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O período conhecido como Idade Média teve uma duração de aproximadamente 1000 anos, com início no

século V e final no século XV. É comum para facilitar o estudo desse período dividi-lo em duas épocas; sendo
os primeiros cinco séculos chamados de Alta Idade Média e os cinco restantes de Baixa Idade Média.
Alta Idade Média
A Alta Idade Média teve início com a invasão, ocupação e assentamento dos vários povos germânicos, (como
francos, visigodos, suevos, ostrogodos, lombardos, anglo saxões), em diversas regiões européias ocidentais, o
que deu origem a inúmeros reinos. Com as grandes modificações introduzidas com as invasões bárbaras, a
população passa a ser composta por uma maioria camponesa, dominada pelos proprietários de terras, vivendo
em condições de grande pobreza, sofrendo constantes períodos de fome e ataques dos povos inimigos.
A economia agrária produzia poucos excedentes, além daqueles necessários para o sustento do próprio grupo,
que passou a conviver naquela comunidade.
A atividade comercial realizada com moedas não desapareceu totalmente, mas restringiu-se um pouco, devido
a crise generalizada, que rondava a Europa neste momento.Nessa época as cidades tiveram pouca importância
e várias foram inclusive abandonadas.
Um fato importante que marcou o período da Alta Idade Média, foi a mudança na forma de trabalho. A
escravidão característica da Antiguidade Clássica foi substituída pela servidão.
O servo distingue-se do escravo fundamentalmente , por não ser propriedade do senhor que não pode
portanto, dispor de sua pessoa.Sua condição é a de um trabalhador semi-livre pois está preso ao senhor, que
lhe deve proteção, e a terra que dele recebeu, não tendo portanto, o direito de dispor livremente de si mesmo.
A servidão é portanto uma modalidade de trabalho compulsório, aqui entendido como aquele trabalho que o
indivíduo é obrigado a realizar não tendo poder de decisão quanto ao seu início ou término e não podendo
abandoná-lo por vontade própria.
O Império mais importante do período da Alta Idade Média foi o Carolíngeo, assim chamado por ter sido
Carlos Magno, seu primeiro imperador.Ele sonhou reunificar sob o domínio dos francos, todo o território que
antes pertencera ao Império Romano.
A contenção das últimas ondas de invasões bárbaras ( mulçumanas, húngaras e normandas) , no século X
seguiu-se uma fase de relativa tranquilidade em relação às ameaças externas. A sociedade européia ocidental
havia passado por profundas transformações e já não apresentava mais as características de pânico que
marcaram séculos passados.

Baixa Idade Média

A Baixa Idade Média é considerada o despertar da Europa. Nessa fase da história européia a sociedade, que se
desenvolveu e dominou todo o período é chamada feudal - nome derivado da instituição denominada feudo.
Feudo é sinônimo de benefício. Significa um bem ou direito cedido a alguém em troca de fidelidade e várias
obrigações em especial militares. Aquele que cede o bem se torna suserano do que recebe e que passa a ser
seu vassalo.Recebendo a terra , o vassalo passava a contar com um meio seguro de subsistência( já que
viveria da renda e do trabalho do camponês), podendo dedicar-se inteiramente ao treinamento e sefviço
militar. Formou-se assim uma camada de grandes proprietários, ligados uns aos outros por laços de suserania
e vassalagem e que, exploravam o trabalho do camponês, fosse este livre( vilão) ou semi livre( servo)
Entre os diversos historiadores ainda não existe um acordo sobre o ideal conceito de Feudalismo. Nesse
momento utilizaremos um conceito de um dos maiores especialistas em História da Idade Média;
Um sistema de organização econômica, social e política baseado nos vínculos de homem a homem, no qual
uma classe de guerreiros especializados - os senhores - , subordinados uns aos outros por uma hierarquia de
vínculos de dependência, domina uma massa campesina que explora a terra e lhes fornece com que viver.

( Jacques le Goff)
A sociedade feudal de forma equivocada, costuma ser associada a anarquia política, pois durante esse período
não havia uma forte centralização do poder. Uma infinidade de senhores passou a exercer nas suas terras as
funções inerentes ao estado, como elaborar leis, julgar, castigar, cobrar impostos, mobilizar exército.
A linhagem feudal impunha severos deveres morais, militares e econômicos a seus membros, e quanto maior
fosse a parentela mais prestígio ela desfrutava. Como nesta época não havia o Estado com seu território
definido e suas próprias leis, nem língua, costumes e hábitos nacionais, o indivíduo só era respeitado na sua
comunidade ; fora dela era um desconhecido.
Mas apesar de sustentar economicamente toda a sociedade feudal o camponês era um ser desprezado pelos
integrantes dos demais grupos sociais, sendo muito difícil encontrar um documento que reconhecesse e
elogiasse a sua função. Na citação abaixo, retirada de uma novela de cavalaria, encontra-se a seguinte
descrição de um habitante do campo:
[...] Um vilão, que se parecia a um mouro por sua monstruosa e desmedida feldade, criatura mais feia do que
se poderia dizer com palavras, estava sentado em cima de um tronco, com uma grande maça nas mãos. Ao
aproximar-se dele, vi que tinha uma cabeça muito grande, maior que a de um cavalo ou outro animal de maus
modos, o cabelo eriçado, a testa pelada, as orelhas enormes [...]
Segundo o que diz um tratado escrito por volta de 1186, os camponeses não estavam nem mesmo preparados
para o amor:
[...] Ao agricultor lhe basta o trabalho diário e os prazeres ininterruptos do arado e do enxadão. Porém, se
alguma vez chegasse a suceder - raro seria - que fosse ferido pela flecha do amor, o que vai contra a sua
natureza, não convém ensinar-lhe a doutrina do amor, pois enquanto pensam em atividades alheias a sua
natureza, sentiremos que os proprietários dos homens, que costumam frutificar graças a seu trabalho, deixam
de produzir por falta de alguém que as faça frutificar. [...].
Observe na citação o desprezo pelo camponês aliado à constataçào do caráter imprescindível do seu trabalho.
Os grandes proprietários justificam com seu trabalho sem o qual não é possível produzir. É a expressão da
realidade da época: essencialmente agrária, baseada nas relações de produção servís.
O poder central, embora continue a existir, só se efetiva mediatizado pela nobreza, o que significa, na prática,
que para se exercitar, o poder do rei depende da sanção da nobreza, já que não possui um exército
profissional, nem recursos para exercer através de seus próprios funcionários as ações administrativas e
judiciais.
Assim como a crença que inspirava a religião cristã _ para a qual o Pai, Filho e espírito Santo compõem uma
divindade una _ , a sociedade feudal também deveria projetar sua unidade baseada em três componentes: as
pessoas que rezavam, as pessoas que combatiam e as pessoas que trabalhavam. Estas idéias aparecem
claramente por volta do século XI e estão formuladas nas palavras de um bispo de nome Adalberão, que
escreveu:
“Tripla é pois a casa de Deus, que se crê una: embaixo uns rezam, outros combatem, outros ainda trabalham;
os três grupos estão juntos e não suportam ser separados; de forma que sobre a função de um repousam os
trabalhos dos outros dois, todos por sua vez entre ajudando-se “.

