvaguarda pode ser implementada por meio de cota ou de tarifa.

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m) No caso da salvaguarda, não há previsão de imposição quando do retardamento da
implantação de indústria.
n) Salvaguardas são aplicadas a um produto, portanto independem da sua procedência,
ao contrário das medidas antidumping e compensatórias. Como estas últimas
combatem práticas desleais, são utilizadas somente contra a origem.
o) A salvaguarda, para ser instituída, exige o oferecimento de compensações por parte
do país instituidor, sob pena de haver retaliação justa. A retaliação só não pode
ocorrer quando o aumento de importações causador da salvaguarda foi em termos
absolutos: é a Cláusula da Paz.
p) As solicitações de investigações de defesa comercial são realizadas pela indústria
doméstica e, excepcionalmente, pelo Governo Federal, ex officio. Portanto, para ser
iniciada a investigação não há necessidade de determinação de alguma autoridade.
q) Excepcionalmente, um terceiro país pode solicitar ao país importador a aplicação de
medidas antidumping. Nesse caso, deve-se demonstrar que as importações estão
sendo realizadas a preços de dumping e que o dumping alegado está causando dano
à indústria daquele país.

10) Item 13 (Formas de Pagamento)

a) São formas de pagamento utilizadas no comércio internacional:


- Pagamento Antecipado – Pagamento antes do embarque (salvo no caso de
importação temporária transformada em definitiva, quando o pagamento antecipado
se caracteriza por ser um pagamento antes do desembaraço)
- Remessa Sem Saque – Documentos enviados diretamente do exportador para o
importador, sem intervenção bancária.
- Cobrança – Documentos enviados para cobrança por meio de bancos.
- Carta de crédito – Compromisso definitivo assumido pelo Banco Emitente para
pagar ao exportador, caso as cláusulas da carta tenham sido cumpridas.
b) A remessa sem saque, a cobrança e a carta de crédito podem ser à vista ou a prazo.
“À vista” significa pagamento após o embarque, mas antes do desembaraço. “A
prazo” é pagamento após o desembaraço.
c) A carta de crédito é a modalidade mais cara e a mais segura para as partes. Mas não
é plenamente segura para o importador, pois, como os bancos olham apenas papéis,
o exportador pode ter escrito uma coisa na fatura e colocado uma coisa diferente
dentro da caixa. Como o banco só vai olhar o papel, o importador não pode impedir o
pagamento do Banco ao exportador. Para evitar diferenças entre o escrito na fatura e
o constante na caixa, é costume usar o laudo de inspeção pré-embarque.
d) Modalidade em que o importador mais rapidamente põe as mãos na mercadoria:
remessa sem saque, tendo em vista que os documentos não passam pelos bancos.
e) Modalidade em que o exportador recebe o dinheiro o mais rápido possível:
pagamento antecipado.
f) Modalidade de maior risco para o exportador: remessa sem saque. Modalidade de
maior risco para o importador: pagamento antecipado.
g) Modalidade em que o exportador mais demora a receber o dinheiro: em regra, a
cobrança. Isto porque os documentos terão que viajar para que depois o banco cobre
do importador. Na carta de crédito, em regra, o pagamento é feito diretamente pelo
Banco Designado no próprio país do exportador. Na remessa sem saque, o
importador, com os documentos chegando rapidamente à sua mão, não precisa, em
regra, esperar mais nada para pagar.
h) Tipos de carta de crédito: à vista, por aceite, por pagamento diferido e por
negociação. A carta por negociação indica uma carta sem direito de regresso, pois
ainda que o Banco Emitente não pague ou reembolse o Banco Designado, este será
obrigado a pagar ao Beneficiário.

11) Item 14 (Seguro de Crédito à Exportação – SCE)

a) Decreto 6.452/2008: “O Seguro de Crédito à Exportação - SCE tem a finalidade de


garantir as operações de crédito à exportação contra os riscos comerciais, políticos e

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extraordinários que possam afetar: I - a produção de bens e a prestação de serviços
destinados à exportação brasileira; II - as exportações brasileiras de bens e serviços.
b) O SCE poderá ser utilizado por exportadores e pelas instituições que financiarem,
refinanciarem ou garantirem a produção ou a exportação de bens e serviços.
c) Os riscos cobertos pelo SCE são: comerciais (insolvência do devedor), políticos (falta
de pagamento por culpa de governo) e extraordinários (não pagamento por força
maior como tempestades e terremotos).
d) A seguradora também indeniza no caso de ter havido uma exportação em
consignação ou para uma feira e não se consiga trazer de volta o bem, qualquer que
seja o motivo.

12) Item 11 (Acordo sobre Regras de Origem)

a) O Acordo sobre Regras de Origem é um acordo internacional, do tipo multilateral,


administrado pela OMC, cujo objetivo é definir as diretrizes para que os países ou
blocos criem suas próprias regras de origem. Os países/blocos comerciais devem, ao
criarem seus regimes de origem, se basear nos padrões definidos neste acordo
internacional.
b) O Acordo sobre Regras de Origem veio para servir a dois propósitos principais:
1) evitar o uso protecionista das regras nacionais e regionais de origem e
2) harmonizar as regras de origem criadas pelos países e blocos comerciais.
c) O Acordo impõe a seguinte regra: as regras de origem deverão basear-se numa regra
positiva (dizendo quando um produto é originário de um país). As regras negativas
(que dizem quando um produto NÃO é originário de um país) até poderão ser usadas,
mas supletivamente, ou seja, só para fins de esclarecer uma regra positiva.

Desejamos-te uma ótima prova,


Rodrigo Luz e Missagia

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11) CONTABILIDADE GERAL – Luiz Eduardo

Introdução
Prezado aluno,
É um grande desafio e uma ótima oportunidade dar um bizu final sobre a prova de
Contabilidade do concurso para ATRFB, que nos aguarda. Aqui, escolhi alguns
assuntos que reputo como certos na prova, são eles:
• Princípios e Estrutura básica conceitual
• Classificação de contas – alteração da Lei das S/A
• Provisões e lançamentos de final de período
• Fechamento de balanço
• Participações no resultado, Reserva legal e dividendos mínimos obrigatórios
• Operações com mercadorias
• Critérios de avaliação de ativos e passivos
Salientando que (pelo tempo e espaço disponíveis) daremos apenas um “bizu” sobre os
assuntos acima. Assim, é esperado que o aluno já tenha – anteriormente –
estudado o tema e esteja, agora, fazendo apenas a revisão final.
Feitas as necessárias colocações iniciais, vamos aos temas.

Bizus de Contabilidade
Princípios e Estrutura básica conceitual
Historicamente, o assunto “princípios fundamentais de contabilidade” tem sido
cobrado em uma das questões da prova. Dessa vez, a novidade é a possibilidade de
cobrança desse assunto de forma coordenada com outro – novo – e a ele
relacionado: a estrutura básica conceitual da Contabilidade, proposta pelo CPC
(Comitê de Pronunciamentos Contábeis), em linha com os padrões internacionais de
contabilidade.
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade estão definidos na Resolução CFC n° 750, de
1993, são eles: Entidade / Continuidade / Oportunidade: tempestividade,
integridade / Registro pelo Valor Original / Atualização Monetária / Competência /
Prudência. A seguir, faremos uma breve colocação do significado de cada um deles.
Entidade – o patrimônio dos sócios não se confunde com o patrimônio da empresa.
Continuidade – a empresa deve ter seu patrimônio registrado a partir da premissa de
que sua atividade é eterna; ao contrário, quando houver clara informação de quebra de
continuidade da empresa, o registro do patrimônio pode e deve ser alterado (ativos
podem ser registrados pelo seu valor de realização – alienação – prazos do passivo
devem ser alterados para estarem de acordo com a data de interrupção das
atividades da empresa).
Oportunidade – o princípio da oportunidade se desdobra em duas idéias principais, a
saber: (1) a tempestividade – o que ocorre no patrimônio deve ser registrado no
momento de sua ocorrência (nem antes, nem depois) e (2) integridade – o que ocorre no
patrimônio deve ser registrado por completo (não se aceita o registro apenas
parcial de um acontecimento).

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Registro pelo valor original – os elementos constantes do patrimônio devem ser, nele,
registrados pelo valor de transacionado com terceiros (para a entrada do referido
elemento no patrimônio).
Atualização monetária – proibida pela Lei 9.249, de 1995.
Competência – as receitas devem ser registradas quando auferidas,
independentemente de seu recebimento, e as despesas devem ser registradas
quando incorridas, independentemente de seu pagamento.
Prudência – frente a duas opções igualmente corretas, a Contabilidade deve preferir
(para registro de fatos e informações no patrimônio) aquele que: (1) para ativos
representem o menor valor e (2) para passivos representem o maior valor.
Além dos princípios, acima, foram aplicadas até o início de 2009 as seguintes
convenções (Uniformidade / Materialidade / Objetividade) – tratadas na revogada
Deliberação CVM nº 29, de 1986. O que caracterizava as convenções era o fato de
que (ao contrário dos princípios) elas não eram de aplicação mandatória, mas sim
preferencial (caso elas deixassem de ser aplicadas, era necessária a apresentação de
uma nota explicativa justificando sua não utilização). A seguir, encontram-se
comentadas cada uma das três referidas convenções.
Pela convenção da Uniformidade, uma vez escolhido um critério de registro do
patrimônio, esse critério deve PREFERENCIALMENTE, ser mantido ao longo do tempo
(facilitando a comparação de séries temporais). Pela convenção da Materialidade, o
registro do patrimônio deve se referir a itens materialmente importantes (sendo os
demais passíveis de registro em conjunto). Pela convenção da objetividade, entre um
suporte documental e a opinião subjetiva de alguém, o registro contábil deve ser
realizado com base no suporte documental (objetivo).
O PRONUNCIAMENTO CONCEITUAL BÁSICO – ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A
PREPARAÇÃO E A APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS –
Pronunciamento elaborado pelo CPC, dispondo sobre as bases da Contabilidade, em
linha com os padrões internacionais determinados pelo IASB, adotado pela CVM e
pelo CFC, foi introduzido mas não afastou a aplicação dos princípios, coexistindo com
atos anteriores que dispunham sobre os princípios fundamentais de contabilidade. Em
seguida, faremos uma breve apresentação dos conceitos tratados no referido
pronunciamento.
1 - O OBJETIVO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS – Prover o usuário de informações
acerca do patrimônio das entidades, para a tomada de decisões.
2 - AS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS INFORMAÇÕES: COMPREENSIBILIDADE,
RELEVÂNCIA, CONFIABILIDADE E COMPARABILIDADE.
2.1 - COMPREENSIBILIDADE – As informações sobre o patrimônio devem ser
apresentadas da forma mais simples possível, de modo a ser compreendida pela maior
parcela possível dos usuários.
2.2 - RELEVÂNCIA – Na apresentação de informações sobre o patrimônio, devem ser
escolhidas as informações mais relevantes, para que o usuário não se perca em
detalhes.
2.3 - CONFIABILIDADE – Na apresentação das informações relevantes para o
patrimônio, deve-se tomar cuidado para não apresentar informações que, apesar de
relevantes, trazem tantas dúvidas em seu conteúdo que, ao invés de auxiliar o usuário
no entendimento do patrimônio, confundam-no. Para que se garanta a
confiabilidade, buscam-se cinco requisitos, a saber: (1) representação com
propriedade, (2) primazia da essência sobre a forma, (3) neutralidade, (4) prudência e
(5) integridade.

