Вы находитесь на странице: 1из 5

www.direitoria.

net

OAB/SP 116 (2001) - DIREITO CONSTITUCIONAL (1 a 9)

1. O Poder Constituinte Originário, em tese,


A. deriva da Constituição Federal.
B. deve obedecer às cláusulas pétreas.
C. não pode ser exercido na vigência de estado de sítio.
D. poderá estabelecer pena de morte.

Comentários:
O Poder Constituinte que deriva da própria constituição é o Poder Constituinte Derivado (ou
Reformador), que é estabelecido, disciplinado e limitado pela própria Constituição. Já o Poder
Constituinte Originário é constituído quando da elaboração de um novo texto constitucional, em
substituição ao existente, não guardando qualquer vínculo ou relação com o texto constitucional que
futuramente irá substituir. Pode-se até pensar que a existência do Poder Constituinte Originário é
mesmo incompatível com o texto constitucional vigente, que só prevê o Poder Reformador.
Geralmente o poder constituinte originário surge como fruto de uma mudança política. No Brasil,
momentos marcantes como a tomada do poder por Getúlio Vargas (anos 30) e a Revolução (ou Golpe)
dos militares (anos 60), provocaram o surgimento de novas Constituições. Neste caso, as constituições
foram outorgadas, ou seja, foram impostas à população sem que esta participasse de sua elaboração.
Quando a população participa, por meio da eleição dos membros responsáveis pela elaboração do
novo texto constitucional, diz-se que a constituição é popular.
Desta forma, dificilmente o poder constituinte originário popular poderá ser exercido sob estado
de sítio, entretanto, nada impede que, na vigência de tal situação, seja outorgada uma nova
constituição à população.
Da mesma maneira, por não guardar respeito ao status quo ante, pode perfeitamente
determinar a existência da pena de morte. Aliás, esta possibilidade existe mesmo em nosso texto
o
constitucional, elaborado de forma popular: o art. 5 , XLVII, a, estabelece: “não haverá penas de morte,
salvo em caso de guerra declarada...”.
Gabarito: D

2. Os Tribunais de Contas são órgãos relacionados ao


A. Poder Judiciário, responsáveis pela fiscalização contábil e financeira da Administração Direta e
Indireta.
B. Poder Executivo, responsáveis pelo julgamento das contas dos administradores públicos.
C. Poder Judiciário, responsáveis pelo julgamento das contas dos administradores públicos.
D. Poder Legislativo, responsáveis pela fiscalização contábil e financeira da Administração Direta
e Indireta.

Comentários:
A prestação de contas e dever de qualquer pessoa – física ou jurídica – que se encontre na
administração de bens públicos (CF 70 § único). A administração é função típica do poder executivo,
e a prestação de contas se dá em dois estágios: um primeiro, chamado de controle interno, onde o
próprio poder executivo verifica a concordância entre os gastos realizados e os previstos no orçamento,
através da prestação de contas de sua administração.
Em um segundo momento, esta prestação de contas é submetida a um controle externo, que
de acordo com o art. 71 CF cabe ao poder legislativo. Neste contexto, os Tribunais de Contas são
órgãos auxiliares do poder legislativo, na tarefa de fiscalização do poder executivo, encarregados da
fiscalização contábil e financeira da administração direta e indireta (71, IV, CF), dentre outras
atribuições (71 CF).
Gabarito: D

3. A Constituição Federal admite a restrição à inviolabilidade do domicílio


A. no caso de intervenção federal.
B. a qualquer tempo, desde que por determinação judicial.
C. no caso de decretação de estado de sítio.
D. se nele tiver ocorrido crime.