Desenvolvimento urbano

Além das cidades, onde se desenvolveu o comércio, surgem na Europa, espaços temporários de encontros de
comerciantes, - as feiras - . Esses encontros aconteciam duas a três vezes por ano, em algumas cidades
européias. Com o grande desenvolvimento do comércio e da indústria essa feiras se tornaram periódicas e
fixas.As feiras contavam com a proteção dos senhores feudais, que em troca cobravam impostos dos
comerciantes.
As mudanças provocadas pelo incremento comercial e urbano provocaram mudanças nas relações entre
servos e senhores. Estes aboliram algumas obrigações servis e passaram a exigir o pagamento em dinheiro ou
em parte do excedente agrícola. Com isso observa-se uma mudança na noção de riqueza existente até então.
Os senhores de terras passam a aumentar seus rendimentos, agora não mais apenas pela posse de terras,
mas pelo acúmulo de renda em dinheiro.
Por outro lado ocorre também , que alguns camponeses passam a obter rendas vendendo seus excedentes
nos mercados locais. Grande parte passa a abandonar as lavouras, especializando-se no artesanato e no
comércio.
O papel da mulher
O trabalho feminino teve incontestável significado na vida econômica das cidades.A superioridade numérica
em parte explica essa importância.O que ocorria é que na aristocracia o excedente feminino era, relegado aos
conventos e, entre o povo, ao mundo do trabalho.
É interessante observar a tradição monástica antifeminina, que persistiu em toda a Idade Média. Um monge
do século XII, numa obra poética intitulada De contemptu feminae, enumera uma porção de vícios femininos.
As mulheres são, segundo ele, ignóbeis, pérfidas, covardes, corrompem o que é puro e aviltam as ações
humanas. seus pecados são como grãos de areia.;
Toda mulher se alegra ao pensar no pecado e ao praticá-lo.
Nenhuma é boa, se alguém assim acha
Porque a mulher é coisa ruim
É quase nada de bom existe nela.
Na França existiram pequenas e grandes senhoras feudais. Na região de Champanha entre 1152 e 1284, de
279 possuidores de domínios territoriais, 58 eram mulheres, damas ou moças. A complexidade do feudalismo
gerou um profundo desacordo entre a teoria e a prática. Não nos admira encontrar, na série de inquéritos
judiciais ordenados por São Luís na segunda metade do século XIII, as reclamações de inúmeras pequenas
feudatárias pedindo indenizações pelos abusos cometidos pelos oficiais do rei.

As corporações de ofício

Uma instituição típica da sociedade medieval foi a corporação de ofício. Eram associações que organizavam a
produção e a distribuição de determinados produtos, reunindo profissionais do mesmo ramo, como por
exemplo os sapateiros, ferreiros, alfaiates.
As corporações atuaram como incentivo para o aumento da produção. Os comerciantes manufatureiros foram
obtendo cada vez mais lucros o que gerou um crescente acúmulo de capitais, nas mãos de uma nova classe ,
que passou a ser denominada de burguesia.
A grande finalidade das corporações era evitar a concorrência entre os artesãos, tanto locais como de outras
cidades, e adequar a produção ao consumo local.As corporações fixavam o preço do produto, controlavam a
qualidade das mercadorias, a quantidade de matérias primas e fixavam os salários dos trabalhadores.
O choque entre os senhores feudais e a burguesia
O desenvolvimento urbano e comercial, insere modificações radicais, na vida da sociedade européia
ocidental., na Baixa Idade Média. Alteram-se as idéias e os costumes, favorecendo maior liberdade e
tolerância . As cidades tornam-se palcos de discussões de novas teorias e conhecimentos orientadas pela
burguesia, que pretende nesse momento. adaptar-se aos novos tempos.
A crescente burguesia inevitavelmente entra em choque com a aristocracia feudal, que naquela época
dominava praticamente todos os setores da sociedade medieval.Apesar dos incontáveis conflitos entre os dois
grupos, a burguesia só irá se impor como classe dominante, no século XVIII, após a Revolução Industrial.
Um dos principais pontos de discórdia entre os senhores feudais e a burguesia dizia respeito ao conceito de
riqueza. A riqueza para um senhor feudal, estava na terra. A sua importância social era medida a partir do
número de seus dependentes e agregados. Já a burguesia era conhecida pela sua avareza, pela preocupação
em poupar e investir lucrativamente as riquezas monetárias, adquiridas, por administrar zelosamente os seus
bens.
De forma crítica, um burguês de Siena via assim os gastos desnecessários da nobreza;
[...] Concede hospitalidade frementemente por cortesia, age como avalista das dívidas dos amigos,[...] arma
conspirações, processos, visitas às cortes, prepara casamentos, faz amor com as mulheres, joga dados[...]
toma empréstimo com usura[...]