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2.4 - COMPARABILIDADE – As informações devem ser apresentadas de forma a facilitar
a comparação do patrimônio da entidade (tanto em sua evolução no tempo, quanto
em relação a outras entidades).
3 - LIMITAÇÕES NA RELEVÂNCIA E NA CONFIABILIDADE DAS INFORMAÇÕES – São quatro
os fatores de limitação na relevância e na confiabilidade das informações:
tempestividade, relação custo/benefício, equilíbrio entre as características da
informação e o objetivo de apresentação de uma visão verdadeira e adequada. A
seguir, são comentados os quatro fatores:
3.1 - A tempestividade: nem sempre a informação está pronta para ser apresentada a
tempo de se tomar uma decisão.
3.2 - a relação custo benefício: a apresentação apressada de informações tem um
custo – da incerteza – e um benefício – de possibilitar decisões.
3.3 - o equilíbrio entre as características das informações: o equilíbrio entre as
características da informação leva naturalmente ao prejuízo de uma delas sempre que
for privilegiada outra com ela incompatível e
3.4 - o objetivo de apresentar uma visão verdadeira e adequada da informação: que
sacrifica detalhes, em prol da visão geral da realidade.
4 - A DEFINIÇÃO, O RECONHECIMENTO E A MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS QUE
COMPÕEM AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS – Ativos, Passivos, Patrimônio Líquido,
Receitas e despesas.
4.1 – Ativos – recursos controlados pela entidade dos quais se espera obtenção de
benefícios.
4.2 – Passivos – obrigações cuja liquidação venha a consumir ativos
4.3 - Patrimônio Líquido – diferença entre ativos e passivos
4.4 – Receitas – aumentos do patrimônio líquido que não sejam decorrentes do aporte
de recurso por parte dos sócios
4.5 – despesas – reduções do patrimônio Líquido que não sejam decorrentes da
entrega de recursos aos sócios.
5 - OS CONCEITOS DE CAPITAL E DE MANUTENÇÃO DO CAPITAL – Conceito financeiro x
conceito físico.
Finalmente, para facilitar a memorização dos conceitos acima, a seguir, encontram-se
cotejados os referidos conceitos:
a) Resolução CFC n° 750, de 1993
CFC Correspondência
Princípios Fundamentais de contabilidade Deliberação CVM Es trutura bás ica - CPC
Entidade Postulado n/a
Oportunidade n/a limitação confiabilidade x relevância
Continuidade postulado pres s uposto bás ico
Registro pelo Valor original princípio critério de avaliação do ativo (cus to his tórico)
A tualização M onetária n/a n/a
Competência princípio pres s uposto bás ico
Prudência convenção requis ito da confiabilidade de informação

b) Deliberação CVM n° 29, de 1996

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CVM Corres pondência
Pos tulados -princípios -convenções princípios CFC Es trutura bás ica - CPC
pos tudado da entidade entidade n/a
pos tulado da continuidade continuidade p ressup osto básico
princípio do cus to como bas e de valor reg. Valor original critério de avaliação do ativo (custo histórico)
princípio da realização da receita e confrontação com des pes a competência p ressup osto básico
princípio do denominador comum monetário reg. Valor original critério de avaliação do ativo (custo histórico)
convenção da objetividade n/a requisito da confiabilidade de informação (neutralidade)
convenção da materialidade n/a limitação da confiabilidade x relevância (custo x benefício)
convenção da cons is tência n/a característica qualitativa da informação (comp arabilidade)
convenção do cons ervadoris mo prudência requisito da confiabilidade de informação (p rudência)

Repare que os postulados e princípios, bem como convenções, da Deliberação CVM


n° 29, de 1986, estão completamente absorvidos pelas normas posteriores (CFC – CPC)
tendo recebido tratamento específico.

c) Estrutura Conceitual Básica - CPC


CPC Corres pondência
Pres s upos tos -caracterís ticas qualitativas - requis itos confiab. princípios CFC CVM
pres s upos to bás ico da competência competência p rincíp io da realiz da receita e confront com dep esa
pres s upos to bás ico da continuidade continuidade p ostulado da continuidade
caracterítica qualitativa da compreens ibilidade n/a n/a
caracterís tica qualitativa da comparabilidade n/a convenção da consistência
caracterís tica qualitativa da confiabilidade n/a n/a
requis ito da confiabilidade - repres entação com propriedade n/a n/a
requis ito da confiabilidade - es s ência s obre a forma n/a n/a
requis ito da confiabilidade - neutralidade n/a convenção da objetividade
requis ito da confiabilidade - prudência prudência convenção do conservadorismo
requis ito da confiabilidade - integridade n/a n/a
caracterís tica qualitativa da relevância n/a n/a
limitação da relevância x confiabilidade - tempes tividade oportunidade n/a
limitação da relevância x confiabilidade - cus to/benefício n/a convenção da materialidade
limitação da relevância x confiabilidade - equilíbrio das caracterís ticas n/a n/a
limitação da relevância x confiabilidade - vis ão verdadeira e adequada n/a n/a

Classificação de contas – alteração da Lei das S/A


A classificação de contas é geralmente cobrada juntamente com outros assuntos (a
seguir tratados em específico). Entretanto, alguns cuidados são fundamentais na
resolução de questões que envolvam classificação de contas:
1 - se o conjunto de contas a classificar for muito grande, a questão será – certamente
– trabalhosa e, assim, o aluno deve deixar para resolver a questão ao final da prova
(quando já terá acertado várias outras questões, estará mais seguro e confiante e,
ainda, verá que há tempo para a resolução).
2 - Não há uma norma que defina (peremptoriamente) os nomes de contas contábeis,
a nomenclatura utilizada é conseqüência da prática, bem como dos costumes, e,
assim, a classificação pode gerar algumas dúvidas. Com efeito, há nomes de contas
que designam contas de diferentes grupos patrimoniais (ex.: Provisão para o IR –

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passivo ou despesa). Nessa situação, a única maneira (segura, porém trabalhosa) de
resolver a questão é:
- considerar as duas possibilidades de classificação da conta;
- verificar, entre as cinco alternativas da questão, aquela interpretação que leva a
uma e apenas uma das alternativas;
- adotar a interpretação que leva a essa única alternativa e descartar a outra
interpretação (que não leve a nenhuma das alternativas ou a mais de uma
alternativa);
- caso ambas as interpretações levem a uma e somente uma alternativa (entre as
cinco do enunciado), a questão será passível de recurso e anulação.
4 - houve alteração dos critérios de classificação de contas em grupos patrimoniais,
nos termos da tabela abaixo:
Estrutura do Ativo - Conform e Lei da s S/A
(1) Redação Origina l (2) Re da çã o dada pela Lei 11.638/2007 Re da çã o dada pela MP 449/2008
A - Ativo Circulante A - Ativo Circulante A - Ativo Circulante
B - Ativo Realizável a Longo Prazo B - Ativo Realizável a Longo Prazo B - Ativo não-circulante
a - Ativo realizável a Longo Prazo
C - Ativo Permanente C - Ativo Permanente
a - Investimentos a - Investimentos b - Investimentos
b - Imobilizado b - Imobilizado c - Imobilizado
c - Intangível d - Intangível
c - Diferido d - Diferido

Estrutura do Passivo - Conforme Le i das S/A


(1) Redação Origina l (2) Re da çã o dada pela Lei 11.638/2007 Re da çã o dada pela MP 449/2008
A - Passivo Circulante A - Passivo Circulante A - Passivo Circulante
B - Passivo Exigível a Longo Prazo B - Passivo Exigível a Longo Prazo B - Passivo não-circulante
C - Resultados de Exercícios Futuros C - Resultados de Exercícios Futuros
D - Patrimônio Líquido D - Patrimônio Líquido C - Patrimônio Líquido
a - Capital a - Capital a - Capital
b - Reservas de capital b - Reservas de capital b - Reservas de capital
c - Reservas de Reavaliação c - Saldos de Reservas de Reavaliação c - Saldos de Reservas de Reavaliação
d - Ajustes de Avaliação Patrimonial d - Ajustes de Avaliação Patrimonial
d - Reservas de Lucro e - Reservas de Lucro e - Reservas de Lucro
e - (+/-) lucros ou prejuízos acumulados f - (-) prejuízos acumulados f - (-) prejuízos acumulados
f - (-) ações em tesouraria g - (-) ações em tesouraria g - (-) ações em tesouraria

Para classificação de contas, é necessário conhecer – também – os grupos em que se


classificam as contas de resultado (de acordo com a estrutura da DRE), a seguir:
. Faturamento bruto
(-) IPI faturado
(=) Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV)
(-) vendas canceladas
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais
(-) impos tos e contribuições incidentes s obre vendas e s erviços
. ICMS
. PIS/Pasep
. Cofins
. ISS
(=) Receita Líquida de Vendas (RLV)
(-) Custo das Mercadorias ou produtos vendidos e/ou serviços pres tados
(=) Resultado Bruto (s e positivo, lucro bruto - LB)