testes de direito constitucional 1


www.direitoria.net

Comentários:
o
A constituição federal garante aos cidadãos a inviolabilidade do domicílio (art. 5 , XI). Neste mesmo
inciso, prevê ainda três hipóteses em que fica afastado tal direito:
- no caso de flagrante delito ou desastre (e não no caso de haver sido cometido um crime);
- no caso da prestação de socorro;
- por determinação judicial, desde que se dê “durante o dia” (e não a qualquer tempo).
Entretanto, diante de grave crise institucional, ou diante de guerra, a constituição prevê uma espécie de
regime de exceção legalizado, que é o estado de sítio. Na vigência do estado de sítio pode ocorrer a
suspensão de garantias constitucionais, inclusive, expressamente, a de inviolabilidade de domicílio (139 V).
Já a intervenção federal visa, sobretudo, a manutenção do pacto federativo, não se caracterizando pela
supressão de garantias constitucionais dos indivíduos.
Gabarito: C

4. Em face da Constituição da República, o direito adquirido está imune à incidência


A. de qualquer espécie normativa, inclusive emenda constitucional.
B. de qualquer espécie normativa, salvo emenda constitucional.
C. de qualquer lei, apenas.
D. de qualquer lei ou medida provisória, apenas.

Comentários:
o
Com o intuito de preservar a ordem social, o inciso XXXVI do art. 5 estabelece que “a lei não prejudicará o
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. Sendo assim, qualquer alteração na legislação
vigente, através de qualquer espécie de norma jurídica, sem exceção, não pode ter efeito retroativo de
modo a alterar o que foi legalmente constituído – seja uma sentença, um negócio ou qualquer outro direito.
Particularmente com relação ao direito adquirido, que possui um conceito muito mais impreciso do que a
coisa julgada e o ato jurídico perfeito, dando margens a boas discussões, em muitas ocasiões tem sido alegada
a violação destas garantias pelo legislador. Foi o que ocorreu no caso da reforma administrativa, e também no
caso da reforma da previdência, onde o governo alterou regras que, para grande parte dos envolvidos,
representou sob seus pontos de vista uma perda de direito adquirido (fim da estabilidade, alteração nos critérios
para aposentadoria, por exemplo).
A LICC declara que se consideram adquiridos os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa
exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a
arbítrio de outrem (art. 6º, § 2º); se o direito subjetivo não foi exercido, vindo a lei nova, transforma-se em direito
adquirido, porque era direito exercitável e exigível à vontade de seu titular, independente na natureza
hierárquica do novo texto legal.
Gabarito: A

5. Quando o Município legisla sobre transporte coletivo municipal de passageiros, está


A. suplementando a legislação do Estado.
B. suplementando a legislação da União, no que couber.
C. expedindo norma fulcrada em sua própria autonomia.
D. expedindo normas de sua competência residual.

Comentários:
O transporte coletivo municipal de passageiros é, efetivamente, um assunto de interesse local dos
municípios, e como tal, a competência de legislar sobre ele compete ao próprio município (30, I, CF), em função
de sua autonomia política (legislativa).
Evidentemente, pode-se pensar que, em regulamentando a matéria, o município estará suplementando a
legislação da União, e de certa forma está, na medida em que tal regulamentação deve atender o Código
Nacional de Transito, a Lei das Licitações, etc.
Entretanto, deve-se lembrar que a autonomia dos estados e municípios, seja ela administrativa, política,
financeira ou legislativa, será sempre relativa, pois estará sempre condicionada ao disposto na Constituição
Federal. Mas isto, de forma nenhuma, afasta a competência dos municípios para legislar sobre os assuntos de
interesse local. No caso da questão, a ênfase em transporte coletivo municipal vai de encontro à idéia de
assunto de interesse local, fornecendo indícios da resposta desejada pelo examinador e afastando eventuais
recursos ao gabarito.

testes de direito constitucional 2


www.direitoria.net

Gabarito: C

6. O Estado pode atuar como empresário, no domínio econômico, quando se tratar de


A. imperativo de serviço público.
B. monopólio outorgado à União.
C. determinação da lei infraconstitucional.
D. defesa da função social da propriedade.