Buoncompagno de Sigma, aput J.H.Mundy, Europe in high middlle ages(1150-1309), p.255.)


Entretanto do ponto de vista da aristocracia e do clero, observe uma apreciação feita por um prolixo autor
catalão, que viveu entre 1235 e 1315, ridicularizando a burguesia,como mostra o documento abaixo:
[...] Quase todos os comerciantes e artesãos querem ser burgueses, ou desejam que os seus filhos o sejam.
Mas deveis saber que não há ofício mais perigoso que a condição de burguês e a que seja mais rápida.[...]
Nenhum homem tem a sua vida mais curta como o burguês. E sabeis por quê ? Porque ele come muito e não
faz nenhum exercício[...] Nenhum homem incomoda tanto a seu amigo como o burguês pobre.

FEUDALISMO

O feudalismo foi um modo de organização social e político baseado nas relações servo-contratuais (servis).
Tem suas origens na decadência do Império Romano. Predominou na Europa durante a Idade Média. Segundo o
teórico escocês do iluminismo, Lord Kames, o feudalismo é geralmente precedido pelo nomadismo e em certas
zonas do mundo pode ser sucedido pelo capitalismo. Os senhores feudais conseguiam as terras porque o rei
dava-as para eles. Os camponeses cuidavam da agropecuária dos feudos e em troca recebiam o direito à um
pedaço de terra para morar e também estavam protegidos dos bárbaros. Quando os servos iam para o manso
senhorial, atravessando a ponte, tinham que pagar um pedágio, exceto quando iam cuidar das terras do
Senhor Feudal. Com a decadência e a destruição do Império Romano do Ocidente, por volta do século V d.C.
(de 401 a 500), como conseqüência das inúmeras invasões dos povos bárbaros e das más políticas econômicas
dos imperadores, várias regiões da Europa passaram a apresentar baixa densidade populacional e baixo
desenvolvimento urbano. Isso ocorria devido às mortes provocadas pelas guerras, às doenças e à insegurança
existentes logo após o fim do Império Romano. A partir do século V d.C., entra-se na chamada Idade Média,
mas o sistema feudal (Feudalismo) somente passa a vigorar em alguns países da Europa Ocidental a partir do
século IX d.C., aproximadamente.

O esfacelamento do Império Romano do Ocidente e as invasões bárbaras que estavam em diversas regiões da
Europa favoreceram sensivelmente as mudanças econômicas e sociais que vão sendo introduzidas,
principalmente na Europa Ocidental, e que alteram completamente o sistema de propriedade e de produção
característicos da Antigüidade. Essas mudanças acabam revelando um novo sistema econômico, político e social
que veio a se chamar Feudalismo. O Feudalismo não coincide com o início da Idade Média (século V d.C.),
porque esse sistema começa a ser delineado alguns séculos antes do início dessa etapa histórica (mais
precisamente, durante o início do século IV), consolidando-se definitivamente ao término do Império
Carolíngeo, no século IX d.C.

Em suma, com a decadência do Império Romano e as invasões bárbaras, os nobres romanos começaram a se
afastar das cidades levando consigo camponeses (com medo de serem saqueados ou escravizados). Já na
Idade Média, com vários povos bárbaros dominando a Europa Medieval, foi impossível unirem-se entre si e
entre os descendentes de nobres romanos, que eram donos de pequenos agrupamentos de terra. E com as
reformas culturais ocorridas nesse meio-tempo, começou a surgir a idéia de uma nova economia: o feudalismo.

A formação do feudalismo

Os feudos tinham a grande influencia da igreja em suas vidas. Os germânicos, que foram chamados de
bárbaros, ocuparam a Europa Ocidental e para lá levaram seus hábitos, costumes e leis. Ao longo do período
entre os séculos V e IX ocorreu a transição entre o Antigo Escravismo e o Feudalismo. Nesse período, o
comércio, já decadente desde a crise do Império Romano do Ocidente, declina ainda mais, em função dos
ataques de sarracenos (árabes), magiares (húngaros) e vikings (nórdicos), naquilo que foi denominado de
Novas Invasões. As cidades desapareceram ou reduziram suas atividades. Apenas as cidades italianas, como
Veneza e Génova, mantém o comércio a longa distância através do mar Mediterrâneo. A economia é agrária,
voltada para o consumo. A autoridade central esfacelou-se e, na mesma proporção, consolidou-se uma
transferência de soberanias, privatizando-se forças militares locais e regionais, a instituição e arrecadação de
tributos, a aplicação da justiça, etc.

O Feudalismo vem da fusão de duas culturas: a Germânica e a Romana. O elemento principal da cultura
Germânica era o Comitatus, de onde surge a vassalagem. O elemento principal da cultura Romana era o
Colonato.

