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POSSESSÓRIA – Reintegração de posse- Liminar- Deferimento

contra caseiro que ocupava imóvel de relação empregatícia-


Validade- Pretensão ao reconhecimento da ilegalidade da
retomada enquanto não resolvida a rescisão do contrato de
trabalho junto a Justiça Trabalhista- Desacolhimento –
Inexistência de posse a defender, uma vez que a relação entre o
possuidor e servidor da posse é de ordem e obediência- Art. 487
do Código Civil- Recurso Improvido ( 1º TACSP – AI 0910457-0,15-
3-2000, 4ª Cãmara – Rel. Paulo Roberto de Santana).
PARECER

Agravo de Instrumento não


provido

Fâmulo da posse, mero


detentor. Nega-se proteção
possessória ao detentor.

Cirunstâncias dos autos que


evidenciam ser o réu fâmulo
da posse do autor.
I – DOS FATOS
1) João, caseiro da chácara “x “, foi demitido por seu
empregador;

2) João ocupava a chácara em razão da relação


empregatícia;

3) Todavia, ao ter sido demitido, recusou-se a deixar o


imóvel, alegando que, somente, sairia após resolvida a
questão referente à rescisão do contrato de trabalho;

4) Registre-se que o conflito trabalhista estava em curso


na Justiça do Trabalho.

5) João ingressa como uma ação de reintegração de


posse sob o argumento de ter de pleno direito, até
que se resolvesse a demanda trabalhista.

6) O juízo de primeiro grau indeferiu o pedido do autor


( João) que agravou face a decisão do juiz a “quo”
baseado na impossibilidade jurídica do pedido, logo
não foi uma sentença de mérito e, sim, decisão
interlocutória;

7) João não cedeu a decisão e impetrou Agravo de


Instrumento junto ao Tribunal de Justiça;

8) A Câmara do Tribunal, por sua vez, decidiu por não dar


provimento ao recurso diante a inadmissibilidade do
mesmo, tendo em vista a ausência das condições
legais.

São os fatos.
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

1) A ação de reintegração de posse é remédio utilizado


quando ocorre esbulho;

2) Esbulho existe quando o possuidor fica injustamente


privado da posse. Não é necessário que o
desapossamento decorra da violência;

3) Os requisitos da ação de reintegração de posse estão


estampados em conjunto com os da manutenção no
art. 927 da lei processual;

4) Todavia, não é possuidor aquele que, achando-se m


relação de dependência com outro, conserva a posse
m nome deste e em cumprimento de ordens ou
instruções suas;

5) Nesse sentido determina o Código Civil no art. 1198,


“in verbis”:

Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação


de dependência para com outro, conserva a posse em
nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções
suas.

Parágrafo único. aquele que começou a comportar-se do


modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à
outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o
contrário.
6) Segundo Maria Helena Diniz, o detentor da posse,
também denominado “fâmulo da posse é aquele que,
em virtude de sua situação de dependência econômica
ou de um vínculo de subordinação em relação a uma
outra pessoa ( possuidor direito ou indireto), exerce
sobre o bem, não uma posse própria, mas a posse
desta última e em nome desta, em obediência a uma
ordem ou instrução”.

7) Registre-se que o detentor não possui legitimidade


para ajuizar ações possessórias em defesa de um
esbulho, turbação ou ameaça sobre o bem, logo o
pedido de reintegração é juridicamente impossível.

III – DA CONCLUSÃO

Diante do exposto é evidente que “ João” apreende a


coisa, detém o poder físico sobre ela, em razão de
uma relação subordinativa para com terceiro, ou
seja, apreende em cumprimento de ordens ou
instruções emanadas dos reais possuidores ou
proprietários.

Trata-se portanto, de “fâmulo da posse”, pois


exercita-se atos de posse em nome alheio como mero
instrumento da vontade de outrem.

Assim, nesse cenário é bastante claro a


inquestionável decisão do juízo “a quem “ decidindo
pelo improvimento do Agravo de Instrumento
impetrado.

Este é o Parecer
Brasília,

Assinatura do advogado/ número da OAB

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