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(-) des pesas operacionais
. despes as com vendas
. despes as gerais e adminis trativas
. despes as financeiras
. outras des pes as operacionais
. Resultados negativos em participações s ocietárias
. Variações monetárias pas s ivas
(+) Outras Receitas Operacionais
. Receitas financeiras
. Res ultados pos itivos em participações s ocietárias
. Variações monetárias ativas
. Receitas de aluguél do permanente
(=) Res ultado operacional líquido (s e pos itivo, lucro operacional - LOp)
(-) Outras Des pes as (anteriormente denominadas "Des pes as não operacionais ")
(+) Outras Receitas (anteriormente denominadas "Receitas não operacionais ")
(=) Res ultado do período bas e antes da Contribuição Social e o Impos to de Renda (LAIR)
(-) Contribuição Social s obre o lucro
(-) Provis ão para o Impos to de Renda
(=) Lucro Líquido do período antes das participações (LApIR)
(-) Participação de debenturis tas
(-) Participações de empregados
(-) Participações de adminis tradores
(-) Participações de partes beneficiárias (*)
(-) Contribuição para fundos de as s is tência e previdência s ocial dos empregados
(=) Lucro líquido do período bas e (LL)
(/ ) Número de ações
(=) Lucro líquido por ação

(*) es s e item:
- havia s ido retirado da demons tração pela Lei n° 11.638, de 2007, e
- foi incluido de volta pela Medida Provis ória nº 449, de 2008

Uma última dica sobre classificação de contas: preste atenção no enunciado da


questão. Caso, no enunciado, conste que o elenco de contas a classificar consiste em
um balancete de verificação, podemos confirmar a correção de nossa classificação
através da igualdade entre saldos devedores e credores (que traz como
conseqüência o fato de que o somatório dos saldos das contas de ativo e despesas
deve ser igual ao somatório dos saldos das contas de passivo/PL e receitas).
Entretanto, se no enunciado não constar tal afirmação, não devemos nos garantir
nessas igualdades (inexistindo maneira de garantir a correção da classificação
realizada).
Provisões e lançamentos de final de período
A cada final de exercício, para levantamento do balanço patrimonial, é necessário
realizar algumas provisões, as mais importantes são a PCLD (provisão para créditos de
liquidação duvidosa), a provisão para perdas em investimentos e a provisão para
ajuste a valor de mercado (de estoques).
Quanto à PCLD, no final de cada exercício, ao verificar o valor do direito registrado na
conta Duplicatas a Receber, a empresa deve considerar que um percentual será
objeto de perda, por inadimplência.
A constituição da PCLD consiste em:
a) apurar o valor das perdas prováveis no recebimento de clientes,
durante o próximo exercício;

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b) registrar uma despesa, a débito, no valor da perda provável,
referenciada no item (a);
c) constituir uma provisão, a crédito de uma conta retificadora do ativo,
PCLD (de natureza credora) – redutora do saldo da conta Duplicatas a
Receber.
A realização da provisão pode ser vista como a confirmação da perda. Dessa forma, a
realização da provisão é registrada:
a) a débito da conta PCLD; e
b) a crédito da conta Duplicatas a Receber – no valor da duplicata que
se tornou incobrável, por inadimplência do cliente.
No caso, entretanto, do valor dos créditos efetivamente considerados incobráveis, no
período, ser superior ao valor inicialmente calculado para a PCLD, o montante que
ultrapassar o valor da PCLD não pode ser considerados uma confirmação dessa PCLD,
inicialmente prevista, assim deve ser considerado como perda, não provisionada
anteriormente, diretamente registrada como despesa:
a) a débito de conta de despesas – Perdas no Recebimento de Créditos;
b) a crédito da conta Duplicatas a Receber.
A reversão da PCLD deve ser registrada:
a) a débito da conta PCLD; e
b) a crédito de uma conta de receita de reversão de provisão, no valor da
PCLD inicialmente considerada e que não se confirmou.

Quanto às demais provisões, o raciocínio é similar, importante lembrar que – no caso


de estoques – o valor de mercado é definido em lei. Há duas regras diferentes para a de-
terminação do valor de mercado (justo) dos estoques: (1) uma regra para itens desti-
nados ao consumo (almoxarifado e matérias-primas) e (2) outra regra para itens des-
tinados à venda (mercadorias e produtos). Em seguida, analisaremos cada uma dessas
regras.
(1) o valor de mercado de itens destinados ao consumo na empresa é definido como
o preço de reposição;
(2) o valor de mercado de itens destinados à alienação (mercadorias e produtos) é
definido conforme a seguir:
Des crição
Preço de venda previs to
(-) Tributos s obre a venda
(-) Des pes as neces s árias à comercializa-
ção (-) Margem de lucro previs ta
(=) Valor de mercado

Fechamento de balanço
Essa é uma novidade, que tem sido exigida em outros concursos similares. Assim, cabe
aqui tomarmos o maior cuidado com esse tipo de questão.
(1) No enunciado, será apresentado um elenco de contas formador de um balancete.
Portanto, será necessário classificar as contas e apurar o balancete.

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(2) Em seguida, serão apresentadas informações necessárias ao registro de
lançamentos adicionais, bem como lançamentos de final de período (provisões,
ajustes de equivalência patrimonial, tributos, participações etc.). Assim, será
necessário partir do balancete, registrar os lançamentos requeridos e apurar o
balancete após os ajustes de final de período.
(3) Posteriormente à apuração do balancete após os ajustes de final de período, será
possível apurar a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) e registrar os
lançamentos de fechamento do balanço: (a) zerar as receitas e despesas – em
contrapartida à conta ARE (apuração do resultado do exercício) e (b) transferir o saldo
da conta ARE para o PL.
(4) Em seguida, é necessário calcular o valor das reservas de lucro e dos dividendos,
apurando a DLPA (demonstração de lucros e prejuízos acumulados).
(5) Finalmente, podemos apurar o Balanço Patrimonial.
Somente tomadas as cinco providências acima, é que se pode resolver a questão.
Participações no resultado, Reserva legal e dividendos mínimos obrigatórios
Além da necessidade de apuração dos valores de participações no resultado, reserva
legal e dividendos mínimos obrigatórios no âmbito de exercícios integrados (de
fechamento de balanço), há também questões específicas sobre esses assuntos. A
seguir, vamos recordar cada um deles.
(1) Participações no resultado
As participações no resultado são determinadas, sucessivamente, com base nos lucros
remanescentes, depois de deduzida a participação anteriormente calculada,
observada a seguinte ordem:
- participações de debenturistas
- participações de empregados
- participações de administradores
- participações de partes beneficiárias.
Obs.: a lei das S/A silenciou-se sobre a aplicação do tratamento contábil às
contribuições para os fundos de assistência e previdência dos empregados.
A partir dos conceitos acima, propomos um procedimento com dois passos, para
cálculo das participações: (A) cálculo da primeira participação; (B) cálculo
das demais participações.
(A) cálculo da primeira participação
A primeira participação é a primeira participação que estiver prevista no Estatuto da
companhia, na seguinte ordem: debenturistas, empregados, administradores e partes
beneficiárias.
A.a) base de cálculo da primeira participação
A base de cálculo da primeira participação é:
. Lucro Antes dos Tributos (LAIR)
(-) Provisão para o IRPJ (CSLL)
(-) Prejuízos acumulados (conta do PL – de saldo devedor)
(=) base de cálculo da primeira participação
A.b) valor da primeira participação

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. Base de cálculo da primeira participação
(*) coeficiente (previsto no estatuto)
(=) Valor da primeira participação
(B) cálculo das demais participações
B.a) base de cálculo da participação
. Base de cálculo da participação anterior
(-) Valor da participação anterior
(=) Base de cálculo da participação
B.b) valor da participação
. Base de cálculo da participação
(*) Coeficiente (previsto no estatuto)
(=) Valor da participação
2.c) repetição do passo 2
Repetir o passo 2 até terminarem as participações previstas.
(2) Reserva legal
Para resolução de problemas relativos à Reserva Legal, propomos a seguinte fórmula
simplificadora:
Passo (=) 5% (*) Lucro Líquido
Reserva legal (anteriormente
Teto (=) 20% (*) capital social (-) constituída)
Reserva legal (anteriormente Reservas de capital (exceto correção
Sub-teto (=) 30% (*) capital social (-) constituída) (-) monetária do capital)

Para a maioria dos aut ores, capit al social significa "Capital social realizado, somado à Reserva de Correção monet ária do capital".
A partir da tabela acima, a reserva será constituída, observando-se os seguintes
critérios:
- a princípio, deve ser constituída, obrigatoriamente, a reserva no valor do passo;
- porém, chegando ao valor do subteto, a partir dele, a constituição passa a ser
facultativa;
- adicionalmente, chegando-se ao valor do teto, a constituição da reserva passa a ser
proibida.
Pode ocorrer do valor do teto ser inferior ao valor do sub-teto. Notadamente, isso
ocorre quando não há reservas de capital constituídas no patrimônio da companhia;
pois, por óbvio, o valor de 30% do Capital social é superior ao de 20% do Capital social.
Nesse caso, basta ignorar o sub-teto.
(3) Dividendos mínimos obrigatórios
Nossa proposta didática de cálculo do valor do dividendo mínimo obrigatório é o de
sua realização em dois passos: (A) apuração do valor provisório – Val. Prov. E (B)
apuração do valor definitivo – Div. Min. Obrig.
(A) Apuração do valor provisório do dividendo mínimo obrigatório – Val. Prov.

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Valor Provisório do dividendo mínimo obrigatório
. Bas e de cálculo -
(*) Coeficiente -
(=) Val. Prov. -

onde:
Base de cálculo ==> Lucro Líquido Ajustado
. Lucro Líquido
(+) Reversão de reservas para contingências
(+) Reversão de reserva de incentivos fiscais *
(-) Cons tituição de res ervas para contingências
(-) Cons tituição de res erva legal
(-) Cons tituição de res erva de incentivos fis cais *
(=) Lucro Líquido Ajustado -
Coeficiente
a) no cas o de determinação pelo estatuto: o percentual por ele determinado
b) no caso de es tatuto omiss o: 50%
c) no cas o de omis s ão e pos terior fixação pela A ss embléia-geral de acionistas: no mínimo 25%

* ess es valores s omente serão considerados na bas e de cálculo dos dividendos mínimos obrigatórios caso
seja explícitamente decidido, pela A ss embléia Geral de Acionistas, as res pectivas inclusão ou exclus ão.

(B) Apuração do valor definitivo – Div. Min. Obrig.