Oriente: No Mediterrâneo oriental, o Império Romano do Oriente teve continuidade com o nome de Império
Bizantino, que desenvolveu um intenso comércio e só desapareceu no século XV, quando sua capital,
Constantinopla (hoje Istambul) , foi ocupada pelos turcos. Surgiu também no Oriente um outro império, o
Império Árabe, Muçulmano ou Islâmico, que tem sua origem na Arábia no século VII, e se expandiu para o
Oriente, ocupando a Pérsia e a Síria, e para o Ocidente, ocupando o Egipto e outros países do norte da África,
chegando até a Península Ibérica, na Europa. O Império Árabe também desenvolveu intensa atividade
comercial.

Transformações da sociedade feudal (séculos XII e XIII) na Europa Ocidental: A Europa procura
conquistar territórios no Oriente, por meio das Cruzadas. As antigas cidades européias começam a renascer.
Desenvolve-se o comércio. A sociedade feudal começa a se transformar.

A sociedade feudal

A sociedade feudal era composta por três estamentos (três grupos sociais com status fixo): o clero, a nobreza
e os camponeses. Apresentava pouca ascensão social e quase não existia mobilidade social( a Igreja foi uma
forma de promoção, de mobilidade).

• O clero tinha como função oficial rezar. Na prática, exercia grande poder político sobre uma sociedade
bastante religiosa, onde o conceito de separação entre a religião e a política era desconhecida.
Mantinham a ordem da sociedade evitando, por meio de persuasão e criação de justificativas religiosas,
revoltas e contratações camponesas.
• A nobreza (também chamados de senhores feudais) tinha como principal função guerrear, além de
exercer considerável poder político sobre as demais classes. O Rei lhes cedia terras e estes lhe juravam
ajuda militar (relações de suserania e vassalagem).
• Os servos da gleba constituíam a maior parte da população camponesa, eles eram presos à terra e
sofriam intensa exploração, eram obrigados a prestarem serviços à nobreza e a pagar-lhes diversos
tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar. Embora geralmente se considere
que a vida dos camponeses fosse miserável, a palavra "escravo" seria imprópria. Para receberem
direito à moradia nas terras de seus senhores, assim como entre nobres e reis, juravam-lhe fidelidade
e trabalho.

Tributos e impostos da época


As principais obrigações dos servos consistiam em:

• Corvéia: trabalho compulsório nas terras do senhor em alguns dias da semana;


• Talha: Parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre
• Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moinho, o forno, o
celeiro, as pontes;
• Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça);
• Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado para a
manutenção da capela local;
• Censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, em dinheiro, para a nobreza;
• Taxa de Justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre;
• Formariage: quando o nobre resolvia se casar , todo servo era obrigado a pagar uma taxa para ajudar
no casamento, era também válida para quando um parente do nobre iria casar.
• Mão Morta: Era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família servil, em caso do
falecimento do pai da família.

Muitas cidades européias da Idade Média tornaram-se livres das relações servis e do predomínio dos nobres.
Essas cidades chamavam-se burgos. Por motivos políticos, os "burgueses" (habitantes dos burgos) recebiam
freqüentemente o apoio dos reis, que muitas vezes estavam em conflito com os nobres. Na língua alemã, o
ditado Stadtluft macht frei ("O ar da cidade liberta") ilustra este fenômeno. Em Bruges, por exemplo, conta-se
que uma certa vez um servo escapou da comitiva do conde de Flandres e fugiu por entre a multidão. Ao tentar
reagir e ordenar que perseguissem o fugitivo, o conde foi vaiado pelos "burgueses" e obrigado a sair da cidade,
em defesa do servo, que se tornou livre deste modo.

Economia e propriedade

A produção feudal própria do Ocidente europeu tinha por base a economia agrária, de escassa circulação
monetária, auto-suficiente. A propriedade feudal pertencia a uma camada privilegiada, composta pelos
senhores feudais, altos dignitários da Igreja (o clero) e longínquos descendentes dos chefes tribais germânicos.
As estimativas de renda per capita da europa feudal a colocam em um nível muito próximo ao minímo de
subsistência.

A principal unidade econômica de produção era o feudo, que se dividia em três partes distintas: a propriedade
individual do senhor, chamada manso senhorial ou domínio, em cujo interior se eregia um castelo fortificado; o
manso servil, que correspondia à porção de terras arrendadas aos camponeses e era dividido em lotes
denominados tenências; e ainda o manso comunal, constituído por terras coletivas –-- pastos e bosques --- ,
usadas tanto pelo senhor quanto pelos servos.

Devido ao caráter expropriador do sistema feudal, o servo não se sentia estimulado a aumentar a produção
com inovações tecnológicas, uma vez que tudo que produzia de excedente era tomado pelo senhor. Por isso, o
desenvolvimento técnico foi pequeno, limitando aumentos de produtividade. A principal técnica adotada foi a
agricultura dos três campos, que evitava o esgotamento do solo, mantendo a fertilidade da terra.

Para o economista anarco-capitalista Hans Herman Hoppe, como os feudos são supostamente propriedade do
Estado (neste caso, representado pelos senhores feudais), feudalismo é, conseqüentemente, considerado por
ele como sendo uma forma de socialismo, o socialismo aristocrático.

Ascensão e queda do sistema

O feudalismo europeu apresenta, portanto, fases bem diversas entre o século IX, quando os pequenos
agricultores são impelidos a se proteger dos inimigos junto aos castelos, e o século XIII, quando o mundo
feudal conhece seu apogeu, para declinar a seguir.

No século X, o sistema ainda está em formação e os laços feudais unem apenas os proprietários rurais e os
antigos altos funcionários Carolíngios. Entre os camponeses ainda há numerosos grupos livres, com
propriedades independentes. A hierarquia social não apresenta a rigidez que a caracterizaria posteriormente, e
a ética feudal não está plenamente estabelecida.