Comentários:
O art. 173 CF estabelece as exceções em que o Estado poderá atuar como empresário, estabelecendo
como regra a não intervenção do estado no domínio econômico como empresário. São duas as
hipóteses: a) quando necessária a intervenção aos imperativos da segurança nacional (fábrica de armas, por
exemplo), e b) por relevante interesse coletivo (os Correios, à época de sua criação, poderiam ser enquadrados
como tal). Em ambas situações, as circunstâncias que motivam a intervenção do estado como empreendedor
devem ser definidas em lei como tais.
Adicionalmente, o art. 177 CF estabelece o monopólio de atividades – relacionadas à pesquisa,
processamento e transporte do petróleo e de materiais radioativos - por parte da União, estabelecendo que
tais atividades possam ser desempenhadas por empresas estatais ou privadas (concessionárias,
permissionárias), adicionando uma nova exceção ao art. 173.
Com relação às alternativas, o imperativo de serviço público é incumbência do Estado (175 CF), não
se caracterizando como atividade empresarial. Desta forma, quando o estado o realiza não está agindo como
empresário, e sim realizando seu papel de Estado. Da mesma forma, poderá agir por determinação de lei
infraconstitucional apenas nas hipóteses previstas pela constituição, que não abrangem a defesa da função
social da propriedade, que é um princípio geral da atividade econômica (170, III), que o estado visa assegurar
através de outros meios, como a desapropriação (184 CF).
Gabarito: B

7. Silenciando a Constituição Federal e a Estadual quanto ao limite de idade para a nomeação de


advogado para o cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça (quinto constitucional), de um
determinado Estado, poder-se-á, por analogia, entender aplicável disposição da Constituição
Federal que estabelece o limite máximo de 65 anos para nomeação para o cargo de ministro do
STF?
A. Sim, porque todas as normas da CF devem ser aplicadas analogicamente.
B. Não, porque, em se tratando de exceção ao princípio da não-discriminação em razão de idade,
não se admite interpretação extensiva.
C. Não, porque advogado nomeado pelo quinto constitucional não se aposenta compulsoriamente
aos 70 anos de idade.
D. Sim, porque todos os juízes estão submissos ao princípio da vitaliciedade.

Comentários:
o
O art. 3 IV da CF proíbe a discriminação em razão de origem, raça, sexo, cor e idade, dentre outras
formas de discriminação existentes. Por outro lado, o art. 37, I, estabelece o livre acesso aos cargos, empregos
e funções públicas aos brasileiros que atendam os requisitos fixados em lei. Ora, se não existe o requisito de
idade nem na esfera da União e nem na esfera do Estado, desde que o advogado cumpra os demais requisitos
estabelecidos em lei, nada impede que ele seja nomeado. De qualquer forma, ele será aposentado,
compulsoriamente, aos 70 anos de idade (93, VI e 40, II).
Gabarito: B

8. A União, por decreto, interveio em Estado-Membro, em face do descumprimento de decisão


judicial (relativa ao pagamento de precatório). Posto isto,
A. o decreto de intervenção deve ser submetido ao Congresso Nacional, no prazo de 24 horas.
B. poderá o Congresso aprovar emenda constitucional para modificar o art. 100 da Constituição
Federal (ordem de pagamento dos precatórios).
C. deve a União submeter o decreto da intervenção ao Supremo Tribunal Federal.
D. o decreto de intervenção poderá limitar-se à suspensão da execução do ato impugnado.

testes de direito constitucional 3


www.direitoria.net

Comentários:
o
O art. 36 §1 da CF estabelece que o decreto de intervenção seja submetido à aprovação do Congresso
Nacional (e não do STF) no prazo de 24 horas. No caso em questão, a intervenção não se dá em razão de
uma ação do Estado-Membro, mas sim de uma omissão – deixar de pagar os precatórios – de forma a não
haver ato a ser suspenso.
o
Realmente, a constituição prevê esta modalidade (suspensão do ato) de intervenção (36 §3 ), que inclusive
dispensa a apreciação do decreto pelo Congresso, caso o problema possa ser resolvido através da suspensão
do ato que motiva a intervenção, que não é o caso.
Finalmente, a aprovação de Emenda Constitucional para adequar o art. 100 à condição específica de um
Estado-Membro, por si só, não se justifica no contexto da questão (Posto isto:...). Embora seja inegável que o
Congresso tenha competência para realizar tal tarefa, é implausível que o faça movido pelo interesse exclusivo
de um Estado-Membro.
Gabarito: A