A apuração do valor definitivo, demanda a apresentação de dois conceitos: (Lucros a
realizar e Lucro realizado), para – em seguida – a proposição de um algoritmo de
apuração.
B.a) Lucro a Realizar
Lucros a realizar são aqueles já auferidos pela companhia (pelo regime de
competência), mas ainda não realizados (passíveis de transformação em dinheiro no
curto prazo). A Lei das S/A classifica como Lucros a realizar o saldo credor de
equivalência patrimonial e o ganho nas operações para recebimento no longo prazo.
B.b) Lucro Realizado
O Lucro realizado é a diferença entre o lucro líquido período e o lucro a realizar.
B.c) Algoritmo proposto para cálculo do valor definitivo

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Conceitos iniciais
Lucro a realizar
. a) saldo líquido p ositivo de equivalência p atrimonial
(+) b) ganho em op erações p ara realização financeira no longo p razo
(=) Lucro a realizar -
Lucro Realizado
. Lucro Líquido do exercício
(-) Lucro a realizar -
(=) Lucro realizado -

Algoritmo
S e Val. Prov (menor ou igual a) Lucro realizado
Então há dinheiro para pgto do Val. Prov.
Div. M in. Obrig = Val Prov é obrigaótio o pgto de todo o Val. Prov.
Reserva de lucros a realizar = 0 e não pode reservar nada
S enão não há dinheiro para pgto do Val. Prov.
Div. M in. Obrig = Val Prov pode-se pagar, m esm o assim , todo o Val. Prov.
Reserva de lucros a realizar = 0 e decidir não reservar nada
ou ou
Div. M in. Obrig = Lucro Realizado pode-se pagar som ente o valor do Lucro realizado
e reservar a diferença entre o Val. Prov. e o Lucro
Reserva de lucros a realizar = Val Prov (-) Lucro Realizado Realizado em Reserva de Lucros a Realizar (*)
(*) nesse caso, assim que o lucro for realizado, o respect ivo dividendo deverá ser pago.

Operações com mercadorias


Em toda prova para ATRFB, consta pelo menos uma questão sobre operações com
mercadorias e controle de estoque.
A regra didática aqui proposta consiste numa singela frase, bem humorada, a seguir:
- “ENTRA NO ESTOQUE, E SAI PELO CUSTO, AQUILO QUE EU PAGO E NINGUÉM ME
DEVOLVE”.
a) ENTRA NO ESTOQUE E SAI PELO CUSTO - o custo da mercadoria vendida representa
o valor patrimonial do item entregue ao cliente, quando de uma venda. Ora, o valor
desse item é o que antes entrou no estoque (quando de sua aquisição), ou seja, seu
valor original. A figura abaixo representa graficamente esta idéia:

A tivo Passivo
Caixa X
1 (X)
-

Est oque X
(X)
-
Patrimônio Líquido

Desp esas Receit as


CM V X

Legenda
(1) entra no estoque - o valor p ago na comp ra (ap licação do Registro p elo Valor O riginal).
(2) sai p elo custo (CM V) - o valor antes registrado no estoque (quando de sua comp ra).

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b) AQUILO QUE EU PAGO E NINGUÉM ME DEVOLVE – Essa idéia também é simples, pois:
(1) se eu não paguei, não há falar em valor original a ser registrado como custo do
estoque e (2) se alguém vai me devolver o valor eventualmente pago, não houve um
efetivo esforço patrimonial para aquisição do estoque e, assim, não há falar (da
mesma forma) em valor a ser registrado como custo do estoque. A figura a seguir,
considerando um valor de X pago e uma parcela desse valor (Y), a ser devolvida,
ilustra essa idéia.

Ativo Passivo
Caixa X
1 (X)
2 -

Direito (à devolução) Y

Estoque X-Y
(X-Y)
-
Patrimônio Líquido

Desp esas Receitas


CM V X-Y

Legenda - do valor X (p ago) tenho direito à devolução de uma p arte (Y) e, p ortanto:
(1) entra no estoque - o valor X, p ago na comp ra, deduz ido do direito à devolução de Y ==> (X-Y).
(2) do valor X, p ago, uma p arte Y não se destinou à aquisição do estoque, mas à aquisição do direito à devolução
(3) sai p elo custo (CM V) - o valor antes registrado no estoque (quando de sua comp ra) ==> X-Y.

Uma vez determinado o quanto do valor pago por uma determinada compra integra
o estoque de mercadorias, cabe definir o quanto desse valor que entrou para o
estoque sai (pelo custo), quando da venda das mercadorias. Para isso, temos três
CRITÉRIOS – Peps, Ueps e Média Ponderada Móvel.
De uma maneira bem humorada e didática, podemos analisar cada um dos três
métodos acima através da metáfora digestiva, considerando: (1) o estoque como
nosso estômago, (2) as compras de mercadorias (que enchem o estoque de
mercadorias) como refeições (que enchem nosso estômago) e (3) as vendas de
mercadorias (quando saem mercadorias do estoque) como necessidades fisiológicas
(que esvaziam nosso estômago). Com base na metáfora digestiva:
- o método PEPS equivale ao aparelho digestivo de uma pessoa muito regulada (um
professor de Yoga), em cujo estômago não chegam a se misturar as refeições. Se essa
pessoa tomou café pela manhã, esse café não irá se misturar com o almoço e, assim,
o café terá de sair POR COMPLETO do estômago, antes que o almoço comece e sair
(em outras palavras, as mercadorias adquiridas na primeira compra deverão ter sido
TODAS baixadas - como custo da mercadoria vendida - antes que se inicie a registrar a
baixa de mercadorias adquiridas na segunda compra);
- o método UEPS equivale ao aparelho digestivo de uma pessoa comeu um camarão
no almoço e está passando mal; em seu estômago também não chegam a se misturar
refeições, contudo, se essa pessoa tomou café pela manhã, antes do café sair de seu
estômago, terá de sair POR COMPLETO (e por cima) o camarão estragado do almoço,
para que, somente depois, comece e sair o café da manhã (também por cima) - em
outras palavras, as mercadorias adquiridas na primeira compra somente poderão

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começar a ser baixadas (como custo da mercadoria vendida) após o registro da
baixa de TODAS as mercadorias adquiridas na segunda compra; e
- o método da media ponderada móvel funciona como o aparelho digestivo de uma
pessoa muito constipada, de cujo estômago não sai nada por muito tempo e que,
portanto, em cujo estômago se misturam várias refeições - assim, quando há uma
saída de refeições de seu estômago, o que sai é uma “média” de tudo que havia
antes entrado (exemplificando, se essa pessoa tomou café pela manhã, esse café irá
se misturar com o almoço e, assim, quando o alimento for sair do estômago, sairá
misturado o café e o almoço) - em outras palavras, a cada aquisição de mercadorias
elas são misturadas às mercadorias anteriormente adquiridas e ainda não vendidas,
para formar um “bolo” (conjunto único) de mercadorias.
Para a aplicação de cada um desses métodos, é necessária a utilização de uma
tabela (denominada “ficha de estoques”). A ficha de estoque tem o formato de uma
tabela de quatro colunas: (1) data/descrição do evento, (2) entradas, (3) saídas e (4)
saldo.
A primeira coluna (data/descrição do evento) deve ser preenchida em ordem
cronológica (operação por operação)8. As demais colunas devem ser sub-divididas
(cada uma) em três sub-colunas (a) quantidade, (b) valor unitário e (c) valor total.
A seguir, encontra-se o modelo de ficha de estoque proposto.
Dat a/event o Ent rada saída Saldo
quant idade Valor unit ário Valor t otal Quant idade Valor unitário Valor t ot al quant idade Valor unitário Valor t ot al

Critérios de avaliação de ativos e passivos


Foram alterados critérios de avaliação de ativos e passivos, com a introdução de
conceitos novos, como (1) ajuste de avaliação patrimonial – por avaliação a valor
justo e (b) ajuste a valor presente – decorrente de operações a longo prazo com ativos
e passivos e outras de efeito relevante.
A seguir, faremos uma rápida recordação dos critérios de avaliação de aplicações
financeiras.
Com relação às aplicações financeiras, houve uma separação entre dois grandes
grupos, compostos: (1) por aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para
venda – com critério de avaliação novo e específico e (2) pelas demais aplicações –
com critério de avaliação diferenciado (similar ao anteriormente determinado) e
também aplicável aos títulos de crédito.
Em princípio, o título deve ser avaliado pelo valor efetivamente pago, em seguida, ele
deve ser classificado em uma das três categorias, de acordo com a INTENÇÃO e a
CAPACIDADE do investidor:
(1) para negociação – imediata (termo referenciado pela Lei das S/A como
“aplicações destinadas à negociação”),
(2) disponível para venda – eventual (termo referenciado pela Lei das S/A como
“aplicações disponíveis para a venda” e
(3) mantido até o vencimento (termo referenciado pela Lei das S/A como “demais
aplicações”).

8
Cuidado, o examinador adora colocar o relato dos fatos ocorridos (compras e vendas) no período, fora da ordem cronológica,
para confundir o candidato.

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Os títulos classificados para negociação ou disponíveis para venda devem ser
ajustados pelo valor justo (no mínimo por ocasião dos balanços/balancetes). No caso
de títulos para negociação imediata, os ajustes a valor de mercado devem ser
registrados em contrapartida de conta de receita ou despesa (no resultado do
período). Os títulos disponíveis para venda eventual terão os ajustes a valor de
mercado registrado em contrapartida de conta do PL – os ganhos/perdas não
realizados devem ser transferidos para o resultado no período em que for realizada a
alienação definitiva dos títulos.
Os títulos a serem mantidos até o vencimento devem ser avaliados pelo custo,
acrescido dos rendimentos auferidos (que devem impactar o resultado). É importante
lembrar que esses ativos têm seu valor original atualizado pelos respectivos
rendimentos (com contrapartida em receitas financeiras) e que essa atualização gera
um comportamento (ascendente) no valor do ativo, denominado “curva do papel”.
Ocorre que, durante o período de maturação do investimento (compreendido entre
sua aplicação e seu resgate), pode ocorrer que o mercado (composto por terceiros,
em geral), pelas mais diversas razões, não se disponha a pagar pelo título o valor
original, atualizado. Nessa situação, ocorre o fenômeno de uma “perda na
penumbra”, o que implica a constituição de uma provisão para perdas em
investimentos.
Quanto ao ajuste a valor presente, devemos lembrar que trata-se da apresentação do
efeito financeiro da operação (denominado pelo CPC como “essência”) em
detrimento dos valores consignados nos documentos comprobatórios da transação.
Para entender - didaticamente - a idéia do ajuste a valor presente, é necessário
esclarecer que sua adoção repousa na idéia de que a informação contábil deve
prestigiar o viés financeiro/econômico (que é destinado a fornecer subsídios ao usuário
externo investidor, para tomada de decisões – mormente aquelas relativas ao
mercado acionário), em detrimento do viés jurídico (que é destinado a garantir a
possibilidade de veracidade da informação). Assim, um ativo adquirido por um valor
de R$ 1.000,00 (conforme contrato e nota fiscal) pode a ser avaliado por meros R$
800,00 – em função do ajuste a valor presente, conforme considerações a seguir
apresentadas.
Considere que a aquisição do ativo deva se dar (conforme contrato) a prazo – com
pagamento somente depois de decorridos três anos da aquisição, pelo preço de R$
1.000,00. Considere, ainda, que – caso a aquisição ocorresse à vista – o preço a ser
pago pelo ativo adquirido seria de apenas R$ 800,00.
Repare que, caso aplicássemos a regra geral (do Registro pelo Valor Original) sem
considerar a exceção explicitamente prevista normativamente (do Ajuste a Valor
Presente), a avaliação do ativo adquirido a prazo seria de R$ 1.000,00, conforme
lançamento abaixo:
(1) aquisição do ativo a prazo, sem consideração do ajuste a valor presente
D = ativo
C = a títulos a pagar no longo prazo 1.000,00
Ora, esse é o valor constante dos documentos de suporte à transação de aquisição do
ativo.
Ocorre que a idéia do ajuste a valor presente repousa na DIVISÃO entre (a) o valor
pago efetivamente para aquisição do ativo e (b) o valor a ser pago por conta do
PRAZO de pagamento dado – ou seja, por conta dos juros embutidos na transação.
Assim, utilizando-se a técnica do ajuste a valor presente, no momento da transação, o
lançamento seria o seguinte:

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(2) aquisição do ativo a prazo, considerando o ajuste a valor presente
D = diversos
C = a títulos pagar no longo prazo 1.000,00
D = ativo 800,00
D = ajuste a valor presente 200,00 (juros embutidos no preço)
Saliente-se, por fim, que o valor de 200,00, decorrente do ajuste a valor presente e
correspondente aos juros embutidos no preço, deve ser apropriado como despesa ao
longo do tempo a transcorrer entre a data da aquisição do ativo e o respectivo
pagamento, de acordo com o regime de competência.
Essa é a idéia básica do ajuste a valor presente. No caso, para fins de simplificação,
apresentamos – em comparação – os valores à vista e a prazo, relativos ao ativo
adquirido, o que na prática raramente ocorre. Assim, resta necessário considerar
taxas, prazos e valores para realizar o ajuste.
Correlata à idéia de ajuste a valor presente é a introdução do registro, no ativo
imobilizado, de direitos que tenham por objeto bens corpóreos referentes a operações
de leasing é uma novidade introduzida na Lei das S/A pela Lei n° 11.638, de 2007

9
No caso de aquisição de ativo por meio de leasing , o ativo deve ser registrado pelo
valor equivalente ao da compra à vista, em contrapartida de uma conta de passivo.
Ocorre que na conta de passivo temos uma obrigação que engloba (1) o valor da
venda à vista e (2) os juros. A diferença – portanto – deve ficar registrada numa conta
retificadora do passivo, denominada Juros passivos a transcorrer.
A conta de ativo representa um bem que deve ser depreciado, a conta de passivo
representa uma dívida que deve ser paga (baixada à contrapartida de caixa) e os
juros passivos a transcorrer devem ser apropriados (por competência) à despesa de
juros.

Conclusão
Bem, o recado está dado, desejo – sinceramente – que essas dicas possam fazer a
diferença em sua aprovação.
Bons estudos e sucesso!

9
No Leasing, temos três sujeitos que interagem, a saber: (1) o vendedor – que quer receber o valor da venda à vista, (2) a
arrendadora – que paga o valor do bem, à vista, para o vendedor, entrega o bem para uso do arrendatário e recebe
“contraprestações” mensais por um intervalo de tempo e (3) o arrendatário – que escolhe, recebe e utiliza o bem por um intervalo
de tempo, pagando “contraprestações” mensais à arrendadora e que, ao final desse intervalo de tempo, tem três opções: (a)
adquirir o bem, através do pagamento do valor residual em garantia (VRG), (b) renovar o contrato e iniciar tudo de novo, ou (c)
devolver o bem. No caso do VRG ser ínfimo, temos – economicamente – uma operação equivalente a uma venda financiada.

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12) ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA – Sérgio Mendes

Olá amigos! Como é bom estar aqui!

A matéria Administração Financeira e Orçamentária (AFO) veio para ficar nos concursos
públicos: TCU, CGU, MPOG, BACEN, Judiciário, etc e agora na Receita Federal
do Brasil. Estude com afinco esta matéria que poderá ser o diferencial neste concurso ou
em qualquer outro que pretenda realizar. Neste bizu, veremos as principais
tendências da ESAF em relação ao nosso edital.

1) Espécies de Orçamento

Em qualquer prova de AFO é fundamental o estudante saber os seguintes aspectos


das espécies de orçamento.

ESPÉCIES DE ORÇAMENTO:
Orçamento Tradicional ou Clássico: é uma peça meramente contábil – financeira, sem nenhuma espécie de
planejamento das ações do governo, baseando-se no orçamento anterior. Portanto, somente um documento de
previsão de receita e de autorização de despesas.
Orçamento de Base Zero: determina o detalhamento justificado de todas as despesas públicas a cada ano, como
se cada item da despesa fosse uma nova iniciativa do governo.
Orçamento de desempenho ou por realizações: ênfase reside no desempenho organizacional, porém há
desvinculação entre planejamento e orçamento.
Orçamento-programa: instrumento de planejamento da ação do governo, através da identificação dos seus
programas de trabalho, projetos e atividades, com estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados
e previsão dos custos relacionados. Privilegia aspectos gerenciais e o alcance de resultados.
Orçamento participativo: objetiva a participação real da população e a alocação dos recursos públicos de forma
eficiente e eficaz segundo as demandas sociais. Não se opõe ao orçamento-programa e não possui uma
metodologia única. No entanto, há perda da flexibilidade e maior rigidez na programação dos investimentos.
Experiência brasileira ocorreu nos municípios.

2) Princípios Orçamentários

É um assunto importante para a compreensão geral da matéria e também é muito


cobrado em concurso! Trataremos dos princípios mais cobrados pela ESAF.

Segundo o princípio da unidade deve existir apenas um orçamento para cada ente
da federação em cada exercício financeiro. Pelo princípio da universalidade, o
orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da União,
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta.
Em consonância com os princípios da unidade e da universalidade, a Constituição Federal
determina a inclusão, na LOA, de três orçamentos: orçamento fiscal, orçamento da
seguridade social e orçamento de investimentos das estatais. Assim, tem-se o orçamento uni-
ficado (unidade) e com todas as receitas e despesas (universalidade). Cuidado: os exam-
inadores normalmente tentam confundir os princípios da Unidade e Universalidade nas provas.
Ressalto que parte da doutrina entende que a possibilidade da coexistência de múltiplos
orçamentos que, entretanto, devem sofrer consolidação, caracteriza o princípio da
totalidade.

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O princípio do orçamento bruto impede a inclusão apenas dos montantes líquidos


e determina a inclusão de receitas e despesas pelos seus totais, não importando se o
saldo liquido será positivo ou negativo.

O princípio da especificação (ou especialização ou discriminação) determina que as


receitas e despesas devam ser discriminadas, demonstrando a origem e a aplicação dos
recursos. O princípio veda as autorizações de despesas globais, com exceção
dos programas especiais de trabalho e da reserva de contingência.
Atenção! As exceções dos programas especiais de trabalho e reserva de contingência são
quanto à dotação global, pois não necessitam de discriminação. Não confunda com
dotação ilimitada, que é aquela sem valores definidos. Ainda, a CF/88 veda a concessão ou
utilização de créditos ilimitados. Não são admitidas dotações ilimitadas, sem exceções.

O princípio da exclusividade determina que a lei orçamentária não poderá


conter matéria estranha à previsão das receitas e à fixação das despesas. Exceção se dá
para as autorizações de créditos suplementares e operações de crédito, inclusive por
antecipação de receita orçamentária (ARO).

O princípio da não-vinculação de receitas (ou não-afetação de receitas) é um dos


mais cobrados em provas! É vedada a vinculação de receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa. É importante saber as exceções constitucionais:

Exceções ao princípio da não-vinculação:


Repartição constitucional dos impostos;
Destinação de recursos para a saúde;
Destinação de recursos para o desenvolvimento do ensino;
Destinação de recursos para a atividade de administração tributária;
Prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita;
Garantia, contragarantia à União e pagamento de débitos para com esta
(Art. 167, §4°, CF/88).

Importante: caso o recurso seja vinculado, ele deve atender ao objeto de


sua vinculação, mesmo que em outro exercício financeiro.
Atenção! O princípio veda a vinculação de impostos e não de tributos. Os exam-
inadores gostam deste trocadilho.
A Constituição pode vincular outros impostos? Sim, por emenda constitucional podem
ser vinculados outros impostos, mas por lei complementar, ordinária ou qualquer
dispositivo infraconstitucional não pode.
Apenas os impostos não podem ser vinculados por lei infraconstitucional.

3) Instrumentos de Planejamento

No quadro abaixo, tratarei dos artigos constitucionais e legais mais cobrados pela ESAF
referentes ao PPA, à LDO e à LOA:

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PPA
Estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas (DOM) da administração pública federal
para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão
no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
Assim como a LDO, é inovação da CF/88.
LDO
SEGUNDO A CF, A LDO:
Compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal
Incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente
Orientará a elaboração da LOA
Disporá sobre as alterações na legislação tributária
Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficias de fomento
SEGUNDO A LRF, A LDO DISPORÁ SOBRE:
Equilíbrio entre receitas e despesas
Critérios e forma de limitação de empenho, caso a realização da receita possa não comportar o cumprimento
das metas de resultado primário ou nominal previstas
Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos
dos orçamentos
Demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas
INTEGRARÁ O PROJETO DA LDO O ANEXO DE METAS FISCAIS QUE CONTERÁ:
As metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário
e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
A avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior.
Demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os
resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a
consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional.
Evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos
recursos obtidos com a alienação de ativos.
Avaliação da situação financeira e atuarial:
• dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do FAT;
• dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial.
Demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas
obrigatórias de caráter continuado.
INTEGRARÁ O PROJETO DA LDO O ANEXO DE RISCOS FISCAIS
Onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando
as providências a serem tomadas, caso se concretizem.
LOA:
SEGUNDO A CF, A LOA COMPREENDERÁ:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
SEGUNDO A LRF, A LOA:
Deve ter seu projeto elaborado de forma compatível com o PPA e a LDO
I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e
metas constantes do anexo de metas fiscais da LDO;
II - será acompanhado do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de
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isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, bem como das
medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente
líquida, serão estabelecidos na LDO, destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e
eventos fiscais imprevistos.
Constarão todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão.
O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e nas de crédito adicional.