Entretanto, a partir do ano 1000, até cerca de 1150, o Feudalismo entra em ascensão. O sistema define seus
elementos básicos. A exploração camponesa torna-se intensa, concentrada em certas regiões superpovoadas,
deixando áreas extensas de espaços vazios. Surgem novas técnicas de cultivo, novas formas de utilização dos
animais e das carroças. Com as inovações no campo, a produção agrícola teve um aumento significativo e
surgiu a necessidade de comercialização dos produtos excedentes, então a partir do século XI, também há um
renascimento do comércio e um aumento da circulação monetária, o que valoriza a importância social das
cidades e suas comunas. E, com as Cruzadas, esboça-se uma abertura para o mundo, quebrando-se o
isolamento do feudo. Com o restabelecimento do comércio com o Oriente próximo e o desenvolvimento das
grandes cidades, começam a ser minadas as bases da organização feudal, na medida em que aumenta a
demanda de produtos agrícolas para o abastecimento da população urbana. Isso eleva o preço dessas
mercadorias, permitindo aos camponeses maiores fundos para a compra de sua liberdade. Não que os servos
fossem escravos; com o excedente produzido, poderiam comprar de seus senhores lotes de terras e, assim,
deixar de cumprir suas obrigações junto ao senhor feudal. É claro que esta situação poderia gerar problemas já
que, bem ou mal, o servo vivia protegido dentro do feudo. A solução encontrada, quando não se tornavam
comerciantes, eram morar em burgos, dominados por outros tipos de senhores, desta vez, comerciais. Ao
mesmo tempo, a expansão do comércio cria novas oportunidades de trabalho, atraindo os camponeses para as
cidades.

Esses acontecimentos, aliados à formação dos exércitos profissionais — o Rei, agora, não dependeria mais dos
serviços militares prestados por seus vassalos —, à insurreição camponesa, à peste, à falta de alimentos
decorrente do aumento populacional e baixa produtividade agrária, contribuíram para o declínio do feudalismo
europeu. Na França, nos Países Baixos e na Itália, seu desaparecimento começa a se manifestar no final do
século XIII. Na Alemanha e na Inglaterra, entretanto, ele ainda permanece mais tempo, extinguindo-se
totalmente na Europa ocidental por volta de 1500. Em partes da Europa central e oriental, porém, alguns
remanescentes resistiram até meados do século XX, como, por exemplo, a Rússia, que só viria a se libertar dos
resquícios feudais com a Revolução de 1917.

A situação da Igreja Católica na Idade Média

Durante a Idade Média, a Igreja Católica experimentou seu momento de maior poder e expressão na
sociedade. Toda a vida civil estava regulada pelas observações religiosas.
As estações do ano agrícola, as reuniões das assembléias consultivas , o calendário anual eram marcados
pelas atividades religiosas.
A vida cotidiana era toda impregnada por pequenos rituais católicos, que demonstravam o grande poder da
religião. As doenças epidemias e catástrofes eram geralmente atribuídas ao Diabo, e eram resolvidas por meio
de exorcismos, sinais da cruz e outros simbolismos católicos. O poder da Igreja diferenciava-se dos demais,
uma vez que além do território sob sua jurisdição política ela tinha o poder espiritual sobre quase todo o
território europeu.
Esse domínio, construído durante a Idade Média, consistia em estar presente na vida das diferentes camadas
sociais. Era a Igreja que representava, pela sua função religiosa, a segurança para a população medieval
atemorizada com a morte e, sobretudo, com o que pudesse ocorrer depois da morte. Essa influência a
princípio puramente espiritual, passa a estender-se para o político, na medida em que eram os papas que
coroavam os imperadores, nas cerimônias de sagração.
Entre os nobres a Igreja atuava como fornecedora de justificativas religiosas, para as guerras contra os infiéis
- as Guerras Santas - Entre os movimentos mais conhecidos da Idade Média, orientados pela Igreja, estão as
cruzadas, que contaram com o apoio dos dirigentes políticos das monarquias feudais, para retomar a Terra
Santa , que tinha caído em poder dos turcos.Entretanto os interesses econômicos e sociais rapidamente
superaram os motivos religiosos, que em um primeiro momento serviram de incentivo aos movimentos
cruzadísticos.
No plano intelectual a Igreja Católica foi durante o período medieval, a guardiã do conhecimento
sistematizado, uma vez que as bibliotecas ficavam em seu poder.
O clero era constituído na sua maioria por indivíduos ricos, que nem sempre possuíam vocação religiosa, para
praticarem a fé. A religião nesse momento também era vista como uma forma de enriquecimento fácil, às
custas de tributos dos camponeses e artesãos.
Ao longo de todo o período medieval a Igreja contou com diversos movimentos, que tentaram reformar a
Instituição , nascidos no seio da própria Igreja.A Igreja enfrentou também grande número de guerras,
movidas por reis, príncipes e senhores feudais, muitas vezes com o apoio da população, que lutavam contra o
abusivo poder dos papas. Entretanto a Igreja saiu vitoriosa na maioria das vezes, mantendo sua unidade , até
meados do século XVI, quando ocorreu o movimento da Reforma Protestante.
Durante a Idade Média as relações da Igreja com os banqueiros encontraram um único obstáculo: os juros.
Entendia-se que um usuário, ao exigir uma importância maior e proporcional à duração do empréstimo, estava
vendendo algo que pertencia somente a Deus ( o tempo ) . Este problema, entretanto acabou sendo
contornado. E enquanto se fazia uma cuidadosa revisão dos dogmas da religião, aos “vendedores do
tempo”restava a possibilidade _ aplicada a todos os demais pecados _ de arrepender-se e doar aos pobres e à
própria Igreja parte da riqueza acumulada durante toda a vida.
O homem medieval vivia aprisionado em seu pequeno mundo. As informações sobre a Ásia e a África eram
muito esparsas e contraditórias. A América não fazia parte dos mapas. Os mercadores eram em geral homens
melhor informados do que o restante da população. Estes procuravam compreender as diferenças das
civilizações e, ao mesmo tempo, integrá-las dentro da ótica do cristianismo.Com Marco Polo, viajante do
século XII, podemos perceber duas grandes questões: as dificuldades em se definir a geografia do globo e o
peso ético que a narrativa bíblica impunha aos seus relatos.
O que mais surpreendia o ouvinte medieval, era a exuberância das descrições sobre reinos distantes e não a
geografia dos continentes. Cada região era descrita através de cenas cujo impacto fixava uma determinada
imagem:
O rei anda também todo nu, como os outros, mas cobre a sua virilidade com um pano mais rico, e usa um
colar de ouro, que é uma fiada de safiras, rubis, esmeraldas e outras pedras preciosas. Também usa posto no
pescoço um cordão com 104 pérolas grandíssimas e rubis de grande valor. E são 104 pérolas e pedras, porque
tem que dizer, todas as manhãs e todas as noites, 104 preces ou invocações aos seus ídolos. É que lhe
mandam a fé e os costumes; assim o fizeram seus antepassados, e assim o faz ele, e é por isso que usa um
tal colar[...] . Contei-vos tudo isto, mas no entanto ainda me fica muita coisa maravilhosa por dizer. Sabei
que este rei tem quinhentas mulheres legítimas [...] .
( O livro das maravilhas)
Numa época em que ouvir valia mais do que ver , os olhos enxergavam primeiro o que se ouvia dizer ; tudo
quanto se via era filtrado pelos relatos de viagens fantásticas de terras longínquas, de homens monstruosos
que habitavam os confins do mundo conhecido. Aos poucos, talvez com traumatismos, as evidências da
novidade cresceriam sobre o acervo milenar do imaginário europeu, destruindo sonhos e fantasias, somando-
se a outros elementos desencantadores do mundo feudal.
O que era a realidade da terra para o homem do século XIV ? Acreditava-se na existência do Equador, dos
trópicos, de cinco zonas climáticas, três continentes, três mares, doze ventos. A Europa setentrional e o
Atlântico já se confundiam com o imaginário, sendo descritos quase como ficção. Mais tarde a expansão
ultramarina desenrolou-se pois sob forte influência do imaginário europeu tanto na vertente positiva quanto na
negativa.
A expansão nesse momento é multifacetada, ou seja, meio real, meio fantástica, meio comercial, meio
mental, ligado à própria estrutura do comércio do Ocidente medieval, importador de produtos preciosos
longínquos, com suas ressonâncias psicológicas.