9. Na inexistência de normas gerais federais sobre um esporte novo, recém-introduzido no país,


A. pode um Estado-Membro, dentro de sua jurisdição, estabelecer normas gerais sobre a matéria,
cuja eficácia não será suspensa ainda que haja superveniência de normas gerais sobre a
matéria, estabelecidas por lei federal.
B. não pode um Estado-Membro legislar sobre a matéria enquanto não houver normas gerais
estabelecidas por lei federal, visto tratar-se de competência legislativa concorrente.
C. pode um Estado-Membro, dentro de seu território, legislar plenamente sobre a matéria, eis que
se trata de competência legislativa concorrente.
D. não pode o Estado-Membro legislar sobre a matéria, visto que se trata de competência privativa
da União e dos Municípios.

Comentários:
O art. 24 CF estabelece as hipóteses de competência comum (ou concorrente) entre os Estados, Distrito
Federal e a União. Dentre elas, incluem-se as do inciso IX: educação, cultura, ensino e desporto. Logo, pode o
Estado-Membro legislar amplamente sobre a nova modalidade. Entretanto, se supervenientemente a matéria
o
for disciplinada pela União, fica a lei estadual revogada no que lhe for contrário (§ 4 ).
Sobre o desporto, a União editou, recentemente, lei que estabelece normas gerais sobre o desporto (Lei
8672/93), ficando os Estados-Membros, desde então, limitados a legislarem suplementarmente sobre o tema,
observando as normas gerais estabelecidas na lei.
Gabarito: C

10. Projeto de lei estadual, disciplinando as atribuições dos órgãos integrantes da Administração
Pública Estadual, é vetado pelo Governador do Estado por vício de iniciativa. A rejeição do veto
governamental pela Assembléia Legislativa
A. convalida eventual vício no processo legislativo.
B. usurpa a iniciativa legislativa exclusiva do Governador.
C. restaura a autonomia do Poder Legislativo.
D. traduz vício jurídico que impede a vigência do ato legislativo.

Comentários:
Quando um projeto de lei é aprovado pelo poder legislativo, em certos casos (de acordo com a
Constituição do Estado-Membro) a lei resultante será submetida à sanção ou veto por parte do chefe do
executivo. A sanção – que pode ser tácita ou expressa – equivale à concordância do administrador com o
conteúdo da lei, enquanto que o veto, que sempre é expresso, equivale à sua discordância. O veto pode ser
parcial ou total, caso a discordância seja referente ao texto como um todo ou a apenas alguns itens (apenas
itens inteiros: alíneas, parágrafos, artigos, etc...). Uma vez sancionado, o projeto segue para promulgação e
publicação, tornando-se uma lei. Entretanto, quando o projeto de lei é vetado pelo executivo, o parlamento
pode, mediante aprovação da maioria absoluta de seus membros (no caso do Congresso Nacional a votação
é em sessão conjunta), derrubar o veto, anulando seu efeito. Uma vez rejeitado o veto, o projeto de lei segue
para promulgação e publicação, gerando efeitos de forma idêntica ao sancionado.
Entretanto, a lei estará sempre submetida ao controle de constitucionalidade, uma vez que, por ser
lei, necessariamente se submete à constituição. O controle de constitucionalidade – em nosso país exercido

testes de direito constitucional 4


www.direitoria.net

pelo poder judiciário (nas modalidades difuso e concentrado) – irá aferir a existência de vícios na lei, que se
constatada pode acarretar a nulidade absoluta ou relativa da lei (dependendo da modalidade de controle de
constitucionalidade empregada). Estes vícios poder ser com referência à forma – os vícios formais – ou com
referência à matéria abordada pela lei – os vícios materiais.
Os vícios formais podem ser objetivos – no caso em que não obedecem ao processo de elaboração
da norma, por desrespeito ao processo ou ao procedimento legislativo específico, ou subjetivos, quando se
refere à competência para propor ou executar a elaboração da norma, como é o caso da questão, o chamado
vício de iniciativa.
Gabarito: B

testes de direito constitucional 5

Вам также может понравиться