4) Créditos Adicionais

Compreenda bem este quadro abaixo que o possibilitará a resolver uma parcela
significativa das questões sobre o tema:

QUADRO COMPARATIVO DOS CRÉDITOS ADICIONAIS


CRÉDITOS
SUPLEMENTARES ESPECIAIS EXTRAORDINÁRIOS
ADICIONAIS
Reforço de dotação Destinados a despesas para
FINALIDADE Destinados a despesas
orçamentária já prevista na as quais não haja dotação
urgentes e imprevisíveis
LOA orçamentária específica
É anterior à abertura do Independe de autorização
É anterior à abertura do
AUTORIZAÇÃO crédito. São autorizados legislativa prévia. Após a sua
crédito. São autorizados por
por lei (podendo ser já na abertura deve ser dado
LEGISLATIVA Lei específica (não pode ser
própria LOA ou em outra imediato conhecimento ao
na LOA)
lei específica) Poder Legislativo
Abertos por Medida
Provisória, no caso federal e
de entes que possuem previsão
ABERTURA Abertos por decreto do Abertos por decreto do
deste instrumento; e por
Poder Executivo Poder Executivo
decreto do Poder Executivo,
para os demais entes que não
possuem medida provisória.
INDICAÇÃO DA
ORIGEM DOS Obrigatória Obrigatória Facultativa
RECURSOS
Vigência limitada ao Vigência limitada ao exercício
exercício em que forem em que forem abertos, salvo se
abertos, salvo se o ato de o ato de autorização for
autorização for promulgado promulgado nos últimos quatro
Vigência limitada ao nos últimos quatro meses meses daquele exercício, casos
VIGÊNCIA exercício em que forem daquele exercício, casos em em que, reabertos nos limites
abertos que, reabertos nos limites dos seus saldos, poderão viger
dos seus saldos, poderão até o término do exercício
viger até o término do financeiro subsequente.
exercício financeiro
subsequente.

5) Receita pública

Serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas
arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não
previstas no Orçamento. São extraorçamentárias, portanto excluídas do conceito de
receitas orçamentárias, as operações de crédito por antecipação de receita, as emissões
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de papel-moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.
Repare: Operação de crédito é receita orçamentária, com exceção das operações de
crédito por antecipação de receita (ARO), que são extraorçamentárias.
As classificações intraorçamentárias não constituem novas categorias econômicas
de receita, mas sim meras especificações das categorias corrente e de capital, a
fim de possibilitar a identificação das respectivas operações intraorçamentárias e,
dessa forma, evitar a dupla contagem de tais receitas.

Dentro das classificações por natureza da receita, temos o primeiro nível, que as dividem
em receitas correntes e de capital. No 2º nível estão as origens. Destaco as três origens de
receitas mais cobradas em provas:
• Receita Tributária: são os impostos, taxas e contribuições de melhorias. Os
examinadores tentam confundir contribuições de melhoria com as outras
contribuições.
• Receitas de Contribuições: É o ingresso proveniente de contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais
ou econômicas. Repare: apenas as contribuições de melhoria são receitas
tributárias. As outras são receitas de contribuições.
• Receitas Patrimoniais: São as receitas que provêm das rendas geradas pelo
patrimônio do próprio Estado (mobiliário e imobiliário), tais como as rendas de
aluguéis, as receitas decorrentes das vendas de bens, dividendos e participações.
Entram ainda neste conceito as receitas decorrentes de pagamento de royalties pela
exploração do seu patrimônio por delegatários (concessionários e permissionários)
de serviços públicos. A receita patrimonial é muito cobrada em prova. Isso
ocorre pela confusão que os estudantes normalmente fazem porque o termo
“patrimônio” nos fazer pensar em bens de capital, como terrenos, casas, carros,
etc. Atenção: receita patrimonial é receita corrente. Não é receita de capital.

A codificação da destinação da receita (fonte) dá a indicação da


vinculação, evidenciando, a partir do ingresso, as destinações dos valores. Quando da
realização da despesa, dever estar demonstrado qual a fonte de
financiamento da mesma, estabelecendo-se a interligação entre a receita e a despesa.

Os estágios da receita são previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.


Um artigo da LRF muito cobrado é o que trata da previsão. Dispõe que as previsões de
receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações
na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de
qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução
nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da
metodologia de cálculo e premissas utilizadas. Lembre-se que algumas receitas não
percorrem o estágio da previsão, como aquelas proveniente de créditos extraordinários.
Algumas receitas também não percorrem o estágio do lançamento. São
tipicamente objetos de lançamentos os impostos diretos e quaisquer outras rendas
com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.
A arrecadação consiste na entrega do recurso ao agente ou banco arrecadador pelo
contribuinte ou devedor. Já o recolhimento consiste no depósito em conta do Tesouro,
aberta especificamente para esse fim, pelos caixas ou bancos arrecadadores. Do ponto de

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vista orçamentário, o reconhecimento da receita orçamentária ocorre no momento
da arrecadação.

6) Despesa pública

Na classificação institucional, é importante lembrar que um órgão ou uma


unidade orçamentária não corresponde necessariamente a uma estrutura administrativa.

Na classificação funcional destaco as combinações. As subfunções podem ser


combinadas com funções diferentes daquelas às quais estão relacionadas. No entanto, as ações
devem estar sempre conectadas às subfunções que representam sua área específica.

Na estrutura programática, o destaque é que, atualmente, os Programas


são classificados apenas em dois tipos: Programas Finalísticos e Programas de
Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais. O outro destaque é que os tipos de ações
são projeto (limitado no tempo), atividade (modo contínuo e permanente) e operações
especiais (não resulta um produto).

Fundamental o conhecimento da Regra de Ouro: são vedados a realização de operações


de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.

Os estágios da execução da despesa são empenho, liquidação e pagamento. O que pode


ser dispensado é a nota de empenho e nunca o empenho. O pagamento da despesa só será
efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.
Existe a tese que muitos especialistas da área defendem a necessidade de se considerarem,
pelo menos, mais dois estágios antes do empenho: a programação (ou fixação) da despesa e a
licitação.

7) Descentralização Orçamentária e Financeira

A Descentralização de Créditos (orçamentária, de “dotação”) pode ocorrer por:


• Destaque: Descentralização externa de créditos, pois é efetuada entre
órgãos distintos.
• Provisão: Descentralização interna de créditos, pois é realizada entre Unid-
ades Gestoras (UGs) do mesmo órgão.

A Descentralização de Recursos (financeira, de “dinheiro”) pode ocorrer por:


• Cota: é o montante de recursos colocados à disposição dos Órgãos Setoriais de Pro-
gramação Financeira (OSPF) pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) medi-
ante movimentação intra-SIAFI dos recursos da Conta Única do Tesouro Nacional.
• Repasse: é a movimentação “externa” de recursos realizada pelos OSPF para
as unidades de outros órgãos ou ministérios e entidades da Administração
Indireta, bem como entre esses.

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• Sub-repasse: é a liberação “interna” de recursos dos OSPF para as unidades sob
sua jurisdição e entre as unidades de um mesmo órgão, ministério ou entidade.

8) Conta única do Tesouro

Cuidado! A Conta Única do Tesouro Nacional é mantida junto ao Banco Central do


Brasil e sua operacionalização será efetuada por intermédio do Banco do Brasil, ou,
excepcionalmente, por outros agentes financeiros autorizados pelo Ministério da Fazenda.
Interessante saber o destino das disponibilidades: as disponibilidades de caixa da
União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
As disponibilidades de caixa relativas à Previdência Social deverão ser
separadas das demais disponibilidades do ente público.

9) Dívida Pública x Dívida Ativa

A dívida pública consolidada ou fundada corresponde ao montante total, apurado


sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em
virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de
crédito, para amortização em prazo superior a doze meses. Ainda, será incluída na
dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de
responsabilidade do Banco Central do Brasil e as operações de crédito de prazo
inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento

A dívida pública mobiliária corresponde à dívida pública representada por títu-


los emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios.

Atenção: A Dívida Ativa não se confunde com a Dívida Passiva, que representa
as obrigações do Ente Público para com terceiros, e que é contabilmente registrada
no Passivo e denominada de Dívida Pública. A Dívida Ativa abrange os créditos a
favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas, por não
terem sido efetivamente recebidos nas datas aprazadas.

Quanto à Dívida ativa, este crédito é cobrado por meio da emissão da certidão da dívida
ativa da Fazenda Pública da União inscrita na forma da lei, valendo como título de
execução, o que lhe garante liquidez. São os créditos da Fazenda Pública de natureza
tributária (proveniente da obrigação legal relativa a tributos e respectivos
adicionais, atualizações monetárias, encargos e multas tributárias) ou não-tributária
(demais créditos da fazenda pública) exigíveis em virtude do transcurso do prazo
para pagamento. As receitas decorrentes de dívida ativa tributária ou não-tributária
devem ser classificadas como “outras receitas correntes”.

10) Despesas com Pessoal

É o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os


pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares
e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e

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vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e
pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de
qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições. Importante conhecer os
limites em relação à Receita Corrente Líquida:

LIMITES DAS DESPESAS COM PESSOAL EM RELAÇÃO À


RCL UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS
50% 60% 60%
LIMITES GLOBAIS POR ESFERAS:
FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL
Legislativo (+ TCU): 2,5% Legislativo (+ TCE): 3%
Legislativo (+ TCM): 6%
Judiciário: 6% Judiciário: 6%
Executivo: 40,9% Executivo: 49%
Executivo: 54%
MPU: 0,6% MPE: 2%
Nos Estados em que há Tribunais de Contas dos Municípios, serão:
Legislativo: 3,4% e Executivo: 48,6%.

Ótima prova!

Forte abraço!