A crise dos séculos XIV e XV

A crise que assolou a Europa Ocidental, nos séculos XIV e XV vem acompanhada do espírito da modernidade
, que começou a rondar a cabeça do homem europeu, gerando fortes modificações política, econômica ,
social e religiosa no sistema vigente . O regime feudal passou a sofrer fortes pressões internas e externas ,
que o modificaram, e muitas de suas estruturas entraram em colapso.
Inúmeros fatores são apontados para explicar essa crise feudal , considerada maior do que todas as
anteriores que o Feudalismo havia enfrentado, o que acabou por levar o sistema a um lento
declínio.Alteraram-se as concepções de tempo e de espaço.
Um novo engenho simboliza muito bem esta passagem : o relógio. Dividir o espaço que separa um dia do
outro em 24 partes iguais é um exercício matemático que exige uma nova forma de percepção da natureza.
No transcorrer do século XV observamos que, cada vez mais, dois tempos convivem paralelamente: o tempo
da igreja, regido pelo sino, pela oração, dom inseparável do homem, e o tempo laico, organizado
matematicamente pelo relógio, pelo mercadores, possíveis de expropriação.
O tempo passava , a sociedade dividia-se cada vez mais e as contradições se expandiam tornando o sistema
feudal incompatível com a realidade social.
No plano social rebeliões camponesas surgem em função da superexploração do trabalho , praticada pelos
senhores feudais, principalmente após a ocorrência da Peste Negra, que chegou a matar quase um terço da
população européia, desorganizando a produção e provocando fome. Isso acaba por gerar grandes revoltas,
nas quais os camponeses queimaram castelos e assassinaram senhores.A repressão a esse movimentos foi
enorme, uma vez que a nobreza e o clero passam a temer por sua sobrevivência.
A população gemia sob o peso das obrigações crescentes e, aqui e ali, começaram a acontecer revoltas
isoladas. Enquanto as revoltas camponesas sucediam-se, nas cidades cresciam as diferenças entre os ricos
mercadores e mestres de corporações, por um lado, e os companheiros mais pobres. Mais do que isto,
acentuava-se a oposição entre os empreendedores proprietários e os trabalhadores não proprietários, cujo
número crescia proporcionalmente à miséria que se abatia sobre os trabalhadores do campo
A Peste Negra encontrou um campo propício para sua difusão na pobre, faminta e enferma sociedade
medieval. As narrativas da peste são dramáticas, como nesta de um cidadão de Siena:
[...] Pai abandonava filho, esposa abandonava marido, irmão abandonava o outro; porque a enfermidade
parecia atacar através da respiração e da visão. E assim eles morriam. Ninguém podia ser encontrado para
enterrar os mortos por dinheiro ou por amizade. Os membros de uma família traziam seu morto para o fosso
da melhor maneira que podiam, sem sacerdotes, sem ofícios divinos. Nem o sino[ dos mortos] tocava.
No plano econômico a expansão do comércio e do mercado era um fato que marcava o período da transição
do Feudalismo para o Capitalismo. A burguesia enriquecia cada vez mais, administrando grandes negócios,
que passam a ser incompatíveis com o sistema feudal.O enriquecimento crescente do burguês, leva a um
aumento do poder político,dentro do terceiro estado, derrubando inclusive as antigas corporações de
ofício.Outro fator gerador de crise foi o esgotamento das fontes de minérios, necessários para a cunhagem de
moedas, levando a constantes desvalorizações da moeda.
O incremento das grandes navegações amplia os horizontes do comércio.O homem medieval vivia
aprisionado em seu pequeno mundo. A possibilidade de conhecer e dominar terras, até então conhecidas
apenas pelos relatos de viajantes audaciosos , como Marco Polo por exemplo, despertam o desejo do
conhecimento real das maravilhas descritas até aquele momento.
No plano político os senhores feudais encontraram como um meio de resolver todos esse problemas que
perduravam , a unificação do poder em grandes regiões, formando-se desse modo, os Estados Nacionais ,
como Portugal, França, Espanha. O interesse da burguesia em organizar um sistema político, mais coerente as
necessidades de expansão do comércio, acaba por auxiliar a formação dessa nova estrutura político-
econômica. A partir de então volta a ter prestígio junto a população européia ocidental. a figura do rei.
No plano intelectual, a ordem do mundo, tanto da natureza quanto da sociedade já não parece tão clara.
Movidos pela curiosidade, o homem começa a investigar e observar os fenômenos da natureza. Através da
