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A prpria histria natural da doena , pelo seu carter crnico e pouca aparncia clnica na fase
aguda , j determina que , mesmo quando endmica , seja pouco percebida como problema pela
populao sob risco , e que da possa resultar qualquer tipo de demanda social pelo seu
controle. Pelo baixo nvel de risco , hoje existente , poder ser inclusive justificvel que em
muitos casos a doena de Chagas no faa parte da pauta das prioridades de governo.
O outro grande desafio , verdadeiramente novo , ainda que pudesse ser com
antecipao previsto como resultado do controle da transmisso domiciliar , diz respeito
emergncia , ou a uma maior visibilidade da ocorrncia de casos humanos relacionados ao ciclo
enzotico de transmisso. De qualquer modo , preciso ter em conta que a doena de Chagas ,
enzotica na sua origem , dever persistir e que casos de infeco humana podero ocorrer ,
mesmo que de forma acidental. Por mais que se apure os processos de vigilncia e controle ,
nem todos os casos sero prevenveis. Ainda assim, se est mencionado apenas algumas
condies de risco genricas, quando ademais destas devem ser conhecidas aquelas mais
imediatas.
No caso especfico da regio amaznica , onde tm sido reportados a maior parte dos casos, foi
desenvolvido modelo de vigilncia apoiado na busca sistematizada feita extensamente na regio
para a deteco de casos de malria, a partir da capacitao de microscopistas no
reconhecimento de Trypanosoma cruzi. Em reas em que se conhea haver o risco de
transmisso recomendvel a introduo na rotina do pr-natal de sorologia para o diagnstico
de doena de Chagas, com o pronto tratamento dos recm nascidos que se comprove
infectados.
Tal como constante no Consenso Brasileiro em doena de Chagas, deve-se trabalhar na
perspectiva da implantao em toda unidade federativa de pelo menos um Servio de Referncia
para doena de Chagas, integrando os diversos nveis de gesto, em parceria com instituies
de pesquisa e universidades e com a formao de um sistema de atendimento hierarquizado,
com referncia e contra-referncia entre os servios bsicos e os Centros de Referncia
Desde que comprovada a interrupo da transmisso vetorial por Triatoma infestans ,
formalmente certificada em 2006, se criou a falsa crena de que o problema representado pela
doena de Chagas no pas havia sido resolvido.