Sérgio Mendes

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13) ADMINISTRAÇÃO GERAL – Flávio Pompêo

Olá, pessoal! Estamos na reta final dos estudos para ATRFB e estou
encarregado de ajudá-los com a disciplina Administração Geral. Optei por
organizar este bizu nos mesmos 7 tópicos previstos no edital. A intenção
aqui não é fazer um resumo, e sim fazer um recorte de alguns assuntos com
grandes chances de serem cobrados, de forma a apresentar dicas e
potencializar a revisão de vocês nessa reta final. Vamos lá?

1. Planejamento: planejamento estratégico; planejamento baseado em


cenários; gerenciamento de projetos; gerenciamento de processos.

Planejamento e Planejamento Estratégico: A Esaf tem, de maneira


recorrente, cobrado o planejamento como forma de “criação” do futuro.
Planejar é “definir os resultados a serem alcançados” (Esaf/STN/2005), ou
seja, definir um estado futuro desejado para a organização. Por meio do
planejamento, interferimos no curso dos acontecimentos, coordenamos
eventos, recursos e pessoas para alcançar as metas.

O planejamento pode ser estratégico (abrange toda a organização, é de


longo prazo e envolve a alta cúpula), tático (de médio prazo, voltado para
setores ou áreas e envolve gerentes intermediários) ou operacional (de curto
prazo, voltado para atividades específicas e envolve os chefes imediatos).

O planejamento estratégico é a forma pela qual a estratégia da organização


é explicitada:

“Planejamento estratégico refere-se à maneira pela qual uma organização


pretende aplicar uma determinada estratégia, geralmente global e de longo
prazo, criando um consenso em torno de uma determinada visão de futuro”
(Esaf/Enap/2006). Para as etapas do planejamento estratégico a Esaf tem
adotado a classificação do Djalma de Oliveira: “O planejamento estratégico é
uma ferramenta que tem como fases básicas para sua elaboração e
implementação o diagnóstico estratégico, a definição da missão, a
elaboração de instrumentos prescritivos e quantitativos, além do controle e
da avaliação” (Esaf/EPPGG/2005).

Planejamento baseado em cenários: A Esaf define cenários como


“narrativas plausíveis sobre o futuro, consistentes e cuidadosamente
estruturadas em torno de ideias, com propósitos de sua comunicação e de
sua utilidade como, por exemplo, no apoio ao planejamento estratégico”
(Esaf/STN/2008). O planejamento baseado em cenários consiste em
projeções que a organização faz a respeito de possibilidades (cenários)
futuras. O cenário deve possuir clareza, foco, plausibilidade e relevância. A
projeção de cenários é ligada ao diagnóstico estratégico, estando vinculada à
análise ambiental.
Djalma de Oliveira apresenta duas situações principais para a análise de
cenários. "A abordagem projetiva se caracteriza, basicamente, por:

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restringir-se a variáveis quantitativas, objetivas e conhecidas; explicar o
futuro pelo passado; considerar o futuro único e certo; e utilizar-se de
modelos deterministas e quantitativos. A abordagem prospectiva, por outro
lado, caracteriza-se por: visão global; Variáveis qualitativas, quantificáveis
ou não, subjetivas ou não, conhecidas ou não; ocorrência de futuro múltiplo
e incerto; o futuro atuando como determinante da ação presente; e uma
análise intencional, em que o executivo pode utilizar variáveis de opinião
(julgamento, pareceres, probabilidades subjetivas etc.) analisadas por
métodos do tipo da análise estrutural, Delphi, impactos cruzados etc."

Processos e projetos: Ainda neste tópico, um assunto que tem sido


bastante cobrado é a diferenciação entre processos de trabalho e projetos.

“Por processo se entende uma seqüência integrada de atividades,


interdependentes, efetuadas para produzir bens ou serviços de valor para o
cliente” (Esaf/Aneel/2006)”. Processos são atividades que se repetem ao
longo do tempo.

Lembre-se que os processos mais importantes para o negócio (assim como


os projetos, a gestão por competências e diversas outras técnicas,
ferramentas e modelos da administração cobradas no concurso) devem estar
estrategicamente alinhados à estratégia e aos objetivos organizacionais.
Como nos lembra a Esaf, “A partir da estratégia, a organização deve
identificar seus processos críticos, gerenciando-os com base em um enfoque
de sistema aberto” (Esaf/EPPGG/2009). Quando a Esaf fala em enfoque de
sistema aberto, faz referência à importância de considerarmos o contexto, o
ambiente externo.

Projetos, por sua vez, possuem início, meio e fim definidos, e não são
esforços contínuos. Buscam criar um produto ou resultado exclusivo, e
promovem uma inovação para o negócio da organização.

O PMBOK é a maior referência do tema gestão de projetos, e dois assuntos


previstos no PMBOK têm sido cobrados com grande frequência pela Esaf.
Prestem atenção: existem cinco grupos de processos de gerência de
projetos: grupos de processos de iniciação, de planejamento, de execução,
de monitoramento e controle e de encerramento. Os processos de gerência
de projetos têm sido organizados em nove áreas de conhecimento:
integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos,
comunicações, riscos e aquisições. Tomem cuidado para não confundir os
grupos de processos com as áreas de conhecimento!

Os cinco grupos foram cobrados pela Esaf na prova do MPOG em 2005 e


2008. Em 2009 também foi cobrada uma questão sobre isso na prova da
ANA, e bastava saber quais são os grupos de processos. Vejam como isso
esteve na prova de APO do ano passado:

(Esaf / APO - MPOG 2008) Os 5 grupos de processos do PMBOK são:

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A) Planejamento, Execução, Monitoramento e Controle, Gerenciamento de
Contratos, Encerramento.
B) Planejamento, Execução, Realimentação, Monitoramento e Controle,
Encerramento.
C) Iniciação, Planejamento, Execução, Segurança, Encerramento.
D) Planejamento, Contratação, Execução, Monitoramento e Controle,
Encerramento.
E) Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento e Controle,
Encerramento.

Gabarito: E. Bastava que o candidato conhecesse os cinco grupos de


processos de gerência de projetos previstos pelo PMBOK.

2. Processo decisório: técnicas de análise e solução de problemas; fatores


que afetam a decisão; tipos de decisões.

Processo decisório é um tema central! Lembrem-se que no processo


decisório temos decisões programadas, programáveis ou estruturadas
(soluções prontas para problemas previsíveis) e decisões não programadas,
também chamadas não programáveis ou não estruturáveis (problemas
imprevisíveis). Temos decisões racionais, baseadas em critérios ordenados e
informações, e decisões intuitivas, baseadas em sentimentos, percepções,
experiência. Não existe decisão 100% racional, então ambos os tipos devem
ser combinados.

Devemos entender em que etapas cada técnica e ferramenta é utilizada no


processo decisório. No ano passado a Esaf cobrou, na prova da STN, em qual
etapa do processo decisório o brainstorming e a árvore de decisões são
pertinentes, então esse tema é “quente”! Na prova de EPPGG de poucos
meses atrás, foi pedida a alternativa incorreta e o gabarito fazia referência a
uma ferramenta:
(Esaf/EPPGG/2009) No contexto organizacional, ao participarmos de um
processo decisório, é incorreto afirmar que:
a) a racionalidade, por si só, insinua ser possível o domínio de fatores não
controláveis e a eliminação de riscos e incertezas.
b) em nossos dias, ao lado da racionalidade gerencial, também se aplicam
elementos como os aspectos comportamentais, o senso comum, o juízo das
pessoas e a negociação política.
c) a estrutura dos canais de informação e de disseminação do conhecimento
exerce grande influência sobre o processo decisório.
d) o brainstorming é a técnica adequada para identificar problemas.
e) no nível superior, há o predomínio das decisões estratégicas, que tratam
das ligações entre a organização e o ambiente externo.

Gabarito: D, o brainstorming é usado para gerar alternativas, não pra


identificar problemas.

Reveja então as ferramentas e respectivas fases:

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Diagrama de Ishikawa: Ferramenta qualitativa voltada para a identificação
de causas e efeitos. Usada no diagnóstico do problema; Princípio de Pareto:
Ferramenta quantitativa que busca identificar as causas mais importantes,
aquelas que geram a maior parte dos efeitos (princípio do 80-20). Usada no
diagnóstico do problema;

Brainstorming: “Também conhecido como tempestade cerebral ou


tempestade de idéias, é um método que proporciona um grande número de
idéias, alternativas e soluções rápidas” (Esaf/STN/2008). Utilizada na etapa
de geração de alternativas;

Árvore de decisões, análise de vantagens e desvantagens, análise do campo


de forças, ponderação de critérios e análise do campo de equilíbrio são
ferramentas utilizadas na etapa de escolha da melhor alternativa.

3. Gestão de pessoas: estilos de liderança; liderança situacional; gestão por


competências; gestão de conflitos; trabalho em equipe; motivação;
empoderamento.

Gestão por competências é um assunto que vale a pena rever na reta


final, pois tem grandes chances de cair na prova. No ano passado a Esaf
definiu assim as competências: “as competências humanas ou profissionais
são combinações sinérgicas de conhecimentos, habilidades e atitudes,
expressas pelo desempenho profissional em determinado contexto ou em
determinada estratégia organizacional” (Esaf/MPOG/2008). Lembrem-se
dessa tríade: Conhecimentos, habilidades e atitudes (CHAs) voltados para o
alcance de resultados ou realização de entregas no contexto profissional.

Lembre-se, ainda, que a “Competência está relacionada a conhecimentos,


habilidades e atitudes de cada indivíduo e à tarefa associada a resultados”. A
Esaf gosta dessa formulação, que associa os CHAs a tarefas e resultados.

A lógica das competências é diferente da lógica tradicional de recursos


humanos. Busca articular entregas individuais com objetivos organizacionais.
É necessário diferenciar as competências humanas (individuais) das
organizacionais (presentes na organização). As core competence
(competências essenciais) são um tipo de competências organizacionais que
têm sido muito cobradas pela Esaf. Elas possuem três características:
oferecem produtos e serviços diferenciados aos consumidores; são difíceis de
serem imitadas pelas empresas/organizações concorrentes; e dão acesso a
nichos do mercado. Um modelo de gestão de pessoas por competências deve
buscar integrar os diferentes processos de gestão de pessoas
(movimentação de servidores, remuneração, seleção, treinamento e
desenvolvimento) sob a lógica das competências. Vale ressaltar que a gestão
por competências nasceu na iniciativa privada, mas hoje em dia cada vez
mais as organizações públicas têm tentado implementar modelos desse tipo,
razão pela qual o tema tem sido cada vez mais cobrado em concursos.