teoria humanista, a figura do homem passa a ocupar um papel de destaque na nova concepção de mundo
No plano religioso toda essa conjuntura leva também ao surgimento de críticas fortes à Igreja Católica, aos
padres, aos abusos econômicos dos tributos cobrados por ela. Críticas estas que já tinham sido feitas em
períodos anteriores, e que naquele momento não encontraram terreno fértil para se expressar, como no
séculos XIV e XV.
Embora as cruzadas tivessem terminado no final do século XIII, os exércitos não foram desmobilizados.
Assim, as disputas e guerras no Ocidente prosseguiram até meados do século,XIV.Alguns exemplos desse
conflitos foram a Guerra de Reconquista na Península Ibérica, a Guerra dos Cem Anos e as inúmeras
rivalidades entre as cidades.
A crise dos séculos XIV e XV marca o início de um longo processo no decorrer do qual surgirão novas práticas
econômicas e políticas, novas modalidades de relações sociais cujo resultado será a emergência do
capitalismo.
O processo da transição do Feudalismo para o Capitalismo foi, portanto, longo que nada tem de uniforme.
Desde os primeiros sinais evidentes da derrocada do Feudalismo, nos séculos XIV e XV, até o triunfo definitivo
do Capitalismo no final do século XVIII,coexistiram características da sociedade medieval em desagregação e
valores e práticas de uma nova realidade em formação. É esta coexistência entre o antigo e o novo e a
progressiva afirmação e conformação do novo, que faz deste um típico período de transição.
É necessário considerar que a substituição do Feudalismo pelo o Capitalismo , não se aplicou a todas as
regiões européias, da mesma forma e ao mesmo tempo
Surgiram nessa época projetos políticos que diziam respeito às formas de um governante proteger e aumentar
seu poder.Os filósofos passam a instruir os governantes sobre a arte de governar e os homens da corte sobre
a importância do governo e sobre assuntos éticos, de maneira geral.

HISTÓRIA DOS ÁRABES - IMPÉRIO ISLÂMICO - MUÇULMANOS

O Império Árabe teve sua formação a partir da origem do islamismo, religião fundada pelo profeta Maomé.
Antes disso, a Arábia era composta por povos semitas que, até o século VII, viviam em diferentes tribos.
Apesar de falarem a mesma língua, estes povos possuíam diferentes estilos de vida e de crenças. Os beduínos
eram nômades e levavam uma vida difícil no deserto, utilizando como meio de sobrevivência o camelo, animal
do qual retiravam seu alimento (leite e carne) e vestimentas (feitas com o pêlo). Com suas caravanas,
praticavam o comércio de vários produtos pelas cidades da região. Já as tribos coraixitas, habitavam a região
litorânea e viviam do comércio fixo.
Os Árabes
Povos originários dos semitas (judeus, fenícios e assírios), os árabes adoravam Alá, deus supremo. Cada tribo
adorava seu ídolo. Mais importante era a pedra preta guardada na Caaba em Meca (essa pedra teria sido
entregue por Alá a Abraão, pai dos semitas). O destino foi mudado por um líder que propôs a unidade das
tribos e a conquista da Terra pelo povo árabe.
Maomé
Nascido em Meca, Maomé foi durante a primeira parte da sua vida um mercador que realizou extensas viagens
no contexto do seu trabalho. Teria recebido uma mensagem de Alá: a salvação aconteceria quando todos se
submetessem à vontade divina. Em 622 Maomé foi obrigado a abandonar Meca, numa migração conhecida
como a Hégira (Hijra), tendo se mudado para Yathrib, cidade hoje conhecida como Medina. Nesta cidade,
Maomé tornou-se o chefe da primeira comunidade muçulmana. Seguiram-se uns anos de batalhas entre os
habitantes de Meca e Medina, que se saldaram em geral na vitória de Muhammad e dos seguidores,
destruindo todos os ídolos menos a pedra preta. A organização militar criada durante estas batalhas foi usada
para derrotar as tribos da Arábia. Por altura da sua morte, Maomé tinha unificado praticamente a Arábia sob o
signo de uma nova religião, o Islã. Com essa vitória a religião se espalha pela Arábia e, em 632, quando
morre, Maomé havia conseguido unificar todas as tribos árabes.
Seus ensinamentos foram reunidos no Alcorão, livro sagrado do Islã.
Pontos principais do Alcorão:
1. rezar cinco vezes ao dia na direção de Meca;
2. ficar em jejum durante os 40 dias do ramadã, mês sagrado;
3. praticar a caridade;
4. visitar Meca pelo menos uma vez durante a vida.
Tais ensinamentos fortaleceram os laços familiares entre os árabes — a mulher deixou de ser escrava para ser
companheira; a poligamia fixou o seu limite em 4 esposas.