Trabalho em equipe: É necessário diferenciar equipes de grupos. Equipes


são grupos que possuem características específicas. Por exemplo, “Equipes

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de trabalho pressupõem o diagnóstico e a solução de problemas internos ao
seu funcionamento” (Esaf/CGU/2008). As equipes autogerenciadas, ou
autodirigidas, têm sido muito cobradas pela Esaf. Vejam só como isso foi
definido: “As equipes de trabalho autogerenciadas são grupos de
funcionários que realizam trabalhos relacionados ou interdependentes e
assumem responsabilidades de seus antigos supervisores, incluindo o
planejamento, controle e a tomada de decisões operacionais e sua
conseqüente implementação”. (Esaf/EPPGG/2005)
Liderança: A liderança situacional, ou liderança contingencial, “depende da
relação entre líder, liderados e situação, não estando sujeita a um único
estilo” (CGU 2008). Na reta final, vale a pena rever os estilos de liderança
(democrática, liberal e autocrática), a teoria de Fiedler e a teoria de Hersey e
Blanchard. Outra que a Esaf cobrou há poucos meses foram as Teorias X e Y.

Para relembrarmos, a teoria X apresentava uma visão negativa da natureza


humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não
gostam de trabalhar, precisam ser guiados, orientados e controlados para
realizarem a contento os trabalhos. É o famoso chicote, pessoal. Esta teoria
resulta em práticas gerenciais autoritárias.

A teoria Y é o oposto: diz que os indivíduos são auto-motivados, gostam de


assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir criativamente para o
processo se tiverem suficientes oportunidades de participação.

Julgue a afirmativa abaixo:

“Ao adotar o estilo de liderança da Teoria Y, um gestor de pessoas não se


furta a usar o poder da autoridade para resolver um conflito, se necessário”.

Resposta verdadeira! Ela ilustra um princípio geral da administração: os


modelos têm que ser contextualizados e enfrentam diversas sutilezas na vida
real. Mesmo num modelo de teoria Y, em que tentamos incentivar os
subordinados, pode haver indivíduos ou situações com conflitos ou que
exijam uma intervenção mais firme.

Motivação: Assunto bastante simples que quase sempre cai em prova.


Recomendo que vocês revisem as principais teorias (Maslow, Herzberg,
determinação de metas, equidade e expectância).

Vale a pena saber que algumas teorias são de conteúdo estático (Maslow,
Alderfer, Herzberg), orientadas para categorias pré-definidas e para o
passado, enquanto outras são teorias do processo motivacional (equidade,
expectância, determinação de metas), preocupadas com o desenvolvimento
do processo de motivação.

4. Comunicação organizacional: habilidades e elementos da comunicação.

A comunicação organizacional tem muitas funções, tais como controle,


motivação, expressão emocional e informação. Organizações tradicionais

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possuem comunicação formalizada, ou seja, aquela que circula apenas pelos
canais hierárquicos definidos. Isso torna a comunicação mais lenta. Em
organizações inovadoras, que precisam de tomada de decisão ágil, a
comunicação flui livremente. Na reta final dos estudos para o concurso, vale
a pena revisar os elementos da comunicação (emissor, transmissor, canal,
receptor, destino, ruído e retroação). Ressalto ainda que a política ideal de
comunicação deve ser adaptada ao contexto de cada organização. Um dos
elementos do contexto é a cultura: “O planejamento estratégico de
comunicação deve considerar a cultura organizacional como um fator
determinante dos procedimentos a serem adotados” (Esaf/EPPGG/2009).

5. Gestão da informação e do conhecimento.

O conhecimento pode ser explícito (formalizado na organização, por exemplo


em manuais) ou tácito (pessoalizado, implícito, de difícil formalização). Para
este tópico do edital, o bizu é o processo de criação de conhecimento
segundo Nonaka e Takeuchi, também conhecido como espiral do
conhecimento. Prevê quatro etapas: socialização (conversão de
conhecimento tácito em novo conhecimento tácito), externalização
(transformação de conhecimento tácito em explícito), combinação (união e
reconfiguração entre diferentes conhecimentos explícitos) e internalização
(incorporação do conhecimento explícito no conhecimento tácito).

6. Controle administrativo: princípios, mecanismos e objetivos; conceitos de


eficiência, eficácia e efetividade.

Começando pelo conceito de controle, vamos ver uma definição do Djalma


de Oliveira, um autor que a Esaf tem cobrado muitas vezes em provas
recentes:

“Controle é uma função do processo administrativo que, mediante a


comparação com padrões previamente estabelecidos, procura medir e avaliar
o desempenho e o resultado das ações, com a finalidade de realimentar os
tomadores de decisões, de forma que possam corrigir ou reforçar esse
desempenho ou interferir em funções do processo administrativo, para
assegurar que os resultados satisfaçam aos desafios e aos objetivos
estabelecidos”.

Recomendo ainda que vocês revisem as etapas do controle e o conceito de


retroação ou feedback, importante para a administração e presente em
diferentes temas (controle, comunicação, gestão de pessoas). Vamos rever o
mais importante, as etapas do controle:

“Os componentes ou etapas do controle são: definição de padrões de


controle, obtenção de informações, comparação e ação corretiva, e revisão
do planejamento” (Esaf/CGU 2004).

Para revisarmos os três Es, sempre fortes candidatos a questões da Esaf,


trouxe afirmativas corretas que a nossa banca favorita colocou na prova de
APO-SP de 2009:

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“O teste da eficiência, na avaliação das ações governamentais, busca
considerar os resultados obtidos em face dos recursos disponíveis”.
“Eficácia é a medida do grau de atingimento das metas fixadas para um
determinado projeto, atividade ou programa em relação ao previsto”.
“Efetividade é a medida do grau de atingimento dos objetivos que
orientaram a constituição de um determinado programa, expressa pela sua
contribuição à variação alcançada dos indicadores estabelecidos pelo Plano”.

7. As novas tecnologias e seus impactos na administração organizacional.

A partir dos anos 70/80, ocorrem mudanças radicais na organização da


sociedade humana. A revolução microeletrônica é acompanhada de novas
teorias da administração, e computadores, internet, educação a distância,
organizações virtuais são fenômenos que mudam o panorama das
organizações. As empresas buscam formar redes e surgem ideias como
jornada flexível, equipes autogeridas, sistemas eletrônicos de gestão de
pessoas etc. O acompanhamento de indicadores de desempenho é
enormemente expandido pelo apoio fornecido pela Tecnologia da
Informação.

Na prova de EPPGG 2009, poucos meses atrás, a Esaf cobrou este tópico de
uma maneira interessante:

(Esaf/EPPGG/2009) Reduzindo, cada vez mais, o lapso que vai da ficção à


realidade, o avanço tecnológico a todos impacta. No campo das
organizações, é correto afirmar que:
a) o desenvolvimento da robótica interessa mais às organizações industriais
e menos às agropecuárias ou de serviços.
b) em um país como o Brasil, dada a rigidez da legislação, as relações de
trabalho são pouco afetadas pela incorporação de novas tecnologias.
c) o domínio do ferramental tecnológico, por si só, é suficiente para garantir
a empregabilidade de um indivíduo.
d) as organizações virtuais se valem da tecnologia para unir pessoas, ideias
e bens sem, todavia, ser necessário reuní-los em um mesmo espaço físico
simultaneamente.
e) a incorporação de uma nova tecnologia garante o alcance de melhores
resultados em comparação aos que seriam obtidos caso a tecnologia anterior
fosse mantida.

Gabarito: D. A alternativa A é errada, porque a robótica passa a ser


fundamental para todas as áreas da economia. A B é errada porque, em
todos os países do mundo, inclusive o Brasil, novas tecnologias têm afetado
as relações de trabalho, inclusive extinguindo profissões. Lembro-me de uma
história de um setor do TCU em que 20 pessoas ficavam o dia inteiro
fazendo cálculos, e em questão de meses um projeto implementou um
sistema informatizado que fazia automaticamente os cálculos, o trabalho de
20 pessoas. A alternativa C é errada, o indivíduo, além de tecnologia, precisa
ter competências interpessoais, de trabalho em equipe, visão sistêmica, foco
no cliente. Finalmente, a alternativa E também é errada, a incorporação da

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tecnologia, por si só, não garante nada. Pra haver melhores resultados, é
preciso haver estratégias e planos bem definidos, processos de trabalho bem
definidos, pessoas motivadas, gerentes inspiradores, indicadores de
desempenho, foco no cliente e outras exigências da administração
contemporânea.

A D é o gabarito, então vamos revisar organização virtual que o tema é


quente:

“As redes organizacionais podem ser comunidades presenciais ou virtuais. O


conceito de “organização virtual” é utilizado quando é a tecnologia de
computação o que mantém conectada a rede de fornecedores e parceiros.
Assim, toda organização virtual é uma rede organizacional, mas nem toda
rede organizacional é uma organização virtual. As tecnologias de informação
e comunicação permitem às diferentes unidades da rede compartilhar custos,
habilidades e acesso a mercados, ampliando a flexibilidade e a agilidade de
resposta da rede”.

Características: alta tecnologia, excelência no desempenho, aproveitamento


de oportunidades de mercado, confiança entre os membros e ausência dos
limites das organizações tradicionais.

Para este tópico, é importante revisarmos três tecnologias principais:


Reengenharia (repensar radical dos processos visando ganhos significativos
de desempenho), qualidade (atualmente entendida principalmente como a
satisfação dos clientes) e BSC. BSC é um tema “quente”, então é o último
que trago aqui como Bizu:

Balanced Scorecard (BSC): É um sistema inovador de medição de


desempenho. Permite a tradução da estratégia em um mapa estratégico,
que tem uma importante função comunicativa, e que alinha aos objetivos
estratégicos componentes como indicadores, ações e metas. Enquanto os
sistemas tradicionais de medição do desempenho focavam apenas os fatores
financeiros, o BSC abrange quatro perspectivas: Financeira, do Cliente,
Processos Internos e Aprendizado e Inovação. São estabelecidas relações de
causa-e-efeito entre as perspectivas. Vale ressaltar que estas perspectivas
não são estanques, e podem e devem ser adaptadas. Isso permite inclusive
que organizações públicas adotem o BSC.

É isso aí, pessoal. Foi um prazer e uma honra estar com vocês mais uma
vez. Desejo, nessa reta final, tranquilidade a todos, e que vençam os mais
preparados. Repito aqui uma dica que sempre dou: revisem exercícios da
Esaf de provas anteriores, pois, na minha opinião, é o que dá mais
resultados na reta final!

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