O Império Árabe
Foi após a morte do profeta, em 632, que a Arábia foi unificada. A partir desta união, impulsionada pela
doutrina religiosa islamita, foi iniciada a expansão do império árabe. Os seguidores do alcorão, livro sagrado,
acreditavam que deveriam converter todos ao islamismo através da Guerra Santa. Firmes nesta crença, eles
expandiram sua religião ao Iêmen, Pérsia, Síria, Omã, Egito e Palestina. Em 711, dominaram grande parte da
península ibérica, espalhando sua cultura pela região da Espanha e Portugal. Em 732, foram vencidos pelos
francos, que barraram a expansão deste povo pelo norte da Europa. Aos poucos, novas dinastias foram
surgindo e o império foi perdendo grande parte de seu poder e força.
• com a morte do profeta, seu sogro, Abu-Becker, se proclama califa — sucessor (misto de chefe político e
religioso).
• Omar, segundo califa, inicia a expansão muçulmana (Pérsia e Império Bizantino) — a partir daí atingem
Egito e Líbia, dominando Cartago.
• Ali, terceiro califa aumenta o império mas surgem dissensões interna, guerra civil e duas dinastias passam a
governar o Império Muçulmano: Omeíadas e Abássidas
• Sob a dinastia Omeíada a expansão territorial atinge o Turquestão, o Cáucaso e a Armênia (chegam a atingir
a Índia), transferem sua capital para Damasco; no norte da África conquistam Túnis, Argélia, Marrocos,
atravessam o estreito de Gibraltar, atingem a península ibérica e são detidos na França, em 732. Retrocedem
‘a Espanha ali permanecendo até o século XV.
• Sob os Abássidas (750) a capital é transferida para Bagdá. O império atinge até a China e ocorre grande
desenvolvimento científico e artístico; ocorre a ruptura do mundo árabe, sonhada por Maomé: em 760, os
árabes da Espanha declaram independência; em 968, os árabes do Egito se emancipam — são formados
Estados muçulmanos não completamente árabes.
O processo expansionista foi fulminante, estimulado por interesses em dominar rotas de comércio, pela cultura
do botim, pela Guerra Santa e também pela fraqueza dos adversários: O império Persa que desapareceu, O
império Bizantino, que foi reduzido, perdendo seus territórios na Palestina e norte da África, e os Reinos
Bárbaros da região do Magreb e da Península Ibérica, que foram derrotados. Na Europa, o expansionismo
muçulmano foi contido pelos Francos, na famosa Batalha de Poitiers em 732. Durante a Dinastia dos Abássidas
o comércio árabe atingiu grande extensão, destacando-se o comércio de especiarias com as Índias, as várias
rotas de contato com Constantinopla e as várias rotas do norte africano pelo interior, realizado por caravanas,
que traziam ouro para a cidade de Ceuta, objeto de interesse português no século XV. Apesar da centralização
política e religiosa, a história do império árabe caracterizou-se por várias disputas pelo poder e
consequentemente por divisões, de onde inclusive nasceram as duas seitas mais importantes do Islamismo:
sunitas e xiitas.
Com o surgimento de Estados independentes, como o Emirado de Córdova, criado em 756 pelo Omíada Abder
Raman em território espanhol, ocorre a desagregação do Império. A partir do século VIII, tribos turcas
incorporam-se aos Exércitos árabes. Islamizados no século X, os turcos tornam-se os homens fortes do
Império, apoderando-se do trono dos Abássidas, em 1058. O rei recebe então o título de sultão. Mas disputas
entre os sunitas e os xiitas, seitas religiosas do Império, provocam sua derrocada. Em 1258, os mongóis
dominam Bagdá, pondo fim ao Império Árabe.
Sociedade árabe – Os árabes instituem um sistema de comércio único, que funciona como ligação entre o
Ocidente e o Oriente. Surgem assim grandes centros comerciais, como Bagdá, Cairo e Damasco. Essas cidades
passam a ser também pólos de grande progresso cultural, com a fusão da cultura do mundo oriental e da do
mediterrâneo. Os árabes constroem ricas mesquitas espalhadas por todo o território muçulmano e
desenvolvem arabescos para ilustração e decoração. Nas ciências, inventam o ácido sulfúrico e o álcool. No
campo cultural, artístico e literário deixaram grandes contribuições. A cultura árabe caracterizou-se pela
construção de maravilhosos palácios e mesquitas. Produzem vasta literatura, em prosa e verso, da qual se
destaca As Mil e Uma Noites. Durante o período de conquistas, ampliaram seu conhecimento através da
absorção das culturas de outros povos, levando-as adiante a cada nova conquista. Foram eles que espalharam
pela Europa grandes nomes como o de Aristóteles e também outros nomes da antiguidade grega. Eles fizeram
ainda importantes avanços e descobertas médicas e cientificas que contribuíram com o desenvolvimento do
mundo ocidental.

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